O simples fato de vivermos no século XXI já nos faz beneficiários da ciência e dos seus frutos, mesmo que a gente não se dê conta dessa verdade. Os objetos que nos dão conforto, que nos dão prazer, que nos transportam, que nos emocionam, que nos informam (até este livro) só existem da forma como existem por conta dos conhecimentos científicos. O cidadão que ignora fatos científicos básicos pode se tornar presa fácil de curandeiros e charlatões, gente que mente para os outros e, não raro, para si mesma. Ganhador do Prêmio Jabuti na categoria Não Ficção – Ciências - 2021
Vigilância Sanitária | Tópicos sobre Legislação e Análise de Alimentos reflete o cenário atual do mundo globalizado, em que a qualidade assumiu papel determinante na vida do indivíduo, notadamente em sua saúde. Indispensável a estudantes e profissionais da área de alimentos, esta obra aborda a evolução da legislação brasileira e sua contextualização no panorama internacional, os aspectos do registro de alimentos industrializados no país, além do controle de qualidade, tema que é conduzido sob os pontos de vista da metodologia envolvida na análise de cada um dos tipos clássicos de alimentos. Esta segunda edição foi bastante aprimorada e atualizada, ganhou novo projeto gráfico, revisão minuciosa do texto e o capítulo Sistema de Gestão da Qualidade em Laboratórios de Ensaios de Alimentos, que, entre outros assuntos, discute a importância da implementação desse sistema para a confiabilidade de laudos emitidos e os benefícios que ele proporciona aos laboratórios de ensaios.
Aborda-se a especificidade da institucionalização das ciências sociais e saúde no Brasil no âmbito das escolas médicas, saúde pública / medicina social, os perfis de seus profissionais e o trabalho de seus intelectuais no ensino e na pesquisa, nas três últimas décadas do século XX.Assume-se que as ciências sociais e saúde não são um campo autônomo de conhecimento às ciências sociais e humanas, uma vez que incorpora os seus paradigmas para aproximar-se dos fenômenos saúde, doença, vida e morte. Tais fenômenos integram-se concomitantemente à experiência humana e aos processos sociais, políticos, econômicos e culturais, suscitando reflexões mais amplas. Na sociedade contemporânea eles se tornaram questão social, direto do cidadão e objetos das intervenções do Estado.
Tudo para mostrar um novo potencial, aquele em que a natureza preservada está no centro da criação de valor econômico.
Comunicação, Mídia e Sociedade: Reflexões Teóricas e Práticas
Este livro traz aos profissionais da saúde um conjunto de crônicas que abordam aspectos das relações medicina/sociedade. A ideia central é fornecer, de forma concisa, a análise de temas complexos que são apresentados em forma de crônicas como estratégia de uma primeira abordagem.
Embora muitas vezes haja louvores e pretensões à interdisciplinaridade, é incomum encontrar grupos de pesquisadores que realmente a realizam. A coleção Ciências Sociais em Diálogo, em três volumes, vem demonstrar que a prática do diálogo é possível. Pois é de diálogo que se trata - não de homogeneização ou de diluição, mas de encontro de interlocutores qualificados - todos professores da Unifesp - que reconhecem as especificidades das mais variadas áreas do saber e convidam o leitor a usufruir das interações, trocas e releituras entre elas. O primeiro volume, 'Cultura e Diferença', reúne pesquisas que procuram pensar a noção de natureza como uma construção histórica e social. Com isso, temas relacionados ao corpo e à sexualidade lançam luz à dimensão simbólica presente no campo da cultura e auxiliam, em seguida, a debater a maneira como identidades e redes de sociabilidade são percebidas e negociadas.
Embora muitas vezes haja louvores e pretensões à interdisciplinaridade, é incomum encontrar grupos de pesquisadores que realmente a realizam. A coleção Ciências Sociais em Diálogo, em três volumes, vem demonstrar que a prática do diálogo é possível. Pois é de diálogo que se trata - não de homogeneização ou de diluição, mas de encontro de interlocutores qualificados - todos professores da Unifesp - que reconhecem as especificidades das mais variadas áreas do saber e convidam o leitor a usufruir das interações, trocas e releituras entre elas. Este volume oferece ao leitor uma significante variedade de temas e tem como preocupação central o Estado e a sociedade, sobretudo no tocante às condições políticas e institucionais do avanço no campo dos direitos e da igualdade, mantendo-se no horizonte o grande tema da emancipação.
O primeiro volume, Cultura e Diferença, reúne pesquisas que procuram pensar a noção de natureza como uma construção histórica e social.Com isso, temas relacionados ao corpo e à sexualidade lançam luz sobre a dimensão simbólica presente no campo da cultura e auxiliam, em seguida, a debater a maneira como identidades e redes de sociabilidade são percebidas e negociadas. O segundo volume, Sociedades e suas Imagens, apresenta artigos que enfocam as produções artísticas e culturais e a sua relação com a teoria social, em uma perspectiva que propõe pensar arte e cultura como objeto e sujeito. Os trabalhos recuperam, também, autores e debates representativos do pensamento social e político no Brasil, na América Latina e na Europa, a partir de um contexto sociopolítico e intelectual que transcende as fronteiras nacionais.
Este livro pretende apresentar - uma compreensão de processos históricos, e socioantropológicos, de produção de conhecimentos científicos e de artefatos tecnológicos pelas pesquisas biomédicas, voltados para à saúde pública, e resultantes do uso de animai
Apaixonada por cinema, bell hooks dedicou parte considerável da vida a assistir, debater e escrever sobre filmes, analisando o que via nas telas a partir de um olhar aguçado para questões de raça, classe e gênero. A energia que dedicou à crítica cinematográfica se explica pelo poder que conferia à narrativa audiovisual: “O cinema produz magia. Modifica as coisas. Pega a realidade e a transforma em algo diferente bem diante dos nossos olhos”. Daí que tenha mantido sob permanente escrutínio o trabalho de inúmeras diretoras e diretores, sobretudo daqueles que optaram por retratar a vida e o drama de pessoas negras. Com sensibilidade e tenacidade, bell hooks interpretou os principais filmes de seu tempo, fossem produções independentes ou hollywoodianas. Neste livro, encontramos críticas essenciais a obras de Quentin Tarantino, Mike Figgis, John Singleton, Julie Dash e, claro, Spike Lee — sem dúvida, o cineasta que mais chamou a atenção da autora ao longo dos anos. Encerram o volume entrevistas com os realizadores Wayne Wang, Camille Billops, Charles Burnett e Arthur Jafa. Assim, de acordo com a própria bell hooks, Cinema vivido “questiona e ao mesmo tempo celebra a capacidade do cinema de abrir caminho para uma nova consciência e de transformar a cultura”.
O conceito de civilização tem ocupado um papel crucial na modernidade, tanto em termos analíticos quanto em ideológicos. No primeiro caso, tem sido usado como ferramenta para distinguir diferentes estruturas e formas de mundos sociais de larga escala. No segundo, costuma ser associado a sentimentos de distinção e superioridade, justificando invasões, dominações, explorações, destruição de ecossistemas e culturas e até massacres humanos. Trata-se da perspectiva do civilizado em relação ao outro , ao bárbaro . Ao vincular diferentes áreas do campo das ciências humanas e apresentar variadas abordagens teórico-metodológicas, este livro não pretende discutir exaustivamente o conceito de civilização a partir de uma única perspectiva teórica ou analítica. Ao contrário, seu objetivo é mostrar uma diversidade de investigações possíveis por meio de um profícuo diálogo interdisciplinar. Com análises que exploram verbetes históricos de dicionários, percorrem teorias da psicanálise freudiana, analisam produções cinematográficas de Portugal e Brasil e abordam clássicos do pensamento sociológico, os textos desta coletânean ajudarão a trilhar o caminho certo na tentativa de civilizar a ideia de civilização
Valla nos levará até as formas e as condições de vida da população pobre nas cidades. Vida-saúde-pobreza instigaram suas formas de pensar e agir como educador.
"Doença de Chagas. História de uma Calamidade Continental", faz uma reconstrução detalhada, cuidadosa e bem documentada da história do descobrimento da doença de Chagas. Esse período e esse processo estão particularmente relevantes para o Brasil, pois se
A resolução para estabelecer uma Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE) surgiu de uma reconhecida necessidade para descrever os fenômenos do paciente pelos quais os enfermeiros são responsáveis e as intervenções específicas de enfermagem, com os respectivos resultados.
Fruto dos primeiros anos de trabalho cooperativo no âmbito da Rede Ibero-americana de Pesquisa em Ambiente e Sociedade, este livro aborda o tema das mudanças ambientais e climáticas em áreas protegidas e vulneráveis a partir de um amplo grupo de pesquisadores de diferentes países. Lançado por ocasião do cinquentenário da Unicamp, as contribuições aqui trazidas buscam refletir sobre questões-chave da vida contemporânea: por que, afinal, continuamos atrelados a um modelo de desenvolvimento baseado na emissão de carbono se já há evidência suficiente de que isso contribui para ameaçar os sistemas sociais e ecológicos? Por que, diante de tais evidências, as políticas públicas de enfrentamento do problema não surtem o efeito esperado nos diferentes países?
No desafio de formar profissionais de saúde implicados com a atenção integral e uma clínica comum, este livro apresenta alguns itinerários. Trata-se da experiência de formação -que denominamos "entreprofissional"- do eixo Trabalho em Saúde, um dos eixos c
Este volume da série trata da clínica praticada fora dos settings tradicionais como hospitais psiquiátricos ou consultórios com pessoas que não se adaptam a protocolos convencionais. Os ensaios que o compõem narram e problematizam experiências ocorridas na fronteira entre a dependência e a morte, entre a loucura e a cidadania, entre o exílio e o comunismo múltiplo e micropolítico ativado em práticas de saúde.
Coedição da PUC-Rio e Editora Fiocruz, o livro é resultado de anos de trabalho, estudos e da tese de doutorado de Pedro Muñoz. Esta obra original traz uma importante contribuição para o entendimento das relações entre os dois países numa perspectiva histórica transnacional, que tem como foco os entrelaçamentos e a circulação do conhecimento. Enriquecido por material levantado de fontes primárias no Brasil e na Alemanha, o estudo investigou as relações no campo da psiquiatria no período de 1900 a 1942, interrompidas pela Segunda Guerra Mundial. Neste período, circularam no Brasil os conceitos da psiquiatria, da neurologia e da psiquiatria genética alemãs – e o estudo mostra como e por quem foram apropriados. Ao enfocar o trânsito e a circulação dos cientistas em redes construídas em viagens, congressos, cursos e publicações, o autor inova, como descreve Cristiana Facchinetti na apresentação da obra. “A narrativa apresenta novos lances, outras perspectivas de leitura para uma história da psiquiatria, que ganha maior densidade ao discutir o crescimento do nazismo na Alemanha, a hegemonia das teorias degeneracionistas, biodeterministas e racialistas na medicina mental e suas repercussões e impasses para a psiquiatria brasileira”, afirma.
Clínica comum é uma produção coletiva. Após dez anos de atividades de ensino e cuidado, 38 autores, entre professores, estudantes e trabalhadores, que participam da proposta pedagógica do módulo Clínica integrada: produção do cuidado, oferecido pelo eixo comum Trabalho em Saúde do campus Baixada Santista da Unifesp se dedicaram a escrever acerca desta experiência. Desde 2006, quando o campus Baixada Santista da Unifesp começou suas atividades com as graduações de Educação Física, Fisoterapia, Nutrição, Psicologia e Terapia Ocupacional, um determinado modo de formação em saúde foi sendo construído. O eixo Trabalho em Saúde, comum a esses cursos, optou por um aprendizado na experiência, em que conhecimento e intervenção estivessem imbricados em ato e a experimentação fosse constante. No livro Clínica comum: itinerários de uma formação em saúde (2013), tratamos do ideário e das primeiras análises desta proposta formação que denominamos entreprofissional. Agora, passada a primeira década, apresentamos outro decantado deste percurso. Quisemos compartilhar, com este livro, algumas cenas desta clínica comum vivida por estudantes, docentes, equipes dos serviços e usuários, no mister de inventar e apoiar possibilidades de vida menos restritivas e mais prazerosas. Cenas de formação e cuidado envolvidas em inquietudes, precariedades, questões e tentativas de elaboração: companhias de nosso ensinar e aprender. A heterogeineidade dos textos se fez à semelhança dos seus autores de diversas áreas da saúde. Todes buscando pôr em debate esta experiência inovadora e desafiante, escrita a dezenas de mãos, olhos, ouvidos e pés; muitos corpos que percorrem os caminhos do cuidado e da formação em saúde.
Este livro parte do pressuposto do esgotamento da reforma psiquiátrica e a integração de suas realizações na sociedade dos mercados, onde a saúde e os benefícios de segurança social são regidos pelo lucro privado e não pela solidariedade. Parte da necessidade, portanto, de uma reforma da Reforma Psiquiátrica, que já não poderá ser um processo deliberado no âmbito de um Estado do bem-estar, mas uma tarefa na contracorrente no horizonte de uma Sociedade do bem-estar.
O livro Legislação do SUS e Saúde Pública é o quinto volume da coleção Manuais para Provas e Concursos em Enfermagem. Trata-se do melhor e mais completo conjunto de obras voltado para a aprovação de enfermeiros nos concursos públicos do Brasil. Elaborada a partir de uma metodologia que julgamos ser a mais apropriada ao estudo direcionado para as provas em enfermagem
Este livro é um guia prático e acessível para a coleta de dados qualitativos que vai além do foco tradicional em entrevistas presenciais. Enfatiza uma série de métodos textuais, midiáticos e virtuais que permitem interessantes mudanças nos métodos estabelecidos e requerem recursos menos intensos, oferecendo assim ao pesquisador técnicas alternativas para a coleta de dados. Dividido em três partes textual, midiática e virtual, o livro apresenta uma orientação gradual sobre métodos subutilizados na pesquisa qualitativa e oferece pontos de vista novos e interessantes para técnicas amplamente usadas.
Colorismo, de Alessandra Devulsky, trata de um tema premente para entendermos a construção da sociedade brasileira e a dinâmica das suas relações. No decorrer do livro, a autora aborda desde os aspectos internos do colorismo, sua introjeção, até seu caráter estrutural, tão presente em nossa sociedade quanto o racismo. As implicações do colorismo no mundo do trabalho e na dinâmica das relações de poder também são investigadas a fundo, a fim de deixar nítido que a mestiçagem e sua origem violenta continuam repercutindo e exercendo forte papel no país. A distinção entre negros claros e retintos, capaz de desmobilizar o reconhecimento e a união entre os sujeitos com traços de africanidade, e enfraquecer a luta antirracista, é dissecado pela autora, que conclama a força política mobilizadora que pode advir do questionamento do colorismo, que estratifica os negros a partir de um olhar forjado no seio da supremacia branca. Não fica de lado, também, uma análise do colorismo a partir do feminismo negro, a fim de investigar sua repercussão tanto no aspecto afetivo quanto político de formação das mulheres negras.
Paolo Rossi faz aqui uma reflexão sobre o tema alimentação para demonstrar que o simples ato de comer está muito mais carregado de significados, culturais e antropológicos, do que se pode imaginar quando se se pensa em assuntos como dietas saudáveis, desnutrição e gastronomia, muito em voga atualmente. Nesse estudo, ele investiga e descreve a inextricável mistura de sentimentos envolvidos no ato de alimentar-se – necessidade básica, desejo primal, obsessão patológica –, explorando as inúmeras nuances que o verbo comer assumiu na história da humanidade. A própria multiplicidade de metáforas alimentares empregadas no dia-a-dia de qualquer pessoa (“comer com os olhos”, “engolir um sapo”, devorar um livro”), sugere Rossi, é indicativa da miríade de desejos primários e emoções profundas que povoam o universo da alimentação. Com elementos pinçados da história das ideias, ele constrói um mosaico de cenários e situações em que esses sentimentos se revelam. E mostra como é profunda a ligação entre o comer e a condição humana, e como, para além de satisfações fisiológicas, existem elos de ordem psíquica que resvalam na fronteira do plano mítico. A pesquisa, atemporal, atravessa culturas e temas, como a fome em diferentes épocas e sociedades humanas, incluindo a contemporânea, aborda o jejum, a greve de fome, o canibalismo, o vampirismo, o serial killers, que transgride o maior dos tabus, ao devorar suas vítimas.
É preciso soar o alarme: à medida que as democracias retrocedem e os cidadãos se tornam mais polarizados, as guerras civis se tornarão ainda mais generalizadas e durarão mais do que no passado. Uma milícia de extrema direita planeja sequestrar a governadora de Michigan e julgá-la por traição. Uma multidão armada de apoiadores de Trump e teóricos da conspiração invade o Capitólio dos Estados Unidos. São incidentes isolados? Ou é o começo de algo maior? Em Como as guerras civis começam , Barbara F. Walter, uma das maiores autoridades no mundo em violência política e terrorismo, examina o dramático aumento do extremismo global e soa o alarme ao argumentar que as guerras civis proliferam e são hoje o maior perigo para a paz mundial. “O equivalente de Como as democracias morrem para a guerra civil.” — The Washington Post “O argumento de Barbara Walter é assustador: muitas das condições que comumente precedem as guerras civis estão presentes hoje em lugares que nunca imaginaríamos.” — Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, autores de Como as democracias morrem “Como aqueles que alertaram sobre os perigos do aquecimento global décadas atrás, Walter tem uma mensagem grave que ignoramos por nossa conta e risco.” — David Remnick, The New Yorker
Subdividido em seis capítulos, no primeiro a autora apresenta breves considerações teóricas sobre a temática das desigualdades sociais em saúde, apontando correntes e tendências existentes na pesquisa epidemiológica sobre o assunto. Partindo daí, nos capítulos seguintes trata da questão das classes sociais – de como a posição social de cada indivíduo repercute sobre sua saúde – e sobre a influência da renda – ou seja, as relações entre riqueza e estado de saúde. Insere também a discussão sobre etnia e discriminação, como categorias importantes da análise do estudo em questão. Por fim, destaca as relações de gênero e a produção da saúde e da doença, tecendo, ainda, comentários sobre as políticas públicas no enfrentamento das desigualdades sociais, para então expor suas considerações e conclusões em torno do tema. É bastante atual o debate evocado por este livro, sendo extremamente pertinente sua leitura e reflexão mesmo para leitores não especializados, pois nele é proporcionada uma visão panorâmica acerca do assunto, tendo por base dados de consistentes pesquisas.
A questão ambiental está se tornando parte do cotidiano do cidadão, das empresas e dos governos. O uso correto da água, lixo e reciclagem; proibição do uso de sacolas plásticas; votação do Código Florestal; enchentes; poluição atmosférica e mudanças climáticas; energias renováaveis são assuntos que estão afetando políticas públicas e estratégias empresariais.
A hora é agora. As questões climáticas, sociais e culturais que nos cercam pedem urgência na cocriação de novas narrativas, que resgatem a origem coletiva de ser humano e que nos reconectem com o mundo natural e demais seres que nos rodeiam. Somente a partir do entendimento de como funcionam as estruturas que nos aprisionam em um modo de vida insustentável poderemos, de fato, começar a pensar em novos presentes: mais livres e, ainda assim, sustentáveis.
Danny Caine recorre a anos de experiência como dono de uma pequena livraria no interior dos Estados Unidos para compilar didaticamente inúmeras razões pelas quais não devemos comprar nada — muito menos livros — no crescente conglomerado empresarial de Jeff Bezos. Os argumentos fortes do autor dizem respeito não apenas à amazon, mas ao futuro das comunidades como um todo. Sem dúvida, quem continuar gastando dinheiro nesse monstro tecnológico após tomar contato com as reflexões de Caine tem o chip do capitalismo selvagem muito bem implantado e não mudará de atitude mesmo que o mundo esteja à beira do precipício.
Wright norteia sua crítica ao capitalismo pelos conceitos de igualdade e justiça; democracia e liberdade; comunidade e solidariedade. Esses conceitos permitem a conexão entre noções abstratas em sua sociologia e sua experiência comunitária, com leitores, pesquisadores, estudantes e militantes. Não perde de vista a crítica da exploração e do poder econômico, além de destacar a destruição ambiental associada ao funcionamento do capitalismo. Como ser anticapitalista no século XXI? é um livro com forte ênfase no ativismo e na militância, pouco afeito a academicismos e voltado para os problemas reais da construção de uma alternativa anticapitalista hoje. Nele, o anticapitalismo é possível como uma defesa moral contra as injustiças e como uma instância prática e alternativa para um maior desabrochar de talentos humanos. Nos primeiros capítulos, Wright elabora um diagnóstico crítico do capitalismo para atender à proposta e ao título do livro; nos demais, ele apresenta propostas sobre o experimento que ele entende serem socialistas em nichos do sistema capitalista dominante. Com otimismo e clareza analítica, apresenta a viabilidade de arranjos institucionais alternativos. Baseado na compreensão híbrida dos modos de organizar a economia e a vida social, inova na conceituação e crítica da transformação social. A edição brasileira traz um prefácio de João Alexandre Peschanski, sociólogo que trabalhou com Wright no Departamento de Sociologia da Universidade de Wisconsin-Madison. Também completa a obra um posfácio escrito pelo eminente sociólogo Michael Burawoy, grande amigo de Wright, que rememora a biografia e as valiosas contribuições do autor do livro. Neste Como ser anticapitalista no século XXI?, um dos mais importantes pensadores das teorias sociais do mundo contemporâneo convida o leitor a transpor os caminhos pedregosos e, às vezes, proibitivos de obras desse teor, num texto fluído que surpreende por seu didatismo analítico e seu otimismo audaz.
A impressionante abrangência e erudição deste Compêndio de Filosofia transformam-no em uma obra de referência essencial para todo filósofo e estudante de filosofia. O estilo acessível que Nicholas Bunnin e E. P. Tsui-James lhe imprimiram fará dele uma sábia escolha em todos os cursos de introdução à filosofia.
“Este breve escrito pretende reunir as teses da Psicanálise, na forma mais concisa e na versão mais resoluta, de um modo, por assim dizer, dogmático. Não é sua intenção, evidentemente, exigir crença e despertar convicção.As proposições da Psicanálise se baseiam numa incalculável quantidade de observações e experiências, e somente quem repete essas observações em si mesmo e nos outros está em condições de formar um juízo próprio.”Sigmund Freud
Este livro narra os movimentos de Eaprender e ensinar de profissionais, alunos e professores dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social proporcionados pelo Pet-Saúde/UFF. Uma construção de saberes elaborada no coletivo, tendo como cenário os serviços de saúde, e não apenas a grade de disciplinas e conhecimentos específicos de cada núcleo profissional. O desafio proposto consiste na experiência como campo privilegiado de conhecimento, incluindo como elemento pedagógico os conflitos e problemas do cotidiano, como dispositivos para a formação, além da aposta na possibilidade de construção de um trabalho pautado na necessidade do sujeito, no trabalho colaborativo, que escapa da formação centrada no núcleo de saber de um único profissional.
Compreender o suicídio é, primeiramente, compreender nossas próprias limitações. Saber que o conhecimento é limitado diante de fatos tão complexos pode causar medo e afastamento, entretanto, o objetivo aqui é o oposto: acolhimento e proximidade. A medicina, a ciência biológica, a filosofia, a sociologia, a cultura, a espiritualidade e a psicologia são sentidas nesta obra e o conhecimento é a porta de entrada para um campo de amplas oportunidades. A primeira seção apresenta uma discussão interessada em temas que vão desde a história do suicídio até os debates jurídicos, éticos e contemporâneos sobre o direito de morrer. A seção a seguir aborda diversos fatores sociais e epidemiológicos associados ao suicídio. A terceira seção discute os fundamentos biológicos do suicídio e comportamentos relacionados, a quarta discute os fatores clínicos associados ao suicídio e a quinta as condições clínicas associadas ao suicídio. Finalmente, na última seção se discute o suicídio em populações específicas.
No meu primeiro livro sobre o assunto, Tudo sobre o amor: novas perspectivas, tive o cuidado de afirmar repetidas vezes que as mulheres não são inerentemente mais amorosas do que os homens, mas que somos incentivadas a aprender a amar. Esse incentivo tem sido o catalisador para as mulheres saírem em busca do amor, para observarem com atenção a prática do amor. E para confrontarmos nossos medos de não sermos amorosas e não sermos amadas o suficiente. As mulheres na nossa cultura que mais têm a ensinar ao mundo sobre a natureza do amor são as da geração que aprendeu por meio da luta feminista e da terapia baseada no feminismo que o amor-próprio é a chave para encontrar e conhecer o amor.
Nesta obra, as autoras debatem questões como as relações de poder, a prática comunicativa e os princípios do SUS. “Queremos que você leia o livro e desenvolva suas reflexões tendo em pauta dois grandes parâmetros para pensar o tema comunicação e saúde”, a
O livro analisa a representação do Trabalho Infantil Doméstico (TID) nos media e traz relatos de trabalhadoras e ex-trabalhadoras infantis domésticas a respeito de suas experiências, no contexto do estado do Pará. Para além de uma pesquisa de recepção, a obra investiga como discursos construídos e em circulação nesses dois âmbitos comunicacionais se processam de modo a reverberar na politização do trabalho infantil doméstico.
COMUNICACAO PLURALO ensino do curso de comunicação e seus desafios, a construção da história da televisão no Brasil, cópia de livros nas universidades brasileiras, são alguns dos temas de artigos reunidos neste livro que trata de diversos temas que envolvem a comunicação.
A proposta desta edição é repensar as mudanças e tensões da cultura midiática contemporânea, quando experimentamos mediações que reorganizam o real e o virtual, um em função do outro, para daí surgirem novas formas de tratar o tempo e as temporalidades, novos entendimentos conceituais e distintas articulações comunicacionais. Os artigos propõem discussões em torno dessas mudanças mais recentes, sem esquecer os processos históricos que lhes deram corpo, à luz de conceitos de tempo e das maneiras como ele é construído nos processos midiáticos.
Estudo sobre as condições de vida e de saúde, assim como de processos de reprodução social no âmbito das unidades de conservação ambiental. É um contexto privilegiado de investigação sobre as relações no território de vida e trabalho entre Estado, sociedade, meio ambiente e saúde, o que poderá contribuir para a elaboração de um projeto político amplo que possibilitaria a estruturação de um sistema de garantias de direitos às populações ribeirinhas por meio do desenvolvimento de ações integradas.
Esta obra conta a trajetória de Conceição Evaristo, nascida e criada na favela do Pindura Saia, mulher, negra, que se tornou professora, doutora em Literatura e uma das grandes escritoras brasileiras. A coleção BLACK POWER apresenta biografias de personalidades negras que marcaram época e se tornaram inspiração e exemplo para as novas gerações. Os textos simples e as belas ilustrações levarão os pequenos leitores a uma viagem repleta de fatos históricos e personagens que se transformaram em símbolo de resistência e superação. Esse livro é voltado para crianças e adolescentes. A ideia é que elas percebam que podem ter representatividade negra desde a infância.
Conceitos de educação em Paulo Freire surgiu do reconhecimento da amplitude das obras desse grande mestre. O livro é início de uma discussão que se pretende tão abrangente quanto os estudos criados pelo autor que lhe dá título. Um de seus objetivos é dar voz às supostas indagações que surgem quando ele é lido. Quer sobretudo, ser um provocador de discussões; dinâmico como a própria sociedade.
0 Projeto Conexões de Saberes sobre o Trabalho integra atividades de ensino, pesquisa e extensão por meio de um novo dispositivo de produção de saberes sobre o trabalho, que em diversos aspectos pode ser assemelhado a uma Comunidade Científica Ampliada, como proposto por Ivar Oddone.
Este livro se propõe a trabalhar temas relevantes no campo da Saúde Coletiva a partir da construção de textos independentes entre si e inter-relacionados em seus enunciados. Fruto de um trabalho coletivo do Grupo Conexões e de seus intercessores, o livro busca dar passagem a múltiplas vozes - vozes de trabalhadores da saúde, trabalhadores-pesquisadores e docentes-trabalhadores - que entendem que cuidar é também produzir outros modos de subjetivação e outras formas de subjetividades.
Uma coletânea de textos das autoras Ana Paula Viana e Fernanda Curado, alguns já publicados na internet e outros inéditos, a vida de mãe contada pelo olhar emocionante e descontraído de duas delas, mães de dois e três filhos, cada qual com sua realidade particular. Diferentes contextos e vivências, porém sensações tão semelhantes que costumam disparar identificação imediata com mulheres, mães desta e de outras gerações - mas as autoras juram que não instalaram uma câmera escondida na casa de ninguém, viu?
Nos anos 90, com a edição da Lei nº 8.080, organizou-se o Sistema Único de Saúde, definido como o conjunto de ações e serviços públicos de saúde executados pelas três esferas de governo, de forma descentralizada, regionalizada e hierarquizada. Esse obra p
Como a ciência circula e se move para além de fronteiras geográficas e culturais? Como os encontros, conexões e trocas ocorridos nesses processos impactam não apenas a disseminação, mas a própria produção do conhecimento e as práticas científicas? Essas questões vêm conformando uma robusta agenda de reflexão e de pesquisas no campo da história das ciências. Em diálogo com a historiografia internacional, a produção acadêmica brasileira sobre a circulação transnacional da ciência tem se consolidado e expandido. A presente coletânea é um ótimo exemplo desse movimento, conduzido em larga medida por jovens pesquisadores. Abarcando temporalidades, espacialidades e questões de pesquisa diversas, seus capítulos sinalizam os amplos horizontes de uma renovação historiográfica em curso. Nesse sentido, são um convite a que historiadores e cientistas sociais enveredem pelos muitos caminhos abertos nesse campo de estudos.
Conhecimento e Inovação em Saúde: Experiências do Brasil e do Canadá representa uma iniciativa inédita na literatura especializada, seja pela importância e natureza dos temas abordados, seja por reunir experiências de dois países que, apesar das diferenças, enfrentam problemas comuns na gestão dos seus sistemas de saúde, públicos e universais, seja ainda pelo perfil dos autores, todos eles especialistas renomados em suas respectivas áreas de atuação.
O estabelecimento de áreas protegidas é uma estratégia importante para conter a ocupação desenfreada da terra e o uso predatório dos recursos naturais, mas sua implementação tem enfrentado inúmeros desafios. De forma didática e abrangente, Nurit Bensusan trata da questão das áreas protegidas pela ótica dos desafios atuais e futuros - humanos, culturais, econômicos e sociais -, mostrando que a participação da sociedade é fundamental para superá-los.
Os Consórcios Públicos de Saúde são uma alternativa viável para maximizar a regionalização da saúde no Brasil? Como estabelecer um consórcio? Quais os principais desafios enfrentados pelos consórcios? Essas são questões respondidas em “Consórcios Públicos de Saúde”. Para os Doutores Nésio Fernandes e Arruda Bastos “Os Consórcios Públicos de Saúde são mais uma experiência exitosa de gestão interfederativa que o SUS produziu. Neste livro, as leitoras e os leitores encontrarão um guia prático para entender a função e a importância dos consórcios públicos para a gestão da atenção especializada nas micro e macro regiões de saúde do SUS.” Os autores abordam essa temática tão importante e necessária, que evidenciou as duas fontes de resiliência do federalismo brasileiro notabilizadas na pandemia: 1) o protagonismo científico e sanitário do Consórcio Nordeste; 2) a mobilização da Frente Nacional de Prefeitos. Mais de duas mil cidades de todas as regiões do país formaram o Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras: o Consórcio Conectar, que também é analisado neste livro. — Karla Amorim Sancho Linguista e Doutora em Saúde Coletiva pela UNICAMP
O livro apresenta os múltiplos sentidos relacionados aos temas que envolvem o ensino/aprendizagem em saúde mental no cenário da Estratégia de Saúde da Família e também da formação nas instituições de ensino superior.
Temos vivido de espasmo em espasmo, um espasmo se sobrepondo ao outro, como se vivêssemos numa eterna respiração de afogados que apenas por um instante conseguem subir à superfície. Neste livro, a premiada jornalista Eliane Brum recupera o que perdemos: o processo. A partir de seu ponto de vista sempre singular, ela aponta o que é ruptura, o que é continuidade. Narra as transformações de um país que acreditava ter finalmente chegado ao futuro, mas descobriu-se atolado no passado. Partindo das reportagens e artigos de opinião escritos nos últimos anos, especialmente para sua coluna no jornal El País, ela documenta não só as mudanças objetivas, mas também as subjetivas, às vezes mais determinantes - da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro operário a alcançar o poder, aos primeiros cem dias do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro. Também analisa temas centrais para a compreensão das duas primeiras décadas deste século, como o crescimento dos evangélicos, o racismo estrutural, a violência que mata os mais pobres, os novos feminismos, a desmemória e o autoritarismo que nos espreita há mais tempo do que admitimos. E interpreta o Brasil a partir da violação da floresta por governos tanto de esquerda quanto de direita. A Amazônia é o "centro do mundo - e também deste livro.
Valendo-se de desdobramentos da tradição da boa antropologia, que vê a relação com os objetos como constitutiva de toda experiência social humana, Isadora Lins França desenvolve com clareza e sistematicidade a visão de que o mercado e o consumo desempenham papel central na produção e no reconhecimento social de sujeitos, identidades e estilos ligados à homossexualidade.
Discutir aspectos que ajudam a entender por que comemos o que comemos e a produção biológica e social da obesidade, além de analisar políticas públicas de alimentação e nutrição. Com esse objetivo, a Editora Fiocruz lança a mais nova obra da coleção Temas em Saúde: Consumo Alimentar e Obesidade: teorias e evidências . Escrito pela médica Rosely Sichieri e pela nutricionista Rosangela Alves Pereira, o título foi concebido antes da eclosão da pandemia de Covid-19, com a proposta de apresentar as relações envolvidas nos sistemas alimentares, apontando fontes seguras de informação - com base em evidências científicas - sobre a alimentação humana. "Naquele momento, a ideia era tentar explicar por que comemos o que comemos. Ao lado de explicações fisiológicas, combinaríamos as motivações e os movimentos mercadológicos que nos levam ao consumo que temos. No começo da pandemia, nos pareceu que um novo momento estava sendo criado, (..), num momento que era uma retomada de uma alimentação mais saudável", relembra Sichieri.
Aprendi teoria e intervenções práticas com a leitura deste livro. Os autores prestam serviço importante aos interessados em conhecer melhor o impacto do uso de drogas ilícitas na sociedade brasileira. Sem serem explícitos, transmitem uma mensagem de esperança: é póssível levar os usuários de drogas e ajudá-los no tratamento da dependência química”. — Drauzio Varella
Arte não se refere apenas ao belo e ao efêmero. Ela é uma forma de produção de conhecimento que não se reduz ao prazer estético e pode ser entendida também como uma dimensão do pensamento, da técnica e da atividade produtiva humana. Nosso interesse neste terceiro volume da Série Sabor Metrópole é aproximar pesquisadores de diferentes campos e apresentar seus trabalhos acadêmicos que articulam arte, ciência, comunicação, consumo e alimentação. São textos que partem de trabalhos científicos, todos são frutos de pesquisas acadêmicas e foram construídos a partir de diferentes linguagens artísticas, reunindo trabalhos que transitam pelo cinema, teatro, música, vídeos, produção textual ou análise de trabalhos publicitários. Desde um pequeno detalhe da produção textual ou de uma cena de um filme até a grandiosidade da construção de grandes eventos, temos um diálogo constante entre o rigor acadêmico, a pesquisa científica e a criatividade artística, sempre produzindo invenções que traduzem a ausência de hierarquia entre os diferentes saberes que compõem esta coletânea.
Os trabalhos aqui reunidos são produto de um esforço coletivo dos integrantes do Programa Integrado de Pesquisa, Ensino e Extensão Comunidade, Familia e Saúde (FASA), do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, e de parcerias estabelecidas ao logo de sua trajetória. Celebrando 15 anos de atuação, o FASA vem investindo em projetos que buscam compreender as práticas e concepções de saúde, analisadas em seus contextos macros e microestruturais, no esforço de discutir necessidades de saúde de grupos sociais distintos, de modo compartilhado com os grupos em questão.
Fala-se constantemente do neoliberalismo, atribuindo-lhe significados muito diferentes uns dos outros, numa espécie de in ação verbal descontrolada. Rubens Casara tem razão em escrever que “o significante ‘neoliberalismo’ é usado de tantas maneiras que acaba por se tornar uma espécie de conceito ‘guarda-chuva’, um nome vago e impreciso”. Tal imprecisão é uma fonte de erro no diagnóstico e também na resposta política ao fenômeno. Por conseguinte, qualquer trabalho acadêmico que vise de nir rigorosamente o neoliberalismo e colocá-lo de novo no centro da discussão é uma salvação pública. Esse é o caso do livro de Rubens Casara que estás prestes a ler. O autor oferece ao leitor brasileiro uma entrada extremamente clara em toda uma série de análises e pesquisas que compõem o que poderia ser chamado, para usar uma expressão inglesa, neoliberalism studies, que têm se desenvolvido há cerca de vinte anos em nível internacional. Esses estudos permitiram corrigir uma sequência de erros, como o que consiste em identificar o neoliberalismo com uma completa abstenção do Estado na vida econômica e social. O neoliberalismo não é, e nem pode ser, no plano da prática algo “anti-estado”, como proclamado por doutrinas que são mais ligadas ao libertarismo do que propriamente neoliberais. É preciso dar ao termo o sentido mais exato que está presente nos trabalhos de pesquisa inspirados pelas intuições de Michel Foucault: de um certo tipo de governo de indivíduos, que, por sua vez, exige um certo exercício de poder por meio de um Estado forte, autoritário, por vezes violento, que visa uma nova articulação entre as esferas pública e privada.
"Fica esperto, contra o fogo não pode haver afobação", aconselha Deja, o "frente" de um grupo de brigadistas voluntários, para um adolescente em seu primeiro combate contra o dragão, como alguns chamam os incêndios de grandes proporções — muitos causados por ações criminosas — que devoram a fauna, a flora e os rios da Chapada Diamantina, na Bahia. O grupo liderado por Deja é formado por gente como ele — moradores da região que arriscam a própria vida para deter o avanço descontrolado das chamas. Cunga, Zia, Trote, Jotão, Adobim, Firóso e Abner, mais o cachorro Mutuca, são alguns dos voluntários. Antes mesmo que as instâncias governamentais adotassem as políticas públicas necessárias, esses brigadistas se lançam a apartar a briga do fogo contra a terra com técnicas criadas instintivamente e sem equipamentos adequados. Sobretudo nos tempos de seca, que é quando se enfiam nas matas por dias e dias, sem descanso. Cada qual expande ao seu modo esse universo peculiar, mas é a visão do líder, narrador em primeira pessoa, que torna tudo complexo e vivo. Sua linguagem, concisa e marcada pela oralidade, reflete o homem que é: brusco, simples, mas muito sensível à vastidão e aos detalhes de seu mundo — um mundo em que a palavra falada é soberana.
Chegou a hora de extirpar a supremacia branca de dentro do feminismo Desde sua origem, o feminismo se baseou na experiência de mulheres brancas de classe média e alta, que há muito se autoproclamaram as especialistas no assunto. São elas que escrevem, palestram, dão entrevistas. Ao mesmo tempo, para manter seus privilégios, demarcam a branquitude do movimento ao sobrepor suas falas às das mulheres de pele negra e marrom. No entanto, o diálogo só será possível quando todas as mulheres estiverem em patamares iguais. E é partindo do princípio de igualdade na diversidade que Rafia Zakaria, muçulmana, advogada e filósofa política, defende uma reconstrução do feminismo. Contra o feminismo branco é um contramanifesto que insere as experiências de mulheres de cor no centro do debate. Em uma leitura direta e impactante, a autora questiona desde pensadoras como Simone de Beauvoir a produtos culturais como Sex and the City . O resultado é uma obra crítica à adesão do feminismo branco ao patriarcado, à lógica colonial e à supremacia branca. Ao seguir a tradição de suas antepassadas feministas interseccionais Kimberlé Crenshaw, Adrienne Rich e Audre Lorde, Zakaria refuta a indiferença política e racial do feminismo branco em uma crítica radical, na qual coloca o pensamento feminista negro e marrom na vanguarda.
A contrafissura é um sintona social contemporâneo que opera na mídia, na política, na clínica - na subjetividade contemporânea. Plasticidade psíquica refere as mutações subjetivas dos cuidadores que protagonizam experiências promissoras e as transformações que ocorrem nos usários da Rede de Atenção Psicossocial Brasileira.
Os ensaios desta coletânea, construídos sob a perspectiva histórica, voltam-se também para contextos, circunstâncias e problemas atuais, como a ênfase exagerada nos “riscos à saúde” dada pela mídia e pelas autoridades sanitárias e a resiliência dos despossuídos neste país de grandes fortunas e imensa malversação.
Identificar as potencialidades e as barreiras, não só de um processo de descentralização em curso, mas também da rede de atenção à saúde como um todo, é o primeiro passo para que gestores da saúde e profissionais que lidam diretamente com os casos de tuberculose compreendam melhor essa doença e, assim, possam reconhecer potencialidades e/ou problemas em comum. Este livro trata da descentralização das ações de controle da tuberculose para a Estratégia Saúde da Família. A leitura aponta para possíveis maneiras de aperfeiçoar as ações desenvolvidas nas unidades de saúde dos municípios.
Esta coletânea é especialmente voltada para os profissionais que trabalham na rede do SUS – e pode ser somada a uma proposta de educação a distância. Aborda desde um panorama geral da saúde, no país e no mundo, até os aspectos mais técnicos da tuberculose, como diagnóstico, tratamento e prevenção. Segundo a OMS, o Brasil é um dos 22 países com alta carga de tuberculose e onde o enfrentamento da doença deve ser considerado prioridade. O livro sustenta uma capacitação baseada não só em questões técnicas, mas também em reflexões sobre os determinantes sociais, econômicos e culturais da doença. O objetivo é articular os conteúdos apresentados com a realidade vivenciada pelos profissionais nos serviços de saúde. A 1ª edição é de 1987 e, de lá para cá, o livro já sofreu sucessivas atualizações, envolvendo o Ministério da Saúde, a UFRJ e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, além do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), que coordena o trabalho desde o início dos anos 1990. Entre as novidades desta 7ª edição, destacam-se glossário, textos complementares e um projeto gráfico diferenciado para facilitar a leitura e o estudo.
O objetivo central deste livro é verificar de que maneira a relação entre o aparelho militar e o sistema político no período de 1974 a 1999 afetou a consolidação da democracia do país. Este aspecto-chave foi desdobrado analiticamente em dois planos: o legal-institucional e a conjuntura política.
Em três décadas os antirretrovirais utilizados no tratamento da aids passaram de paliativos a medicamentos salvadores. Auxiliares na prevenção, agora são capazes de diminuir a transmissão do HIV a escalas jamais imagináveis. Coquetel é a singular história da incorporação de uma tecnologia inovadora combinada a uma política de saúde pública universal. Aqui o leitor conhece o caminho desse extraordinário encontro da ciência, da medicina, da ética em pesquisas, da mobilização comunitária e do mercado farmacêutico, que mudou para sempre os rumos da epidemia da Aids.
O quarto volume da coleção Parentalidade & Psicanálise traz para a discussão o corpo, tema crucial para se entender como o laço social cria as condições de constituição dos sujeitos por meio dos entrelaçamentos entre pulsão e linguagem. O corpo não é uma entidade passiva a ser disciplinada, controlada ou educada, mas sim lugar de reconhecimento e construção. Quando consideramos o corpo não apenas como um universal biológico, mas também como marcado, ético e singular, ele convoca uma nova atitude de cuidado e consideração. É essa atitude que os autores desta obra enfrentam ao pensar as transformações na arte e no engenho da criação de filhos. Neste volume, é analisado o trabalho psíquico de pais e filhos para fazer corpo próprio e para deixar fazer corpo próprio , permitindo-o falar como um sujeito. Além disso, há uma reflexão sobre o lugar do corpo da mulher e do corpo das pessoas negras nos discursos que circundam os temas da maternidade e da paternidade.
O livro Corpo com deficiência em busca de reabilitação? A ótica das pessoas com deficiência física tem por objetivo principal discutir o que é Reabilitar. A reflexão sobre o tema considera os testemunhos de Nina, Sérgio e José Roberto, que ao relatarem suas histórias de vida e vivências nos serviços de reabilitação, nos provocam a questionar as premissas epistêmicas e éticas nas quais estão arquitetadas as práticas dessa área no campo da saúde. A proposta do texto é compreender o imaginário social que se tem sobre o corpo com deficiência na nossa sociedade, como a influência positivista e cartesiana se manifesta nas ações técnicas sobre o corpo com deficiência, na organização dos serviços e nos modelos assistenciais de reabilitação. Os depoimentos oferecem pistas valiosas para o rompimento com as propostas organicistas e reducionistas de reabilitação, apresentam sugestões na direção de abordagens que considerem o corpo com deficiência como dotado de desejo e de voz, que é afetado pelos bons e maus encontros, que está em relação com outros corpos e com o mundo de forma política, no sentido espinosano do termo. Trata-se de um livro para profissionais da saúde e da reabilitação, para educadores e para outras pessoas e profissionais que se interessem pelo tema.
Eis aqui uma Extraordinária provocação: narrar uma experimentação inscrita no vigor da materialidade de um “comum”. A de processos de trabalho coletivos e suas vicissitudes, na área da saúde, realizados entre os campos da extensão, pesquisa e ensino, na Universidade Federal Fluminense em Niterói/Brasil. A Intenção é flagrar algumas paragens desses processos de trabalho institucional, aquelas que se diferem exatamente por se fazerem singulares, retidas na memória. Dar visibilidade a dimensões dessa processualidade atravessadas por uma aguda implicação – com a criação, com as questões sócias e culturais, globais e locais, com as exigências de um tempo presente, com a construção absolutamente necessária de um olhar transdisciplinar ante o mundo, com a impermanência, com a alteridade e a diferença em si mesma como dispositivos próprios à vida, em sua forma inventiva e potente. Privilegiar as práticas do cuidado em saúde. Aproximar a fazer dialogar as práticas da assistência e da academia, de modo que as tornasse campos intercessores. Singulares e hibridas experimentações gestadas ao longo de nove anos e inscritas na memória coletiva de onde, nesse momento, extraímos outras necessidades. Outros encontros, heterogênios e incomuns, a gestar, por contágio, outras séries, outras intercessões, a perspectivarem “novas buscas voluntárias do problemático”, reafirmando a abertura do próprio campo social da clínica a um fora dela mesma. E, nessa abertura, inventando novas conexões que põem em variação a qualidade e a intensidade das próprias hibridações, que, agora, agenciam outras séries, conceituais e afectivas: Filosofia, Arte, Saúde e educação. Intercessões que, desta vez, se materializam, já nesse livro, numa cooperação acadêmica internacional, em construção, com a Universidade do Porto/Portugal.
Num período no qual a Dança conquistava o valor de sua especificidade no Brasil, oportunizada pelo apogeu nas políticas culturais federais, Araraquara, cidade do interior Paulista, era cenário de mudanças profundas e transformadoras, caracterizadas por ações específicas do poder público, que resultaram em novas formas de relação entre Estado e Sociedade. Sob os preceitos da Democracia Participativa, agentes culturais e políticos promoveram a reorganização da Cultura na cidade e, a Dança, de forma transgressora, se efetivou como Política Pública. Este livro de Gilsamara Moura transcende a narrativa histórica-evolutiva dos projetos de dança implementados na cidade de Araraquara a partir da articulação de diversas redes amparadas pela Educação e pela Cultura. Ele é, sobretudo, um documento político de uma época, um replicador do desenvolvimento da dança, desde o lugar que habitamos. — Kranya V. Díaz-Serrano
Os ensaios reunidos neste livro articulam com evidente sucesso uma diversidade de abordagens disciplinares ao tema da representação do corpo humano em contextos históricos e geográficos plurais. O resultado da coleção é um convite explícito a uma revisão da relação pessoal e social com nossos corpos. Emergem da obra, nesse sentido, temas centrais como aqueles das relações de gênero, do controle social da sexualidade, do racismo, do papel da medicina moderna na reconstrução de nossa relação com o corpo, das associações com o poder, o sagrado e o profano, além de outros igualmente significativos e impactantes. E eles são tratados por um viés de profícuo cruzamento de saberes, disciplinas e pontos de vista, resultando em importante contribuição para os estudos sobre este veículo de experiências humanas no mundo e objeto das mais distintas representações, que é o corpo, em seus aspectos materiais, espirituais, psicológicos, históricos, visuais e literários. O olhar historiográfico dos autores, bem como as perspectivas atentas às mudanças que ocorreram ao longo da história no retrato de nós mesmos, revela neste livro um corpo dissecado muito distinto daquele do início da ciência moderna, objetivo, sem sujeito, morto para ter seus órgãos explorados pelos aprendizes da anatomia humana. Este corpo dissecado não existe senão pela operação do entendimento humano, sempre em mutação e dependente dos interesses, pressupostos e objetivos do observador.
O culto ao corpo, sua importância no processo de construção da identidade na sociedade contemporânea e sua clara relação com os códigos de distinção social pelo consumo nos coloca diante de uma nova percepção da corporeidade. O que é um corpo belo e saudável no início do século XXI? Como pensar os cuidados com a saúde e com a aparência física sem levar em consideração o desenvolvimento da biotecnologia? Como compreender os processos de comunicação das redes sociais e os fluxos de imagens em tempos de superexposição da intimidade? São questões pertinentes que se colocam para nós pesquisadores das Humanidades e das Ciências da Saúde.
A originalidade do campo empreendido por Raquel Bastos nos possibilita um diálogo nem sempre convencional da Medicina Antroposófica em um contexto dominado pela Medicina “Moderna”. A Antroposofia nos é apresentada por Rudolf Steiner (1861-1925) no século XX, na Suíça, propondo a cura holística a qual engloba não só a existência física como a emocional e a espiritual.
A partir de uma perspectiva antropológica, o livro explora as múltiplas relações entre os centros de poder e saber sobre o corpo e os processos de saúde e doença construídos e vividos por sujeitos, comunidades e instituições no Brasil. O conteúdo da obra expressa a pluralidade da antropologia do corpo e da saúde presente hoje no país e que tem diferentes interfaces: ciência, religião, Estado, biossociabilidades, conhecimentos tradicionais, entre outras.
A originalidade desta pesquisa está na abordagem do papel do corpo na organização da identidade na esfera da teoria de Wilhelm Reich. A teoria de Wilhelm Reich, embora consistente e densa, não apresenta um corpo teórico especificamente organizado no tema da identidade e da imagem corporal. Assim proponho uma leitura da teoria de Wilhelm Reich na perspectiva energética focando o corpo e a organização da identidade e da imagem corporal. Para poder pensar a organização ontogenética da identidade, a autora se volta para a tese de Wilhelm Reich sobre a interdependência entre a percepção e a consciência. O pensamento funcional, método de pesquisa utilizado por Wilhelm Reich, cuja lógica emerge da operação das funções conduz à compreensão da função do segmento ocular enquanto uma ponte entre a teoria e a pesquisa de campo. A imagem corporal funcionou como um instrumento abstrato e ao mesmo tempo concreto nos trabalhos de fotografia, do espelho e do desenho das figuras humanas aplicados no grupo das adolescentes.
Faz um resgate histórico do cirurgião-dentista desde a Idade Média, passando por Portugal e vindo para o Brasil no bojo do projeto colonial português, passando pelo período imperial quando, em 1884, surgem as primeiras escolas odontológicas brasileiras, chegando também ao período republicano.
Este livro foi escrito na forma de um manifesto, um convite a estudiosos/ as para pensarem nas implicações de conectar epistemologias e teorias decoloniais e pós-coloniais com discursos emancipatórios, teoria crítica e pedagogia crítica. A partir de históricas de uma identidade gay, dentro e fora dos espaços colonizadores, dentro e fora das universidades, este livro problematiza a formação médica em que determinados corpos importam e outros não, uma vez que sistematicamente se reproduz uma estrutura de violência para todos historicamente marginalizados, minorizados e violentados. Gustavo, Cláudio e Nelson, buscam a utopia da justiça social. Seus textos dialógicos modelam formas de práxis decolonizadoras que empoderam as pessoas ao honrar suas vozes, suas experiências e suas lutas por dignidade.
Corpos, territórios e feminismos finca os pés nos territórios que vêm sendo alvo de projetos extrativistas — terras habitadas por populações tradicionais, cujo modo de vida entra em conflito direto com as diretrizes capitalistas — para entender como os povos estão resistindo à despossessão. Por meio de uma pesquisa militante, as autoras puderam compreender que essa resistência é liderada sobretudo por mulheres. São elas que mais sofrem o impacto da devastação e, portanto, as que mais se dispõem a lutar contra o seu avanço.
Esta obra procura mostrar como o risco se tornou um tema considerado popular nas últimas décadas e como esse processo afetou o campo da promoção da saúde, incluindo questões associadas ao estilo de vida, à genética e aos contextos socioculturais. Além de
Estudo que trata da triste e desafiadora experiência de combate à mortalidade infantil no nordeste brasileiro, especificamente no estado do Ceará. Seus capítulos versam sobre a teoria, a metodologia, os cuidados clínicos e a ação comunitária e estão fundamentados na antropologia médica, que tem guiado os programas de atenção à saúde infantil nesse estado brasileiro. A obra conta ainda com farto material etnográfico coletado pela autora ao longo de décadas, relacionado a mães e filhos pobres, mortes de crianças, luto materno, ambientes fragmentados e predatórios e intervenções capazes de aumentar a sobrevivência infantil.
Neste 13º título da Coleção Feminismos Plurais, a promotora de justiça Lívia Sant’Anna Vaz apresenta um estudo das cotas raciais no Brasil e do seu impacto no ensino superior e nos concursos públicos ao longo dos dez anos da legislação. A obra rememora o histórico de restrições impostas a pessoas negras no acesso à educação formal e promove a compreensão histórica do racismo e da resistência jurídica de reconhecê-lo como um dos elementos que estrutura as desigualdades brasileiras. Para além de apresentar os desafios para o aprimoramento das cotas raciais e os seus limites na concretização de justiça racial, a autora também salienta a importância dos mecanismos de controle para a garantia da eficácia dessa importante ação afirmativa para o povo negro.
Este livro compartilha saberes de um grupo de pesquisadores de meio ambiente, políticas públicas e economia, que acreditam que o princípio de ciência-cidadã esteja aqui incorporado, não apenas com o objetivo restrito de divulgação científica, mas de transformar todas as pessoas. O livro reúne reflexões dos pesquisadores do Grupo de Economia do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (GEMA-IE/UFRJ)Trata das relações entre a pandemia, políticas públicas, com foco na economia e meio ambiente, e nossa dívida social.
O autor Leonardo Boff fala neste livro sobre a doença que, atualmente, assola a humanidade, e que está definindo, um novo rumo para nossa história. O coronavírus é um contra-ataque da Terra as agressões que vem sofrendo por danos causados pelo homem, mas o autor acredita que ainda há tempo.
m “Cozinha é lugar de mulher?” Bianca Briguglio procura desmistificar o mundo da gastronomia como vem sendo apresentado na mídia hegemônica nos últimos anos. A representação glamourizada do trabalho em cozinhas, baseado na paixão e dedicação de resignados profissionais dispostos a tudo para obter sucesso e reconhecimento. O que a autora revela, baseada em sua pesquisa de doutorado e entrevistas com cozinheiros e cozinheiras, é um cotidiano atravessado por longas e duras jornadas de trabalho, baixos salários, informalidade, rotatividade e, em muitos casos, assédio moral e sexual. A partir de uma perspectiva sociológica que considera as relações de gênero, classe e raça/ etnia, a autora apresenta um panorama sobre a realidade dos profissionais de cozinhas que ultrapassa o ambiente de trabalho, relacionando-se ao trabalho doméstico, ao tempo dedicado à família, lazer e descanso. A extensão da jornada, assim como as condições de trabalho e a necessidade de realizar uma série de outras atividades para gerar renda, tem impacto decisivo sobre as relações pessoais e dentro das famílias, de maneira diferente para homens e mulheres, brancos e não brancos. A masculinização das cozinhas profissionais, um processo histórico que a autora investiga, desemboca em obstáculos e dificuldades adicionais para as mulheres neste segmento profissional, sobretudo as mulheres negras, que se deparam com o machismo e o racismo combinados.
Destaca-se na obra um mérito importante, o de posicionar-se de forma clara, aberta e entusiasmada sobre a necessidade da união de todos para o combate ao uso das drogas, sobretudo, o relacionado ao crack. Não interessa o partido que esteja no poder, desde que ele se mostre sensível e com competência para trazer benefícios às pessoas atingidas pelas consequências do uso da droga, louvando a iniciativa de empresas, da mídia e de indivíduos que se integram à campanha de combate às drogas.
A publicação deste livro sobre doenças raras envolvendo narrativas, memórias e trajetórias de cuidado com familiares de crianças e adolescentes com doenças raras constitui um passo importante nas pesquisas que a socióloga e psicóloga Martha Moreira vem desenvolvendo sobre condições crônicas complexas em saúde no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz. A pesquisa tem o mérito de penetrar na trama das doenças raras a partir de diversos enfoques que consideram tanto a definição do tema, como as memórias e trajetórias de familiares e as pesquisas ações de apoio em desenvolvimento. Dados da Global Genes, organização internacional sem fins lucrativos, demonstram que existe aproximadamente 350 milhões de indivíduos no planeta que manifestam algum dos sete mil distintos tipos de doenças raras. Tais informações confirmam a importância de estudos que organizem as informações sobre as condições de vida e de cuidados destes indivíduos.
“Crianças que não veem o sol” apresenta ao leitor o universo inimaginável de uma enfermaria pediátrica onde, meninas e meninos que sofrem condições crônicas complexas de saúde passam por longos períodos de internação. As páginas deste livro mostram o que é esse passar o tempo entre grades e paredes hospitalares. Ao mesmo tempo, ressalta o importante investimento humano, profissional e tecnológico que subsidia a existência e a qualidade de vida dessas crianças e o quanto esse cuidado transforma a vida de quem os cuida. Embora sejam apresentados casos que carregam muito sofrimento, o livro conta belas histórias de amor e superação e revela os avanços da biotecnologia que, atualmente, amplia as possibilidades de viver com dignidade. Esta obra, premiada como a melhor tese na área de saúde coletiva do ano de 2022 pela Fiocruz, é considerada pelas autoras como parte de sua missão de promover reflexões e ações relacionadas ao cuidado com tais crianças e seus familiares. Mas seu escopo é mais geral: destina-se a todos os profissionais e estudantes do campo da saúde e aos cidadãos que prezam por um atendimento do SUS que leve em conta o indivíduo em toda a sua plenitude, ainda que precise contar com cuidados intensos e longos e apoio tecnológico.
Publicação se dedica a desbravar as contradições relacionadas à economia política, comunicação, políticas públicas de saúde e educação, além da condição geral dos trabalhadores, aprofundadas em tempos da pandemia da Covid-19. Livro reúne artigos de professores e pesquisadores da Escola Politécnica e também das Universidades do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Federal Fluminense (UFF), Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Rio de Janeiro:
Este livro traz contribuição importante ao mergulhar, através de uma análise documental detalhada, em estratégias empresariais, suas relações com o público, e na complexa interação entre crise econômica, crise sanitária e o sistema de saúde brasileiro. Explora como o crescimento do setor privado, muitas vezes sustentado por subsídios, se interlaça e se contrapõe ao SUS. E assim avança o “universalismo privatizante”, se manifestando no crescimento da prestação privada de serviços. Não menos importante, discute ainda como essas dinâmicas reforçam as desigualdades no acesso à saúde, propondo uma reflexão essencial para o futuro das políticas públicas no Brasil.
De todos os humanos, o negro é o único cuja carne foi convertida em mercadoria. Aliás, negro e raça têm sido sinônimos no imaginário das sociedades europeias. Desde o século XVIII, constituíram ambos o subsolo inconfesso e muitas vezes negado a partir do qual se difundiu o projeto moderno de conhecimento e também de governo. Será possível que a relegação da Europa à categoria de mera província do mundo acarretará a extinção do racismo, com a dissolução de um de seus mais cruciais significantes, o negro? Ou, pelo contrário, uma vez desmantelada essa figura histórica, todos nós nos tornaremos os negros do novo racismo fabricado em escala global pelas políticas neoliberais e securitárias, pelas novas guerras de ocupação e predação e pelas práticas de zoneamento? Neste ensaio ao mesmo tempo erudito e iconoclasta, Achille Mbembe empreende uma reflexão crítica indispensável para responder à principal questão sobre o mundo contemporâneo: como pensar a diferença e a vida, o semelhante e o dessemelhante?
No ano do centenário de fundação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) a Boitempo e a Fundação Astrojildo Pereira relançam um autor fundamental da nossa cultura: Astrojildo Pereira (1890-1965). Crítica impura é uma das cinco novas edições de obras lançadas em vida pelo fundador do PCB. Editado originalmente em 1963, Crítica impura foi o último livro publicado por Astrojildo. Seu conteúdo é uma reunião de textos publicados originalmente em diferentes jornais e revistas e selecionados para compor três eixos temáticos. A primeira parte é dedicada à literatura, com estudos sobre a vida e obra de autores como Machado de Assis, Eça de Queiroz, Monteiro Lobato, José Veríssimo e outros. Nesse momento, pode-se ver a produção que colocou Astrojildo entre os principais críticos literários brasileiros. A segunda aborda a China comunista na qual Astrojildo analisa uma série de relatos de viagens sobre o país asiático feitos durante os anos 1950 e 1960. Apresenta-se, então, um militante comunista atento ao processo revolucionário chinês que havia ocorrido há pouco. O último eixo tem como assunto comum as vinculações entre política e cultura, reunindo textos de intervenção pública que marcaram a trajetória política de Astrojildo em diversos debates centrais do Brasil da metade do século XX. A nova edição conta com uma nova padronização editorial e atualização gramatical. Foram incorporados novos textos buscando enriquecer a experiência de leitura. O prefácio é assinado pela jornalista Josélia Aguiar e a orelha pelo jornalista Paulo Roberto Pires. Tais especialistas conseguiram desvendar diversos aspectos fundamentais da relevância de Astrojildo para o mundo cultural brasileiro no século XX. Um texto de Leandro Konder (1936-2014) sobre a vida e a obra de Astrojildo Pereira foi incluído como anexo. Konder, que foi um amigo pessoal de Astrojildo, apresenta nesse raro texto, editado uma única vez, uma síntese da biografia do personagem, mas não só, destaca também aspectos de sua personalidade, demonstrando o conhecimento íntimo sobre seu objeto. Em outros termos, trata-se de um observador privilegiado.
Felipe Demier nos brinda com esta coletânea de textos pela qual afirma-se, mais uma vez, como um dos principais ensaístas políticos da nossa geração. Aqui, reúne crônicas sobre um período no qual, dramaticamente, o neofascismo no governo defronta-se com uma crise sanitária, econômica e social mundial de proporções inéditas. Nesses marcos, Demier reflete, com a mordacidade e a ironia que lhe são características, sobre estes dias tão estranhos. Nos lembra que, apesar de o futuro não ser mais como era antigamente, ainda podemos mudar o mundo. Desde que não permitamos que nos roubem a coragem. Para tanto, este livro é um enfático convite.
O conteúdo do livro apresenta resultados de uma pesquisa de doutorado que nos faz refletir sobreas relações intersubjetivas e as abordagens realizadas pelos trabalhadores de saúdeno cuidado ao usuário de crack no contexto da rede social de apoio formal em Fortaleza. O oferecimento de cuidado em saúde na rede social de apoio é pautado muitas vezes na homogeneização do usuário crack. Independente do local de tratamento, a atenção à saúde deve atender ao pressuposto da singularidade do cuidado, da compreensão da complexidade e da autonomia de cada sujeito, que, além de ser um usuário do sistema, é um cidadão protagonista do seu percurso terapêutico. Diante da complexidade das questões expostas, dá-se conta dos grandes desafios a serem enfrentados pelos serviços de saúde e do necessário diálogo com vistas a uma transição para um modelo de cuidado mais integral e humanizador.
Este livro traz relatos de experiências de atendimentos pontuais on-line, oferecidos por um grupo voluntário, o Time Humanidades, composto por psicólogos e psiquiatras durante os primeiros 9 meses da pandemia do Covid-19 no Brasil. Algumas situações vivenciadas foram selecionadas e registradas por este grupo de profissionais da área da saúde mental, que se uniram profissionalmente por meio de um sentimento comum: a solidariedade.
Cuidados de Enfermagem em Especialidades Pediátricas tem sua base de conhecimentos e de prática hospitalar no Hospital Infantil Darcy Vargas, um dos centros de referência na assistência da criança gravemente enferma. A obra procura marcar passo a passo a linha de conduta de cada equipe frente ao tipo de afecção. E por consequência, divide-se em seções que bem refletem essa ideologia tão importante para assistência de enfermagem. Cuidados de Enfermagem em Especialidades Pediátricas é trabalho que, sem sombra de dúvida, por nascer da experiência hospitalar, em consequência de seu sentido pratico, muito ensinará a todos os enfermeiros que atuam nos ambientes hospitalares e ambulatoriais, dando-lhes condições de conhecimento e outras técnicas para aprimorarem e melhor se qualificarem neste tipo tão importante e emergencial de atendimento.
O envelhecimento da população é um fenômeno universal, sendo que nos países emergentes a velocidade desse processo é mais significativa. No Brasil, em 1950 a população de indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos representava 4,9% do total e a estimativa é que chegue a 23,6% em 2050. Essa população passará a depender cada vez mais de cuidadores e profissionais de Enfermagem para ajudá-la suas limitações físicas e emocionais. "Cuidados de Enfermagem em Geriatria" é ferramenta indispensável para os profissionais de Enfermagem que atuam e pretendem atuar no atendimento dessa população. Para que a assistência de Enfermagem ao idoso seja oferecida com qualidade isenta de imperícia, imprudência ou negligência, esses profissionais devem estar imbuídos de conhecimento científico e detalhado relativo aos cuidados adequados a serem oferecidos a esta clientela. Em virtude disso, o livro traz informações sobre as diversas patologias e os cuidados relacionados ao idoso, abordando desde o envelhecimento cutâneo; catarata e glaucoma; hipertensão arterial sistêmica; doença de Alzheimer; doença de Parkinson; perda de memória; síndrome demencial; acidente vascular encefálico; insuficiência cardíaca coronariana; doença pulmonar obstrutiva crônica; aterosclerose; nefropatia diabética; câncer de próstata; osteoporose e osteomalacia, até o cuidado em assistência ambulatorial para o idoso portador de DST, como a AIDS.
Este livro tem como principal objetivo tornar-se fonte segura e ampla de consulta, educação, pesquisa e guia para a construção de uma prática entre leigos e acadêmicos na área de cuidados paliativos, e com isso, torna-se um clássico por excelência nessa temática. Reúne textos dos maiores especialistas brasileiros na área...
Este é um livro destinado à implantação dos cuidados paliativos nas Unidades de Terapia Intensiva. Seguem-se no livro os capítulos sobre Cuidados Paliativos a serem implantados e sobre a identificação e o controle de sintomas nos diferentes cenários: UTI de adulto, pediátrica e em neonatologia. É também definido o controle dos sintomas do ponto de vista multiprofissional, na área médica, na fisioterapia e na enfermagem, sendo apontado o valor da enfermagem como mediadora da equipe multiprofissional e a importância da avaliação do controle da dor como 5º sinal vital.
Cuidados Paliativos na Prática Clínica em Tempos de COVID-19 retrata as ações do Núcleo Técnico Científico em Cuidados Paliativos realizadas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a partir do início do ano de 2020, ocasião da maior mobilização da história deste complexo hospitalar, voltada para o atendimento de uma crise sanitária. Relata as experiências vividas pela equipe no atendimento a pacientes acometidos por formas moderadas a graves da COVID-19 e aqueles que, em condição de doença avançada e com outros diagnósticos, foram elegíveis para Cuidados Paliativos. Uma atuação inédita. A obra foi organizada em 3 seções, apresentadas e prefaciadas separadamente. Seção I – A organização do trabalho no contexto da emergência sanitária e os aspectos técnicos da prática clínica do atendimento em Cuidados Paliativos prestado no HCFMUSP durante a pandemia. Seção II – Vivências e experiências com pacientes e familiares. Ênfase especial é dada aos aspectos biográficos do paciente, sob forma narrativa, e suas relações com o sofrimento vivenciado. Seção III – Visão voltada para o profissional de saúde em sofrimento. Suas expressões psíquicas, emocionais e alternativas encontradas visando seu equilíbrio perante os desafios. O público-alvo é formado por profissionais da área da saúde envolvidos diretamente, ou não, no cuidado a pacientes acometidos pela COVID-19 e com interesse em conhecer por que os Cuidados Paliativos se firmam como uma prática assertiva nesta pandemia, as respostas obtidas nesse trabalho e que pretendem gerar reflexões sobre a necessária mudança do paradigma assistencial em saúde, para além desta fase crítica. Não se trata de um livro sobre... mas um livro de Cuidados Paliativos.