A declaração da Assembleia Geral da ONU de 2010 denuncia grave violação de um direito humano essencial: grande parte da população do mundo vive em condições precárias de acesso a bens e serviços essenciais. Esse quadro poderia ser minimizado e até evitado se fosse possível oferecer saneamento básico a todos. Neste livro, quatro profissionais atuantes nas áreas de engenharia sanitária e saúde ambiental propõem um novo olhar sobre a tríade ‘desenvolvimento, ambiente e saúde’, com o objetivo de formular estratégias inovadoras para garantir o acesso mais amplo ao saneamento. Fatores como o modo de vida da população, as condições socioeconômicas e a cultura servem de base na busca por soluções capazes de combinar tecnologia e gestão sociocultural. “O modelo de gestão deve ser adequado à tecnologia utilizada e às características socioculturais da população. Não é mais aceitável, como tem sido corrente, a imposição de soluções que, por não considerarem a coerência com a cultura e as condições de habitabilidade das pessoas, geram ônus de manutenção para as mais pobres.”, destacam os autores no texto de apresentação do livro.
Essa obra foi elaborada com o intuito de transmitir aos que dela fizerem uso o conhecimento necessário para compreender a amplitude e a importância das ações das vigilâncias epidemiológica e sanitária, que, unidas, podem proporcionar grandes melhoria s à saúde da nossa população, além de despertar a necessidade de cada cidadão de exercer a cidadania por meio da própria fiscalização diária dos alimentos a serem ingeridos e de todos os produtos utilizados.
Um grande xamã e porta-voz dos Yanomami oferece neste livro um relato excepcional, ao mesmo tempo testemunho autobiográfico, manifesto xamânico e libelo contra a destruição da floresta Amazônica. Publicada originalmente em francês em 2010, na prestigiosa coleção Terre Humaine, esta história traz as meditações do xamã a respeito do contato predador com o homem branco, ameaça constante para seu povo desde os anos 1960. A queda do céu foi escrito a partir de suas palavras contadas a um etnólogo com quem nutre uma longa amizade - foram mais de trinta anos de convivência entre os signatários e quarenta anos de contato entre Bruce Albert, o etnólogo-escritor, e o povo de Davi Kopenawa, o xamã-narrador. A vocação de xamã desde a primeira infância, fruto de um saber cosmológico adquirido graças ao uso de potentes alucinógenos, é o primeiro dos três pilares que estruturam este livro. O segundo é o relato do avanço dos brancos pela floresta e seu cortejo de epidemias, violência e destruição. Por fim, os autores trazem a odisseia do líder indígena para denunciar a destruição de seu povo. Recheada de visões xamânicas e meditações etnográficas sobre os brancos, esta obra não é apenas uma porta de entrada para um universo complexo e revelador. É uma ferramenta crítica poderosa para questionar a noção de progresso e desenvolvimento defendida por aqueles que os Yanomami - com intuição profética e precisão sociológica - chamam de "povo da mercadoria"
Esta nova edição de "Pesquisa Social: teoria, método e criatividade" foi preparada em novo formato para integrar a série Manuais Acadêmicos, recém lançada pela Editora Vozes, com o intuito de continuar servindo de referência para os estudantes de graduação na construção de sua monografia e na sua introdução ao campo fascinante da pesquisa social e das abordagens qualitativas.
Um livro que "oferece um panorama das mudanças, tendências e desafios atuais para a gestão pública e para as políticas públicas. E mais: que identifica categorias de análise relevantes para se entender a configuração do Estado, a atuação do governo e suas consequências sobre a sociedade. Assim pode ser definida esta coletânea, cujos capítulos, apesar de suas singularidades, giram em torno de princípios comuns, como a reafirmação do Estado e de sua centralidade na produção de políticas públicas para o desenvolvimento, o bem-estar e a equidade. Outro tema comum, que perpassa todos os capítulos, é a necessidade de melhoria da gestão pública e de reestruturação das capacidades estatais. Entre elas, destaca-se a recuperação (ou construção) da capacidade regulatória e de coordenação dos diversos atores, públicos e privados, que participam da produção de serviços públicos, de modo a superar a fragmentação das ações públicas. Reunindo desde reflexões teóricas mais gerais até estudos empíricos e casos concretos, o livro demonstra como o campo das políticas públicas e o subcampo da gestão pública estão intrinsecamente conectados a desafios contemporâneos, como o enfrentamento da pobreza e da desigualdade, e a promoção de condições para o desenvolvimento sustentável.
Apresenta aspectos da sociedade contemporânea que influenciam o cuidado em saúde, questionando se é possível identificar a saúde com uma prática desumanizadora. Para analisar esta questão, o autor utiliza a categoria marxista de alienação, como a não correspondência entre o desenvolvimento das capacidades humanas do gênero humano e sua manifestação no plano dos indivíduos e coletividades concretas. Ele afirma que a humanização dos sujeitos resulta da sua inserção e ação transformadora sobre a realidade e, analisando criticamente os fenômenos de saúde-doença, entende que as práticas de saúde são simultaneamente humanizadoras e desumanizadoras. O livro convida a refletir sobre qual é o objeto do trabalho em saúde, se é a própria saúde, a doença ou a pessoa. Discute também a determinação social do processo saúde-doença e as manifestações da medicalização na sociedade. Aborda ainda o aumento de doenças entre os trabalhadores da saúde e sua inserção no capitalismo, a relação entre profissionais e usuários e o papel - por vezes contraditório - da tecnologia nos serviços.
A publicação pretende ser mais um meio de visibilizar as resistências que se tecem na relação entre grupos sociais e grupos acadêmicos para o enfrentamento de conflitos ambientais: existimos e resistimos, ao questionar epistemes, experimentar possibilidades outras na formação de pessoas e na construção de conhecimentos, e ao recriar a relação universidade-sociedade, alimentados por outros sentidos.
As mudanças ocorridas durante a década de noventa decorrentes da crise dos sistemas de proteção social em todo o mundo pautaram os governos dos Estados nacionais para repensar a forma de gestão dos serviços sociais com vistas à redução dos investimentos. Métodos gerenciais que indicavam o enxugamento dos custos com as políticas de proteção social foram apontados como alternativa em países que vivenciaram o Welfare state em estágio avançado, e o Brasil não foi indiferente a isto. No campo das políticas de saúde, as organizações sociais foram alternativas aplicadas como forma de gestão aos equipamentos públicos de saúde. No ápice do período neoliberal brtasileiro as organizações sociais de saúde multiplicaram-se. Decorrente de uma reforma do aparelho do Estado, os serviços de saúde foram os primeiros a implantar tal alternativa como método de gestão. Neste livro, analisamos, sob a perspectiva da saúde, os custos para o setor público da saúde, após mais de duas décadas de implantação das organizações sociais de saúde no Brasil. Sob uma perspectiva histórica, a partir da conquista dos direitos sociais, apresentamos análises derivadas de estudos e pesquisas sobre a gestão do sistema de saúde brasileiro.
Totalmente atualizado e renovado mas mantendo sua consistência e profundidade, Rouquayrol – Epidemiologia & Saúde, 8ª edição aborda o que há de novo em Saúde Pública e em Epidemiologia, além dos avanços do Sistema Único de Saúde no Brasil. AMPLIADO E ATUALIZADO E COM CINCO NOVOS CAPÍTULOS Metodologia Qualitativa e as Correntes do Pensamento, Sistema de Informação em Saúde, Determinantes Sociais da Saúde Saúde da Mulher Ciências Sociais e Humanas em Saúde Coletiva Organizadores Maria Zélia Rouquayrol Marcelo Gurgel
Sus Sistema Único de Saúde tudo o que você precisa saber constitui livro básico e introdução sobre o SUS. Como se sabe, o SUS é iniciativa única, criada no Brasil e que conta com o respaldo de nossa constituição e leis. Organiza, estrutura e atua na prestação de serviços de saúde nos níveis comunitário, ambulatorial, hospitalar e institucional. O SUS ainda integra e coordena diversas ações administrativas, controladorias e de governança. Destina recursos, serviços e estabelece critérios em suas ações. Sua principal missão é a melhora da qualidade de vida, seja individual ou coletiva.
A presente coletânea apresenta aspectos críticos da avaliação dos serviços de atenção primária à saúde (APS) no Brasil, tendo o PMAQ-AB como seu analisador, a partir de pesquisas desenvolvidas por instituições de ensino superior brasileiras. Este volume não se refere a um livro nostálgico, lendo apenas o passado através das lentes do PMAQ-AB, mas capta as lições aprendidas deste esforço avaliativo para debater criticamente o futuro da avaliação, da pesquisa e do cuidado em APS no Brasil.
Mais uma publicação da coleção Temas em Saúde, o livro Zika no Brasil: história recente de uma epidemia apresenta, com linguagem acessível e de forma objetiva, o histórico e as informações mais recentes da comunidade científica sobre o zika vírus. Escrita por Ilana Löwy, historiadora das ciências e pesquisadora do Instituto Nacional Científico e de Pesquisa Médica da França (Inserm), a obra mostra, em quatro capítulos, as muitas faces de um vírus cuja recente epidemia vem se tornando um enorme desafio para os profissionais e gestores da saúde pública no Brasil. Löwy discorre sobre as primeiras epidemias de zika fora do país até os primeiros relatórios sobre a chegada da doença ao Nordeste brasileiro e sua relação com casos de microcefalia, além da ação de órgãos como Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS). Os enigmas sobre a doença, que virou um fenômeno global, também são levantados, assim como as muitas variáveis e desigualdades - econômicas, de classe, de raça e de gênero - que compreendem a proliferação do vírus. A autora aborda, com dinamismo, o que ela chama de a rápida ascensão e queda do vírus zika e as muitas perguntas e questões deixadas por esse vírus. "A epidemia brasileira de zika de 2015-2016 foi um episódio curto, intenso e assustador. O surto terminou em 2016, mas não a longo prazo, uma vez que o dano produzido por uma infecção pelo zika vírus persiste na nas crianças afetadas", alerta a pesquisadora. Temas em Saúde A coleção traz para estudantes, profissionais e público em geral panoramas sobre conceitos e conteúdos fundamentais das áreas da saúde. Em linguagem acessível, combina informação atualizada com reflexões baseadas em recentes produções científicas apresentadas por especialistas sintonizados com o contexto sociopolítico de produção e aplicação do conhecimento em saúde. Apresentação 1. Zika e Microcefalia 2. Certezas e Enigmas do Zika 3. Uma Epidemia de Desigualdade: classe, raça e gênero na época do zika 4. Quando um
É inegável a contribuição do livro de Ivo de Santana para a compreensão da mobilidade social de pessoas negras no setor público. Carlos Hasenbalg insistia na importância de realizarmos pesquisas nessa área, e o autor parece que ouviu o seu apelo, ao escrever um livro fundamental para a compreensão de dinâmicas sociais que caracterizam a mobilidade social dos negros no Brasil. O pioneirismo dessa obra contribui para minimizar a lacuna ainda existente nos estudos sobre a ascensão social dos negros, uma produção considerada pequena comparada aos estudos sobre as desigualdades raciais no país. O trabalho de Ivo é fundamentado em entrevistas realizadas com profissionais que exerciam postos de alta direção em instituições do serviço público com o intuito de entender as narrativas sobre os processos de mobilidade na perspectiva dos próprios agentes. Independente do êxito profissional dos entrevistados, que exercem as funções de diretor(a), superintendente, reitor(a), desembargador(a), juiz(a), corregedor(a), ou delegado(a), o autor mostra que eles são submetidos a práticas cotidianas racistas, ainda que tenham subvertido a lógica que delega aos negros os piores lugares na hierarquia social capitalista. O livro surpreende, ao apresentar narrativas que falam de indivíduos particulares, mas, ao mesmo tempo, falam de cada um/a de nós, e o próprio Ivo se coloca na condição de quem vivenciou similar processo de mobilidade, e como esta experiência foi determinante no processo da pesquisa.
Este livro visa a acompanhar o estudante em seu percurso de planejamento, elaboração e escrita de um projeto de pesquisa emciências da saúde, com exercícios reflexivos a cada etapa de construção do projeto e com modelos que podem e devem ser revisitados sempre que necessário. O livro é recomendado para estudantes de graduação e de pós-graduação da área de saúde, como Enfermagem, Medicina, Fisioterapia, Educação Física, Nutrição, Fonoaudiologia, Psicologia e Terapia Ocupacional.
Esta coletânea reúne textos de autores brasileiros e estrangeiros, especialistas no tema das violências de diferentes saberes e práticas, tem o intuito de fomentar ideias e pensar estratégias de prevenção e combate à violência — que pode se manifestar de diversas formas e repercutir negativamente nas condições de vida das pessoas, principalmente das mais vulneráveis. Em razão de constituir conceito amplo e controverso, a violência afeta coletividades de modos diferenciados, levando-se em consideração os aspectos estruturais e conjunturais. Determinaras causas e consequências não é uma tarefa fácil, uma vez que não se pode dissociar sua polissemia e complexidade de elementos teórico-práticos com sofrimento e injustiça, exclusão social e pobreza, de outros elementos de caráter simbólico ou identitário, como autonomia e conscientização. Assim, os textos não apenas sugerem a complexidade do tema e de suas tantas interfaces; mais que isso, indicam os principais desafios que se colocam diante dos profissionais de diversas áreas do saber. Busca-se a reafirmação de caminhos em que se possa repensar o acolhimento, a assistência e o cuidado e que leve em consideração as especificidades e o contexto social no qual a violência se insere.
Neste livro, Gyorgy Scrinis nos brinda com lentes que oferecem elementos interpretativos muito potentes para modificarmos profundamente a maneira como temos lidado com a temática da alimentação e nutrição. Esses elementos, abordados de forma criativa e inovadora, nos ajudam a responder perguntas fundamentais sobre a questão alimentar no contexto contemporâneo, entre elas: quais interesses públicos são comprometidos e quais interesses privados são beneficiados com este paradigma? Em que medida ele contribui para a manutenção de assimetrias de poder que impedem a garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada para todos e todas e que dificultam processos emancipatórios da sociedade? Que aspectos da alimentação ficam desconsiderados, invisibilizados ou reduzidos nesta abordagem e quais as implicações disso na perspectiva das políticas públicas? Quais as implicações das abordagens presentes nesse paradigma para a relação das pessoas com a comida e com seu corpo?
A pandemia de Covid-19 trouxe, entre vários desafios, o problema de restrição de acesso aos estabelecimentos de saúde. A questão atinge fortemente as mulheres que precisam recorrer a atendimentos relacionados a direitos sexuais e reprodutivos. A fim de ampliar os debates e informações em meio a esse contexto, a Editora Fiocruz lança Violência Sexual e Direito ao Aborto Legal no Brasil: fatos e reflexões, livro que integra a coleção Temas em Saúde.
Que particularidades tornam o mosquito Aedes tão presente em nossa rotina? O que há de novo em termos de estratégia e controle desse mosquito? A fim de responder e fazer refletir sobre essas e outras perguntas relacionadas ao vetor, Aedes de A a Z, livro que integra a coleção Temas em Saúde, apresenta visões de quatro profissionais da Fiocruz com diferentes formações e enfoques complementares: Denise Valle, bióloga; Raquel Aguiar, jornalista; Denise Nacif Pimenta, antropóloga; e Vinicius Ferreira, jornalista e publicitário.
Em um momento no qual tanto se debate os efeitos - físicos, mentais e coletivos - a longo prazo da pandemia de Covid-19 no Brasil e no mundo, analisar as condições e adoecimentos de longa duração se mostra ainda mais pertinente. O livro analisa a construção social das experiências com a doença crônica, os seus sentidos e significados sociais e culturais. A coletânea reforça a importância do papel das experiências subjetivas. Porém, o livro procura não se ater somente à perspectiva subjetivista da experiência para entender o vivido cotidianamente em relação ao adoecimento e a outras situações.
Psicanálise na encruzilhada vem ao encontro do desejo — eminente no mundo psicanalítico — de exercitar um pensar que possibilite um diálogo com as demais áreas do conhecimento, correlacionadas com a problemática do racismo no Brasil, mas sobretudo, desenvolve ideias que visam trabalhar as especificidades do saber psicanalítico e suas contribuições para o estudo desse campo — entre desafios e paradoxos.
Esta obra tem como fio condutor as experiências e os saberes conjugados entre trabalhadores e pesquisadores, na investigação de problemas de saúde relacionados ao trabalho. O compartilhamento de saberes esteve presente em todo o processo de sua feitura. A procura de uma multivocalidade dialógica buscou romper com as hierarquias tradicionais de pesquisa e autoria, sob predomínio do saber científico oficial.
Esta obra pretende ser uma contribuição para uma série de movimentos reflexivos por aqueles(as) que constroem a Educação Popular em Saúde no país em seus diferentes cenários e contextos, seja nos serviços de saúde, nos centros de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais ou na gestão das políticas públicas sociais.
O livro apresenta as contribuições do Curso Técnico de Agentes Comunitários Indígenas de Saúde (CTACIS) na região do Alto Rio Negro do Brasil. Com a proposta de melhorar os serviços de saúde nas comunidades indígenas, o curso foi desenhado como uma estratégia multidisciplinar por diversos atores e implementado de acordo com as realidades locais. Em seus sete capítulos, a obra analisa etapas como o trabalho e a formação dos agentes comunitários e indígenas de saúde, as concepções político-pedagógicas e a organização curricular do CTACIS, os cuidados da saúde de crianças e mulheres indígenas, vigilância alimentar e nutricional em terra indígena, além de temas transversais, como território, cultura e política.
Este livro sistematiza reflexões sobre o significado e as possibilidades de emancipação humana e social diante das crises contemporâneas em suas várias dimensões — social, sanitária, ecológica, política e civilizatória —, assim como suas implicações e alternativas para a produção de conhecimentos e práticas envolvendo a articulação da academia com movimentos e mobilizações sociais nos campos e cidades. A obra expressa as bases conceituais e metodológicas do Núcleo Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde, o Neepes, criado em 2018 e do qual os autores fazem parte.
Investigar e analisar os efeitos da violência contra a população LGBTI no processo saúde-doença. É com esse intuito que a Editora Fiocruz lança Violência e Saúde na Vida de Pessoas LGBTI, livro que integra a coleção Temas em Saúde. Para isso, os autores se debruçam, a partir de conceitos de estudos de gênero e sexualidade, sobre dados que mostram o Brasil como um país violento em relação à população LGBTI e como essas ações, em todas as suas dimensões e complexidades, afetam a saúde desses sujeitos.
Das 57 milhões de mortes ocorridas anualmente no mundo, cerca de 15 milhões (25%) são creditadas a doenças infecciosas, havendo complexidade em se determinar com precisão quantos desses óbitos, que atingem na maior parte crianças, são por doenças virais. Nesta obra, os autores procuram clarear o entendimento do que são e representam as viroses emergentes, em especial no Brasil, enfatizando que sua ocorrência e distribuição é um processo evolutivo constante, com especificidades próprias a cada época e lugar.
Reúne alguns dos principais nomes da área de planejamento em saúde no país e apresenta um conjunto rico e diversificado de reflexões teórico-metodológicas, o que resulta em contribuições fundamentais para o incremento da área. Questões como desenvolvimento de estudos e formação de pesquisadores também estão presentes. Dividida em três partes, a coletânea analisa os desafios metodológicos em pesquisas do campo da saúde coletiva; aborda a questão da multidisciplinaridade e de como os estudos em saúde coletiva têm dialogado com outras áreas de conhecimento (como a história, a ciência política, a filosofia, a sociologia, entre outras); e traz reflexões sobre questões tais como o lugar da saúde nas relações internacionais, a promoção da saúde, a produção acadêmica relacionada à gestão do trabalho e da educação em saúde e, por fim, o acesso a medicamentos.
"Aborda o encontro entre os discursos e práticas sobre a saúde e o envelhecimento oriundos da biomedicina, da epidemiologia e da promoção da saúde com a experiência que constitui uma “tia” no mundo do samba. Com esse intuito, apresenta e analisa vivências das mulheres integrantes da Ala dos Cabelos Brancos, do Grêmio Recreativo Escola de Samba Império Serrano, e de compositores e sambistas que integram esse universo cultural, além de dialogar com autores de diversos campos do pensamento. A partir desses depoimentos, a autora investiga como as senhoras do samba lidam com as representações e conceitos de vida saudável, e se elas demonstram algum tipo de resistência à medicalização da vida, entre outros aspectos. O conteúdo constrói um viés crítico sobre a produção e circulação de discursos e práticas ligados à medicalização da vida e sua promessa de saúde e longevidade calcada na adoção de um modo de viver baseado na hiperprevenção."
O Apoio Paideia & Suas Rodas, é o resultado do trabalho de diversos atores do campo da saúde coletiva, seja na gestão, no trabalho interprofissional, na clínica ou na formação em saúde. São contextos bastante heterogêneos, mas em todos eles mira-se o mesmo horizonte: fortalecer a capacidade de crítica e de reflexão dos sujeitos; possibilitar o diálogo e a explicitação de diferenças de interesse, de valores e de projetos.
As transformações conjuntas do mundo estudantil e dos programas de pesquisa da sociologia fizeram crescer o número de estudantes que gostariam de realizar um trabalho de campo no nível da graduação, do mestrado ou do doutorado. Há nisso uma chance para uma etnografia sociológica que faça da explicitação das condições singulares da pesquisa uma exigência sistemática. Este Guia buscará mostrar a unidade da pesquisa de campo para além da diversidade de seus instrumentos. Ajudará a realizar uma pesquisa de campo passo a passo. Dará conselhos práticos e teóricos ao mesmo tempo, mobilizando uma série de exemplos tirados de pesquisas passadas ou em andamento.
Esse livro celebra os 15 anos de existência do Programa da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da ENSP/FIOCRUZ. A primeira parte do livro traz o histórico do programa e os conceitos que fundamentam a iniciativa: os primeiros desafios; as estratégias pedagógicas empregadas; a nossa metodologia de ensino-aprendizagem, a construção compartilhada do conhecimento por meio dos espaços coletivos e as trocas de saberes e práticas. A segunda parte traz a experiência nos campos de prática relatada por ex-residentes e seus orientadores e se baseia em trabalhos de conclusão de curso apresentados no programa.
Mantido o rumo atual da vida na Terra, o futuro é impossível. Em seu novo livro, o autor de O oráculo da noite compartilha conhecimentos de cientistas, pajés, xamãs, mestras e mestres de saber popular, artistas e inventores que nos lembram da importância de sonhar coletivamente com o futuro do planeta. Em Sonho manifesto , o renomado neurocientista denuncia a profundidade da crise ambiental e social ao mesmo tempo em que celebra a oportunidade única que temos hoje de expandir a consciência planetária. O caminho para esse sonho coletivo, diz o autor, é o resgate do melhor de nossa ancestralidade. Pesquisador inquieto, Ribeiro reúne dezenas de histórias de griôs da África ocidental, mestres de Capoeira, babalorixás, xamãs e pajés dos povos originários, além de dados sobre pesquisas científicas recentes e relatos das mais diversas tradições como budismo e taoismo. Afinal, “enquanto houver vida, ainda há tempo para mudar”.
Uma noite, conversando no sofá, Marcela e Mel decidem ter filhos. Logo surge a dúvida: como um casal de mulheres faz para engravidar? Perdidas, resolvem pedir ajuda aos amigos no Facebook. Sustentando o desejo da gravidez sem pai, elas se colocam diante de muitas questões. Em Mama: um relato de maternidade homoafetiva, seu primeiro livro, a autora rompe com o tabu que ainda hoje cerca o amor lésbico e a gravidez entre mulheres para contar a história de sua família. Ao amamentar seus filhos gêmeos, mesmo sem ter sido ela a mulher a gestar, Marcela literalmente peita, num perfeito equilíbrio entre força e delicadeza, os preconceitos e as intolerâncias da nossa sociedade.
Em um mundo em que temos acesso tão fácil a uma enorme quantidade de dados, como é possível nos sentirmos tão perdidos em relação ao que é tido como conhecimento confiável? Como a sociedade chegou a um ponto de duvidar de toda verdade em uma realidade repleta de fatos? Para tentar responder a essas - e algumas outras - perguntas, levando em consideração o impacto dos dados para a produção científica, a pesquisadora italiana Sabina Leonelli escreveu o livro A Pesquisa Científica na Era do Big Data: cinco maneiras que mostram como o Big Data prejudica a ciência, e como podemos salvá-la.O livro reúne ideias e lições extraídas dos muitos anos de estudos e pesquisas da autora, refletindo sobre como cientistas podem utilizar os chamados Big Data para realmente atender às necessidades da sociedade. Mas como é possível, afinal, caracterizar a expressão Big Data ? É o que a pesquisadora busca fazer no primeiro capítulo, mostrando que, ao contrário do que o senso comum costuma levar em consideração, o termo não se refere apenas a quantidade. Há uma série de outros aspectos relacionados aos dados. Leonelli menciona, inclusive, uma série de características que têm sido associadas ao Big Data nos últimos anos, os chamados sete "Vs": volatilidade; variedade; volume; validade; veracidade; valor; velocidade. "O Big Data , portanto, não são apenas muitos dados . O que realmente o caracteriza são as várias formas como é produzido e circula entre os diferentes setores sociais.
Como compreender melhor as relações entre as intensas mudanças climáticas e os riscos à saúde humana? Com linguagem acessível e pautada na ciência, o livro Mudanças Climáticas, Desastres e Saúde busca dar contribuições para o público sobre um tema fundamental. Organizado por Christovam Barcellos, Carlos Corvalán e Eliane Lima e Silva, o título pretende contribuir com estratégias para aumentar a resiliência do setor Saúde e das comunidades em face das mudanças climáticas e seus impactos. A obra mostra que mudanças ambientais e climáticas interagem entre si, abordando como a complexa relação entre saúde e ambiente vem sendo cada vez mais discutida. Apesar de avanços na saúde e considerando um aumento na expectativa de vida no Brasil, diversos estudos apontam que, nas últimas décadas, desequilíbrios ambientais têm causado efeitos negativos à sociedade, afetando direta e indiretamente a saúde humana. No país, os desastres de origem climática que mais se destacam têm origem em processos hidrológicos - chuvas intensas, inundações bruscas, deslizamentos de terra relacionados às chuvas e inundações graduais - e climatológicos (secas, estiagens e crises hídricas). Composto por 12 capítulos, o título reúne cerca de 30 especialistas das mais diversas áreas, confirmando a "inquestionável capacidade técnico-científica de pesquisadores brasileiros que se dedicam à temática da mudança climática nos seus diferentes aspectos", conforme destaca Thelma Krug, vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, no texto de orelha do livro. "É através desses capítulos que nós vamos conhecer alguns casos de desastres, como secas, inundações, deslizamentos de terra, que têm afetado, direta ou indiretamente, a população. Alguns desses impactos são imediatos, causando óbitos e perdas materiais, mas vários deles são relacionados a questões de habitação estruturais, saneamento, organização social e política local, além da geologia e outras características do terreno", resume Christovam Barcellos.
Este livro é resultado de um esforço para resgatar as ideias de Josué de Castro 75 anos depois da publicação de sua obra-prima, Geografia da fome, justamente num momento em que o país volta a enfrentar as formas mais graves da insegurança alimentar e nutricional. Em 26 artigos e uma linha do tempo, e em permanente diálogo com o intelectual pernambucano, Da fome à fome oferece um panorama multidisciplinar sobre esse flagelo na tentativa de responder a uma pergunta absurda: por que uma potência agropecuária mantém 33 milhões de pessoas sem comida na mesa enquanto exporta toneladas e mais toneladas de grãos e carnes todos os anos? Como se verá nestas páginas, a questão é essencialmente política. Por isso, Da fome à fome é leitura obrigatória para quem está estarrecido com a carestia brasileira do século xxi e deseja compreender o problema para além do discurso fácil e falacioso do agronegócio.
Este livro é uma festa! Não só porque fala de festas, mas principalmente por celebrar a vida. Festa é um rito social, partilhado entre um grupo de pessoas. E as pessoas que partilham esta festa é o que há de mais especial no livro. Toda festa tem um anfitrião, aquele que convida para a festa. Esta tem também, o Allan, que por coincidência é ainda o autor do livro que você segura, agora, nas suas mãos. E esta festa foi inspirada na vivência de Allan nos fluxos e nos bailes funks nas periferias de São Paulo; na sua proximidade com jovens da periferia e no seu hábito de ouvir funk durante a escrita da pesquisa que gerou este livro, bem como com o seu trabalho profissional como sanitarista - Marco Akerman
O livro apresenta o Samu, situando seu protagonismo como primeiro componente implantado da política de redes assistenciais, e discute seu funcionamento e abrangência nacional. “Foi, sem dúvidas, um componente que teve muita aceitabilidade por parte da população e dos gestores, mudando a forma de atender urgências no Brasil”, ressaltam as autoras. Esse atendimento pré-hospitalar foi ampliado com a criação das UPAs e das salas de estabilização. Segundo as médicas, a UPA foi um componente vital para a ampliação do acesso, mas sua implantação foi controversa: “A falta de planejamento gerou uma competição com a APS (Atenção Primária à Saúde) e com o próprio hospital, como ilustrado pelo desastroso fenômeno de internação na UPA”, explicam.
Os Consórcios Públicos de Saúde são uma alternativa viável para maximizar a regionalização da saúde no Brasil? Como estabelecer um consórcio? Quais os principais desafios enfrentados pelos consórcios? Essas são questões respondidas em “Consórcios Públicos de Saúde”. Para os Doutores Nésio Fernandes e Arruda Bastos “Os Consórcios Públicos de Saúde são mais uma experiência exitosa de gestão interfederativa que o SUS produziu. Neste livro, as leitoras e os leitores encontrarão um guia prático para entender a função e a importância dos consórcios públicos para a gestão da atenção especializada nas micro e macro regiões de saúde do SUS.” Os autores abordam essa temática tão importante e necessária, que evidenciou as duas fontes de resiliência do federalismo brasileiro notabilizadas na pandemia: 1) o protagonismo científico e sanitário do Consórcio Nordeste; 2) a mobilização da Frente Nacional de Prefeitos. Mais de duas mil cidades de todas as regiões do país formaram o Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras: o Consórcio Conectar, que também é analisado neste livro. — Karla Amorim Sancho Linguista e Doutora em Saúde Coletiva pela UNICAMP
A metodologia não deve ser vista como uma disciplina cuja ênfase é o ensino de métodos e técnicas para planejar, conduzir e apresentar uma pesquisa científica, mas sim como uma disciplina para elucidar o que são essas técnicas, a quais métodos da ciência atendem e em que bases epistemológicas se fundamentam. A autora apresenta uma metodologia tríplice: acadêmica, da ciência e da pesquisa.
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Com a publicação de A queda do céu, Davi Kopenawa e Bruce Albert empreenderam uma verdadeira revolução, cujo impacto pode ser sentido até hoje. Os autores tiveram também uma considerável contribuição nas grandes transformações do pensamento ecológico contemporâneo, que descontruiu o conceito de Natureza e já não mais distingue povos humanos e não humanos. Produzida entre 2000 e 2020 por ocasião de várias exposições realizadas em Paris pela Fundação Cartier, conjuntamente com os habitantes da casa coletiva yanomami de Watoriki (a serra do Vento), a presente coletânea reúne uma vasta trama de reflexões e diálogos que, a partir do saber xamânico dos Yanomami, evoca, sob diversas perspectivas, as imagens e os sons da floresta, a complexidade de sua biodiversidade e as implicações trágicas de sua destruição.
Rletir e aprender as lições deixadas pelas emer- Rgências em saúde pública que vivemos recentemente (e que, ao que tudo indica, poderão vir a se repetir no futuro), constitui um desao importante para os prossionais de saúde. Este livro apresenta considerações importantes sobre os dilemas presentes no acesso de crianças e adolescentes à saúde na atualidade. Partindo da compreensão de que a saúde é produto das condições de vida e trabalho das pessoas, a tônica deste livro repousa sobre o limite de ações pontuais para resolver questões de saúde que expressam desigualdades estruturais da sociedade brasileira e valoriza a construção de alternativas e estratégias, a partir da articulação entre pesquisa, educação e atenção à saúde. — Alessandra Gomes Mendes, Aline de Carvalho Martins & Dolores Lima da Costa Vidal. da Criança e do Adolescente IFF/FIOCRUZ
A coletânea História da Saúde: diálogos para o século XXI apresenta abordagens e perspectivas que estão na pauta do dia da pesquisa histórica sobre saúde, medicina e doenças. Com temáticas diversificadas, o livro traz um panorama bastante interessante para quem deseja iniciar os estudos e pesquisas no campo da História da Saúde, bem como sistematiza discussões que interessam a pessoas já participantes desse segmento da disciplina histórica. Apostando em diálogos interdisciplinares com outras Ciências Sociais, a Ecologia, os Estudos Sociais das Ciências e áreas variadas da História, esta coletânea discute também como historiadoras e historiadores podem investigar uma área tão complexa e multidimensional como a saúde, a um só tempo campo, conceito e objeto de análise.
Este livro reúne temas referentes às vigilâncias em saúde na busca de apresentar conceitos e perspectivas sobre as diversas áreas de atuação da vigilância no Brasil. Traz reflexões sobre a ação da vigilância no período da pandemia de Covid-19 e pistas sobre como elaborar e reelaborar as ações e políticas públicas regionais e locais para maior efetividade da vigilância. É direcionado a estudantes de graduação e pós-graduação da área de saúde, a gestores e profissionais da saúde e àqueles que desejam conhecer como o SUS realiza o processo de prevenção de doenças e promoção da saúde no Brasil por meio das vigilâncias em saúde.
Este livro traz contribuição importante ao mergulhar, através de uma análise documental detalhada, em estratégias empresariais, suas relações com o público, e na complexa interação entre crise econômica, crise sanitária e o sistema de saúde brasileiro. Explora como o crescimento do setor privado, muitas vezes sustentado por subsídios, se interlaça e se contrapõe ao SUS. E assim avança o “universalismo privatizante”, se manifestando no crescimento da prestação privada de serviços. Não menos importante, discute ainda como essas dinâmicas reforçam as desigualdades no acesso à saúde, propondo uma reflexão essencial para o futuro das políticas públicas no Brasil.
Este livro é transdisciplinar. Saúde pública, trabalho, política, sexualidade, tudo articulado para iluminar a singularidade da mulher no mundo da produção.
O trabalho em saúde é muito mais que fazer consertos físicos e bioquímicos em órgãos com defeito do corpo humano, pois a crise trazida pelos problemas de saúde e o ardor da luta pela saúde envolvem o profissional nos dilemas mais profundos do existir. Temos acesso a uma dimensão desarrumada da vida humana que poucos conhecem. Podemos participar de processos edificantes de reconstrução do existir ou de desabamentos catastróficos de vidas familiares.
Os técnicos da Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo mostram a cara da dor, do medo e da morte em alguns passos de atuação em defesa da saúde pública... e da vida de todos. E nessa caminhada tropeçam em legislações violadas, em direitos desrespeitados, em falta de ética, em serviços de saúde irregulares, em profissionais descuidados e em discussões jurídicas que retardam suspensões ou proibições da produção e do comércio do que contamina.
Para que se produzam as mudanças necessárias de modo que a vigilância sanitária se constitua, efetivamente, numa prática de proteção e defesa da saúde, deve-se examinar a história e o desenvolvimento das políticas de Vigilância Sanitária especialmente desde os anos 1970. Sob uma perspectiva histórica, a partir de 1976, quando foi criada a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, as políticas de Vigilância Sanitária são examinadas com método inovador. Utilizando-se de minucioso levantamento da legislação sanitária, de projetos de leis, notícias de jornais e entrevistas com dirigentes do órgão federal, acrescido de análise de análise que emprega conceitos de Estado, governo, políticas de saúde, burocracia e representações de interesses, esta obra é estimulante leitura sobre a elaboração e realização de políticas de Vigilância Sanitária, desde a instituição do Sistema de Saúde que acaba de completar treze anos de esforços rumo a completa efetivação.
Este livro apresenta metodologias para avaliação que combinam a firmeza no uso de conceitos lógicos com a sensibildiade para as questões sociais e filosóficas que cercam o tema.
Os estudos sobre loucura, processo saúde/doença mental, reforma psiquiátrica, subjetividade e comportamento humano conformam um vasto campo de conhecimentos que tem sido objeto de inúmeras áreas de saber. A natureza das questões envolvidas fazem desse campo um dos mais interdisciplinares e complexos dos tempos atuais, tamanha a diversidade de disciplinas que dele se ocupam (antropologia, sociologia, história, filosofia, psicanálise, psicologia, dentre outros) e que, não obstante, requerem ainda permanentes rupturas nas fronteiras e territórios de tais saberes. No Brasil, principalmente nos últimos anos, tais estudos vêm merecendo uma atenção e um debate visivelmente crescentes. Não apenas nos centros acadêmicos, mas também no âmbito dos serviços e da cultura, na medida em que nosso país vem sendo palco de um dos mais importantes processos de transformação na área da saúde mental.
Saúde Paideia é um texto de ação. Uma coletânea escrita na e para a situação de gestão. Alguns textos mais prescritivos, outros mais analíticos, todos contêm a marca do compromisso com o fazer acontecer. Textos nascidos do encontro com a experiência e na experimentação.
"Podemos", guerra ou luta no idioma grego, é uma obra que trata das origens e das repercussões da obra de Darwin, no século e meio que sucedeu à sua publicação, e dos debates, muitas vezes acalorados e violentos, que produziu. Até hoje, nas áreas mais conservadoras do Sul e do Centro-Oeste dos Estados Unidos, criacionistas e fundamentalistas bíblicos negam a evolução e o processo de seleção natural proposto pelo grande biólogo inglês. O darwinismo é um divisor de águas que, na época, foi considerado revolucionário por alguns e subversivo por outros.
Relações raciais e educação. Juntos, os temas vibram e tornam-se pontos referenciais para entender os vínculos entre as politicas públicas e a desigualdade social. O autor examina a maneira pela qual leituras científicas sobre a sociedade definiam negros e carentes como deficientes e como essa concepção passou a influenciar as práticas educacionais.
Livro que se propões a analisar os novos desafios teóricos, éticos e políticos para o feminismo no campo da reprodução, dos direitos e do enfrentamento à mercantilização do corpo e da vida das mulheres.
O livro apresenta os seguintes capítulos - Eixos de conformação do método; O caráter anti-Taylor do método; A co-gestão, o fortalecimento do sujeito e da democracia institucional; Por uma reconstrução conceitual do trabalho; A visão de mundo dialética; A co-produção de sujeitos e de coletivos; Democracia institucional e co-gestão de coletivos organizados para a produção; Método para apoio a coletivos organizados para a produção - a capacidade de análise e de intervenção.
Este livro pretende facilitar aos profissionais que atuam na área da saúde pública, e que vivenciam o SUS no dia a dia a complexidade a ela inerente, o entendimento das questões relativas à gestão do Sistema Único de Saúde. O conteúdo do livro trata da explicitação dos conceitos econômicos, notadamente os referentes à microeconomia e de sua transcrição à luz da saúde.
A obra é resultado de parte da produção do Grupo de Trabalho em Políticas Públicas da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs). Os autores examinam conceitos e modelos teóricos, sumariam o conhecimento produzido no Bras
Bocas em Canto - Adaptações de Cantigas e Parlendas Para Saúde Bucal - Livro do Educador 1
O gestor público, em especial da área da saúde, busca a desburocratização da administração pública com a introdução de categorias jurídicas que favoreçam a gestão federativa integrada e a prestação de serviços mais céleres e efetivos. A fundação estatal, formato de entidade pública que integra a administração indireta do Poder Público vem sendo apontada como instrumento adequado para prestação de serviços públicos ao cidadão tanto pelo setor público quanto pela sociedade. Esta obra pretende trazer um pouco de luz à presente discussão, aprofundando aspectos jurídicos e administrativos dessa categoria institucional. Os autores, de reconhecidos méritos, fazem profunda análise do modelo fundacional na administração pública.
Um manual. Assim a autora organizou esta obra, que será sem dúvida uma grande contribuição para os farmacêuticos, ao satisfazer a sua necessidade de entender e dominar os aspectos legais envolvidos no dia a dia da profissão. De modo simples e direto, traz as principais leis e normas que balizam as atividades, prestando um grande serviço ao ensino das Disciplinas Deontologia e Legislação Farmacêutica, que careciam de um livro-texto capaz de dar ao estudante uma visão panorâmica do assunto.
Obra que atende a estudantes e a profissionais da saúde não especialistas em bioética, mas interessados em conhecê-la, visto que normalmente se sentem profundamente incomodados com os problemas de sua prática habitual que apresentam interface com questões de natureza ética. Propõe-se a oferecer ao leitor um panorama da bioética em duas perspectivas: a da disciplina acadêmica e a do saber aplicado a diversos problemas relacionados ao cotidiano das práticas em saúde. E mais: busca expor a bioética como saber capaz de construir uma nova ponte entre a prática clínica e a prática em saúde pública. Se, por um lado, é difícil perseguir a originalidade quando se assume a tarefa de resumir um campo para leitores neófitos, por outro, esse é sempre um exercício à espera de ser feito, ainda mais em áreas tão interdisciplinares quanto é a bioética. Nesse sentido, o livro cumpre o prometido: de fácil leitura, convida à reflexão, ampliando as fronteiras do pensamento para quem tem o dever de exercitar a dúvida em situações como as provocadas pelo aborto, por exemplo, em que as crenças religiosas dos profissionais da saúde costumam se sobrepor aos deveres da assistência em saúde. Outro dado interessante: talvez por ser um campo tão aberto e com múltiplas fronteiras disciplinares, os autores deram preferência por não definir a bioética. Apresentaram-na por seu objeto de pesquisa e espaço de atuação, não por meio de conceitos. Para o público a que se dirige, essa pode ser uma estratégia eficaz, pois o aproximará pela experiência e não pela abstração da teoria.
Ao longo dos artigos aqui reunidos, descortina-se um painel de pesquisas, discussões e contribuições, que vai desde o percurso da elaboração desse conceito por Lacan, passando pela sua função na constituição e estruturação do sujeito, até suas formas de aparição na clínica psicanalítica e nas artes.
Diante das grandes mostras de descuido e negligência com a vida nos dias de hoje, tornam-se fundamentais reflexões sobre ética e cuidado. Para a abordar esses temas, os estudos reunidos nesta coletânea partem da vulnerabilidade da criança e do adolescente na sua saúde física e mental e recolhem contribuições que ampliam esse escopo para os campos do direito, da sociologia, da filosofia e da segurança pública. Articulando o trabalho dessas áreas do conhecimento com a prática clínica diária da Maternidade Escola da UFRJ foi implementada uma grande rede insterdisciplinar para pensar este cotidiano clínico e social. Este livro é um dos desdobramentos do fórum de debates que se estabeleceu em torno dessa rede, que também deu origem ao curso de pós-graduação em Atenção Integral à Saúde Materno-Infantil. Apesar de boa parte dos autores serem ligados à área de saúde, este não é um livro voltado para especialistas. O objetivo dos escritos aqui reunidos é provocar uma iniciativa de cuidado, buscando barrar o sentimento desolador de descuido. Tudo isso é feito por meio de estudos rigorosos que aprofundam a questão sob diversos pontos de vista, buscando ampliar ainda mais a rede de interlocutores. Para finalizar, vale destacar uma frase de Carlos Minc, na orelha do livro, que resume bem sua importância: "Esta coletânea coloca a ética do cuidar no centro de diferentes linhas de pesquisa e atuação multidisciplinares para um profundo e necessário resgate civilizatório."
Esta obra procura mostrar como o risco se tornou um tema considerado popular nas últimas décadas e como esse processo afetou o campo da promoção da saúde, incluindo questões associadas ao estilo de vida, à genética e aos contextos socioculturais. Além de
A autora procura, por meio de sua obra, detalhar a teoria da casualidade, dentro do temário epistemológico em cada um dos casos de Freud e de Lacan. Em Lacan a teoria freudiana das quatro causas se desdobra e ramifica, entre a noção de determinação, desenvolvida em torno e em dependência com a teoria do significante, e a teoria propriamente da causa, conexa da noção de objeto a. O principal objetivo da obra é mostrar como o problema da causalidade é estratificado na teoria psicanalítica porque esta tem que explicar tipos específicos de transformação verificados em sua prática clínica.
Membros do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Saúde da Universidade de Montreal, no Canadá, criaram um modelo para a avaliação das intervenções em saúde e o apresentaram pela primeira vez de forma completa em 2009, em um livro em francês. A publicação, dirigida especialmente a pesquisadores e gestores, foi traduzida para o português e lançada no Brasil pela Editora Fiocruz. O modelo de que trata o livro, desenvolvido há duas décadas, foi testado com sucesso em pesquisas avaliativas realizadas não só no Canadá, mas também em países da Europa, África e América do Sul, especialmente no Brasil. As indicações contidas no livro podem ser aplicadas para a avaliação de diferentes intervenções em saúde, como políticas, programas, organizações, tratamentos e tecnologias. Mas o modelo de avaliação proposto é suficientemente amplo e global para ser utilizado em outros campos tais como a educação, os serviços sociais ou a administração pública, para citar somente esses, sublinham os organizadores. Os capítulos detalham seis tipos de avaliação: análise estratégica; análise lógica; análise da produção; análise dos efeitos; análise econômica; e análise da implantação
Esta obra pretende apresentar os pressupostos teóricos e os resultados de uma pesquisa sobre os condicionantes da regionalização da saúde nos estados brasileiros. O trabalho permite apreender a dinâmica de funcionamento das instâncias federativas em âmbito estadual e suas interações com os processos de organização político-territorial do sistema de saúde. As análises apresentadas bucam sugerir dilemas e desafios para as políticas de saúde em sua interface com a região, o federalismo e o modelo de desenvolvimento socioeconômico no Brasil.
Valla nos levará até as formas e as condições de vida da população pobre nas cidades. Vida-saúde-pobreza instigaram suas formas de pensar e agir como educador.
Este livro pretende facilitar a gestores e técnicos vinculados ao sistema de saúde, em seus diversos níveis, o acesso à consulta rápida a sistematização de temas relevantes do cotidiano da organização da assistência à saúde. Em síntese, representa o esforço de tornar o mais acessível possível conceitos, definições e experiências úteis especialmente para técnicos e profissionais que labutam cotidianamente para a construção do SUS.
O nascimento de um bebê entre o povo Beng, no Oeste africano, não é visto apenas como o início de uma nova vida. Ele é contemplado como uma reencarnação depois de longa e próspera existência na “cidade dos espíritos”, lugar para o qual a essência das pessoas viaja quando seu corpo morre. Longe de ser uma tábula rasa, uma criança Beng, acredita-se, inicia sua vida repleta de conhecimento espiritual. A forma como os Beng criam seus filhos a partir de tais crenças é a matéria trabalhada por Alma Gottlieb neste original e envolvente estudo da antropologia dos bebês. A autora mostra como a ideologia religiosa afeta todos os aspectos das práticas de criação entre os Beng – desde o ato de banhar as crianças para protegê-las de doenças até o modo de ensiná-las a engatinhar e andar – e como a pobreza generalizada limita essas práticas. O abismo entre a riqueza espiritual e social e a carência material conduz a antropóloga a discussões comparativas que se concentram, de um lado, nos Beng, e, de outro, em um grupo de orientações filosóficas de origens predominantemente europeias. A partir de suas experiências pessoais, Alma apresenta considerações sensíveis sobre como sua própria concepção de ser mãe alterou-se ao longo da pesquisa de campo, indicando que as práticas do cuidado dos bebês são resultado de uma construção cultural. Antropólogos, sociólogos, pessoas interessadas no papel da cultura na vida das crianças (e vice-versa) e, de fato, todos os pais e mães desfrutarão a leitura do texto maravilhosamente reflexivo de Tudo Começa na Outra Vida.
O leitor vai encontrar neste livro as razões para embasar suas críticas ou para refinar o uso das tecnologias da web. Uma discussão perspicaz e estimulante sobre as promessas da internet. Indo além da febre da multidão cibernética, Dreyfus, um celebrado escritor de filosofia e tecnologia, questiona se a internet pode realmente levar a humanidade a um novo nível de participação de modo a resolver os problemas da educação em massa.
Ao investigar nosso sistema de saúde – o público e o privado –, este livro propõe alternativa para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e fustigar o poder econômico do capital financeiro e dos oligopólios. Afinal, segundo Ocké-Reis, esse sistema paralelo reproduz desigualdades sociais, favorece o crescimento do mercado e inviabiliza os preceitos constitucionais da saúde. Enquanto o SUS atravessa uma crise crônica de financiamento, a consolidação dos planos acaba concentrando renda e subtraindo recursos do setor público de saúde. De acordo com autor, o setor privado mais prejudica do que colabora com o setor público, porque o aumento do gasto privado e o fortalecimento do poder econômico corroem a sustentabilidade do financiamento público na arena política, levando a um círculo vicioso, caracterizado por uma queda relativa do investimento na saúde pública. Ocké-Reis, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), defende uma regulação substantiva do mercado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que não pode ter sua atuação ameaçada pela concentração, centralização e internacionalização das operadoras líderes. A ANS deve organizar o mercado na perspectiva do interesse público, impedindo que a assistência à saúde seja convertida em um bem de consumo como outro qualquer.
Nesta obra, o autor procura mostrar que é preciso pensar a malandragem, entender a capoeira como uma aproximação entre pessoas e ao mesmo tempo como uma luta perigosíssima. Quando isso acontece a capoeira retrata as adversidades vividas historicamente pelo capoeirista.
Este livro se dirige aos estudantes de saúde pública, bem como aos que integram cursos profissionalizantes. Seu conteúdo apresenta linguagem objetiva, e traz capítulos que expressam conhecimentos da moderna saúde pública. O livro segue a linha doutrinária
Democracia, eleições, descentralização, participação, financiamento, repartição, cooperação, pactuação: palavras que, cada vez mais, ocupam o espaço público e revelam a importância de estudos sobre o Estado brasileiro. Conhecê-lo é fundamental para que se desenhem e implementem políticas mais eficazes, justas e apropriadas aos nossos problemas. Variadas contribuições para que se cumpram tais objetivos estão reunidas nesta coletânea, cujos capítulos exploram e analisam de diversas maneiras as relações entre o sistema federativo e as políticas públicas. Com a devida espessura teórica, os artigos abordam a estrutura e o funcionamento do Estado brasileiro, assim como suas conexões com o sistema e as instituições políticas, e as consequências para a consolidação da democracia e da cidadania. Em um contexto de revalorização do planejamento governamental no Brasil e de ampliação da esfera pública no país, o livro se dirige tanto aos estudiosos da área quanto aos profissionais diretamente envolvidos com as ações do Estado.
Desde sua nona edição, O Desafio do Conhecimento apresenta um conteúdo ampliado e aprimorado das oito edições anteriores, trazendo ao leitor uma reflexão madura sobre pesquisa social e pesquisa qualitativa em saúde. A autora, uma das mais importantes cientistas sociais do campo da saúde no Brasil, oferece aos leitores orientações sobre teoria, metodologia, estratégias, técnicas e exemplos práticos a partir de seus mais de trinta anos de experiência profissional. Por isso, este livro problematizador e questionador apresenta também instrumentos práticos para o passo-apasso de uma investigação. Por sua complexidade e abrangência, é uma obra imprescindível para cientistas sociais, planejadores, epidemiologistas e para diferentes categorias de investigadores, profissionais e estudantes que se proponham a pesquisar utilizando a abordagem da pesquisa social qualitativa.
Apesar dos números significativos no âmbito da desinstitucionalização psiquiátrica e dos ganhos positivos para os usuários de moradias assistidas no Brasil, este livro demonstra que ainda há muito a ser feito no país. A partir de uma avaliação participativa e interdisciplinar, os autores apresentam suas reflexões sobre as experiências vivenciadas com membros dos projetos de Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs), Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS). Essa rica investigação de campo, com a qual se procura conhecer melhor as habitações de pessoas com transtornos mentais graves através do olhar de quem as habita, é acompanhada por um vasto arcabouço teórico, proveniente de diversas fontes e disciplinas - arquitetura, antropologia, psicanálise e saúde coletiva. A obra expõe também a reflexão dos pesquisadores em termos de uma práxis de reflexividade durante as interações com os participantes. O trabalho em grupo acompanhou rotinas diárias dentro e fora das habitações, tentando descobrir a configuração da moradia em seus aspectos físicos, a experiência dos moradores a partir do significado de habitar e da organização das pessoas no espaço de moradia, bem como a rede de relações dos moradores na comunidade. Além de revelar a complexidade do morar e do habitar desse grupo de pessoas estudado, outra grande contribuição deste volume é a elaboração de proposições acerca do tema a partir dos resultados convergentes das diversas áreas envolvidas na pesquisa. Tais propostas objetivam uma nova resposta social para o avanço não só da garantia, mas da qualificação do provimento desse direito fundamental constituído pelo morar.
Apresenta análises sobre os modos como o campo jornalístico produz sentidos e representações sobre a saúde e a doença no contexto contemporâneo. Aborda as implicações das narrativas jornalísticas na construção do cuidado com a saúde; na preocupação com epidemias e com os riscos de adoecer e sofrer; na obsessão pelo bem estar e pela boa forma; e nas percepções sobre o SUS e os serviços públicos de saúde. Discute também teorias e procedimentos analíticos para o estudo da mediação jornalística no contexto da cobertura de temas da saúde.
Nesse livro apresentamos como quatro Redes de Atenção Psicossocial (RAPs), de municípios do Estado do Rio de Janeiro envolvidos nessa pesquisa, sustentam a acessibilidade e a produção do cuidado na atenção à crise em saúde mental. Procuramos aqui ir para além de só entender essa dinâmica do ponto de vista da relação entre demanda e oferta por serviços de saúde, tentando trazer para a cena do objeto de estudo a noção de acesso e barreira no plano do cuidado em si. Essa pesquisa foi construída do começo ao fim, por meio de uma cooperação de trabalho entre um coletivo que incluiu: trabalhadores dos Serviços de Saúde Mental dos cinco municípios do estado, a Coordenação de Saúde Mental do Estado do Rio de Janeiro, o Laboratório de Estudo, Trabalho e Assistência em Saúde (LETRAS) do IPUB (Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pesquisadores da Linha de Pesquisa Micropolítica do Trabalho e o Cuidado em Saúde, da Pós-Graduação em Clínica Médica da UFRJ.
A obra apresenta a questão de homeopatia no Brasil, tendo como ponto central suas estratégias de legitimação político-institucional e as respectivas contra-estratégias desenvolvidas pela medicina ortodoxa para preservar seu domínio na esfera institucional e o monopólio no exercício da medicina. O tema e a abordagem da autora convidam a um contexto estimulante para se pensar sobre racionalidade, em relação à ciência oficial e a outros saberes entendidos como concorrentes numa conjuntura de crise de paradigma da ciência moderna, nomeadamente, da medicina ortodoxa.
Paolo Rossi faz aqui uma reflexão sobre o tema alimentação para demonstrar que o simples ato de comer está muito mais carregado de significados, culturais e antropológicos, do que se pode imaginar quando se se pensa em assuntos como dietas saudáveis, desnutrição e gastronomia, muito em voga atualmente. Nesse estudo, ele investiga e descreve a inextricável mistura de sentimentos envolvidos no ato de alimentar-se – necessidade básica, desejo primal, obsessão patológica –, explorando as inúmeras nuances que o verbo comer assumiu na história da humanidade. A própria multiplicidade de metáforas alimentares empregadas no dia-a-dia de qualquer pessoa (“comer com os olhos”, “engolir um sapo”, devorar um livro”), sugere Rossi, é indicativa da miríade de desejos primários e emoções profundas que povoam o universo da alimentação. Com elementos pinçados da história das ideias, ele constrói um mosaico de cenários e situações em que esses sentimentos se revelam. E mostra como é profunda a ligação entre o comer e a condição humana, e como, para além de satisfações fisiológicas, existem elos de ordem psíquica que resvalam na fronteira do plano mítico. A pesquisa, atemporal, atravessa culturas e temas, como a fome em diferentes épocas e sociedades humanas, incluindo a contemporânea, aborda o jejum, a greve de fome, o canibalismo, o vampirismo, o serial killers, que transgride o maior dos tabus, ao devorar suas vítimas.
Baseando-se em reflexões sobre a infância Guarani, este livro dedica-se a pensar sobre o quanto processos de ensino e aprendizagens infantis, vivenciados fora da escola, podem contribuir para planejamentos docentes mais pautados em teorias indígenas do conhecimento. A partir de pesquisas realizadas junto a uma comunidade Mbya-Guarani na região central do Rio Grande do Sul, discute-se a ideia de campo da educação escolar indígena, pontuando as relações entre noção de pessoa, território, interculturalidade e gestão educacional.
O Brasil é o recordista mundial de cesáreas. Aqui, de 52% a 88% dos partos são cirúrgicos na rede pública e na rede privada, respectivamente. Porém, não é só o alto número de cesarianas que chama a atenção, mas o que está por trás disso: as cesáreas são a escolha da maior parte das gestantes e dos profissionais que cuidam delas. Nesta obra, a autora - antropóloga e feminista - pesquisou um grupo que que optou por parir diferentemente: da maneira mais natural possível. Ela quis seguir na contramão para encontrar as famílias que buscam a humanização do nascimento. A pesquisadora constatou que essas mulheres queriam tomar as rédeas da situação: ser as protagonistas de suas próprias histórias, dizendo em alto e bom som que o que acontece na cena de parto, em geral, não lhes agrada. E essa tomada de decisão as empoderou. A autora ouviu de duas delas: Eu tenho muito mais confiança em mim e naquilo que posso fazer e viver e isso é realmente incrível e Hoje, eu acho que posso tudo. Apesar de não terem tido experiências com o feminismo, certamente, elas têm muito a acrescentar ao movimento.
Em relação a políticas públicas, a sociedade contemporânea se comporta de duas maneiras distintas: pode ser mais esclarecida e participante, solicitando melhores resultados da gestão pública na solução de seus problemas, ou assiste estarrecida aos fatos que envolvem os desvios em torno da gestão pública. Entender como se articulam as variáveis, explícitas ou implícitas, na formulação, na execução e na avaliação das políticas públicas, é uma necessidade urgente. Este livro propõe olhar os acontecimentos recentes, da perspectiva do conhecimento de políticas públicas.
A publicação, com mais de 600 páginas, colorida e ilustrada, reúne as três partes revisadas do Dossiê Abrasco lançadas ao longo de 2012, além de uma quarta parte inédita intitulada “A crise do paradigma do agronegócio e as lutas pela agroecologia”. O livro é uma co-edição da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz, e da editora Expressão Popular. Este capítulo inédito, concluído em outubro de 2014, foi dedicado à atualização de acontecimentos marcantes, estudos e decisões políticas, com informações que envolvem os agrotóxicos, as lutas pela redução dessas substâncias e pela superação do modelo de agricultura químico-dependente do agronegócio. A leitura desse cenário mais recente revela que a situação do país em relação aos agrotóxicos está ainda mais grave e que a correlação de forças no campo social propicia desafios maiores. O consumo de venenos agrícolas cresce ano após ano, está em curso um processo de desregulamentação do uso de agrotóxicos no país. Não é por falta de confirmação dos efeitos nocivos à saúde e ao ambiente que a grave situação de uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil não é revertida. O livro reúne informações de centenas de livros e trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais que revelam evidências científicas e correlação direta entre uso de agrotóxicos e problemas de saúde. Não há dúvida, estamos diante de uma verdade cientificamente comprovada: os agrotóxicos fazem mal à saúde das pessoas e ao meio ambiente. A sociedade brasileira resiste ao uso de agrotóxicos, tem se organizado e avança na conquista de políticas públicas importantes, como a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer e a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Sobre a agroecologia – que o livro trata com dedicação especial nesta quarta parte, temos a possibilidade concreta de implementar o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA).
Assim, temos, na primeira parte – Trajetória – dois textos que contam, indiretamente, um pouco de sua trajetória pessoal e profissional: Resumo de um projeto de pesquisa em curso sobre “influência do fator humano nos acidentes de trabalho”, apresentado por Marco Antonio Bussacos, e Três lições do professor Wisner, comentado por Leila Nadin Zidan. Na parte 2, Sindicatos, são apresentados escritos que apresentam reflexões sobre as contribuições possíveis de análises do trabalho à representação sindical e sua luta em favor dos trabalhadores. O primeiro texto, escrito a quatro mãos com Catherine Teiger e por ela apresentado, discute as relações da ergonomia da atividade com a formação sindical e a atuação para a melhoria das condições de trabalho. No segundo texto, apresentado por Marianne Lacomblez, Leda discute A Análise Coletiva do Trabalho e os sindicatos. Este conjunto destaca sua influência como pesquisadora e intelectual junto a grupos de pesquisa de outros países, notadamente na França, Portugal e Canadá. Encerram esta parte dois trabalhos – Quatro seminários de ergonomia para sindicalistas, no qual Leda discute as estratégias de ensino adotadas para o debate sobre a Norma Regulamentadora 17, de Ergonomia, com representantes sindicais; e Em defesa das pausas no trabalho, apresentado por Maria Cristina Gonzaga, que foi preparado para um livro publicado pelo DIESAT.. Em Teoria e Métodos são apresentados textos que discutem questões teóricas ou metodológicas relevantes para a análise do trabalho. São eles: Trabalho em turnos: temas para discussão, com apresentação de Elizabete Mendonça; Quam artem exerceas?, apresentado por Tarcisio Buschinelli; Sobre a enquete operária de 1880, de Karl Marx, apresentado por Daniela Sanches Tavares; A Psicodinâmica do Trabalho e a Análise Coletiva do Trabalho, com apresentação de Laerte Idal Sznelwar. Leda desenvolveu a Análise Coletiva do Trabalho (ACT), método de estudo do trabalho feito em conjunto com os trabalhador
Esta obra pretende refletir sobre o Brasil que queremos em um horizonte de vinte anos. Comprometido com a efetivação do SUS e a melhoria da saúde pública brasileira, o livro discute temas como projeções do perfil epidemiológico do país, organização e gestão dos serviços de saúde. Para identificar tendências, construir indicadores e intervir na realidade, os autores utilizam as ferramentas da prospecção estratégica. “Prospectar o futuro é ter um programa de ação. É criar elementos para a articulação e indução de políticas econômicas e sociais, no interesse do desenvolvimento com equidade, fomentando o acesso e a inclusão de camadas excluídas, expandindo e assegurando direitos sociais às significativas parcelas da população que permanecem marginalizadas”, explicam os organizadores. “Tomando a realidade atual como ponto de partida e a materialização das aspirações como ponto de chegada, torna-se possível projetar futuros favoráveis ao desenvolvimento econômico e social, dos quais faz parte um patamar mais elevado de gasto público em saúde, compatível com a universalização do acesso, há tanto anunciada”. O livro integra um conjunto de publicações resultantes da iniciativa Brasil Saúde Amanhã, rede multidisciplinar de pesquisa, coordenada pela Fiocruz, com apoio do Ministério da Saúde.
Mulheres, raça e classe, de Angela Davis, é uma obra fundamental para se entender as nuances das opressões. Começar o livro tratando da escravidão e de seus efeitos, da forma pela qual a mulher negra foi desumanizada, nos dá a dimensão da impossibilidade de se pensar um projeto de nação que desconsidere a centralidade da questão racial, já que as sociedades escravocratas foram fundadas no racismo. Além disso, a autora mostra a necessidade da não hierarquização das opressões, ou seja, o quanto é preciso considerar a intersecção de raça, classe e gênero para possibilitar um novo modelo de sociedade.
O livro Saúde Coletiva e Epidemiologia é o primeiro volume da coleção Manuais para Concursos e Residências em Odontologia. Já em sua segunda edição, este manual traz resumo teóricos atualizados com as novas leis e diretrizes, mapas mentais e questões comentadas de provas recentes de concursos e residências sobre Saúde Coletiva e Epidemiologia em Odontologia, um dos tópicos mais cobrados nos processos seletivos.
Este volume é dedicado à reflexão sobre o complexo econômico-industrial da saúde (CEIS), a partir da proposição de que a articulação entre avanço tecnológico, desenvolvimento produtivo e promoção da saúde é fundamental para garantir efetividade na formulação de políticas públicas para o setor. Organizadores e autores do livro defendem a necessidade de conjugar conceitos de diversas áreas da ciência para o fortalecimento do CEIS, diante da profunda desarticulação das competências tecnológicas e produtivas e da perda de oportunidades para avançar na estruturação de um sistema público de saúde”, efeitos da condução neoliberal da economia que prevaleceu na década de 1990. Os cinco capítulos são apresentados como parte “de uma visão integrada, sistêmica e de economia política”, analisando aspectos relacionados à produção e inovação no âmbito do CEIS, e buscando consolidar bases políticas e acadêmicas para a construção “de um projeto nacional assentado no avanço social e da estrutura produtiva”. O livro integra um conjunto de publicações resultantes da iniciativa Brasil Saúde Amanhã, rede multidisciplinar de pesquisa, coordenada pela Fiocruz, com apoio do Ministério da Saúde.
A preceptoria de residentes para atuarem na expansão e fortalecimento das políticas de saúde é estratégica em países com sistemas universais de saúde, como Brasil e Espanha. Um contingente crescente de profissionais de saúde vem participando do processo ensino-aprendizagem-avaliação de residentes, muitas vezes sem o apoio institucional necessário para o desempenho desta função, em concomitância com aquelas relativas à atenção à saúde. O projeto investiga a experiência destes preceptores em programas inovadores no Brasil e na Espanha, e subsidiará estratégias de desenvolvimento profissional para preceptores. Em parceria do Instituto de Comunicação e Informação Científica Tecnológica da Fiocruz, do Instituto de Medicina Social da UERJ e apoio da Comisión Nacional de la Especialidad de Medicina Familiar y Comunitária, órgão assessor do Ministério da Saúde Español, e da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde do Ministério da Saúde, e Organização Panamericana de Saúde. Em 2011 foi realizada coleta de dados na Espanha, como parte do programa de Mobilidade de Docentes Brasileiros, em parceria da CAPES com a Fundación Carolina. Em 2014 teve início a ampliação do projeto para investigar quali e quantitativamente a preceptoria em programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade (Brasil e Espanha), Residência Multiprofissional em Saúde da Família, Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher e Residência em Enfermagem Obstétrica.
De todos os humanos, o negro é o único cuja carne foi convertida em mercadoria. Aliás, negro e raça têm sido sinônimos no imaginário das sociedades europeias. Desde o século XVIII, constituíram ambos o subsolo inconfesso e muitas vezes negado a partir do qual se difundiu o projeto moderno de conhecimento e também de governo. Será possível que a relegação da Europa à categoria de mera província do mundo acarretará a extinção do racismo, com a dissolução de um de seus mais cruciais significantes, o negro? Ou, pelo contrário, uma vez desmantelada essa figura histórica, todos nós nos tornaremos os negros do novo racismo fabricado em escala global pelas políticas neoliberais e securitárias, pelas novas guerras de ocupação e predação e pelas práticas de zoneamento? Neste ensaio ao mesmo tempo erudito e iconoclasta, Achille Mbembe empreende uma reflexão crítica indispensável para responder à principal questão sobre o mundo contemporâneo: como pensar a diferença e a vida, o semelhante e o dessemelhante?
É preciso garantir o direito. É preciso cuidar das pessoas. das etnias, dos mais vulneráveis e que o desenvolvimento não se traduza em impacto negativo na saúde das populações atingidas por esses empreendimentos. Alertamos que, diante de tão graves ameaças à vida na Amazônia, é necessário amplificar o debate: cancelar todos os projetos hidrelétricos para a Amazônia; diversificar a matriz energética brasileira aumentando investimentos em outras formas de energia, como as energias renováveis (eólica, solar e biomassa) para responder às demandas da sociedade; preservar os rios da Amazônia mantendo seus fluxos, para as populações ribeirinhas e para as atuais e futuras gerações; explorar racionalmente os recursos naturais; manter a floresta em pé e proteger os povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas e comunidades rurais, garantindo seus direitos.
As muitas mulheres negras presentes no romance Água de barrela, de Eliana Alves Cruz encontram no lavar, passar, enxaguar e quarar das roupas das patroas e sinhás brancas um modo de sobrevivência em quase trezentos anos de história, desde o Brasil na época da colônia até o início do século XX. O título do romance remete a esse procedimento utilizado por essas mulheres negras de diferentes gerações e que garantiu o sustento e a existência de seus filhos e netos em situações de exploração, miséria e escravidão. A narrativa inicia-se com a comemoração do aniversário de umas das personagens após viver um século de muitas lutas, perdas, alegrias, tristezas e principalmente resiliência. Damiana, personagem central para a narrativa, cansada das batalhas constante e ininterruptamente travadas pela liberdade, se vê rodeada por sua família e se recorda dos tempos de lavadeira.
O livro O jogo como prática de saúde é resultado de estudos iniciados em 2009 que buscaram articular três campos do conhecimento: a saúde, a comunicação e os jogos. Marcelo Simão de Vasconcellos, Flávia Garcia de Carvalho e Inesita Soares de Araújo nos trazem uma proposta inovadora: valorizar os jogos como prática humana e social e considerar seu potencial criativo para integrá-los às práticas de saúde. O ineditismo fez do livro o primeiro da coleção Fazer Saúde, que vem se somar às outras sete da Editora Fiocruz Antropologia e Saúde; Bioética e Saúde; Criança, Mulher e Saúde; História e Saúde; Loucura e Civilização; Saúde dos Povos Indígenas; e Temas em Saúde. Os autores privilegiam a análise dos jogos digitais, amplamente disseminados nas sociedades contemporâneas, mas pouco estudados além de duas categorias a de jogos educativos e a de instrumento de divulgação científica. Para isso, descrevem e discutem experiências como o uso de newgames sobre epidemias; os jogos voltados para grupos que vivenciam doenças de difícil abordagem, como crianças com Síndrome de Down ou autismo; e outros desenvolvidos pra pessoas idosas com o objetivo de reduzir o risco de Alzheimer. A discussão vai além do uso terapêutico dos jogos: trata da sua inserção em contextos sociais e culturais mais amplos e do envolvimento na experiência lúdica de grupos de referência.
Nestes quarenta anos de Reforma Sanitária houve avanços tanto no espaço simbólico, quanto no provimento concreto de leis, normas e serviços voltados para a defesa da vida das pessoas. Mas, ao mesmo tempo, o SUS ainda é incompleto e importante para superar exclusões e abusos que representam entraves para o atendimento dos interesses e necessidades de grande parte da população. Além do mais há degradação da qualidade de vida da maioria do povo, violência, quase ausência de políticas de saneamento e de habitação, exploração ampliada do trabalho e desrespeito à noção de cidadania.
A história da desigualdade de Pedro Ferreira de Souza é uma história dos ricos. Faz sentido olhar para o topo: uma parte imensa da renda está lá. Por essa razão, toda flutuação na renda dos ricos tem um peso desproporcional na evolução da distribuição total. Quando a concentração é muito alta, os ricos conduzem a dança. Conduzem, mas não ditam como deve ser o baile. Este livro encaixa uma peça importante no quebra-cabeças da história econômica brasileira. Com ele, aprendemos sobre quem ganhou mais e quem ganhou menos em quase um século de desenvolvimento. Trata-se do resultado de um trabalho cauteloso, que envolveu uma coleta de dados atenta, selecionou as informações mais precisas e usou as melhores ferramentas, a fim de apresentar a série histórica mais longa e completa sobre a desigualdade no Brasil.
Este livro de Clara D´Avila, Lucas Gonçalves, é um livro infantil, bilingue (português e espanhol), feito em homenagem/inspiração em Paulo Amarante, sobre a patologização e medicalização da infância. Ilustrações do artista espanhol Marcos Chica Diaz.