Este livro é um exemplo do quanto uma formação e um olhar transdisciplinar, somados a uma pesquisa histórico-documental rigorosa, produz bons frutos ao campo das Humanidades. Com escrita clara, “Sífilis, loucura e civilização” traz contribuições robustas para a história das ciências, da medicina e dos saberes psicopatológicos no Brasil. Se este livro tratasse apenas da história de um diagnóstico fundamental para a psicopatologia do século XIX, a paralisia geral progressiva, e suas articulações com a formação de um campo de saber científico, a psiquiatria, ele já seria uma contribuição historiográfica profícua. Afinal, o percurso histórico da doença é revelador dos padrões de objetividade que ramos descritivos desse saber perseguem até hoje. Mas, Giulia faz mais: mostra como a PGP e a sífilis (sua causa), para além de filão central da legitimação de uma psiquiatria carioca de cariz cada vez mais neurológico, figuram no quadro dos debates nacionais sobre civilização, degeneração, raça e moralidade no pré e no pós-abolição. Desta forma, passado e presente se iluminam reciprocamente, tanto no que se refere às controvérsias acerca das facetas neurológicas da sífilis, quanto no que concerne aos enquadres socioculturais e imaginários das doenças venéreas. Graças a este livro, a partir daqui referência, podemos conhecer melhor esta e outras histórias.
Livro-chave para a compreensão da poesia contemporânea é quase um manifesto, uma pedra-de-toque para o significado político de toda criação poética. Em ensaios reunidos, o autor, maior poeta-crítico da América Espanhola, vai em busca da alquimia do Hai-cai e dos mistérios de Pessoa, da paixão de Breton e da filosofia de Buñuel, entre outras demandas. O volume contém apreciações críticas de Sebastião Uchoa Leite e Celso Lafer e ensaio de Haroldo de Campos.
"Simplesmente Madalena" é a história de vida de uma mulher afrodescendente brasileira, que aos 73 anos de idade, finalmente teve acesso a alfabetização. Ela trás a potência de uma mulher negra, guerreira e mãe na tentativa de romper com o ciclo de opressão de gênero e racial passado de geração a geração.
Este livro deixa claro que as doenças, transtornos e situações que podem afetar as pessoas com síndrome de Down são as mesmas que podem afetar qualquer outra pessoa. Os assuntos estão dispostos em ordem alfabética, de modo sintético e claro, com a definição e o conceito, os sintomas clínicos gerais e quando requerem urgência. Este livro procura transmitir conhecimentos básicos, atualizados e livres de informações equivocadas, e os possíveis problemas de saúde que podem acometer o indivíduo com síndrome de Down.
Síndrome de Down e as Práticas Pedagógicas traz diferentes meios para entender e oferecer um melhor processo educacional para as pessoas com Síndrome de Down, levando a refletir quanto ao uso contínuo de estímulos e incentivos sobre a capacidade de raciocínio dessas pessoas. É um livro que vai além das práticas ou reflexões acerca do processo educacional e da educação em si.
O título do livro 'Sintomas Mórbidos: A encruzilhada da esquerda brasileira', escrito pela socióloga, feminista e uma das youtubers mais radicais à esquerda nas redes, Sabrina Fernandes, remete ao interregno pensado pelo revolucionário italiano Antonio Gramsci na famosa passagem do seu Cadernos do Cárcere: “o velho está morrendo e o novo não pode nascer; neste interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece”. Isso se encaixa como uma luva no Brasil contemporâneo depois do verdadeiro terremoto político causado pelas manifestações de Junho de 2013 e seus ecos. O equilíbrio desequilibrado que sustentava a frágil democracia liberal brasileira, aparentemente, se desfez. Como consequência, temos um perturbador entretempo: de fragmentação das esquerdas e ascensão da extrema-direita — sobre o qual Sabrina Fernandes disserta, por uma perspectiva marxista, apresentando a noção crise de práxis como uma chave para o entendimento do que se passa, ao passo que possibilita (e mira!) na superação da pós-política e da ultrapolítica e na construção de uma utopia concreta e realizável, fator crucial na revolução necessária do nosso porvir.
Os autores apresentam uma visão geral do Sistema de Classificação de Cuidados Clínicos - Versão 2.0 (CCC). O sistema CCC é uma terminologia padronizada (vocabulário) de conceitos (termos) desenvolvido para ser usado na documentação eletrônica da prática de enfermagem.
O presente livro, Sistema de gestão: qualidade e segurança dos alimentos, tem como objetivo primordial esclarecer e alertar sobre a importância da correta aplicação dos princípios de gestão para a garantia da qualidade, em especial no que concerne à segurança dos alimentos, visando à promoção da saúde da população. Destina-se àqueles que trabalham ou têm interesse no segmento de alimentos: proprietários de estabelecimentos, responsáveis técnicos, consultores, estudantes e outros profissionais dos setores público e privado. Foi escrito em linguagem de fácil compreensão, apesar de a temática ter caráter técnico-científico, para que todos os leitores pudessem se apropriar das informações e colocá-las em prática.
A autora nos instiga a compreender o processo de construção do Sistema Único de Assistência Social, a partir das relações estabelecidas entre os sujeitos coletivos, o Estado e o partido político. A originalidade da obra está na apreensão do sistema como resultante dessas interações. O livro apresenta três chaves analíticas que contribuem para o estudo das relações socioestatais: a triangulação entre Estado, partido e movimento como atores relevantes para a construção e implementação da política de Assistência Social; os projetos políticos em disputa e compartilhados entre os sujeitos; a identificação de um movimento social na Assistência Social, marcado pela múltipla filiação política.
Comentários à Lei Orgânica da Saúde, depois de 15 anos fora das estantes, é quase uma nova obra pelas mudanças havidas que acompanharam as da lei n. 8.080, de 1990, nove vezes modificada, além das emendas constitucionais que incidiram sobre o artigo 198 da Constituição e da lei complementar n. 141, de 2012. O presente livro renovado em conceitos, compreensão jurídica de institutos do Direito Sanitário, como o da integralidade assistencial, a participação complementar do setor privado ao SUS, a natureza jurídica das ações e serviços de saúde, as emendas parlamentares impositivas, a capacidade judiciária dos conselhos de saúde e ainda aspectos da judicialização da saúde, são temas abordados nesta edição ampliada e renovada.
Vencer o desafio de gerir o SUS de maneira compartilhada e organizar as regiões de saúde para que a descentralização não fragmente o sistema é o tema principal desta obra. A autora enfrentou esse desafio buscando garantir sustentação para a sua teoria de
Desde a sanção da Lei nº 9.394, em 1996, se esperava por uma obra que examinasse os impactos dessa norma sobre a Educação Básica brasileira, uma vez que essa segunda Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional trouxe, como uma de suas mais importantes novidades, a criação e a consolidação definitiva dos sistemas municipais de educação, reclamados há mais de meio século pelo grande educador Anísio Teixeira.
“Uma das contribuições mais importantes deste livro é a proposta de refundação da esquerda, a partir de um programa efetivamente antissistêmico: democracia direta, gestão coletiva dos recursos públicos, de sistemas de crédito e do patrimônio ecológico, confisco de aparelhos produtivos para serem geridos pelos próprios trabalhadores, salário máximo, restrição do direito à propriedade privada. Só uma esquerda que não tem medo de dizer seu próprio nome, que assume a luta de classes e se identifica com o proletariado como sujeito político com força revolucionária – principal tese da teoria marxista da revolução – será capaz de superar os impasses aos quais nos levou um “reformismo fraco”, que confundiu política com gestão.
Fome, insegurança alimentar e nutricional, desnutrição, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Questões complexas que influenciam a vida de milhões de pessoas no Brasil e no mundo e que foram potencializadas pelo contexto da pandemia de Covid-19. Para debater e jogar luz sobre esse cenário, a Editora Fiocruz lança Sistemas Alimentares, Fome e Insegurança Alimentar e Nutricional no Brasil (coleção Temas em Saúde). Rosana Salles-Costa, Aline Ferreira, Paulo Castro Junior e Luciene Burlandy partem da perspectiva de pensar as relações entre a fome, a insegurança alimentar e nutricional, a obesidade e as DCNT, no contexto dos sistemas alimentares. Segundo os autores, o volume foi elaborado com o intuito de corroborar o debate sobre os desafios e as reflexões pautadas na recente agenda científica sobre o tema. "A reflexão foi desenvolvida à luz de uma compreensão integrada de processos que atravessam os sistemas alimentares globalizados, com destaque para o cenário brasileiro", resumem. A obra aborda ainda uma concepção ampliada da chamada SAN: segurança alimentar e nutricional. Essa abordagem leva em conta a construção, ao longo dos anos, de uma política e de um Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil, formalizados na Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan), além das redes organizadas da sociedade civil, das instituições acadêmicas e de Em cinco capítulos, o livro problematiza como a atual configuração dos sistemas alimentares globalizados afeta os rumos das políticas governamentais e os usos de recursos públicos, gerando diferentes tipos de desigualdades. Essa configuração estimula práticas alimentares que vêm sendo associadas às DCNT, condicionando situações de fome e de insegurança alimentar e nutricional. "Portanto, acentuam as próprias condições de vulnerabilidade econômica e social vivenciadas por diferentes segmentos da população", enfatizam.
Sob a égide do chicote: uma leitura do amor na Contemporaneidade surge no bojo das discussões acerca da diversidade sexual, em um momento político tensionado por um crescente conservadorismo mundo afora. Ao tematizar a concepção de amor presente na subcultura BDSM, que é forjada a partir de jogos sexuais que erotizam o poder, esta obra apresenta-se como uma das raras no Brasil voltadas para essa temática, o que, certamente, seduzirá tanto estudantes e pesquisadores do campo da sexualidade, como também o público em geral, interessado em ampliar seu conhecimento a respeito de formas contemporâneas de se pensar e vivenciar a sexualidade e o amor.
Esta guerra acontece todos os dias pertos de nós. Nos hospitais de qualquer cidade. Um jovem médico conta o drama de atender nas emergências do país. Um livro sobre a tragédia da saúde no Brasil.
Nesta série de ensaios, Fred Moten e Stefano Harney recorrem à tradição radical negra para pensar questões candentes relacionadas à proliferação da lógica e da logística capitalista no universo acadêmico e no mundo social. Partindo da experiência de exclusão social e existencial das pessoas negras, indígenas, queers e pobres, os autores teorizam sobre as possibilidades criativas de vida nos “sobcomuns”, entendido como o espaço ocupado por aqueles espoliados da subjetividade mesma e defendido como uma espécie de reduto das rupturas históricas provocadas pelo capital. Os “sobcomuns” são aqueles que permanecem sob o radar do controle capitalista, às margens da ordem social, refratários à assimilação pelo sistema e lutando por outras formas de conviver, sentir e trabalhar. Ao recorrer a esse repositório, Moten e Harney encontram experiências como a quilombagem, os protestos e manifestações de massa, os boicotes, a desobediência civil, as revoltas de escravizados e as insurreições anticoloniais, e a partir delas propõem repensar toda uma gramática estabelecida pelo capitalismo contemporâneo: dívida e crédito; vigilância e controle; o sentido de diretivas e da governança; as noções de estudo e planejamento coletivo; o lugar da Universidade e das instituições educacionais; os limites das estruturas administrativas e governamentais existentes. Afinal, é no rastro das estratégias “fugidias” dos sobcomuns, defendem os autores, que poderemos encontrar princípios anticapitalistas de recusa das injustiças, resistência coletiva e auto-organização.
Os cursos de Foucault que abriram caminho para sua História da sexualidade. Na década de 1960, Michel Foucault iniciou um projeto sobre uma arqueologia da sexualidade como experiência moderna. Nas décadas seguintes, isso resultaria em um de seus trabalhos mais célebres e importantes: História da sexualidade. Na origem desse estudo estão dois cursos notáveis até agora inéditos no Brasil — o primeiro apresentado em 1964 na Universidade de Clermont-Ferrand e o segundo em 1969 na Universidade de Vincennes. Em ambos, Foucault dá atenção permanente às condições econômicas, sociais e epistemológicas que transformaram a sexualidade em objeto de conhecimento e questão política, recusando uma concepção estreita do sujeito humano. Sobre a sexualidade é um olhar que abre caminho para compreendermos a sexualidade como espaço complexo de potência transgressora e experiência trágica.
Talvez seja uma novidade para muitos que este primeiro livro escrito e publicado por Freud permanecia inédito até hoje no Brasil. A frequente justificativa para a sua exclusão das obras ditas completas de Freud seria o seu alegado teor mais neurológico do que psicanalítico.Entretanto, mesmo tendo sido escrito antes da cunhagem do termo Psicanálise, sabemos hoje que Sobre a concepção das afasias: Um estudo crítico é uma obra fundamental para a compreensão dos escritos posteriores. Sobretudo se pensarmos o quanto a fundamental relação entre o psiquismo e a linguagem pauta o pensamento freudiano, vemos aqui o itinerário de alguém que abandona as concepções hegemônicas do localizacionismo defendidas por seus mestres, tornando-se o cofundador de uma concepção dinâmica tanto do psiquismo quanto da linguagem em suas funções e disfunções.Um psicanalista, que lida cotidianamente com a fala dos pacientes, que pratica o método que foi apelidado por uma paciente como talking cure, não pode ser indiferente ao fato de que o primeiro texto importante do criador da psicanálise, datado de 1891, anterior, portanto, à sua teoria do aparelho psíquico, proponha literalmente um aparelho de linguagem.A obra integra a coleção Obras Incompletas de Sigmund Freud, que pretende não apenas oferecer uma nova tradução, direta do alemão e atenta ao uso dos conceitos pela comunidade psicanalítica brasileira, mas oferecer uma nova maneira de organizar e de tratar os textos. Um convite para que o leitor desconfie do caráter apaziguador que o adjetivo “completas” comporta.
Como a violência se instala nas mentes, em especial a violência contra as mulheres, e que problemas parece falsamente estar resolvendo? Para Jacqueline Rose, essa é uma especulação que precisamos fazer para enfrentar a violência e até mesmo identificá-la, já que muitas vezes ela se manifesta de formas oblíquas como em ajustes legislativos e estratégias econômicas. Para complicar ainda mais, Rose acrescenta, a violência floresce justamente porque criamos formas elaboradas de escondê-la de nós mesmos, embora ela seja constituinte da nossa humanidade.
Como viver uma experiência pandêmica no século XXI e quais são os contextos que informam e são informados por ela? Em sociedades globalizadas, mas ainda com impasses e oportunidades em dimensão nacional e local, abarcando sistemas de saúde, organização política, social e cultural, a pandemia de Covid-19 exige uma apreensão ampla e profunda desses significados, abarcando as diversas experiências do viver humano. Sobre a pandemia é uma obra aberta, voltada para um público de todas as gerações e formações. É um registro fundamental para se compreender, na voz de seus autores, as pistas deixadas pelo passado, as experiências vividas pelo presente e as expectativas depositadas sobre os tempos que virão. Sobre a pandemia é uma coletânea que objetiva reunir intelectuais de distintas áreas do pensamento científico, preocupados em traduzir as interações e tensões em torno da pandemia Covid-19. Ao enfrentar os mares revoltos desse tempo presente, em que a existência humana e não humana se defronta, as interpretações aqui elencadas jogam luz sobre as incertezas e os impasses, mas, igualmente, sobre as iniciativas e as retomadas de sentido diante do homem, suas formas de viver, adoecer e, na sua extensão, de sua própria morte. Tempos, pessoas e narrativas se entrecruzam no esforço de constituição possível da retomada da esperança e de um coletivo futuro possível, mesmo que esteja tatuado em nossas mentes o desafio que Hanna Arendt pressagiou para a sociedade que se inscrevia no século XX: Nossa herança nos foi deixada sem nenhum testamento.
Nesta conversa elucidativa e descontraída, Andréa Pachá e Vilma Piedade constroem uma rica reflexão acerca da luta antirracista, do envelhecimento, da maternidade e da solidão, sempre ressaltando os pontos de aproximação e distanciamento em suas trajetórias, em um interessante debate sobre interseccionalidades. Ao compartilhar referências e vivências, as duas intelectuais examinam o passado e conjecturam sobre o futuro, pondo em perspectiva o que as precedeu e a esperança de que um novo mundo está sendo cultivado para e pelas novas gerações. Para o leitor, Sobre feminismos é uma oportunidade única: não apenas ter acesso a um bate-papo fascinante sobre uma das lutas mais essenciais e proeminentes das últimas décadas, mas também contemplar os muitos caminhos que ela oferece.
Como escrever sobre o problema do mal de maneira razoável, sem sobrecarregar o leitor com fórmulas metafísicas da teologia e da filosofia, e, ao mesmo tempo, sem deprimi-lo inutilmente com um compêndio histórico das desgraças humanas, de Adão e Eva à bomba atômica? Terry Eagleton enfrenta esse desafio fazendo deste livro uma espécie de caldeirão das bruxas de Macbeth, com ingredientes diversos, desde os mais sutis até aqueles considerados absolutamente repugnantes.
“Enquanto você lê este livro, a cada duas horas uma mulher é assassinada.” É assim que a historiadora Mary del Priore começa Sobreviventes e guerreiras. Uma obra essencial para se entender o porquê de, até hoje, ser fundamental discutir e, principalmente, lutar pela igualdade de direitos para o gênero feminino. Apesar de o Brasil já até ter tido uma presidenta e de 45% dos lares serem comandados por mulheres (segundo pesquisa do IPEA de 2018), a brasileira continua sendo agredida, desqualificada, perseguida, insultada. Vivemos uma época de transição onde o patriarcado e o machismo, raízes desses séculos de desigualdade, são combatidos pelo feminismo e pela cultura contemporânea. Mas, para que uma nova ordem social se torne realidade, é preciso procurar no passado as raízes deste poder dos homens sobre as mulheres e, sobretudo, aprender com elas como se fizeram ouvidas. A história mostra que a brasileira sempre procurou se reinventar, achar um espaço, resistir. Este livro traz um ineditismo ao focar nessas vozes, apresentando a história da mulher brasileira 1500 a 2000. Das indígenas que os portugueses encontraram por aqui às afrodescendentes; daquelas que pegaram na enxada e viveram nos campos e cafezais às que trabalhavam na casa-grande como escravas, empregadas e amas de leite; das operárias e trabalhadoras às artistas de rádio, cinema e televisão; de Cláudia Lessin Rodrigues e Aída Curi à Daniella Perez e Marielle Franco; das feministas às homossexuais e integrantes do movimento LGBTQI+. Todas resistiram – e Mary del Priore apresenta suas vozes e como aprender com o exemplo delas.
Nos dias atuais não há mote que domine mais o discurso público do que o tema da transparência. Ele é evocado enfaticamente e conjugado sobretudo com o tema da liberdade de informação. A sociedade da transparência é uma sociedade da desconfiança (Misstrauen) e da suspeita (Verdacht), que se baseia no controle em virtude do desaparecimento da confiança. A forte e intensa exigência por transparência aponta justamente para o fato de que o fundamento moral da sociedade se tornou frágil, que valores morais como sinceridade ou honestidade estão perdendo cada vez mais significado.
A sociedade paliativa é uma sociedade do curtir. Ela degenera em uma mania de curtição. O like é o signo, o analgésico do presente. Ele domina não apenas as mídias sociais, mas todas as esferas da cultura. Nada deve provocar dor. Não apenas a arte, mas também a própria vida tem de ser instagramável; ou seja, livre de ângulos e cantos, de conflitos e contradições que poderiam provocar dor. Esquece-se que a dor purifica. Falta, à cultura da curtição, a possibilidade da catarse. (Trecho da obra)
Segundo número da coleção, este volume discute temas transversais ao trabalho do ACS, relativos à articulação entre as concepções de Estado, sociedade e direitos sociais, particularmente o direito à saúde. Ao fazê-lo, disponibiliza conhecimentos fundamentais à compreensão dos demais livros da coleção, enfatizando a perspectiva politécnica da educação profissional que toma o trabalho como princípio educativo e o trabalhador como sujeito político e técnico desse trabalho e da realidade sócio-histórica em que este se realiza.
O que a Sociologia tem a ver com a educação escolar? Muito! Pois a escola não está isolada em relação à comunidade e à sociedade em que está inserida. A escola é, até certo ponto, reflexo das condições e das exigências estabelecidas pela sociedade, em seu sentido mais amplo, e pela comunidade, no mais restrito. Por outro lado, no interior da escola, multiplicam-se os grupos sociais, formados por todos os agentes do processo educacional, que têm enorme influência sobre a educação e o comportamento dos alunos. Com linguagem acessível, Nelson Piletti estimula neste livro a reflexão sobre esse entrecruzamento de relações que se estabelece entre a sala de aula, a escola, a comunidade e a sociedade. O autor apresenta a contribuição da Sociologia da Educação por meio de dois aspectos: o teórico, de conhecimento da realidade educacional, e o prático, de mudança para melhor dessa mesma realidade a partir desse conhecimento. Além disso, no final de cada capítulo, traz textos complementares e questionamentos que se constituem em estímulo à pesquisa, à reflexão e à discussão.
O fascínio da fotografia sobre todos nós está naquilo que por meio dela nossos olhos visitam em nosso passado, no de nossos antepassados e de nossos contemporâneos. Está também na nossa estranha relação com os álbuns de família ou as caixas de sapato em que guardamos esses ícones da nossa memória afetiva. Neste livro, o autor mostra como a Sociologia e, também, a Antropologia podem encontrar em fotografias e imagens indícios de relações sociais, de mentalidades, de formas de consciência social, de maneiras de ver o mundo, de nele viver e de compreendê-lo.
Publicado pela editora UnATI/Uerj, o livro, por meio de fotos e de uma linguagem poética, desenha um panorama da história e das atividades da instituição.
À Sombra do Plátano traz aos leitores uma coletânea de cinquenta textos que revelam episódios e personagens que fizeram parte da história da medicina. O título escolhido para obra tem uma relação muito forte com o tema proposto, pois, segundo a tradição, foi embaixo de um plátano na ilha de Cós, na Grécia, que Hipócrates ensinou a seus discípulos o dom da medicina.
Mantido o rumo atual da vida na Terra, o futuro é impossível. Em seu novo livro, o autor de O oráculo da noite compartilha conhecimentos de cientistas, pajés, xamãs, mestras e mestres de saber popular, artistas e inventores que nos lembram da importância de sonhar coletivamente com o futuro do planeta. Em Sonho manifesto , o renomado neurocientista denuncia a profundidade da crise ambiental e social ao mesmo tempo em que celebra a oportunidade única que temos hoje de expandir a consciência planetária. O caminho para esse sonho coletivo, diz o autor, é o resgate do melhor de nossa ancestralidade. Pesquisador inquieto, Ribeiro reúne dezenas de histórias de griôs da África ocidental, mestres de Capoeira, babalorixás, xamãs e pajés dos povos originários, além de dados sobre pesquisas científicas recentes e relatos das mais diversas tradições como budismo e taoismo. Afinal, “enquanto houver vida, ainda há tempo para mudar”.
“Sou uma lésbica, negra, feminista, guerreira, poeta, mãe, mais forte por causa de todas as minhas identidades, e sou indivisível”, é assim que Audre Lorde assim se definia para seus leitores e ouvintes. O presente livro reúne cerca de vinte textos, vários deles inéditos, encontrados em seu arquivo. São ensaios, aulas, palestras, apresentações e um diário íntimo que acompanha sua vida após o diagnóstico de câncer no fígado. Pioneira da abordagem interseccional no feminismo, Lorde colocava no mesmo plano a opressão e a dominação de mulheres, homossexuais, populações racializadas e despossuídos de todo o mundo, fazendo com que suas lutas se tornassem uma só, sem hierarquizá-las.
O SPK, pelo SPK: O estado do mundo é doença. Todos estão doentes. O que fazer? Fazer da doença uma arma é o primeiro olhar para um futuro a ser construído, livre de nomes e soluções finais, governadores, fábricas de saúde etc. O Coletivo Socialista de Pacientes (SPK) o chama Utopatia [Utopathie]. Fazer da doença uma arma é e permanece o programa, estável em seus efeitos há mais de 50 anos. O SPK e seu desenvolvimento posterior na Frente de Pacientes (PF) curto-circuita doença e revolução. Isso é e foi mostrado: A saúde é uma quimera biológico-nazista, cuja função na cabeça de cada um é o mascaramento do condicionamento social e da função social da doença. A doença não é sofrimento e passividade, mas enquanto resultado das relações capitalistas de produção, a doença é, em sua forma desenvolvida enquanto PROTESTO da vida contra o capital, A força produtiva revolucionária para os seres humanos.
Barrington Jedidiah Walker é um homem que chegou longe. Nascido em Antígua, no Caribe, migrou para Londres depois de casar-se com Carmel. Juntos, formaram uma família e alcançaram um nível de conforto material que poucos conseguem ter. Inteligente e vaidoso, só usa ternos elegantes e nunca perde a oportunidade de citar Shakespeare em conversas casuais. O que ninguém sabe é que ele leva uma vida dupla: há décadas mantém um caso extraconjugal com Morris, seu amigo de infância. Aos 74 anos, Barry finalmente decide divorciar-se de Carmel para viver com seu verdadeiro grande amor ― mas isso significa colocar em risco tudo o que conquistou.
E, neste novo contexto, o Brasil, por suas potencialidades naturais, pode assumir uma posição de enorme destaque. É esta a oportunidade histórica que não podemos perder.
Este livro lança luzes sobre os mecanismos utilizados para a construção de um conceito de raça de perspectiva eurocêntrica, que privilegia presumidas diferenças biológicas, no território latino-americano. Investiga o papel da educação nesse processo, desvelando a relação entre modelos econômicos e educacionais na manutenção e institucionalização do desequilíbrio social e da exclusão.
Em 1981, no curso Malfazer, dizer verdadeiro, Michel Foucault trata da noção de governo pela verdade, introduzida em O nascimento da biopolítica e retomada em Do governo dos vivos. O curso, dirigido a juristas e criminologistas durante um projeto de revisão do código penal da Bélgica, analisa o desenvolvimento da confissão penal na história das tecnologias do sujeito e examina técnicas pelas quais o indivíduo modifica sua relação consigo mesmo. As aulas podem ser lidas como uma sequência a Vigiar e punir como ou um esboço da análise da parresía e das formas aletúrgicas desenvolvidas em A coragem da verdade.
Relato tocante e surpreendente que costura depoimento pessoal, imaginação sociológica e narrativa biográfica, Submundo é um livro único. Abdias ora narra, ora cede a palavra aos companheiros de cárcere; ouve confissões, pergunta, pondera, se compadece. Entremeado na história, o autor faz uma rara e preciosa reconstrução da gênese do Teatro do Sentenciado, antecessor do TEN (Teatro Experimental do Negro), que viria a se tornar um marco na história da dramaturgia brasileira.
O livro conta a trajetória de Sueli Carneiro, escritora e filósofa que é um dos principais nomes na luta contra a desigualdade étnico-racial e de gênero no país. Durante sua vida, lutou pela implementação das cotas raciais nas uni- versidades, por maior representatividade nas produções televisivas nacionais e pela dignidade da mulher negra. Sueli é responsável pela fundação do famoso Geledés – Instituto da Mulher Negra.
Este livro discute o aparecimento histórico dos chamados movimentos antiglobalização na cena política contemporânea utilizando, sobretudo, os referenciais teóricos de Jacques Rancière e Hannah Arendt. O percurso do texto busca relacionar este fenômeno a diferentes sentidos atribuídos à ideia de política, e, também, à transformação do contexto mundial que ocorreu a partir da década de 1990. A exposição aborda a trajetória política destes movimentos na sua ação crítica sobre instituições internacionais como FMI, a OMC, o Banco Mundial e o G8, buscando explicitar também alguns de seus principais debates internos. São exploradas as potencialidades de efetiva criação de cenas de dissenso, bem como as possibilidades existentes de ruptura interna.
Ao investigar nosso sistema de saúde – o público e o privado –, este livro propõe alternativa para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e fustigar o poder econômico do capital financeiro e dos oligopólios. Afinal, segundo Ocké-Reis, esse sistema paralelo reproduz desigualdades sociais, favorece o crescimento do mercado e inviabiliza os preceitos constitucionais da saúde. Enquanto o SUS atravessa uma crise crônica de financiamento, a consolidação dos planos acaba concentrando renda e subtraindo recursos do setor público de saúde. De acordo com autor, o setor privado mais prejudica do que colabora com o setor público, porque o aumento do gasto privado e o fortalecimento do poder econômico corroem a sustentabilidade do financiamento público na arena política, levando a um círculo vicioso, caracterizado por uma queda relativa do investimento na saúde pública. Ocké-Reis, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), defende uma regulação substantiva do mercado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que não pode ter sua atuação ameaçada pela concentração, centralização e internacionalização das operadoras líderes. A ANS deve organizar o mercado na perspectiva do interesse público, impedindo que a assistência à saúde seja convertida em um bem de consumo como outro qualquer.
Uma lição de Nelson para utopistas e não utopistas Sempre que possível fui um aluno atento das aulas do Nelsão. Sempre me impressionava a capacidade de compreender realidades muito complexas através da construção de nexos causais muito bem elaborados. Neste texto são resumidos os trinta anos de luta para construir o SUS. Analisadas as derrotas e os avanços, que não foram poucos, mas que são insuficientes para a demanda por uma vida melhor e menos excludente para nossa população. Como dito no texto, consequência de tratar a política como negócio! Nelson escarafuncha muito do que não foi feito ou o foi parcialmente. Discute a questão da regionalização e da hierarquização. Nosso modelo de descentralização municipalista e nos leva a conclusão dos caminhos a serem construídos – a partir da compreensão do momento que vivemos, de perceber a jogatina financeira dos detentores do poder dentro da sociedade – e assim temos que ir à luta, alimentados por um projeto de SUS que está aí e que precisa ser enfrentado pelos sonhadores de uma nova ordem social. A saúde é um bem público, não existe saúde privada. Existe o setor privado realizando ações de saúde e buscando ganhar sempre mais. E existe o frágil estado brasileiro capturado pelos interesses do mercado. E existem os utopistas. Este livro é sobre utopias. Que nós iremos enfrentar se as entendermos. — Gonzalo Vecina Neto Professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
Há dez anos o Ministério da Saúde divulgava os primeiros cadernos de atenção básica, contendo as atribuições dos Enfermeiros e demais profissionais da saúde. Nada melhor para comemorar essa trajetória que uma obra que reúna os 40 cadernos, com destaque para a autonomia do Enfermeiro que atua no SUS.
Diante da emergência da pandemia de Covid-19, o Sistema Único de Saúde (SUS) conquistou um espaço inédito nos debates da agenda pública do país. É nesse contexto que a Editora Fiocruz lança SUS: o debate em torno da eficiência, título que integra a coleção Temas em Saúde. Escrito pelos economistas Alexandre Marinho e Carlos Octávio Ocké-Reis, profissionais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o volume busca examinar a eficiência no SUS a partir do fato de que tal argumento é sistematicamente utilizado para defender a mercantilização do próprio sistema. Segundo os autores, que se dedicam aos estudos da disciplina da economia da saúde desde a década de 1990, isso acaba encobrindo um constante ataque à ampliação do acesso à saúde promovido pela reforma sanitária brasileira. Eles argumentam que a palavra eficiência acaba sendo, dessa forma, vulgarizada e servindo para enfraquecer as políticas públicas de saúde.
Sus Sistema Único de Saúde tudo o que você precisa saber constitui livro básico e introdução sobre o SUS. Como se sabe, o SUS é iniciativa única, criada no Brasil e que conta com o respaldo de nossa constituição e leis. Organiza, estrutura e atua na prestação de serviços de saúde nos níveis comunitário, ambulatorial, hospitalar e institucional. O SUS ainda integra e coordena diversas ações administrativas, controladorias e de governança. Destina recursos, serviços e estabelece critérios em suas ações. Sua principal missão é a melhora da qualidade de vida, seja individual ou coletiva.
Este livro é para quem quer saber mais sobre o SUS, sua origem, sua história e seus desafios, e compreender por que necessitamos de um sistema universal de saúde no Brasil. Ele é dirigido a todos que se interessam pelo assunto, de leigos a profissionais de saúde, de gestores de políticas públicas a especialistas já familiarizados com os temas relacionados com saúde pública e os problemas derivados da ousadia de criar e manter, num país como o nosso, um sistema público de saúde. Como Cortés e Pizarro se valeram de guerra biológica para derrotar astecas e incas? Por que Fidel Castro e Barack Obama não se entenderiam sobre os rumos do SUS? O que são atenção básica e atenção primária em saúde, isolamento e quarentena, saúde pública e saúde coletiva? Assistência e atenção à saúde são sinônimos? O que é um problema de saúde pública e como eleger prioridades? De onde veio a ideia de criar um sistema público de saúde no Brasil? Por que saúde tem de ser um direito assegurado pelo Estado? Essas são algumas das questões que este livro ajuda a esclarecer.
Originalmente tese de doutorado, este livro explora um tema que se situa à margem do que costuma ser objeto das investigações antropológicas – a vida que as pessoas vivem em seus diversos aspectos, seja no plano social, familiar, político, econômico, artístico ou religioso. Desse modo, uma antropologia da morte poderia representar um contra-senso, a menos que seja tratada da maneira que se faz aqui, como meio para se compreender a própria vida. Das sociedades chamadas primitivas ao capitalismo contemporâneo, o autor conduz a reflexão a expandir nossa imaginação por meio do inventário e da cuidadosa análise das diferentes formas de pensamento e dos distintos modos de ação que permitem aos coletivos humanos inverter o rumo aparentemente inexorável das coisas e da morte, fazer a vida.
Publicado pela primeira vez em 1979, tornou-se a primeira publicação brasileira a analisar o corpo como sistema simbólico. Desde então, tem sido referência para várias gerações de cientistas sociais. Trata-se de um livro didático e denso que introduz o leitor aos eixos analíticos básicos para a compreensão da sociedade como um sistema de significações.Leitura imprescindível para profissionais que têm no corpo a dimensão de seu ofício, conclui que o corpo é uma filosofia que “abriga em nós um inferno que costumamos ver nos outros: a natureza humana que é estranha aos homens.”
Escondidas por trás de concreto e arame farpado, as vidas de mulheres e homens encarcerad(as)os permanecem fora do olhar do público. Dentro dos muros, pessoas que cumprem pena de privação de liberdade em todo o mundo encenam produções teatrais que lhes permitem afirmar sua humanidade. Teatro em prisões e a crise global do encarceramento oferece um panorama internacional de projetos de teatro em prisões. Ao discutir diversas práticas teatrais em cárceres, este livro examina as maneiras pelas quais artistas e pessoas cumprindo pena usam o teatro como meio para construir comunidades, desenvolver habilidades profissionais, promover mudança social e manter viva a esperança. A escrita de Ashley Lucas oferece uma mistura distinta de narrativa, análise de espetáculos, diário de viagem e experiência pessoal como filha de um pai encarcerado. Uma leitura enriquecedora e absolutamente viva!
A obra conta a história de Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas, uma das mais emblemáticas figuras da arquitetura colonial no Brasil. Escravizado até os 58 anos, dominava a arte de talhar pedras para construções, o que o levou a ser contratado para a realização de projetos de arquitetura. Tebas foi um dos poucos homens escravizados que pôde se alfabetizar e conquistar sua alforria. Deixou um enorme legado na arquitetura da cidade de São Paulo, em construções como a antiga Catedral da Sé.
Tecendo Histórias Insurgentes é uma proposta que vem alargar os horizontes do conhecimento histórico. Reunindo distintas pesquisas no campo dos estudos de gênero, cultura, memória e identidades rompe de vez com a universalidade dos sujeitos. O tempo presente tem suscitado a emergência de “velhas” questões, que ressignificadas são exploradas a partir de linguagens, discursos e metodologias distintas. Novos sujeitos, novas demandas sociais se colocam no aqui e agora em um processo de curta duração possíveis de serem captadas pelas emoções, pelos indícios e pela oralidade e que ao ser recuperados possibilitam a construção de uma hermenêutica da escrita da realidade presente. São vozes dissonantes e ruídos constrangedores que mesmo silenciados ficaram na latência adormecida, de existências, de vividos porém não falidas, e que emergem na escrita artesanal da historiadora, do historiador que buscam compreender a sociedade a partir de práticas cotidianas, lugares e redes de relações. A releitura do dito, do fato consumado, da verdade cristalizada potencializa traçar caminhos enriquecedores para a historiografia que se atualiza no entrelaçar nas formas de ser e existir de todas, todos e todes. (Lidia Maria Vianna Possas - UNESP).
Em busca de uma prática mais humanizada na Educação, os autores circulam por temas recorrentes da área: prevenção à gravidez precoce; novos recursos didáticos e administrativos para o espaço escolar; alimentação saudável; melhor uso da voz e educação ambiental.
Buscou-se, neste pequeno livro, tornar acessíveis os procedimentos mais utilizados para a realização da pesquisa qualitativa e, igualmente, fundamentá-los de forma a permitir aos aprendizes e usuários do método, uma segurança epistemológica qianto à cientificidade do processo e das operações. Em comparação com outros textos já publicados, neste existe uma novidade: a apresentação de um suftware, o webQDA, que facilita a codificação do material qualitativo e uma análise preliminar dos dados empíricos, o que precisa ser completado com uma reflexão de segunda ordem que contextualiza e coloca o objeto de estudo em interconexões com estudos semelhantes nacionais e internacionais.
Técnicas Fundamentais de Enfermagem, ora em sua 3ª edição, apresenta-se revisto, ampliado e atualizado. Sua proposta didática é mantida: fácil acesso ao conhecimento e normatização clara das técnicas e dos procedimentos para o estudante de enfermagem. A grande aceitação deste trabalho assenta-se em três fundamentos do ensino de enfermagem: 1 - Bem-estar e segurança do paciente ao esclarecer e auxiliar a equipe de enfermagem sobre os cuidados básicos. Contribuição para melhor qualidade no atendimento do doente, no qual estão inseridos procedimentos preventivos da chamada infecção hospitalar. 2 - Facilitação do processo de ensino e aprendizagem para todos os alunos de graduação em enfermagem. Seu texto é objetivo, claro, conciso e eminentemente prático. 3 - Padronização dos materiais utilizados nas técnicas. Constrói-se novo modelo de atendimento sob o mesmo tipo de conduta e sob o mesmo tipo empregado. É livro, pois, notável por si próprio, que com sucesso atendeu ao longo de suas edições à comissão de padrões mínimos de enfermagem. Isso de acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde e pela Área V da Organização Pan-Americana da Saúde. Tornou-se, assim, de adoção obrigatória em grande número de cursos e faculdades de enfermagem no Brasil. Técnicas Fundamentais de Enfermagem, 3ª edição, apresenta 4 Editoras, 12 colaboradores, 25 capítulos, num total de 374 páginas.
O conhecimento é a maior das riquezas das organizações, uma vez que possibilita a tomada de decisões mais precisas, inteligentes e criativas, promovendo o aumento da competitividade e, por consequência, o desempenho. O leitor verificará que a tecnologia da informação para a gestão do conhecimento é um instrumento por meio do qual as organizações podem aumentar sua competitividade.
A complexidade e a velocidade dos negócios e a crescente pressão por melhores preços e serviços têm levado as empresas a reduzir suas estruturas, visando a flexibilização organizacional, por meio da implantação dos sistemas integrados de gestão. Este livro analisa o novo ambiente organizacional, com ênfase no trabalhador como cidadão, e apresenta quatro estudos de caso, abragendo a flexibilização organizacional e a flexibilização do trabalho, elementos normativos da SA 8000, a cidadania dentro das organizações e o exercício da responsabilidade social.
O livro apresenta ampla abordagem sobre as mais importantes possibilidades de aplicação das tecnologias da geoinformação, o geoprocessamento, para análise, planejamento e gestão do território. Apresenta estado da arte para fomentar discussões e reflexões sobre um contexto muito contemporâneo e em expressiva dinâmica de transformação. Discute questões sobre métodos, técnicas, potencialidades de aplicações e desdobramentos previstos nas temáticas de geoprocessamento. Apresenta os temas de infraestrutura de dados espaciais, mapeamentos por dados originados em mídias sociais, visualização da informação e a importância dos códigos compartilhados para a compreensão das decisões em paisagens coletivas. Seleciona os modelos de análise espacial mais interessantes para o emprego das análises diagnósticas e prognósticas sobre o território. Defende a importância de claros processos metodológicos para apoio à tomada de decisões, para inclusão de diferentes atores e representantes da sociedade, com vistas à ampla orquestração do planejamento e gestão do território.
O livro expressa os resultados de uma pesquisa que investigou as políticas de adoção das tecnologias de informação e comunicação (Tic) dos municípios brasileiros. Traz também um retrato do uso de ferramentas de participação social e transparência da gestão nos websites das prefeituras desses municípios. Os dados obtidos foram cruzados com a Taxa de Urbanização e o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (Idhm). De acordo com o plano amostral estatístico foram investigados 291 dos municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes.
Este segundo volume da série "Educação em Saúde", destinada a estudantes, docentes e profi ssionais, focaliza tecnologias educacionais aplicáveis a situações específi cas do universo da Saúde, com destaque para o recurso metodológico Educação pelos Pares. Além disso, aponta – passo a passo – caminhos para a construção do processo de validação de tecnologias.
Este livro, que é uma coletânea de artigos escritos por professores da EPSJV e de outras instituições qualificadas, tem como finalidade a reflexão sobre questões que incidem sobre a formação de alunos e professores. Articulado ao Projeto Político Pedagógico da EPSJV, é voltado para a integração entre a Educação Básica e a Educação Profissional.
Este livro, que é uma coletânea de artigos escritos por professores da EPSJV e de outras instituições qualificadas, tem como finalidade a reflexão sobre questões que incidem sobre a formação de alunos e professores. Articulado ao Projeto Político Pedagógico da EPSJV, é voltado para a integração entre a Educação Básica e a Educação Profissional.
Temáticas de Dissertações no Âmbito da Saúde Pública: Concepção de Orientadores e Estudantes
Tempo , quinto e último volume da coleção Parentalidade & Psicanálise, reúne textos que percorrem, de modo preciso e, por vezes, poético, os atravessamentos temporais que permeiam a experiência da parentalidade. Temas caros à psicanálise, como as transformações do corpo, a ausência de representação da morte, os tempos da constituição subjetiva e as separações, são abordados em sua relação com os desafios enfrentados no exercício das funções parentais no cenário contemporâneo, levando em conta noções como territorialidade e interseccionalidade. A leitura de cada capítulo reafirma a radical contraposição entre a ética psicanalítica e as pretensões de predição e garantia no cuidado com as próximas gerações.
Tempos Cruzados é um estudo que busca compreender, em perspectiva histórica, contextos para o surgimento da Saúde Coletiva no Estado de São Paulo entre os anos 1970-1980. Captura-se, portanto, tecnologias, políticas de Estado e a participação de seus membros nas propostas da chamada Reforma Sanitária, na elaboração do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como, na sua institucionalização em programas acadêmicos de pós-graduação e serviços de saúde, redundando em temas que ao serem analisados em dimensões regionais, revelam temporalidades e particularidades decisivas para apreensões mais complexas do viver.
A partir do segundo semestre de 2001, a saúde em São Paulo acertou seus passos nos trilhos da Constituição: inicia-se o processo de formação do SUS, na maior cidade brasileira. Este livro descreve os caminhos percorridos pela saúde ao longo de dois anos - 2001/2002 -, indicando os desafios, enfrentados e os avanços conquistados na gestão do sistema.
Constata-se que a saúde pública passa por tempos turbulentos há muitos anos e a desordem não foi interrompida, quando a temática diz respeito ao seu financiamento. Essa situação exige que se mantenham acesas algumas indagações gerais. Como explicar a existência de impasses no financiamento do SUS? Por que em mais de vinte anos se assistiu a permanência de impasses para financiar uma política pública universal, como a saúde no país? O entendimento sobre os constrangimentos que tem o financiamento da saúde, no desenvolvimento do SUS, é estudado à luz do modo de atuação da dinâmica do capital, sob o comando do capital financeiro, de forma mais precisa, do capital portador de juros, e o seu movimento de pressão sobre a política social em todo o mundo.
Neste livro que já se tornou uma obra de referência, o autor apresenta uma introdução contundente à teologia negra, cuja origem remonta à década de 1960, na África, nos Estados Unidos e no Caribe. Vinculada às lutas antirracistas e à segregação racial, é uma resposta do povo negro a uma teologia imposta como única e universal. Enraizada na narrativa histórica do Êxodo, é interpretada não apenas como um evento de libertação física, mas também como uma metáfora holística para a libertação espiritual e social.
Este livro de José Maurício Domingues apresenta uma investigação de fôlego, densa e rigorosa, sobre a configuração da modernidade política, em seus componentes imaginários e institucionais, e de seus desdobramentos, reais e virtuais, que hoje nos atravessam. Sem abstrair dos graves desafios que abalam a existência contemporânea, Domingues desenvolve uma análise acurada dos fundamentos jurídico-políticos e filosóficos da vida política moderna, com o objetivo de compor um diagnóstico do tempo presente – no qual se destacam a crescente oligarquização das estruturas políticas, o liberalismo e o fortalecimento do Estado – que permita a abertura de novas perspectivas de mudança e emancipação social.
Nestes quarenta anos de Reforma Sanitária houve avanços tanto no espaço simbólico, quanto no provimento concreto de leis, normas e serviços voltados para a defesa da vida das pessoas. Mas, ao mesmo tempo, o SUS ainda é incompleto e importante para superar exclusões e abusos que representam entraves para o atendimento dos interesses e necessidades de grande parte da população. Além do mais há degradação da qualidade de vida da maioria do povo, violência, quase ausência de políticas de saneamento e de habitação, exploração ampliada do trabalho e desrespeito à noção de cidadania.
A ideia fundamental da teoria da reprodução social (TRS) é, simplesmente, que o trabalho humano está no centro da criação ou reprodução da sociedade como um todo. A noção de trabalho é concebida aqui no sentido original pretendido por Karl Marx, ou seja, como “a primeira premissa de toda a história humana” — e que, ironicamente, ele próprio não conseguiu desenvolver plenamente. O capitalismo, no entanto, reconhece o trabalho produtivo para o mercado como a única forma legítima de “trabalho”, ao passo que a enorme quantidade de trabalho familiar e comunitário que continua a sustentar e a reproduzir o trabalhador ou, mais especificamente, sua força de trabalho, é naturalizada como inexistente. Contrários a essa interpretação, os teóricos da reprodução social compreendem a relação entre o trabalho que produz mercadorias e o que produz pessoas como parte da totalidade sistêmica do capitalismo. A teoria procura, assim, tornar visível o trabalho analiticamente oculto pelos economistas clássicos e politicamente negado pelos formuladores de políticas. […]
Esta coletânea traduz a trajetória política e conceitual de Paulo Amarante em sua vida profissional, servindo como referência para muitas pessoas que atuam na área da saúde mental, usuários dos serviços, familiares, técnicos, professores, pesquisadores e ativistas de defesa dos direitos humanos e da cidadania. As reflexões do autor contribuem para o permanente avanço da reforma psiquiátrica no Brasil, a qual ele compreende como um processo social complexo de base tanto para a formação crítica dos profissionais que atuam na área quanto para a clínica. Todo seu esforço pressupõe o ideário de que as pessoas que precisam desses serviços e profissionais sejam mais bem cuidadas e consideradas em seus direitos e em sua cidadania.
Teoria e Métodos de Pesquisa Social traz capítulos escritos por estudiosos de renome internacional e pesquisadores experientes. Esta segunda edição foi ampliada e atualizada em grande medida e apresenta todo o leque de métodos de pesquisa em ciências sociais, em lugar de utilizar um paradigma em especial. Os leitores são convidados a examinar as ideias expostas nestes capítulos, com o intuito de aprender de mente aberta e revisitar e questionar pressuposições.
O objetivo deste trabalho é transmitir de maneira extremamente didática a complexidade desse tipo de terapia, com destaque para importância de tosas as etapas do manejo, como a definição das necessidades proteico calóricas da prescrição até o monitoramento da resposta clínica, facilitando sua estruturação status regulatória, científico e de gestão como atividade multidisciplinar obrigatória.
O volume mostra como essas mudanças do SUS estão conectadas às bases de transformações socioeconômicas do país. Em quatro capítulos, as autoras explicam as atividades estatais e as características da estrutura organizacional no Brasil, passam pelo dever estatal de promoção de saúde e pela estrutura do SUS e abordam ainda o conceito e o histórico evolutivo da terceirização. Por fim, elas analisam a terceirização na saúde pública, realizada por meio da contratualização com as organizações sociais de saúde (OSS).
Nesta história do pensamento e da militância dos intelectuais negros, Paulina Alberto mostra que esses pensadores e ativistas tiveram um impacto fundamental nos discursos sobre a “democracia racial” e outros termos de inclusão cultural e política no século XX. Com base em uma grande variedade de fontes, incluindo a prolífica imprensa negra, a autora constata que os intelectuais negros em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Salvador mudaram as formas de se engajar nos discursos raciais oficiais na medida em que, devido a processos históricos mais amplos, o horizonte para a verdadeira inclusão parecia expandir-se, num primeiro momento, para logo depois se estreitar.
Autora de importantes obras que discutem os ataques ao meio ambiente por grandes empresas e o efeito desastroso de um mau uso do solo, a doutora em física quântica e ativista ambiental Vandana Shiva faz nesse livro uma volta a suas raízes, revendo uma trajetória que acabaria por definir os movimentos em que se engajou.
Terra – Antologia afro-indígena é uma coedição entre PISEAGRAMA (@revistapiseagrama) e Ubu que reúne 25 ensaios, publicados ao longo dos treze anos da revista PISEAGRAMA e também inéditos, que abordam as múltiplas relações da terra com a cidade, com a política, com o clima e com o corpo, das perspectivas dos quilombos, dos territórios indígenas, das periferias urbanas, dos assentamentos, das reservas extrativistas, das ocupações, das retomadas, das florestas, do semi-árido, das favelas, dos terreiros e dos reinados. ? ? O livro traz reflexões sobre a diversidade biocultural deste território que chamamos de Brasil e especulações sobre os impasses do Antropoceno, cruciais para o inadiável reenvolvimento com a terra e para a ampliação dos nossos imaginários de coexistência. ? ? Fazem parte desta coletânea: Antônio Bispo Dos Santos Jerá Guarani Cacique Babau Tonico Benites Joelson Ferreira De Oliveira Poliana Souza E Leonardo Péricles Makota Kidoiale Izaque João Heleno Bento De Oliveira Creuza Prumkwyj Krahô Isabel Casimira Gasparino Entidade Maré Castiel Vitorino Brasileiro Glicéria Tupinambá Sandra Benites Wenderson Carneira Ventura Profana Gil Amâncio Ester Carro Nei Leite Xakriabá Oreme Ikpeng Carlinhos Da Resex De Canavieiras Isael Maxakali E Sueli Maxakali Célia Xakriabá Davi Kopenawa Jaime Lauriano Matheus Ribs
O livro traz a contribuição original de geógrafos, epidemiologistas, economistas, historiadores e arquitetos sobre as relações entre condições ambientais e situação de saúde. Aqui é ressaltado o papel do território como mediador entre os processos econômicos e sociais e também suas externalidades, materializadas no espaço geográfico na forma de intensas mudanças nas condições ambientais e suas conseqüências sobre o processo de saúde e doença.
Raúl Zibechi é um dos mais importantes pesquisadores das lutas sociais na América Latina, e sua obra expressa uma tradição fundamental do pensamento radical da região, vivamente conectada e vinculada aos territórios e movimentos coletivos. Apesar de sua imensa relevância, apenas uma parte bastante diminuta de sua obra encontra-se publicada em português. A presente coletânea pretende contribuir para começar a sanar essa lacuna editorial no Brasil, mas também fazer reverberar um tipo de intervenção que retoma a hipótese autonomista das lutas, para seguir pensando e caminhando com aquelas e aqueles que resistem em um continente conflagrado pela guerra permanente contra os povos. Não é como intelectual ou ilustre teórico de vanguarda que este escritor, militante e jornalista uruguaio se mostra àqueles que se deparam com seus textos e intervenções. Zibechi nos surge, antes de tudo, por meio dos movimentos que acompanha, por sua cumplicidade junto aos que lutam e pensam com os pés na terra. Trata-se de uma postura que se reflete na forma de seus textos, marcados por uma linguagem direta e aberta, sem academicismos e comprometida com a circulação das questões conforme são formuladas nos contextos em que surgem.
Tendo o cuidado como categoria central de pesquisa e o adoecimento crônico infantil como foco de sua atenção, a autora deste livro estuda as relações entre crianças e adolescentes atendidos em hospitais, seus familiares e os profissionais da saúde. À luz dos princípios da humanização – acolhimento, protagonismo, corresponsabilidade e autonomia –, a pesquisa busca refletir criticamente não só sobre o cotidiano da assistência, mas também sobre as possibilidades de se produzir um projeto de vida com e apesar do adoecimento crônico, contribuindo para o entendimento dos elementos, desafios e potencialidades inscritos no cuidado dedicado a essas crianças e adolescentes. “Este livro trata de um tema que marca intimamente a vida de um grupo de sujeitos, mas não é demais lembrar que as condições crônicas de crianças e adolescentes referem-se a problemas que afetam toda a sociedade, o que demanda que o cuidado objeto do presente estudo seja integral, intersetorial e incorpore valores que afirmem a humanização das relações”, afirma a autora.
O livro, fruto de tese de doutorado, defendida em 2017 no Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), parte de um olhar genealógico e arqueológico para elaborar uma biografia da testosterona na ciência: como surgiu e passou a existir algo que hoje conhecemos como o hormônio testosterona.
Este livro marca com clareza o papel estratégico do trabalhador de nível médio nas ações de Vigilância Epidemiológica - área da Saúde Pública com respeitável tradição e de importância central para a vida cotidiana das populações, sobretudo as urbanas. Os textos deste volume trazem diversos ângulos de abordagem crítica: o que caracteriza o perfil histórico da área, pondo em contexto preciso as informações e a pesquisa.
Entre os vários aspectos fortes deste trabalho, apresentado em dois volumes, destacam-se a abrangência, possibilitando não apenas a capacitação técnica específica, mas também - e sobretudo - a formação crítica do profissional. Os conteúdos: fundamentos biopsicossociais da hemoterapia e doação de sangue e exames de qualificação do sangue doado (vol.1); prepara-ção e modificação de componentes sangüíneos e organização e desenvolvimento de serviços de hemoterapia (vol.2). Ambos os volumes incluem, ao final dos capítulos, algumas sugestões bibliográficas devidamente comentadas. O volume 2 traz um encarte fotográfico colorido com imagens dos principais equipamentos utilizados nos serviços.
O livro conta a história de Theodoro Sampaio, professor de Matemática e desenhista do Museu Nacional. Formou-se engenheiro civil e participou da expedição científica ao Vale do São Francisco, integrou a Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo e ajudou a fundar o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Theodoro foi um dos principais intelectuais brasileiros, deixando como legado, entre outras publicações, sua famosa obra: “O tupi na geografia nacional”.
Tirar a vida conta a história multifacetada do suicídio na modernidade e traça sua revalorização nos mais diversos campos culturais: na política (suicídio como protesto e atentado), na lei (descriminalização do suicídio), na medicina (suicídio assistido) e também como na filosofia, na arte e na mídia. Thomas Macho retorna às raízes culturais do suicídio, lê diários, assiste a filmes, examina obras de arte, estuda histórias de casos reais e mostra em particular quais efeitos de ressonância surgem entre os diferentes motivos de suicídio.
O enfoque qualitativo vem sendo utilizado por um número crescente de estudantes e pesquisadores no campo da saúde, mas muitos ainda o fazem sem uma compreensão densa dos fundamentos que sustentam suas pesquisas, já que uma transição epistemológica na direção do paradigma interpretativo requer sólida fundamentação em ciências humanas e sociais. Nesse contexto, este livro visa a facilitar o aprofundamento sobre temas complexos para a totalidade do enfoque, ainda ausentes ou muito escassos na literatura científica. Tópicos clássicos e desafiadores para a pesquisa qualitativa são explicados por renomados especialistas, com larga experiência no ensino e desenvolvimento de estudos qualitativos na área da saúde, em diferentes países. O livro trata de temas como: objetividade e subjetividade, avaliação da qualidade, paradigmas e nomenclaturas; congruência epistemológica e rigor; o lugar da teoria; ética em pesquisa; amostra e transferibilidade; análise e interpretação; escrita qualitativa; utilização dos resultados; educação de novos pesquisadores, entre outros. Esta obra articula as dimensões ontológica, epistemológica, metodológica e axiológica da pesquisa qualitativa, constituindo uma contribuição pioneira em termos de densidade e abrangência.
Um manual. Assim a autora organizou esta obra, que será sem dúvida uma grande contribuição para os farmacêuticos, ao satisfazer a sua necessidade de entender e dominar os aspectos legais envolvidos no dia a dia da profissão. De modo simples e direto, traz as principais leis e normas que balizam as atividades, prestando um grande serviço ao ensino das Disciplinas Deontologia e Legislação Farmacêutica, que careciam de um livro-texto capaz de dar ao estudante uma visão panorâmica do assunto.
O crescimento da população idosa brasileira é uma realidade e está ocorrendo em um nível sem precedentes. A expectativa de vida do ser humano cresce no Brasil em quase todo o planta. Há um século o brasileiro vivia uma média de 40 anos. Hoje vive 72 anos. A vida mais longa do ser humano é uma das grandes conquistas da civilização. Alimentação adequada, melhorias das condições sanitárias nas cidades, avanços na medicina de diagnóstico e dos medicamentos, vacinas, diminuição da mortalidade infantil e diminuição da taxa de natalidade contribuem para isso. Contudo, a ocorrência desse fenômeno é o que estabelece o desafio para a Geriatria e Gerontologia. O que fazer com as doeças e outros problemas relacionados ao envelhecimento? O que fazer para que essas pessoas envelheçam sem incapacidades, sem dependências, com boa saúde física e mental e com autonomia? Este livro tem a pretensão de ser exatamente útil para aqueles que lidam com indivíduos idosos e que desejam que o processo de envelhecimento seja antes de tudo bem-sucedido.
A Topologia da Violência de Byung-Chul Han caracteriza, sobretudo, aquela transformação do acontecimento da violência que se realiza na mudança da decapitação (sociedade pré-moderna da soberania e do sangue) para a deformação (sociedade moderna da disciplina) até chegar à depressão (sociedade atual do desempenho e do cansaço).
Este livro procura ter como tema o sujeito feminino e suas questões em torno da sexualidade. A autora tem o intuito de discutir o que poderia contribuir ou não para constituir obstáculos à feminilidade, qual a questão do feminino com a lógica do reconhecimento e do que depende o reconhecimento do outro para sua experiência da feminilidade. A autora busca partir da premissa construída por Lacan, de que na constituição da sexualidade feminina existe algo de enigmático e singular, que se encontra mais além da problemática edípica e da castração, impossibilitando que seja instituído um caminho único e universal no processo de tornar-se mulher. As mulheres, por não contarem com um traço simbólico que as definem, seriam obrigadas a construir, inventar uma a uma sua própria versão da feminilidade. Os obstáculos à feminilidade poderiam ser acentuados caso a mulher não aceitasse que tal traço inexiste, condenando-a a uma eterna busca pelo reconhecimento.
Tornar-se negro foi pioneiro ao conectar a psicanálise com a questão racial. De forma inovadora e potente, a psiquiatra e psicanalista Neusa Santos Souza dedicou um estudo acadêmico à vida emocional de negros e negras, justificado pela absoluta ausência de um discurso nesse nível elaborado pelo negro acerca de si mesmo. Partindo da própria experiência de ser negra numa sociedade de hegemonia branca, Neusa analisa uma série de depoimentos dados a ela, assinalando neles as consequências brutais do racismo e da introjeção do padrão branco como o único caminho de mobilidade social para o negro. São histórias de vida de dez personagens que se autodefinem e falam das estratégias para a ascensão, cujo custo emocional é o da sujeição, negação e apagamento de suas identidades, sua cultura e seus corpos. Intelectual brilhante, Neusa Santos Souza deixou imensa contribuição para o movimento negro e a prática psicanalítica.
Obra literária obrigatória para os vestibulares UEL 2025 e UFSC 2025. Um texto épico e lírico, realista e mágico que revela, para além de sua trama, um poderoso elemento de insubordinação social. Vencedor do prêmio Leya 2018. Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas ― a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.
Trabalhar na saúde engloba uma multiplicidade de atores e uma diversidade de processos nos serviços públicos, seja na Estratégia Saúde da Família, nos ambulatórios, nos hospitais ou nas emergências. Aos médicos e às equipes de enfermagem, somam-se os agentes comunitários de saúde.Uma análise, ao mesmo tempo, abrangente e detalhada sobre essa complexa realidade é o que oferece esta coletânea, que combina teoria e prática para lançar luz sobre uma série de questões polêmicas, como o sofrimento e o desgaste físico e psíquico vivenciados pelos trabalhadores da saúde; o paradoxo entre a missão de cuidar e a ausência de meios; e a necessidade de ‘invenções’ cotidianas para atender às expectativas dos usuários.
Vários dos achados nesse livro comprovam que o trabalho no setor da saúde vem sendo caracterizado por situações de muitas tensão, provocando frequantes repercussões psicossociais sobre os trabalhadores do setor. Nota-se, ..., que os trabalhadores do SUS municipal vêm padecendo de sofrimento físico-mental diante das condições de precarização e intensidade do trabalho. O mais importante de tudo isso é que os autores não deixam, em nenhum momento, de articular muito bem essa degradante situação do trabalho em saúde com as transformações contemporâneas do modo de produção capitalista e de suas relações com a forma Estado no nosso país. Sem dúvida, trata-se de obra essencial para ampliar o horizonte daqueles ... preocupados com o campo do trabalho em saúde e não ficarem restritos a uma análise dissociada do perverso movimento totalizante do capital.
O trabalho de muitos pesquisadores não se restringe ao laboratório. Aqueles que estudam zoonoses – doenças transmitidas por animais – estão entre os que costumam ir a campo. Suas atividades podem incluir expedições a campo para a captura de animais silvestres e coleta de amostras biológicas. No imaginário, algo associado ao senso de aventura. Na prática, tarefa fundamental à pesquisa e à vigilância ambiental e epidemiológica, exercida por profissionais continuamente expostos ao risco de infecção por bactérias, vírus e outros parasitas transmitidos por animais. Contribuir para a capacitação desses profissionais é o objetivo deste livro. A coletânea apresenta e discute diversos aspectos importantes para evitar acidentes e assegurar a proteção do profissional e do ambiente no trabalho de campo com animais, bem como os procedimentos necessários antes e depois da expedição.
A partir de uma pesquisa bibliográfica aprofundada e de entrevistas e relatos de mulheres de diferentes idades e origens que exercem a profissão de trabalhadoras domésticas, este 11º volume da Coleção Feminismos Plurais traça um painel histórico e social do trabalho doméstico no Brasil. A autora Juliana Teixeira uniu sua experiência pessoal como filha de uma trabalhadora doméstica com sua pesquisa de doutorado em Administração apresentado ao Centro de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais - CEPEAD/UFMG para traçar as origens históricas escravocratas da condição atual da mulher trabalhadora doméstica e discutir a importância da regulamentação dessa atividade, além das interseccionalidades de entre gênero, raça e classe desse grupo, assim como o racismo estrutural e o papel da branquitude no assunto, seja por meio de suas ações ou dos silenciamentos que promove. Trabalho Doméstico apresenta uma discussão indispensável, escancarando as desigualdades e opressões sofridas pela categoria e enfatizando a presença da nossa herança colonial escravista ainda na sociedade atual.
O livro traz uma coletânea de textos que abordam questões acerca dos direitos, da ética, do trabalho e das políticas públicas que vêm sendo estudadas e debatidas no campo do Serviço Social.
O livro traz ao leitor uma análise do significado da categoria trabalho em Marx e de sua relação com a emancipação humana. Resultado de estudo minucioso sobre os Grundrisse – manuscritos que precedem à redação de O Capital –, o livro expõe inicialmente a amplitude do conceito de trabalho aí encontrado bem como os traços que distinguem esta atividade no mundo moderno, marcado tanto pela alienação dos indivíduos, quanto pela universalização de suas determinações.
O livro se propõe a abordar questões que povoam o universo do trabalho e das formas de sua gestão. O trabalho é analisado em seus aspectos práticos e objetivos, em suas representações, seus saberes e como estruturador do funcionamento psicológico dos indi
Esta obra se propõe a contribuir com as desafiantes indagações que tantos docentes-educadores(as) se colocam no convívio com crianças e adolescentes forçados a trabalhar para sobreviverem. Como valorizar as experiências de infância que eles trazem às escolas? O trabalho os forma/deforma, humaniza/des-humaniza? Que saberes, valores do trabalho, que leituras da cidade, dos campos trazem para a escola? O texto, aqui apresentado, destaca como docentes-educadores(as) reinventam a docência, os currículos, para que essas infâncias tenham garantido o direito a saber-se nesses exercícios tensos de ser criança.
O livro oferece uma série de propostas e abordagens para profissionais do SUS, além de estudantes e pesquisadores. São contribuições sobre aspectos sócio-históricos, teórico-conceituais, jurídicos e práticos que possam ampliar os debates acerca do trabalho infantil. De forma ampliada, a obra busca contribuir para uma visão em que a atenção integral à saúde seja efetivamente reconhecida como um direito universal.
Sohn-Rethel desenvolve a tese ousada de que a análise marxiana da mercadoria é chave não só da crítica da economia política, mas também da origem histórica do próprio pensamento conceitual ocidental e da divisão entre “cabeça e mão” que dele decorre: “a separação entre trabalho intelectual e manual é tão imprescindível para a dominação da classe burguesa quanto a propriedade privada dos meios de produção.” Ao cunhar o conceito de “abstração real” e reposicionar as discussões sobre ciência, técnica e epistemologia no campo marxista, a obra de Sohn-Rethel apresenta fertilidade duradoura para a filosofia crítica contemporânea, inspirando autores como Slavoj Žižek, Anselm Jappe, Antonio Negri e Giorgio Agamben, entre outros.
Nesta obra estão registradas afirmações inteiramente inovadoras sobre as violências cometidas contra as mulheres e suas consequências sobre o acesso ao emprego. De modo totalmente inesperado, as pesquisas cada vez mais numerosas sobre o corpo e a sexualidade encontram seu prolongamento no mundo do trabalho, em meio aos avatares da igualdade profissional. Novas maneiras de apreender a cultura e as artes sob o prisma do gênero também fazem parte dos textos. A obra traz o prólogo de Angela Davis, que, de acordo com Maruani, 'melhor que qualquer pessoa, fala das questões de classe, de raça e de sexo que atravessam o mundo do trabalho'. E ainda conta com epílogo de Michelle Perrot. A apresentação da edição brasileira é das pioneiras em estudo de gênero, Bila Sorj e Helena Hirata.
Obra que investiga, de forma sensível, a assistência prestada no Sistema Único de Saúde (SUS) aos usuários que enfrentam questões de saúde mental relacionadas às suas vivências nos ambientes de trabalho. A autora revela em sua pesquisa a importância do cuidado integral em saúde e do compartilhamento de saberes e experiências entre trabalhadores e usuários do Sistema.
Quem eram os traficantes de africanos escravizados? Como se dava a sua participação no negócio nefasto de compra e venda de seres humanos? Qual a sua inserção na sociedade? Depois das manifestações do Black Lives Matter após o assassinato de George Floyd, nos EUA, e da derrubada da estátua do traficante Edward Colston, em Bristol, na Inglaterra, em 2020, tais perguntas estão na ordem do dia. E sendo o Brasil a principal nação escravista das Américas, responsável pela importação de mais de cinco milhões de africanos em mais de 300 anos de tráfico, as respostas tornam-se ainda mais urgentes.
Este livro sério e fascinante sobre a teoria da dependência é uma ótima alternativa às comemorações ufanistas do bicentenário da primeira “transição transada” (expressão de Florestan Fernandes) da história deste país. O leitor é incentivado a caminhar pelas trilhas da teoria da dependência, trajetória que só adquire inteligibilidade quando vista em suas distintas inserções nas lutas anti-imperialistas. Nesta odisseia teórico-política, destacam-se Ruy Mauro Marini, Theotônio dos Santos e Vânia Bambirra. Rodrigo Castelo faz análises brilhantes dos aparelhos de hegemonia, inclusive em universidades de ponta, que foram, no Brasil e em outros países, fundamentais para os diversos momentos do desenvolvimentismo e também para os avanços e recuos da teoria da dependência. Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida - PUC SP
As cláusulas sociais de condenação tanto do incesto como da pedofilia permanecem implacáveis, uma vez que violam elementos primordiais do contrato fundante da civilização ao ignorarem a diferença geracional, a interdição do incesto, a castração simbólica e a submissão à lei da cultura a partir do pacto edípico. As tramas da perversão adulta intrafamiliar quando atingem crianças e adolescentes causam traumas violentos que tecem malhagens catastróficas em seus psiquismos. A singularidade do papel e da atuação do psicanalista em meio a outros discursos aponta a criação de condições para que o sujeito em tratamento psicanalítico invente outras possibilidades afetivas de enfrentar seu trauma, fazendo com que o segredo do abuso sexual deslize da sua faceta de sigilo para a de enigma – e que, como tal, possa instigar o sujeito, ao longo da vida, a distintos níveis de elaboração que darão um destino menos sofrido e mais criativo à sua dor e seu estar no mundo. Este livro reúne contribuições inovadoras ao entendimento do papel do psicanalista para ajudar o paciente a enfrentar as tramas rompidas, enfraquecidas e esburacadas pelo trauma da violência sexual intrafamiliar, Os escritos advindos na sua maior parte de evento sobre o tema, organizado pelo Projeto CAVAS da Universidade Federal de Minas Gerais – instituição que ocupa um lugar importante pela relevância social de suas pesquisas e atendimento clínico no campo psicanalítico dentro da rede multiprofissional e interinstitucional de enfrentamento da violência infanto-juvenil – têm como objetivo discutir a possibilidade de reconstrução de vínculos fundamentais à integridade psíquica do sujeito, da família e da comunidade. Renata Udler Cromberg
A publicação pretende ser mais um meio de visibilizar as resistências que se tecem na relação entre grupos sociais e grupos acadêmicos para o enfrentamento de conflitos ambientais: existimos e resistimos, ao questionar epistemes, experimentar possibilidades outras na formação de pessoas e na construção de conhecimentos, e ao recriar a relação universidade-sociedade, alimentados por outros sentidos.
Trata-se de uma peculiar jornada aos bastidores da medicina em que o autor apresenta, de forma agradável e divertida, histórias e situações em que os profissionais de saúde empregam variadas figuras de linguagem para fazer chistes, troças, comentários jocosos - a gíria. Buscando desvendar a que necessidades da prática cotidiana essa linguagem serve, Chistopher Peterson tem a coragem de ultrapassar o que poderia ser considerado 'politicamente correto' e discutir aspectos da prática médica pouco conhecidos pelo público em geral.
A coletânea reúne parte da produção acadêmica do Encontro Transdisciplinar de Afrobrasilidades, no Rio de Janeiro, com o intuito de mostrar que as diversas maneiras de se falar sobre afrobrasilidade transcendem seus campos de convergência , expondo o caráter transdisciplinar do tema capítulos como patrimônio cultural e colecionismo, relações raciais em sala de aula, religião e subjetividade social, Lei 10.639,imagens e movimentos, cultura afro-brasileira e cotidiano escolar, práticas culturais e música.
Letícia Nascimento, em Transfeminismo, através de uma linguagem acessível e didática, traz ao público geral explicações necessárias sobre os conceitos de gênero, transgeneridade, mulheridade, feminilidade e feminismo. Mostra como cada vez mais é necessário que as pessoas estejam abertas às diversas existências que não necessariamente se encaixam no organização binária e cisgênera do mundo. Um primeiro passo nesse sentido é conhecer as experiências de quem faz parte desses grupos e esse livro, escrito por uma mulher travesti, negra e gorda, que está presente nos meios acadêmicos e é inspiração para outras mulheres transexuais e travestis, apresenta essas vivências, traz conceituações históricas e situa o transfeminismo dentro dos demais feminismos existentes.
O livro traz a experiência do autor em sua convivência com os Wari’ (ou Pacaás Novos), povo indígena mais numeroso no estado de Rondônia, com cerca de 2.700 indivíduos. Apresenta, em linguagem precisa e agradável, uma abrangente descrição das condições de alimentação e nutrição locais, levando em consideração a especificidade cultural das comunidades amazônicas. A obra demonstra o quão importante é não prescindir de cuidadosa contextualização dos achados no conjunto das práticas nativas e das ideias que as orientam, seja qual for o campo sob investigação.
O conjunto de textos desse livro visita variados temas com uma preocupação constante: enxergar o verso das questões para nele tecer, com categorias encontradas nos pensamentos de Bakhtin, Vigotski e Bateson, elementos de respostas que sustentem uma prática de relações educativas.
Importante contribuição para os estudos de gênero e sexualidade, migrações transnacionais e história do trabalho. A autora nos brinda com uma excelente etnografia multissituada de longa duração que relaciona gênero e sexualidade, migrações internacionais, mercado de trabalho e identidade nacional num mundo desigual.
Este livro procura abranger o campo dos transplantes e realizar discussão de temas éticos e morais ligados a esta forma de prática médica que atende a uma necessidade de saúde. Entre os assuntos tratados salientam-se a obtenção de órgãos de cadáveres e de doadores vivos, os critérios de determinação da morte e o consentimento para a retirada de órgãos. Entre as questões examinadas estão as propostas para retirada rotineira de órgãos de cadáveres, os critérios para a obtenção de órgãos e de tecidos de doadores vivos, de fetos, de animais, assim como os problemas éticos atuais dos implantes artificiais.
Esse manual, objetivo e prático, é o seu melhor guia na abordagem clínica dos pacientes transgêneros. A proposta do livro é ensinar os profissionais da saúde dos três níveis da atenção a fazer uma abordagem humanizada, técnica e responsável capaz de garantir atendimento às demandas específicas desse grupo populacional. Diante do aumento da frequência de atendimento a pacientes cuja autoidentidade de gênero não corresponde com o gênero atribuído ao nascimento, cabe aos médicos, amparados por uma equipe multidisciplinar, fornecer o tratamento ético e seguro a essa população. Este livro abrange os principais temas clínicos que envolvem o transtorno de identidade de gênero: Definições. Epidemiologia. Avaliação inicial. Diagnóstico clínico, psiquiátrico e sexológico. Tratamentos medicamentoso e cirúrgico. Aspectos específicos necessários para a terapêutica de pacientes pediátricos e idosos. Atendimento ginecológico e obstétrico. Aspectos clínicos da vida do atleta transgênero de alto rendimento. É uma obra, em formato de manual, inédita e imprescindível a qualquer médico que se depare com pacientes inconformados com o gênero designado ao nascer.
O livro Transversalidade Epistemologica da Saude Coletiva: Saberes e Praticas proporciona ao leitor a possibilidade de ampliar, de forma inovadora a analise de multiplos temas de reflexao e de pesquisa, a partir de variados e criativos enfoques epistemologicos, acerca do complexo campo da saude coletiva. Livro dividido em uma introducao e mais treze capitulos sendo que muitos deles sao frutos de teses e dissertacoes pautadas na abordagem teorica da fenomenologia e da hermeneutica.
Tratado de Medicina de Urgência do Idoso reflete, do ponto de vista da saúde e, particularmente, da Medicina, a verdadeira explosão demográfica da longevidade, cujos indicadores estatísticos assinalam seu gradual e progressivo crescimento.
Este tratado expõe um panorama dos principais assuntos de que se ocupa a Saúde Coletiva para estabelecer diálogo com docentes e discentes de graduação e pós-graduação das profissões de saúde. Este Tratado compõe-se de quatro partes com seus respectivos subtemas - Parte I - Abrindo o Campo - História da Saúde Coletiva; Produção da saúde-doença e os modos de intervenção; Saúde e Ambiente; Saúde e Desenvolvimento; Formação e Educação em Saúde; O Campo de Tratamento em Saúde Coletiva; ParteII - Ciências Sociais e Saúde - Contribuição da Antropologia; Políticas de Saúde; Economia da Saúde; Sociologia da Saúde; ParteIII - Epidemiologia e Saúde Coletiva - Contribuição da Epidemiologia; Risco e Vulnerabidade em Saúde; Epidemiolgia e Serviços de Saúde; Desigualdades em Saúde; Vigilância em Saúde; Parte IV - Política, Gestão e Atenção em Saúde; Sistema Único de Saúde; Gestão e Organização da Atenção à Saúde; Sistemas Comparados de Saúde; Saúde Mental; estratégias, dispositivos e clínicas; Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças; Construção de autonomia; Vigilância Sanitária; Avaliação de Programas de Serviços de Saúde; Participação e Comunicação em Saúde.
Um estudo da vida cotidiana das travestis (como preferem ser chamadas) que trabalham no centro histórico de Salvador enfocando o modo como vivem, agem, pensam e falam sobre sua própria inserção na sociedade brasileira. Isso é o que vai encontrar o leitor de Travesti: prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil. Escrito pelo sueco Don Kulick, mestre em antropologia pela Universidade de Nova York, que teve a oportunidade de um convívio prolongado com um grupo de travestis, morando e indo às ruas com elas para esperar clientes, este livro pode ser lido em diferentes perspectivas: como uma etnografia lírica e extremamente bem escrita, um ensaio teórico sobre representação corporal e subjetividade, ou uma contribuição importante à antropologia do corpo e de gênero. Além disso, o que o leitor de Travesti vai encontrar é algo raro nas obras de origem acadêmica: à medida que se avança no texto, torna-se difícil parar, como acontece na leitura de um bom romance.
Este livro, que reúne uma diversidade de autores, autoras, temas, posições teóricas e apreensões políticas, tem origem em uma pesquisa, desenvolvida em 2015, sobre as sociabilidades de travestis na cidade de Belo Horizonte – um marco na trajetória de estudos quantitativos e qualitativos sobre as travestilidades no Brasil. Considerando que boa parte das pesquisas quantitativas sobre as experiências travestis foi produzida tendo a aids como referência, este trabalho intencionou muito mais criar pontes de diálogo entre a pista das ruas e as pistas acadêmicas, a partir da produção conjunta sobre as diversas sociabilidades travestis na cidade.
Leitores interessados no desenvolvimento teórico da bioética e, ao mesmo tempo, em sua aplicação na solução de conflitos morais certamente encontrarão neste livro materiais de grande valor. Cada capítulo coloca a bioética em um contexto diferente: na clínica, na genômica e na biossegurança. No primeiro ensaio, discutem-se as possibilidades dessa ‘caixa de ferramentas’ chamada bioética para compreender e tentar resolver conflitos de interesses e valores no âmbito das relações entre profissionais e usuários dos serviços de saúde. No segundo, o autor aplica as ferramentas da bioética ao caso dos conflitos morais que envolvem a genômica, contemplando argumentos favoráveis e contrários às práticas da engenharia genética e contribuindo para o raciocínio crítico e sem preconceitos sobre o tema. Por fim, o terceiro capítulo trata da interface entre a bioética e a biossegurança, que têm preocupações comuns, como a questão dos riscos, mas abordagens distintas – enquanto a bioética se ocupa dos valores morais, a biossegurança lança mão de medidas técnicas, administrativas e legais.
'Tuberculose - Do Ambulatório à Enfermaria' está simultaneamente dirigido aos profissionais da área da Saúde, que diretamente lidam com pacientes, e aos que fazem pesquisa. Seu conteúdo reflete a experiência adquirida pelos autores nos últimos sete anos a partir do Programa de Tuberculose Hospitalar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PCTH/UFRJ). O livro traz os seguintes temas - História; Epidemiologia; Bacteriologia; Imunopatogenia; Fisiopatologia; Tisiogênese; Problemas de Diagnóstico; Tipificação de Estados de Infecção Latente; Condutas para o Manuseio das Exacerbações Endógenas e a Doença Ativa, com suas Formas Clínicas; Tratamento, inclusive na co-infecção com o HIV.
Tuberculose sem Medo é livro de resposta aos questionamentos da atualidade, ao se observar o recrudescimento ou, minimamente, a persistência da tuberculose em nosso meio. Do ponto de vista médico e epidemiológico, tudo se sabe a seu respeito: sua causa, modos de transmissão, quadro clínico, diagnóstico, tratamento medicamentoso, imunização e outras informações correlatas.
Bilionários não deveriam existir. É o que defende o senador norte-americano Bernie Sanders, que, nadando contra a corrente do que ele chama de supercapitalismo, tem dedicado seus anos na política a lutar pela democracia e contra a esmagadora desigualdade de renda que atinge os Estados Unidos. Em Tudo bem ficar com raiva do capitalismo , livro escrito em colaboração com o jornalista John Nichols, Sanders discute como o sistema supercapitalista, alimentado pela ganância descontrolada e rigorosamente comprometido com o lucro, não funciona mais para a nova geração ― e deve ser superado. Ao explorar temas caros à sua trajetória política, como a necessidade de se criar um sistema de saúde público, a gratuidade das faculdades e universidades públicas e o combate às mudanças climáticas, o senador faz um elaborado relato sobre as ações realizadas durante a campanha eleitoral de 2020 contra Donald Trump e a importância da participação de diferentes grupos sociais para a derrota do conservadorismo.
Consagrado autor de Mauá e História da Riqueza no Brasil, Jorge Caldeira se uniu a Julia Sekula e Luana Schabib para apresentar análises econômicas amparadas em gráficos, infográficos e mapas até então pouco conhecidos, revelando o que o mundo já fez, tem feito e está projetando para este novo futuro.
Um dos pensadores mais radicais e indispensáveis da atualidade, Paul B. Preciado apresenta aqui uma seleção das suas "crônicas da travessia". Produzidos na última década, a maioria em quartos de hotel ou aeroportos, os textos acompanham seu processo de transição de gênero e podem ser lidos como um diário dessa passagem. Com sua escrita brilhante, o filósofo espanhol analisa processos contemporâneos centrais de mutação política, cultural e sexual, como as novas formas de violência masculina, o assédio a crianças trans, os Estados Unidos de Trump, a apropriação tecnológica do útero e o trabalho sexual. Um livro corajoso, transgressivo e urgente que defende, acima de tudo, a liberdade dos corpos e das subjetividades.
O nascimento de um bebê entre o povo Beng, no Oeste africano, não é visto apenas como o início de uma nova vida. Ele é contemplado como uma reencarnação depois de longa e próspera existência na “cidade dos espíritos”, lugar para o qual a essência das pessoas viaja quando seu corpo morre. Longe de ser uma tábula rasa, uma criança Beng, acredita-se, inicia sua vida repleta de conhecimento espiritual. A forma como os Beng criam seus filhos a partir de tais crenças é a matéria trabalhada por Alma Gottlieb neste original e envolvente estudo da antropologia dos bebês. A autora mostra como a ideologia religiosa afeta todos os aspectos das práticas de criação entre os Beng – desde o ato de banhar as crianças para protegê-las de doenças até o modo de ensiná-las a engatinhar e andar – e como a pobreza generalizada limita essas práticas. O abismo entre a riqueza espiritual e social e a carência material conduz a antropóloga a discussões comparativas que se concentram, de um lado, nos Beng, e, de outro, em um grupo de orientações filosóficas de origens predominantemente europeias. A partir de suas experiências pessoais, Alma apresenta considerações sensíveis sobre como sua própria concepção de ser mãe alterou-se ao longo da pesquisa de campo, indicando que as práticas do cuidado dos bebês são resultado de uma construção cultural. Antropólogos, sociólogos, pessoas interessadas no papel da cultura na vida das crianças (e vice-versa) e, de fato, todos os pais e mães desfrutarão a leitura do texto maravilhosamente reflexivo de Tudo Começa na Outra Vida.
Em 2002, Ana Maria Gonçalves (Ibiá/MG, 1970) abandonou a agência de publicidade em que trabalhava em São Paulo e isolou-se na Ilha de Itaparica (BA), onde passou seis meses escrevendo seu primeiro romance, Ao lado e à margem do que sentes por mim, marcado pelo registro intimista. O livro teve pimorosa edição artesanal e foi vendido pela própria autora pela internet. Em 2006, publicou Um defeito de cor pela Editora Record, livro pelo qual recebeu o prestigioso Prêmio Casa de Las Américas e foi incluído na lista da Folha de S.Paulo como o sétimo entre 200 livros mais importantes para entender o Brasil em seus 200 anos de independência. Em 2016, a leitura dramática de sua peça inédita Tchau, querida! foi dirigida por Wagner Moura. E, em 2017, colaborou com textos para a peça Chão de pequenos, da Companhia Negra de Teatro, dirigida por Tiago Gambogi e Zé Walter Albinati.
O que é o amor, afinal? Será esta uma pergunta tão subjetiva, tão opaca? Para bell hooks, quando pulverizamos seu significado, ficamos cada vez mais distantes de entendê-lo. Neste livro, primeiro volume de sua Trilogia do Amor, a autora procura elucidar o que é, de fato, o amor, seja nas relações familiares, românticas e de amizade ou na vivência religiosa. Na contramão do pensamento corrente, que tantas vezes entende o amor como sinal de fraqueza e irracionalidade, bell hooks defende que o amor é mais do que um sentimentos, é uma ação capaz de transformar o niilismo, a ganância e a obsessão pelo poder que dominam nossa cultura. É através da construção de uma ética amorosa que seremos capazes de edificar uma sociedade verdadeiramente igualitária, fundamentada na justiça e no compromisso com o bem-estar coletivo. Em uma sociedade que considera falar de amor algo naïf, a proposta apresentada por bell hooks ao escrever sobre o tema é corajosa e desafiadora. E o desafio é colocarmos o amor na centralidade da vida. Ao afirmar que começou a pensar e a escrever sobre o amor quando encontrou “cinismo em lugar de esperança nas vozes de jovens e velhos”, e que o cinismo é a maior barreira que pode existir diante do amor, porque ele intensifica nossas dúvidas e nos paralisa, bell hooks faz a defesa da prática transformadora do amor, que manda embora o medo e liberta nossa alma. Assim, ela nos convoca a regressar ao amor. Se o desamor é a ordem do dia no mundo contemporâneo, falar de amor pode ser revolucionário.
Um lugar ao norte, romance de Silvia Gerschman, é também essa mesma jornada íntima noite adentro. Em um Brasil convulsionado e dilacerado, somos testemunhas de vidas fragmentadas e à deriva, de laços familiares e de amizade que não suportam o peso da verdade. Através da história de Narcisa, filha de fazendeiros e mulher à sombra de sua própria existência, nos deparamos com as feridas que dão corpo ao nosso mosaico de mazelas e imperfeições. Como em um drama clariceano, em que tempos e espaços se cruzam e se consomem até que nada mais reste, a autora dá voz a um caleidoscópio de contradições e imperfeições, talvez, as únicas certezas que, realmente, possuímos.
Este livro é um convite para se reconectar com o poder utópico do feminismo, com um imaginário capaz de provocar uma transformação drástica da sociedade. Francesa criada na ilha da Reunião, Françoise Vergès lança mão de uma terminologia nova para descortinar a realidade das mulheres “racializadas”, empregadas domésticas e faxineiras provenientes dos países do “Sul global”, que limpam o mundo. Ela reivindica “um feminismo decolonial”, aberto a questionamentos, análises e mudanças, mas radicalmente antirracista, anticapitalista e anti-imperialista. À diferença do termo “descolonização”, que diz respeito aos processos históricos que sucederam o fim da relação colonial oficial, "decolonial", um neologismo já consolidado no debate francês, se refere à necessidade de denunciar e tornar visível o que permanece vigente, porém negado, da estrutura colonial nas sociedades pós-coloniais. Assim, um feminismo decolonial, antipatriarcal e anticapitalista, é aquele que leva em conta as consequências da colonização nas relações atuais para repensar o feminismo por dentro, obrigando-o a entrecruzar além de questões de gênero e raça, já bem mapeadas pelo feminismo negro, a variável da desigualdade social ligada ao capitalismo. A descrição crua e verdadeira de fatos cotidianos atinge em cheio o que Vergès chama de feminismo “civilizatório”, aquele defendido por mulheres “brancas e burguesas” europeias que tipicamente reivindicaram desde os anos 1960 direitos iguais em relação aos homens de sua própria classe, as classes média e alta privilegiada. Para a autora, o feminismo deve ser necessariamente multidimensional, incluindo em sua reflexão raça, sexualidade e classe. A leitura deste texto é uma pancada de lucidez que faz perceptíveis as evidências que nos negamos a ver da opressão normalizada que sofrem milhões de mulheres em todo o mundo.
Qual é a lógica do funcionamento e do papel dos hospitais psiquiátricos nos dias atuais? A partir de reflexões que explicitam uma tática do abandono no funcionamento dessas instituições, o terapeuta ocupacional Fernando Kinker levanta importantes questões no âmbito da reforma psiquiátrica brasileira ao longo do livro. Ao refletir sobre o lugar ocupado por esse modelo de instituição psiquiátrica na sociedade, Kinker destaca a existência de uma lógica do abandono. "Ao contrário do conjunto de comunidades terapêuticas religiosas que vêm sendo disseminadas no Brasil com forte financiamento público, e que carregam uma perspectiva moralizante, que lembra o início da psiquiatria, com o tratamento pela disciplina e pelo castigo, percebe-se, no âmbito do hospital psiquiátrico, que a tática que prevalece é a tática do abandono.
Uma obra com um viés inédito: seus capítulos foram escritos pelos discentes da primeira turma de Medicina da Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí. O livro traz suas impressões sobre Saúde Coletiva, processo saúde-doença e relacionamento médico-paciente, entre outros temas que fazem parte da formação humanista, crítica e reflexiva proposta para essa turma de futuros profissionais da saúde.
O livro apresenta os seguintes capítulos - Eixos de conformação do método; O caráter anti-Taylor do método; A co-gestão, o fortalecimento do sujeito e da democracia institucional; Por uma reconstrução conceitual do trabalho; A visão de mundo dialética; A co-produção de sujeitos e de coletivos; Democracia institucional e co-gestão de coletivos organizados para a produção; Método para apoio a coletivos organizados para a produção - a capacidade de análise e de intervenção.
Vencedor do Prêmio Jabuti Acadêmico 2024: 1º lugar na categoria Ciências Biológicas, Biodiversidade e Biotecnologia. Mauro Galetti faz sua estreia com um livro que é um misto de autobiografia com reflexão sobre o futuro da vida na Era dos Humanos, o Antropoceno. Reunindo experiências de viagens a lugares inóspitos, como as ilhas de Galápagos, Bahamas e Bornéu, e a formação como cientista, Um naturalista no Antropoceno é um livro inspirador que irá transformar nossa visão da natureza. Com o olhar crítico e humorado, o autor nos leva a refletir sobre o papel do ser humano no planeta Terra e discute maneiras de como podemos sobreviver ao Antropoceno.
No século XXI, todas as políticas têm consequências climáticas. A era de medidas moderadas para combater as mudanças climáticas acabou. Ao passo que desastres sem precedentes estão se tornando cada vez mais comuns e fatais, inclusive por causa das desigualdades, precisamos de mudanças políticas profundas e radicais. Mas precisamos articular isso com políticas de reativação econômica, que não coloquem trabalhadores e ambientalistas em lados opostos do ringue, quando eles são, na verdade, aliados naturais contra os opressores. Um Green New Deal é a solução para enfrentar a emergência climática e a desigualdade galopante ao mesmo tempo. Cortar as emissões de carbono e, ao mesmo tempo, gerar renda para a maioria da população é a única maneira de construir um movimento forte o suficiente para derrotar a dependência do petróleo, das grandes empresas e dos bilionários.
Um Sertão chamado Brasil traz em sua segunda edição, ao lado do texto original, outros novos incorporados na atual edição. São peças reflexivas que conferem dinâmica à trajetória que o livro, ao mesmo tempo, esconde e traz à tona. São as veredas de Um Sertão Chamado Brasil, para mobilizar a metáfora rosiana, tão cara à sensibilidade da autora.
Depois de lançar Rilke Shake (coleção Ás de Colete, 7Letras e Cosac Naify, 2007), o segundo livro de Angélica Freitas, Um útero é do tamanho de um punho (Cosac Naify, 2012), reúne poemas escritos a partir de um tema central: a mulher. Uma das vozes mais destacadas da geração, Angélica Freitas subverte as imagens absolutamente gastas do que se espera do gênero feminino — anunciadas em capas de revistas e em vitrines de lojas de departamentos —, e joga luz — com inteligência, sagacidade e senso de humor aguçado — sobre o nosso tempo.
A Boitempo publica pela primeira vez no Brasil Uma autobiografia, de Angela Davis. Lançada originalmente em 1974, a obra é um retrato contundente das lutas sociais nos Estados Unidos durante os anos 1960 e 1970 pelo olhar de uma das maiores ativistas de nosso tempo. Davis, à época com 28 anos, narra a sua trajetória, da infância à carreira como professora universitária, interrompida por aquele que seria considerado um dos mais importantes julgamentos do século XX e que a colocaria, ao mesmo tempo, na condição de ícone dos movimentos negro e feminista e na lista das dez pessoas mais procuradas pelo FBI. A falsidade das acusações contra Davis, sua fuga, a prisão e o apoio que recebeu de pessoas de todo o mundo são comentados em detalhes por essa mulher que marcou a história mundial com sua voz e sua luta.Questionando a banalização da ideia de que o pessoal é político , Davis mostra como os eventos que culminaram na sua prisão estavam ligados não apenas a sua ação política individual, mas a toda uma estrutura criada para criminalizar o movimento negro nos Estados Unidos. Além de um exercício de autoconhecimento da autora em seus anos de cárcere, nesta obra encontramos uma profunda reflexão sobre a condição da população negra no sistema prisional estadunidense.
A Boitempo publica pela primeira vez no Brasil Uma autobiografia, de Angela Davis. Lançada originalmente em 1974, a obra é um retrato contundente das lutas sociais nos Estados Unidos durante os anos 1960 e 1970 pelo olhar de uma das maiores ativistas de nosso tempo. Davis, à época com 28 anos, narra a sua trajetória, da infância à carreira como professora universitária, interrompida por aquele que seria considerado um dos mais importantes julgamentos do século XX e que a colocaria, ao mesmo tempo, na condição de ícone dos movimentos negro e feminista e na lista das dez pessoas mais procuradas pelo FBI. A falsidade das acusações contra Davis, sua fuga, a prisão e o apoio que recebeu de pessoas de todo o mundo são comentados em detalhes por essa mulher que marcou a história mundial com sua voz e sua luta. Questionando a banalização da ideia de que “o pessoal é político”, Davis mostra como os eventos que culminaram na sua prisão estavam ligados não apenas a sua ação política individual, mas a toda uma estrutura criada para criminalizar o movimento negro nos Estados Unidos. Além de um exercício de autoconhecimento da autora em seus anos de cárcere, nesta obra encontramos uma profunda reflexão sobre a condição da população negra no sistema prisional estadunidense.
Em seu romance de estreia, Eliane Brum - conhecida no jornalismo pela sensibilidade e força do seu texto - mergulha num novo, mas não menos delicado desafio: transformar em palavra a intrincada relação entre mãe e filha. De que material são feitos os laços que as amarram? Como é tecida a trama de ódio e afeto entre duas mulheres (des)unidas pela carne? Uma duas é um retrato expressionista tão dramático quanto nauseante que foge de clichês e eufemismos que costumam cercar o tema. Dotada de um humanismo visceral, a autora entrelaça os narradores do mesmo modo que o acaso embaralha integrantes de uma família numa teia de subjetividades.
É para cuidar da ferida aberta pelas inúmeras crises engendradas pelo sistema capitalista que o martinicano Malcom Ferdinand propõe uma ecologia decolonial, uma abordagem interseccional extremamente sagaz que reúne o ecológico com o pensamento decolonial, antirracista, em uma crítica contundente ao “habitar colonial da Terra”. Nesta análise urgente, Ferdinand critica o que chama de “dupla fratura colonial e ambiental da modernidade”, de que resultam, por um lado, as teorias ecologistas que desconsideram o legado do colonialismo e da escravidão; por outro, os movimentos sociais e antirracistas que negligenciam a questão animal e ambiental.
Analisa os riscos ambientais decorrentes do desenvolvimento econômico e tecnológico. O atual modelo hegemônico traz prejuízos para ecossistemas e populações, agravando iniquidades, pois os que mais sofrem são os grupos socialmente discriminados e os países e territórios da América Latina, África e Ásia. Para enfrentar os riscos, é necessário não só conhecê-los e estabelecer técnicas de controle, mas também compartilhar saberes e construir estratégias de ação coletiva, integrando movimentos sociais, pessoas, instituições governamentais e não governamentais. O livro coloca os riscos ambientais dentro de uma dimensão ética e social. Com abordagem integradora, rompe com o dualismo entre saúde humana e saúde da natureza. Para tanto, aprofunda conceitos como complexidade e vulnerabilidade. Apresenta, ainda, 11 princípios básicos para uma compreensão contextualizada dos riscos.
O livro apresenta os caminhos percorridos na direção da profissionalização e da especialização em saúde pública no Brasil, refletindo as influências e iniciativas nacionais e internacionais.na criação da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), em 1954. Nesse laboratório de idéias em que se constituiu a Escola, formularam-se propostas que contribuíram para as grandes conquistas da saúde pública brasileira e que subsidiaram o processo de Reforma Sanitária, cujos resultados se expressam na constituição e no fortalecimento do SUS. Organizado em duas partes, na primeira é apresentado um texto narrativo sucinto sobre a Ensp, desde a sua criação até os anos recentes. A segunda, traz artigos sobre temas relevantes para o entendimento da história da Ensp e de seu papel na saúde pública contemporânea.
O livro reúne informações desde o processo de implantação do BI Saúde e de construção do curso, até uma análise do contexto institucional em que surgiu a proposta de criação dos cursos de Bacharelado Interdisciplinar na UFBA. Organizado em três partes e quinze capítulos, a obra traz reflexões que sistematizam experiências pedagógicas realizadas em salas de aula e além delas.
Não raro concebida como uma prática hermética e elitizada, confinada às quatro paredes do setting, a psicanálise é por vezes equiparada a todo um leque de terapias voltadas ao aumento do bem-estar individual. É precisamente essa ideia que o psicanalista francês Florent Gabarron-Garcia põe por terra neste livro, em que empreende uma verdadeira recuperação histórica dos momentos nos quais a psicanálise reafirmou seu compromisso com as classes trabalhadoras, revelando seu caráter engajado como prática e disciplina. Com esse esforço, Gabarron-Garcia visa combater o que chama de “psicanalismo”, um discurso reacionário sobre o sujeito e a sociedade que se passa por psicanálise e afirma a neutralidade do campo. Conforme nos mostra o autor, esse discurso, que se tornou hegemônico nas últimas décadas, buscou operar uma purificação da história política e popular da psicanálise, contribuindo com a manutenção do poder de analista sobre paciente e das classes dominantes sobre as trabalhadoras, compactuando com uma visão burguesa sobre cuidado, saúde e ciência.
O livro dá seguimento ao primeiro volume da obra, dedicado ao século XIX e à primeira metade do XX, escrito com Denis Guedes Jogas Junior e lançado em 2020. Neste segundo volume, Benchimol e Peixoto analisam os fatores biológicos, sociais e ambientais responsáveis pela ocorrência da doença na Amazônia desde os anos 1960 até o século XXI, dando reconhecimento a cientistas e sanitaristas que tiveram papel fundamental nas pesquisas sobre essa e outras endemias, que ocorreram em ambientes alterados por fazendas de gado, madeireiras, garimpos, grileiros e empreendimentos de grande porte como Carajás, Projeto Jari e a rodovia Transamazônica. Apresentados na época como projetos de modernização da Amazônia, os empreendimentos causaram graves danos às populações indígenas e ao meio ambiente, pondo em risco o planeta inteiro.
O título detalha a extensa trajetória dos estudos sobre as leishmanioses doença infecciosa causada por parasitas protozoários no Brasil, englobando a descoberta de seus agentes etiológicos, as diversas espécies de leishmanias associadas às diferentes formas clínicas da doença, seus hospedeiros reservatórios e os flebotomíneos vetores. Publicada em coedição com a Fino Traço Editora, a obra aborda também aspectos da epidemiologia e ações de controle implantadas em contextos sociopolíticos e momentos diversos.
A história da desigualdade de Pedro Ferreira de Souza é uma história dos ricos. Faz sentido olhar para o topo: uma parte imensa da renda está lá. Por essa razão, toda flutuação na renda dos ricos tem um peso desproporcional na evolução da distribuição total. Quando a concentração é muito alta, os ricos conduzem a dança. Conduzem, mas não ditam como deve ser o baile. Este livro encaixa uma peça importante no quebra-cabeças da história econômica brasileira. Com ele, aprendemos sobre quem ganhou mais e quem ganhou menos em quase um século de desenvolvimento. Trata-se do resultado de um trabalho cauteloso, que envolveu uma coleta de dados atenta, selecionou as informações mais precisas e usou as melhores ferramentas, a fim de apresentar a série histórica mais longa e completa sobre a desigualdade no Brasil.
Pensadora insurgente à frente de seu tempo, Beatriz Nascimento dedicou-se a resgatar a história do negro no Brasil — algo ainda a ser construído, ela defendia. Uma história negra, feita por pessoas negras, com o intuito de romper com quatro séculos de invisibilização numa sociedade da qual elas participaram em todos os níveis. Com organização primorosa do antropólogo Alex Ratts, os 24 textos aqui selecionados reafirmam os aspectos centrais de sua obra — as relações raciais e de gênero; as formulações sobre a contribuição do negro na construção da sociedade brasileira; a recusa do discurso que reduz a problemática racial a uma questão econômica e social, sem uma compreensão existencial do indivíduo; e, sobretudo, as pesquisas sobre os quilombos no Brasil, suas relações com a África e como se reconfiguraram para ser não apenas espaço de resistência, mas um sistema social alternativo.
A interseção entre a experiência da epidemia da aids no Brasil e a transição, no campo da saúde coletiva, de uma saúde internacional, para uma saúde global, no início do século XXI, resultou em um protagonismo singular brasileiro no cenário de resposta à aids. Protagonismo que atingiu seu ápice em 2001, quando o país e seu programa de aids foram considerados um modelo para o mundo. Este livro traça uma história da resposta ao HIV e à aids no Brasil e no mundo e como esta resposta moldou e foi moldada pelo campo da saúde global.
Escrito por pesquisadoras e pesquisadores negros de diferentes lugares do Brasil, o livro resgata personalidades negras que merecem ser reconhecidas por suas contribuições à História. 16 textos apresentam escravizados, recém-libertos, líderes espirituais, políticos, educadores, artistas de diversos campos, mulheres que estudaram e empreenderam a despeito de todos os preconceitos de gênero e de raça, mulheres que abriram caminhos com suas próprias mãos. Em suma, pessoas que viveram em suas épocas e marcaram a nossa História. Viabilizado graças a uma iniciativa do empresário Maurício Rocha, em parceria com o selo Sueli Carneiro, coordenado por Djamila Ribeiro, o livro contribui para a construção de uma nova identidade brasileira, por meio do resgate de uma consciência ancestral e coletiva.
A Sociologia da vida cotidiana se propõe a investigar, descrever e interpretar desde as simples ocorrências de rua até os fatos e fenômenos sociais relevantes e decisivos. Neste livro, o sociólogo José de Souza Martins faz um mergulho nesse campo e investiga peculiaridades da sociedade brasileira, particularmente sobre as Ciências Sociais dentro e fora da sala de aula, a desigualdade social, a cultura popular e a língua que falamos. Obra essencial para estudantes, pesquisadores e educadores da área, mas também a todos os interessados em compreender melhor a sociedade em que vivemos.
Na contramão do feminismo carcerário e punitivista, a cientista política Françoise Vergès, autora de Um feminismo decolonial (Ubu Editora, 2020), propõe uma crítica do recurso à polícia e à judicialização dos problemas sociais, e pergunta: como podemos proteger as populações vulneráveis – incluindo mulheres, migrantes, pessoas pobres e racializadas, minorias trans e queer, sem recorrer ao sistema penal que foi concebido justamente para criminalizá-las? Sua análise não apresenta soluções prontas para acabar com as violências de gênero e sexuais, mas visa contribuir para a reflexão sobre a violência como componente estruturante do patriarcado e do capitalismo, e não como uma especificidade masculina.
No comovente e aguardado primeiro volume de suas memórias presidenciais, Barack Obama narra, nas próprias palavras, a história de sua odisseia improvável, desde quando era um jovem em busca de sua identidade até se tornar líder da maior democracia do mundo. Com detalhes surpreendentes, ele descreve sua formação política e os momentos marcantes do primeiro mandato de sua presidência histórica ― época de turbulências e transformações drásticas. Obama conduz os leitores através de uma jornada cativante, que inclui suas primeiras aspirações políticas, a vitória crucial nas primárias de Iowa, na qual se demonstrou a força do ativismo popular, e a noite decisiva de 4 de novembro de 2008, quando foi eleito 44º presidente dos Estados Unidos, o primeiro afro-americano a ocupar o cargo mais alto do país.
A trajetória intelectual de Paul Singer, marcada por notável coerência, tem como um de seus pontos luminares a abordagem do socialismo democrático em construção e reconstrução no Brasil. Nesse sentido, os três textos que compõem o presente volume estão entre as contribuições potentes que Singer legou a esse campo de estudos.
Apresenta um breve histórico da Universidade Aberta da Terceira Idade da UERJ, destacando suas principais atividades desenvolvidas e serviços oferecidos.
Livro que conta o processo de criação da série de TV Unidade Básica, de Helena Petta, já em sua segunda temporada e televisionada por um importante canal de TV a cabo. Helena analisa no livro os limites e as potencialidades gerados pelo diálogo entre o campo da Saúde Coletiva e a comunicação na grande mídia, baseando-se na descrição densa do processo de elaboração da série em suas diversas etapas desenvolvimento; pré-produção, filmagem, edição dos episódios e divulgação, depoimentos de informantes-chave (profissionais envolvidos na produção da série e repercussões colhidas na mídia e redes sociais de forma não sistemática. O material empírico da pesquisa foi produzido e interpretado à luz de conceitos reconstrutivos considerados relevantes no campo da Saúde Coletiva e com pano de fundo o Sistema Único de Saúde SUS, eis um instrumento que pode ser usado na formação dos profissionais de saúde e a todo o público admirador da série.
A presente publicação é oportuna em virtude da agência do capital contra a educação pública e gratuita, e das manifestações hostis à liberdade de cátedra e de pensamento nos campos da ciência, da tecnologia, da cultura e da arte. É preciso interpelar os significados da vertiginosa queda nos gastos públicos com ciência e tecnologia e com as universidades públicas, concomitantemente ao processo de financeirização da educação superior privada – a partir da indução estatal pelo Fundo de Financiamento Estudantil – Fies, especialmente a partir de 2010. A combinação do garroteamento das verbas públicas com a hipermercantilização da educação superior privada produz uma realidade que não está em continuidade linear com o período 1960 -2014. A particularidade da situação atual somente pode ser apreendida em sua complexidade por meio de ferramentas teóricas que possibilitem compreender, interpretar e explicar a particularidade do capitalismo dependente. Os acontecimentos atuais fazem as proposições teóricas de Florestan Fernandes reverberarem de modo amplo e intenso.
Universidade pública e democracia reúne artigos escritos por João Carlos Salles ao longo da última década; em um estilo lapidar e com reflexões lúcidas, os textos abarcam os longos anos de militância na educação e apresentam análises da conjuntura atual. Filósofo e professor de lógica, Salles faz uma defesa apaixonada de um modelo radicalmente democrático de universidade, enquanto, de um lado, retrata um projeto utópico de educação nacional e, de outro, elenca as iniciativas antidemocráticas e os ataques direcionados à educação pública dos últimos anos. O ponto alto da obra é o enfrentamento do Future-se, programa apresentado pelo governo federal em 2019. O livro é dividido em três partes: na primeira, Salles desenvolve uma reflexão a respeito da universidade como instituição pública e democrática; na segunda, parte para sua experiência como professor e reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e, na terceira, faz uma análise dos atuais desmanches e ataques do governo à educação e à universidade, com especial atenção ao programa Future-se.
Este livro é o quarto volume da Coleção Criminologia de Cordel e faz uma denúncia pública dos abusos, arbitrariedades e violações a garantias constitucionais em favelas do Rio de Janeiro, por parte de policiais das Unidades de Polícia Pacificadora – UPPs. Contém 26 reportagens de Patrick Granja para o jornal A Nova Democracia. A maioria dos artigos possui um vídeo-reportagem correspondente. Vídeos que expõem imagens extremamente elucidativas sobre o ambiente irrespirável da “pacificação”.
Nos atendimentos de urgência e emergência, não se podem desprezar situações surgidas por agravos clínicos, notadamente os problemas de origem cardiovascular, respiratórios e metabólicos, entre outros. Para tornar mais eficiente o atendimento às urgências e emergências, é preciso dividir o problema em partes, e iniciar pelo atendimento pré-hospitalar. Essa abordagem é fundamental para aumentar as chances de sobrevida do paciente, permitindo que ele alcance e se beneficie do tratamento hospitalar.
A obra pretende desvendar o que seja uma urgência ou uma emergência em saúde a partir de duas perspectivas: a dos usuários e a dos profissionais da rede pública. A autora mostra um universo dinâmico e complexo a partir de um trabalho antropológico realizado na Faculdade de Medicina de Marília, em São Paulo. São decisões médicas, muitas vezes de suma importância para a manutenção da vida, muitas vezes questionáveis sob o ponto de vista ético. Cabe lembrar que o livro não só trabalha com a dicotomia médico/paciente, mostrando para o leitor outros atores envolvidos no trabalho na emergência e revelando que muitas vezes as ações médicas são antecedidas por pequenos passos e atitudes peculiares de significativa importância que não podem ser desconsiderados, como a de um motorista de ambulância ou o porteiro do hospital.
Esta coletânea traz um percurso coletivo de reflexão sobre a segunda experiência de prática de pesquisa da rede multicêntrica LAPPIS-NUCEM, onde seus integrantes dissertam sobre seus resultados enfatizando a tríade formação, pesquisa e incubação. Para celebrar sua conclusão, realizamos um simpósio nacional sob o mesmo título, com o intuito de oferecer uma devolutiva a seus pesquisados e às instituições que nos mantêm como representação direta da nossa sociedade, com abertura pública à participação do cidadão.
Como as utopias contam a História da América Latina? Com essa questão em vista, a historiadora Maria Ligia Prado, um dos grandes nomes da área no Brasil, conseguiu a façanha de reunir importantes especialistas de todo o continente neste livro instigante. Dividida em 5 seções – Utopias étnico-raciais e de gênero; Utopias do conhecimento; Utopias, representações e imaginários; Utopias políticas; Utopias da integração e da identidade latino-americana –, a obra ousa ao examinar a historicidade da utopia, com vistas a iluminar a distopia do presente.
As vacinas e os processos que envolvem a vacinação estão no centro dos debates sobre o enfrentamento à pandemia de Covid-19. Em meio à emergência global, falar sobre a trajetória das vacinas tem sido fundamental para reforçar a importância coletiva do ato de vacinar. Vacinas, livro que integra a coleção Temas em Saúde, aprofunda as informações sobre o tema diante desse contexto.
A questão dos refugiados tem ganhado holofotes pelo mundo inteiro, mas o preconceito, a xenofobia, as fake news e o medo frequentemente atrapalham a discussão. Para auxiliar na compreensão desse tema tão complexo e combater a desinformação, as jornalistas Aryane Cararo e Duda Porto de Souza reuniram histórias de vida emocionantes, de pessoas de mais de quinze nacionalidades, que vieram para o nosso país pelos mais variados motivos -- desde dificuldades financeiras até perseguição baseada em raça, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero ou opinião política --, todas em busca de um lugar onde pudessem de fato viver. Com uma linguagem acessível, a obra também traça um panorama histórico do refúgio no Brasil e no mundo, apresentando conceitos e dados, e traz infográficos sobre os principais conflitos que geraram esses fluxos migratórios. O resultado é um material humano e sensível, que dá voz a quem precisa ser ouvido e celebra as diferenças que tornam nossa nação tão plural.
Os novos modelos de constituição da constelação familiar e a maneira como as mudanças nos padrões de comportamento podem desencadear conflitos nas relações, muitas vezes vêm acompanhados do consumo abusivo de drogas. Ampliar a compreensão sobre a dinâmica
Vamos falar de relações raciais? Crônicas para debater o antirracismo , de Cidinha da Silva, é muito mais do que um simples livro. É uma obra colaborativa, gestada por diversas mãos que se uniram em meio aos desafios da pandemia para trazer à luz um material rico e provocativo.
O tema principal do presente livro é a velhice e o processo de envelhecimento de diferentes segmentos da população brasileira. No entanto, os contextos em que o velho ou idoso marcam presença variam entre textos e autores, evidenciando as múltiplas formas de se viver a velhice e os desafios sociais e econômicos que demandam políticas públicas para com aqueles que envelhecem. Esta obra oferece a oportunidade de comparar realidades distintas e experiências singulares, as quais suscitam o debate em torno de direitos sociais e específicos daquele que envelhece. Nisso reside seu valor e a legitimidade de trazer ao público leitor os esforços dos pesquisadores envolvidos e as potencialidades de um novo campo científico, a Gerontologia.
Coletânea de artigos abordando temas como o setor saúde em face do envelhecimento populacional, os programas para a terceira idade no Brasil, indicadores demográficos e sociais, automedicação e cuidadores de idosos.
Quando os idosos se tornam a maioria da população, o mundo entra em colapso econômico e uma crise social se instaura. Enquanto jovens recorrem a tratamentos anti-idade cada vez mais avançados, velhos são jogados à margem da sociedade. É nesse lugar que três personagens de diferentes idades se perguntam sobre qual o sentido de envelhecer em um mundo que despreza a velhice. Velhos demais para morrer, de Vinícius Neves Mariano, foi o vencedor na categoria romance do Prêmio Malê de Literatura. Vinícius constrói uma distopia, em que a imposição antienvelhecimento da sociedade atual é projetada em outra sociedade ficcional, onde a luta desesperada contra os efeitos da passagem do tempo, se configura em um romance original, instigante e envolvente.
Este livro reúne os estudos mais recentes do Nupens/USP sobre a evolução das condições de saúde e nutrição da população brasileira. O período coberto pelos estudos é variável, estendendo-se de 1974 a 2014. A primeira parte aborda a evolução de determinantes imediatos do estado de saúde: a alimentação, a atividade física e o tabagismo. A segunda trata da evolução do estado nutricional da população, focalizando a desnutrição e a obesidade. A terceira parte compreende estudos sobre a evolução da saúde de mães e crianças, de doenças infecciosas, da Aids, de neoplasias, das doenças do aparelho circulatório e das violências e homicídios.
É fácil ignorar o problema quando você está vivendo em sua bolha, provoca a letra de música na introdução deste livro. O problema, trazido à tona nas páginas seguintes, é o despreparo de nosso sistema de saúde, tanto público quanto privado, para oferecer assistência digna a mulheres lésbicas, bissexuais e homens trans. Uma pauta frequentemente ignorada por quem vive na bolha da cis-heteronormatividade. Larissa Darc nos convida a uma conversa sobre os porquês da invisibilidade do tema. Ao escrever este livro, ela supera o desafio duplo de se colocar como parte do "problema", enquanto mulher bissexual, e de abordar um assunto que é um grande tabu: o sexo entre vaginas (sim, é sexo mesmo!).
A educação como ferramenta de insubordinação contra o assombro colonial, como instrumento de transgressão das hierarquias do poder. Este pode ser um breve resumo do que Luiz Rufino apresenta nesta coletânea de artigos sobre educação e descolonização. Pensada não para gerar conformidade, mas divergência, a educação é a força que possibilita o processo de descolonização. A partir dessas premissas Rufino levanta discussões relevantes e atuais sobre o processo educacional, além de apontar caminhos.
O objetivo de Ventres livres? Gênero, maternidade e legislação é explorar, pela perspectiva do gênero, da raça e da liberdade, aspectos múltiplos e complexos da escravidão de mulheres no processo de emancipação, tanto no Brasil como em outras sociedades escravistas atlânticas, centrando especialmente nossa problemática em questões vinculadas às violências da escravidão e às resistências apresentadas por essas mulheres.
A cuidadosa seleção dos verbetes, sua esmerada tradução e um esclarecedor texto introdutório tornam este um volume indispensável para estudiosos de Filosofia, de Política e de História, e para aqueles que desejam conhecer um pouco melhor o pensamento de uma época que marcou indelevelmente a história cultural do Ocidente.
Este é um livro cujo objetivo é pensar e discutir a vida das mulheres. A sua leitura permitirá perceber que essa vida é multifacetada, cheia de gritos e silêncios, dores e alegrias. Todas essas facetas, entrelaçadas ou distantes umas das outras, orquestram a vida levando as mulheres a aproximarem-se umas das outras em função de sua sexualidade, sua etnia, seus deslocamentos geográficos, sua militância em prol de ideais sociopolíticos. P
Vida e esperanças é um relato sobre a importância do reconhecimento na construção do cotidiano. Aborda a negação da fecundidade implicada na realização de esterilizações por mulheres de um bairro pobre urbano do Nordeste, compreendendo este evento como parte de uma busca ativa de reconhecimento de mulheres pobres enquanto pessoas num mundo repleto de controles, de violência, de emoções e de resistência.
Considerado seu livro mais inflamado e pessoal, é uma leitura incontornável no campo do pensamento contemporâneo. Do subtítulo – Os poderes do luto e da violência –, o leitor desta pequena obra-prima da filosofia política pode depreender que há um fio condutor que vem atravessando as formulações de Butler desde seus primeiros livros: distribuição desigual do luto público, direito ao luto, vidas enlutáveis, luto como elemento fundamental de constituição de um sentimento de comunidade que se oponha ao individualismo, entre outros. Esses elementos, já presentes em obras anteriores de Butler, tornam-se aqui centrais para um debate tão atual quanto necessário no Brasil de hoje, cujas formas de violência reproduzem os mecanismos que, como percebe Butler, constituem o poder e a violência de tornar certas vidas, sempre as mesmas vidas, precárias.
Somos um país urbano: 84% da população brasileira concentra-se em cidades e ao menos metade vive em municípios com mais de 100 mil habitantes. Mas a vida urbana não traz apenas novas oportunidades. Ela propicia doenças provocadas por falta de saneamento, picadas de mosquitos, poluição, violência, ritmo frenético... E tudo isso não ocorre mais apenas nas grandes cidades, mas também nas médias e mesmo pequenas, quase sempre negligenciadas pelo poder público e pelos próprios cidadãos. Mas, afinal, o que fazer para ter boa qualidade de vida nas cidades? Assim como o médico deve pensar na saúde dos seus pacientes – e não apenas em tratar determinada doença –, uma cidade saudável é aquela em que seus cidadãos têm boa qualidade de vida.
O livro tem como base a ampla pesquisa desenvolvida durante o doutorado da autora. O título narra um estudo empírico em dois territórios da cidade do Rio de Janeiro: Rocinha e Manguinhos, lugares em que ela acompanhou as práticas de profissionais de saúde pública voltadas para o tratamento da tuberculose. Ao acompanhar as equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e do dispositivo Consultório na Rua (CnaR) por becos, vielas, viadutos e afins, ela desvela desafios para o enfrentamento da doença, que é diretamente associada a condições sociais precárias.
A sociedade se acostumou à tragédia. Antes era notícia de televisão, relacionada aos grandes centros, atualmente é realidade pelas ruas: balas perdidas, juras de morte, vidas interrompidas, inocentes atingidos. Jovens executados pelo que se convencionou chamar de guerra do tráfico. São os inconvenientes e os excluídos. Suas mortes, assim como suas vidas, demandam apuração dos diversos campos do conhecimento. As políticas públicas que acessaram ou não são chaves para o início da investigação.
O racismo nos Estados Unidos sempre foi o meio utilizado pelos homens brancos mais poderosos do país para justificarem seu governo, ganharem dinheiro e manterem o resto de nós à distância. Por essa razão, o racismo, o capitalismo e o domínio de classe sempre se entrelaçaram de tal maneira que é impossível imaginar um sem o outro." Eis uma das conclusões de #VidasNegrasImportam e libertação negra, de Keeanga-Yamahtta Taylor. "Não é preciso dizer que assassinato e brutalidade policiais são apenas a ponta do iceberg quando se trata do sistema de justiça criminal estadunidense", continua, trazendo mais uma dimensão à sua análise, aplicável também ao Brasil: "É impossível entender o intenso policiamento nas comunidades negras sem analisar as décadas de 'guerra às drogas' e o encarceramento em massa.
É um estudo científico, fartamente documentado, sobre a evolução histórica da legislação penal e respectivos métodos coercitivos e punitivos adotados pelo poder público na repressão da delinqüência. Métodos que vão da violência física até instituições correcionais. Edição revista.
Projetada e inaugurada nas primeiras décadas do século XX, a Penitenciária do Estado de São Paulo, no bairro do Carandiru, foi não só o mais moderno presídio construído no Brasil, como um importante cartão postal da metrópole paulistana. Berço do Direito Positivo, cenário para a aplicação dos mais avançados conceitos de regeneração de condenados, a instituição carcerária maravilhava os inúmeros visitantes locais e estrangeiros, inclusive aqueles que vinham a São Paulo somente para conhecer a Penitenciária.
Este livro Aborda um tema central na realidade contemporânea dos povos indígenas no Brasil. Fundamentando-se no contexto dos epidemiológico e sociopolítico, destaca a implantação do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) na saúde indígena como um dos instrumentos importantes para garantir o direito à alimentação e à nutrição.
O livro apresenta conceitos ecológicos e sanitários básicos para ajudar o estudante e o profissional da área biológica, ligado à saúde e ao meio ambiente, na prevenção de doenças e de agravos ao homem, por meio do conhecimento das alterações ambientais que possam interferir direta ou indiretamente na saúde humana. Como a vigilância em saúde ambiental é um assunto novo e que envolve conhecimento de diversas áreas, nem sempre os diferentes profissionais estão preparados para esse desafio. O conteúdo do livro procura preencher essa lacuna, destinando-se ao uso em cursos superiores na área biológica, especialmente medicina, enfermagem, biomedicina, biologia, entre outros que utilizem conceitos ecológicos, muitas vezes necessários, para minimizar riscos à saúde humana como agronomia, zootecnia, etc.
Este livro reúne temas referentes às vigilâncias em saúde na busca de apresentar conceitos e perspectivas sobre as diversas áreas de atuação da vigilância no Brasil. Traz reflexões sobre a ação da vigilância no período da pandemia de Covid-19 e pistas sobre como elaborar e reelaborar as ações e políticas públicas regionais e locais para maior efetividade da vigilância. É direcionado a estudantes de graduação e pós-graduação da área de saúde, a gestores e profissionais da saúde e àqueles que desejam conhecer como o SUS realiza o processo de prevenção de doenças e promoção da saúde no Brasil por meio das vigilâncias em saúde.
A convivência dentro de casa gera conflitos e desentendimentos, é inerente às relações humanas. Em nossa sociedade patriarcal e machista, porém, a falta de entendimento muitas vezes culmina em atos de agressividade e violência, dos quais as mulheres são o principal alvo. Duas autoras – uma advogada e uma comunicadora – se debruçam sobre o tema da violência doméstica, que compreende, além das agressões físicas, outras quatro formas de violência: psicológica, sexual, patrimonial e moral. Uma realidade presente nas redes sociais e estampada diariamente nos noticiários, com finais trágicos. Para além de números, este livro traz relatos de sobreviventes da violência doméstica. Histórias de opressão que revelam dores terríveis e momentos devastadores, mas também apontam caminhos e inspiram coragem para quebrar o ciclo da violência dentro de casa.
Das primeiras sociedades humanas até hoje, a desigualdade econômica só diminuiu de forma significativa com rupturas violentas de larga escala. Sem guerras em massa, revoluções transformadoras, falência do Estado ou epidemias catastróficas nunca houve nivelamento real de renda ou riqueza ― os ricos continuaram ricos ou, como nas últimas décadas, ficaram ainda mais ricos, uma vez que sempre resistiram a mudanças profundas alcançadas pacificamente. Com argumentos sólidos, fundamentados por pesquisa detalhada e apresentada com fartura de dados, Walter Scheidel, historiador da Universidade Stanford, chega a uma conclusão ainda mais perturbadora: se atualmente os eventos de violência cataclísmica não parecem ser tão ameaçadores quanto antes, por outro lado as propostas econômicas para reduzir a desigualdade não estão surtindo efeito, e o desequilíbrio econômico e social só tende a aumentar.
Investiga os efeitos da violência sobre os brasileiros e seus vizinhos nas fronteiras entre Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai e aborda questões importantes, como as estratégias de saúde para a redução dos danos associados ao uso de drogas e o debate em torno da discriminação e legalização das drogas ilícitas.
Violência e Morte no Trânsito: Associações Ignoradas na Prevenção dos Acidentes Com Motociclistas.
Investigar e analisar os efeitos da violência contra a população LGBTI no processo saúde-doença. É com esse intuito que a Editora Fiocruz lança Violência e Saúde na Vida de Pessoas LGBTI, livro que integra a coleção Temas em Saúde. Para isso, os autores se debruçam, a partir de conceitos de estudos de gênero e sexualidade, sobre dados que mostram o Brasil como um país violento em relação à população LGBTI e como essas ações, em todas as suas dimensões e complexidades, afetam a saúde desses sujeitos.
A pandemia de Covid-19 trouxe, entre vários desafios, o problema de restrição de acesso aos estabelecimentos de saúde. A questão atinge fortemente as mulheres que precisam recorrer a atendimentos relacionados a direitos sexuais e reprodutivos. A fim de ampliar os debates e informações em meio a esse contexto, a Editora Fiocruz lança Violência Sexual e Direito ao Aborto Legal no Brasil: fatos e reflexões, livro que integra a coleção Temas em Saúde.
O abuso sexual contra criança e adolescentes é uma área bastante complexa, e apresenta dificuldades no que se refere a investigação. Os trabalhos que já foram realizados sobre esse assunto são de grande valia, a fim de trazer uma compreensão que seja relevante e bastante vasta. No entanto, para ter um entendimento mais profundo, no que se refere ao tema, parece ser um pouco deficiente. Porém, a Psicologia, que veio da prática científica, a qual observa algo acabado e acredita que ali pode ser reconstruído, e no que se refere aos fatos históricos da Psicologia Humanista que tem se encostado em assuntos que são pertencentes ao desenvolvimento do ser humano enxertando principalmente o infantil. A infância que apresenta o seu desenvolvimento em situações de perigo e fraqueza, tal situação transcorre com o infanto-juvenil que vivência a violência sexual.
Apresenta um panorama atualizado sobre o impacto da violência na saúde pública. Examinam-se as tendências das produções científicas sobre o assunto e busca-se conceituar o tema em seus aspectos filosóficos, teóricos, sociais e culturais. Analisam-se também a mortalidade por causas externas no Brasil, a morbidade por envenenamento e as diferentes formas de violência, assim como a relação entre drogas e violência e entre mídia e violência. Obra que traz contribuição tanto para os envolvidos com a saúde coletiva, a sociologia, a antropologia e a segurança pública como para os formuladores e gestores das políticas públicas.
A coletânea Violências e figuras subjetivas: investigações acerca do mal incontrolável dá continuidade a um projeto anterior bem-sucedido do qual se constatou que uma visão multidisciplinar foi elucidativa do complexo fenômeno. Desta feita, escolhemos apontar os cenários, reconhecendo existir na mundanização da violência um espaço onde cada episódio se desenrola.