Esta obra traz uma análise sobre a construção de categorias diagnósticas que se inserem na interface entre a clínica médica e a psiquiatria, tomando como estudo de caso os Transtornos Mentais Comuns e examina as possíveis consequências que essa construção produzirá. Para isso, foi realizada uma análise documental de fontes secundárias, orientada por indicações de informantes-chave que contribuíram para garimpagem de periódicos, publicados nas bases de dados Medline, LILACS e Scielo, para o levantamento de resumos em anais de congressos nacionais e internacionais, bem como à seleção de teses e dissertações sobre a temática no Banco de Teses da CAPES e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Foram selecionados noventa e três documentos, sendo estes publicados desde 1960 até 2019. Para analisá-los, foram utilizados o método arqueológico foucaultiano e o conceito kuhniano de paradigma, com o intuito de observar as irrupções que marcaram a produção do conhecimento científico sobre os Transtornos Mentais Comuns, suas permanências e modificações, suas aproximações e afastamentos.
O manicômio, com sua função de exclusão, aniquilação de subjetividades e de vidas, foi considerado o lugar de destino e disciplina de todos os tipos de indesejados que não se ajustavam às normas. No Brasil, todavia, a intensa luta política por parte dos militantes do Movimento de Luta Antimanicomial, os avanços do progresso técnico, com a implementação de serviços substitutivos e novas forma de controle, tornou sua existência, enquanto estrutura material, obsoleta. Mas isso não significou a superação dos desejos de manicômio, expressadas nas “novas cronicidades” dos serviços de saúde mental do país.
A privatização dos sistemas públicos de saúde é um fenômeno universal. O livro estuda esse fenômeno no Brasil, demonstrando como a privatização é uma forma sutil de dificultar o direito de acesso a atenção integral no SUS. Analisa os vários planos prejudicados pela renúncia governamental em assegurar o caráter de gestão pública do SUS. A privatização compromete o financiamento do sistema, impede a construção de política e de pessoal e ainda permeia a gestão cotidiana do sistema. A privatização, na realidade, é uma forma incremental e perversa de desconstrução do direito universal à saúde.
Análise do Programa Saúde da Família em Camaragibe. Seu potencial e Limites.
Gestão na Saúde em São Caetano do Sul - Colaboradores, Procedimentos Técnicos e Políticas Públicas
A obra apresenta a questão de homeopatia no Brasil, tendo como ponto central suas estratégias de legitimação político-institucional e as respectivas contra-estratégias desenvolvidas pela medicina ortodoxa para preservar seu domínio na esfera institucional e o monopólio no exercício da medicina. O tema e a abordagem da autora convidam a um contexto estimulante para se pensar sobre racionalidade, em relação à ciência oficial e a outros saberes entendidos como concorrentes numa conjuntura de crise de paradigma da ciência moderna, nomeadamente, da medicina ortodoxa.
O sucesso do Sistema Único de Saúde depende tanto de financiamento adequado, quanto de uma reformulação do modo como se atende as pessoas. Neste sentido, a expansão da atenção básica é um desafio estratégico. No entanto, além do crescimento do número de equipes organizadas segundo a lógica de Saúde da Família, é fundamental a reconstrução do modo como se faz clínica pública. Este livro trabalha com a possibilidade de operar-se uma reformulação e uma ampliação do saber e da prática clínica do médico, do enfermeiro e de toda a Equipe de Saúde, incorporando-se, no momento do diagnóstico e no da intervenção terapêutica, elementos de ordem do orgânico, do subjetivo e do social.
O livro nos põe em contato com valores preciosos da vida humana: ser criança, fazerparte de uma família, de uma comunidade escolar, ser cuidado, educado, sedesenvolver, brincar, viver... e também nos mostra quando o desenrolar da vida, o jeito próprio de ser criança e até o prazer intrínseco das relações é atravessado por um modo estigmatizado de se conceber o infante, de nomeá-lo e de colocá-lo entre parênteses. esse modo deixa de lado a própria criança e todo o seu potencial de vida, de construção de relacionamentos e coloca no centro mais perceptível de sua identidade um diagnódtico, um novo nome pelo qual passa a ser conhecida: criança hiperativa ou TDA/H. Tenho tido oportunidade de participar das reflexões advinhas da rica pesquisa que Cinthia empreendeu, e percebo que a mesma nos faz entrar em contato com o papel urgente de profissionais de saúde, pais e educadores diante do sequestro no qual se leva a criança e se deixa, em seu lugar, um diagnóstico.
Deleuze e Guattari desenvolveram um conceito inovador de inconsciente-multiplicidade, resultado da interlocução do pensamento desses autores com a psicanálise e com uma série de aliados, filósofos ou não.
O livro 'A Gestão do SUS no Âmbito Estadual' desenvolve um estudo sobre as condições reais de desenvolvimento da descentralização da saúde no estado, visando a consolidação da proposta eminal da Reforma sanitária - O Sistema Único de Saúde (SUS).
Disse certa vez o célebre arquiteto Oscar Niemeyer: “O que me atrai não é o ângulo reto, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. Me atrai a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos rios, na onda do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito o universo inteiro, o universo curvo de Einstein”. Palavras que inspiraram o título deste livro de Ernesto Venturini, psiquiatra que contribuiu ativamente para a reforma psiquiátrica na Itália. “Com efeito, a desinstitucionalização é como a linha curva de que fala Niemeyer, uma linha oposta à rigidez do pensamento manicomial”, afirma o autor. Como assessor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Venturini esteve várias vezes no Brasil, onde, em encontros com gestores da saúde, profissionais, usuários e cidadãos, falava de sua experiência na Itália. Escritos que foram temas desses encontros estão agora reunidos neste volume. Os textos foram produzidos entre os anos 80 e o início de 2000, mas levantam discussões que permanecem atuais. “Dar alta aos pacientes de prolongado internamento em hospitais psiquiátricos, inseri-los no território, reduzir o número de vagas em leitos hospitalares e converter recursos hospitalares em serviços comunitários é um processo ainda em vias de realização na maior parte dos países europeus e americanos”, avalia.
O benefício da assistência social não é para todos, senão para quem pode provar sua necessidade – como disse um perito. Os sujeitos em sofrimento psíquico o dizem de outro modo: “nem todo louco recebe benefício”; “estou apta para o trabalho, mas o trabalho não está apto para mim”; “ninguém é louco o tempo todo”. E quem pode provar a sua necessidade? Por que os sujeitos em sofrimento psíquico são os que menos conseguem provar a sua necessidade? Será que ainda precisamos de mudanças no instrumento de avaliação do BPC ou nos mecanismos e procedimentos institucionais? Essas respostas podem ser procuradas nos conflitos morais mudos e na gramática moral ou “infraestrutura normativa” que atravessam as formas deficitárias de reconhecimento da deficiência mental. Talvez, seja o tempo de uma nova reviravolta capaz de negar a institucionalidade vigente e inventar outra...
A medicina na era da informação' se caracteriza como obra que marca o processo dialógico entre duas áreas de grande significado social, a medicina e a ciência da informação. Ambas se ocupam de importantes desafios científicos, a primeira voltada à luta pela saúde e bem-estar social, e a segunda à sustentabilidade do desenvolvimento da ciência e da cultura, por meio da preservação, organização, disseminação, acesso e uso da informação. Neste livro, está registrada as informações dos debates e qualidade dos trabalhos apresentados por professores pesquisadores do Brasil e de Portugal, assim como por pós-graduandos e profissionais que atuam na interface da medicina e da ciência da informação, o que permite aos seus leitores o contato com a interlocução qualificada que se efetuou durante o Medinfor.
Este livro detalha a experiência do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, de Sousas (Campinas, SP) . Escrito pelos protagonistas responsáveis por cada projeto assistencial, representa um esforço coletivo de reflexões sobre os caminhos construídos e sobre as aprendizagens conquistadas durante estes anos.
O livro A regulação assistencial no SUS sob uma ótica sociológica: entre oportunidades e constrangimentos analisa a regulação do acesso à saúde no SUS, observando os padrões de estruturação que orientam a configuração da rede de comunicação produzida pela ação regulatória, na perspectiva dos seus gestores/profissionais e das usuárias do serviço. Esta obra ancora-se na Teoria da Estruturação, de Antonny Giddens, observando a rede assistencial de pré-natal e parto no município de Salvador-Bahia, sob uma ótica sociológica. Seu conteúdo evidencia a fragmentação da rede assistencial e revela um protagonis-mo das usuárias para viabilizar seu acesso aos serviços de saúde. O olhar crítico-reflexivo da autora aponta para o forte viés normativo e racionalizador da ação regulatória, sinalizando as condições favoráveis à integração social entre pontos de atenção da rede e os constrangimentos à atuação sistêmica da atenção básica como ordenadora da rede de atenção à saúde no SUS. Trata-se, portanto, de uma leitura importante para estudantes e profissionais da saúde que desejem compreender a regulação assistencial implementada no SUS.
O corpo é o guardião de nossa verdade, porque carrega em si a experiência de toda a nossa vida e cuida para que possamos viver com a verdade de nosso organismo. Com a ajuda dos sintomas, ele nos obriga a admitir essa verdade também em nosso consciente, para que possamos nos comunicar em harmonia com a criança um dia maltratada e humilhada que vive em nós. Em A revolta do corpo , Alice Miller trata do conflito entre aquilo que sentimos e que nosso corpo registrou e aquilo que gostaríamos de sentir para corresponder às normas morais que interiorizamos desde sempre.
Este livro é um documentário onde se registram os marcos da história da saúde pública no Brasil. Leia-o e assista aos vídeos como uma forma de não deixar apagar as luzes que ilumina as mentes e corações de homens e mulheres que foram capazes, em seu tempo, de antever o futuro no sonho do Direito à Saúde para toda a nação brasileira.
O livro apresenta o Samu, situando seu protagonismo como primeiro componente implantado da política de redes assistenciais, e discute seu funcionamento e abrangência nacional. “Foi, sem dúvidas, um componente que teve muita aceitabilidade por parte da população e dos gestores, mudando a forma de atender urgências no Brasil”, ressaltam as autoras. Esse atendimento pré-hospitalar foi ampliado com a criação das UPAs e das salas de estabilização. Segundo as médicas, a UPA foi um componente vital para a ampliação do acesso, mas sua implantação foi controversa: “A falta de planejamento gerou uma competição com a APS (Atenção Primária à Saúde) e com o próprio hospital, como ilustrado pelo desastroso fenômeno de internação na UPA”, explicam.
Neste livro estão reunidas e destacadas informações, discussões e reflexões sobre a administração da assistência suplementar à saúde, onde são sugeridas atitudes críticas, inovadoras, empreendedoras e éticas.
O cuidado integral de enfermagem ao indivíduo e família, realizado no nível intermediário da rede de atenção à saúde, na sociedade brasileira é abordado aqui numa articulação de saberes inter e transdisciplinares. As experiências e reflexões sobre aspectos da gestão dos fluxos e sistemas de informação dos serviços, na atenção multiprofissional e no cuidado especializado de enfermagem na mastologia, na clínica da dor, no controle dos agravos cardiovasculares, no tratamento conservador da doença renal e das disfunções do trato urinário inferior em crianças e adolescentes, na atenção ao idoso frágil, no cuidado em saúde mental dos CAPS contribuem para ampliar a compreensão do importante papel da enfermeira, como profissional da equipe de saúde que atua pela defesa da vida.
O tema Amor mundi, políticas da amizade e cuidado: a integralidade e a polifonia do cotidiano da saúde nasceu da vontade, que na perspectiva fenomenológica arendtiana significa a concreta fonte de atos e da ação política, aquilo que constitui o cerne da condição humana. É a vontade a maior expressão da evidente dependência recíproca entre o pensar e o agir. Por isso, a vontade não pode se descolar do pensamento, pois se refere ao substrato necessário à concretização de ações. Tais ações trazem a convocação permanente de nos tornarmos presentes nos espaços públicos, seja como autores, seja como agentes de direitos na saúde, na educação e na justiça. Considerando a existência legal e jurídica de um Estado de direito, conforme inscrito na Constituição de 1988, pareceu-nos evidente que tais relações e interações entre os sujeitos e sujeitas, em especial na saúde, forjam demandas e necessidades na busca por cuidado, e também por conhecimento e por igualdade. De outro lado, apoiando-se na máxima do pensamento arendtiano, direito a ter direitos, as questões relacionadas ao direito como exercício democrático têm-nos exigido, como pesquisadores, a inclusão de outros elementos existentes nos espaços públicos, tais como a arte, a cultura e as comunidades, remotas e tradicionais (indígenas, quilombolas, povos das florestas). No Brasil, o SUS, desde sua criação em 1990 se configurou como espaço público, nos ensinando que a saúde, como efetivação do direito humano, se traduz, na prática, como direito não somente a ter acesso ao cuidado, mas o direito de ser na sua construção e concretização.
Este livro é leitura imprescindível para quem busca entender e superar os efeitos do racismo institucional na saúde mental. Ancorado na articulação entre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e a Política Nacional de Saúde Mental, Emiliano de Camargo David toma raça como um determinante social da saúde e propõe a “aquilombação” como ferramenta teórica para expandir o debate e fazer frente aos marcadores raciais que ampliam as iniquidades seculares e contemporâneas no cuidado à saúde mental. Para ele, o “aquilombamento” coloca o racismo no centro do debate público e permite avançarmos no processo de inclusão da temática racial nas políticas e, consequentemente, nos serviços de saúde mental, indicando um caminho assertivo para a construção de estratégias para o seu enfrentamento.
“Na manhã de 29.05.1968 no Sítio Morada Nova, o acusado desfechou, utilizando uma roçadeira, violentos ferimentos na pessoa de seu próprio irmão”, narrava a denúncia do Ministério Público. O acusado era Juvenal Raimundo de Araújo, talvez Juvenal Raimundo da Silva. Não se sabia ao certo nem o nome dele porque recusava-se a falar, não apresentava documentos civis e era louco. Por ter cometido um ato violento, foi confinado em um manicômio psiquiátrico, sob a justificativa de tratamento, e nunca mais voltou à liberdade. Permaneceu na clausura por 46 anos. Essa não é uma história de ficção. É uma história de injustiça analisada neste livro, que inaugura a coleção Bioética e Saúde. Juvenal foi o homem que mais tempo ficou confinado em um manicômio judiciário no Brasil, abandonado à espera de uma decisão oficial sobre sua experiência, banido do convívio social e do reconhecimento de direitos. Se a Justiça considera 30 anos como pena máxima para prisão, o que aconteceu ali durante todo esse tempo? A autora buscou responder a essa pergunta ao analisar o dossiê de Juvenal, sob a guarda do manicômio judiciário. Ela se debruçou sobre o arquivo para realizar uma análise das práticas discursivas de saber e poder sobre Juvenal. Seu estudo revela o funcionamento “da máquina de abandono que confiscou a existência de Juvenal”.
Resultado de paciência estimulada pelo tempo, esta obra vai se incorporar à bibliografia da cultura nacional. O leitor agradecerá o ensejo de ter desfrutado um livro rico de saberes. Fernando Queiroz Monte, após de cinquenta anos de labuta como médico, com especialidade de oftalmologia, diuturnamente reflete a sua prática à luz dos mestres do conhecimento médico. As Bases do Raciocínio Médico, não do médico, e sim da Medicina, essa mescla de ciência e arte, permitirá que se eleve a consciência sanitária rumo à resolução de problemas que nos afligem há tanto tempo.
A presente coletânea apresenta aspectos críticos da avaliação dos serviços de atenção primária à saúde (APS) no Brasil, tendo o PMAQ-AB como seu analisador, a partir de pesquisas desenvolvidas por instituições de ensino superior brasileiras. Este volume não se refere a um livro nostálgico, lendo apenas o passado através das lentes do PMAQ-AB, mas a partir das lições aprendidas deste esforço avaliativo, os autores demonstram a utilização dos dados do PMAQ-AB para levantar questões avaliativas e propositivas para uma organização mais efetiva das práticas ofertadas nos serviços de APS no Brasil.
A presente coletânea apresenta aspectos críticos da avaliação dos serviços de atenção primária à saúde (APS) no Brasil, tendo o PMAQ-AB como seu analisador, a partir de pesquisas desenvolvidas por instituições de ensino superior brasileiras. Este volume não se refere a um livro nostálgico, lendo apenas o passado através das lentes do PMAQ-AB, mas capta as lições aprendidas deste esforço avaliativo para debater criticamente o futuro da avaliação, da pesquisa e do cuidado em APS no Brasil.
Nesta obra, a autora trata do acompanhamento farmacêutico ao paciente frente à utilização de medicamentos, na prevenção e no controle de doenças infecciosas, crônico-degenerativas e de resolutividade, de acordo com as resoluções, normas e diretrizes brasileiras para o exercício das atividades da Atenção Farmacêutica. Descreve um Método para a prática da Atenção Farmacêutica com ênfase em Semiologia Farmacêutica e Cronofarmacologia. Apresenta modelos de Protocolos Clínicos e Fichas de Seguimento Farmacoterapêutico, desenvolvidos como o resultado da prática clínica desta atividade de Atenção Farmacêutica, aplicada e validada ao longo de mais de anos em Farmácia Municipal Especializada aos Programas Nacionais de DST/HIV/AIDS e Hepatites Virai s.
Atenção Farmacêutica – Gestão e Prática do Cuidado Farmacêutico reúne a experiência de mais de 20 anos de práticas da Divisão de Farmácia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HCFMUSP. Com muita propriedade e clareza didática, são descritos os desafios na implantação de um serviço de atenção farmacêutica em um hospital público de grande porte, bem como as práticas de farmacêuticos, que envolvem atividades em várias especialidades, desde a inserção da Atenção Farmacêutica na assistência hospitalar até as legislações que apoiam a prática. São também apresentados- manual de procedimentos, formulários e questionários utilizados em cada etapa do processo, bem como os casos nas áreas de atuação. Atenção Farmacêutica – Gestão e Prática do Cuidado Farmacêutico apresenta 3 Editoras, 28 Colaboradores, 3 Seções, 13 Capítulos, num total de 350 Páginas. Seu público-leitor está formado por- Farmacêuticos, profissionais envolvidos com Ciências Farmacêuticas e estudantes de Farmácia.
A obra busca compreender as particularidades dos contextos rurais remotos brasileiros, tendo em vista a organização e provisão da Atenção Primária à Saúde (APS), alinhada aos princípios basilares do Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo de que resulta a publicação é um desdobramento da cooperação entre o Ministério da Saúde e a Fiocruz, decorrente do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (Pmaq-AB) do Ministério da Saúde, vigente no país entre 2011 e 2018. O trabalho de campo contou com apoio financeiro do Ministério da Saúde e da Fiocruz e a etapa de análise das entrevistas, com apoio financeiro do Programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão de Saúde/Fiocruz. A obra estimula a reflexão e instiga o interesse investigativo acerca de realidades tão singulares, pouco exploradas, por vezes invisibilizadas e não dimensionadas no financiamento, no planejamento e na execução de políticas públicas.
A reflexão crítica sobre a trajetória e os desafios relacionados à Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil torna-se densa e inspiradora de debates e propostas de intervenção quando se reúnem perspectivas diversas a respeito dos caminhos teóricos, das experiências em diferentes territórios, das práticas profissionais e dos processos de trabalho. Tal panorama permite compreender o valor desta política social para a conquista do direito universal à saúde e para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). Este é o convite que nos fazem os autores desta obra, escrita com o objetivo de atingir gestores, pesquisadores, estudantes e trabalhadores que atuam na APS. Em um contexto que exige capacidade de escuta e argumentação, o cuidado das análises se soma à preocupação com a clareza de linguagem, ou seja, com uma proposta pedagógica.
Existem livros excelentes que oferecem muito mais conteúdo do que prometem no título. Este é um deles. Não se trata apenas de uma reflexão clara, profunda e baseada em novas evidências sobre as origens, desenvolvimento e desafios no Brasil de um dos conceitos centrais da saúde pública: a Atenção Primária à Saúde (APS). Além disso, contribui para a história da saúde pública durante o século XX no país e no início do próximo século e sugere novas abordagens.
A ousadia de se produzir conhecimento a partir de um desenho multimétodos e multifacetado, adaptado para apreender o Sistema Único de Saúde (SUS) tal qual ele se apresenta no cotidiano dos serviços de saúde, deixa como legado percepções apuradas sobre o funcionamento das redes de saúde de Campinas/SP, Fortaleza/CE, Porto Alegre/RS e São Paulo/SP e as singularidades de cada rede temática envolvida na atenção ao Câncer de Mama, Gestação de Alto Risco, Hipertensão Arterial Grave e Transtorno Mental Grave. Captar mais de sete mil usuários nos serviços especializados constituiu-se como escolha inovadora que permitiu explorar acesso, vínculo e cuidado tanto nestes serviços quanto nos de Atenção Primária. Desta forma, foi possível discutir o chamado gargalo da assistência, analisando a trajetória dos usuários e as formas como ocorrem a articulação entre esses serviços. Os resultados mostram avanços no SUS principalmente quanto ao acesso, no entanto apontam fragilidades que devem ser tomadas como desafios para aprimorar a qualidade e continuidade do cuidado.
Este livro é resultado da dissertação defendida por Karine Lima Verde Pessoa no programa de mestradoacadêmico em saúde coletiva da Universidade Estadual do Ceará, tendo como orientadora a Professora Maria Salete Bessa Jorge. Resulta também (ou principalmente) das inquietações geradas na autora ao longo de seu percurso profissional. Foram muitos papeis, muitos cenários, muitos encontros e desencontros. Nãohá nesse texto qualquer pretensão de neutralidade, ao contrário, ele resulta de profunda implicação. não há tampoucoa intenção de chegar a uma verdade, apenas apresentar uma perspectiva, um certo modo de olhar, que talvez possa dialogar com outros olhares que percorrem o caminho de reconstrução da produção do cuidadoem saúde menta.
O livro destina-se a profissionais de serviços e instituições de saúde, principalmente da atenção primária, nas rotinas de cuidado dos expostos a substâncias, produtos e contaminantes químicos. Também, a estudantes de graduação dos cursos do campo da saúde — medicina, saúde coletiva, enfermagem, nutrição, psicologia, terapia ocupacional, entre outros —, bem como estudantes da engenharia ambiental, biologia, agronomia e ciências ambientais. O conteúdo estuda os conceitos e fundamentos da toxicologia e o modelo de atenção à saúde do SUS, perpassa pelo modelo econômico vigente, a consequente degradação ambiental e fontes de exposição humana, monitoramento, avaliação de risco e finaliza com os agrotóxicos: aspectos gerais e toxicológicos, efeitos à saúde humana da exposição, tratamento, e a vigilância e atenção à saúde dos expostos a agrotóxicos.
Este livro deslinda o processo de medicalização que emerge como objeto de estudo no campo da Sociologia da Saúde, a partir segunda metade do século XX, e se desdobra nas vozes de Irving Zola, Ivan Illich, Peter Conrad e Michel Foucault; principais teóricos da crescente influência da medicina em territórios que até então não lhe pertenciam. No decorrer dos anos, o termo vem sendo apropriado por várias áreas e disciplinas da saúde e da educação, entre outras, de forma abrangente e imprecisa, tornando necessária a retomada da discussão conceitual de suas bases teóricas.
Acompanha o vertiginoso avanço da Biotecnologia, que o toma obrigatório para todos que trabalham em laboratórios e unidades de pesquisa da saúde. Em linhas gerais, apresenta os temas: Preparo de soluções químicas. Biologia molecular. Resíduos biológicos. Manuseio de perfurocortantes. Acidentes com material biológico. Boas práticas. Mapa de risco. Roteiro de inspeção em Biossegurança. Riscos físicos. Aspectos psicológicos associados ao acidente ocupacional. Primeiros-socorros. Prevenção e combate aos princípios de incêndio. Ética. Poluentes emergentes. Biossegurança Aplicada a Laboratórios de Pesquisa e Serviços de Saúde apresenta 1 Autor/Organizador, 22 Colaboradores, 18 capítulos, num total de 232 páginas. Seu público-alvo é formado por estudantes, pesquisadores e profissionais que atuam em laboratórios de pesquisa privados, de universidades e serviços de saúde.
Primeira publicação brasileira sobre biossegurança chega à segunda edição com novos capítulos e atualizações. Aborda desde a história das revoluções sanitárias, que levaram a Humanidade a enfrentar epidemias e desenvolver as noções de transmissão, contágio e prevenção de doenças, até questões das últimas descobertas científicas e tecnológicas. Aplicações da internet em biossegurança e acidentes em unidades de assistência médica estão entre os novos temas em debate. Discute, ainda, a criação de mapas de riscos, segurança em biotérios, ergonomia e biossegurança em laboratórios, política de biossegurança, biotecnologia e doenças emergentes.
Bocas em Canto - Adaptações de Cantigas e Parlendas Para Saúde Bucal - Livro do Educador 1
Em 2013, o governo federal lançou o Programa Mais Médicos, distribuindo profissionais de saúde pelo país. Com gosto pelos rincões, o escritor Antonio Lino pegou a estrada para conferir de perto os brasis, os brasileiros e as brasilidades encontrados pelos médicos — na maioria, estrangeiros — imbuídos da missão. Branco vivo é o resultado de seu olhar aguçado para nove localidades desse gigantesco território. Um olhar complementado pelas fotografias do renomado intérprete do Brasil, Araquém Alcântara. Uma ode à humanidade em tempos sombrios.
Traz uma análise inovadora do campo das políticas públicas e da saúde coletiva. Investiga um viés pouco explorado dessa questão: a implementação das políticas e programas de saúde no Brasil com um olhar para a atuação dos burocratas, mais especificamente dos ‘burocratas de nível de rua’, como são chamados no livro os agentes comunitários de saúde. Estes profissionais da Estratégia Saúde da Família, responsáveis por implementar grande parte do programa nos domicílios dos usuários, têm a particularidade de ser recrutados na comunidade onde devem atuar e têm, portanto, uma dupla vinculação: ao Estado e à comunidade. Eles estão na ponta do serviço público, em contato direto e constante com os cidadãos. Ao analisar a dinâmica de interações entre os agentes e os usuários, a autora mostra como valores, crenças e ideias contribuem para mudar as políticas públicas tais como foram concebidas originalmente. A tese que deu origem ao livro recebeu menção honrosa na edição 2011 do concurso de melhores teses da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) e é vencedora do Prêmio Sérgio Arouca – Gestão Participativa no SUS 2009, do Ministério da Saúde.
O livro trata da trajetória secular da Vigilância Sanitária brasileira recortada por dentro das políticas de saúde. Contribui para o debate metodológico do estudo da área a partir da releitura de alguns dos autores clássicos da Saúde Púbica brasileira. Observa no desenvolvimento da vigilância sanitária três modelos de organização na historicidade do seu processo de trabalho, e os caracteriza como de: proteção, vigilância e regulação. Discute as características próprias de cada um na relação com as políticas públicas, sociais e econômicas traçadas ao longo da construção da sociedade brasileira. No interior da Saúde Pública a vigilância sanitária vem se afastando das políticas da atenção à saúde na medida em que amplia sua interface com os processos produtivos geradores de risco sanitário, o que tem levado à predominância da economia. O estudo busca interroga a possibilidade de a vigilância sanitária sustentar-se como integrante das políticas de direito social e da saúde, mesmo sob o regime da reestruturação produtiva internacional.
Os técnicos da Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo mostram a cara da dor, do medo e da morte em alguns passos de atuação em defesa da saúde pública... e da vida de todos. E nessa caminhada tropeçam em legislações violadas, em direitos desrespeitados, em falta de ética, em serviços de saúde irregulares, em profissionais descuidados e em discussões jurídicas que retardam suspensões ou proibições da produção e do comércio do que contamina.
O tema “Cidadania do cuidado: o universal e o comum na integralidade das ações de saúde” nos remete à ideia de fronteira, cuja travessia para alcançá-la nos exige coragem de pensarmos agindo sobre as práticas de cuidado na saúde, a partir do que consideramos mais desafiador para seu exercício: a responsabilidade e a confiança. Tornar visíveis as margens teórico-práticas para a construção de uma epistemologia amistosa aos estudos sobre a integralidade em saúde, entendida como um agir político responsável e confiável, significa reconhecer as passagens, trajetórias e experiências cotidianas, vivenciadas ou narradas pelos usuários, na relação com profissionais, docentes, discentes e gestores.
Esta obra é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa em Cibercidades e procura compreender melhor a relação entre cidade e as novas tecnologias de comunicação. Aborda temas como a inclusão digital, as infra-estruturas de redes sem fio, as interfaces dos portais governamentais, o governo eletrônico, entre outros. Divide-se em duas partes - a primeira revela que toda forma urbana configura-se a partir de diversas redes técnicas e sociais; e a segunda apresenta os resultados sobre o governo eletrônico e os portais governamentais.
Vigilância Sanitária | Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos reflete o cenário atual do mundo globalizado, em que a qualidade assumiu papel determinante na vida do indivíduo, notadamente em sua saúde. Indispensável a estudantes e profissionais da área de alimentos, esta obra aborda a evolução da legislação brasileira e sua contextualização no panorama internacional, os aspectos do registro de alimentos industrializados no país, além do controle de qualidade, tema que é conduzido sob os pontos de vista da metodologia envolvida na análise de cada um dos tipos clássicos de alimentos. Esta segunda edição foi bastante aprimorada e atualizada, ganhou novo projeto gráfico, revisão minuciosa do texto e o capítulo Sistema de Gestão da Qualidade em Laboratórios de Ensaios de Alimentos, que, entre outros assuntos, discute a importância da implementação desse sistema para a confiabilidade de laudos emitidos e os benefícios que ele proporciona aos laboratórios de ensaios.
No desafio de formar profissionais de saúde implicados com a atenção integral e uma clínica comum, este livro apresenta alguns itinerários. Trata-se da experiência de formação -que denominamos "entreprofissional"- do eixo Trabalho em Saúde, um dos eixos c
Este volume da série trata da clínica praticada fora dos settings tradicionais como hospitais psiquiátricos ou consultórios com pessoas que não se adaptam a protocolos convencionais. Os ensaios que o compõem narram e problematizam experiências ocorridas na fronteira entre a dependência e a morte, entre a loucura e a cidadania, entre o exílio e o comunismo múltiplo e micropolítico ativado em práticas de saúde.
Este livro parte do pressuposto do esgotamento da reforma psiquiátrica e a integração de suas realizações na sociedade dos mercados, onde a saúde e os benefícios de segurança social são regidos pelo lucro privado e não pela solidariedade. Parte da necessidade, portanto, de uma reforma da Reforma Psiquiátrica, que já não poderá ser um processo deliberado no âmbito de um Estado do bem-estar, mas uma tarefa na contracorrente no horizonte de uma Sociedade do bem-estar.
A hora é agora. As questões climáticas, sociais e culturais que nos cercam pedem urgência na cocriação de novas narrativas, que resgatem a origem coletiva de ser humano e que nos reconectem com o mundo natural e demais seres que nos rodeiam. Somente a partir do entendimento de como funcionam as estruturas que nos aprisionam em um modo de vida insustentável poderemos, de fato, começar a pensar em novos presentes: mais livres e, ainda assim, sustentáveis.
Este livro narra os movimentos de Eaprender e ensinar de profissionais, alunos e professores dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social proporcionados pelo Pet-Saúde/UFF. Uma construção de saberes elaborada no coletivo, tendo como cenário os serviços de saúde, e não apenas a grade de disciplinas e conhecimentos específicos de cada núcleo profissional. O desafio proposto consiste na experiência como campo privilegiado de conhecimento, incluindo como elemento pedagógico os conflitos e problemas do cotidiano, como dispositivos para a formação, além da aposta na possibilidade de construção de um trabalho pautado na necessidade do sujeito, no trabalho colaborativo, que escapa da formação centrada no núcleo de saber de um único profissional.
Compreender o suicídio é, primeiramente, compreender nossas próprias limitações. Saber que o conhecimento é limitado diante de fatos tão complexos pode causar medo e afastamento, entretanto, o objetivo aqui é o oposto: acolhimento e proximidade. A medicina, a ciência biológica, a filosofia, a sociologia, a cultura, a espiritualidade e a psicologia são sentidas nesta obra e o conhecimento é a porta de entrada para um campo de amplas oportunidades. A primeira seção apresenta uma discussão interessada em temas que vão desde a história do suicídio até os debates jurídicos, éticos e contemporâneos sobre o direito de morrer. A seção a seguir aborda diversos fatores sociais e epidemiológicos associados ao suicídio. A terceira seção discute os fundamentos biológicos do suicídio e comportamentos relacionados, a quarta discute os fatores clínicos associados ao suicídio e a quinta as condições clínicas associadas ao suicídio. Finalmente, na última seção se discute o suicídio em populações específicas.
Conhecimento e Inovação em Saúde: Experiências do Brasil e do Canadá representa uma iniciativa inédita na literatura especializada, seja pela importância e natureza dos temas abordados, seja por reunir experiências de dois países que, apesar das diferenças, enfrentam problemas comuns na gestão dos seus sistemas de saúde, públicos e universais, seja ainda pelo perfil dos autores, todos eles especialistas renomados em suas respectivas áreas de atuação.
Os Consórcios Públicos de Saúde são uma alternativa viável para maximizar a regionalização da saúde no Brasil? Como estabelecer um consórcio? Quais os principais desafios enfrentados pelos consórcios? Essas são questões respondidas em “Consórcios Públicos de Saúde”. Para os Doutores Nésio Fernandes e Arruda Bastos “Os Consórcios Públicos de Saúde são mais uma experiência exitosa de gestão interfederativa que o SUS produziu. Neste livro, as leitoras e os leitores encontrarão um guia prático para entender a função e a importância dos consórcios públicos para a gestão da atenção especializada nas micro e macro regiões de saúde do SUS.” Os autores abordam essa temática tão importante e necessária, que evidenciou as duas fontes de resiliência do federalismo brasileiro notabilizadas na pandemia: 1) o protagonismo científico e sanitário do Consórcio Nordeste; 2) a mobilização da Frente Nacional de Prefeitos. Mais de duas mil cidades de todas as regiões do país formaram o Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras: o Consórcio Conectar, que também é analisado neste livro. — Karla Amorim Sancho Linguista e Doutora em Saúde Coletiva pela UNICAMP
O livro apresenta os múltiplos sentidos relacionados aos temas que envolvem o ensino/aprendizagem em saúde mental no cenário da Estratégia de Saúde da Família e também da formação nas instituições de ensino superior.
Os trabalhos aqui reunidos são produto de um esforço coletivo dos integrantes do Programa Integrado de Pesquisa, Ensino e Extensão Comunidade, Familia e Saúde (FASA), do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, e de parcerias estabelecidas ao logo de sua trajetória. Celebrando 15 anos de atuação, o FASA vem investindo em projetos que buscam compreender as práticas e concepções de saúde, analisadas em seus contextos macros e microestruturais, no esforço de discutir necessidades de saúde de grupos sociais distintos, de modo compartilhado com os grupos em questão.
A contrafissura é um sintona social contemporâneo que opera na mídia, na política, na clínica - na subjetividade contemporânea. Plasticidade psíquica refere as mutações subjetivas dos cuidadores que protagonizam experiências promissoras e as transformações que ocorrem nos usários da Rede de Atenção Psicossocial Brasileira.
A originalidade do campo empreendido por Raquel Bastos nos possibilita um diálogo nem sempre convencional da Medicina Antroposófica em um contexto dominado pela Medicina “Moderna”. A Antroposofia nos é apresentada por Rudolf Steiner (1861-1925) no século XX, na Suíça, propondo a cura holística a qual engloba não só a existência física como a emocional e a espiritual.
Eis aqui uma Extraordinária provocação: narrar uma experimentação inscrita no vigor da materialidade de um “comum”. A de processos de trabalho coletivos e suas vicissitudes, na área da saúde, realizados entre os campos da extensão, pesquisa e ensino, na Universidade Federal Fluminense em Niterói/Brasil. A Intenção é flagrar algumas paragens desses processos de trabalho institucional, aquelas que se diferem exatamente por se fazerem singulares, retidas na memória. Dar visibilidade a dimensões dessa processualidade atravessadas por uma aguda implicação – com a criação, com as questões sócias e culturais, globais e locais, com as exigências de um tempo presente, com a construção absolutamente necessária de um olhar transdisciplinar ante o mundo, com a impermanência, com a alteridade e a diferença em si mesma como dispositivos próprios à vida, em sua forma inventiva e potente. Privilegiar as práticas do cuidado em saúde. Aproximar a fazer dialogar as práticas da assistência e da academia, de modo que as tornasse campos intercessores. Singulares e hibridas experimentações gestadas ao longo de nove anos e inscritas na memória coletiva de onde, nesse momento, extraímos outras necessidades. Outros encontros, heterogênios e incomuns, a gestar, por contágio, outras séries, outras intercessões, a perspectivarem “novas buscas voluntárias do problemático”, reafirmando a abertura do próprio campo social da clínica a um fora dela mesma. E, nessa abertura, inventando novas conexões que põem em variação a qualidade e a intensidade das próprias hibridações, que, agora, agenciam outras séries, conceituais e afectivas: Filosofia, Arte, Saúde e educação. Intercessões que, desta vez, se materializam, já nesse livro, numa cooperação acadêmica internacional, em construção, com a Universidade do Porto/Portugal.
Faz um resgate histórico do cirurgião-dentista desde a Idade Média, passando por Portugal e vindo para o Brasil no bojo do projeto colonial português, passando pelo período imperial quando, em 1884, surgem as primeiras escolas odontológicas brasileiras, chegando também ao período republicano.
O conteúdo do livro apresenta resultados de uma pesquisa de doutorado que nos faz refletir sobreas relações intersubjetivas e as abordagens realizadas pelos trabalhadores de saúdeno cuidado ao usuário de crack no contexto da rede social de apoio formal em Fortaleza. O oferecimento de cuidado em saúde na rede social de apoio é pautado muitas vezes na homogeneização do usuário crack. Independente do local de tratamento, a atenção à saúde deve atender ao pressuposto da singularidade do cuidado, da compreensão da complexidade e da autonomia de cada sujeito, que, além de ser um usuário do sistema, é um cidadão protagonista do seu percurso terapêutico. Diante da complexidade das questões expostas, dá-se conta dos grandes desafios a serem enfrentados pelos serviços de saúde e do necessário diálogo com vistas a uma transição para um modelo de cuidado mais integral e humanizador.
Este livro traz relatos de experiências de atendimentos pontuais on-line, oferecidos por um grupo voluntário, o Time Humanidades, composto por psicólogos e psiquiatras durante os primeiros 9 meses da pandemia do Covid-19 no Brasil. Algumas situações vivenciadas foram selecionadas e registradas por este grupo de profissionais da área da saúde mental, que se uniram profissionalmente por meio de um sentimento comum: a solidariedade.
Este é um livro destinado à implantação dos cuidados paliativos nas Unidades de Terapia Intensiva. Seguem-se no livro os capítulos sobre Cuidados Paliativos a serem implantados e sobre a identificação e o controle de sintomas nos diferentes cenários: UTI de adulto, pediátrica e em neonatologia. É também definido o controle dos sintomas do ponto de vista multiprofissional, na área médica, na fisioterapia e na enfermagem, sendo apontado o valor da enfermagem como mediadora da equipe multiprofissional e a importância da avaliação do controle da dor como 5º sinal vital.
Cuidados Paliativos na Prática Clínica em Tempos de COVID-19 retrata as ações do Núcleo Técnico Científico em Cuidados Paliativos realizadas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a partir do início do ano de 2020, ocasião da maior mobilização da história deste complexo hospitalar, voltada para o atendimento de uma crise sanitária. Relata as experiências vividas pela equipe no atendimento a pacientes acometidos por formas moderadas a graves da COVID-19 e aqueles que, em condição de doença avançada e com outros diagnósticos, foram elegíveis para Cuidados Paliativos. Uma atuação inédita. A obra foi organizada em 3 seções, apresentadas e prefaciadas separadamente. Seção I – A organização do trabalho no contexto da emergência sanitária e os aspectos técnicos da prática clínica do atendimento em Cuidados Paliativos prestado no HCFMUSP durante a pandemia. Seção II – Vivências e experiências com pacientes e familiares. Ênfase especial é dada aos aspectos biográficos do paciente, sob forma narrativa, e suas relações com o sofrimento vivenciado. Seção III – Visão voltada para o profissional de saúde em sofrimento. Suas expressões psíquicas, emocionais e alternativas encontradas visando seu equilíbrio perante os desafios. O público-alvo é formado por profissionais da área da saúde envolvidos diretamente, ou não, no cuidado a pacientes acometidos pela COVID-19 e com interesse em conhecer por que os Cuidados Paliativos se firmam como uma prática assertiva nesta pandemia, as respostas obtidas nesse trabalho e que pretendem gerar reflexões sobre a necessária mudança do paradigma assistencial em saúde, para além desta fase crítica. Não se trata de um livro sobre... mas um livro de Cuidados Paliativos.
Esta obra representa uma grande evolução para o mundo dos Cuidados Paliativos Pediátricos, constituindo uma novidade para essa especialidade. O livro fornece uma resposta eficiente e rápida para suas questões. A forma como os organizadores e autores escrevem os textos mais atualizado e de maneira envolvente, e clinicamente relevante, faz o livro, Cuidados Paliativos Pediátricos, uma fonte de referência imprescindível, para os leitores interessados em cuidados paliativos.
A primeira edição deste livro, intitulada Cuidados Paliativos na Emergência, trouxe, de forma inédita na literatura de Cuidados Paliativos, uma abordagem essencialmente prática, ilustrada com casos clínicos, rica em fluxogramas e tabelas, escalas e doses dos medicamentos essenciais. Esta segunda edição, completamente atualizada e com novo título, amplia o escopo para incluir pacientes críticos, tanto na sua apresentação na emergência como durante a internação na Unidade de Terapia Intensiva e no pós-UTI. Esta edição conta com: • 20 novos capítulos, incluindo temas que variam desde cuidados específicos com a população LGBTQIA+ até nutrição e hidratação em fim de vida na UTI. • Três novas seções: · Tomada de decisões, abordando temas como o papel da família na decisão compartilhada, Trial de UTI e transição de cuidado. · Ajuste de suporte vital, com 8 capítulos que trazem em conjunto evidências científicas e a experiência dos autores sobre os potenciais riscos e benefícios de várias intervenções, desde transfusões e antibioticoterapia até hemodiálise e ECMO. · Cuidado pós-UTI, incluindo temas como reabilitação, paciente crítico crônico e síndrome pós-UTI. • Autores reconhecidos em suas respectivas áreas, de diferentes instituições do norte ao sul do país, contemplando: médicos intensivistas, paliativistas e emergencistas, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais e nutricionistas, trazendo, desta forma, uma visão ampla e interdisciplinar do cuidado. • Casos clínicos ilustrativos, demonstrando a aplicação de conceitos e fluxogramas, presentes na grande maioria dos capítulos. • Uma seção de consulta rápida para uso à beira-leito, com as principais escalas de funcionalidade e tabelas de tratamento de sintomas, incluindo as medicações mais indicadas e suas respectivas dosagens.
Traz um conjunto variado de ensaios representativos das atuais - e diversas - tendências historiográficas a respeito dos discursos e das práticas sociais que, em diferentes cenários latino-americanos e caribenhos, organizaram-se em torno de questões relativas à saúde e à doença. A intenção é pôr em evidência aspectos relevantes da experiência histórica dos países quanto a ações individuais e coletivas relacionadas à manutenção e à restauração da saúde, bem como ao cuidado, ao controle e à cura das doenças. A preferência pelo local e pelo específico não visa à mitificação das práticas culturais, pois, nas abordagens aqui desenvolvidas, os eventos históricos alcançam significado num quadro de referência mais amplo. Assim, os temas da saúde e da doença se entrelaçam com outras realidades coetâneas: penetração e avanço de formas capitalistas, mudanças do perfil demográfico e acelerada urbanização, formação material e simbólica dos estados nacionais, dinâmicas socioprofissionais, dentre outros. Os artigos selecionados apresentam o que há de melhor nas análises históricas sobre saúde e doença em nossas regiões, e certamente são, desde já, leitura obrigatória para profissionais, professores e estudantes das áreas de saúde coletiva, história, medicina, ciências sociais e humanidades.
De fato, a comunicação é o ponto mais sensível em todas as relações humanas, tanto mais em situações de vulnerabilidade, como é uma doença grave – e um prognóstico de terminalidade pode elevar exponencialmente o potencial de mal-entendidos. É neste sentido que a bioética, como ciência que une ciência e humanidades, pode nos trazer os elementos para enfrentar com padrão-ouro as dificuldades que surgem também na comunicação. Neste primeiro volume, a Série CP – Cuidados Paliativos – Comunicação, Bioética e os Últimos Momentos, apresenta temas relevantes que foram compilados em 18 capítulos divididos em quatro partes: Comunicação; Bioética e Qualidade de Vida; Aspectos Espirituais e Psicossociais e Últimos Momentos de Vida. São expostos temas que inter-relacionam médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, capelães, assistentes sociais, entre outros atores desse “universo paliativo”. Em uma linguagem clara e associada com a prática clínica, os capítulos buscam abordar os cuidados paliativos de uma forma abrangente e aplicada ao dia a dia do profissional de saúde. A cada linha se percebe a delicadeza e a especialidade com que os últimos momentos são tratados e quão fundamental é que estes elementos estejam presentes em todas as interações comunicacionais da equipe de cuidados.
Esta coletânea se alicerça em diferentes perspectivas oferecidas pelos autores-pesquisadores-colaboradores da Rede Multicêntrica de Pesquisa lncubadora da integralidade e convidados, de modo a permitir contemplar as múltiplas experiências do pensar e agir acerca da integralidade do cuidado, a partir de distintos contextos sociais, geopolíticos e epistêmicos. Além disso, busca compor uma espécie de sensos comuns acadêmico, cientifico e intelectual, cujas divergências não signifiquem uma contradição ao entre elas, mas que sirvam de complemento, como nos ensina Hannah Arendt, ao propor a ideia da mentalidade alargada.
O conhecimento do ser humano evolui continuamente em todas as áreas. Na medicina, porém, o avanço de uma ampla gama de tecnologias voltadas para o prolongamento da vida – desejo primitivo dos seres humanos – deu lugar à tecnocracia. Esse movimento iludiu leigos (e muitos profissionais) e criou mitos, sobretudo o de que a morte poderia ser vencida. O problema é que essa obstinação terapêutica é hoje, muitas vezes, fonte de sofrimento – e paradoxalmente pode resultar no abreviamento do tempo de vida. Assim, é fundamental resgatar a qualidade do cuidar, não só do ponto de vista biológico, mas também mental e espiritual. Não se trata de abandonar o desenvolvimento tecnológico, mas de integrá-lo à visão plural de cuidado. Partindo desse pressuposto, esta obra – escrita por uma equipe multidisciplinar – se baseia numa prática integrativa, na qual todas as áreas de conhecimento trabalham juntas na busca da melhor qualidade de vida e da dignidade humana. Dividida em 16 capítulos, ela oferece protocolos seguros e eficazes que aliviam os principais sintomas dos pacientes que demandam atenção paliativa e traz uma série de opções de tratamento. Também são abordados temas como plano avançado de cuidados e diretivas antecipadas de vontade, além dos cuidados de fim de vida. Trata-se de uma referência fundamental num campo que está em franco desenvolvimento.
Cultura, saúde e doença, 5ª edição, aborda as interações complexas entre saúde, doença e cultura, enfatizando o papel da antropologia médica e a prática dos cuidados de saúde, utilizando exemplos da vida real e estudos de caso. Esta obra, completamente revisada a fim de abranger o que há de mais atual, também expandiu a cobertura de diversos tópicos para incluir temas como: pobreza e desigualdade em cuidados de saúde, genética, biotecnologia, internet e saúde, doenças crônicas, infecções resistentes a drogas, mudanças na nutrição e imagem corporal, cuidados médicos dos migrantes, tecnologia médica, pandemias mundiais como AIDS e malária, dependência de drogas e álcool, além da linguagem do sofrimento dos pacientes, um assunto complexo na relação médico-paciente.
Esse livro celebra os 15 anos de existência do Programa da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da ENSP/FIOCRUZ. A primeira parte do livro traz o histórico do programa e os conceitos que fundamentam a iniciativa: os primeiros desafios; as estratégias pedagógicas empregadas; a nossa metodologia de ensino-aprendizagem, a construção compartilhada do conhecimento por meio dos espaços coletivos e as trocas de saberes e práticas. A segunda parte traz a experiência nos campos de prática relatada por ex-residentes e seus orientadores e se baseia em trabalhos de conclusão de curso apresentados no programa.
O livro Decisões políticas e mudanças limitadas na saúde, de Carmem E. Leitão Araújo, esclarece um dos enigmas da história brasileira: a construção do Sistema Único de Saúde seria fruto de que conjugação de forças? Que participação os governos de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva tiveram em sua implementação? Esse livro faz uma abrangente análise sobre a constituição de uma das principais políticas públicas do país: o SUS. A sua leitura ajudará a todas as interessadas em compreender o passado, o presente e o futuro desse nosso país tão desigual e também tão complexo. Gastão Wagner de Sousa Campos
Esta tem por objetivo contribuir para o debate sobre a qualidade do atendimento aos pacientes nas emergências do SUS. O fato de privilegiar as relações entre os agentes das ações faz com que o autor adote como critério de análise da qualidade do serviço a valorização do respeito aos direitos das pessoas o acolhimento dos usuários por parte dos profissionais da saúde e a motivação destes profissionais para trabalhar em emergências buscando satisfazer aos usuários.
Homens, brancos, médicos ou filhos de médicos, fazendeiros ou famílias de políticos tradicionais no local: se este era o perfil costumeiro dos secretários municipais de saúde, pode-se dizer que os efeitos da democratização se fazem notar. Já é significativa a participação de mulheres, negros e não médicos à frente das pastas da saúde, especialmente em municípios de menor porte. Este é um dos resultados apresentados no livro, fruto de um projeto que, ao longo de uma década, analisou as mudanças no perfil dos gestores, na gestão e nos padrões de difusão de inovação das secretarias municipais de saúde.
Este livro é um livro pequeno, mas bravo e militante, marcado pela urgência de graves desafios e riscos para a reforma psiquiátrica no Brasil, como o sub-investimento nas políticas sociais e em saúde, o desemprego, a violência, o abuso de drogas(crack) e a precarização do trabalho. Isso tem profundas repercussões na saúde e saúde mental da população, nos programas e serviços, além de dificultar a expansão dos serviços mais efetivamente substitutivos ao hospital psiquiátrico. A recente reorganização corporativa da medicina e da psiquiatria biomédica, e sua articulação com projetos políticos abertamente conservadores, também trazem fortes preocupações.
Desde meados dos anos 80, o Brasil enfrentou, com sucesso ímpar, a construção de um dos maiores, e mais complexos, sistemas públicos e universais de saúde, o SUS, implementado ao longo de mais quinze anos. Um sistema nacional e simultaneamente descentralizado pelas unidades estaduais e municipais da Federação. Tal movimento de construção institucional não foi desafiante tão somente na sua realidade; desafia mais ainda, e até hoje, os estudiosos de políticas públicas que pretendem dar conta desta realidade. É esse o desafio que a autora enfrenta com inteligência e brilho neste livro.
O livro “Desse jeito não mais! Trabalho doente e sofrimento mental” trata de como a desregulamentação do trabalho contemporâneo afeta negativamente as relações pessoais e sociais. Demonstra como esse aumento exponencial da exploração, da precarização e do autoritarismo na gestão resulta também em sofrimento mental. Investiga a relação entre degradação do trabalho e enfermidades, entre as quais o suicídio. O livro relata, ainda, estratégias de resistência à demonização do trabalho e dos/as trabalhadores/as. Experiências locais, sindicais e intersetoriais que demonstram a possibilidade e a necessidade de se lutar contra a desigualdade, em defesa do meio ambiente e do trabalho saudável.
O uso de fármacos é um dos pilares da medicina. As drogas são produtos importantes não só pelos fins terapêuticos, mas também simbólicos basta pensarmos no surgimento da pílula ou dos remédios para disfunção erétil e, evidentemente, econômicos. Por trás do surgimento de cada remédio há uma história e também uma combinação de fatores: novas tecnologias, mudanças geopolíticas, questões culturais, sorte. É o caso, por exemplo, dos tranquilizantes: descobertos por acidente por um químico que investigava conservantes de penicilina, foram lançados comercialmente na década de 1950 e se tornaram moda em Hollywood, pavimentando o caminho para antidepressivos e outros fármacos. Thomas Hager parte do ópio, a planta da alegria usada pela primeira vez há 10 mil anos, para narrar o impacto que dez drogas exerceram e seguem exercendo no mundo. Assim, acompanhamos de perto a descoberta das vacinas, e como elas eliminaram a mais letal doença que já atingiu a humanidade (a varíola), passando também pelo primeiro remédio para sífilis, que causou uma verdadeira revolução nos costumes da época, e pelo desenvolvimento dos antipsicóticos, que esvaziaram hospitais psiquiátricos e transformaram nosso entendimento sobre a mente humana. A partir dessas dez drogas, o premiado autor coloca em perspectiva séculos de avanços científicos, ao mesmo tempo que conta uma história recheada de curiosidades sobre as substâncias que são parte de nossa vida.
Este dicionário contempla cinquenta e nove verbetes ligados a conceitos ou categorias que permitem entender o fenômeno da financeirização e/ou que representam mediações que ajudam a examinar o desenvolvimento da dominância financeira e a inserção neste regime de empresas e grupos empresariais do setor saúde.
Em nossos modernos CTIs, a morte, antes vista como acontecimento irrevogável, passa mais claramente à ordem dos processos, cuja duração, intensidade e conseqüências são administradas ou reguladas segundo critérios e valores muitas vezes não explicitados. Mediante um estudo de caso, a autora aborda a organização social dos centros de tratamento intensivo; os dramas éticos envolvendo profissionais da saúde, pacientes e familiares; e, finalmente, a emergência de um novo especialista, o intensivista.
Em 2013 a Associação Brasileira de Saúde Mental (abrasme) realizou o primeiro fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental. A inversão dos termos foi uma tomada de posição importante e consciente, que ressignificou todo o campo e interface entre os temas dos Direitos Humanos e da Saúde Mental. Anteriormente se falava em Saúde Mental e Direitos Humanos, o que priorizava ou direcionava para o entendimento e a realização de ações como do cuidado e da atenção aos sujeitos, defendendo o direito à liberdade e à dignidade da vida, lutando contra as variadas formas de violência pelas quais as pessoas em situação de vulnerabilidade são submetidas.
Este é um trabalho colaborativo que, tendo envolvido professores, pesquisadores, profissionais de saúde e estudantes de pós-graduação das áreas de saúde coletiva e saúde da família e comunidade, resultou em nove artigos. Os autores partem de suas práticas de formação para refletir acerca da interface entre Educação e Saúde em suas múltiplas e complexas dimensões. Os artigos aqui apresentados nos aproximam de realidades em rápida transformação enquanto buscam analisar o cotidiano das práticas em saúde e as relações complexas que as condicionam e determinam. As interfaces entre Educação e Saúde visam estabelecer como meta a construção de sujeitos e de projetos transformadores da sociedade. Dessa forma, a educação produzida no âmbito da Atenção Primária, nos serviços de saúde e inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), consolida práticas de educação dirigidas aos problemas reais da sociedade e suas instituições por meio de práticas inter-transdisciplinares articuladas em cenários interprofissionais e interculturais.
Este libro presenta una investigación sobre la boca humana, los órganos bucales vinculados al lenguaje, al placer y a la subsistencia. Este estudio pretende comprender el surgimiento y la estructuración de la disciplina que lo hegemoniza fuertemente, y a la cual estamos acostumbrados a demandar frente a las necesidades de reparación del desgaste que sufre en los actos, y por los actos, de la vida cotidiana.
Ao expor a natureza e a força da agenda articulada de empresas, empresários da saúde e de suas entidades representativas, com o propósito de influenciar a formulação de políticas públicas, esta obra de Ialê Falleiros é fundamental para compreender as relações entre público e privado no sistema de saúde no Brasil no século XXI. Trata-se de contribuição relevante para o debate esclarecido sobre impasses contemporâneos que ameaçam a consolidação do Sistema Único de Saúde. (Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo)
Ao apresentar sua política para atenção integral de usuários de álcool e outras drogas, alocando a questão das drogas como problema de saúde pública e indicando o paradigma da redução de danos nas ações de prevenção e tratamento, o Ministério da Saúde produziu uma fissura no saber estabelecido sobre o cuidado de usuários de álcool e outras drogas no Brasil. Essa fissura abriu uma via para novas práticas clínico-institucionais com usuários de drogas. Os textos presentes neste livro indicam o esforço de diversos profissionais em cuidar dessa clientela a partir do paradigma da atenção psicossocial, apesar das inúmeras “pedras” encontradas nesse caminho. Essas pedras se tornaram desafios que instigam ao trabalho e fomentaram elaborações sobre abordagens clínicas, a organização de serviços e da rede de cuidados, a formação de profissionais, o diálogo com a sociedade, entre outros temas tratados neste livro.
O Hospital São Paulo foi fundado como hospital escola da EPM em 1936, como parte de uma Sociedade Civil sem fins lucrativos e de caráter filantrópico que recebia a população não protegida pela previdência social. O fio condutor deste livro foram os números, em busca das origens e dos caminhos dos recursos para o financiamento do Hospital e do ensino de clínicas da EPM, mas também se fez necessário observar os lugares da política paulista, seus diálogos com os diversos brasis, suas fabulações acerca da “singularidade” da história dos paulistas e as tensões evidentes nos espaços da Escola e do Hospital entre o que se chama de público e o que se considera privado, salientando-se os limites e articulações entre essas duas esferas no cotidiano das vidas de seus personagens. Neste livro, o financiamento das ações de saúde desenvolvidas por um hospital filantrópico, o Hospital São Paulo, gerido pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), é estudado de maneira a evidenciar que o conjunto das leis que vem legitimando e estruturando as práticas filantrópicas no Brasil do século XX criou distorções que incidem negativamente sobre hospitais, como HSP. que atendem, majoritariamente o público chamado de "indigente", antes da criação do SUS, e aos cuidados que utilizam o SUS após após a constituição de 1988. Entre a fundação da EPM em 1933, do seu Hospital escola em 1936, a federalização da Escola em 1956, a manutenção do Hospital como privado e filantrópico sob gestão da SPDM e responsável por acolher o ensino de clínicas da Escola, muitas trilhas históricas que permitem, também, discutir as escolhas políticas feitas em saúde pública no Brasil.
"Caminante no hay camino, se hace camino al andar. Al andar se hace camino y al volver la vista atrás se ve la senda que nunca se ha de volver a pisar" (Antonio Machado) E que seria dos caminhantes e andantes pelas trilhas da saúde mental, se não pudéssemos ter valises, apontamentos, sinais que nos ajudassem a escolher onde pisar? Escrevendo o impossível: cadernos de um psicanalista na saúde mental, de Ricardo Azevedo Pacheco, é uma contribuição corajosa, viva, das andanças de um psicanalista pelas trilhas da saúde mental: suas agruras, seus percalços, suas belezas. Sem prescrições, Ricardo reflete sobre seus próprios caminhos, compartilha emoções e reflexões. Acompanhamos suas andanças quase como uma dança: são dois pra cá, dois pra lá. Estético, ético e político, um texto urgente para não desistirmos de sonhar. - Rosana Onocko Campos
O livro analisa os tipos de cuidados que recebem os sofredores psíquicos e suas famílias, usuários de serviços de saúde mental de uma comunidade urbana: o modelo de atenção é padronizador, condicionando e determinando comportamentos e desconsiderando a autonomia e a liberdade como elementos de expressão do sofrimento.
— O que você está fazendo? — Você não está vendo? Estou quebrando pedra. E continuou irritado. Há vários séculos, um viajante chegou ao canteiro de obras da Catedral de Notre-Dame. Aproximou-se e ficou observando o duro trabalho dos operários. — O que você está fazendo? História antiga citada por Jean Yves Leloup no livro “Terapeutas do deserto”: Mais adiante, junto a outro trabalhador, também exausto, perguntou: Diante de um deles, bem exausto, perguntou: Quais caminhos levam a tão grande diferença na forma de encarar os desafios desta construção? — Estou construindo uma maravilhosa catedral. E continuou com a fisionomia cansada, mas sorridente. Por que, para muitos trabalhadores de saúde, o rigor e os desafios do trabalho no SUS são encarados como se estivessem construindo uma grande catedral?
Neste premiado livro de estreia, a aclamada jornalista Rachel Aviv levanta questões fundamentais sobre como nos entendemos em momentos de crise e angústia. Movida por um profundo senso de empatia e por sua própria experiência de viver em uma ala hospitalar aos seis anos de idade, diagnosticada com anorexia, ela recupera a trajetória de pessoas que se depararam com os limites das explicações psiquiátricas sobre quem são.
Em um momento no qual tanto se debate os efeitos - físicos, mentais e coletivos - a longo prazo da pandemia de Covid-19 no Brasil e no mundo, analisar as condições e adoecimentos de longa duração se mostra ainda mais pertinente. O livro analisa a construção social das experiências com a doença crônica, os seus sentidos e significados sociais e culturais. A coletânea reforça a importância do papel das experiências subjetivas. Porém, o livro procura não se ater somente à perspectiva subjetivista da experiência para entender o vivido cotidianamente em relação ao adoecimento e a outras situações.
A inclusão das ações de saúde mental na atenção básica é uma diretriz da política pública nacional de saúde mental e constitui-se numa estratégia para a consolidação da reforma na área. Frente a isto, buscou-se conhecer como se dá esta inclusão em um grande centro urbano. Para tal, este estudo teve como objetivos analisar as estratégias desenvolvidas na cidade do Rio de Janeiro para a inclusão das ações de saúde mental na atenção básica por meio do conhecimento dos impasses e facilitadores como parte da política pública no município do Rio de Janeiro; e a identificação das tecnologias decuidado em saúde mental oriundas da articulação entre esta e a atenção básica. Realizou-se um estudo de caso, configurando-se numa pesquisa descritiva exploratória, de abordagem qualitativa. Como cenário, contou-se com dois grupos de serviços do município do Rio de Janeiro: os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) II e III e Unidades Básicas de Saúde. Foram entrevistados os diretores dessas unidades, bem como um gestor da atenção básica e um da saúde mental. Foi realizada pesquisa de campo, com entrevistas semi estruturadas e os dados foram analisados sob o referencial da análise de conteúdo. Para a apresentação dos resultados optou-se por organizar os achados em eixos considerados fundamentais para ainclusão das ações de saúde mental na atenção básica, sendo estes: equidade, integralidade, acesso, território e trabalho em rede. Quanto à articulação entre saúde mental e atençãobásica no município do Rio de Janeiro, identificou-se que diferentes são os arranjos e práticas implantadas tanto pelos CAPS quanto pelas unidades de atenção básica para promoverem o cuidado no território, caminhando no sentido da promoção de outras práticas de cuidado em saúde mental.
Farmacêuticos em Oncologia - uma nova realidade chega em sua 3ª edição integralmente revisto atualizado dando continuidade à sua excelente linha didática ou seja orientar farmacêuticos que atuam na central de quimioterapia cujo objetivo e desenvolver e integrar a farmacologia oncologia a oncologia.
A farmacologia é uma ferramenta importante na Odontologia. Seu papel tem destaque no controle da dor, da inflamação, dos processos infecciosos e da ansiedade. O avanço das Ciências da Saúde e a exigência dos nossos pacientes na qualidade do atendimento nos impulsionam cada dia mais, a estarmos atualizados em todos os ramos da Odontologia e, de maneira especial, na Farmacologia. Devemos estar preparados para a abordagem holística de nossos pacientes. Pessoas que usam diferentes fármacos, em diferentes condições procuram à assistência odontológica. Interações farmacológicas e reações adversas podem ocorrer. Conhecimentos que nos orientam na conduta em tais situações estão contidos na Farmacologia Básica.
Trata-se de publicação de referência técnico-científica na área farmacêutica. A obra estabelece requisitos de qualidade e segurança através de métodos, especificações, limites e procedimentos para o controle de insumos estratégicos em saúde, especialmente os medicamentos.
Farmácia clínica e atenção farmacêutica - contexto atual exames laboratoriais e acompanhamento farmacoterapêutico 2ª edição revista atualizada e ampliada insere-se na recomendação da organização mundial de saúde - OMS como pratica indispensável na relação paciente medicamento (WHO 2000).
Este livro representa um avanço no que diz respeito à ampliação da difusão dos resultados de trabalhos produzidos, no âmbito da formação profissional, e à potencialização da capacidade de translação do conhecimento nos serviços e na gestão do sistema de saúde.
A avaliação do desempenho tem sido uma ferramenta necessária ao exercício da gestão em saúde, e este livro trata de seus aspectos conceituais e metodológicos e de sua aplicação nos estudos relacionados à vigilância em saúde e ao controle de endemias. Avaliação de Desempenho das Intervenções de Saúde, em sua primeira parte, sintetiza a produção acadêmica decorrente da aplicação do Modelo EGIPSS. A segunda parte apresenta estudos de avaliação relacionados à incorporação de tecnologias, à implementação de diretrizes clínicas e à produção do conhecimento, destinados ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde.
Este livro, mais do que uma pesquisa sobre a implementação das Plantas Medicinais e das Farmácias Vivas no Sistema Único de Saúde, é um mergulho, uma análise que desnuda as relações imbricadas em nosso modelo de cuidado e seus impactos na formação do nosso sistema de saúde. Ao trazer uma análise sobre a fronteira como espaço de diálogo, interação e disputa, e o uso das plantas medicinais como um objeto que está na fronteira, revela as tensões existentes neste espaço. São diferentes conhecimentos, populares, científicos e de diferentes racionalidades em saúde que interagem com forças desiguais. Estas relações ficam claras nas entrevistas dos coordenadores das Farmácias Vivas que demostram os desafios e vantagens experimentados ao trabalhar com as plantas medicinais a partir de uma perspectiva contra hegemônica. Daniel Miele Amado - Gestor de Políticas Públicas de Saúde - Coordenador da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares entre 2011-2021
O gestor público, em especial da área da saúde, busca a desburocratização da administração pública com a introdução de categorias jurídicas que favoreçam a gestão federativa integrada e a prestação de serviços mais céleres e efetivos. A fundação estatal, formato de entidade pública que integra a administração indireta do Poder Público vem sendo apontada como instrumento adequado para prestação de serviços públicos ao cidadão tanto pelo setor público quanto pela sociedade. Esta obra pretende trazer um pouco de luz à presente discussão, aprofundando aspectos jurídicos e administrativos dessa categoria institucional. Os autores, de reconhecidos méritos, fazem profunda análise do modelo fundacional na administração pública.
O livro Fundamentos em Saúde Bucal Coletiva vem contribuir para o aprimoramento dos profissionais da Odontologia interessados em ocupar um lugar de destaque nessa área. Para isso, os organizadores se cercaram de todos os cuidados necessários no processo de elaboração do texto de cada capítulo, contando com a colaboração de profissionais experientes e de destaque em suas áreas de atuação para o cumprimento desse objetivo.
Este livro trata de diferentes aspectos da atenção à saúde em Uberlândia, privilegiando o enfoque geográfico. Dentre os temas abordados estão a dinâmica dos serviços de saúde, a importância regional do Hospital de Clínicas da UFU, o Programa Saúde da Família, a saúde do idoso, o controle da hanseníase, as causas externas e a mortalidade infantil.
Gestão Comercial Hospitalar nasce como Volume 4 da já conceituada Série Gestão em Saúde da Fundação Getúlio Vargas: GVsaúde - Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde - FGV-EASP. Seu autor é o Porfessor Enio Jorge Salu, grande especialista em processo de gestão hospitalar. O livro tem por base uma visão diferenciada da gestão comercial, do faturamento e da auditoria de contas como recursos destinados a implementar a organização comercial interna do hospital e o seu vínculo com o mercado. Sua abordagem é muito ampla. Vai desde as regras práticas de remuneração, formação de contas, com questionamentos sobre vantagens e desvantagens, discute análise de custos por procedimento e rentabilidade nos negócios hospitalares, enfim apresenta para gestores as regras do mercado que viabilizará a existência econômica do hospital. "Gestão Comercial Hospitalar" apresenta 1 Autor, 6 capítulos. É livro que se tornará indispensável para administradores, gestores hospitalares e todo o pessoal envolvido no objetivo de, a um só tempo, otimizar o faturamento e minimizar as despesas.
Gestão de Clínicas, Hospitais e Indústrias da Saúde surge em sua 3ª edição revista, atualizada e ampliada. Coube à Professora Doutora Adriana Maria André a Coordenação Editorial deste trabalho. Sua experiência docente inclui: lideranças de equipes, desde 1985, e cargos de Subsecretária Municipal de Saúde e Gestora de hospitais privados. Realizou startup e a gestão de áreas privadas e públicas, inclusive a da educação. É Coordenadora Acadêmica Executiva do MBA Executivo em Gestão de Clínicas, Hospitais e Indústrias da Saúde nos Núcleos Próprios da São Paulo e Brasília da Fundação Getulio Vargas – FGV. O livro repercute o louvável trabalho de profissionalização de 2.260 Gestores pelo MBA do mesmo nome na Educação Executiva da FGV. Isso, destaca-se, sob a orientação direta da Professora Doutora Adriana Maria André. Os profissionalizados são gestores de clínicas, hospitais, laboratórios, operadoras, indústria farmacêutica, equipamento e materiais médico-hospitalares, gases medicinais, consultorias e escolas de Enfermagem e Medicina. Os anos 2020, 2021 e 2022 trouxeram muitas transformações na saúde da população mundial. Dessa experiência no Brasil, ocorreu um aumento nas fusões e aquisições, com maior verticalização e surgimento de novos players, além das tendências já estudadas, como o aumento da longevidade, o que passou a exigir cuidados médicos especializados, busca por uma melhor qualidade de vida, avanços nas pesquisas clínicas e adoção de programas de promoção e prevenção pelas Operadoras de Saúde. Esse cenário produziu efeitos acelerando a necessidade de implementação de novos modelos de gestão, com líderes profissionalizados, e a adoção das melhores práticas mundiais. Esta obra traz também o preparo e a compreensão da diferença entre a gestão do negócio e a liderança clínica. Gestão de Clínicas, Hospitais e Indústrias da Saúde – 3ª edição apresenta 1 Coordenadora Editorial, 28 Colaboradores, 20 Capítulos, 2 Subcapítulos, em um total de 394 Páginas. Seu público-alvo é formado por todos os Gestores de clínicas, Hospitais, Laboratórios, Operadoras, Indústrias da Saúde, consultorias e Professores das Escolas de Enfermagem e Medicina e outros profissionais que queiram se preparar para assumir tais posições.
O presente volume, Gestão de Pronto-socorro - Ajudando a Evitar a Falência do Sistema de Saúde Brasileiro, propõe-se discutir gestão em saúde com foco em pronto-socorro exemplo de setor vital, mas sucateadona maioria dos hospitais brasileiros. Seu ponto de referência é intercessão entre medicina e gestão de saúde. A medicina pela capacidade de oferecer vida com qualidade. A gestão em saúde por criar condições de ser a medicina exercida de maneira plena e digna.
Conhecida e respeitada por oferecer um texto sólido e abrangente, esta obra foi revisada e aprimorada para adequar seu conteúdo à realidade atual da saúde e da gestão de seus serviços, setores fortemente influenciados por mudanças políticas, econômicas e sociais. Indispensável a estudantes e gestores da área da saúde, o livro mantém a organização em cinco partes, sendo as quatro primeiras dedicadas aos temas mais relevantes sobre gestão, processos, organização e funcionamento dos serviços da assistência à saúde, e a quinta, a estudos de casos, que proporcionam ao leitor exercitar seu raciocínio crítico, avaliar situações-problema e solucioná-las. O grande diferencial desta edição está na modernização do projeto gráfico, no aperfeiçoamento das ilustrações e, especialmente, na vasta atualização do conteúdo, que, além de ter sido meticulosamente revisado, foi enriquecido com a inclusão de dois capítulos (Governança Clínica e Segurança do Paciente) e a substituição de todos os estudos de casos, que certamente despertarão novas e frutíferas discussões.
Gestão em Saúde: Guia Prático para Reconstruir o Futuro preenche uma lacuna na literatura, visando conduzir gestores, estudantes, agentes políticos e colaboradores de organizações que fazem parte do complexo ecossistema da saúde à era da transformação da sociedade e da gestão na Saúde. É com a verve de quem se dedica ao aprimoramento e ao desenvolvimento contínuo do sistema de Saúde no Brasil que autores e colaboradores compartilham seus conhecimentos nesta obra, estabelecendo os valores essenciais para a assistência à saúde e promovendo ricos debates sobre relevantes temas, que incluem, entre outros, liderança, inovação, qualidade, financiamento e modelos de remuneração, modelos assistenciais, gestão populacional e atenção primária, experiência do paciente, economia e longevidade, bem como ampliação da participação do setor privado na formulação e na implantação das políticas nacionais de Saúde. ?
Higiene e Vigilância Sanitaria de Alimentos, em sua sexta edição revisada e atualizada, constitui obra de referência para estudantes, professores e profissionais que atuam na área de alimentos, proporcionando informações técnico-científicas e sobre a legislação vigente no Brasil. Destacam-se os aspectos relacionados às Doenças Transmissíveis por Alimentos DTAs, à qualidade das matérias-primas, aos procedimentos para assegurar a qualidade e a segurança dos alimentos, inclusive no que concerne as ações educativas com essa finalidade.
Nas célebres análises de Michel Vovelle, François Lebrun, Pierre Chaunu, Philippe Ariès, John MacManners, dentre outros, sobre a morte nos tempos de outrora, existe uma grande ausência: a morte voluntária. No presente livro, Georges Minois realiza um voo de amplo alcance, debruçando-se sobre farta documentação, para tentar ampliar nosso arsenal argumentativo sobre um dos últimos tabus do nosso tempo.
Em reportagem consagrada, Daniela Arbex denuncia um dos maiores genocídios do Brasil, no hospital Colônia, em Minas Gerais No Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, conhecido apenas por Colônia, ocorreu uma das maiores barbáries da história do Brasil. O centro recebia diariamente, além de pacientes com diagnóstico de doença mental, homossexuais, prostitutas, epiléticos, mães solteiras, meninas problemáticas, mulheres engravidadas pelos patrões, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento, mendigos, alcoólatras, melancólicos, tímidos e todo tipo de gente considerada fora dos padrões sociais.
Esta pesquisa consegue, não perdendo a possibilidade de valorizar a intersubjetividade como elemento de determinação na vida de trabalho dos sujeitos analisados, utilizar um modelo epidemiológico de investigação que ao generalizar suas individualidades, está tão somente a serviço de uma discussão mais sistematizada dos determinantes psicossociais nos agravos à saúde mental dos trabalhadores de um setor. O estudo de caso que estabelece associações entre características do processo de trabalho e o sofrimento psíquico de 1.525 trabalhadores de hospital geral de 412 leitos no município de São Paulo, através de análises estratificadas, controladas por variáveis confundidoras e/ou modificadoras de efeito, é pioneiro no país. A própria natureza surpreendente dos resultados, associada à cuidadosa elaboração metodológica do estudo, faz desta investigação uma contribuição das mais instigantes para os estudiosos de saúde coletiva da psicopatologia do trabalho, e para os principais e mais diretamente interessados, no caso, os trabalhadores.
Em coedição com a Editora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a obra é fruto do projeto de pesquisa “Do Hospício de Pedro II ao Hospício Nacional de Alienados: Cem Anos de Histórias (1841-1944)” – desenvolvido entre 2015 e 2018, no Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e financiado pelo Edital do Programa de Excelência em Pesquisa (Proep-Fiocruz-CNPq). Foram reunidas neste livro as contribuições mais recentes de pesquisas que têm como tema comum a história do Hospício Nacional de Alienados (HNA), primeiro hospício especializado para alienados do país. O lançamento se soma aos títulos que abordam o Hospício Nacional de Alienados (HNA) e revisita a história do hospício com base na análise de novas fontes e perguntas. Também se utiliza de variadas e renovadas perspectivas teóricas e metodológicas mais recentes. “Como os próprios coordenadores do livro indicam, a emblemática instituição brasileira já tem sido objeto de numerosos estudos, mas, neste caso, as contribuições tanto metodológicas como de conteúdo fazem deste livro coletivo um produto novo e original”, reafirma Rafael Huertas, professor no Instituto de História (IH) do Centro de Ciências Humanas y Sociales do Consejo Superior de Investigaciones Científica (CSIC) de Madrid, no prefácio do livro.
A humanização tem sido associada a distintas e complexas categorias relacionadas à produção e gestão de cuidados em saúde, tais como: integralidade, satisfação do usuário, necessidades de saúde, qualidade da assistência, gestão participativa, protagonismo dos sujeitos e a intersubjetividade envolvida no processo de atenção. Esta obra busca apresentar um balanço crítico dos conceitos e perspectivas que atravessam tal ideário, e analisar os limites e possibilidades das iniciativas autodenominadas de humanização. Leitura destinada a todos os profissionais da saúde em suas distintas especialidades e formações, gestores, estudantes de graduação e pós-graduação, bem como aos pesquisadores dessa área temática.
Apresenta aspectos da sociedade contemporânea que influenciam o cuidado em saúde, questionando se é possível identificar a saúde com uma prática desumanizadora. Para analisar esta questão, o autor utiliza a categoria marxista de alienação, como a não correspondência entre o desenvolvimento das capacidades humanas do gênero humano e sua manifestação no plano dos indivíduos e coletividades concretas. Ele afirma que a humanização dos sujeitos resulta da sua inserção e ação transformadora sobre a realidade e, analisando criticamente os fenômenos de saúde-doença, entende que as práticas de saúde são simultaneamente humanizadoras e desumanizadoras. O livro convida a refletir sobre qual é o objeto do trabalho em saúde, se é a própria saúde, a doença ou a pessoa. Discute também a determinação social do processo saúde-doença e as manifestações da medicalização na sociedade. Aborda ainda o aumento de doenças entre os trabalhadores da saúde e sua inserção no capitalismo, a relação entre profissionais e usuários e o papel - por vezes contraditório - da tecnologia nos serviços.
Implantação do Programa de Acreditação de Serviços de Saúde – A qualidade como vantagem competitiva cita ou descreve as referências, artigos, sites e estudos que abordam os padrões nacionais e internacionais contidos nos Manuais de Acreditação CBA-JCI e ONA.
O livro analisa as mudanças na trajetória dos sistemas de informação em saúde, partindo de aspectos históricos e conceituais. Iniciativas como aplicativos na área da saúde, utilização de sistemas de informação em saúde via web, o desenvolvimento do Programa Telessaúde Brasil Redes, a expansão do cartão nacional de saúde (CNS), o desenvolvimento dos prontuários e registros eletrônicos são algumas das estratégias desenvolvidas nas esferas municipal, estadual e federal que permeiam o cotidiano de trabalho de muitos profissionais da saúde.
Apesar dos números significativos no âmbito da desinstitucionalização psiquiátrica e dos ganhos positivos para os usuários de moradias assistidas no Brasil, este livro demonstra que ainda há muito a ser feito no país. A partir de uma avaliação participativa e interdisciplinar, os autores apresentam suas reflexões sobre as experiências vivenciadas com membros dos projetos de Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs), Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS). Essa rica investigação de campo, com a qual se procura conhecer melhor as habitações de pessoas com transtornos mentais graves através do olhar de quem as habita, é acompanhada por um vasto arcabouço teórico, proveniente de diversas fontes e disciplinas - arquitetura, antropologia, psicanálise e saúde coletiva. A obra expõe também a reflexão dos pesquisadores em termos de uma práxis de reflexividade durante as interações com os participantes. O trabalho em grupo acompanhou rotinas diárias dentro e fora das habitações, tentando descobrir a configuração da moradia em seus aspectos físicos, a experiência dos moradores a partir do significado de habitar e da organização das pessoas no espaço de moradia, bem como a rede de relações dos moradores na comunidade. Além de revelar a complexidade do morar e do habitar desse grupo de pessoas estudado, outra grande contribuição deste volume é a elaboração de proposições acerca do tema a partir dos resultados convergentes das diversas áreas envolvidas na pesquisa. Tais propostas objetivam uma nova resposta social para o avanço não só da garantia, mas da qualificação do provimento desse direito fundamental constituído pelo morar.
What has changed in these three decades, and why do we continue to face the same issues and engage in the same struggle? Year after year, access to medicines and the clash been health and trade are repeated in all the global health forums. The World Health Assembly has discussed the issue every year for the last two decades.
Há percursos e percursos! O percurso da Ana Marta Lobosque na Reforma Psiquiátrica Brasileira é vivido, cristalino, iluminado. Ana Marta nos oferece esse percurso com uma rara generosidade: articula histórias, emoções, aprendizados. Ana Marta tem tanta maestria que consegue tornar-se novamente uma aprendiz. Qualidade rara. Qualidade de gente sabia. Quem sabe, também uma virtude da prosa mineira. Entre memorias, experiências e reflexões críticas sobre a prática contemporânea Ana Marta tece laços, qual bordadeira, enlaça, encoraja, compartilha e articula com arte e beleza. Nossa Coleção SaúdeLoucura se orgulha imensamente de ter Intervenções em Saúde Mental entre nós!
Os estudos sobre loucura, processo saúde/doença mental, reforma psiquiátrica, subjetividade e comportamento humano conformam um vasto campo de conhecimentos que tem sido objeto de inúmeras áreas de saber. A natureza das questões envolvidas fazem desse campo um dos mais interdisciplinares e complexos dos tempos atuais, tamanha a diversidade de disciplinas que dele se ocupam (antropologia, sociologia, história, filosofia, psicanálise, psicologia, dentre outros) e que, não obstante, requerem ainda permanentes rupturas nas fronteiras e territórios de tais saberes. No Brasil, principalmente nos últimos anos, tais estudos vêm merecendo uma atenção e um debate visivelmente crescentes. Não apenas nos centros acadêmicos, mas também no âmbito dos serviços e da cultura, na medida em que nosso país vem sendo palco de um dos mais importantes processos de transformação na área da saúde mental.
título deste livro não é um artifício linguístico. Neste novo trabalho, Giovanni Aciole traz Asclépios, referindo-se àquele que têm o domínio das doenças e a faculdade da cura de pacientes para discutir a clínica. Esta é trazida como prática de cuidado, desdobrada por autores que assim a propõem, como Emerson Merhy, a quem o livro é dedicado. Conversa com a medicina, mas, por tabela, com todas as profissões do cuidado, da cura e da escuta aos processos de adoecimento e restabelecimento. O assunto não é novo para o autor, mas ele aprumou a conversa; problematiza, sob vários ângulos, o preceder da clínica, identificando sua gestão na atenção de pessoas sob cuidado e na condução de sistemas e serviços por suposto cuidadores. Por trás das abordagens apresentadas, constata-se a vigência de políticas da clínica. Trata-se, portanto de uma obra de especial interesse a docentes e discentes: tabuleiro bem arrumado para pensar o acolher e atender
En este marco, las discusiones en torno a la aplicación de derechos de propiedad intelectual en nanotecnologías ocupan un lugar central. Al margen de la preocupación expresada tanto en ámbitos públicos como privados, resulta escasa la producción académica referida a dichos derechos en esta área.
A presente obra é organizada através do interesse em reunir distintas reflexões sobre o fenômeno das novas tecnologias no campo da saúde, suas apropriações e repercussões nas sociedades. Além disso, pretende servir de instrumento de divulgação e de orientação a temas desta área de gestores para profissionais e para pesquisadores da saúde e áreas correlatas.
Este livro tem como objetivo demarcar que o processo brasileiro de Reforma Psiquiátrica não é uma simples transformação do modelo assistencial, em que pese a enorme importância desta. Trata-se de uma transformação de mentalidades, de culturas, de referências científicas, de relações sociais, de formas de ver e estar no mundo.
A surpreendente história da reforma psiquiátrica, é aqui contada na visão de um de seus mais importantes militantes, um líder nato com uma trajetória profundamente ligada ao movimento antimanicomial e aos direitos humanos no Brasil. Um livro que parece um filme. E vemos de camarote. Só para Loucos, Só para Raros!
O livro propõe uma conversa responsável sobre o sofrimento ocasionado pelo legado da colonialidade. Guiadas pela arte de Adelina, pela conversa com Leide, pela escrevivência de Ponciá e pelas cartas de Beatriz e Bruna, falamos de nós. Das que são impedidas de vivenciarem o prazer, o cuidado e o amor por serem quem são, por pensarem o que pensam, por viverem nas ruas, nos manicômios judiciários ou aprisionadas nos mais diversos tipos de institucionalização.
Em um momento em que o sofrimento mental desafia as sociedades contemporâneas e o Brasil não é exceção, e em que o contexto politico não é menos inquietante, com retrocessos e fundamentalismos, de diversas ordem (e como dissociar um do outro?), é preciso resgatar a coragem de nos perguntarmos: o que temos feito? Por que temos feito? Que devemos seguir fazendo? É por isso, extremamente importante que o aqui chamando Campo da Saúde Mental Coletiva, construtor e construto do Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira, esse movimento emancipatório tão estratégico para a transformação das práticas de saúde no Brasil, possa, debruçar-se sobre sua história e revisitar seus êxitos e tropeços à luz das novas conformações e teorias das sociabilidades contemporâneas. Encontramos aqui essa espécie de coragem. Valendo-se do fecundo quadro interpretativo construído por teóricos da modernidade reflexiva" e do "individualismo institucionalizado", somos aqui convidados a nos desacomodar , a não buscarmos o mesmo olhar para paisagens que já se transformaram. Crítica teórica, abertura ao debate e otimismo prático: eis os convites fundamentais e irrecusáveis d tipo de crítica a que nos convida este instigante estudo. José Ricardo C. M. Ayres
O livro aborda duas temáticas cada vez mais crescentes nos campos interdisciplinares: gênero -numa leitura dos feminismos interseccionais- e saúde mental, na perspectiva da reforma psiquiátrica. Apesar disso, são ainda muito escassos os artigos acadêmicos ou obras de diversos formatos que possibilitam o diálogo entre estes campos, apesar do crescente interesse de estudantes e profissionais nesta discussão e do surgimento de diversas disciplinas, em cursos de diferentes formações, sobre os feminismos interseccionais e o campo da saúde mental já ter importante relevância para um campo interdisciplinar amplo.
Temos em mãos uma obra que ilustra a potência do que podemos chamar de práxis feminista antimanicomial. Ao trazer a interseccionalidade para a Reforma Psiquiátrica Brasileira e desnudar a emergência de pensar saúde mental a partir das categorias sociais gênero, raça e classe, para além dos resultados de um curso de formação, somos convidadas ao pensamento crítico e à ação político-militante pela vida, pela liberdade, pelo direito ao autocuidado, à insurgência e à escuta - pelo bem viver de nós, mulheres.
O suicídio é morte trágica que avassala nosso coração e nosso jeito de ser. Para a pessoa em luto por suicídio, percorrer essa árdua travessia é, por si só, um ato de compreensão de que não podemos controlar o incontrolável nem explicar o inexplicável. Diante da morte, há urgência em reconsiderar as prioridades, as necessidades reais que ainda nos fazem sentido. Neste livro, Karina Okajima Fukumitsu apresenta sua trajetória profissional, com mais de 30 anos de experiência como psicóloga e pesquisadora de suicidologia, campo de saber destinado aos estudos de prevenção de processos autodestrutivos, luto por suicídio, posvenção e saúde existencial, refletindo a respeito das perdas e partidas e dos caminhos da dor perante o suicídio de uma pessoa amada. Conta, também, como encontrou firmeza existencial para realizar a travessia, chegando na outra margem. Suas palavras são prumo para quem se encontra em mar revolto.
A Série Atenção Primária à Saúde (APS) do Hospital Sírio-Libanês é uma iniciativa voltada a compartilhar e disseminar, de forma estruturada e ampla, o conhecimento em APS acumulado pela instituição e potencializar a atuação de excelência nesse campo de práticas em saúde. O presente volume segue os princípios da especialidade de Medicina de Família e Comunidade (MFC) como referência basilar para o cuidado em APS, abordando todas as estratégias da Prática Médica Contemporânea: Reforça a importância da promoção da saúde e prevenção de doenças (prevenção primária – P1), discute racionalmente a detecção precoce de doenças em pacientes assintomáticos (prevenção secundária – P2), contempla o tratamento adequado das condições mais prevalentes em APS (prevenção terciária – P3) e expõe, com destaque, um importante desafio à medicina contemporânea, a prevenção de danos à saúde causados por excessos da própria prática médica, como exames, tratamentos e procedimentos desnecessários (prevenção quaternária – P4).
Livro que destaca o legado da psiquiatria rebelde de Nise da Silveira (1905-1999). A obra é um desdobramento da premiada pesquisa de doutorado desenvolvida pelo antropólogo Felipe Magaldi no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ). Ganhador do Prêmio Capes de Tese 2019, nas áreas Antropologia/Arqueologia, o autor apresenta aos leitores o que ele mesmo chama de Admirável Mundo Nise, mostrando a fascinante vida da psiquiatra alagoana e sua complexa relação com a luta antimanicomial no Brasil. O título aborda a trajetória e a memória da doutora Nise, com foco em seu trabalho no Rio de Janeiro, a partir da década de 1940 até os dias atuais, em que permanece inspirando novas políticas públicas e produções culturais. O livro revela como o trabalho da médica se destacou pelo combate às intervenções biomédicas violentas e pela defesa de atividades artísticas e expressivas como forma de tratamento em saúde mental. Magaldi destaca que, para se aprofundar no legado da psiquiatra, mergulhou nas produções bibliográfica, documental e memorialística preexistentes sobre o trabalho dela. Também realizei entrevistas com os seus colaboradores vivos e, principalmente, realizei um trabalho de campo, etnográfico, nas instituições vinculadas à memória e ao legado de Nise da Silveira, revela. Entre as instituições exploradas durante a pesquisa de Magaldi, destacam-se o Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, em Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde estão localizados o Museu de Imagens do Inconsciente e a ocupação artística Hotel da Loucura. A Casa das Palmeiras, no bairro de Botafogo, também é um desses importantes espaços do legado nisiano. Uma personagem que jamais se dobrou aos saberes hegemônicos Em sua imersão pelo mundo da médica alagoana, realizado na interseção entre antropologia e história, Felipe Magaldi busca analisar as ideias originais de Nise. Com o livro
Este manual oferece um passo a passo para administrar clínicas e hospitais de maneira sistêmica, integrada e coerente. Aqui, reúnem-se todos os desafios gerenciais com os quais o administrador de um serviço de saúde poderá se defrontar. O conteúdo do livro divide-se em duas partes: a primeira traz a base teórica do modelo de gestão; a segunda transforma os conceitos apresentados em questões objetivas, construindo um roteiro de 001 avaliação e implementação do sistema proposto.
'Manual de Práticas de Atenção Básica - Saúde Ampliada e Compartilhada' é uma obra coletiva, desenvolvida simultaneamente com um processo de formação de pessoas que trabalham na atenção básica de diversos lugares do Brasil. Trata-se de um trabalho de reflexão e ação sobre os processos de formação de pessoas para a atenção básica.
Este livro é um guia para as Equipes de Saúde Mental. Cada profissional que constitui a Equipe (psiquiatra, psicológo, assistente social, terapeuta ocupacional) encontrará aqui por vezes informações óbvias já bem conhecidas no setor a que individualmente pertence. Mas se deparará também com um conjunto de conhecimentos diferentes e pontos de vista singulares que contribuirão para que a Equipe consiga um ponto de vista unitário. Embora cada profissional conheça sua parte, a corrente intervenção psiquiátrica é mais que a soma das partes independentes, é a resultante de contribuições diversas coordenadas e integradas.
Em meio aos muitos desafios causados pela pandemia de Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, ao longo do ano de 2020, que as fake news e a desinformação se propagam de forma tão rápida e tão perigosa como o vírus. Dessa forma, a divulgação da ciência ganhou, portanto, um papel essencial no enfrentamento à doença. A obra destaca também a importância da avaliação de projetos de divulgação científica, seja enquanto essas iniciativas ainda estão ocorrendo ou após terem sido finalizadas. Verificar se os objetivos desejados foram ou não atingidos é fundamental para uma visão ampliada de cada projeto e para obter resultados cada vez mais positivos.
As lutas pela produção de modos de ser intensificam-se no mundo contemporâneo em jogos cada vez mais complexos e ambíguos, difíceis de serem apreendidos. Neste contexto, múltiplas pressões têm sido exercidas sobre as organizações de saúde cujas repercussões nas vidas das pessoas são incontestes. Diferentemente de simples arranjo parcelar e burocrático, as mudanças que são requeridas devem abrir as organizações de saúde para além das fronteiras tradicionais.
“Estaríamos ficando cada vez mais doentes? Ou estaríamos a cada dia ficando mais saudáveis, já que gastamos mais com saúde?” Os autores partem desse questionamento para discutir a problemática da medicalização, sobretudo no que se refere ao sofrimento psíquico. Eles chamam atenção para o fato de que experiências comuns e naturais da nossa existência têm sido consideradas passíveis de serem 'tratadas' e 'resolvidas' com medicamentos. As consequências individuais e sociais desse problema são analisadas pelos autores, que também fazem um alerta sobre os prejuízos causados por uma nefasta aliança entre a psiquiatria e a indústria farmacêutica. Com linguagem acessível, esta obra objetiva ampliar o debate sobre a medicalização do sofrimento psíquico, incluindo, em especial, aqueles que sofrem com ela.
Uma das particularidades da área da saúde é pertencer tanto à esfera social quanto à industrial, característica que representa oportunidades e grandes desafios. O livro Medicamentos no Brasil: inovação e acesso tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento tecnológico e fortalecer a produção nacional, além de garantir que o conhecimento desses avanços beneficie a população brasileira. Como afirma o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, no prefácio: “...inovação não pode estar desligada da ideia de acesso”. Reunindo os pontos de vista da academia, governo e setor produtivo público e privado, com abordagens que privilegiam o contexto nacional e refletem sobre a posição brasileira no cenário internacional, a obra apresenta um diagnóstico da área de medicamentos no país, avalia seus problemas e potencialidades e faz recomendações concretas para superação dos obstáculos e aproveitamento das oportunidades. Cabe destacar que é o segundo volume de uma série sobre pesquisa, desenvolvimento e inovação nos segmentos industriais da saúde, do Projeto Inovação em Saúde (presidência/Fiocruz), cujo primeiro livro é Vacinas, Soros e Imunizações no Brasil.
Medicina e sociedade, incide, sobretudo, em aspectos diretamente relevantes às modalidades do trabalho médico, entendidas aqui como as formas pelas quais o médico, enquanto trabalhador especializado, participa do mercado e se relaciona com o conjunto de meios de produção de serviços de saúde. Daí decorre maior ênfase na heterogeneidade da categoria ocupacional, em termos dos tipos de oportunidade de trabalho a que tem acesso os profissionais, do que em sua homogeneidade, resultante da sujeição a processos comuns de formação nos aspectos técnico-científicos e éticos que compõem o núcleo da medicina como profissão. Composto de três capítulos, o livro inicia-se com uma análise das relações entre Estado e assistência médica; o segundo capítulo dedica-se ao estudo do médico no mercado de trabalho e o terceiro capítulo versa sobre a profissão médica e mercado de trabalho- as ideologias ocupacionais. Muitos são os destaques que podem ser dados ao livro de Cecília; a abordagem teórica, a pesquisa empírica, forma de narrar e a visão das possibilidades que se abriam para o campo das ciências sociais na busca de compreensão da profissão e do processo de profissionalização médica.
Relatório Dawson, Reino Unido, 1920. É lançada a divisão dos sistemas de saúde: atenção primária, secundária e terciária. Durante a primeira metade do século XX, essa doutrina vai se fortalecendo, e o que chama atenção nos melhores modelos de saúde é o fortalecimento da atenção primária. Conferência Mundial de Saúde, Alma-Ata, Cazaquistão, 1978. Estabelece-se a atenção primária como núcleo e principio central de todos os sistemas de saúde. A atenção primária é, na realidade, a verdadeira porta de entrada para qualquer serviço de saúde. Alinhada a esse princípio, criou-se uma nova especialidade médica, a Medicina de Família, ou seja, o médico de Família, que atende o indivíduo e sua Família, independentemente de idade, sexo ou tipo de alteração de saúde. À luz desses fatos, lança-se este livro, Medicina de Família e Comunidade - Fundamentos e Prática. Seu objetivo é transmitir conhecimentos especializados, inseridos nessa nova especialidade de Medicina. O livro tem sua equipe autoral formada por grupo de conceituados especialistas, apresenta 3 Editores, 99 Colaboradores, 9 Seções, 50 Capítulos, num total de 664 Páginas. Seu público-leitor é formado por Médicos de Família, e todos os que pelo tema se interessam: Clínicos, Residentes, Internos
ANAHP - Associação Nacional de Hospitais Privados - criou um grupo de Gestão de Pessoas com o intuito de tratar de temas cujo foco é o impacto da Gestão de Pessoas nos resultados das instituições hospitalares. O livro "Melhores Práticas em Gestão de Pessoas - Experiências dos Hospitais ANAHP" contou com a contribuição de vários gestores dos hospitais associados, que se dedicaram com afinco a escrever as experiências vivenciadas em suas organizações e não mediram esforços para compartilhar seus conhecimentos.
“Mentes, corpos e comportamentos” reúne recentes investigações produzidas no campo historiográfico sobre os saberes psi, destacando as diferentes propostas teórico metodológicas, bem como a diversidade de fontes documentais, recortes temáticos, temporais e regionais presentes nos estudos dedicados a perscrutar as vozes e os silenciamentos que pulsam na história da psiquiatria e da saúde mental brasileira. Dividido em três partes, os textos que compõem o livro revelam a diversidade de perspectivas e interpretações históricas sobre seus singulares objetos de estudo. No entanto, em seu conjunto, tais trabalhos evidenciam uma característica comum: todos e cada um deles lançam luz sobre os indivíduos que foram objeto de teorias e intervenções diversas dos saberes psi no Brasil entre os séculos XIX e XX e buscam dar voz às suas contingências e formas de existir e resistir.
Os ensaios deste livro debatem sobre a reforma psiquiátrica e sua interlocução com o poder, os modelos assistenciais. As autoras discutem que a Reforma Psiquiátrica, como um serviço que pretende ter características antimanicomiais, com abordagem psicossocial, perpassa, principalmente, pela compreensão e transformação dos saberes e das práticas dos profissionais envolvidos neste processo.
Tome essa obra em suas maos e leia-a com a forca da alma. A mesma trata-se de historias de mulheres, mulheres na saude. Um dialogo aberto de 20 anos, mas encontros possiveis e imprevisiveis de tres anos de trabalho acompanhando as ACS em seus varios movimentos, idas e vindas a Brasilia em busca de valorizacao politica do seu trabalho e do reconhecimento social de seus feitos.
A presente obra, oriunda da pesquisa do pós-doutorado, realoca para o centro do debate da Saúde Mental, da Criminologia e dos Direitos Humanos a saúde mental das mulheres negras. A partir de uma atuação profissional mergulhada no tripé ensino, pesquisa e extensão buscou-se pela lógica da encruzilhada tecer uma análise teórica e prática que tenha como base o pensamento decolonial, antirracista e antimanicomial. Dessa maneira, objetivou-se apresentar a/o leitora/leitor a produção do sofrimento e do adoecimento psíquico materializada nos modos de vida e processos de subjetivação das mulheres negras brasileiras, a partir das experiências de mães de vítimas de violência armada. Na cena contemporânea, está ocorrendo a intensificação da psiquiatrização, psicologização, medicalização, patologização e farmacologização das particularidades e singularidades, reduzindo-se a experiência do sofrimento e/ou adoecimento psíquico como um problema individual. Assim, torna-se urgente identificarmos as expressões desse fenômeno na experiência de corpos e subjetividades periféricos e favelados. Nesse caminho, espera-se proporcionar inquietações e contribuições demonstrando que a aniquilação da população negra atravessa todas as dimensões da vida social, e aqui, destaca-se a saúde mental. Para isso torna-se necessário a ampliação do debate com diferentes saberes possibilitando desvelar as contradições basilares da sociedade brasileira. Portanto, é preciso fortalecer a luta antimanicomial para que seja radicalmente antirracista, decolonial e feminista e, assim, se afirme a liberdade, a emancipação e os direitos humanos.
Neste livro, a Dra. Anna Lembke, autora do best-seller Nação dopamina , volta o seu olhar para as forças invisíveis que estão por trás da dependência em diversos medicamentos receitados todos os dias para jovens, adultos e crianças. Nos dias de hoje, a velocidade do mundo promove pílulas como soluções rápidas. Como se não bastasse, as grandes corporações farmacêuticas em conjunto com os planos de saúde se valem de uma burocracia que estimula o uso de comprimidos, a indicação de procedimentos muitas vezes protelatórios e a solução provisória dos problemas em vez de promover o bem-estar do paciente a longo prazo.
“Entranhas” é aquela parte do corpo humano essencial para sustentação da vida, mas que não é visível. Exatamente como acontece com aqueles que trabalham em silêncio, sem fazer muito alarde, a não ser em situações de crise, mas que são desconsiderados pelo discurso dominante na mídia e na cultura da elite. Este livro busca conciliar as discussões políticas e técnicas que envolvem a Atenção Primária, sem perder de vista as experiências vividas pelos profissionais, naquilo que elas têm de mais visceral, indo além das recomendações ou dos protocolos.
O objetivo da coletânea é possibilitar a difusão e a popularização da ciência e da tecnologia junto à sociedade, em geral, atividade fundamental para despertar o interesse por essa área, sobretudo dos jovens.
O livro apresenta - Parte I - Medicina e reprodução- das regras de puericultura às novas tecnologias reprodutivas. Capítulo 1 - O processo de medicalização Capítulo 2 - Intervenção médica na reprodução humana. Parte II - Uma nova medicina da reprodução. Capítulo 3 - Reprodução assistida Capítulo 4 - Reprodução assistida- práticas e resultados. Parte III - Reprodução assistida no Brasil. Capítulo 5 - Introdução da reprodução assistida no Brasil Capítulo 6 - Prática na reprodução assistida no B r asil. Parte IV - Efeitos sociais da reprodução assistida. Capítulo 7 - Remediar a ausência de filhos- do social ao tecnológico Capítulo 8 - Construção do debate ético em torno da reprodução assistida Considerações finais.
O presente livro traz reflexões sobre os efeitos da modernização do trabalho e os novos modelos de gestão e gerenciamento do trabalho, especificamente, no cotidiano do trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, dentro do modelo da Estratégia Saúde da Família. Para além disso, o texto traz um conjunto de debates sobre: as mudanças no mundo do trabalho na contemporaneidade; a reconfiguração da Política Nacional da Atenção Básica no Brasil; os dilemas do trabalho na Atenção Primária à Saúde no contexto da pandemia da covid-19. Dessa forma, esta obra dialoga com a vertente de estudos do trabalho, da Saúde Coletiva e da temática sobre a reestruturação produtiva na saúde, trazendo referenciais teóricos da Sociologia do trabalho, da psicodinâmica do trabalho e da psicossociologia do trabalho. A base empírica das análises se dá a partir do estudo de caso ampliado, na perspectiva de Michael Burawoy, das percepções dos profissionais de saúde de uma equipe da Estratégia Saúde da Família a respeito do trabalho na Reforma da Atenção Primária à Saúde (2009-2016) do município do Rio de Janeiro. Ademais, em diálogo com o paradigma indiciário de Carlo Ginzburg, também, traz atualizações das Políticas Nacionais da Atenção Básica e as repercussões da pandemia de COVID-19 sobre as condições de trabalho na APS no Brasil. Sendo assim, esta é uma obra que almeja auxiliar na reflexão crítica sobre os rumos que estão sendo tomados para a APS e para o Sistema Único de Saúde (SUS), no período histórico recente do país, bem como reforçar a centralidade do trabalho na saúde em diálogo com os princípios democráticos que fundaram o SUS, em 1988.
Em 2021, estamos sob tempos sombrios, de retrocessos sociais e políticos, e também na saúde mental. Este livro parte da análise da conjuntura, crua e dura, reconhecendo as perdas e riscos, mas não “está tudo dominado”. A realidade tem contradições e brechas para resistir e até mesmo avançar. Esse é o objeto desse livro, mostrando projetos inovadores em saúde mental e luta antimanicomial. Parte da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (“Disabilidades”) da ONU, que no Brasil tem o mesmo status da Constituição Federal; das novas diretrizes da ONU e da Organização Mundial de Saúde; e dos avanços dos movimentos de direitos humanos e de usuários(as) de outros países, com novas ideias e práticas de protagonismo e direitos de usuários(as) e familiares.
Em meados da década de 1940, a psiquiatra Nise da Silveira organizou ateliês de pintura e modelagem com os pacientes do Centro Psiquiátrico Pedro II. A produção desses ateliês – hoje acervo do Museu de Imagens do Inconsciente – chamou a atenção de cientistas e intelectuais da época. O interesse suscitado pelas obras não se restringia à sua utilidade no tratamento psiquiátrico: elas também exemplificavam um novo conceito de qualidade estética e, ainda, assumiam papel central num debate político mais amplo, sobre o lugar do louco e da loucura na sociedade. É com esse pano de fundo que se desenrolam as análises do livro, dividido em três capítulos.
Seria possível imaginar uma radical reforma do Estado brasileiro a ponto de assegurar às políticas públicas um funcionamento com importante grau de autonomia em relação ao poder executivo e ao mercado? Para Nilton, este objetivo não somente seria realizável — ele demonstra que, em alguma medida, experiências de cogestão já vêm acontecendo no SUS —, como ainda se constituiria em alternativa à esquizofrenia do debate contemporâneo polarizado entre privatização e petrificação de uma administração pública autoritária, burocratizada e patrimonialista.
O Apoio Paideia & Suas Rodas, é o resultado do trabalho de diversos atores do campo da saúde coletiva, seja na gestão, no trabalho interprofissional, na clínica ou na formação em saúde. São contextos bastante heterogêneos, mas em todos eles mira-se o mesmo horizonte: fortalecer a capacidade de crítica e de reflexão dos sujeitos; possibilitar o diálogo e a explicitação de diferenças de interesse, de valores e de projetos.
Este novo livro foi pensado com base em uma experiência concreta de educação permanente que teve lugar no centro de atenção psicossocial professor Luís Da Rocha Cerqueira (CAPS ITAPEVA) em São Paulo. em maio de 2011 organizamos e implementamos o Curso-Oficina “O Centro De Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSI) e o Desafio da Gestão em Rede” visando abranger profissionais da rede pública de serviços envolvidos no cuidado em saúde mental de crianças e adolescentes e criar espaços de diálogo e reflexão. nesta época, após longo período de estagnação, vivíamos um momento de expansão dos CAPSI na cidade de São Paulo e mais profissionais vinham sendo incorporados às equipes destes novos serviços. Tivemos uma surpresa agradável com o grande número de interessados, até mesmo de outras cidades do estado de São Paulo e de outros estados. Durante o curso as conversas e debates foram muito apreciados e nasceu a ideia de ampliá-lo na forma de um livro que pudesse atingir mais profissionais do campo por este grande brasil. A proposta inicial era a construção de um livro voltado somente aos CAPSI, sua essência e seu cotidiano. No entanto com o passar do tempo foi ficando claro que falar dos CAPSI sem as redes nas quais ele está imerso não faria sentido nem estaria conectado com as experiências concretas de profissionais e serviços. Assim sendo ampliamos o escopo do livro chegando ao resultado final.
Durante o último quarto do século XIX, a psiquiatria brasileira estruturou seus discursos em torno da sexualidade. Ela tornou-se o principal elemento na classificação/criação das identidades 'desviantes' após 1870, portanto no período de decadência do Império. A ascensão das chamadas 'novas idéias' e as medidas abolicionistas fizeram emergir temores sobre a população negra - entendida como perigo social -, o que levou a uma nova forma de compreensão da sociedade brasileira e de seus 'desvios'.
Esta obra reúne textos de pesquisadores e pesquisadoras nacionais e estrangeiras e representa uma oportunidade reflexiva para todos os que estão preocupados com o cuidar das pessoas, do mundo e com as teorias de cuidado e também com o uso de critérios de justiça. Ela é dedicada a todos aqueles e aquelas que sentem desafiados/as a ocuparem-se dos outros, Sejam ou estejam eles necessitados de cuidado por razões de doença, de processos migratórios, de pobreza e/ou de vulnerabilidades diversas. Ela está, igualmente, integrada a um tema, cujo escopo de práticas, experiências e necessidades está em plena expansão na economia de serviços internacionais.
O "Erro Humano e a Segurança do Paciente" é livro coordenado por equipe de enfermeiros, mestres e doutores do Departamento de Enfermagem da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, a que se agrega equipe multidisciplinar, constituída por antropólogos sociais, advogado, farmacêuticos e pediatras. Seus objetivos são: a. o estudo do erro médico – cujos conhecimentos ao se considerar a multidisciplinaridade – apresentam percepções compreensivelmente diver-sas e que não obstante estas diferenças convergem para inclusão dentro de um processo (constituído pelos elos das ações de saúde) e que se desenvolvem individualmente por cada profissional. Ou seja, o erro aparece quando o processo é ignorado, desconhecido e não praticado. b. transmissão – para os profissionais da área da Saúde, gestores e socie-dade de informações que possibilitem criar ações transformadoras.
Os belos sorrisos que estampam as propagandas não deixam entrever o quão complexas podem ser as relações da Odontologia com a sociedade contemporânea. A ciência e a clínica odontológica têm entre si e com a sociedade capitalista consumista relações biopol
Os ensaios deste livro trazem à cena o mefistofélico projeto neoliberal de saúde pobre para pobres. O subfinanciamento e a privatização do Estado social brasileiro colocaram dolosamente o Sistema Único de Saúde (SUS) numa situação de muita precariedade na atenção à saúde nesta pandemia. Mesmo antes do colapso do sistema de saúde brasileiro em face a doença Covid-19, a atenção de saúde pública já era carente de pessoal e de suporte de tecnologias de baixa densidade tecnológica.
Os ‘loucos’ em situação de rua não escolheram viver nessa condição. Não estão vinculados a Centros de Atenção Psicossocial (Caps), a Unidades Básicas de Saúde (UBS) nem às Equipes de Saúde da Família (ESF). Não se conhece a história de vida desses indivíduos. E o único vínculo que eles mantêm é com a população do bairro por onde vagueiam. Os moradores do bairro, então, mesmo sem se darem conta disso, adquirem um saber sobre aqueles ‘loucos’. Investigar os ‘olhares’ desses moradores, para compreender o que pensem, sentem, dizem e fazem em relação aos ‘loucos’, é o objetivo do livro. Neste estudo, embasado na teoria das representações sociais, a autora defende que, apesar das dificuldades e até dos preconceitos, os moradores do bairro têm potencial para atuarem como agentes de saúde mental. “Pois enquanto o ‘louco’ permanecer na rua pertencerá não apenas ao Estado, mas também às pessoas do bairro onde se encontra”, destaca.
Eis um livro reflexivo que busca compreender o caráter do trabalho médico na atenção primária do SUS. A autora partiu do conceito marxiano de alienação e o desdobrou em outras abordagens, que tornam a alienação dinâmica, como expressão de várias modalidades de existir em sociedade. O objetivo é o trabalho médico e suas formas de envolvimento e afastamento (alienação) com os componentes do trabalho em saúde.
O cotidiano das equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) em Recife, Pernambuco, é a base desta obra, que convida o leitor à reflexão sobre o lugar central da Atenção Básica à Saúde na organização do cuidado e nos processos criativos e inovadores que cercam os profissionais de saúde pública. Organizado por professores e pesquisadores da área de Saúde Coletiva, a coletânia reúne sete artigos, que apresentam aspectos legais e normativos de implantação dos Nasf, passando por questões ligadas às estratégias, ferramentas tecnológicas, desafios, territorialização, planejamento e avaliação dos Núcleos. O livro é mais um a integrar a coleção Fazer Saúde, que estimula diálogo e o compartilhamento de conhecimentos científicos e inovações tecnológicas diretamente ligados à consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). As muitas experiências e práticas narradas ao longo do livro reforçam, segundo o pesquisador Michael Machado, professor de saúde coletiva da Universidade Federal de Alagoas, a importância do Nasf para a Atenção Básica à Saúde, "não só por ampliar seu campo de ações e o compartilhamento de conhecimentos, saberes e responsabilidades centradas no território, como também por expandir a capacidade de resolutividade clínica das equipes e de todos os trabalhadores envolvidos".
Este livro se dedica à análise do processo de formulação do Sistema Nacional de Saúde (SNS), instituído pela lei 6.229/75. O objetivo é reconstituir a dinâmica das forças políticas e grupos de interesses setoriais/institucionais, nos quais ideias, atores e instituições se encontravam e cujos ajustes e negociações culminaram na formalização institucional do SNS. Sob o marco teórico do neoinstitucionalismo histórico, corrente das ciências sociais que ressalta a importância das instituições para o entendimento dos processos políticos e sociais, foi analisada a trajetória das iniciativas no que tange à organização da assistência à saúde no Brasil. O período de análise se concentra no contexto dos anos 1970, momento de importantes discussões sobre saúde no cenário internacional e brasileiro.
Quinto volume da coleção, este livro traz uma análise histórica e teórica de temas freqüentemente presentes no discurso de gestores, ACS e demais profissionais do PSF, tais como: o trabalho em equipe; a divisão e a fragmentação do trabalho; a autonomia do trabalhador e os processos de qualificação. Através desses textos, os autores, docentes que atuam diretamente na formação de trabalhadores da saúde, propõem um diálogo sobre questões que atravessam o cotidiano dos ACS e oferecem saberes que expressam a recusa à minimização dos conhecimentos propostos para a formação desses trabalhadores. Este livro, de modo consoante aos demais, afirma a formação como espaço, não de reprodução, mas de fortalecimento do potencial de reflexão e de ação crítica.
A luta pelo direito à saúde e pela consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro tem se expressado a partir da articulação de trabalhadores dos campos da saúde, pesquisadores e militantes dos movimentos sociais nas duas últimas décadas. Este livro busca esclarecer o que é, o que não é, o que faz, o que deve fazer e o que pode fazer o SUS. É destinado a todos que estão na luta por uma saúde pública de qualidade, aos trabalhadores do SUS, estudantes, pesquisadores, militantes de movimentos sociais e a sociedade em geral.
O livro desvenda os percursos, os usos e a caracterização de espaços públicos como locais de interrupção da vida, congregando diversas áreas das humanidades, como a história das mentalidades, a sociologia, a antropologia urbana e o urbanismo.
Esta obra introduz o leitor no universo emocional da obesidade. O ato de comer demais pode mascarar o sofrimento do indivíduo diante da possibilidade de se defrontar com diferentes conflitos psíquicos, negligenciados ou minimizados tanto pela família quanto pela própria pessoa obesa. Ao ser compelido e até estimulado a repetir o mesmo comportamento que prejudica e impede de adotar hábitos alimentares e psicológicos saudáveis, o indivíduo sente solidão, impotência e desesperança. Este livro decifra os enigmas psíquicos subjacentes à obesidade que não só seduzem, mas também sabotam de modo grave a qualidade de vida do indivíduo. Ao mesmo tempo, também mostra como os envolvidos, obesos ou não, ampliam as possibilidades de renovação espiritual, mental, emocional e física ao vivenciarem essa difícil experiência.
Obra escrita por seis autoras, todas ligadas a atividades de ensino e pesquisa na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca Ensp/Fiocruz, Oficinas Clínicas do Cuidado: efeitos da narratividade sobre o trabalho em saúde apresenta experiências de um curso-oficina no campo da saúde. O livro é voltado especialmente para gestores e profissionais da saúde, incluindo professores e alunos da área. Um dos objetivos do título é, segundo as autoras, discutir o potencial formador de uma experiência de qualificação profissional. No caso, o curso Oficinas Clínicas sobre o Cuidado, iniciativa que vem sendo conduzida na Ensp Fiocruz e que serve de referência para o livro. As pesquisadoras apontam que o outro principal objetivo do relato é apresentar em detalhes da metodologia de condução das oficinas e apontar as bases para seu desenvolvimento nos serviços de saúde. O livro é também dedicado a todos os profissionais do Sistema Único de Saúde SUS e a todos aqueles que trabalham para a humanização da saúde. Em seis capítulos, a obra apresenta temáticas como os desafios do cuidado e da formação em saúde, as potencialidades das oficinas nos serviços de saúde, além de exposições sobre a organização e o desenvolvimento do curso e a importância das narrativas nos cuidados em saúde.
A construção de redes de serviços é um desafio complexo. Envolve desejos e intencionalidades coletivas, conhecimento integrado dos dispositivos terapêuticos e articulação da gestão, financiamento e avaliação. E, nesse contexto, apresenta se o atual do dilema do SUS: articulação em rede. Na busca de compreender as articulações em rede no âmbito da saúde na macrorregional..........
"O cuidado e seus desafios para a formação profissional, na melhoria da qualidade nos serviços de saúde e na experiência relacional. Esses aspectos estão presentes nos 16 artigos da coletânea Organização do Cuidado e Práticas em Saúde: abordagens, pesquisas e experiências de ensino, da Editora Fiocruz, organizado por Marilene de Castilho Sá, Maria de Fátima Lobato Tavares e Marismary Horsth De Seta. Os textos apresentados trazem interessantes análises que deslocam o olhar organizativo clássico, disciplinador de corpos e racionalizador de recursos, para expor processos sociais que revelam sofrimentos e desigualdades dos indivíduos, das populações e também dos profissionais. "
O desafio de abordar temática por sua natureza, bastante complexa. A conjuntura sociopolítica nacional nos anos 70, de modelo socioeconômico extremamente concentrador imposto pela ditadura, continha crescente resistência democrática e emergência, na área social, de propostas e projetos contra- hegemônicos, tanto no nível de bandeiras políticas como no de práticas inovadoras em espaços socioinstitucionais, fustigando os limites do permissível.
As mudanças ocorridas durante a década de noventa decorrentes da crise dos sistemas de proteção social em todo o mundo pautaram os governos dos Estados nacionais para repensar a forma de gestão dos serviços sociais com vistas à redução dos investimentos. Métodos gerenciais que indicavam o enxugamento dos custos com as políticas de proteção social foram apontados como alternativa em países que vivenciaram o Welfare state em estágio avançado, e o Brasil não foi indiferente a isto. No campo das políticas de saúde, as organizações sociais foram alternativas aplicadas como forma de gestão aos equipamentos públicos de saúde. No ápice do período neoliberal brtasileiro as organizações sociais de saúde multiplicaram-se. Decorrente de uma reforma do aparelho do Estado, os serviços de saúde foram os primeiros a implantar tal alternativa como método de gestão. Neste livro, analisamos, sob a perspectiva da saúde, os custos para o setor público da saúde, após mais de duas décadas de implantação das organizações sociais de saúde no Brasil. Sob uma perspectiva histórica, a partir da conquista dos direitos sociais, apresentamos análises derivadas de estudos e pesquisas sobre a gestão do sistema de saúde brasileiro.
Para os estudiosos do mundo agrário, os temas da sustentabilidade e do desenvolvimento são desafios constantes nas análises sobre territórios rurais em diversos países. Compreender essas unidades espaciais, suas relações e dimensões não é tarefa fácil para as pessoas envolvidas na pesquisa do tema. Estudando casos no Equador, África do Sul, Gana, Índia, China e Indonésia, Scoones apresenta uma abordagem dos meios de vida em comunidades rurais ampliada pela economia política. Discute, entre outros temas, a desigualdade, pobreza, direitos, trabalho decente, qualidade de vida, bem estar, desenvolvimento humano, empoderamento e classes sociais, o autor aprofunda o debate teórico e traz novas perspectivas para os estudos das comunidades rurais no Brasil.
Ao abordar uma cidade planejada e suas vicissitudes, o livro de Paulo Fernando de Souza Campos trata não só de questões pertinentes à história recente do Paraná como também aponta para aspectos significativos no que se refere aos usos discursivos do binômio saúde/doença. Transpondo as fronteiras tradicionais da História, o autor revela os usos políticos dos diagnósticos médicos - sobretudo os atinentes à loucura moral - permitindo a
A ideia central deste livro é que o cuidado em saúde será sempre coproduzido pelos usuários (os leigos) e pelos especialistas da saúde (profissionais da saúde). O trabalho foi concluído em duas fases. Na primeira, de caráter exploratório, foram realizadas entrevistas em profundidade com atores estratégicos e informantes-chave do sistema de saúde, em particular alguns de seus profissionais. Na segunda foram colhidas histórias de vida de usuários muito dependentes do serviço de saúde.
O conjunto de textos aqui reunidos vem nos alertar que a patologização e medicalização da vida se trata de uma invasão nos nossos cotidianos, inescapável. A saída lucrativa da química salvadora que dociliza os corpos e mentes mediante o uso orquestrado dos fármacos se faz presente, a indústria farmacêutica e seus postos de distribuição que mais crescem nessa nova onda neoliberal do capital que tanto sofrimento constrói, diante de um Estado intolerante ou omisso.
Nesta coletânea de ensaios, treze pesquisadores de diversas áreas do conhecimento refletem sobre a loucura no amplo e multifacetado âmbito da cultura. Romances, contos, textos memorialísticos, teatro, cinema e outras produções ensejam o pensamento sobre os "desvios da razão", sob ponto de vista da crítica literária e cultural, da historiografia e sociologia e do vasto campo da saúde mental.
O licenciamento compulsório é um mecanismo para controlar o abuso do direito de exclusividade por parte do detentor de uma patente. Ele permite o uso de um produto patenteado sem a autorização de seu titular, mediante um pagamento determinado por lei ou um procedimento de arbitragem. Instrumento de natureza jurídica, esse tipo de licenciamento assume-se também como um mecanismo de política pública, que pode ser utilizado como medida de punição aplicada a empresas com práticas abusivas de preços, ou ainda para combater comportamentos oligopolistas de um determinado setor da indústria.A existência e a efetiva utilização dessa ferramenta são questões polêmicas a vários níveis. Em primeiro lugar, a licença compulsória provoca divergências de interpretação e disputas judiciais pela ambiguidade que necessariamente a suscita. Em que circunstâncias (excepcionais) justifica-se uma perda ou qualificação da exclusividade do direito de patente? E quem decide sobre a exceção?Em segundo lugar, a licença compulsória no caso de medicamentos traz à luz a tensão entre direitos humanos e direitos de propriedade intelectual – uma tensão que se revela cada vez mais importante à medida que se generaliza a ideia de um direito à saúde e, mais concretamente, um direito ao acesso a medicamentos essenciais. Qual a relação entre interesses comerciais e direitos de indivíduos e grupos? De que forma pode-se conciliar a procura do lucro com a proteção de populações vulneráveis?Em terceiro lugar, o licenciamento compulsório no caso dos medicamentos deve ser visto não só como uma medida que visa à proteção da saúde de indivíduos; é também uma estratégia de desenvolvimento relacionada com a promoção da capacidade de produção doméstica da versão genérica de medicamento, via laboratórios públicos, privados ou parcerias entre público e privado.Finalmente, o licenciamento compulsório coloca questões mais abrangentes a nível internacional e global, nomeadamente no que diz respeito à relação entre atores
O dia a dia da saúde é feito de encontros. Todos são profundos, significativos, de enorme simbolismo. Na Saúde somos seres que se tocam, se ouvem, se entrelaçam. Caminhos que se encontram. Produzimos estórias que nos relembram o que somos. O dizer e o ouvir nos espelham: somos com os outros, e somos os dizeres que ouvimos e dizemos. Somos as memórias que nos marcam. Mas, com frequência, no trabalho em saúde, ficamos perdidos: dentro de nós, no passado ou no futuro, na mágoa ou no preconceito. Perdemos oportunidades únicas de nos transformar, de produzir levezas, risadas, alegrias, cuidados. O Outro pode nos ensinar, reinventar, comover. Basta aguçar os sentidos, a intuição, a leveza e a ternura. Tarefa difícil que muito vale a pena. Este livro é mostra e faro disso. Ele traz percursos sensíveis de cinco profissionais da saúde. Cuidadores, poetas, educadores populares e, acima de tudo, abertos ao infinito do sentimento do mundo com apenas duas mãos. Navegue com eles.
Este livro é um relato de uma pesquisa que envolveu dois anos de trabalho, uma parceria muito intensa com a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas/SP e com os trabalhadores dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Por tanto, apresenta este livro uma tarefa coletiva, de muitos, que enfrentaram o desafio de desenvolver uma pesquisa avaliativa.
Nesse livro apresentamos como quatro Redes de Atenção Psicossocial (RAPs), de municípios do Estado do Rio de Janeiro envolvidos nessa pesquisa, sustentam a acessibilidade e a produção do cuidado na atenção à crise em saúde mental. Procuramos aqui ir para além de só entender essa dinâmica do ponto de vista da relação entre demanda e oferta por serviços de saúde, tentando trazer para a cena do objeto de estudo a noção de acesso e barreira no plano do cuidado em si. Essa pesquisa foi construída do começo ao fim, por meio de uma cooperação de trabalho entre um coletivo que incluiu: trabalhadores dos Serviços de Saúde Mental dos cinco municípios do estado, a Coordenação de Saúde Mental do Estado do Rio de Janeiro, o Laboratório de Estudo, Trabalho e Assistência em Saúde (LETRAS) do IPUB (Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pesquisadores da Linha de Pesquisa Micropolítica do Trabalho e o Cuidado em Saúde, da Pós-Graduação em Clínica Médica da UFRJ.
A obra reúne diversos textos cujo principal objetivo é a apresentação de um olhar da odontologia para além da técnica, através, principalmente, da abordagem das políticas de saúde bucal estabelecidas no Brasil, a partir do século XX. Além de investigar as políticas de saúde bucal, o livro analisa as respostas sociais, por ação ou omissão, via Estado, sobre problemas de saúde e seus determinantes, bem como sobre a organização, produção, distribuição e regulação de bens e serviços na área odontológica.
Este livro pretende facilitar a gestores e técnicos vinculados ao sistema de saúde, em seus diversos níveis, o acesso à consulta rápida a sistematização de temas relevantes do cotidiano da organização da assistência à saúde. Em síntese, representa o esforço de tornar o mais acessível possível conceitos, definições e experiências úteis especialmente para técnicos e profissionais que labutam cotidianamente para a construção do SUS.
Ao deslocar o foco da atenção do hospital para os serviços de abordagem comunitária, o movimento da Reforma Psiquiátrica tem proporcionado, desde a década de 1980, uma série de avanços, mas também muitos desafios. Superar o aparato manicomial exige a consolidação de outras formas de lidar com o sofrimento psíquico. Exige, portanto, que os profissionais de saúde mental estejam preparados para oferecer um tipo de cuidado diferenciado. Entre esses profissionais, destaca-se o trabalhador de nível médio, que desempenha um papel de ligação fundamental entre o serviço, o paciente, sua família e a comunidade. O objetivo desta coletânea é contribuir para a formação e a capacitação desses trabalhadores. Os transtornos mentais são abordados em uma dimensão ampla ao longo do livro, que aborda temas como políticas de saúde e de saúde mental no Brasil, saúde mental na atenção básica, estratégias de intervenção e terapêuticas.
A leitura desta obra oferece elementos para duas grandes reflexões. A primeira indica que as lutas em defesa do SUS precisam ultrapassar o âmbito setorial, centrando-se na defesa e na radicalização da democracia, na construção contra-hegemônica de um novo projeto de Nação e na articulação de distintas gerações de direitos. A segunda aponta que a crise econômica internacional tem gerado agenda regressiva em diversos países, requerendo a construção de unidade entre as forças democráticas, populares e socialistas, com a reinvenção das esquerdas, para reverter a ampliação das desigualdades sociais, preconceitos, xenofobia, conservadorismo, intolerância, ressentimento e ódio, que ompõem um solo fértil para o fascismo social, com possível passagem para o fascismo político.
No momento de transição vivido no Brasil, com a rediscussão do SUS em alguns de seus artigos mais centrais, é muito adequado ler o livro Políticas Públicas e Gestão Hospitalar, que mostra experiências e vivência do sistema. O tema não é novo e seus organizadores são, por um lado, Gastão Wagner de Souza Campos, uma das grandes lideranças do SUS desde os seus inícios, como pensador, gestor e autor e, por outro, o jovem Nilton Pereira Junior, já conhecido nas mesmas atividades, que submete a uma plateia mais ampla sua tese. Os demais autores, todos conhecidos na área da saúde, também trazem relevantes experiências à apreciação dos interessados no setor e, de maneira importante, na atividade de assistência hospitalar, frequentemente postergada na formulação de políticas setoriais. Ana Maria Malik Professora Titular da FGV-EAESP
Por Dentro do SUS é livro destinado a esclarecer médicos, profissionais da Saúde e de serviços, sobre o que é SUS - Serviço Único de Saúde. Seus objetivos são o de ser: a. Um Sistema está formado por várias instituições dos três níveis do governo (União, Estados e Municípios), e pelo setor privado (hospitais, clinicas, laboratórios etc.).
As ações, ao longo de uma década, do programa de extensão universitária Práticas Integradas em Saúde Coletiva em um município do Sul do Brasil são apresentadas neste livro, ressaltando-se as atividades desenvolvidas de forma interprofissional e multiprofissional e que visam ao desenvolvimento acadêmico-profissional e comunitário. Por seu conteúdo marcante e linguagem dinâmica, esta leitura torna-se uma excelente fonte de conhecimento para acadêmicos e profissionais de diferentes áreas do conhecimento, assim como a todos que se interessam pelos mais variados temas abordados em Saúde Coletiva nos contextos de saúde da criança, saúde do idoso, saúde da mulher, saúde escolar, saúde mental, protagonismo estudantil, gênero e sexualidade, fitoterapia, oncologia e toxicologia na comunidade.
Diante das grandes mostras de descuido e negligência com a vida nos dias de hoje, tornam-se fundamentais reflexões sobre ética e cuidado. Para a abordar esses temas, os estudos reunidos nesta coletânea partem da vulnerabilidade da criança e do adolescente na sua saúde física e mental e recolhem contribuições que ampliam esse escopo para os campos do direito, da sociologia, da filosofia e da segurança pública. Articulando o trabalho dessas áreas do conhecimento com a prática clínica diária da Maternidade Escola da UFRJ foi implementada uma grande rede insterdisciplinar para pensar este cotidiano clínico e social. Este livro é um dos desdobramentos do fórum de debates que se estabeleceu em torno dessa rede, que também deu origem ao curso de pós-graduação em Atenção Integral à Saúde Materno-Infantil. Apesar de boa parte dos autores serem ligados à área de saúde, este não é um livro voltado para especialistas. O objetivo dos escritos aqui reunidos é provocar uma iniciativa de cuidado, buscando barrar o sentimento desolador de descuido. Tudo isso é feito por meio de estudos rigorosos que aprofundam a questão sob diversos pontos de vista, buscando ampliar ainda mais a rede de interlocutores. Para finalizar, vale destacar uma frase de Carlos Minc, na orelha do livro, que resume bem sua importância: "Esta coletânea coloca a ética do cuidar no centro de diferentes linhas de pesquisa e atuação multidisciplinares para um profundo e necessário resgate civilizatório."
A Coleção Pensamento Político-Social parte do princípio de que as relações, as instituições e os processos políticos não se realizam desacompanhados das interpretações que recebem. O mesmo vale para os seus portadores sociais e a sociedade como um todo. Daí a importância em repor em circulação e debate interpretações clássicas, modernas e contemporâneas, em geral, e do pensamento político-social brasileiro, em particular - objeto dos títulos da coleção. Desse modo, espera-se contribuir tanto para o aperfeiçoamento de uma visão de conjunto do processo político-social, e de alguns desafios contemporâneos cruciais, quanto para uma redefinição menos minimalista da própria política.
Este livro é o resultado de uma ampla pesquisa socioantropológica sobre as representações populares e as experiências com a hipertensão arterial sistêmica. A autora entrevistou homens e mulheres hipertensos diagnosticados há mais de um ano, com idades entre 50 e 65 anos, clientela de uma unidade de Saúde da Família na cidade de Amparo, no estado de São Paulo. A análise foi sensível às especificidades do modo de vida, das diferenças de gênero, idade e religião, atentando sempre para a maneira como os entrevistados cotidianamente refletem, lidam e atuam diante do adoecimento. O estudo foi realizado por meio de entrevistas conduzidas mediante roteiro, complementadas com observações e extensa investigação de documentos e bibliografia. Análises de conteúdo, das narrativas e estudos de caso foram utilizados. A autora também ouviu os agentes comunitários de saúde, pertencentes à equipe de Saúde da Família do local estudado. Ela descreve as características socioeconômicas, demográficas e educacionais da clientela e desses profissionais, conferindo especial atenção à forma como atendem e se relacionam com os pacientes.
Esta obra tem como objetivo averiguar como questões de saúde bucal se tornaram problemas sociais no Brasil, de1989 a 2004. Além disso, o livro reflete sobre a emergência das soluções aos problemas bucais da população e analisa os processos relacionados com continuidades e/ou rupturas na história das políticas brasileiras de saúde bucal. O presente estudo busca contribuir para a compreensão do complexo processo de formulação dessas políticas no país, com vistas a interpretar melhor cenários futuros.
Com o objetivo de informar e esclarecer o leitor sobre os programas de saúde e assistência social no Brasil, este livro é resultado de uma análise crítica do autor e nele estão contidos a institucionalização, os efeitos e as consequências do PSF, bem como questões éticas, bioéticas e a legislação de apoio.
O tema deste estudo é a contribuição da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Representação do Brasil, para o campo de recursos humanos em saúde no país. O pressuposto é que essa organização, ao mesmo tempo em que influenciava o desenvolvimento desse campo, ela também era influenciada pelas instituições brasileiras e pelos movimentos políticos nacionais.
Subintitulado “um guia para a pesquisa de drogas com ação sobre o SNC, com ênfase nas plantas medicinais”, esta reunião de artigos de especialistas em psicofarmacologia é um livro prático, que serve como material de apoio para o planejamento e a execução de estudos na área. Contempla métodos clássicos e modernos, de modo que permita ao pesquisador o entendimento de cada um, suas limitações e possibilidades. Uma obra útil para todos os que trabalham com psicofarmacologia, especialmente aos que buscam novos agentes farmacológicos, sobretudo de origem natural. O volume reúne artigos de outros 28 pesquisadores vinculados aos departamentos responsáveis pelas mais importantes pesquisas em psicofarmacologia em diversas universidades brasileiras.
Dentre aqueles dedicados à pesquisa deslocada de psicanálise desde o Brasil, Rosana Onocko-Campos se destaca de modo especial. […] Esta psicanalista de esquerda argentina chegou ao Brasil tendo no país possibilidade de refúgio para a própria vida, com uma carga de esperança histórica e teórica radicais que encontrou aqui terreno de investigação e criação de uma política de saúde mental articulada a um questionamento histórico-teórico da própria psicanálise.
Integrante da coleção História e Saúde da Editora Fiocruz, a obra apresenta um estudo da trajetória de um personagem relevante e controverso na história biográfica da medicina e da psiquiatria brasileiras do século XX. A análise da vida de Antonio Carlos Pacheco e Silva 1898-1988 é feita levando em consideração as muitas contradições, tensões e singularidades do médico, militar e político. Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo FMUSP e da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo EPM/Unifesp, Pacheco e Silva acumulou, para além dos espaços acadêmicos, cargos políticos e empresariais, tendo participado ativamente de movimentos conservadores e eugenistas. O livro é um desdobramento da tese doutoral do historiador Gustavo Tarelow, defendida em 2019, na FMUSP. Dedicado às pesquisas sobre a história da psiquiatria paulistas e seus personagens, o autor investiga etapas fundamentais da trajetória de Pacheco e Silva. Ele mostra, por exemplo, a atuação do médico na fundação do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo e como diretor da Associação Psiquiátrica Internacional e do Hospital do Juquery. Tarelow revela também como o psiquiatra esteve diretamente envolvido em todo o processo que levou o português António Egas Moniz a receber o Prêmio Nobel de Medicina, em 1949, além de sua intensa participação em diferentes partidos e momentos do campo político nacional. Dividida em três capítulos, a obra agrega também importantes notas, referências e imagens, reunindo fotografias, documentos, páginas de jornais e outros materiais de acervo que ilustram as diferentes fases da vida do psiquiatra.