Subintitulado “um guia para a pesquisa de drogas com ação sobre o SNC, com ênfase nas plantas medicinais”, esta reunião de artigos de especialistas em psicofarmacologia é um livro prático, que serve como material de apoio para o planejamento e a execução de estudos na área. Contempla métodos clássicos e modernos, de modo que permita ao pesquisador o entendimento de cada um, suas limitações e possibilidades. Uma obra útil para todos os que trabalham com psicofarmacologia, especialmente aos que buscam novos agentes farmacológicos, sobretudo de origem natural. O volume reúne artigos de outros 28 pesquisadores vinculados aos departamentos responsáveis pelas mais importantes pesquisas em psicofarmacologia em diversas universidades brasileiras.
O livro é uma etnografia entre clientes e profissionais de clínicas de reprodução assistida. Com origem na tese de doutorado da autora, apresentada em 2004, ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia do Museu Nacional (UFRJ), analisa as novas tecnologias reprodutivas e a clonagem humana com base nas relações de parentesco e na noção de pessoa, tópicos fundamentais na antropologia. A reprodução como objeto de intervenção médica, as peculiaridades do campo de pesquisa sobre reprodução assistida, a família, o discurso biomédico, a construção cultural do corpo, as teorias da concepção e as noções de hereditariedade são temas discutidos ao longo dos cinco capítulos da obra.
Este livro critica a dominação da sociedade contemporânea pela racionalidade tecnológica; insensível e, portanto, impotente para enfrentar os conflitos e problemas engendrados por esta lógica. Valendo-se de estratégias e de recursos teóricos da psicanális
Dentre aqueles dedicados à pesquisa deslocada de psicanálise desde o Brasil, Rosana Onocko-Campos se destaca de modo especial. […] Esta psicanalista de esquerda argentina chegou ao Brasil tendo no país possibilidade de refúgio para a própria vida, com uma carga de esperança histórica e teórica radicais que encontrou aqui terreno de investigação e criação de uma política de saúde mental articulada a um questionamento histórico-teórico da própria psicanálise.
Saúde Trabalho Justiça: Poemas Longos e Curtos Ensaios e Tentativas
Os textos aqui reunidos apresentam um pequeno panorama da produção de dois psicanalistas que seguem a tradição freudiana de inquietar-se com a realidade e buscar na experiência clínica a produção da teoria. A cada desafio enfrentado na práxis clínica reinventar a psicanálise mantendo seu vigor e rigor, no cotidiano dos trabalhos nas instituições, no desenvolvimento das políticas públicas e no intercâmbio com colegas psicanalistas e de outros campos do saber. Nessa perspectiva, escrever a clínica é um ato ético e político. O relato de um caso ou de uma intervenção tão singular e única permite apresentar tanto a experiência desenvolvida quanto seus impasses, tropeços e avanços, possibilitando que, num segundo tempo daquele vivido na experiência, algo seja transmitido para além da vivência ou de um saber didático. Abordar as situações sociais críticas é ampliar os limites do dizível da experiência clínica psicanalítica, constituindo tanto um desafio que se impõe quanto uma responsabilidade assumida. Este livro é um convite à troca de ideais, a construção de novas abordagens metodológicas, que justifiquem a pertinência da psicanálise na cultura.
A privatização da moral é uma característica típica das sociedades juridicamente repressivas e economicamente liberais. O cidadão não tem o direito de fugir ao padrão ético predominante nas relações sócias reguladas e regulamentadas. Entretanto, essa mesma sociedade lhe oferece toda sorte de imoralidades na forma de prostituição organizada, propaganda sensual, espetáculos oníricos e literatura pornográfica.
O comportamento alimentar é, por excelência, uma área multidisciplinar e o conhecimento científico nessa área evidencia isso. O objetivo desta obra é abordar o comportamento alimentar mais do que como uma área multidisciplinar, mas, sobretudo, como uma parte do conhecimento interdisciplinar. Além disso, busca atualizar com novos dados clínicos e científicos surgidos na literatura nos últimos anos temas como Fisiologia e Neuroquímica do Comportamento Alimentar; Evolução do Comportamento Alimentar em Humanos; Estados Nutricionais e Comportamento Alimentar; Determinantes do Comportamento Alimentar e Imagem Corporal; Transtornos Alimentares; e Educação/Aconselhamento.
O grande desafio da educação no Brasil de hoje não consiste apenas em viabilizar a permanência dos alunos na escola, mas principalmente em fazer com que eles aprendam o que é ensinado. Dessa forma, é possível contribuir para o desenvolvimento e a capacitação daqueles que serão os cidadãos do futuro.Diante de tantas variáveis que impedem a concretização da melhoria na educação, a única certeza é que todos têm capacidade para aprender. E cada um aprende sob determinadas condições e de acordo com o próprio ritmo. Neste livro, os autores oferecem um panorama das principais contribuições da Psicologia à compreensão do processo de aprendizagem e à busca da eficácia da educação escolar. Detalham oito concepções diferentes, desde Skinner até Emilia Ferreiro, passando por Piaget e Vigotski.Os autores destacam, em cada uma das teorias apresentadas, elementos diretamente vinculados ao trabalho escolar, que possam servir de apoio efetivo ao educador no cotidiano da sala de aula. A obra é particularmente indicada para os cursos que formam professores.
Esta obra oferece conhecimentos atuais na área de Psicologia da Saúde, priorizando o diálogo mais próximo com a formação e a atuação crítica nesse campo. O livro é recomendado para estudantes de graduação e de pós-graduação em Ciências da Saúde, como Enfermagem, Medicina, Fisioterapia, Educação Física, Nutrição, Fonoaudiologia, Psicologia e Terapia Ocupacional. Trata-se de um importante material didático que também pode ser endereçado a docentes responsáveis por disciplinas de Psicologia em cursos de formação em saúde.
A Psicologia do Desenvolvimento pode ser entendida como a área de conhecimento que se interessa pelas mudanças constituídas ao longo da vida humana e que busca explicar os fatores que as produzem. Busca desvendar os caminhos traçados, as escolhas feitas, tudo aquilo que edifica o indivíduo em cada momento de sua vida. Ou seja, procura compreender como, por que e para que as pessoas mudam. Debruçando-se sobre essa fascinante área, os autores apresentam, neste livro, um panorama histórico e teórico sobre os estudos do desenvolvimento humano e dedicam capítulos específicos para a infância, a adolescência, a vida adulta e a velhice.Esta obra constitui uma importante contribuição para a formação de estudantes, profissionais e pesquisadores que já atuam ou que pretendem atuar com o desenvolvimento humano.
“[...] com o nosso olhar voltado para a relação entre conhecimento e cidadania, um grande desafio começou a se delinear: o de trazer à pauta de discussão, no contexto das diferentes áreas do conhecimento científico, a relação entre ensino, filosofia e cidadania, com o intuito de tornar explícita a possibilidade efetiva de considerar a responsabilidade humana e cidadã e pleitear que a instituição escolar assuma, por princípio, educar o cidadão e prover educação para a cidadania. Foi esse desafio que apresentamos a professores e professores pesquisadores de vários campos do conhecimento e de diferentes universidades brasileiras e do exterior. A adesão foi entusiasmada e tivemos então o privilégio de vê-los reunidos, nos dias 13, 14, 15 e 16 de novembro de 2008, em Brasília, no I Colóquio Internacional de Psicologia do Conhecimento – A educação científica e filosófica para a integração social, o diálogo intercultural e a cidadania. Nesse colóquio, professoras e professores pesquisadores de história, matemática, psicologia, física, química, literatura e filosofia assumiram o desafio proposto e expuseram suas ideias nas conferências e mesas redondas de discussão. Esse livro reúne e apresenta o conjunto dessa produção multidisciplinar, cuja caraterística fundamental é o diálogo entre ciências e a cidadania.”
O que pode a psicologia dentro de uma instituição carcerária para jovens? Em 'Psicologia e Adolescência Encarcerada', o autor aprofunda a denúncia e a compreensão das condições desumanas em que se estruturam essas instituições, buscando, por outro lado, construir e analisar alternativas possíveis para o atendimento à adolescência em conflito com a lei. Por meio da análise de entrevistas com adolescentes internos, motivações que conduzem a atos infracionais são relacionadas ao contexto histórico-cultural, questionando concepções individualizantes e ideológicas. Este livro apresenta experiências de atuação de um psicólogo junto a uma escola que funciona no cárcere. Restritas pela atmosfera asfixiante da prisão, atividades e reflexões conjuntas empreendidas pelo psicólogo e professores buscaram estabelecer ou intensificar espaços de educação como resistência à desumanização ali hegemônica. É possível humanizar esse atendimento?
Entre eles, o texto em homenagem a Marguerite Duras pelo seu romance O arrebatamento de Lol V. Stein, que permite a Lacan isolar o lugar determinante do olhar não como atividade do sujeito, do sujeito que vê, mas como objeto, como o que olha sem se ver, o que o fascina.
Em 'Psicologia e educação', Anna Maria Baeta nos convida a ingressar no universo teórico e conceitual da Psuicologia da Educação pela porta da experiência acumulada ao longo de décadas. É um texto encantador e consistente, baseado em muitos anos de investigação na área de psicologia e em outros anos de prática como professora de professores, na qual transpõe conhecimentos de um campo para outro.
O livro apresenta ao leitor uma vasta gama de temas envoltos na Psicologia abrindo seus pulmões para novos ares, com pesquisas que envolvem diferentes leituras e visões da realidade. Realidade essa recortada majoritariamente do sertão nordestino brasileiro, geografia que serve de pano de fundo para os estudos apresentados, como também estudos realizados em outros espaços
Como entrevistar um paciente? O que perguntar? Utilizar um questionário fechado ou deixá-lo falar livremente? Em que momento e como interrompê-lo? Como observar seu estado psíquico e emocional? O que fazer se ele chorar? Esses são exemplos de dúvidas comuns no dia a dia não apenas de estudantes de medicina, mas de muitos profissionais da área. A partir dessas e de outras questões observadas pelos autores em sua prática como professores da disciplina de Psicologia Médica na Universidade Federal de São Paulo, surgiu a ideia de escrever este livro, que reúne a teoria da área a exemplos práticos, proporcionando ao estudante a oportunidade de pensar sobre o fazer da medicina e a importância da relação médico-paciente no processo saúde-doença.
Esta nova edição revista do livro Psicologia na Educação chega até você, leitor, após diferentes profissionais - coordenadores pedagógicos, professores e alunos de curso de Pedagogia ou de Magistério envolvidos em processos de formação inicial e continuada - terem se debruçado sobre a versão anterior. A versão atual manteve a linguagem simples, direta e a estrutura de apresentação dos conteúdos do trabalho original, com pequenos acertos que a passagem do tempo requeria. Alguns trechos foram reescritos e algumas passagens novas foram redigidas. Isso se deveu, em grande parte, às leituras e discussões que circulam nos últimos anos entre os envolvidos com a questão educacional. A contribuição aqui posta busca fortalecer os olhares sobre a contribuição da Psicologia em sua intersecção com a Educação para essa temática tão importante e complexa.
Este livro enfeixa os trabalhos apresentados num simpósio de professores que atuam no campo da psicologia social comunitária. Trata-se de um novo terreno, explorado há pouco tempo pelos psicólogos, levando em conta não apenas a busca individual da auto-realização mas todo o jogo de relações em que a pessoa pode crescer e amadurecer.
Este livro é o resultado de pesquisas realizadas por alunos do Programa de Doutorado Interinstitucional Novas Fronteiras – DINTER NF – criado pela CAPES. Nessa coletânea, a parceria entre a UERJ e a Universidade Federal do Maranhão, produziu uma série de artigos que valorizam uma articulação de temáticas e horizontes teóricos entre as duas instituições atuantes no projeto.
A idéia que está na gênese da proposta é o consenso de que a teoria sócio-histórica representa uma possibilidade de analisar a pobreza, a desigualdade e a exclusão sociais naárea da Psicologia como fenômenos materiais e igualmente simbólicos, superando os reducionismos exclusivamente realistas ou substancialistas.
Originários do XIII Simpósio de Intercâmbio Científico em Psicologia da Anpepp, os cinco artigos contribuem para a discussão acerca dos processos de subjetivação e de suas relações com as culturas. Uma coletânea que auxiliará ao ensino de graduação em História da Psicologia, Psicologia, Psicologia Social e Psicologia da Cultura e aos apreciadores dos vários percursos e interpretações do pensamento psicológico.
Os movimentos sociais trazem novas questões à sociedade e aos intelectuais. Como funcionam, quais sãos seus objetivos e demandas? Este livro busca respondê-las ao discutir, a partir da Psicologia Política, as práticas de vários movimentos, como: o MST, a Parada LGBT, as Jornadas de Junho, o movimento guerrilheiro, o terrorismo, as políticas sociais e a lesbianidade na mídia.
Psicopatologia da vida cotidiana foi o primeiro sucesso editorial de Freud. Não à toa, pois nele o autor desvenda os mecanismos psíquicos de coisas que todos nós experimentamos em nossa vida cotidiana. Todos nós já passamos por situações embaraçosas nas quais esquecemos o nome de um conhecido, ou trocamos o nome de uma pessoa pelo de outra, ou esquecemos o que estávamos procurando, ou dizemos uma coisa querendo dizer outra, ou ainda quando nosso corpo se equivoca dessa ou daquela maneira. Neste delicioso livro, que contém cerca de 300 exemplos de sintomas sociais, Freud desvenda cuidadosamente os mecanismos inconscientes por trás de erros e equívocos aparentemente banais. Como resultado, o autor borra os limites entre o normal e o patológico, esvaziando a psicopatologia de qualquer conotação médica e aproximando, ao mesmo tempo, o inconsciente e nossa vida cotidiana. Além disso, como nada é por acaso, Freud investiga superstições e o determinismo de ações psíquicas aparentemente arbitrárias.
Integrante da coleção História e Saúde da Editora Fiocruz, a obra apresenta um estudo da trajetória de um personagem relevante e controverso na história biográfica da medicina e da psiquiatria brasileiras do século XX. A análise da vida de Antonio Carlos Pacheco e Silva 1898-1988 é feita levando em consideração as muitas contradições, tensões e singularidades do médico, militar e político. Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo FMUSP e da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo EPM/Unifesp, Pacheco e Silva acumulou, para além dos espaços acadêmicos, cargos políticos e empresariais, tendo participado ativamente de movimentos conservadores e eugenistas. O livro é um desdobramento da tese doutoral do historiador Gustavo Tarelow, defendida em 2019, na FMUSP. Dedicado às pesquisas sobre a história da psiquiatria paulistas e seus personagens, o autor investiga etapas fundamentais da trajetória de Pacheco e Silva. Ele mostra, por exemplo, a atuação do médico na fundação do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo e como diretor da Associação Psiquiátrica Internacional e do Hospital do Juquery. Tarelow revela também como o psiquiatra esteve diretamente envolvido em todo o processo que levou o português António Egas Moniz a receber o Prêmio Nobel de Medicina, em 1949, além de sua intensa participação em diferentes partidos e momentos do campo político nacional. Dividida em três capítulos, a obra agrega também importantes notas, referências e imagens, reunindo fotografias, documentos, páginas de jornais e outros materiais de acervo que ilustram as diferentes fases da vida do psiquiatra.
O PT foi o grande vencedor de eleições presidenciais da Nova República, produziu seu líder mais popular e, de certa forma, representa as vitórias e derrotas do Brasil no período. Talvez por isso, também tenha virado o bode expiatório dos defeitos do sistema para parte do público brasileiro. Com prosa brilhante e argumentação rigorosa, o sociólogo Celso Rocha de Barros passa a limpo meio século da história nacional e reconstrói a trajetória da mais amada e mais odiada de nossas agremiações políticas. Para além de esmiuçar as idiossincrasias da legenda, PT, uma história joga luz sobre as possibilidades e os limites da experiência da sociedade brasileira, uma democracia de alta desigualdade, com viés conservador.
O livro em questão examina o formato institucional híbrido da assistência à saúde no Brasil, em que coexistem um sistema público e um privado, com formas diferenciadas de acesso. A autora demonstra que tal arranjo híbrido não foi, como algumas pesquisas anteriores indicam, simples resultado de reformas e demandas privatizantes da década de 90, mas resultou de mecanismos institucionais estabelecidos desde a década de 60. A obra tem dois grandes méritos: é uma excelente sistematização do conjunto de informações, até então dispersas ou não trabalhadas pelos estudiosos, sobre o setor privado de saúde e revela uma radiografia abrangente e precisa deste segmento. Além disso, foge da visão simplificada e supera o formato descritivo dos estudos sobre o complexo sistema de saúde no Brasil, visitando o passado para ajudar a interpretar a natureza dual desse sistema.
Evocando o mantra “publique, apareça ou pereça”, os autores buscam trazer a realidade da produção acadêmica nos tempos da “sociedade do espetáculo”, criticando a atual produção do conhecimento e as consequências de sua mudança para uma categoria de análise. Dentre essas consequências, os autores destacam o produtivismo acadêmico, assim como o controle da pesquisa, o plágio, a necessidade de aparecer pela quantidade de publicações em mídias determinadas, e a emergência de um novo tipo de conhecimento cujo processo e resultados são induzidos de fora da universidade.
Erika Porceli Alaniz demonstra de forma brilhante, e com base num exaustivo levantamento de dados, que a qualificação para a empresa de autogestão é condição para a sua sobrevivência, uma vez que os trabalhadores, ao responderem pela gestão da fábrica, necessitam capacitar-se nos conteúdos que envolvem decisões de cunho administrativo, econômico e político.
Este livro traduz um encontro entre dois campos diferentes do conhecimento, mas que estabelecem um diálogo íntimo: a História e a Saúde. É resultado de investigações realizadas em centros de pesquisa brasileiros especializados em História da Saúde e agrega a escrita de pesquisadores de diferentes gerações. Por meio da sua leitura é possível acompanhar discussões sobre processos e sujeitos históricos, suas interfaces com marcadores sociais como classe, gênero e raça, em temas como assistência, doenças e suas implicações sociais, artes de curar e instituições de ensino, pesquisa e formação. No contexto atual, marcado por políticas neoliberais e pelo desmonte dos bens públicos de saúde, nada mais oportuno do que compreender como as pessoas lidaram com as questões de saúde no passado para nos situar e agir frente aos desafios da atualidade.
Resultado de uma dissertação de mestrado junto ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina, o livro pretende abordar o tema Promoção da Saúde vinculada a uma experiência ocorrida na área continental da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis). Nesta oportunidade podemos constatar nas entrevistas os conceitos de saúde e promoção de saúde e as transformações geradas por este grupo dentro desta comunidade. As análises feitas nos levam ao conceito de Promoção de Saúde onde o foco passa a ser a emancipação e a autonomia dos cidadãos, e a mudança comportamental se apresenta como conseqüência da transformação dos indivíduos.
Que mundo é este? é um trabalho de interpretação do fenômeno da pandemia no qual a filósofa Judith Butler opera a partir de seus próprios conceitos para analisar as formas de segregação impostas pela covid-19, valendo-se de seu próprio arcabouço teórico, já constituído ao longo de sua obra, justamente como instrumento de crítica a existência dessas formas de segregação. É necessariamente um livro sobre ética e política que dá continuidade – não sem nos surpreender – aos temas que emergiram de modo mais perceptível em sua obra. Para abordar o aspecto trágico da pandemia, Butler trata de destruição ambiental, pobreza, racismo, desigualdades globais, violência social – inclusive a violência contra mulheres e pessoas LGBTQI+. Na pergunta que dá título do livro está a expressão de espanto e indignação, motores de propulsão de quem ainda pensa e aposta que outro fim do mundo é possível.
De autoria coletiva e transnacional, os textos de Quem deve a quem? denunciam o endividamento como uma forma de violência econômica. Longe de ser um problema individual, uma consequência do fracasso pessoal ou da má gestão financeira, autoras e autores mostram aqui como a dívida é, na verdade, um mecanismo de acumulação do capital e de resiliência do sistema colonial: a dívida externa sendo a perpétua justificativa para políticas de austeridade e consequente desinvestimento em serviços públicos, e a dívida doméstica atingindo aquele mesmo sujeito-corpo explorado, expropriado e vilipendiado pela colonização; que “não tem propriedade porque historicamente foi construído como propriedade” e que é “racializado e sempre feminizado”. Além de profícuo material de denúncia, os dezesseis artigos que compõem esta obra oferecem exemplos de iniciativas de luta contra o domínio financeiro sobre nossa vida.
Introdução / Debora Diniz -- Tecnologias reprodutivas e direito: algumas conexões / Arryanne Queiroz -- Reprodução medicamente assistida: parentalidade contratual e biológica. Controvérsias e certificações / Diaulas Costa Ribeiro -- Acesso às tecnologias reprodutivas e princípios constitucionais: igualdade, pluralismo, direito constitucional de família e orientação sexual no debate bioético brasileiro / Roger Raupp Rios -- As tecnologias reprodutivas em um direito em movimento / Samantha Buglione.
Ao longo da primeira década deste século, a UFMG incentivou políticas de ações afirmativas para minimizar as desigualdades no acesso da população negra ao ensino superior. Em 2009, implementou a política de bônus, além de exigir uma autodeclaração racial. Porém, a partir de 2017, emergiram denúncias de fraudes, evidenciando uma incompatibilidade entre o modo como os candidatos se veem (autodeclaração) e o modo como os demais estudantes, de modo particular os negros, os enxergam (heteroidentificação). Como resultado desse movimento, a UFMG criou mecanismos complementares: os procedimentos de heteroidentificação racial; fundamentais no debate sobre as identidades raciais do brasileiro e do Brasil. Em um país onde se declarar, ou ser identificado como negro sempre foi visto como algo negativo, tal prática introduz duas perguntas inéditas: “Quem quer se declarar negro (preto ou pardo) no Brasil?” e “Quem pode se declarar negro (preto ou pardo) no Brasil?”
O livro Quem são os terroristas no Brasil? A Lei Antiterror e a produção política de um "inimigo público" aborda o ciclo atual do antiterrorismo internacional e sua incorporação pelo Brasil a partir da Lei 13.260/2016. A ação estatal sobre movimentos sociais e seus mecanismos de repressão e controle são os elementos que constituem a base da análise sociológica em questão.
A construção de uma política de drogas melhor, mais eficiente e mais humana passa, em primeiro lugar, pela mudança na maneira como debatemos o tema. Romper a cegueira e a censura que nos impedem de fazer as perguntas certas para buscar boas respostas é a mais urgente das missões para quem acha que nossa sociedade não lida de maneira adequada com o tema das drogas. O livro considera questões originais de jovens e potenciais consumidores, além de curiosos sobre o tema, em vez de debater ideologias de especialistas em saúde, criminalidade e política. Desse modo, a obra propõe à sociedade um novo debate com crianças e adolescentes, abrindo caminho para uma nova visão da política de drogas.
Quem tem medo do feminismo negro? reúne um longo ensaio autobiográfico inédito e uma seleção de artigos publicados por Djamila Ribeiro no blog da revista CartaCapital, entre 2014 e 2017. No texto de abertura, a filósofa e militante recupera memórias de seus anos de infância e adolescência para discutir o que chama de “silenciamento”, processo de apagamento da personalidade por que passou e que é um dos muitos resultados perniciosos da discriminação. Foi apenas no final da adolescência, ao trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra, que Djamila entrou em contato com autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes e não mais querer se manter invisível. Desde então, o diálogo com autoras como Chimamanda Ngozi Adichie, bell hooks, Sueli Carneiro, Alice Walker, Toni Morrison e Conceição Evaristo é uma constante. Muitos textos reagem a situações do cotidiano — o aumento da intolerância às religiões de matriz africana; os ataques a celebridades como Maju ou Serena Williams – a partir das quais Djamila destrincha conceitos como empoderamento feminino ou interseccionalidade. Ela também aborda temas como os limites da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil, além de discutir a obra de autoras de referência para o feminismo, como Simone de Beauvoir.
Hoje, depois de décadas de pesquisas científicas e questionamentos à indústria do fast-food, sabemos que os alimentos ultraprocessados são grandes promotores de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão, além de contribuírem para a destruição da natureza, já que se apoiam sobre monoculturas de commodities como soja, trigo, milho e cana-de-açúcar. Também sabemos que a comida de panela feita em casa com ingredientes frescos ou minimamente processados é a melhor opção para nutrir o corpo, fortalecer as culturas regionais e respeitar o meio ambiente. Mas, como questiona Bela Gil em seu novo livro, quem vai fazer essa comida? A partir da pergunta, a chef, apresentadora e ativista relaciona alimentação saudável, feminismo e trabalho doméstico, complexificando um debate ignorado pelos livros de receitas e programas de culinária. É a dona de casa, a mãe, a avó, a esposa, a empregada doméstica migrante, a mulher pobre e preta da periferia que continuará tendo que pilotar o fogão? E quem fará a comida dela, da família dela? Em Quem vai fazer essa comida?, Bela Gil critica a histórica desvalorização do ato de cozinhar, com raízes escravocratas, e reivindica o pagamento de salários para o trabalho doméstico, tema da obra de pensadoras como Silvia Federici. “Será que é certo que, para alguns poucos terem comida fresca e serem saudáveis e livres para correr atrás de seus sonhos, outros muitos tenham que se contentar com produtos ultraprocessados, que fazem mal ao corpo e ao planeta — isso quando não passam fome?”
Henrique Tahan Novaes, Angelo Diogo Mazin e Laís Santos nos apresentam este livro por eles organizado, e enriquecido com seus próprios escritos. O conjunto de textos está voltado sobretudo para a questão agrária no Brasil. No entanto, os mesmos têm um valor nacional e universal porque as temáticas e conceitos trabalhados, ao mesmo tempo em que captam as especificidades nacionais, operam também com categorias que são estruturantes da civilização burguesa.
Este livro vai na veia de uma das maiores contradições políticas de nossos tempos: diante de um governo que se abre e impulsiona o avanço do agronegócio no Brasil, o movimento social de maior peso em nossa história, cujo objeto de disputa é justo […] o direito a terra, trabalho e liberdade, se esmaece, freia suas intervenções e se vê enredado numa política de conciliação entre inconciliáveis. […] um livro que mapeia o que sempre fomos desde a colonização e o que sempre seremos sob as regras desse projeto societário baseado na ordem do capital, desigual e excludente por natureza […] que traça os nossos retrocessos no avanço, o nosso atraso na modernidade, ou o atraso que a modernidade é. Que nos mostra com clareza e argúcia que a acumulação primitiva é permanente num mundo em que acumular é a regra. Que, por vias indiretas, nos faz notar que a estratégia de encapsulamento e cooptação dos movimentos organizados, ao provocar certo apagamento da perspectiva progressista e, sobretudo, dos tensionamentos políticos por ela engendrados, encaminha o cenário para um recrudescimento do ultraconservadorismo, como, de fato, muito rapidamente se verificou no Brasil. MARISA AMARAL - UFU.
Versando sobre a questão clássica da liberdade e da necessidade, além de outros temas centrais da filosofia, como a natureza do bem e do mal, da justiça, do fundamento do poder político, dentre outros, o presente debate é um precioso documento histórico do confronto entre um religioso adepto da tradição escolástica e um filósofo partidário da ciência moderna nascente. A querela de John Bramhall com Thomas Hobbes, iniciada em 1645, é uma controvérsia entre duas personalidades fortes e opostas, bem indicativa da situação da filosofia e da teologia da época.
A obra é uma reunião de ensaios, não cronológicos, cuidadosamente selecionados pelos organizadores, que vão da biologia às ciências sociais, antropologia e história, com variados enfoques. Analisando discussões sobre o pensamento higienista e trajetórias da antropologia física no Brasil do século XIX, os artigos abrangem até as atuais correlações do pensamento racial com as tecnologias genômicas. Precioso material para quem estuda e se interessa pelas questões relacionadas à raça no Brasil.
Para nós, organizadoras desta obra, que atuamos como professoras/ pesquisadoras na universidade, instituição que se estrutura a partir de uma ordem colonial, é fundamental pensar a metáfora “Quilomba Feminista” como um espaço agregador de nossas diferentes experiências de mulheridades e transfeminilidades negras. O presente livro reúne produções intelectuais negras e transfeministas que apostam na produção de conhecimento em diálogo com a arte, com a poesia, com comunidades tradicionais, com movimentos sociais dentre outros territórios. Nesta Quilomba Feminista, ecoamos nossas vozes numa perspectiva feminista, descolonial e interseccional. O livro Quilomba Feminista: mulheridades e transfeminilidades negras em movimento emerge das possibilidades de encontros entre mulheridades e/ou feminilidades cisgêneras, travestis, transexuais e transgêneras negras que pensam seus modos de ser, estar e pensar o mundo a partir do (Trans)feminismo Negro. Para esse projeto de intelectualidade negra e (Trans)feminista a metáfora “Quilomba” demarca o modo coletivo como a obra é organizada, reunindo temas, problemas, perspectivas teóricas e metodológicas pensadas e experimentadas por nós, a partir de nossas mulheridades e transfeminilidades negras, de maneira a erguer nossas vozes, denunciar violências, contar nossas histórias, produzindo quilombagens (Trans)feministas. Os diálogos que emergem das lutas comuns entre os povos da diáspora africana e dos povos indígenas constituem uma vastidão de experiência e manancial de saberes em que pensamento, luta, cura e festa se interconectam. Amplificar esses diálogos, abrir passagens e promover equidade nas publicações, esses são os compromissos da coleção Diálogos da Diáspora.
Lançado originalmente há trinta anos e publicado no Brasil pela primeira vez, Raça, nação, classe traz ao leitor um profícuo debate sobre o racismo e sua relação com a luta de classes, o capitalismo e o nacionalismo. Como é possível que o racismo ainda seja um fenômeno crescente Quais são as características específicas do racismo contemporâneo. Esta obra tenta responder a essas perguntas fundamentais por meio de um diálogo entre o filósofo francês Étienne Balibar e o historiador e sociólogo estadunidense Immanuel Wallerstein. Ambos os autores desafiam a noção de que o racismo é uma continuação ou um retorno da xenofobia de sociedades do passado e o analisam como uma relação social indissoluvelmente ligada às estruturas sociais atuais o Estado, a divisão do trabalho e a divisão entre centro e periferia que são constantemente reconstruídas. Apesar de naturais divergências durante o diálogo, Balibar e Wallerstein enfatizam a modernidade do racismo e a necessidade de entender sua relação com o capitalismo contemporâneo. Acima de tudo, a obra revela as formas de conflito social presentes e futuras, em um mundo em que a crise do Estado é acompanhada por um aumento alarmante do nacionalismo, do chauvinismo e da xenofobia.
O livro é o resultado de debates e reflexões teóricas de pesquisadores brasileiros e britânicos sobre a negritude e etnicidade no Brasil e em outros países latino-americanos. A coletânea de textos restaura questões presentes em torno dos conceitos que permeiam a discussão sobre raça e consciência étnica, dialogando com temas como o fenômeno da construção de diferenças, genética, racismo e ativismo negro.
Às vésperas da defesa que marcou o coroamento desse trabalho fundamental para os nossos dias, Marielle Franco e Anderson Gomes eram assassinados. No caminho ao aeroporto para minha participação na banca na Universidade Federal de Uberlândia, passo pela Cinelândia lotada por manifestantes, protestando diante desse terrível fato. Quis descer e, lá, com eles, mostrar meu assombro e minha revolta. Percebi então que estava eu também a caminho de um ato público, em que uma mulher preta iria defender sua pesquisa que trata, justamente, do genocídio do povo preto.
Esta obra aborda a relação entre o racismo e a luta de classes na América Latina. Tem como objetivo central apontar o racismo como um determinante da superexploração da força de trabalho neste território. Pretendeu-se evidenciar que a permanência da negação ontológica do negro e do indígena é fundamental à reprodução das relações sociais capitalistas na América Latina: por suas origens coloniais e escravistas e, sobretudo, devido ao caráter dependente do capitalismo que aqui se desenvolve. Com base no materialismo histórico dialético e no pensamento social crítico latino-americano, buscou-se na formação econômica e social da América latina e, de maneira mais aprofundada, do Brasil - os elementos estruturantes que instituem e requerem a latente reprodução do racismo; almejando ir além da constatação das suas expressões para evidenciar a essência das contradições que o sustentam e são sustentadas por ele
A ideia central do livro do Professor Dennis de Oliveira é discutir o racismo para além dos comportamentos preconceituosos. A obra articula o conceito de racismo estrutural a totalidade histórico-social expressa concretamente pelas dinâmicas das relações sociais no capitalismo em sua etapa de acumulação flexível em um país da periferia global do capitalismo como o Brasil.
Neste volume da coleção Feminismos Plurais, pela primeira vez, a relação entre racismo e humor é aprofundada. Por um ponto de vista jurídico, o advogado, doutor em Direito, Adilson Moreira esmiúça os conceitos de racismo e injúria racial, explicitando o viés racista da Justiça brasileira quando sentencia que produções culturais, como programas humorísticos, que reproduzem estereótipos raciais não são discriminatórias por promoverem a descontração das pessoas.
Entre 2001 e 2010, a ativista e feminista negra Sueli Carneiro produziu inúmeros artigos publicados na imprensa brasileira. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil reúne, pela primeira vez, os melhores textos desse período. Neles, a autora nos convida a refletir criticamente a sociedade brasileira, explicitando de forma contundente como o racismo e o sexismo têm estruturado as relações sociais, políticas e de gênero.
Podem existir, de fato, turmas homogêneas? É possível produzir uma igualdade universal de seres humanos e promover igualdades universais para eles? O que dizer sobre a condição das diferenças entre os seres humanos? Que problemas encontramos no campo temático da inclusão que se coloca como divisor de águas no tempo e no espaço em que imigramos para uma educação de todos e para todos? E o que a diferença tem a ver com os processos educacionais dialógicos e inclusivos? Estes são alguns dos questionamentos que esta obra discute para além daquilo que já se encontra posto na esfera social. São desassossegos que demandam o re-inventar da inclusão no processo de ensinar e aprender da turma toda.
Da primeira revolução psiquiátrica a pineliana de 1793 -, que substituiu a metáfora possessão pela metáfora doença passando pela segunda, a das comunidades terapêuticas dos anos 1930, e pela terceira, a da psiquiatria comunitária ou psicofarmacologia do Pós-Guerra, talvez estejamos vivendo a quarta revolução da psiquiatria, quando a metáfora doença vai sendo substituída por outra igualmente complexa identidade. Já não está em relevo a exuberância dos sinais e sintomas equacionados pelas neurociências, mas os modos de viver a vida de pessoas doente sim, com limitações que muitas vezes, entretanto, seguem com seus contratos afetivos e sociais a cumprir. Este livro fala da reabilitação Psicossocial, à brasileira, como um novo tratado ético-estético que negocia uma clínica cuidadosa com inúmeras iniciativas de convívio, lazer, moradia e trabalho que favorecem trocas intersubjetivas e são também espaços de exercícios de cidadania ativa.
Reatando um fio interrompido: a relação universidade-movimentos sociais na América Latina” se aproxima da inspiração do movimento reformista de Córdoba (1918) ao olhar para atuação de pesquisadores(as)-extensionistas nas fábricas recuperadas, na agroecologia e na habitação popular. Ao mesmo tempo, o livro de Henrique Tahan Novaes se distancia da extensão universitária assistencialista e autoritária que impõe às classes populares uma forma de compreender o mundo e de desenvolver ciência e tecnologia. Este livro é parte do esforço do autor de encontrar, em meio aos escombros, as possibilidades de construção de alternativas tecnológicas para uma possível e desejável sociedade para além do capital.
Um livro valioso, que analisa com clareza o papel fundamental dos recursos humanos para a saúde e o desenvolvimento, bem como o contexto e o impacto da reforma sanitária e a relação entre as iniciativas internacionais, nacionais e locais em prol da mudança dos serviços de saúde. Além de examinar os antecedentes e os principais atores da área de recursos humanos e explicar com detalhes as negociações que visavam transformar em prioridade nacional a formação de recursos humanos e a distribuição dos trabalhadores de saúde no território, Recursos Críticos está apoiado em uma sólida pesquisa bibliográfica, testemunhos fascinantes e análise original, que fazem da obra uma contribuição significativa no campo da memória da saúde pública e uma ferramenta indicativa de perspectivas de futuro para trabalhadores na área da saúde. É uma pesquisa histórica de grande qualidade, voltada para a análise da cooperação Opas-Brasil, e um incentivo à realização de novos estudos sobre as interfaces entre a atuação de agências internacionais e os interesses nacionais, partindo do conceito de arenas ou espaços de negociação.
Passo a passo da pesquisa científicaFases da redação do artigo científicoComo redigir com proficiência um texto científicoComo alcançar publicaçãoA submissão do artigo científico a um periódicoA análise dos pareceristasO cuidado com a linguagem“Se você tem em mãos Redação de artigos científicos, de João Bosco Medeiros e Carolina Tomasi, é porque conhece – ou sentiu a necessidade de conhecer – as dores e as delícias do artigo. Não se preocupe, este livro vai ajudá-lo não só a escrever artigos, mas a ter uma visão atual, crítica e consequente sobre o papel do artigo na divulgação científica” (Jean Cristtus Portela).APLICAÇÃORecomendado para as disciplinas METODOLOGIA CIENTÍFICA e METODOLOGIA DE PESQUISA de cursos de graduação. Indicado para pós-graduandos e pós-graduados que têm em vista produzir artigos científicos e alcançar publicação em periódicos.
Um eficiente (e complexo) processo de conservação, armazenamento e distribuição - denominado rede de frio - garante a qualidade das vacinas que chegam às diversas salas de imunização do país. E este é um assunto de extrema importância, especialmente num contexto de ampliação das atividades do Programa Nacional de Imunizações (PNI), o que "requer dos profissionais constantes atualizações técnicas não somente sobre o imunobiológico, mas, também, a respeito de sua guarda e seu manuseio, da organização do sistema de vigilância e, especialmente, da organização e estruturação dos serviços, das fontes de recursos utilizadas etc.". Este volume "tem como objetivo proporcionar reflexões sobre conceitos e/ou práticas cotidianas inerentes aos serviços de saúde, no campo da rede de frio de imunobiológicos, instrumentalizando os profissionais com novos saberes e visão crítica no exercício de suas atividades".
Um eficiente (e complexo) processo de conservação, armazenamento e distribuição - denominado rede de frio - garante a qualidade das vacinas que chegam às diversas salas de imunização do país. A manutenção adequada da rede de frio é fator essencial para que se alcance o objetivo de imunizar as pessoas contra doenças infecciosas de grande relevância. Igualmente indispensáveis são a conscientização e a preparação dos profissionais encarregados da rede de frio, a quem esta obra especialmente se dirige. "É fundamental que a formação desses profissionais esteja em consonância com a proposta da vigilância em saúde, baseada na atenção básica e na reorganização das práticas sanitárias, com ênfase na integralidade do cuidado, sem perder o foco da importância do conhecimento técnico", afirmam as organizadoras. Este volume "destaca a necessidade do trabalho compartilhado e do planejamento para gestão eficiente da rede; ressalta o papel estratégico que o trabalhador da rede de frio desempenha nesse processo; e debate assuntos que vão desde o calendário vacinal até o gerenciamento dos resíduos resultantes das atividades desenvolvidas na imunização e na rede de frio de imunobiológicos".
A complexidade que envolve os aspectos sociais, ambientais e de saúde do Território de Manguinhos transforma a Rede PDTSP-Teias em exemplo programático de gestão eficiente de recursos financeiros e humanos voltados para a excelência no desenvolvimento de pesquisas de modo colaborativo entre gestores públicos, sociedade civil e academia. Os relatos das pesquisas apresentadas neste livro são apenas parte de uma gama extensa e resultados alcançados pelos pesquisadores e pela gestão da rede em uma longa e árdua caminhada no processo de desenvolvimento de todo o trabalho.
A regionalização da saúde com integração dos serviços assistenciais em redes é um dos desafios do Sistema Único de Saúde, desde sua criação. A integração sistêmica de serviços de saúde é uma necessidade reconhecida há muito tempo, basta lembrarmo-nos do Relatório Dawson que fazia essa proposição na Grã-Bretanha há mais de um século.
Propostas para melhorar a qualidade ambiental e de vida nas cidades através da estruturação e constituição das redes técnicas ambientais, enquanto estratégia metodológica para gestão das áreas verdes urbanas é o resultado da reflexão dos três temas principais presentes neste livro - espaço urbano, sustentabilidade urbana e redes técnicas, que foram estruturados nos capítulos do estudo apresentado.
Redes Vivas e Bolhas de Sabão é um escrito cartográfico de uma pesquisadora brincante em uma jornada de formação e transformação produzida no encontro com multiplicidades de viventes na construção de Redes de Cuidado em Saúde. É uma cartografia fruto de estudos de doutoramento, mas que vai além desses estudos pois remete ao modo de existir que começa do fervilhar das artes de quem dá seus primeiros passos ao som de frevo, maracatu e do carnavalizar nas ruas de Recife, capital de Pernambuco, no nordeste do Brasil. No decorrer da pesquisa, no encontro com as pessoas e processos, produziu-se a transformação da própria pesquisadora e de participantes desse estudo. O que nos uniu nesse caminho foi o cuidado compartilhado.
Este livro pretende fornecer exemplos de estruturas que incentivem a atenção à multidimensionalidade e à complexidade da vulnerabilidade de desastres. O livro também pretende promover o debate no Brasil e em todas as Américas sobre a vulnerabilidade aos desastres, analisando suas dimensões sociais, econômicas, ambientais, políticas, técnicas e institucionais.
Os artigos deste livro documentam as intensas lutas travadas por pessoas em todo o mundo contra as múltiplas formas de desapropriação às quais estão sujeitas. Na literatura esquerdista, tais lutas são, com frequência, descartadas como puramente defensivas. Mas essa visão está profundamente equivocada. É impossível defender os direitos comunais sem criar uma nova realidade, isto é, novas estratégias, novas alianças e novas formas de organização social. Uma mina é aberta, ameaçando o ar que as pessoas respiram e a água que bebem; perfurações são feitas em águas costeiras para extrair petróleo, envenenando o mar, as praias e as terras agrícolas; um bairro antigo é devastado para abrir espaço a um estádio — imediatamente, um novo perímetro é estabelecido. De um ponto de vista feminista, uma das atrações exercidas pela ideia dos comuns é a possibilidade de superar o isolamento em que as atividades reprodutivas são realizadas e a separação entre as esferas privada e pública, que tanto têm contribuído para esconder e racionalizar a exploração das mulheres na família e no lar.
Reflexões e Inovações na Educação de Profissionais de Saúde é o primeiro volume da Série Processos Educacionais na Saúde, cuja proposta é o estudo sistemático e ordenado de conclusões, experiências e inovações criadas a partir de iniciativas educacionais desenvolvidas por grupo de docentes em programas de graduação e pós-graduação na área da Saúde, no ambiente Sistema Único da Saúde - SUS. O trabalho é viva e expansiva expressão dos efeitos decorrentes que se iniciam a partir da interseção Educação e Saúde.
O que aconteceria se 30 pensadoras e pensadores das quebradas de São Paulo se reunissem para refletir sobre o atual momento e pensar propostas? O resultado é o livro “Reflexões Periféricas: propostas em movimento para a reinvenção das quebradas”. Fruto de uma longa pesquisa, o livro se divide em dez temáticas: cultura; gênero; habitação; participação popular; transporte; educação; infâncias; saúde; trabalho; violência, genocídio e racismo. Ao final, o texto nos apresenta um amplo painel dos dilemas e das potências das periferias, vividas, refletidas e escritas por quem está com os pés no chão e busca propostas concretas para nossa reinvenção.
A aposta na mudança da Clínica é central nessa pesquisa-intervenção que analisa modos de organizar as redes de atenção, buscando apresentar um conjunto de questões que dizem respeito às relações entre subjetividade e gestão em saúde. Ao mesmo tempo, revela os obstáculos à implementação de processos de mudança nas organizações, as dificuldades para se avançar na democratização do Sistema Único de Saúde (SUS).
O psiquiatra, em sua prática clínica, depara constantemente com situações terapêuticas complexas. Entre essas situações, há os pacientes com quadros refratários aos tratamentos convencionais ou com comorbidades que requerem conhecimentos aprofundados de terapêutica, de medicina geral e de interações medicamentosas para uma abordagem adequada.
Esta obra pretende apresentar os pressupostos teóricos e os resultados de uma pesquisa sobre os condicionantes da regionalização da saúde nos estados brasileiros. O trabalho permite apreender a dinâmica de funcionamento das instâncias federativas em âmbito estadual e suas interações com os processos de organização político-territorial do sistema de saúde. As análises apresentadas bucam sugerir dilemas e desafios para as políticas de saúde em sua interface com a região, o federalismo e o modelo de desenvolvimento socioeconômico no Brasil.
A obra produzida na UFG resulta do curso de Especialização Regulação em Saúde, sob coordenação da Faculdade de Enfermagem, e reúne estudos promovidos em conjunto com o Ministério da Saúde, Secretaria da Saúde do Estado e secretarias municipais de saúde de diversas cidades goianas
Este livro tem como objetivo primordial escutar e valorizar a voz daqueles que passaram por estas experiências radicais de visita aos campos do sem-fundo. Você, leitor, poderá acompanhar, em vários dos corajosos depoimentos reunidos aqui, os passos tortuosos, difíceis, mas firmes de várias pessoas que as têm vivido, revelando os caminhos trilhados e as conquistas.
Definitivamente, o Brasil não é para cardiopatas. Assim, Rômulo Paes-Sousa reflete a respeito dos últimos anos, em seu livro de estreia como cronista: “Relâmpagos e Tempestades – Crônicas de anos muito perigosos”. A obra reúne textos de sua autoria, que foram posts sobre momentos tão emblemáticos (quanto dramáticos) da recente história da democracia brasileira e, mais recentemente, da pandemia do novo Coronavírus. Dono de uma escrita sofisticada e de um olhar cirúrgico, suas crônicas impressionam pela precisão com que anteviram o desenrolar da política do país. Paes-Sousa se destaca por sua capacidade assertiva, aguçada e ponto de vista orgânico. Este é um precioso relicário, compilado a partir de suas missivas, outrora restritas a um seleto círculo de amigos. Sorte a nossa, que poderemos lê-las, enquanto aguardamos dias ensolarados.
À medida que a democracia brasileira enfrenta uma crise de legitimidade, crescem as divisões políticas entre cidadãos católicos, evangélicos e não religiosos. O que causou a polarização religiosa na política brasileira? A política religiosa fortalece ou enfraquece a democracia? Religião e a democracia brasileira – Dos bancos das igrejas para as urnas usa anedotas envolventes e se baseia em uma riqueza de dados de pesquisas e experimentos de pesquisa com clérigos, cidadãos e legisladores, para explicar as causas e consequências das “guerras culturais” do Brasil. Embora os partidos políticos criem conflitos de guerra cultural em democracias estabelecidas, no fraco sistema partidário do Brasil, os líderes religiosos, em vez disso, geram divisões. O clero alavanca a política legislativa e eleitoral estrategicamente para promover seus próprios objetivos teológicos e ajudar seus grupos religiosos a competir. No processo, eles geralmente lideram políticos e congregados. Em última análise, a política religiosa empurra a política brasileira para a direita e fragmenta ainda mais os partidos. No entanto, Religião e a democracia brasileira também demonstra que a política liderada pelo clero estabiliza a democracia brasileira e aumenta a representação.
Esta coletânea é resultado do Seminário Religião e Sexualidade Convicções e Responsabilidades, organizado pelo Centro Latino Americano em Sexualidade e Direitos Humanos/CLAM, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pelo Instituto de Estudos da Religião/ISER, em outubro de 2003. O formato desta publicação corresponde às exposições e debates do seminário.
Neste livro, são abordadas as dimensões relacionadas à Enfermagem, profissão que é tão nobre e, ao mesmo tempo, ainda tão estereotipada. Será que, no contexto hospitalar, a Enfermagem reconhece as suas atividades e suas tarefas como uma prática cidadã? Por que uma profissão de valor social inegável permanece com sua grandeza oculta por tanto tempo? Quais são os valores que permeiam o reconhecimento da soberania da profissão? Essa obra busca esclarecer para a nossa sociedade quem é realmente o profissional de Enfermagem, a fim de propiciar uma visão menos alienada e mais verdadeira da Enfermagem e promover a luta por mais reconhecimento dessa profissão e dos seus profissionais. Vamos gritar para o mundo que o homem não pode e nunca poderá viver sem a Enfermagem, sem os enfermeiros-anjos que compõem a equipe de uma das mais belas e brilhantes profissões do planeta Terra.
Como podemos refletir sobre o lugar que a mídia ocupa nas configurações das representações de saúdes e doenças? Diante dos muitos desafios e debates levantados pela pandemia do novo coronavírus, a proliferação da cobertura midiática de saúde passou a assumir um papel de grande importância no cotidiano global. É nesse contexto que Igor Sacramento e Wilson Couto Borges, pesquisadores e professores do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), lançam Representações Midiáticas da Saúde.
A ideia do livro Reprodução assistida e relações de gênero na América Latina, surgiu a partir do Grupo de Trabalho número 34, da última Reunião de Antropologia do Mercosul, realizada no Uruguai em 2015. A ocasião permitiu uma reflexão que impôs às organizadoras o desafio de sistematizar e atualizar o debate em torno de um conjunto de questões que vêm se modificando com as tecnologias conceptivas em reprodução assistida e com as tecnologias de preservação da fertilidade. A relevância desta iniciativa reside no fato de persistir, apesar de iniciativas nesta direção, uma quase ausência reflexiva nos espaços diversos da sociedade e, particularmente, na academia, na qual sempre emerge secundarizado em relação às demais problemáticas relacionadas à experiência reprodutiva. Do ponto de vista público falar sobre reprodução humana parece ser assunto secundário. Dificilmente os discursos em torno das práticas, ou do tema, se conectam aos desafios demográficos, sanitários, de cuidado, de políticas públicas ou aos desafios e controvérsias legislativas a estes relacionados. Tampouco apresentam conexões com os arranjos familiares necessários ao processo de tratamento, ou com as discussões no campo da sexualidade, da bioética, da filiação, do parentesco, do direito, das políticas públicas e ou das próprias pesquisas dos profissionais das clínicas e dos pesquisadores de diferentes áreas. Somando-se a estas as relações com a indústria farmacêutica, da circulação de gametas, úteros e embriões. Isto significa que o tema da reprodução e do desejo de filhos, de casais homossexuais e heterossexuais e das pessoas solteiras que querem ter filhos, parece configurar-se, ainda hoje, como de foro privado e íntimo, ainda que as pesquisas no âmbito das ciências sociais já tenham indicado sua relevância social e apontado as dimensões éticas, políticas, econômicas e socioculturais implicadas.
A revolução digital está causando impactos tão profundos sobre a humanidade quanto em outra era causou a Revolução Industrial. O que chamamos de capitalismo tem as suas raízes na industrialização, que envolveu transformações nas técnicas e nas relações sociais de produção, com o trabalho assalariado e o lucro do capitalista, além de um marco jurídico centrado na propriedade privada dos meios de produção. Com a revolução digital ,que envolve uma expansão radical das tecnologias, bem como a generalização da economia imaterial, a conectividade global, o dinheiro virtual e o trabalho precário, a própria base da sociedade capitalista se desloca. Em particular, a apropriação do produto social por minorias ricas, porém improdutivas, já não exige geração de emprego e produção de bens e serviços na mesma escala; ela passa pela intermediação do dinheiro, do conhecimento, das comunicações e das informações privadas. Onde a fábrica imperava, hoje temos as plataformas em escala planetária, que exploram não só as pessoas — através do endividamento, por exemplo, mas também as próprias empresas produtivas, por meio dos dividendos pagos a acionistas ausentes (absentee owners). O presente estudo se concentra precisamente nas transformações ocorridas naquilo que chamamos de modo de produção capitalista. A atividade industrial permanece, sem dúvida, como permaneceu a atividade agrícola diante da Revolução Industrial; mas o eixo de dominação e controle já não está nas mãos dos capitães da indústria, e sim nas de gigantes financeiros como BlackRock, de plataformas de comunicação como Alphabet (Google), de ferramentas de manipulação como Meta (Facebook), de intermediários comerciais como Amazon.(...)
A inclusão social de doentes mentais em serviços substitutivos à internação em hospital psiquiátrico é tomar consciência das inúmeras dificuldades que a população atendida vivencia neste processo e é, também, uma fonte de sofrimento para os profissionais, o que fica evidente quando o Doutor Cesar Augusto Trinta Weber, com seu talento, descreve os Residenciais Terapêuticos: O dilema da Inclusão Social de Doentes Mentais. Ao mesmo tempo, visualiza-se a possibilidade de constituir espaços onde se possa minimizar o sofrimento vivenciado com este contato muito imediato com as circunstâncias que produzem adoecimento. Com efeito, estudos têm apontado que estratégias educativas e terapêuticas são eficazes no sentido de acolher questões entendidas enquanto necessidade de enfrentamento potencializada através da reflexão sobre atividade cotidiana. Se, por um lado, isso é compreendido como a necessidade de mudança de atitude, por outro a própria diversificação das estratégias de assistência exige um processo de desenvolvimento profissional que não se observou estar sendo realizado de forma sistemática.
Escrita a partir de uma bem-sucedida experiência desenvolvida com 1.923 adolescentes cariocas, esta obra tem como objetivo mostrar a capacidade dos jovens de lidar de maneira positiva com as adversidades da vida, como perda de pessoas queridas e violência. Essa capacidade de superação dos problemas é denominada resiliência. Entre os temas abordados neste livro, destacam-se a importância do apoio da família e do meio social no enfrentamento dos momentos difíceis e a capacidade potencial que todas as pessoas têm para desenvolver a resiliência em maior ou menor grau.
Responsabilidade Individual Frente às Mudanças Climáticas Globais objetiva compreender o papel da participação do consumo individual no fenômeno global climático. Para tal, busca por um conceito de responsabilidade que reconheça a contribuição antropogênica no processo de alterações climáticas e igualmente satisfaça aos nossos anseios morais por uma concepção de justiça cosmopolita.
O objetivo deste livro é contribuir para a ampliação do campo de percepção e de consciência crítica dos gestores de saúde, dos líderes empresariais e dos estudiosos pesquisadores sobre o papel da responsabilidade social e ética em saúde, diante da complexidade de se administrarem organizações na área da saúde. O papel da responsabilidade social, da ética e dos valores humanos, bem como o conceito de governança corporativa em empresas de saúde são alguns dos pontos abordados neste livro.
Este trabalho propicia uma rica análise sobre o processo de institucionalização da questão ambiental no Brasil, a partir do estudo de um dos maiores e mais emblemáticos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC. Entre a redenção socioeconômica do Nordeste e do Semiárido e a condenação à morte do Rio São Francisco, o debate público se apresentou de modo acalorado entre os que se posicionaram a favor e contra à sua realização.
A reflexividade, tema que perpassa toda a obra de Bourdieu, é posta em foco neste livro. Este livro reúne textos de Pierre Bourdieu sobre a necessidade de uma ciência social reflexiva, ou seja, que analisa a si mesma e seus métodos. É uma leitura essencial para aqueles que buscam uma ciência crítica, consciente de seus limites e capaz de contribuir para a transformação social.
Retorno ao ventre é um apelo a todos nós. Depois de terminar a leitura me vi relembrando as emoções que senti caminhando por essas páginas. A dor e o conforto, sempre a passos leves, mesmo num terreno muito espinhoso. Mas o que não faltou nessa estrada foram raízes fortes e profundas. Jr. Bellé não teve medo de mergulhar na terra. Sua poesia fala de passado, mas inextricavelmente de presente, já que o hoje está amarrado ao ontem, assim como a história do Sul do Brasil não se separa da história Kaingang. É necessário voltar.
Livro que apresenta abordagens inovadoras em saúde mental e atenção psicossocial. Publicada originalmente em inglês, há quase 15 anos, a obra Dialogical Meetings in Social Networks Karnac Books, 2006 ganha, pela primeira vez, uma tradução para o português. Escrito pelos professores finlandeses Jaakko Seikkula e Tom Erik Arnkil, o título recebeu, na versão brasileira tradução de Vera Ribeiro, a revisão técnica de Paulo Amarante e Fernando Freitas, pesquisadores titulares da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca Ensp/Fiocruz. Eles enfatizam a importância da chegada do volume que já foi traduzido em mais de 15 idiomas ao público brasileiro, e reforçam o caráter inovador da obra em um contexto em que a reforma psiquiátrica no país ganha novas dimensões. O livro chega num momento muito importante em que nós estamos redefinindo e repensando a atenção em saúde mental e a atenção psicossocial, fundamentalmente para aquelas pessoas denominadas com psicose, afirma Paulo Amarante
Um "movimento de pessoas" lutando por mudanças na maneira de olhar o paciente, a medicina e a política no setor. Uma verdadeira Reviravolta na Saúde, começada no movimento estudantil, no interior de movimentos médicos e na própria academia. Sarah Escorel detalha o início do movimento sanitário no Brasil, a partir do governo Figueiredo. Para isso, utilizou não somente documentos, mas depoimentos. É a história contada pelos próprios atores.
Em 1888, a vitória da causa abolicionista, materializada por uma lei imperial, ajudou a propalar a mitologia histórica de que a libertação dos escravizados ocorreu sem lutas e derramamento de sangue. Os ensaios reunidos por João José Reis e Flávio dos Santos Gomes neste livro comprovam justamente o contrário. Embora a história dos quilombos já possua bibliografia ampla e bem estabelecida, as revoltas e conspirações nas senzalas, modalidade mais aguda e violenta da resistência negra, têm sido menos estudadas e compreendidas. Até a abolição, milhares de cativos e cativas se irmanaram para protestar e, na maior parte dos casos, resistir violentamente contra a tirania escravista.
Para Stefano Mancuso, o verdadeiro potencial para a solução dos problemas que nos afligem está nas plantas. Sua autonomia energética, ligada a uma arquitetura cooperativa, distribuída, sem centros de comando, faz delas seres vivos capazes de resistir a repetidos eventos catastróficos e de se adaptar com rapidez a enormes mudanças ambientais. Ao revelar a capacidade das plantas de aprender, memorizar e se comunicar, o cientista fundador da neurobiologia vegetal propõe um novo modelo para pensar o futuro da tecnologia, da ecologia e dos sistemas políticos. XII Prêmio Galileo de escrita literária de divulgação científica 2018
Poucas descobertas causaram tamanho impacto na medicina. Por mais de um século, o radiodiagnóstico vem sendo de fundamental importância para a atenção à saúde humana. Contudo, essa nova tecnologia não trouxe consigo apenas benefícios. Neste livro, publica-se a análise do controle de riscos em radiodiagnóstico e seus condicionantes, considerando o marco regulatório vigente e a identificação dos diversos atores implicados nessas práticas.
Esta obra é um retorno à teoria da democracia e à crítica da economia política de Rosa Luxemburgo, com descobertas reveladoras. A razão antidogmática da autora tem permitido a abertura de caminhos críticos, avessos à ortodoxia, e, dentre eles, o primeiro percorrido aqui discute a relação entre capitalismo e dominação política. Apreensiva com os riscos de autoritarismo na Rússia revolucionária, Luxemburgo reflete sobre a relevância da democracia no socialismo. Com isso, levanta questões sobre a participação de baixa intensidade do Estado burguês e a necessidade de alargar as instituições à maioria popular, como condição de mudança social. O segundo caminho desvela a complexidade da teoria luxemburguista da acumulação do capital. Para a autora, a dinâmica capitalista sempre esbarra em limites que bloqueiam a possibilidade de efetivação do mais valor criado. Para superá-los, recorre a espaços não capitalistas que, violentamente tomados, podem realizar a mais-valia por completo. Nos textos aqui apresentados, diferentes gerações se confrontam com essas duas discussões; ora são críticas, ora entusiastas. O resultado é um reexame consistente que mostra a importância de Luxemburgo para entender as violências do capitalismo, hoje escancaradas entre nós. Nascida de um experimento didático às vésperas do novo autoritarismo brasileiro, esta obra transbordou para análises experimentadas. Uma reunião que reconhece a força de Luxemburgo para o pensamento e lutas sociais. Conforme o chamado de Eduardo Galeano, o sapato de Rosa foi recolhido. E que ele continue a ser recolhido cada vez mais.
O livro conta a trajetória de Rosa Parks, mulher que, depois de ser presa por ocupar um assento de ônibus reservado para pessoas brancas, deu início ao clamor popular que acabou com a política racista no transporte público dos Estados Unidos. O texto aborda temas fundamentais do período de segregação racial nos Estados Unidos e a parceria de ativismo entre Rosa e Martin Luther King.
O objetivo desta obra é fornecer um entendimento global dos determinantes da ocorrência das infecções relacionadas com a assistência (IRA) e disponibilizar as ferramentas básicas necessárias e suficientes para que o gestor possa estruturar um sistema operacional seguro que consiga atender as necessidades de todas as partes.
Com uma linguagem inédita em seu gênero, a obra traz uma conversa entre os dois autores sobre doenças da alma, como melancolia, inveja, culpa, além de abordar o poder mítico do médico, o poder da cura pela palavra e a questão da felicidade que parece ser, como diz Guimarães Rosa, “ um raro momento de distração”. Uma leitura fluente e inspiradora, indispensável para todos os que, de vez em quando, gostam de parar para refletir sobre as grandes e pequenas questões da vida
Um dos grandes desafios para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) é a distribuição geográfica dos profissionais e serviços de saúde. Compreender tal desafio e fornecer subsídios para enfrentá-lo são os objetivos dos autores, nesse estudo. A distribuição desigual reflete outro problema: a concentração dos serviços de saúde e das escolas médicas nas regiões economicamente mais favorecidas, facilitando a permanência dos profissionais, depois de formados, no Sul e Sudeste, apesar da expansão dos postos de trabalho no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Quatro programas de interiorização são analisados: o Projeto Rondon, o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (Piass), o Programa de Interiorização do SUS (Pisus) e o Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde (Pits). Este último, por ser uma iniciativa inédita do Ministério da Saúde, é avaliado em detalhes em um dos capítulos.
Orientado pelos pensamentos de Heidegger, o autor propõe nesta obra uma visão própria do delírio. Ele defende que a questão do delírio, se pensada de modo compreensivo, inaugura um novo sentido de ser homem.
Esta obra tem como fio condutor as experiências e os saberes conjugados entre trabalhadores e pesquisadores, na investigação de problemas de saúde relacionados ao trabalho. O compartilhamento de saberes esteve presente em todo o processo de sua feitura. A procura de uma multivocalidade dialógica buscou romper com as hierarquias tradicionais de pesquisa e autoria, sob predomínio do saber científico oficial.
Saberes da floresta é o segundo título da Coleção Insurgências, que nasce com o objetivo de partilhar e fazer girar reflexões e práticas comprometidas com formas diversas de pensar o mundo, as relações, os modos de aprender e de ensinar. Neste livro, a produção poética da educadora e pesquisadora Márcia Wayna Kambeba, indígena Omágua/Kambeba, se apresenta como um fio que abre caminhos, promove aproximações entre saberes diversos, amplia possibilidades de visões de mundo e incita novas formas de ensino e aprendizado.
A construção do livro Saberes das lutas do Movimento Negro Educador se deu em uma encruzilhada de vidas e trajetórias. Os diálogos são marcados pelos olhares, experiências, lugares de fala, militância, trajetória pessoal e acadêmica, vivências duras de preconceitos, racismo, sexismos, LGBTQIA+fobia e machismos, como também pelas lutas, conquistas e vitórias. As políticas de ações afirmativas e as transformações por elas geradas no meio acadêmico, na gestão, na inserção de sujeitos pertencentes aos coletivos sociais diversos e tratados como desiguais em nossa sociedade permearam as análises, pois são parte da experiência de todos. Quer seja como docente, discente, militante houve uma concordância durante os encontros que deram origem a esta obra: a profusão de saberes com os quais as Ciências Sociais e Humanas lidam atualmente é resultado da presença ativa, indagadora e insurgente dos sujeitos diversos, cujo direito de estar na universidade e em outros lugares hegemônicos da sociedade foi possibilitado pela implementação das ações afirmativas como política de Estado e, em especial, pela modalidade cotas raciais e sociais.
O livro discute os saberes que servem de base aos professores para realizarem seu trabalho em sala de aula. São criticados os enfoques anglo-americanos que reduzem o saber dos professores a processos psicológicos, assim como certas visões européias tecnicistas que alimentam atualmente as abordagens por competência e também se posiciona de forma crítica em relação às concepções sociológicas tradicionais que associam os professores a agentes de reprodução das estruturas sociais dominantes.
Reunindo vinte e um artigos agrupados em quatro seções, respectivamente sobre violência, políticas discursivas, relações de poder e de trabalho e movimentos sociais, o livro reflete o grande leque de temas e assuntos que caracterizam o campo de pesquisa dos estudos de gênero.
A coletânea de artigos deste livro, fruto da heterogeneidade de inserção dos seus autores no campo da saúde pública, busca refletir sobre o acesso das pessoas em situação de rua aos serviços de saúde bem como da abrangência social que o enfrentamento do crack, álcool e outras drogas por parte de populações em situação de vulnerabilidade social exige. A compreensão dos determinantes sociais e das políticas públicas que configuram esta realidade, a par com o conhecimento da sua face epidemiológica e organizacional, em especial dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) é a contribuição maior trazida pela sistematização e debate das experiências dos Consultórios na Rua apresentados nesse livro
Neste livro temos a intenção de publicizar o processo de trabalho realizado pelos alunos da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/FIOCRUZ) constituída e desenvolvida em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde do Município do Rio de Janeiro (SMS-RJ), do Município de Mesquita e o Ministério da Saúde. A proposta é apresentar esse percurso formativo na Atenção Primária à Saúde em um contexto sem precedentes: a pandemia de COVID-19 e seu impacto sobre a vida e a saúde das famílias brasileiras, especialmente àquelas em maior situação de vulnerabilidade. Essa publicação busca apontar os caminhos percorridos pelos residentes em saúde da família, nos seus cenários de prática, em que profissionais de diferentes categorias profissionais – enfermeiro (a), dentista, nutricionista, farmacêutico (a), psicólogo (a), profissional de educação física e assistente social – junto com as equipes de saúde da família, gerentes e comunidade, precisaram rever e adequar processos e práticas, a fim de garantir o cuidado em saúde para populações de territórios extremamente vulneráveis, da cidade do Rio de Janeiro e Mesquita, durante o percurso mesmo da pandemia.
Partindo do pressuposto teórico de que a relação dialética entre os três elementos que, segundo Henri Lefebvre, compõem a vida cotidiana - trabalho, família e lazer - é uma relação que se manifesta em sua negatividade, no universo dos excluídos sociais, e, portanto, só existe através das representações por eles construídas, o presente estudo tem como objetivo analisar essas representações pela mediação da categoria trabalho, no sentido de compreender sua dupla determinação, tanto no processo do ruptura do cotidiano, quanto na possibilidade de restabelecimento do mesmo, para um grupo de albergados da Cidade de São Paulo.
O amor foi de fato ridicularizado — não apenas a mensagem para “amar seus inimigos”, da revolução não violenta encabeçada por Martin Luther King, mas também a mensagem de construir amor-próprio, autoestima saudável e comunidades amorosas. Como a busca por poder subsumia a busca por libertação na luta antirracista, havia pouca ou nenhuma discussão sobre o propósito e o significado do amor na experiência negra, do amor na luta pela libertação. O abandono de um discurso sobre o amor, de estratégias para criar uma base de autoestima e autovalorização que reforçasse as lutas pela autodeterminação, proporcionou o enfraquecimento de todos os nossos esforços para criar uma sociedade na qual a negritude pudesse ser amada por pessoas negras, por todo mundo. A difamação do amor na experiência negra, em todas as classes sociais, tornou-se terreno fértil para o niilismo, para o desespero, para a violência terrorista contínua e o oportunismo predatório. Isso tirou de muitas pessoas negras a ação positiva necessária se quisermos nos autorrealizar coletivamente e ser autodeterminados. Muitos dos ganhos materiais gerados pela luta militante antirracista têm tido pouco impacto positivo na psique e na alma de pessoas negras, pois a revolução interior, que é a fundação sobre a qual construímos o amor-próprio e o amor pelos outros, não aconteceu [...]
Neste novo romance, Itamar Vieira Junior se reafirma como um dos maiores contadores de histórias da língua portuguesa. Em Salvar o fogo, o autor baiano constrói uma narrativa em que nos tornamos íntimos de seus personagens e nos comovemos com suas trajetórias tão particulares. O centro da trama é ocupado por Luzia do Paraguaçu, mais uma de suas criações inesquecíveis ― uma mulher que busca na coragem o caminho para ultrapassar as maiores injustiças. Órfão de mãe, Moisés encontra afeto em Luzia, estigmatizada entre a população por seus supostos poderes sobrenaturais. Para ganhar a vida, ela se torna a lavadeira do mosteiro da região e passa a experimentar uma vida de profundo sentido religioso, o que a faz educar Moisés com extrema rigidez. Épico e lírico, com o poder de emocionar, encantar e indignar o leitor, Salvar o fogo nos mostra que os fantasmas do passado de uma família muitas vezes não se distinguem das sombras do próprio país.
As letras de contestação às desigualdades sociais e de resistência ao autoritarismo, e outros tipos de desmandos, já vinham desde antes do samba. Porque a história da música popular brasileira se confunde, em muitos aspectos, com a luta do “povo sofredor” por sua autodeterminação. E é também, muitas vezes, a crônica das desigualdades, cada vez mais gritantes, que flagelam as camadas subalternas da população brasileira, no seio da qual o samba nasce/renasce a cada década, desde o “Pelo Telefone”, em 1917. Nesse panorama, a dialética ação/reação gera movimentos e espaços de resistência, nos quais a cultura popular, tendo o samba como um dos principais baluartes, vocaliza o fenômeno. Assim ocorreu, na Bahia oitocentista, quando o povo preto se apropriou da Festa do Bonfim, criada pela Igreja, e a formatou ao seu jeito, com seus sambas e suas comidas; da mesma forma que ocorreu com a Festa da Penha, em terra carioca. A enumeração é longa. E chega até a década de 70, com a reação dos “pagodes de fundo de quintal”, a fundação do Clube do Samba, liderada pelo compositor e cantor João Nogueira, e a criação do GRANES Quilombo, comandada pelo já legendário sambista Candeia. Pois é disto, entre outros assuntos e por outros caminhos, que cuida este livro: do inestimável patrimônio cultural que se encerra na tão simples quanto diversificada rubrica “Samba”: dos espaços sempre resistentes que este samba semeou da Bahia para o Rio de Janeiro, e daqui para todo o Brasil e, mesmo, algumas partes do mundo. Além disso, os textos abordam o trabalho de alguns criadores exemplares, tanto pelo talento, quanto pela coragem de seu posicionamento ideológico e sua ação política. Tal qual ensinaram Paulo da Portela e outros “pais” do Samba; em lições que os autores desta obra aprenderam e nos transmitem muitíssimo bem. Nei Lopes MOSTRAR MENOS
A declaração da Assembleia Geral da ONU de 2010 denuncia grave violação de um direito humano essencial: grande parte da população do mundo vive em condições precárias de acesso a bens e serviços essenciais. Esse quadro poderia ser minimizado e até evitado se fosse possível oferecer saneamento básico a todos. Neste livro, quatro profissionais atuantes nas áreas de engenharia sanitária e saúde ambiental propõem um novo olhar sobre a tríade ‘desenvolvimento, ambiente e saúde’, com o objetivo de formular estratégias inovadoras para garantir o acesso mais amplo ao saneamento. Fatores como o modo de vida da população, as condições socioeconômicas e a cultura servem de base na busca por soluções capazes de combinar tecnologia e gestão sociocultural. “O modelo de gestão deve ser adequado à tecnologia utilizada e às características socioculturais da população. Não é mais aceitável, como tem sido corrente, a imposição de soluções que, por não considerarem a coerência com a cultura e as condições de habitabilidade das pessoas, geram ônus de manutenção para as mais pobres.”, destacam os autores no texto de apresentação do livro.
A cara do mundo muda mais a cada dia. Riscos e incertezas se multiplicam. Oportunidades também. E muitas destas mudanças se refletem no modo de trabalhar. “Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra...”, disse o poeta inglês John Donne séculos atrás. Nesse sentido, a Saúde Pública não é uma ilha isolada e não está imune a essa avalanche de mudanças. E Jussara mostra com primor neste livro como isto tudo reflete no fazer diário dos sanitaristas. E ela não faz isso apenas teorizando, traz a vida como ela é, na voz de sujeitos e seus fazeres. Afinal de contas, as mudanças não se dão no abstrato, elas têm cara, ação e coração. Este livro lhe ajudará a refletir sobre o seu fazer em saúde e, na medida do possível, transformá-lo. Boa leitura! — Marco Akerman Universidade de São Paulo
O livro foi publicado em 1990, quando o setor saúde, conforme palavras do autor (…) “está sendo contemplado por uma das maiores barbaridades que já se realizou neste país, com o seu campo de atuação, no âmbito governamental (…). O veto do Presidente, no fundo, teve como meta impedir o futuro, e procurou manter “presentificado” o nosso passado conservador, elitizado, mesmo que, com isso, mutile a imensa maioria dos brasileiros.” O principal objeto do estudo foi a busca da compreensão desse “mundo”, das decisões e formulações no campo das ações governamentais em saúde e revelar como a realidade do passado se faz ainda presente.
Sob o pretexto de construir a biografia do médico sanitarista Geraldo de Horácio Paula Souza (1889-1951), a socióloga e urbanista Cristina de Campos aborda neste livro dois momentos importantes por que passou a sociedade paulista - a mudança no conceito de saúde pública e a mudança do urbanismo em São Paulo, quando a cidade, em plena década de 1920, transformou-se em metrópole.
Organizada pelo pesquisador Marcílio Medeiros (Fiocruz Amazônia), editado pela Editora da Universidade do Amazonas (Edua) e financiado pelo Programa de Apoio a Publicações Científicas (Biblos) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), a obra é uma reunião de artigos que representam as inquietações dos trabalhadores que atuam nos órgãos de saúde e de meio ambiente dos municípios do Estado do Amazonas e de Roraima, perante os desafios postos pelo atual contexto político, social e ambiental da região.
Saúde Baseada em Evidências: Conceitos, Métodos e Aplicação Prática resgata a deficiente literatura existente no Brasil sobre o tema. Sua publicação chega no melhor momento, na medida em que estende a Saúde Baseada em Evidências (SBE) a disciplinas interligadas pelos conceitos e princípios baseados em evidências. Com isso, cria-se uma verdadeira rede de conhecimentos. A SBE agora é multidisciplinar. Seus autores representam as melhores e mais referenciadas instituições acadêmicas do país. São médicos, epidemiologistas, docentes, pesquisadores, psicólogos, ?psicoterapeutas, odontólogos, jornalistas de saúde, bacharéis e advogados, administradores e, por último, mas não esquecido, o mais importante de todos: o paciente.
Jean-Paul Sartre. Assim, sem retoques, sem disfarces, com suas lutas, polêmicas e ideias insubmissas: uma pessoa, um profissional, um intelectual que perseguiu a liberdade e não se subordinou a dogmas nem se moldou a padrões. Este Sartre e a imprensa, de Dênis de Moraes, vai além do título. Como diz José Paulo Netto, que assina as orelhas, este livro traça “o perfil do Sartre total”. Aqui se conhece, se reconhece e mesmo se surpreende com Sartre, em suas várias facetas como jornalista, intelectual, filósofo, escritor. Já destacava Carlos Nelson Coutinho que “além de excelente biógrafo, Dênis de Moraes é um dos mais lúcidos analistas brasileiros dos fenômenos da comunicação de massa”. E nesta obra o autor chega mesmo a se superar, com pesquisas minuciosas, inclusive no ambiente parisiense, historiando, detalhando, revelando este “Sartre total”. Desde a atuação pormenorizada de Sartre na imprensa, sua resistência ao fascismo e sua insubordinação a todos que gostariam de tolher sua expressividade – de partidos a governantes –, este livro descreve o segundo pós-guerra, os desdobramentos do maio de 1968 e se aprofunda em várias análises sobre o pós-68. Com linguagem clara e envolvente, Dênis de Moraes faz esse intrigante personagem saltar das páginas do livro e se mostrar ao leitor. E como conclui José Paulo Netto, em seu texto nas orelhas, aqui está “o retrato de corpo inteiro do último intelectual público do século XX”.
O livro trata do contexto do sistema e das políticas de saúde bucal no Brasil. Os autores compreendem a saúde bucal em suas várias dimensões, transitando do biológico ao social e ao psicológico e analisando suas implicações políticas. Eles reuniram e anal
O livro Saúde Coletiva e Epidemiologia é o primeiro volume da coleção Manuais para Concursos e Residências em Odontologia. Já em sua segunda edição, este manual traz resumo teóricos atualizados com as novas leis e diretrizes, mapas mentais e questões comentadas de provas recentes de concursos e residências sobre Saúde Coletiva e Epidemiologia em Odontologia, um dos tópicos mais cobrados nos processos seletivos.
A Série Concursos Médicos constituí trabalho inédito e original, que se destaca na profusão de livros que procuram contemplar a preparação de candidatos a concursos médicos. A didática deste trabalho foi construída por especialistas em Pedagogia e Comunicação. Seu conteúdo, elaborado por docentes de diversas faculdades brasileiras, foi organizado pelo Editor do Volume. Cada um segue o modelo didático da Série, cujo Coordenador é o Professor Irineu Francisco Delfino Silva Massaia, Docente da Faculdade de Ciências Médicas da Faculdade de São Paulo. Na construção didática do presente volume - saúde Coletiva e Atenção Primária à Saúde -, chamam a atenção ícones, como: (1) o que representa uma informação de destaque no texto; (2) o que se destina a recomendar informação extratextual; (3) o voltado para reforçar algum conceito; (4) o que anuncia algum termo relevante ao tema do capítulo; (5) o objetivado para o despertar da reflexão nos alunos, e, finalmente, (6) o último, que se conecta com leis, decretos e portarias. Seu conteúdo, está organizado nos seguintes eixos e temas: condições de vida e saúde, recursos humanos em saúde, políticas de saúde e organização dos serviços de saúde, violência e causas externas, trabalho e saúde e atenção primária à saúde. Saúde Coletiva e Atenção Primária à Saúde apresenta 1 Coordenador da Série, 1 Editor do Volume, 35 Colaboradores, 6 seções, 25 capítulos, num total de 240 páginas. Seu público-leitor é formado por candidatos a concursos médicos, especialistas e residentes em Saúde Público e médicos de família.
A pandemia trouxe um novo desafio relacionado aos procedimentos odontológicos, uma vez que os aerossóis emitidos durante o atendimento podem contaminar a equipe de profissionais e atingir as superfícies, necessitando de atenção adicional quanto à biossegurança, alerta a organizadora da obra Sílvia Helena de Carvalho Sales-Peres. Além de abordar a biossegurança, o livro oferece ao leitor uma visão macro da Saúde Coletiva, desde a assistência coletiva e organização da atenção à saúde, passando por modelos assistenciais de atenção, trazendo orientações sobre metodologia da pesquisa e comunicação científica, entre outros temas, como: o sistema de saúde nacional e suas estratégias de saúde da família; a qualidade de vida dos indivíduos; a epidemiologia das doenças bucais; a gestão e o planejamento em Odontologia com estratégias em saúde coletiva e políticas de saúde, além de gestão privada, com ênfase em marketing, empreendedorismo e inovação para o mercado de trabalho do cirurgião-dentista. Métodos preventivos de aplicação dos fluoretos e fissuras labiopalatinas também são apresentados em relação à epidemiologia e seus aspectos odontológicos, com relatos de casos inéditos.
Este livro analisa os Movimentos da Saúde Coletiva, no Brasil, e de Promoção da Saúde, no Canadá. Ao comparar as distintas abordagens o estudo detecta coincidências em relação à afirmação da importância do social na determinação do processo saúde/doença e discordâncias em relação ao significado do 'social'. Aponta, igualmente, diferenças significativas em relação ao lócus de priorização das ações em saúde e ao seu posicionamento em relação à mudança do statu quo e à produção do sujeito. Conclui preconizando que o modelo da Saúde Coletiva - arcabouço teórico por exelência do SUS - deva ser constantemente submetido à crítica e à atualização destacando as contribuições de categorias como 'qualidade de vida' 'empowerment', 'território-processo', 'co-gestão', 'micropolítica do trabalho vivo' e 'Clínica Ampliada'. Balizando e dando sentido a estas noções encontra-se a necessária afirmação da 'saúde enquanto um direito de todos e um dever do Estado' e de que a produção de saúde é, sempre, um processo de co-produção de sujeitos.
Comemorativo dos 35 anos de atuação da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, este livro traz 11 capítulos de pesquisadores e estudiosos que fazem parte dessa história. A coletânea privilegia os grandes eixos da política da Abrasco sem deixar de lado as diferentes áreas temáticas em que atuam seus associados. Trata-se de um registro fundamental do caminho trilhado desde o início da sua atuação, num período político bastante complicado no Brasil, até os dias de hoje, quando ainda há tantos desafios a serem vencidos na área da saúde coletiva. A história da Associação é contada também através de ícones: recuperam-se documentos preciosos como fotografias de personagens e de momentos marcantes, além de materiais de divulgação que pontuam a trajetória da Abrasco.
Saúde coletiva: intelecções sobre espaços de produção do cuidado fomenta reflexões sobre as ações e os serviços de saúde ofertados no cenário brasileiro, tendo por base o campo da saúde coletiva, cuja essência visa à oferta de práticas cuidativas direcionadas ao sujeito, à família e à comunidade, na ótica da singularidade e multidimensionalidade do ser. A obra reúne uma série de textos que apresentam possibilidades para a promoção, proteção e recuperação da saúde, tendo como eixo estruturante o cuidar científico, ético e sensível. Em decorrência da escrita acessível, esta leitura torna-se uma fonte excelente para os profissionais da saúde e a sociedade em geral, podendo incentivar a reorientação de atitudes atreladas à melhoria da qualidade de vida.
Saúde coletiva: políticas, epidemiologia da saúde bucal e redes de atenção odontológica é mais um livro da Parte Temas Interdisciplinares. Assim como os demais livros da Série, a obra faz uso da linguagem didática para apresentar seu conteúdo fundamental: as políticas de saúde, a epidemiologia e a organização de redes de atenção em saúde bucal.
O livro consiste em uma coletânea atualizada e ampliada de textos sobre múltiplos aspectos da Saúde Coletiva, ressaltando princípios conceituais e metodológicos desse campo de saberes e práticas sociais. Seu foco está nas necessidades e problemas de saúde das populações e nas respostas sociais organizadas para atenção, intervenção e superação dessa problemática e seus desdobramentos no contexto de práticas de saúde realizadas em sociedades com alto grau de desigualdades. Saúde Coletiva – Teoria e Prática 2º Edição, destina-se aos iniciantes que estão se introduzindo nesse campo científico e âmbito de práticas, principalmente a alunos de graduação, de especialização, residentes, mestrandos profissionais nos primeiros módulos do curso e candidatos a processos seletivos da pós-graduação senso estrito.
O livro Saúde da mulher: o olhar de um grupo de pesquisa mostra que a atenção às mulheres tem por objetivo promover atenção integral e de qualidade à saúde das mulheres em todas as nuances do seu ciclo de vida, considerando diversas questões como: identidade de gênero, idade, raça/etnia, orientação sexual e fatores sociais, econômicos e históricos que têm impacto direto na saúde e vida das mulheres.
Saúde da População Negra no ABC: Diálogos Com o Movimento Social a Partir da Prevenção das DST/Aids
Com um enfoque atualizado e preciso sobre o tema, o título é "fruto da produção híbrida de uma migrante boliviana e trabalhadora do Sistema Único de Saúde e de uma pesquisadora de alto nível no fascinante campo da saúde global". As pesquisadoras abordam a situação atual da mobilidade humana no mundo e da imigração no Brasil, a saúde como um direito humano para as comunidades de migrantes e refugiados, além de resumos sobre as experiência realizadas na Secretaria de Saúde do município de São Paulo, que contemplou rodas de conversas e sensibilização entre gestores e trabalhadores da saúde em unidades com grande fluxo de migrantes internacionais.
Nesse encontro de vidas, o livro: Saúde e (In)visiblidades de Mulheres Transexuais e Travestis: Insurgentes no/para o Serviço Social, surge frente a emergência dos chamados novos movimentos sociais. Tem como objeto de investigação a análise das dimensões da saúde e (in)visibilidades de mulheres transexuais e travestis. A teoria queer respalda tal trabalho, amparado pelo princípio da pluralidade e respeito às expressões teóricas, presentes no Código de Ética Profissional, tendo como objetivo geral analisar as dimensões da saúde e (in)visibilidades de mulheres transexuais e travestis.
Este livro trata de um tema pouco estudado pelos pesquisadores brasileiros: a saúde da população carcerária, em particular, sua saúde mental. Configuram e orientam este importante trabalho os seguintes pontos: uma breve historia das prisões enquanto instituições; os dispositivos legais nacionais e internacionais que regem o tratamento dos presos; o conceito de atenção psicossocial que deve ser incorporado à assistência aos apenados com problemas mentais; o perfil dos presos; as condições ambientais, demográficas e sociais; as condições de saúde em geral e de saúde mental; os problemas de acesso a propostas de prevenção e tratamento; e as consequências da (des)assistência sobre a ressocialização e reincidência nos crimes. – Texto extraído do prefácio de Maria Cecília de Souza Minayo.
Um mergulho no futuro da assistência à saúde. Creio ser esta a maneira de melhor descrever o que o leitor encontrará neste livro. Terá a oportunidade de perscrutar o Big Data e outras novas tecnologias sentir as transformações que essa emergência está trazendo à prática da saúde. Mas todas essas mudanças serão inúteis sem a discussão do acesso ( e das deformações produzidas pela via da judicialização) e das suas fontes de financiamento. O texto aborda ainda os reflexos dessa revolução tecnológica na vida médica e o surgimento de um novo sujeito do processo de atenção - " o paciente protagônico."
Esta obra foi concebida como um diálogo entre as problemáticas que ocorrem no Quebec e aquelas que preocupam o Brasil. Ela apresenta um panorama das questões de saúde dos dois países e às quais todos os países devem responder para que, no século XXI, cada cidadão possa ter acesso aos tratamentos quando deles precisar, e para que a saúde pública seja levada em conta nas políticas públicas.
Este livro foi idealizado a partir de nossas conversas sobre a multiplicação de estudos que o tema saúde-educação tem motivado no Brasil entre historiadores e outros pesquisadores que estabeleceram uma interação com a história. Esses estudos, com diferentes enfoques teóricos, segundo nossa perspectiva, precisavam ser reunidos em uma coletânea que fosse composta de trabalhos de historiadores, educadores, médicos e cientistas sociais. [...] Esta coletânea foi organizada com a pretensão de reunir pesquisas e reflexões que, com diferentes perspectivas e objetos específicos, traduzem essa diversidade.
este livro é o fruto do trabalho de uma equipe colegiada que desde janeiro de 1997 dirige o processo de construção do sistema Único de saúde sus no município de chapecó. grande parte dos problemas que se enfrentam em chapecó são comuns a outros municípios, e os resultados obtidos merecem ser difundidos pois contribuem para o debate das possibilidades de intervenções locais nas condições de saúde e de vida dos cidadãos. três atores foram fundamentais neste processo de construção partilhada: os usuários do sus, os trabalhadores da saúde e a equipe dirigente da secretaria municipal de saúde. dos diferentes olhares, interesses e práticas destes atores os objetivos foram sendo alcançados, algumas metas foram revistas, e assim realizaram-se mudanças significativasno sistema local de saúde.
Apresenta análises sobre os modos como o campo jornalístico produz sentidos e representações sobre a saúde e a doença no contexto contemporâneo. Aborda as implicações das narrativas jornalísticas na construção do cuidado com a saúde; na preocupação com epidemias e com os riscos de adoecer e sofrer; na obsessão pelo bem estar e pela boa forma; e nas percepções sobre o SUS e os serviços públicos de saúde. Discute também teorias e procedimentos analíticos para o estudo da mediação jornalística no contexto da cobertura de temas da saúde.
Cuidadoso trabalho de pesquisa histórica e sofisticada e inovadora abordagem sociológica que esquadrinha as ações da Divisão Sanitária Internacional da Fundação Rockefeller no Brasil, em particular na sua efetiva articulação com os serviços sanitários estaduais, na formação de escolas de saúde pública, na organização de serviços de saúde e na formação profissional ao longo da primeira metade do século XX. Tendo São Paulo como principal foco, a obra também ilumina a trajetória profissional de Geraldo Horácio de Paula Souza, importante sanitarista nacional. A narrativa e interpretação da autora têm implicações muito mais abrangentes do que as instituições e personagens que analisa.
Para que se produzam as mudanças necessárias de modo que a vigilância sanitária se constitua, efetivamente, numa prática de proteção e defesa da saúde, deve-se examinar a história e o desenvolvimento das políticas de Vigilância Sanitária especialmente desde os anos 1970. Sob uma perspectiva histórica, a partir de 1976, quando foi criada a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, as políticas de Vigilância Sanitária são examinadas com método inovador. Utilizando-se de minucioso levantamento da legislação sanitária, de projetos de leis, notícias de jornais e entrevistas com dirigentes do órgão federal, acrescido de análise de análise que emprega conceitos de Estado, governo, políticas de saúde, burocracia e representações de interesses, esta obra é estimulante leitura sobre a elaboração e realização de políticas de Vigilância Sanitária, desde a instituição do Sistema de Saúde que acaba de completar treze anos de esforços rumo a completa efetivação.
O contexto concreto do estado do Rio de Janeiro, com sua desigual distribuição de benefícios entre pessoas e municípios, é o cenário desta coletânea. Com números, entrevistas, análises históricas e institucionais, o objetivo do livro é tratar o tema das políticas sociais no Rio de Janeiro em duas perspectivas. A primeira é a análise das políticas de saúde segundo a abordagem da gestão política, do papel do Poder Legislativo e da regionalização estadual. A segunda apresenta os desafios da gestão das políticas territoriais na ótica federativa, destacando o papel do governo estadual, contam as organizadoras. A abordagem das políticas de saúde em uma perspectiva metodológica multidisciplinar se destaca na coletânea. A proposta é incluir novas modalidades de análise para compreender os processos de implementação de políticas sustentadas no direito universal à saúde. Este é o caso das políticas públicas territoriais, como moradia, urbanização e acesso a serviços de diferentes naturezas. Trata-se de desconstruir a gestão política que produz uma permanente repetição do que fazer político e construir sobre outras bases a atuação política dos gestores, explicam. Segundo as organizadoras, o governo estadual não pode se furtar a formular sua política de ordenamento territorial visando à diminuição dos efeitos negativos da forte concentração espacial na execução e efetividade das políticas sociais.
Saúde e previdência: estudos de política social é um trabalho de pesquisa acerca de uma importante área do desenvolvimento social no Brasil, analisada em sua evolução histórica, desde os anos trinta até o presente momento, em que a capitalização de medicina e o sistema previdenciário surgem como grandes temas no debate nacional.
´Saúde e Sociedade, originalmente a tese denominada ´Medicina e estrutura social - o campo da emergência da medicina comunitária´, procurou desenvolver um quadro teórico mais preciso sobre a medicina comunitária, que deveria ser entendida como projeto de organização da prática médica, para uma modalidade particular de articulação entre as diferentes agências e instituições encarregadas das práticas de saúde, bem como com os grupos sociais aos quais as práticas de saúde são destinadas. Este livro compõe-se das partes - Medicina e estrutura social; Medicina Comunitária; Um novo objeto e uma nova estratégia.
Patrick Paul apresenta uma reflexão aprofundada sobre a pluralidade disciplinar e sobre as relações entre conhecimentos científicos e saberes não acadêmicos, tema bastante atual considerando que o exercício profissional implica a participação de diferentes abordagens e de múltiplos olhares. A clarificação das relações e das diferenças epistemológicas entre a medicina científica e uma abordagem amplificada, transdisciplinar, pode revelar-se fecunda. A descoberta da pluralidade de pontos de vista possibilita uma visão mais aberta e mais global do sujeito, enfatizando a importância da subjetividade nas práticas dos cuidados médicos. A educação terapêutica, como uma concepção de saúde que associa a objetividade científica e a subjetividade das pessoas, apresentada ao final deste livro, poderá favorecer a compreensão dessas novas abordagens de modo mais concreto.
Este livro examina a caminhada do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – CEBES e propõe uma reflexão a respeito de ideias sanitárias e concepções políticas que o nortearam; apresenta a história da entidade e de seu periódico, a revista Saúde em Debate ao longo dos dez primeiros anos —1976 a 1986 (hoje no número 105). Na análise das suas fases, são discutidos os desafios e a complexa teia da formulação de um sistema único e descentralizado de Saúde. O estudo, na interseção da História Política com a Cultural, é referência indispensável para quem busca conhecer o Movimento da Reforma Sanitária Brasileira e olhar o seu futuro.
O livro faz uma incursão no presidencialismo de coalizão do Brasil e revela, por meio de dados de doações de campanhas, indicações, laços pessoais e de análise de normas regulatórias, como as conexões políticas e econômicas determinaram as disputas políticas e os rumos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela regulação dos planos de saúde no país, no período 2000-2017. A pesquisa de Marcello Baird evidencia que, ao longo dos 17 anos pesquisados, houve uma mudança na correlação de forças da agência, que passou de um período de hegemonia sanitarista (2000-2009), em que havia uma regulação mais rígida de proteção ao consumidor, para um de predomínio liberal (2010-2017), mais favorável ao empresariado do setor.
Existem diversos conceitos que fazem parte do nosso cotidiano e que, apesar de evidentes para os nossos sentidos e intuição, são muito difíceis de se definir - como o de saúde, por exemplo. Sabemos quando estamos saudáveis, mas explicar em palavras o que, afinal, é saúde é uma tarefa que tem mobilizado séculos de pesquisa em medicina. Para responder a essa pergunta, o cientista Francisco I. Bastos percorre as diferentes dimensões de grandeza da matéria - partindo do “mundo do muito pequeno” até chegar ao “muito maior do que eu” - para explicar as diversas lógicas que regem cada escala de nossa vida. Analisando aspectos químicos, biológicos, psíquicos e sociais, Bastos delineia os contornos básicos da vida humana por meio de uma refinada sensibilidade para as singularidades da sociedade e da cultura contemporâneas, percorrendo com sua prosa cativante as mais importantes discussões da atualidade para expor os fundamentos da vida e, em especial, de sua árdua conservação num mundo repleto de doenças e outras ameaças ambientais.
No âmbito da saúde, evidencia-se a necessidade de novas abordagens que levem em conta a relação do local com o global/universal. Composta por processos muito dinâmicos no tempo e no espaço, e pautada por valores como ética, justiça e solidariedade, a saúde global é um campo com grande potencial de crescimento e cada vez mais atrai a atenção de instituições acadêmicas. Este livro descreve o surgimento desse campo de estudos e apresenta algumas definições do termo saúde global; contextualiza a saúde ambiental global e discute os problemas ecológicos de maior vulto enfrentados pela humanidade; enfoca alguns dos determinantes sociais das doenças não transmissíveis; mostra que as doenças infecciosas ainda constituem questões relevantes e urgentes no âmbito mundial; e aborda algumas questões socioambientais e de saúde transfronteiriças no nosso continente. O livro, portanto, apresenta as bases formadoras da saúde global e busca despertar interesse e vocações para o campo, onde os atores da área da saúde devem atuar em conjunto com as próprias comunidades e com profissionais de outros setores, como direito, agricultura, meio ambiente, engenharia, diplomacia, sociologia, antropologia, geografia e comunicação. “Argumenta-se a favor de compromisso com todos no mundo, em relações não assimétricas, em que o conhecimento e a cultura de todos os povos tenham contribuições válidas, que possam se somar na construção da saúde global, como ciência emergente”, afirma a autora.
Neste livro, são analisados conceitos sobre a saúde global sempre levando-se em conta que o olhar histórico é fundamental para compreender os desafios das políticas de saúde. O termo saúde global costuma ser usado em resposta a eventos novos, como epidemias internacionais que atingem países ricos e pobres. Mas, afinal, saúde global e saúde internacional são ou não diferentes? O professor e pesquisador Marcos Cueto não se dedica a encerrar o debate, mas sim a estudar os termos saúde internacional e saúde global, investigando a trajetória de mudanças e continuidades das agências e programas internacionais envolvidos com a saúde da população durante o período de 1850 a 2010. Para ele, “este livro expressa a esperança de que o estudo da história da saúde global seja de utilidade para os encarregados da elaboração de políticas públicas e para os estudiosos dos sistemas de saúde em todos os países, auxiliando-os no controle das doenças alimentadas pela pobreza”.
Compreender a atual política pública de saúde indígena à luz de seus antecedentes: com este objetivo, pesquisadores de diferentes especialidades e regiões do país se reuniram para produzir esta coletânea, que busca aumentar a visibilidade das vozes indígenas no cenário sociopolítico brasileiro. Os capítulos oferecem um panorama bastante consistente sobre o campo da saúde indígena no Brasil. O livro analisa o contexto político e institucional que originou o SUS e, particularmente, o Subsistema de Saúde Indígena.
Quisemos neste volume 10 da coleção trazer à tona os relatos vivos e encarnados de casos e causos, mostrar como e com quais referências as práticas contemporâneas vêm organizando-se na Rede de Atenção Psicossocial Brasileira (Raps). E pôr em evidência que essa rede é tecida de inúmeros dispositivos e serviços e alicerçada em bons repertórios teóricos. Optamos aqui pelo destaque dos serviços tipo Caps, em suas diferentes modalidades, dos leitos de Saúde Mental em Hospital Geral e de equipamentos e estratégias ligadas à Atenção Básica pela função intrínseca que a clínica tem em sua fundação e manutenção, sem com isso negar que diferentes perspectivas terapêuticas e de clínica(s) também podem produzir-se em outros pontos de atenção.
O objetivo central do livro é contribuir para o entendimento das dimensões e estratégias do campo da saúde mental e atenção psicossocial, bem como para a análise dos caminhos e tendências das políticas brasileiras nessa área. Na publicação, o autor faz uma reflexão sobre o percurso que vai das bases da psiquiatria e do manicômio aos projetos atuais, que buscam construir um novo lugar para as pessoas em sofrimento mental.
(...) De que forma o mandato da diferença sexual, presente na construção dos conhecimentos médicos e psicanalíticos sobre a histeria, se atualiza nos modos contemporâneos de tratamento da aflição? O que temos percebido em pesquisas etnográficas e interdisciplinares é que os discursos da diferença de gênero, mesmo não sendo em muitos momentos explicitados de forma clara, constituem e ditam práticas de profissionais e agentes do Estado nas áreas de saúde em geral, de saúde da mulher e de saúde mental. Dois conceitos têm operado nesses dispositivos, de forma articulada ou não. O primeiro é o conceito de ciclo de vida da mulher como parâmetro para pensar sua maior ou menor vulnerabilidade para a vivência de problemas ou distúrbios de ordem psicológica ou mental. (...)
O livro tem a intenção de explicitar a abordagem sistêmica no cotidiano dos profissionais que trabalham no primeiro nível da atenção à saúde e facilitar a prática reflexiva aos leitores que estejam sedimentando este conhecimento. Os títulos dos capítulos foram selecionados tentando responder a muitas questões vivenciadas como dúvidas de alunos de graduação e pós-graduação que acompanharam as autoras nos últimos anos e pertenciam a diversas categorias profissionais.
Esta coletânea analisa diversas temáticas importantes e atuais em saúde mental e atenção psicossocial na rede básica, abordando os conceitos de forma acessível, embora mantendo sua complexidade. Baseados em pesquisas sobre cuidado em saúde mental na Estratégia Saúde da Família no Rio de Janeiro, os textos convidam o leitor a exercitar uma aproximação entre questões acadêmicas e práticas de cuidado no território. Os autores - profissionais com larga experiência de trabalho neste campo - buscam sistematizar e coletivizar saberes e práticas de forma a estimular as equipes de atenção básica a construírem e renovarem abordagens na perspectiva da desinstitucionalização. Segundo a organizadora, o entendimento de desinstitucionalização defendido no livro é aquele “que nos impulsiona para uma cultura do cuidado em instituições abertas e com um estilo coletivo de trabalho”. Diversas questões são colocadas em perspectiva, no sentido de ampliar os aspectos envolvidos no adoecimento com sofrimento psíquico, como a cultura e o ambiente em que se vive. A direção apontada é a da superação da dicotomia corpo-mente, destacando-se que a atenção psicossocial exige um cuidado interdisciplinar, integralizado e territorial.
A explosão dos casos de depressão é um fenômeno mundial e complexo. Sua compreensão requer a mobilização de diversas áreas do saber. O presente livro propõe uma análise aguda e abrangente do problema, trazendo importante contribuição para o estudo desta condição que vem se tornando epidêmica, especialmente após a ascensão do neoliberalismo em nível global.
A partir da importância do processo da reforma psiquiátrica italiana, este livro reúne a conferência que Franca Basaglia proferiu no Rio de Janeiro, e as conferências de Franco Rotelli, Giovanna Butti e Paulo Amarante sobre a formação no campo da saúde mental, atenção psicossocial e reforma psiquiátrica. Em anexo o texto completo da Lei 180, de 13 de maio de 1978, a Lei da Reforma Psiquiátrica Italiana, mais conhecida com a Lei Basaglia.
Por que mulheres têm tantas queixas na esfera do amor? De se sentirem não amadas, de não receberem tanto afeto quanto gostariam ou sentem que oferecem e, um fato que sempre me encucou, simplesmente por estarem sozinhas? Por que quando não têm alguém se sentem ?encalhadas?? Por que mulheres que são mães carregam tanta culpa? E as que não são, por que se sentem na obrigação de estarem disponíveis a cuidar dos demais? E, de outro lado, por que os homens, diferentemente das mulheres, se preocupam-se tanto com o seu desempenho no trabalho e na vida sexual? Por que certas experiências, como, por exemplo, o desemprego, a aposentadoria ou a impotência, são tão ameaçadoras para eles enquanto homens?" Essas são as questões que, nas palavras da Prof.a Dr.a Valeska Zanello, nortearam a escrita deste livro.
O livro Saúde Mental, Políticas Sociais e Democracia chega em momento devastador na vida dos brasileiros e brasileiras. A calamidade socioinstitucional em que estamos mergulhados, acrescida dos impactos da pandemia, tem trazido enormes desafios para o campo da saúde mental e da luta antimanicomial. Os retrocessos na PNSM e na RAPS com o avanço da lógica asilar e hospitalocentrica, tem ampliado os graus de vulnerabilidade e de falta de cobertura em termos de atenção psicossocial no país. Este livro reúne atores e ideias que intencionam não deixar que essa maquinaria de morte e descaso reine soberana e autoritariamente entre nós, ceifando nossas apostas no SUS, na democracia e na justiça social. Canela/RS, 28 de setembro de 2022 Magda Dimenstein.
Em um momento desafiador e crucial da história da educação no Brasil, o livro analisa propostas inovadoras de reaproximação entre os setores Educação e Saúde. De forma sintética, mas aprofundada e rica em referências, a obra e convida seus leitores a acompanharem o desenvolvimento histórico da saúde escolar no Brasil, os modelos de programa e a trajetória do Programa Saúde na Escola (PSE) no Rio de Janeiro, de 2000 a 2009, período em que o pesquisador esteve à frente do Programa no município.
A renomada revista inglesa The Lancet avaliou como oportuna a produção de uma série de artigos sobre a saúde no Brasil, a exemplo do que já havia sido feito com a África do Sul e a China – outras duas economias emergentes e promissoras no contexto mundial. Publicado em maio de 2011, o número temático da revista sobre o Brasil teve grande repercussão dentro e fora do país. Com o objetivo de aumentar o acesso do público brasileiro ao conteúdo desses artigos, The Lancet autorizou a Editora Fiocruz a traduzir a edição especial para o português e adaptá-la para a forma de livro. Desse modo, com o lançamento deste título, abre-se nova oportunidade para que trabalhadores e gestores do SUS, estudantes, docentes e pesquisadores da saúde pública, e participantes dos movimentos sociais e órgãos de controle social da saúde tenham acesso a uma das publicações recentes mais completas sobre a saúde em nosso país. Os seis capítulos do livro – que refletem os seis artigos do número temático – abordam o SUS; a saúde materno-infantil; doenças infecciosas; doenças crônicas não transmissíveis; violências; e inovações nas políticas de saúde.
Saúde no caminho da roça traz sólida base de referências bibliográficas ao mesmo tempo em que se assenta em conhecimentos validados pelas experiências profissionais e pessoais cotidianas dos autores. Foi pensado como instrumento para o “fazer rural” e formação das equipes de saúde nos diferentes contextos brasileiros, com ênfase na Atenção Primária à Saúde (APS) e foco ampliado para além da tradição acadêmica e científica, majoritariamente urbanas. O livro foi organizado por Leonardo Cançado Monteiro Savassi, Magda Moura de Almeida, Mayara Floss e Monica Correia Lima e faz parte da nova Coleção Fazer Saúde, lançada em 2018 pela Editora Fiocruz. As discussões trazidas aqui são fruto da história do grupo de trabalho criado no âmbito da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), que buscam contribuir com a qualificação dos processos de trabalho e a formação de recursos humanos em contextos rurais. A publicação cumpre seu objetivo de provocar a reflexão e instrumentalizar os profissionais da saúde que, mesmo com uma formação geralmente voltada para os centros urbanos e para a doença, aceitam o desafio de cuidar das populações rurais e se fixar no interior. Uma leitura pertinente para todos os interessados no aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS) no país, onde a população que mais necessita tem menos acesso aos serviços.
Queremos todos viver com saúde. Mas será que nosso cotidiano é, de fato, saudável? Abusamos do álcool? Somos excessivamente estressados? Não dispensamos o cigarro? Como está nossa alimentação e o sono? Qual nossa relação com vacinas e remédios? E o que dizer de check-ups e vitaminas? Costumamos nos exercitar? O clínico geral Arnaldo Lichtenstein, do Hospital das Clínicas da USP, aborda todas essas questões com muita informação, bom senso e uma dose generosa de bom humor. “Neste livro, existem dúvidas e soluções dadas pela Medicina que poderão fazer com que você viva mais e melhor. Afinal, a saúde permeia todas as nossas atitudes diárias.” “Tabagismo é uma doença, uma pandemia e a maior causa de mortes e adoecimento evitável do mundo. Metade dos tabagistas morrerá devido ao cigarro.” “Poucas ações na História tiveram tanto impacto para reduzir mortalidade quanto a vacinação. Seu custo-benefício é fantástico.” “Comemos muito mais do que precisamos,além de comer errado.
Saúde Paideia é um texto de ação. Uma coletânea escrita na e para a situação de gestão. Alguns textos mais prescritivos, outros mais analíticos, todos contêm a marca do compromisso com o fazer acontecer. Textos nascidos do encontro com a experiência e na experimentação.
Em um momento de discussão sobre a maioridade penal no país, bem como de divulgação de dados do Ministério da Justiça mostrando que quase metade da população carcerária nem sequer foi julgada, um livro sobre a garantia do direito à saúde das pessoas privadas de liberdade torna-se bem-vindo. O livro é fruto de uma pesquisa avaliativa com variados segmentos da comunidade prisional – trabalhadores, administradores, visitantes e, inclusive, ex- presidiários – ao longo de mais de um ano, cujos resultados subsidiaram a formulação da atual Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional. O autor destaca o papel da proteção à saúde no SUS em um cenário marcado por superlotação e insalubridade, para além da prevenção de doenças ou mesmo da promoção e recuperação da saúde. Essa obra pioneira sobre saúde penitenciária no Brasil demonstra a importância da intersetorialidade na construção de políticas públicas.
Este livro se dirige aos estudantes de saúde pública, bem como aos que integram cursos profissionalizantes. Seu conteúdo apresenta linguagem objetiva, e traz capítulos que expressam conhecimentos da moderna saúde pública. O livro segue a linha doutrinária
Sarah Escorel dá uma importante contribuição à memória da saúde pública nacional, infelizmente muito curta, apesar do trabalho executado por personagens com um quê de heróicos, como os apresentados neste livro. O controle da tuberculose, as campanhas de erradicação da malária e da febre amarela e a organização do Departamento Nacional de Saúde do Ministério da Educação e Saúde Pública sob o comando de Gustavo Capanema.
Este livro procura discutir a promoção da saúde tomando como base o conceito de biopoder. Trata-se de um poder sobre a vida, que se exerce por meio da regulação dos corpos, instituindo-lhes formas de existência de fora para dentro, e desse modo estabelece um controle sobre eles a biopolítica. No entanto, há um tipo de biopolítica que pode ser exercida pelos próprios sujeitos. É a partir deles que se produzem formas alternativas de visa, expressão das suas singularidades, e que encontram em si mesmos a potência para uma nova saúde. Este livro põe no centro do debate algumas questões com as quais procura problematizar o campo – a promoção da saúde se propõe a regular os modos de vida? Ou sugere a produção de novos sujeitos e formas singulares de viver? Portanto é entre a ideia de uma padronização da vida, e outra qua acolhe a diferença que este livro tenta problematizar o campo mediante o estudo de programas de Promoção à Saúde desenvolvidos na Saúde Suplementar.
Livro reúne mais de uma dezena de artigos de importantes pesquisadores nacionais sobre diferentes temas: Atenção Primária à Saúde; disponibilidade de novos produtos; aspectos jurídicos, acesso; transparência; indicadores de qualidade; tecnologia e telessaúde; uso de dados; desperdícios no setor e vários outros. Tudo com o objetivo de compreender o atual momento e os desafios impostos e, assim, apontar alguns indicativos para onde se caminha.
Este livro, de caráter introdutório e informativo, apresenta aos leitores de distintas áreas do conhecimento, em especial aos que atuam mais diretamente nos campos ambiental e da saúde, uma visão abrangente dos problemas de saúde e ambiente que vêm marcando cada vez mais as sociedades modernas. Os autores deste livro vêm desenvolvendo um trabalho em conjunto desde a década de 90, investigando as interfaces entre questões de saúde e ambiente com o intuito de identificar e apontar futuros propícios para a promoção da vida.
Está tomando corpo, no Brasil e no mundo um novo debate sobre saúde e desenvolvimento, baseado, sobretudo, na indagação a respeito dos conflitos políticos gerados ao se separar a política econômica, voltada para o complexo econômico da saúde, e a política social, voltada para a proteção social em saúde. No Brasil, há uma separação clara entre as políticas de modernização na saúde, direcionadas à inovação tecnológica e ao funcionamento do mercado financeiro no âmbito do complexo econômico, e as políticas sociais, não inseridas nos projetos recentes de desenvolvimento. Esse paradoxo de separar o econômico do social tem reflexos diretos para efetivação e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS)
Este livro sistematiza reflexões sobre o significado e as possibilidades de emancipação humana e social diante das crises contemporâneas em suas várias dimensões — social, sanitária, ecológica, política e civilizatória —, assim como suas implicações e alternativas para a produção de conhecimentos e práticas envolvendo a articulação da academia com movimentos e mobilizações sociais nos campos e cidades. A obra expressa as bases conceituais e metodológicas do Núcleo Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde, o Neepes, criado em 2018 e do qual os autores fazem parte.
Vivemos um tempo de desafios à criatividade. A maior parte das situações que enfrentamos, seja no campo da ação dos movimentos sociais, seja na esfera de políticas públicas adequadas, como resposta dos gestores, exige soluções novas. A construção de novos caminhos e a identificação de alternativas de ação têm um pressuposto: o conhecimento do já realizado, com a conseqüente reflexão sobre os resultados e os limites encontrados, para que se evitem os erros e se ilumine o conjunto de alternativas. Este livro permite-nos conhecer o “estado da arte” das ações e das reflexões relativas à incorporação da perspectiva de gênero na formulação de políticas, na implementação de programas e no encaminhamento de demandas sociais. Alguns textos voltam-se mais para a compreensão do contexto histórico. Outros introduzem importantes questões conceituais. Outros, ainda, descrevem e analisam experiências concretas. Todos, no entanto, constituem leitura indispensável a quem se interessa pelo tema. Elizabeth Barros Vice Presidente da Abrasco e Pesquisadora associada do NESP/CEAM/UnB
Promove uma reflexão coletiva, envolvendo profissionais especializados de várias áreas, registrando e divulgando os resultados do Seminário de Saúde, Previdência e Assistência Social, realizado pela Fundação Getúlio Vargas.
Uma crÌtica rigorosa quanto –s condiÁies do setor da saËde, identificando os esforÁos adequados para o amadurecimento das polÌticas pËblicas de saËde junto ao fortalecimento das condiÁies de cidadania.
Este estudo tem como perspectiva compreender as transformações no mundo do trabalho e a sua relação com o processo saúde-doença, pois, o trabalho é como a vida: está sempre se modificando e sua relação com o corpo dos que trabalham também se modifica.
O livro, Saúde: A Cartografia do Trabalho Vivo, trata do agir no âmbito das organizações de saúde, particularmente nos processos produtivos dos atos de saúde, como lugar de uma transição tecnológica para um novo patamar produtivo.
”SaúdeLoucura 7” aguça o debate sobre a saúde mental produzida nos Programas de Saúde da Família – PSF em diferentes lugares do Brasil, os quais utilizam-se de diferentes metodologias, apoiadas, porém, nos princípios da Reforma Psiquiátrica Brasileira. São casos experimentais e com já demonstrada eficácia.Às seis experiências desenvolvidas em diferentes lugares do Brasil – periferia de São Paulo, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho (Pernanmbuco), Araçuaí, Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais) e da experiência-piloto de Quixadá (Ceará) – somou-se nesta edição a de Sobral (também no Ceará).
Esta obra, comemorativa ao centenário da descoberta do Schistosoma mansoni no Brasil pelo pesquisador baiano Manuel Augusto da Silva Pirajá, está sendo considerada a mais completa e atual já produzida no país sobre essa específica parasitose. Fruto do esforço e do longo conhecimento acumulado por especialistas altamente qualificados dos mais diversos campos da saúde, supre uma carência bibliográfica de valor inestimável para a comunidade científica, leitores e demais interessados.
A seca é apenas um evento climático de origem natural ou também é um desastre social, que tem forte impacto na saúde, no bem-estar e no desenvolvimento humano? Esse é um dos principais pontos de Seca Silenciosa, Saúde Invisível: um desastre naturalizado no Semiárido do Brasil, obra escrita pelas pesquisadoras Aderita Ricarda Martins de Sena e Tais de Moura Ariza Alpino, que abordam questões específicas do evento climático de seca, com ênfase no Semiárido do Brasil (SAB). Durante as pesquisas, as autoras observaram os efeitos da seca sobre a sociedade e sobre os determinantes da saúde, considerando os contextos do desenvolvimento sustentável ambiental, econômico e social. Organizado em sete capítulos, o título reafirma a importância de se priorizar o tema e contribui ainda para o desenvolvimento de ações concretas que permitirão gerir os impactos da seca sobre a saúde da população do SAB. “Este volume configura-se como um alicerce que pode subsidiar a mobilização e o engajamento do Sistema Único de Saúde, em suas esferas federal, estadual e municipal”, diz Eliane Lima e Silva, pesquisadora do Laboratório de Geografia, Ambiente e Saúde da Unb, na orelha do livro.
Como profissional de primeiro contato, que aborda aspectos preventivos e terapêuticos, os médicos de atenção primária se deparam frequentemente com problemas muito diferentes dos especialistas e daqueles que tiveram formação educacional baseada em hospitais tradicionais.
Segurança Alimentar e Nutricional foi idealizado em decorrência da grande importância e da contemporaneidade do tema. A definição dos tópicos incluídos foi minuciosamente discutida, sempre com o objetivo de apresentar uma obra com características multidisciplinares, expondo ao leitor uma visão crítica sobre questões essenciais referentes às áreas de segurança alimentar e nutricional no Brasil e no mundo.
A Série Saúde Ambiental tem por objetivo a maior proteção possível dos ecossistemas que se compõem de diferentes espécies e que interagem entre si através de fatores físicos e químicos e com o meio ambiente. As interações mantêm o sistema em pleno funcionamento, proporcionando condições para o estabelecimento de novas espécies, as quais, em novos fenômenos interativos, crescem, desenvolvendo-se.O presente volume - Segurança Ambiental no Controle Químico de Pragas e Vetores - é o primeiro da Série Saúde Ambiental. Estuda a proliferação de algumas espécies que nem sempre são do interesse para o homem, em razão de relacionarem-se a danos causados a cultivares ou à transmissão de doenças a seres humanos e animais - surge, assim, o Manejo Integrado de Pragas (MIP), no qual se prioriza alterar as condições ambientais, de modo a inibir as espécies indesejáveis e patogênicas.Chama atenção, não obstante, o manejo apresentar certas limitações, o que obriga ao uso de agrotóxicos nas áreas rurais e de desinfestantes nas urbanas. Os agrotóxicos e os desinfestantes não deixam de ser substâncias tóxicas em maior ou menor grau ao homem, aos animais e ao meio ambiente. Para o seu uso, torna-se necessário o conhecimento técnico do grau de toxicidade da molécula para a saúde e o meio ambiente.Segurança Ambiental no Controle Químico de Pragas e Vetores, volume 1 da Série Saúde Ambiental compõe-se de 3 Autores, 4 Partes, 36 Capítulos, num total de 290 Páginas. As Partes são as seguintes.I. Agrotóxicos II. Saneantes/Desinfestantes III. Armazenamento, Transporte e Manipulação de Saneantes - Desinfestantes IV. Bioindicadores de Contaminação do Ambiente É livro, pois, destinado a suprir a lacuna existente em nossa literatura ambiental, e que tem como público leitor os alunos dos cursos de graduação na área biológica, engenharia sanitária e engenharia ambiental, além dos profissionais graduados, interessados na atualização de seus conhecimentos sobre o tema.
Nos últimos 20 anos a cultura assistencial e o requisito legal, por intermédio da Agência Nacional de Saúde Suplementar e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, vêm incorporando a Gestão de risco como atividade central da assistência, criando um ambiente adequado à implementação das mudanças necessárias em nossas organizações assistenciais. A ciência vem mostrando que há um caminho para que sejam evitadas dezenas de milhares de óbitos e sequelas transitórias e definitivas e para o controle do desperdício de milhões de reais essenciais à sustentabilidade do SUS e da Saúde suplementar brasileira. Com certeza a obra Segurança do Paciente – Infecção Relacionada à Assistência e Outros Eventos Adversos Não Infecciosos – Prevenção, Controle e Tratamento proporcionará ao leitor acesso ao conhecimento disponibilizado dentro da melhor evidência científica, em um formato adaptado à realidade brasileira, tornando-se um dos pilares fundamentais para a mudança.
Promover, proteger e recuperar a saúde é o que se espera dos serviços de saúde. Por isso, provoca espanto quando se fala que o processo de cuidado em saúde pode causar incidentes com danos. Alguns perigos são inerentes a esse processo – por exemplo, os efeitos colaterais conhecidos de determinados medicamentos. Outros podem ser consequências de erros, que acontecem em qualquer ramo de atividade, inclusive na saúde. Para fazer frente à frequência e à magnitude desses problemas, deve-se disseminar a cultura da segurança nos serviços de saúde, com o objetivo de melhorar a qualidade e os resultados desses serviços. Importantes contribuições nesse sentido podem ser encontradas nestes dois volumes. Os livros são desdobramento de um curso internacional de especialização em qualidade em saúde e segurança do paciente, oferecido na modalidade a distância (EAD) no âmbito de uma parceria entre a Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz e a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa. Especialistas brasileiros e portugueses produziram materiais didáticos para o curso, pois se verificou uma escassez de publicações sobre essas temáticas, sobretudo em língua portuguesa. Contudo, os materiais ganharam vida própria, independente do curso. Estruturadas de modo a suprir as reais necessidades de formação de médicos, enfermeiros, farmacêuticos, profissionais das tecnologias da saúde e gestores, as coletâneas têm por base conhecimentos e evidências que refletem o atual estado da arte em segurança do paciente. Os leitores – não só do Brasil e de Portugal, mas de toda a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – encontrarão subsídios para que, no dia a dia, mudanças na prática dos cuidados resultem em serviços mais seguros em todos os pontos da atenção à saúde.
Um guia claro e acessível para entender o que podemos fazer para redução da violência. Segurança é um assunto que há muito preocupa a todos nós. Não é de hoje que o Brasil está imerso em uma crise que parece não ter fim. Os níveis de criminalidade só aumentam, assim como nossa percepção de insegurança. Para não sermos enganados com supostas soluções mágicas e promessas falsas a cada ciclo eleitoral, antes de fazermos escolhas determinantes para o futuro do país, estarmos bem informados é o primeiro passo para revertermos esse cenário. Escrito por duas grandes especialistas no tema, Ilona Szabó e Melina Risso, este livro traz um panorama muito claro do sistema da segurança pública e justiça criminal no Brasil. Por que o Estado não consegue proteger seus cidadãos? Que fatores potencializam essa trágica realidade? Qual o papel das polícias? Por que é tão importante regular armas e munições? Respondendo de forma equilibrada e embasada às principais perguntas no debate público, as autoras mostram que, com prevenção, inteligência e investigação, há soluções possíveis e efetivas para tornar nossas cidades mais seguras. Numa linguagem compreensível, sem jargões, Segurança pública para virar o jogo reúne exemplos de sucesso no Brasil e no mundo, dados, pesquisa, opinião e propostas para entendermos o que funciona e o que não funciona quando o assunto é a redução de violência.
As sociedades democráticas que têm a busca pela igualdade e justiça como princípio necessitam de mecanismos capazes de promover e garantir os direitos de cidadania da população. A Constituição de 1988 foi um marco quanto aos fundamentos das ações públicas para alcançar esse objetivo. O desenho da seguridade social brasileira a partir de então passou a expressar a responsabilidade do Estado democrático frente às demandas sociais e a garantir a proteção social aos sujeitos de direito. Um dos debates mais intensos nas Ciências Econômicas e Sociais é sobre quais fundamentos políticos e teóricos o Estado deve dispor para regulamentar as atividades econômicas a fim de garantir justiça, igualdade e liberdade nas sociedades verdadeiramente democráticas. De um lado, há aqueles que acreditam que os processos produtivos por meio do crescimento econômico, de investimentos produtivos e políticas de pleno emprego, são, por si só, capazes de constituir um ambiente onde os direitos de cidadania sejam garantidos. De outro, há aqueles que defendem o contrário, situando o Estado como um agente necessário para promover a eqüidade por meio da garantia dos direitos sociais – implementados pelos equipamentos da seguridade social –, já que somente os processos econômicos não conseguem assegurá-los.
Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente do dia em que a chamaram de feminista pela primeira vez. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. "Não era um elogio. ‘Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: Você apoia o terrorismo!’." Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e - em resposta àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são "antiafricanas" e que odeiam homens e maquiagem - começou a se intitular uma "feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens". Neste ensaio preciso e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para mostrar que muito ainda precisa ser feito até que alcancemos a igualdade de gênero. Segundo ela, tal igualdade diz respeito a todos, homens e mulheres, pois será libertadora para todos: meninas poderão assumir sua identidade, ignorando a expectativa alheia, mas também os meninos poderão crescer livres, sem ter que se enquadrar em estereótipos de masculinidade.
Nesta edição adaptada para leitores de todas as idades e ricamente ilustrada, Chimamanda Ngozi Adichie convida os jovens a refletir sobre o que significa ser feminista no século XXI. A autora deste livro, Chimamanda Ngozi Adichie, é escritora e feminista. Mas, afinal, o que é ser feminista? Quando ouviu essa palavra pela primeira vez, Chimamanda ainda era criança e morava na Nigéria, país em que nasceu. Desde então, ela pensou muito sobre o termo — e sobre os direitos das mulheres no mundo. Anos mais tarde, ela compartilhou suas reflexões sobre igualdade a todos, homens e mulheres, e você as encontra neste livro. E agora é a sua vez de refletir sobre o assunto também! Além do texto adaptado para leitores de todas as idades, esta edição ilustrada também contém uma introdução para os jovens e um texto de encerramento para pais, professores e mediadores de leitura. Este livro é indicado para crianças a partir de 10 anos.
Sem fôlego é a história do SARS-CoV-2 sob o ponto de vista dos cientistas que trabalharam arduamente para compreendê-lo. Com base em mais de cem entrevistas, David Quammen examina como novos vírus podem afetar os humanos à medida que interferimos na natureza, com o potencial de causar catástrofes globais – e como esse coronavírus provavelmente circulará indefinitivamente entre nós, de uma forma ou de outra. O autor ainda demonstra que os especialistas em doenças infecciosas já haviam sinalizado essa pandemia, mas tais alertas foram ignorados por razões políticas ou econômicas, e que, embora seja difícil determinar a origem exata desses vírus, temos pistas convincentes e suposições que podem ser descartadas.
Este livro é uma festa! Não só porque fala de festas, mas principalmente por celebrar a vida. Festa é um rito social, partilhado entre um grupo de pessoas. E as pessoas que partilham esta festa é o que há de mais especial no livro. Toda festa tem um anfitrião, aquele que convida para a festa. Esta tem também, o Allan, que por coincidência é ainda o autor do livro que você segura, agora, nas suas mãos. E esta festa foi inspirada na vivência de Allan nos fluxos e nos bailes funks nas periferias de São Paulo; na sua proximidade com jovens da periferia e no seu hábito de ouvir funk durante a escrita da pesquisa que gerou este livro, bem como com o seu trabalho profissional como sanitarista - Marco Akerman
Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem é livro que alcança a sua 2ª Edição integralmente reescrito, revisto e atualizado. Eis os mais importantes acréscimos e atualizações • vídeos das semiotécnicas, com ensino prático dos principais procedimentos e habilidades. • Tabelas de parâmetros normais e anormais acréscimo do diagnóstico e dos procedimentos básicos de Enfermagem específicos a cada sistema orgânico abordado. • Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem; Bases para o Cuidar a importância do entendimento para o fazer cotidiano do enfermeiro. • Histórico de Enfermagem e Exame Físico; integram o processo de Enfermagem e a sua sistematização. Direcionam as ações de Enfermagem. • Terminologia Técnica inédita. Breve glossário. • Modelos do Histórico de Enfermagem inéditos. Iniciam-se com a entrevista após a identificação, seguem com outros itens e terminam no exame físico e nos aspectos de ordem emocional e espiritual. • Tabela inédita. Registra os principais problemas de Enfermagem e a prescrição de cuidados de Enfermagem. Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem, 2ª Edição, apresenta 1 Editora, 17 Colaboradoras, 14 capítulos, em um total de 334 páginas. Seu público-alvo é formado por estudantes de Graduação em Enfermagem e profissionais graduados que tenham interesse em se aperfeiçoar e melhorar a qualidade do cuidar em Enfermagem.
Com o objetivo de trazer a normalidade da existência de pessoas LGBTQIA+ para o centro do debate humanitário, Willian Peachazepi – diretor de arte, criou um projeto inspirado na contação de histórias e na representação artística de personagens LGBTQIA+ que influenciaram a História da Humanidade. Foi assim que nasceu a proposta do livro “Sempre Existimos”, que pretende revelar a vida de pessoas importantes para o mundo, com um olhar para o seu íntimo. Os contos flertam com a ficção e com a literatura. Inspirados em pesquisas históricas sobre os personagens e as imagens, trazem o olhar dos artistas da comunidade. Com isso, mais do que um livro de narrativas produzidas com a linguagem singular de cada um, pretendemos utilizar nossos saberes e inspirações a serviço de pequenas microrrevoluções, fortalecendo um movimento que une a um só tempo resistência e criação. A criação, objeto tão importante para o campo da comunicação, pode ser reinventada e canalizada para propósitos que vão além da comercialização, para de fato servirmos a projetos que têm potencial transformador das nossas necessidades concretas. A resistência das narrativas, como nos ensina Ailton Krenak, está intrínseca ao ato de narrar, já que em cada nova história contada abriga uma força de adiar o fim do mundo.
Escrito por uma das principais jornalistas da América Latina, um manifesto corajoso, livre de doutrinas, para que possamos cada vez mais pensar (e viver) o feminismo em toda a sua diversidade. Alma Guillermoprieto dedicou grande parte de sua carreira a cobrir conflitos e movimentos sociais por toda a América Latina. Ao longo de sua trajetória retratou em crônicas e reportagens a história de mulheres comuns, sobreviventes dos mais diversos tipos de violência. Neste livro, ela reflete sobre sua própria posição como mulher e se questiona: Será que sou feminista? Sem a pretensão de ter todas as respostas, ela relata suas memórias quando jovem na machista sociedade mexicana e suas referências feministas; relembra encontros com líderes e ativistas; expõe sua visão da estrutura machista, racista e homofóbica que assassinou Marielle Franco; e tece ainda considerações a respeito do movimento #MeToo. Ao mesmo tempo em que evoca experiências pessoais, Guillermoprieto faz uma releitura das lutas históricas das mulheres, destacando avanços tão significativos quanto a pílula anticoncepcional e o direito ao voto, sem nos deixar esquecer do caminho árido que ainda há pela frente.
Munido de amplo referencial teórico-conceitual, o livro Sérgio Buarque de Holanda e a dialética da cordialidade passa pelo conjunto da obra do autor-foco buscando a dialogia vida e obra que marca a narrativa de qualquer pensador.
Este livro é fruto do acúmulo profissional e teórico da jovem autora Vanessa Saraiva, doutora em Serviço Social, pesquisadora, docente e assistente social, que traz em sua trajetória acadêmica e profissional, na defesa e proteção aos direitos de crianças e adolescentes, o engajamento e o compromisso com a luta anticlassista, antissexista e antirracista. Inspirada na tradição marxista, a autora constrói uma análise critica dos processos políticos e ideológicos que permearam a história do atendimento às crianças e adolescentes no Brasil, cujo Estado em diversos contextos históricos, sob a lógica capitalista dependente e periférica, e em nome da “proteção”, foi um dos maiores violadores de direitos através de práticas violentas, conservadoras, segregadoras e disciplinadoras no controle social de crianças e adolescentes pobres e na culpabilização de suas famílias.
O livro retoma as filosofias feministas dos últimos cinquenta anos, para traçar uma genealogia dos conceitos de sexo, gênero e sexualidade. Criando uma trama a partir dos campos mais inovadores da pesquisa filosófica atual: feminismo, teoria queer, ética feminista, filosofia da ciência, politica, feminismo negro e interseccionalidade, Dorlin lança luz sobre a materialidade das relações de poder que estão por trás da origem desses conceitos. Segundo a filósofa, é preciso que o sujeito do feminismo se mantenha em um esforço permanente de descentramento, subvertendo o dispositivo de saber e de poder por trás da ontologização dos sexos. Sumário Introdução Epistemologias feministas Historicidade do sexo Nossos corpos, nós mesmas O sujeito político do feminismo Filosofias da identidade e “práxis queer” Tecnologias do sexo
O conceito de sexo saudável muda com o tempo. O que ontem era aberração, hoje pode ser extravagante, incomum ou até uma forma de ‘apimentar’ a vida sexual e ‘sair da rotina’.” “O sexo nunca foi 100% binário nas mais diferentes civilizações. Essa realidade nunca esteve tão explícita como a partir da era digital.” “O sexo sem atração é praticado desde que o mundo é mundo, a serviço de estabilidade, equilíbrio ou ponderação impossíveis de se sustentar se todo sexo exercido sobre a face da Terra fosse movido pelo magnetismo e pelo fascínio.” “Se os homens se masturbam hoje, será menos provável que façam sexo a dois amanhã. Já as mulheres terão mais interesse numa relação sexual no dia seguinte à masturbação.” “Sexo é a boca, a mão, o pênis e a vagina. No entanto, sexo também é obsessão, prazer, desejo ou repulsa. Prisão ou liberdade. Fome ou saciedade. Sexo é a força que nos põe na cama e a energia que nos tira dela. Sem a qual você não deita nem levanta, não vira a noite nem relaxa e dorme. É funcional ou disfuncional; convencional ou inusitado. É a primeira vez com virgindade e a última como despedida. Sexo é tudo o que existe e o que não existe sexo também é. Por isso, sexo é um fantasma que assombra a memória de quem já o teve e perdeu, vendeu, comprou ou emprestou. É a devoção de quem nunca rezou.
A sexualidade nunca foi tão explicitada pela mídia, que com um marketing sempre atualizado associa êxito pessoal e profissional à imagem de um ser humano bem sucedido, realizado e sedutor. Uma espécie de mercadoria, um fetiche ao alcance de todos.
O universo é masculino, criado por um homem, e é uma raridade encontrar um mito em que os sexos estejam equilibrados. Por que os genitais têm as características atuais? As explicações são as mais inventivas. Darcy Ribeiro registrou, entre os Kadiwéu, a origem da mulher dos brasileiros. Conta-se que o deus criador dos Kadiwéu, Gô-no-êno-hôdi, fez um homem e uma mulher para todos os povos, mas esqueceu da mulher para os brasileiros. Tendências e características de epidemia do Hiv/Aids entre os povos indígenas. Uma abordagem etnoepidemiológica; Contato interétnico e saúde; A homossexualidade entre os índios do Novo Mundo antes da chegada do Homem branco; Corpo e sexualidade; Velhas práticas, novas abordagens: Pensando a amamentação nas comunidades indígenas em tempo de Aids. Estes são alguns dos capítulos do livro.
Qual a diferença entre sexualidade e sexo? Quais as crenças que influenciam nossa sexualidade? E como a sexualidade e as emoções acontecem bioquimicamente? O material contido neste livro é um convite ao diálogo sobre a sexualidade humana, sobre suas formas e suas distorções, bem como, os efeitos da desinformação e das situações de risco provenientes desta. É um livro dedicado a todos que estudam e se interessam pelo tema, principalmente jovens e adolescentes que encontrarão neste, explicações para muitas de suas dúvidas, inclusive explicações bioquímicas para seus sentimentos e emoções. Envolve desde o vício e as influências comportamentais geradas pelo uso da pornografia e o pelo erotismo midiático, à importância do debate sobre estes temas nas escolas. Entre outros, como: identidade de gênero, gravidez na adolescência, métodos contraceptivos, ISTs, disfunções sexuais e violências sexuais. Ler este livro é muito mais do que simplesmente estudar o tema é se questionar sobre o que acreditamos ser normal, sobre como vemos e lidamos com o nosso sexo e com a nossa sexualidade.
Sexualidade e socialismo traz uma análise incrivelmente acessível das questões mais desafiadoras para os que estão preocupados com a luta pela igualdade para lésbicas, gays, bissexuais e travestis, mulheres transexuais e homens trans (LGBT). O livro contém artigos sobre as raízes da opressão LGBT, a construção das identidades sexuais e de gênero, a história do movimento gay e sobre como unir os oprimidos e explorados para conquistar a libertação sexual para todos. Sherry Wolf analisa diferentes teorias sobre opressão – incluindo as marxistas, pós-modernistas, as políticas de identidade e a teoria queer – e contesta mitos sobre genes, gênero e sexualidade.
O livro traz ampla análise de pesquisas nacionais e internacionais recentes sobre homens, masculinidade e saúde e examina matérias publicadas em uma revista masculina contemporânea, em que a ‘saúde do homem’ vira produto a ser consumido, reforçando a imagem de uma masculinidade globalizada, viril, malhada e heterossexual, em contraste às realidades de um grupo de entrevistados no Rio de Janeiro. Por que homens morrem mais cedo? Por que usam menos os serviços de saúde? Por que aparecem mais como ‘infectantes’ ou ‘transmissores de doença’ do que como sujeitos complexos que também precisam de serviços, atenção e reflexão? Sem cair em estereótipos, o autor evidencia relações de poder e gênero, tradicionalmente espaço para falar de desigualdades que atingem as mulheres e atenta para as masculinidades no plural, contextualizadas em uma rede de poderes e no cenário social e histórico.
Os estudos do gênero e saúde ganham cada vez mais força no Brasil. Os autores aqui reunidos analisam as conexões entre sexualidade e reprodução sob perspectiva interdisciplinar, no âmbito de diferentes relações sociais. Os textos apresentados são fruto de investigações e debates promovidos pelo Programa Interinstitucional de Treinamento em Metodologia de Pesquisa em Gênero, Sexualidade e Saúde Reprodutiva, e são representativos de todas as regiões do Brasil, além da Argentina e Colômbia.