Este dicionário contempla cinquenta e nove verbetes ligados a conceitos ou categorias que permitem entender o fenômeno da financeirização e/ou que representam mediações que ajudam a examinar o desenvolvimento da dominância financeira e a inserção neste regime de empresas e grupos empresariais do setor saúde.
Este livro oferece diferentes olhares sobre militância e formas de sociabilidade LGBT na Paraíba. Foi resultado de um projeto de extensão da Universidade Federal da Paraíba, com a colaboração de muitas pessoas e coletivos, buscando diálogos entre academia, ruas e ativismos. De histórias que contam a memória do movimento LGBT, passando pelas políticas públicas, até formas de ativismo e ocupação de diferentes espaços pela juventude, entre o sertão e o mar, muitas poéticas e políticas estão registradas aqui, com artigos escritos com diferentes estilos que mostram um belo caleidoscópio da diversidade sexual na Paraíba.
A originalidade do campo empreendido por Raquel Bastos nos possibilita um diálogo nem sempre convencional da Medicina Antroposófica em um contexto dominado pela Medicina “Moderna”. A Antroposofia nos é apresentada por Rudolf Steiner (1861-1925) no século XX, na Suíça, propondo a cura holística a qual engloba não só a existência física como a emocional e a espiritual.
O livro traz uma importante reflexão em torno de temas sobre política, planejamento e gestão em saúde, especialmente, aborda sobre a vigilância e a qualidade dos serviços hemoterápicos. Organizada em sete capítulos, a obra analisa desde questões históricas sobre ações de planejamento do Sistema Único de Saúde (SUS) aos seus desafios em proposições voltadas para a Política de Sangue e o fortalecimento da Hemorrede. Debate ainda, sobre as metodologias empregadas nos cursos sobre Planejamento e Gestão em Saúde. Assim, apresenta sobre as experiência...s da implementação do projeto Planeja Sangue, ...realizado em 2015, a partir da cooperação entre o Instituto de Saúde Coletiva (ISC) e a coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados. Portanto busca contribui com a reflexão de tais políticas buscando inovações para o fortalecimento das Hemorredes estaduais.
Uma das palestras mais assistidas do TED Talk chega em formato de livro. Para os fãs de Chimamanda, e para todos os que querem entender a fonte do preconceito. O que sabemos sobre outras pessoas? Como criamos a imagem que temos de cada povo? Nosso conhecimento é construído pelas histórias que escutamos, e quanto maior for o número de narrativas diversas, mais completa será nossa compreensão sobre determinado assunto. É propondo essa ideia, de diversificarmos as fontes do conhecimento e sermos cautelosos ao ouvir somente uma versão da história, que Chimamanda Ngozi Adichie constrói a palestra que foi adaptada para livro. O perigo de uma história única é uma versão da primeira fala feita por Chimamanda no programa TED Talk, em 2009. Dez anos depois, o vídeo é um dos mais acessados da plataforma, com cerca de 18 milhões de visualizações. Responsável por encantar o mundo com suas narrativas ficcionais, Chimamanda também se mostra uma excelente pensadora do mundo contemporâneo, construindo pontes para um entendimento mais profundo entre culturas.
A pesquisadora Raquel Paiva Dias-Scopel, do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), levanta questões sobre a valorização e respeito à diversidade étnica e cultural dos povos indígenas e a difícil interface com o processos de medicalização e do direito ao acesso aos serviços de saúde biomédicos. O livro é parte da Coleção Saúde dos Povos Indígenas, da Editora Fiocruz e partiu da tese de doutorado defendida em 2014 no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi publicado pela primeira vez em 2015 pela Associação Brasileira de Antropologia com o título A Cosmopolítica da Gestação, Parto e Pós-Parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku. No prefácio da primeira edição, sua orientadora, a doutora em antropologia e professora titular da UFSC, Esther Jean Langdon, ressalta que o conceito fundamental deste livro é da autoatenção, que aponta para o reconhecimento da autonomia e da criatividade da coletividade, principalmente da família, como núcleo que articula os diferentes modelos de atenção ou cuidado da saúde. O livro é parte da Coleção Saúde dos Povos Indígenas, da Editora Fiocruz e partiu da tese de doutorado defendida em 2014 no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi publicado pela primeira vez em 2015 pela Associação Brasileira de Antropologia com o título A Cosmopolítica da Gestação, Parto e Pós-Parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku. No prefácio da primeira edição, sua orientadora, a doutora em antropologia e professora titular da UFSC, Esther Jean Langdon, ressalta que o conceito fundamental deste livro é da autoatenção, que aponta para o reconhecimento da autonomia e da criatividade da coletividade, principalmente da família, como núcleo que articula os diferentes modelos de atenção ou cuidado da saúde.
Livro de fundamental importância em meio aos debates mais atuais do cenário sociopolítico nacional, Judicialização de Políticas Públicas no Brasil levanta debates e contribuições para "a compreensão dos processos pelos quais nosso sistema de justiça tornou-se um protagonista da política e das políticas, bem como de seus impactos sobre uma gama variada de direitos individuais e coletivos", afirma a professora titular de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), Marta Arretche. A obra reúne 12 artigos de juristas e especialistas nos campos das ciências sociais e política e do direito, dialogando sobre temas como as bases institucionais dos processos de judicialização das políticas públicas no país, além de casos e desafios ligados à judicialização, englobando o direito à saúde e à moradia, questões de política habitacional e preservação ambiental, renda, assistência social, aborto, educação, igualdade de gênero e união homoafetiva. No time de renomados pesquisadores que compõem os estudos apresentados no livro estão Conrado Hübner Mendes, Fabiana Luci de Oliveira, Rogério Arantes, Luciana Gross Cunha e a organizadora, Vanessa Elias de Oliveira, doutora em Ciência Política pela USP e professora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (PGPP/UFABC). Para o professor da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, Oscar Vilhena Vieira, a coletânea apresenta uma contribuição fundamental para melhor compreender o papel das agências de aplicação, impulsionadas por uma constituição de natureza transformadora, na determinação das políticas públicas no campo social.
Por que voltar a falar, hoje, sobre caça às bruxas? Em Mulheres e caça às bruxas, Silvia Federici revisita os principais temas de um trabalho anterior, Calibã e a bruxa, e nos brinda com um livro que apresenta as raízes históricas dessas perseguições, que tiveram como alvo principalmente as mulheres. Federici estrutura sua análise a partir do processo de cercamento e privatização de terras comunais e, examinando o ambiente e as motivações que produziram as primeiras acusações de bruxarias na Europa, relaciona essa forma de violência à ordem econômica e argumenta que marcas desse processo foram deixadas também nos valores sociais, por exemplo, no controle da sexualidade feminina e na representação negativa das mulheres na linguagem. A partir desse debate, a autora nos mostra como as acusações e a punição de “bruxas” se repete na atualidade, especialmente em países como Congo, Quênia, Gana e Nigéria, na África, e Índia. Com apresentação da estudiosa Bianca Santana, a obra conta também com orelha de Sabrina Fernandes e quarta capa da socióloga Maria Orlanda Pinassi e quarta capa da socióloga Maria Orlanda Pinassi.
Resultado de pesquisa para a realização de tese de doutorado da autora Olivia Hirsch, o livro Parto Natural, Parto Humanizado: perspectivas de mulheres de camadas populares e médias se debruça sobre experiências de parto humanizado em dois diferentes segmentos sociais de uma metrópole do Brasil. Em um país que dissemina amplamente a prática de cesáreas agendadas, por que certas mulheres de camadas médias desejam um parto natural e humanizado, sem anestesias ou outros tipos de intervenção. Por outro lado, por que algumas mulheres de camadas populares abrem mão do atendimento por médicos e preferem ser atendidas exclusivamente por enfermeiras e obstetras? Ao buscar responder a essas e outras questões, a pesquisadora investigou - a partir de um universo composto de 37 gestantes e puérperas - mulheres sob diferentes contextos: das vinculadas a uma casa de parto pública às frequentadoras de um grupo de preparação para o parto. Jornalista de formação, Hirsch é doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), instituição na qual é docente do quadro complementar do Departamento de Ciências Sociais. A publicação em livro de sua tese de doutorado contribui, segundo a pesquisadora Sonia Giacomini afirma
A produção acadêmica e intelectual de Giovana Xavier em Você pode substituir não lembra a sisudez a que o Brasil nos acostumou. Mesmo quando enfileira complexas teorias, ela é clara - melhor dizendo, escura. É perspicaz e cirúrgica. É divertida, ora irônica. É generosa. De todos os substantivos que compõem o balaio de qualidades de Giovana, a generosidade é a mais evidente. Ela não só nomeia as pensadoras diplomadas que a influenciaram, de Kimberlé Crenshaw a bell hooks, de Conceição Evaristo a Djamila Ribeiro, mas também reconhece e louva a intelectualidade de mulheres que a desigualdade, o machismo e o racismo brasileiros teimavam em invisibilizar. Giovana inova com sua profissão de fé na História em primeira pessoa. Provoca ao apontar o bolor das interpretações estereotipadas. Ousa ao teorizar sobre surfe, rap, férias, rebolado, orixá, literatura, Baco Exu do Blues, teatro - tudo junto e misturado. Cruza territórios, escrutina personagens, reinterpreta narrativas. Seu livro, como ela, é reflexão vezes nove. Aperte o cinto e viaje.
Na coletânea de ensaios críticos reunidos em Olhares negros, bell hooks interroga narrativas e discute a respeito de formas alternativas de observar a negritude, a subjetividade das pessoas negras e a branquitude. Ela foca no espectador em especial, no modo como a experiência da negritude e das pessoas negras surge na literatura, na música, na televisão e, sobretudo, no cinema, e seu objetivo é criar uma intervenção radical na forma como nós falamos de raça e representação. Em suas palavras, os ensaios de Olhares negros se destinam a desafiar e inquietar, a subverter e serem disruptivos. Como podem atestar os estudantes, pesquisadores, ativistas, intelectuais e todos os outros leitores que se relacionaram com o livro desde sua primeira publicação, em 1992, é exatamente isso o que estes textos conseguem.
Neste pequeno manual, a filósofa e ativista Djamila Ribeiro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em onze capítulos curtos e contundentes, a autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas. Já há muitos anos se solidifica a percepção de que o racismo está arraigado em nossa sociedade, criando desigualdades e abismos sociais: trata-se de um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato de vontade de um sujeito. Reconhecer as raízes e o impacto do racismo pode ser paralisante. Afinal, como enfrentar um monstro desse tamanho? Djamila Ribeiro argumenta que a prática antirracista é urgente e se dá nas atitudes mais cotidianas. E mais ainda: é uma luta de todas e todos.
Eu hesitei por algum tempo em publicar um volume de ensaios voltado exclusivamente para a questão da “reprodução”, já que me parecia artificialmente abstrato separá-la dos variados temas e lutas aos quais tenho dedicado meu trabalho ao longo de tantos anos. Há, no entanto, uma lógica por trás do conjunto de textos nesta coletânea: a questão da reprodução, compreendida como o complexo de atividades e relações por meio das quais nossa vida e nosso trabalho são reconstituídos diariamente, tem sido o fio condutor dos meus escritos e ativismo político. A confrontação com o “trabalho reprodutivo” — entendido, primeiramente, como trabalho doméstico — foi o fator determinante para muitas mulheres da minha geração, que cresceram após a Segunda Guerra Mundial. Depois de dois conflitos mundiais que, no intervalo de três décadas, dizimaram mais de 70 milhões de pessoas, os atrativos da domesticidade e a perspectiva de nos sacrificarmos para produzir mais trabalhadores e soldados para o Estado não faziam mais parte do nosso imaginário. Na verdade, mais do que a experiência de autoconfiança concedida pela guerra a muitas mulheres — simbolizada nos Estados Unidos pela imagem icônica de Rosie the Riveter [Rosie, a rebitadeira] —, o que moldou nossa relação com a reprodução no pós-guerra, sobretudo na Europa, foi a memória da carnificina na qual nascemos. Este capítulo da história do movimento feminista internacional ainda precisa ser escrito. No entanto, ao recordar-me das visitas que fiz com a escola, ainda criança na Itália, às exposições nos campos de concentração, ou das conversas na mesa de jantar sobre a quantidade de vezes que escapamos de morrer bombardeados, correndo no meio da noite à procura de abrigo sob um céu em chamas, não posso deixar de me questionar sobre o quanto essas experiências pesaram para que eu e outras mulheres decidíssemos não ter filhos nem nos tornar donas de casa. […] Atualmente, sobretudo entre mulheres mais jovens, essa problemática pode pa
Quisemos neste volume 10 da coleção trazer à tona os relatos vivos e encarnados de casos e causos, mostrar como e com quais referências as práticas contemporâneas vêm organizando-se na Rede de Atenção Psicossocial Brasileira (Raps). E pôr em evidência que essa rede é tecida de inúmeros dispositivos e serviços e alicerçada em bons repertórios teóricos. Optamos aqui pelo destaque dos serviços tipo Caps, em suas diferentes modalidades, dos leitos de Saúde Mental em Hospital Geral e de equipamentos e estratégias ligadas à Atenção Básica pela função intrínseca que a clínica tem em sua fundação e manutenção, sem com isso negar que diferentes perspectivas terapêuticas e de clínica(s) também podem produzir-se em outros pontos de atenção.
Por que fazer um livro sobre encarceramento, sistema de Justiça Criminal punitivo e feminismo negro? Qual é o ponto de conexão entre estas pautas? Por que prisão, punição, superencarceramento interessa às mulheres, prioritariamente às mulheres negras? Pode parecer fora de lugar falar em racismo, machismo, capitalismo e estruturas de poder em um país que tem em seu imaginário a mestiçagem e a defesa como povo amistoso celebrada internacionalmente. Contudo, parece absolutamente pertinente refletir, escrever, falar e ...
Em maio de 2020, a Fundação Oswaldo Cruz completou 120 anos de existência em meio à maior emergência sanitária do último século. Mais um entre os tantos desafios atravessados pela instituição que, diante da pandemia causada pelo novo coronavírus, reforça a sua importância para a ciência, a inovação e as pesquisas em saúde pública no Brasil. Mesmo em um ano de inúmeras dificuldades e incertezas trazidas pela Covid-19, o aniversário da Fiocruz não passou em branco e, além de homenagens e ações de celebração, uma publicação especial sobre a sua história chega ao público em versão atualizada: a reimpressão comemorativa de Manguinhos do Sonho à Vida: a ciência na Belle Époque.
Tudo para mostrar um novo potencial, aquele em que a natureza preservada está no centro da criação de valor econômico.
Consagrado autor de Mauá e História da Riqueza no Brasil, Jorge Caldeira se uniu a Julia Sekula e Luana Schabib para apresentar análises econômicas amparadas em gráficos, infográficos e mapas até então pouco conhecidos, revelando o que o mundo já fez, tem feito e está projetando para este novo futuro.
Livro que conta o processo de criação da série de TV Unidade Básica, de Helena Petta, já em sua segunda temporada e televisionada por um importante canal de TV a cabo. Helena analisa no livro os limites e as potencialidades gerados pelo diálogo entre o campo da Saúde Coletiva e a comunicação na grande mídia, baseando-se na descrição densa do processo de elaboração da série em suas diversas etapas desenvolvimento; pré-produção, filmagem, edição dos episódios e divulgação, depoimentos de informantes-chave (profissionais envolvidos na produção da série e repercussões colhidas na mídia e redes sociais de forma não sistemática. O material empírico da pesquisa foi produzido e interpretado à luz de conceitos reconstrutivos considerados relevantes no campo da Saúde Coletiva e com pano de fundo o Sistema Único de Saúde SUS, eis um instrumento que pode ser usado na formação dos profissionais de saúde e a todo o público admirador da série.
Nascer, crescer e adoecer são experiências inscritas em um determinado momento histórico e contexto social. E o adoecimento infantil vem, nas últimas décadas, sofrendo alterações: com os avanços tecnológicos e clínicos constituídos desde então, observa-se uma transição do perfil agudo para um perfil crônico, com longa duração e demandas de cuidados contínuos. Essa nova realidade impacta na vida das famílias, no cotidiano hospitalar, nas redes de serviços e nas políticas públicas. O livro pretende assim apresentar e discutir tais questões, instrumentalizando os profissionais que trabalham nesse segmento aos novos desafios postos pela realidade social.
Uma das ensaístas e feministas mais relevantes da atualidade, Rebecca Solnit examina os principais temas que permeiam o debate contemporâneo — do assédio sexual à crise climática. Quem escreve as narrativas de nossos tempos? Em cada debate, uma batalha está sendo travada: de um lado, mulheres e pessoas não brancas, não binárias e não heterossexuais finalmente podem contar a história com sua própria voz; de outro, pessoas brancas — sobretudo do gênero masculino — se apegam às versões de sempre, que contribuem para manter seu poder e status quo. Em vinte ensaios atualíssimos, a autora de Os homens explicam tudo para mim e A mãe de todas as perguntas avalia essas discussões, por que elas importam e quais são os desafios que temos pela frente.
A questão dos refugiados tem ganhado holofotes pelo mundo inteiro, mas o preconceito, a xenofobia, as fake news e o medo frequentemente atrapalham a discussão. Para auxiliar na compreensão desse tema tão complexo e combater a desinformação, as jornalistas Aryane Cararo e Duda Porto de Souza reuniram histórias de vida emocionantes, de pessoas de mais de quinze nacionalidades, que vieram para o nosso país pelos mais variados motivos -- desde dificuldades financeiras até perseguição baseada em raça, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero ou opinião política --, todas em busca de um lugar onde pudessem de fato viver. Com uma linguagem acessível, a obra também traça um panorama histórico do refúgio no Brasil e no mundo, apresentando conceitos e dados, e traz infográficos sobre os principais conflitos que geraram esses fluxos migratórios. O resultado é um material humano e sensível, que dá voz a quem precisa ser ouvido e celebra as diferenças que tornam nossa nação tão plural.
Odeio os indiferentes é uma coletânea de artigos escritos ao longo de 1917 pelo então jovem jornalista italiano Antonio Gramsci 1891-1937. Os textos escolhidos foram publicados nos jornais socialistas Il Grido del Popolo O grito do povo e Avanti! [Avante!] e no folhetim La Città Futura, da Federação Juvenil Socialista, que, escrito inteiramente por Gramsci, contém o artigo que dá título à obra. Grande parte dos textos selecionados é inédita em português. Seguindo a linha cronológica do conturbado ano de 1917, a coletânea apresenta as divergências sobre socialismo e revolução entre Gramsci e o Partido Socialista Italiano, o PSI, do qual o filósofo era membro; perpassa os acontecimentos da Revolução Russa; traz análises sobre os bolcheviques e seu líder, Vladimir I. Lênin; expõe críticas e diagnósticos sobre a Primeira Guerra Mundial; e oferece previsões sobre os rumos do socialismo italiano. Além dos artigos, o volume traz todo um aparato crítico elaborado pelos tradutores: texto de apresentação, notas de rodapé e cronologia da vida e da obra do pensador marxista.
Uma parábola sobre os tempos atuais, por um de nossos maiores pensadores indígenas. Ailton Krenak nasceu na região do vale do rio Doce, um lugar cuja ecologia se encontra profundamente afetada pela atividade de extração mineira. Neste livro, o líder indígena critica a ideia de humanidade como algo separado da natureza, uma humanidade que não reconhece que aquele rio que está em coma é também o nosso avô. Essa premissa estaria na origem.
O livro Ciência do comportamento alimentar surgiu da necessidade de diálogo entre diferentes áreas científicas sobre o comportamento alimentar humano. Apresenta conceitos, teorias, modelos e estratégias de mudança de comportamento, com abordagens biológicas, psicológicas, sociais e culturais.
O livro Cuidados paliativos: uma questão de direitos humanos, saúde e cidadania busca agregar os conceitos essenciais, tão escassos na literatura corrente, sobre a relação entre a valorização da dignidade ditada pelos direitos humanos e a obtida com a prática do paliativismo. Indo além do comum para explicitar os cuidados paliativos, a obra não se limita apenas ao trato dos pacientes com doenças avançadas, mas oferece um olhar completo sobre a prática na atualidade. Cuidados paliativos são cuidados integrais, realizados por equipes multidisciplinares, prestados a pessoas portadoras de doenças graves e avançadas, sem perspectiva de cura, sendo também extensivos as suas respectivas famílias, com base na técnica, no diálogo, na fraternidade e na compaixão. Reduzir tais cuidados apenas à proximidade da morte é olhar uma obra de arte por um único ângulo na penumbra. É necessário aspirar mais, muito mais e a leitura deste livro nos ajuda no desafio da busca de uma visão global. Para tanto, sintetizam-se a relação entre estes cuidados e os campos de estudo da ética, bioética, desenvolvimento histórico, direito, filosofia, protagonismo do paciente e formulação de políticas públicas. Tal feito conta com a colaboração de profissionais de diferentes áreas, militantes e estudiosos de cuidados paliativos, de forma que a compreensão da necessidade da universalização do acesso a essa prática e o enfrentamento dos desafios para tal no Brasil possuem caráter essencial na busca por uma saúde pública ética e igualitária para todos. Trata-se de um livro com linguagem compreensível, fácil, com sólida base acadêmica, indicado a todos que pretendam adentrar no universo dos cuidados paliativos.
A política brasileira de HIV/Aids é tida como um exemplo de política pública bem-sucedida e reconhecida em todo o mundo. Ativismo Patrocinado pelo Estado: burocratas e movimentos sociais no Brasil democrático ajuda a compreender esse fenômeno, incluindo suas etapas, lutas, resistências, mobilizações e desafios. Escrito pela cientista política norte-americana Jessica A. J. Rich, o título é uma tradução - feita por Maria Lucia de Oliveira - de State-Sponsored Activism: Bureaucrats and Social Movements in Democratic Brazil, publicado em 2019 pela Cambridge University Press.
Livro que destaca o legado da psiquiatria rebelde de Nise da Silveira (1905-1999). A obra é um desdobramento da premiada pesquisa de doutorado desenvolvida pelo antropólogo Felipe Magaldi no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ). Ganhador do Prêmio Capes de Tese 2019, nas áreas Antropologia/Arqueologia, o autor apresenta aos leitores o que ele mesmo chama de Admirável Mundo Nise, mostrando a fascinante vida da psiquiatra alagoana e sua complexa relação com a luta antimanicomial no Brasil. O título aborda a trajetória e a memória da doutora Nise, com foco em seu trabalho no Rio de Janeiro, a partir da década de 1940 até os dias atuais, em que permanece inspirando novas políticas públicas e produções culturais. O livro revela como o trabalho da médica se destacou pelo combate às intervenções biomédicas violentas e pela defesa de atividades artísticas e expressivas como forma de tratamento em saúde mental. Magaldi destaca que, para se aprofundar no legado da psiquiatra, mergulhou nas produções bibliográfica, documental e memorialística preexistentes sobre o trabalho dela. Também realizei entrevistas com os seus colaboradores vivos e, principalmente, realizei um trabalho de campo, etnográfico, nas instituições vinculadas à memória e ao legado de Nise da Silveira, revela. Entre as instituições exploradas durante a pesquisa de Magaldi, destacam-se o Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, em Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde estão localizados o Museu de Imagens do Inconsciente e a ocupação artística Hotel da Loucura. A Casa das Palmeiras, no bairro de Botafogo, também é um desses importantes espaços do legado nisiano. Uma personagem que jamais se dobrou aos saberes hegemônicos Em sua imersão pelo mundo da médica alagoana, realizado na interseção entre antropologia e história, Felipe Magaldi busca analisar as ideias originais de Nise. Com o livro
Clínica comum é uma produção coletiva. Após dez anos de atividades de ensino e cuidado, 38 autores, entre professores, estudantes e trabalhadores, que participam da proposta pedagógica do módulo Clínica integrada: produção do cuidado, oferecido pelo eixo comum Trabalho em Saúde do campus Baixada Santista da Unifesp se dedicaram a escrever acerca desta experiência. Desde 2006, quando o campus Baixada Santista da Unifesp começou suas atividades com as graduações de Educação Física, Fisoterapia, Nutrição, Psicologia e Terapia Ocupacional, um determinado modo de formação em saúde foi sendo construído. O eixo Trabalho em Saúde, comum a esses cursos, optou por um aprendizado na experiência, em que conhecimento e intervenção estivessem imbricados em ato e a experimentação fosse constante. No livro Clínica comum: itinerários de uma formação em saúde (2013), tratamos do ideário e das primeiras análises desta proposta formação que denominamos entreprofissional. Agora, passada a primeira década, apresentamos outro decantado deste percurso. Quisemos compartilhar, com este livro, algumas cenas desta clínica comum vivida por estudantes, docentes, equipes dos serviços e usuários, no mister de inventar e apoiar possibilidades de vida menos restritivas e mais prazerosas. Cenas de formação e cuidado envolvidas em inquietudes, precariedades, questões e tentativas de elaboração: companhias de nosso ensinar e aprender. A heterogeineidade dos textos se fez à semelhança dos seus autores de diversas áreas da saúde. Todes buscando pôr em debate esta experiência inovadora e desafiante, escrita a dezenas de mãos, olhos, ouvidos e pés; muitos corpos que percorrem os caminhos do cuidado e da formação em saúde.
O que hoje chamamos de crescimento é, na realidade, uma proliferação cancerígena e sem rumo. Vivemos atualmente um delírio de produção e de crescimento que se parece com um delírio de morte. Ele simula uma vitalidade que oculta a proximidade de uma catástrofe mortal. A produção se assemelha cada vez mais a uma destruição. É possível que a autoalienação da humanidade tenha atingido um grau tal que ela experimentará seu próprio aniquilamento como um gozo estético.
O patriarcado do salário, da filósofa italiana Silvia Federici, traz ao leitor uma série de artigos que abordam a relação entre marxismo e feminismo do ponto de vista da reprodução social. Retomando diversas discussões presentes nas obras de Karl Marx e Friedrich Engels, a autora aponta como a exploração de trabalhos como o doméstico e o de cuidados, exercido sem remuneração pelas mulheres, teve e tem papel central na consolidação e na sustentação do sistema capitalista.Revisitando a crítica feminista ao marxismo e trazendo para o debate perspectivas contemporâneas sobre gênero, ecologia, política dos comuns, tecnologia e inovação, Federici reafirma a importância da linguagem, dos conceitos e do caráter emancipador do marxismo. Ao mesmo tempo, esclarece por que é preciso ir além de Marx e repensar práticas, perspectivas e ativismo a fim de superar a lógica social baseada na propriedade privada e desenvolver novas práticas de cooperação social.
Publicação se dedica a desbravar as contradições relacionadas à economia política, comunicação, políticas públicas de saúde e educação, além da condição geral dos trabalhadores, aprofundadas em tempos da pandemia da Covid-19. Livro reúne artigos de professores e pesquisadores da Escola Politécnica e também das Universidades do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Federal Fluminense (UFF), Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Rio de Janeiro:
Compreender, a partir de abordagem respeitosa, os elementos que cercam o fenômeno da gestação adolescente no Brasil, desvinculando o tema de discursos moralizantes ou que culpabilizem as mulheres. É com esse intuito que a Editora Fiocruz lança Gravidez na Adolescência: entre fatos e estereótipos, livro que integra a coleção Temas em Saúde.
Como viver uma experiência pandêmica no século XXI e quais são os contextos que informam e são informados por ela? Em sociedades globalizadas, mas ainda com impasses e oportunidades em dimensão nacional e local, abarcando sistemas de saúde, organização política, social e cultural, a pandemia de Covid-19 exige uma apreensão ampla e profunda desses significados, abarcando as diversas experiências do viver humano. Sobre a pandemia é uma obra aberta, voltada para um público de todas as gerações e formações. É um registro fundamental para se compreender, na voz de seus autores, as pistas deixadas pelo passado, as experiências vividas pelo presente e as expectativas depositadas sobre os tempos que virão. Sobre a pandemia é uma coletânea que objetiva reunir intelectuais de distintas áreas do pensamento científico, preocupados em traduzir as interações e tensões em torno da pandemia Covid-19. Ao enfrentar os mares revoltos desse tempo presente, em que a existência humana e não humana se defronta, as interpretações aqui elencadas jogam luz sobre as incertezas e os impasses, mas, igualmente, sobre as iniciativas e as retomadas de sentido diante do homem, suas formas de viver, adoecer e, na sua extensão, de sua própria morte. Tempos, pessoas e narrativas se entrecruzam no esforço de constituição possível da retomada da esperança e de um coletivo futuro possível, mesmo que esteja tatuado em nossas mentes o desafio que Hanna Arendt pressagiou para a sociedade que se inscrevia no século XX: Nossa herança nos foi deixada sem nenhum testamento.
Os ensaios deste livro trazem à cena o mefistofélico projeto neoliberal de saúde pobre para pobres. O subfinanciamento e a privatização do Estado social brasileiro colocaram dolosamente o Sistema Único de Saúde (SUS) numa situação de muita precariedade na atenção à saúde nesta pandemia. Mesmo antes do colapso do sistema de saúde brasileiro em face a doença Covid-19, a atenção de saúde pública já era carente de pessoal e de suporte de tecnologias de baixa densidade tecnológica.
Os muitos desafios e crises que marcam os tempos pandêmicos podem ser narrados por meio de recursos diversos. As figuras de linguagem (incluindo a ironia, a alusão, o paradoxo), as ambiguidades, o exercício da crítica e até mesmo o humor e o alívio cômico são alguns desses vários recursos presentes em Ensaios Fora do Tubo: a saúde e seus paradoxos. Luis Castiel reflete sobre as precarizações - econômica, social, sanitária, entre outras - e as muitas crises que nos afetam em meio ao que chama de pandemência.
Este livro descreve e compara as principais políticas públicas implementadas na Argentina e no Brasil no período 2003-2020, em diferentes áreas. Inclui uma análise das principais políticas de: educação, social, saúde, trabalhista, fiscal, cambial, industrial, inovação tecnológica, regulação, agrícola, energia e meio ambiente. Se identificam também os instrumentos políticos que ajudaram a resolver diferentes problemas em cada país e se alinham às experiências aprendidas. Além disso, são identificados os problemas ainda não resolvidos em cada área e os principais desafios de políticas públicas a serem enfrentados no futuro imediato.
Primeira publicação brasileira sobre biossegurança chega à segunda edição com novos capítulos e atualizações. Aborda desde a história das revoluções sanitárias, que levaram a Humanidade a enfrentar epidemias e desenvolver as noções de transmissão, contágio e prevenção de doenças, até questões das últimas descobertas científicas e tecnológicas. Aplicações da internet em biossegurança e acidentes em unidades de assistência médica estão entre os novos temas em debate. Discute, ainda, a criação de mapas de riscos, segurança em biotérios, ergonomia e biossegurança em laboratórios, política de biossegurança, biotecnologia e doenças emergentes.
Em uma conferência dada em Montreal logo após a publicação de Vigiar e punir, Michel Foucault responde a uma pergunta que lhe foi feita: Existem “alternativas” para a prisão? Foucault duvida que a crescente imposição de condições restritivas fora do recinto prisional seja um sinal de ruptura com o encarceramento; na verdade, parece que o progressismo criminoso e o desenvolvimento de técnicas de vigilância caminham lado a lado. Portanto, não se trata tanto de inventar “alternativas”, mas de saber se se deseja difundir ou diminuir o controle social.
A ética protestante e o espírito do capitalismo aborda um problema, geralmente, de difícil apreensão:o condicionamento do surgimento de uma“disposição econômica” – do “ethos” de uma forma econômica – por determinados conteúdos de fé religiosos, e isso a partir do exemplo das relações do ethos econômico moderno com a ética racional do protestantismo ascético. Nesta edição, busca-se com a inclusão das“Anticríticas” e dos demais escritos sobre o protestantismo contribuir para o entendimento das suas principais teses e também para uma reconstrução da história da sua recepção.
Byung-Chul Han mostra que a sociedade disciplinar e repressora do século XX descrita por Michel Foucault perde espaço para uma nova forma de organização coercitiva: a violência neuronal. As pessoas se cobram cada vez mais para apresentar resultados - tornando elas mesmas vigilantes e carrascas de suas ações. Em uma época onde poderíamos trabalhar menos e ganhar mais, a ideologia da positividade opera uma inversão perversa: nos submetemos a trabalhar mais e a receber menos. Essa onda do eu consigo e do yes, we can tem gerado um aumento significativo de doenças como depressão, transtornos de personalidade, síndromes como hiperatividade e burnout. Este livro transcende o campo filosófico e pode ajudar educadores, psicólogos e gestores a entender os novos
Entre as diversas crises emergidas no contexto da Covid-19, a saúde dos povos indígenas no Brasil foi uma das mais preocupantes e debatidas. "A pandemia tornou ainda mais evidentes as deficiências que permanecem na atenção à saúde indígena e a sua frágil articulação com os demais níveis de complexidade da rede SUS", destacam os organizadores e pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz).
Fruto dos primeiros anos de trabalho cooperativo no âmbito da Rede Ibero-americana de Pesquisa em Ambiente e Sociedade, este livro aborda o tema das mudanças ambientais e climáticas em áreas protegidas e vulneráveis a partir de um amplo grupo de pesquisadores de diferentes países. Lançado por ocasião do cinquentenário da Unicamp, as contribuições aqui trazidas buscam refletir sobre questões-chave da vida contemporânea: por que, afinal, continuamos atrelados a um modelo de desenvolvimento baseado na emissão de carbono se já há evidência suficiente de que isso contribui para ameaçar os sistemas sociais e ecológicos? Por que, diante de tais evidências, as políticas públicas de enfrentamento do problema não surtem o efeito esperado nos diferentes países?
Para os estudiosos do mundo agrário, os temas da sustentabilidade e do desenvolvimento são desafios constantes nas análises sobre territórios rurais em diversos países. Compreender essas unidades espaciais, suas relações e dimensões não é tarefa fácil para as pessoas envolvidas na pesquisa do tema. Estudando casos no Equador, África do Sul, Gana, Índia, China e Indonésia, Scoones apresenta uma abordagem dos meios de vida em comunidades rurais ampliada pela economia política. Discute, entre outros temas, a desigualdade, pobreza, direitos, trabalho decente, qualidade de vida, bem estar, desenvolvimento humano, empoderamento e classes sociais, o autor aprofunda o debate teórico e traz novas perspectivas para os estudos das comunidades rurais no Brasil.
O livro reúne um conjunto diverso de estudos sobre diversidade sexual e de gênero, com uma seleção abrangente e inédita de trabalhos que marcam o conhecimento que se produziu sobre gênero e sexualidade nos últimos 20 anos nas ciências humanas, incluindo saúde coletiva, ciências sociais, direito, educação, psicologia e serviços sociais. Diante dos enfrentamentos colocados pelo cenário atual, os textos convidam à releitura das primeiras duas décadas deste século e apresentam uma abordagem acessível de temas que atingiram grande refinamento conceitual e analítico.
O enfraquecimento da crítica sistêmica da esquerda é hoje uma das principais fragilidades da luta contra o avanço do conservadorismo, do autoritarismo, do racismo, da xenofobia, da intolerância e do neofascismo. Valorizar horizontes utópicos de outras formas sociais não é irrealismo ou expressão de impotência política: é resgatar bússolas indispensáveis para direcionar e estimular lutas antigas e novas. No Brasil de Bolsonaro, o debate sobre Bem Viver, decrescimento, comuns, ecofeminismo, direitos da Mãe Terra e desglobalização, proposto neste livro, oferece oxigênio para uma esquerda que precisa se revigorar, e, principalmente, se reinventar.
O livro traz uma série de textos de profissionais da área da saúde materno-infantil. Oferece um panorama da atenção integrada às doenças prevalentes na infância, estratégia reconhecida pelo Ministério da Saúde. Na década de 90 foi criada e apresentada a profissionais que tinham envolvimento com a saúde materno-infantil em nosso país a estratégia AIDPI. desde então essa estratégia é preconizada pelo Ministério como prioritária para o atendimento à infância em âmbito nacional.
Em 2021, estamos sob tempos sombrios, de retrocessos sociais e políticos, e também na saúde mental. Este livro parte da análise da conjuntura, crua e dura, reconhecendo as perdas e riscos, mas não “está tudo dominado”. A realidade tem contradições e brechas para resistir e até mesmo avançar. Esse é o objeto desse livro, mostrando projetos inovadores em saúde mental e luta antimanicomial. Parte da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (“Disabilidades”) da ONU, que no Brasil tem o mesmo status da Constituição Federal; das novas diretrizes da ONU e da Organização Mundial de Saúde; e dos avanços dos movimentos de direitos humanos e de usuários(as) de outros países, com novas ideias e práticas de protagonismo e direitos de usuários(as) e familiares.
“Diário da Pandemia” reúne registros cotidianos de historiadores sobre a Covid-19 no Brasil e no exterior. Na forma de um diário coletivo, a crise sanitária planetária é analisada à luz da história. A coletânea procura demonstrar que não compreenderemos bem novas epidemias e pandemias sem trabalhos históricos, e, sobretudo, sem pesquisas transdisciplinares especialmente atentas às inter-relações entre sistemas naturais e sociais. As contribuições dos historiadores no livro também abordam hábitos de higiene; relações de gênero e étnico-raciais; biomedicina; saúde pública; meio ambiente; práticas de cuidados e cura; relações internacionais; os interesses dos diversos atores sociais; poder e política; economia e desigualdade; as interseções entre ciência e sociedade; medo, dor, sofrimento e defesa da vida. Há temas de maior interesse e urgência aos habitantes do mundo de hoje?
Este livro reúne trabalhos desenvolvidos sobre os temas relacionados às projeções do perfil epidemiológico do país e a organização e gestão dos serviços de saúde, com o objetivo de apoiar o planejamento e a prospecção estratégica do sistema de saúde em âmbito nacional. A abordagem de prospecção estratégica adotada pela iniciativa Brasil Saúde Amanhã pretende expandir a capacidade de compreensão em relação a temas e situações emergentes fundamentais para o planejamento em saúde de médio e longo prazo.
Em meio aos muitos desafios causados pela pandemia de Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, ao longo do ano de 2020, que as fake news e a desinformação se propagam de forma tão rápida e tão perigosa como o vírus. Dessa forma, a divulgação da ciência ganhou, portanto, um papel essencial no enfrentamento à doença. A obra destaca também a importância da avaliação de projetos de divulgação científica, seja enquanto essas iniciativas ainda estão ocorrendo ou após terem sido finalizadas. Verificar se os objetivos desejados foram ou não atingidos é fundamental para uma visão ampliada de cada projeto e para obter resultados cada vez mais positivos.
"O cuidado e seus desafios para a formação profissional, na melhoria da qualidade nos serviços de saúde e na experiência relacional. Esses aspectos estão presentes nos 16 artigos da coletânea Organização do Cuidado e Práticas em Saúde: abordagens, pesquisas e experiências de ensino, da Editora Fiocruz, organizado por Marilene de Castilho Sá, Maria de Fátima Lobato Tavares e Marismary Horsth De Seta. Os textos apresentados trazem interessantes análises que deslocam o olhar organizativo clássico, disciplinador de corpos e racionalizador de recursos, para expor processos sociais que revelam sofrimentos e desigualdades dos indivíduos, das populações e também dos profissionais. "
Trabalhar na saúde engloba uma multiplicidade de atores e uma diversidade de processos nos serviços públicos, seja na Estratégia Saúde da Família, nos ambulatórios, nos hospitais ou nas emergências. Aos médicos e às equipes de enfermagem, somam-se os agentes comunitários de saúde.Uma análise, ao mesmo tempo, abrangente e detalhada sobre essa complexa realidade é o que oferece esta coletânea, que combina teoria e prática para lançar luz sobre uma série de questões polêmicas, como o sofrimento e o desgaste físico e psíquico vivenciados pelos trabalhadores da saúde; o paradoxo entre a missão de cuidar e a ausência de meios; e a necessidade de ‘invenções’ cotidianas para atender às expectativas dos usuários.
Com erudição e muita sensibilidade, o livro mostra como a fabricação de diferenças é parte constitutiva das relações de poder e explora densamente as polêmicas em torno de questões de gênero, desvelando a revolução que esse conceito empreendeu na área dos estudos sobre a mulher. Na contramão da vitimização ou da suposição de uma cultura de resistência ao patriarcado, a obra está ancorada no escrutínio das formas específicas que a dominação assume em diferentes contextos sociais. Tecendo os nexos entre as abordagens de cunho estrutural e as experiências como produtoras de sujeitos, temos aí um convite irrecusável para a revisão da ideia da mulher como pertencente a um grupo homogêneo e unitário e para as análises interessadas na pluralidade e na historicidade das experiências femininas.
Tornar-se negro foi pioneiro ao conectar a psicanálise com a questão racial. De forma inovadora e potente, a psiquiatra e psicanalista Neusa Santos Souza dedicou um estudo acadêmico à vida emocional de negros e negras, justificado pela absoluta ausência de um discurso nesse nível elaborado pelo negro acerca de si mesmo. Partindo da própria experiência de ser negra numa sociedade de hegemonia branca, Neusa analisa uma série de depoimentos dados a ela, assinalando neles as consequências brutais do racismo e da introjeção do padrão branco como o único caminho de mobilidade social para o negro. São histórias de vida de dez personagens que se autodefinem e falam das estratégias para a ascensão, cujo custo emocional é o da sujeição, negação e apagamento de suas identidades, sua cultura e seus corpos. Intelectual brilhante, Neusa Santos Souza deixou imensa contribuição para o movimento negro e a prática psicanalítica.
Potente e emblemático, Lugar de Negro traça um panorama sucinto de um dos problemas sociais mais candentes do nosso país. Passadas quatro décadas de sua publicação original, sua leitura permanece atual e obrigatória para entender as dinâmicas de raça e classe no Brasil. Lugar de negro reúne três textos de duas grandes referências nos estudos das relações entre desigualdade e raça — Lélia Gonzalez e Carlos Hasenbalg —, sintetizando pontos centrais da questão racial brasileira e contribuindo para fortalecer uma luta fundamental do movimento negro naquela época: descontruir o mito da democracia racial, incitado durante a ditadura.
Primeiro livro de Frantz Fanon, "Pele negra, máscaras brancas" é um dos textos mais influentes dos movimentos de luta antirracista desde sua publicação, em 1952. Logo de início, se apresenta como uma interpretação psicanalítica da questão negra, tendo como motivação explícita desalienar pessoas negras do complexo de inferioridade que a sociedade branca lhes incute desde a infância. Assim, descortina os mecanismos pelos quais a sociedade colonialista instaura, para além da disparidade econômica e social, a interiorização de uma inferioridade associada à cor da pele – o que o autor chama de "epidermização da inferioridade".
Em O quarto de Giovanni , clássico moderno da literatura gay esgotado no Brasil há décadas, James Baldwin narra o encontro de um americano e um italiano em Paris. Lançado em 1956, o segundo romance de James Baldwin é uma obra-prima da literatura americana. Com pinceladas autobiográficas, o livro trata de uma relação bissexual ao acompanhar David, um jovem americano em Paris à espera de sua namorada, Hella, que por sua vez está na Espanha. Enquanto ela pondera se deve ou não se casar com David, ele conhece Giovanni, um garçom italiano por quem se apaixona. Se em O sol também se levanta Ernest Hemingway retrata um grupo de americanos em uma Paris boêmia e fervilhante, O quarto de Giovanni explora, na mesma cidade, as agruras de personagens que enfrentam o vazio existencial ao perceber a fragilidade dos laços e as frustrações de seus desejos. Com tradução de Paulo Henriques Britto, o livro inclui apresentação de Colm Tóibín e posfácio de Hélio Menezes.
Em 1998, o historiador Sidney Aguilar Filho dava uma aula sobre o nazismo alemão para uma turma de ensino médio quando uma aluna mencionou haver centenas de tijolos estampados com a suástica, o símbolo nazista, na fazenda de sua família. Esta informação despertou a curiosidade do historiador e desencadeou sua pesquisa, a qual revelou que empresários ligados ao integralismo e ao nazismo removeram 50 meninos órfãos do Rio de Janeiro/RJ para a Campina do Monte Alegre/SP na primeira metade do século 20. Entre integralistas e nazistas apresenta a história dos anos 1920, 1930 e 1940 explicando como o Brasil absorveu e aceitou as teorias de eugenia e de pureza racial a ponto de incluí-las na Constituição de 1934. A trajetória da pesquisa reforça ainda mais as teses de que os conceitos de “supremacia branca” e as tentativas de “branqueamento da população” marcaram nossa sociedade, sendo o racismo e – mais ainda – a negação do mesmo ainda perenes.
"O longo processo de transição política desde a ditadura no Brasil, foi marcado por uma crescente busca de visibilidade e cidadania. Desde então, passaram-se 40 anos de lutas e de história. O movimento homossexual tornou-se LGBT. Proliferaram-se os coletivos e grupos organizados, diversificaram- se as identidades, multiplicaram-se as formas de luta, conquistaram-se direitos e reconhecimento, construíram-se políticas públicas, realizaram-se os maiores atos de rua desde as ""Diretas Já"" com as Paradas do Orgulho LGBT e ocuparam-se as redes sociais e as tecnologias com novos ativismos. O livro ""História do Movimento LGBT no Brasil"" busca reconstruir alguns temas e momentos privilegiados da história de quatro décadas deste importante ator político do Brasil contemporâneo, atentando para a diversidade de sua composição e de perspectivas no interior do movimento. Pretende-se, assim, contribuir para traçar um panorama interdisciplinar dos 40 anos do movimento LGBT brasileiro."
Estudo sobre as condições de vida e de saúde, assim como de processos de reprodução social no âmbito das unidades de conservação ambiental. É um contexto privilegiado de investigação sobre as relações no território de vida e trabalho entre Estado, sociedade, meio ambiente e saúde, o que poderá contribuir para a elaboração de um projeto político amplo que possibilitaria a estruturação de um sistema de garantias de direitos às populações ribeirinhas por meio do desenvolvimento de ações integradas.
Esta pesquisa consegue, não perdendo a possibilidade de valorizar a intersubjetividade como elemento de determinação na vida de trabalho dos sujeitos analisados, utilizar um modelo epidemiológico de investigação que ao generalizar suas individualidades, está tão somente a serviço de uma discussão mais sistematizada dos determinantes psicossociais nos agravos à saúde mental dos trabalhadores de um setor. O estudo de caso que estabelece associações entre características do processo de trabalho e o sofrimento psíquico de 1.525 trabalhadores de hospital geral de 412 leitos no município de São Paulo, através de análises estratificadas, controladas por variáveis confundidoras e/ou modificadoras de efeito, é pioneiro no país. A própria natureza surpreendente dos resultados, associada à cuidadosa elaboração metodológica do estudo, faz desta investigação uma contribuição das mais instigantes para os estudiosos de saúde coletiva da psicopatologia do trabalho, e para os principais e mais diretamente interessados, no caso, os trabalhadores.
Medicina e sociedade, incide, sobretudo, em aspectos diretamente relevantes às modalidades do trabalho médico, entendidas aqui como as formas pelas quais o médico, enquanto trabalhador especializado, participa do mercado e se relaciona com o conjunto de meios de produção de serviços de saúde. Daí decorre maior ênfase na heterogeneidade da categoria ocupacional, em termos dos tipos de oportunidade de trabalho a que tem acesso os profissionais, do que em sua homogeneidade, resultante da sujeição a processos comuns de formação nos aspectos técnico-científicos e éticos que compõem o núcleo da medicina como profissão. Composto de três capítulos, o livro inicia-se com uma análise das relações entre Estado e assistência médica; o segundo capítulo dedica-se ao estudo do médico no mercado de trabalho e o terceiro capítulo versa sobre a profissão médica e mercado de trabalho- as ideologias ocupacionais. Muitos são os destaques que podem ser dados ao livro de Cecília; a abordagem teórica, a pesquisa empírica, forma de narrar e a visão das possibilidades que se abriam para o campo das ciências sociais na busca de compreensão da profissão e do processo de profissionalização médica.
Seria possível imaginar uma radical reforma do Estado brasileiro a ponto de assegurar às políticas públicas um funcionamento com importante grau de autonomia em relação ao poder executivo e ao mercado? Para Nilton, este objetivo não somente seria realizável — ele demonstra que, em alguma medida, experiências de cogestão já vêm acontecendo no SUS —, como ainda se constituiria em alternativa à esquizofrenia do debate contemporâneo polarizado entre privatização e petrificação de uma administração pública autoritária, burocratizada e patrimonialista.
Neste livro, a escritora Julia Dantas apresenta cinco contos sobre diferentes histórias de vida que se entrecruzam na temática das epidemias de hiv. Com as ilustrações de Pablo Aguiar, o livro, embora ficcional, permite um aproximações com diferentes realidades, refletidas nos personagens da obra. Após quatro décadas, o estigma e a discriminação ainda constituem os maiores desafios de superação da epidemia.
Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico constitui-se em um esforço de construção de um diálogo horizontal entre teóricos(as) decoloniais, feministas negras, intelectuais/ativistas antirracistas e negros(as). Adotando uma noção ampla de decolonialidade, reconhecemos o posicionamento decolonial nos processos de resistência e reexistência das populações afrodiaspóricas brasileira, caribenha, norte-americana e africana. Fundamental para tais processo tem sido a afirmação corpo-geopolítica dessas populações, a partir da qual outros conhecimentos, novas formas de existência e projetos políticos têm sido elaborados.
Este livro é sobre prazer. É também sobre sofrimento. Mas mais importante, é um livro que trata de como encontrar o delicado equilíbrio entre os dois, e por que hoje em dia, mais do que nunca, encontrar o equilíbrio é essencial. Estamos vivendo em uma época de excessos, de acesso sem precedentes a estímulos de alta recompensa e alta dopamina: drogas, comida, notícias, jogos, compras, sexo, redes sociais. A variedade e a potência desses estímulos são impressionantes - assim como seu poder adictivo.
“Uma das contribuições mais importantes deste livro é a proposta de refundação da esquerda, a partir de um programa efetivamente antissistêmico: democracia direta, gestão coletiva dos recursos públicos, de sistemas de crédito e do patrimônio ecológico, confisco de aparelhos produtivos para serem geridos pelos próprios trabalhadores, salário máximo, restrição do direito à propriedade privada. Só uma esquerda que não tem medo de dizer seu próprio nome, que assume a luta de classes e se identifica com o proletariado como sujeito político com força revolucionária – principal tese da teoria marxista da revolução – será capaz de superar os impasses aos quais nos levou um “reformismo fraco”, que confundiu política com gestão.
Após escrever um artigo intitulado “O sistema e o antissistema”, em que mostrava preocupação com o crescimento da extrema-direita no mundo, Boaventura de Sousa Santos foi contatado por sua amiga Helena Silvestre dizendo que havia lido o texto e que tinha sobre o tema uma opinião muito diferente. Incitada por Boaventura a escrever sobre o assunto, ela de imediato aceitou. Pensando ainda em uma terceira perspectiva, Boaventura convidou Ailton Krenak para a empreitada. Temos, assim, neste livro três miniensaios distintos sobre o mesmo tema geral, escritos a partir de diferentes contextos sociais, políticos e culturais, por autores de diferentes gerações, com diferentes identidades e histórias de vida, mas irmanados na mesma luta por uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais respeitadora da diversidade e da diferença.
Sistematizando anos de estudos e elaborações em torno da temática da diversidade sexual e de gênero, Renan Quinalha compartilha neste livro reflexões teóricas e historiográficas em linguagem acessível, sem renunciar à profundidade das discussões, com o objetivo de atingir um público mais amplo interessado no universo LGBTI+. Esta obra destina-se tanto a pessoas que desejam investigar a fundo essa temática como àquelas que estão dando seus primeiros passos nos estudos de gênero e sexualidade. Ela é, sobretudo, um convite à ação política e à luta por igualdade, diversidade e democracia.
O manicômio, com sua função de exclusão, aniquilação de subjetividades e de vidas, foi considerado o lugar de destino e disciplina de todos os tipos de indesejados que não se ajustavam às normas. No Brasil, todavia, a intensa luta política por parte dos militantes do Movimento de Luta Antimanicomial, os avanços do progresso técnico, com a implementação de serviços substitutivos e novas forma de controle, tornou sua existência, enquanto estrutura material, obsoleta. Mas isso não significou a superação dos desejos de manicômio, expressadas nas “novas cronicidades” dos serviços de saúde mental do país.
O que aconteceria se 30 pensadoras e pensadores das quebradas de São Paulo se reunissem para refletir sobre o atual momento e pensar propostas? O resultado é o livro “Reflexões Periféricas: propostas em movimento para a reinvenção das quebradas”. Fruto de uma longa pesquisa, o livro se divide em dez temáticas: cultura; gênero; habitação; participação popular; transporte; educação; infâncias; saúde; trabalho; violência, genocídio e racismo. Ao final, o texto nos apresenta um amplo painel dos dilemas e das potências das periferias, vividas, refletidas e escritas por quem está com os pés no chão e busca propostas concretas para nossa reinvenção.
No final de fevereiro de 1848, foi publicado em Londres um pequeno panfleto que acabaria por se tornar o documento político mais importante de todos os tempos: o Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels. Passado mais de um século e meio, a atualidade e o vigor deste texto continuam reconhecidos por intelectuais das mais diversas correntes de pensamento. A Boitempo Editorial utilizou, com alguns ajustes ortográficos, a tradução feita por Álvaro Pina a partir da edição alemã de 1890, prefaciada e anotada por Engels. O cotejo foi feito de forma minuciosa com as principais edições inglesa, francesa e italiana, confrontadas com duas edições brasileiras anteriores. Além do Manifesto Comunista em si, o volume traz ainda a reflexão de seis especialistas sobre as múltiplas facetas desta que é, ainda hoje, a obra política mais lida e difundida em todo o mundo. Com organização de Osvaldo Coggiola, o livro tem ensaios de Antonio Labriola, Jean Jaurès, Leon Trotsky, Harold Laski, Lucien Martin e James Petras. A edição compila ainda sete prefácios de Marx e Engels à obra, feitos em diferentes períodos.
Durante dezenas de milhares de anos os seres humanos viveram, em média, apenas 30 anos. O grande aumento de nossa expectativa de vida começou somente lá por 1750, no Ocidente. Água potável, saneamento básico, melhora na alimentação tiveram um impacto notável. Depois, vieram as vacinas. Em dois séculos nossa longevidade duplicou. De 1950 para cá, avanços na área médica e farmacêutica propiciaram um ganho médio de mais 25 anos de vida. Há quem ache que viveremos cada vez mais e melhor. Será? Problemas ambientais e comportamentais já estão causando doenças crônicas e provocam retrocessos na saúde humana. A pandemia de covid-19 não é resultado do acaso, mas uma ilustração das disfunções das sociedades humanas, principalmente de sua relação com o meio ambiente. Conhecer a trajetória da saúde humana e entender os atuais desafios é urgente para pensarmos o mundo que deixaremos às futuras gerações.
Desde o fim do século XX, o sistema capitalista tem reiterado incessantemente o discurso sobre a necessidade de “adaptações” e “mudanças” nas relações de trabalho. Em “É tudo novo”, de novo, o professor de economia Vitor Filgueiras analisa essa narrativa das “grandes transformações”, tão repetida no capitalismo contemporâneo, apresentando seus argumentos e suas contradições, de modo a desnudar seus verdadeiros objetivos: a legitimação da destruição de direitos trabalhistas e o aprofundamento da assimetria entre capital e trabalho. Os argumentos empresariais em torno da inovação defendem que o padrão atual de políticas públicas e ações coletivas relacionadas ao trabalho é inexoravelmente anacrônico e, para evitar um desastre no mercado de trabalho, seria preciso “flexibilizar” e “modernizar” os trabalhadores e as legislações trabalhistas. Embora predatórias, essas narrativas são tão poderosas que acabam sendo assimiladas por parcela importante de trabalhadores e instituições, ajudando a criar uma espécie de “profecia autorrealizável” à medida que são reproduzidas. Em uma linguagem acessível, o livro enfatiza a importância de não assumirmos como verdadeira a retórica capitalista dominante, o que possibilita que as forças do trabalho abram espaço para a criação de alternativas à pauta do capital.
Walter Praxedes e Nelson Piletti expõem de maneira didática o tratamento que pensadores fundamentais dispensam aos temas clássicos e contemporâneos relevantes para a disciplina de Sociologia da Educação. Os autores fazem um levantamento das múltiplas abordagens teóricas da área a partir de grandes nomes, como Auguste Comte, Émile Durkheim, Max Weber, Karl Marx, Fernando de Azevedo, Antonio Gramsci, Michel Foucault, Jürgen Habermas, Pierre Bourdieu, Florestan Fernandes, problematizando o tratamento sociológico conferido à temática educacional e indicando a necessidade de formulação de novos pontos de investigação. No final de cada capítulo, incluem um texto de referência para ilustração e aprofundamento do tema tratado, propondo questões para análise e interpretação dos conteúdos. Voltado a estudantes de graduação em Pedagogia, Ciências Sociais e licenciaturas.
Este livro tem como objetivo demarcar que o processo brasileiro de Reforma Psiquiátrica não é uma simples transformação do modelo assistencial, em que pese a enorme importância desta. Trata-se de uma transformação de mentalidades, de culturas, de referências científicas, de relações sociais, de formas de ver e estar no mundo.
O conjunto de textos aqui reunidos vem nos alertar que a patologização e medicalização da vida se trata de uma invasão nos nossos cotidianos, inescapável. A saída lucrativa da química salvadora que dociliza os corpos e mentes mediante o uso orquestrado dos fármacos se faz presente, a indústria farmacêutica e seus postos de distribuição que mais crescem nessa nova onda neoliberal do capital que tanto sofrimento constrói, diante de um Estado intolerante ou omisso.
Obra pioneira, Além do carnaval examina a realidade social e cultural da homossexualidade masculina no Brasil ao longo do século XX. James Green questiona a visão estereotipada de que a expressão desinibida e licenciosa do comportamento homossexual durante o carnaval comprova a asserção de que a sociedade brasileira tolera a homossexualidade e a bissexualidade na vida cotidiana. Sustentado por ampla pesquisa e sólida erudição, esta obra traz uma contribuição inestimável a uma área negligenciada da história social brasileira. Esta terceira edição, revista e ampliada, atualiza e aprofunda as análises das edições anteriores, cobrindo as últimas décadas do século XX, pródigas em lutas, conquistas, mas ainda repletas de desafios.
Segundo romance da ganhadora do prêmio Jabuti Natalia Borges Polesso, A extinção das abelhas é uma exploração profunda sobre a solidão. Uma história brutal sobre uma mulher, um gato e um mundo em colapso. “As pessoas vão embora, e isso é uma realidade.” Assim começa A extinção das abelhas , novo livro de Natalia Borges Polesso. Nele, conhecemos a história de Regina: depois de ser abandonada pela mãe, ela foi criada apenas pelo pai, que faleceu quando a garota começava a entrar na vida adulta. As vizinhas, Eugênia e Denise, cuidam dela como podem, oferecendo afeto, dinheiro e uma vida em família que lhe faz falta. O círculo se completa com Aline, filha do casal e amiga-irmã de Regina. Sua perspectiva de mudar de vida é diminuta. Ao ver um anúncio na internet sobre camgirls , Regina decide tentar a sorte. Então cobre a cabeça com uma máscara de gorila e encarna um lado seu que não conhecia. Ao se expor para desconhecidos na câmera e revolver os desejos e vergonhas desses homens, ela se defronta com os próprios sentimentos, fantasmas há muito enterrados em seu inconsciente.
Discutir os múltiplos fatores que envolvem os acidentes e problemas de saúde causados por animais peçonhentos, especialmente entre as populações mais vulneráveis. Com esse objetivo, a Editora Fiocruz lança Os Animais Peçonhentos na Saúde Pública , título que integra a coleção Temas em saúde. Segundo os autores, o livro começou a ser pensado durante suas andanças pelo interior do estado do Rio de Janeiro, estudando o aumento dos casos de picadas por escorpiões. "Essas experiencias no território reforçaram duas preocupações: a necessidade de apropriação pelas políticas públicas dos saberes e modos de viver das populações expostas ao risco de acidentes e a necessidade de reorganização das estratégias e ações voltadas para esses problemas de saúde", afirma o biólogo Claudio Maurício.
A partir de uma pesquisa bibliográfica aprofundada e de entrevistas e relatos de mulheres de diferentes idades e origens que exercem a profissão de trabalhadoras domésticas, este 11º volume da Coleção Feminismos Plurais traça um painel histórico e social do trabalho doméstico no Brasil. A autora Juliana Teixeira uniu sua experiência pessoal como filha de uma trabalhadora doméstica com sua pesquisa de doutorado em Administração apresentado ao Centro de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais - CEPEAD/UFMG para traçar as origens históricas escravocratas da condição atual da mulher trabalhadora doméstica e discutir a importância da regulamentação dessa atividade, além das interseccionalidades de entre gênero, raça e classe desse grupo, assim como o racismo estrutural e o papel da branquitude no assunto, seja por meio de suas ações ou dos silenciamentos que promove. Trabalho Doméstico apresenta uma discussão indispensável, escancarando as desigualdades e opressões sofridas pela categoria e enfatizando a presença da nossa herança colonial escravista ainda na sociedade atual.
Letícia Nascimento, em Transfeminismo, através de uma linguagem acessível e didática, traz ao público geral explicações necessárias sobre os conceitos de gênero, transgeneridade, mulheridade, feminilidade e feminismo. Mostra como cada vez mais é necessário que as pessoas estejam abertas às diversas existências que não necessariamente se encaixam no organização binária e cisgênera do mundo. Um primeiro passo nesse sentido é conhecer as experiências de quem faz parte desses grupos e esse livro, escrito por uma mulher travesti, negra e gorda, que está presente nos meios acadêmicos e é inspiração para outras mulheres transexuais e travestis, apresenta essas vivências, traz conceituações históricas e situa o transfeminismo dentro dos demais feminismos existentes.
A intenção da coleção Feminismos Plurais é trazer para o grande público questões importantes referentes aos mais diversos feminismos de forma didática e acessível. Neste volume, a autora Carla Akotirene discute o conceito de interseccionalidade como forma de abarcar as interseções a que está submetida uma pessoa, em especial a mulher negra. O termo define um posicionamento do feminismo negro frente às opressões da nossa sociedade cishetero patriarcal branca, desfazendo a ideia de um feminismo global e hegemônico como diretriz única para definir as pautas de luta e resistência. (edição revista em parceria com a Pólen Livros)
O livro é composto por trabalhos que afirmam a importância da luta quilombola e apresentam reflexões sobre o contexto educacional brasileiro e a luta territorial, tópico de constantes disputas. As epistemologias quilombolas apresentadas evidenciam as existências múltiplas que lutam por respeito e direitos que deveriam ser básicos. Os textos são fruto da I Jornada Nacional Virtual de Educação Quilombola, evento que foi uma parceria entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), sendo o primeiro evento organizado pelo Coletivo Nacional de Educação.
Sexualidade e socialismo traz uma análise incrivelmente acessível das questões mais desafiadoras para os que estão preocupados com a luta pela igualdade para lésbicas, gays, bissexuais e travestis, mulheres transexuais e homens trans (LGBT). O livro contém artigos sobre as raízes da opressão LGBT, a construção das identidades sexuais e de gênero, a história do movimento gay e sobre como unir os oprimidos e explorados para conquistar a libertação sexual para todos. Sherry Wolf analisa diferentes teorias sobre opressão – incluindo as marxistas, pós-modernistas, as políticas de identidade e a teoria queer – e contesta mitos sobre genes, gênero e sexualidade.
A crise global não afeta a todos da mesma forma. As mutações do mundo do trabalho e as subjetividades dispostas a participar de novas formas de produção e consumo redesenham nosso presente. O que significa, então, repensar a possibilidade de um mundo liberado do capitalismo? No contexto de uma crise que marca os limites do pensamento neoliberal, os novos movimentos sociais – os excluídos, sem documentos, sem empregos, sem moradia, migrantes, indígenas – propõem iniciativas de baixo para cima. Baschet explicita as características mais complexas do capitalismo financeirizado e explora caminhos alternativos para a elaboração prática de novas formas de vida. Sem estabelecer um modelo universal para as experiências de autogestão, nem construir uma grande história para o futuro, o autor condena-as a se dissolverem em algo novo, reabrindo o horizonte de outros mundos possíveis.
A revista Jacobin é uma voz destacada da esquerda mundial. Agora, em português, oferece um ponto de vista socialista sobre política, economia e cultura. Você pode adquirir o exemplar avulso ou dentro do nosso pacote de assinaturas com esta edição inclusa e a próxima que será lançada no primeiro semestre de 2022. “O ser humano vive da natureza. Isto significa que a natureza é seu corpo, com o qual ele precisa estar em processo contínuo para não morrer. Que a vida física e espiritual do ser humano está associada à natureza não tem outro sentido do que afirmar que a natureza está associada a si mesma, pois o ser humano é parte da natureza.” — KARL MARX
De que forma a pandemia agravou as já abissais desigualdades sociais no Brasil, na América Latina e no mundo? Como o capital se comporta diante de uma crise sanitária dessa magnitude? É possível afirmar que a brutal expansão da covid-19 tem preferência de classe, gênero, raça e etnia? Nesta obra, o professor de sociologia do trabalho Ricardo Antunes apresenta diversos textos escritos nos últimos anos que conceituam o atual estágio do desenvolvimento capitalista, em especial no que se refere aos novos modos de sujeição do trabalho. Seu foco principal é interpretar de que forma a pandemia e a gestão Jair Bolsonaro vêm determinar um capitalismo já em crise. Antunes destrincha diversos temas como a relação da pandemia com as reformas trabalhistas feitas nas últimas décadas, o aumento do desemprego, a constante precarização do trabalho e o afrouxamento dos vínculos empregatícios. Retomando o léxico e uma série de descobertas expostos em seus livros anteriores, o autor nos oferece uma análise da conjuntura em que nos encontramos, com seus vieses de raça, classe, gênero etc., sob o pano de fundo de uma análise marxista dos rumos do capitalismo contemporâneo. Escrito sob o calor dos fatos narrados, sem esconder a indignação crítica de que se alimenta, este livro é uma oportunidade de conhecer as grandes linhas do pensamento de um de nossos maiores intérpretes do mundo do trabalho, aplicado quase em tempo real a nosso sombrio dia a dia. No melhor estilo da prosa dialética, comparecem aqui os terríveis suplícios a que é submetida a classe trabalhadora contemporânea, mas também a visão de um futuro melhor que só pelas mãos dela pode ser construído.
Saúde coletiva: intelecções sobre espaços de produção do cuidado fomenta reflexões sobre as ações e os serviços de saúde ofertados no cenário brasileiro, tendo por base o campo da saúde coletiva, cuja essência visa à oferta de práticas cuidativas direcionadas ao sujeito, à família e à comunidade, na ótica da singularidade e multidimensionalidade do ser. A obra reúne uma série de textos que apresentam possibilidades para a promoção, proteção e recuperação da saúde, tendo como eixo estruturante o cuidar científico, ético e sensível. Em decorrência da escrita acessível, esta leitura torna-se uma fonte excelente para os profissionais da saúde e a sociedade em geral, podendo incentivar a reorientação de atitudes atreladas à melhoria da qualidade de vida.
Neste 13º título da Coleção Feminismos Plurais, a promotora de justiça Lívia Sant’Anna Vaz apresenta um estudo das cotas raciais no Brasil e do seu impacto no ensino superior e nos concursos públicos ao longo dos dez anos da legislação. A obra rememora o histórico de restrições impostas a pessoas negras no acesso à educação formal e promove a compreensão histórica do racismo e da resistência jurídica de reconhecê-lo como um dos elementos que estrutura as desigualdades brasileiras. Para além de apresentar os desafios para o aprimoramento das cotas raciais e os seus limites na concretização de justiça racial, a autora também salienta a importância dos mecanismos de controle para a garantia da eficácia dessa importante ação afirmativa para o povo negro.
Um manifesto cáustico e subversivo que busca derrubar todas as restrições e preconceitos sobre o que pode ou não ser feito com o corpo e para o corpo. Defesa radical da liberdade dos corpos, Manifesto contrassexual põe abaixo todas as noções estereotipadas de sexo, gênero e desejo. Com a verve demolidora e o rigor teórico que o tornaram um dos pensadores essenciais da atualidade, Paul B. Preciado analisa e desmonta as construções socioculturais que definiram e normatizaram a sexualidade. Combinando linguagens diversas que vão da arte performática ao dadaísmo e inspirado pelo pensamento de Michel Foucault, Gilles Deleuze, Judith Butler e Jacques Derrida, o filósofo espanhol propõe a contrassexualidade como antídoto à política conservadora de controle sexual: uma teoria do corpo que se situa fora das oposições homem/mulher, masculino/feminino, heterossexualidade/homossexualidade.
O livro "100 casos clínicos em Medicina: Esquematizados e comentados", publicado pela Editora Sanar e elaborada em conjunto com as ligas acadêmicas de todo o país, é uma obra essencial para uso em sessões de ligas acadêmicas, tutorias, aprendizado em pbl, estações de treinamento prático (osce), estudo para provas práticas. A obra discute casos clínicos de forma estruturada e diversa trazendo inúmeras patologias e abordagens terapêuticas. Em decorrência disso, serve de exercício nos três campos mentais da medicina: o diagnóstico, a estimativa prognóstica e a decisão terapêutica.
Organizado pelas catalãs Cristina Carrasco Bengoa e Carme Díaz Corral, o livro reúne artigos de pesquisadoras espanholas e latinoamericanas que discutem a economia pelo viés do gênero, por meio de uma crítica ao pensamento econômico hegemônico e a proposição de novas alternativas para romper com as violências e opressões perpertuadas contra as pessoas mais vulneráveis, principalmente as mulheres. Os textos trazem à tona reflexões sobre capitalismo exploratório e a problemática do trabalho pela perspectiva social, ambiental, urbana, micro e macroeconômica.
Por isso, fez-se urgente a publicação de um material que disserte sobre as bases conceituais e operacionais da saúde coletiva e o cotidiano de trabalho do enfermeiro.A terceira edição de Enfermagem em Saúde Coletiva | Teoria e Prática, ampliada e atualizada, reúne reflexões fundamentais sobre a atuação nas práticas específicas de cuidado e na atenção primária à saúde. Além disso, um novo capítulo sobre distrações e interrupções mostra como prevenir e mitigar erros e incidentes que comprometem a qualidade do cuidado e a segurança do paciente.Esta obra é especialmente indicada a enfermeiros e estudantes de enfermagem, mas de grande valia também para professores, gestores, pesquisadores e profissionais das demais áreas da saúde.?
Conhecida e respeitada por oferecer um texto sólido e abrangente, esta obra foi revisada e aprimorada para adequar seu conteúdo à realidade atual da saúde e da gestão de seus serviços, setores fortemente influenciados por mudanças políticas, econômicas e sociais. Indispensável a estudantes e gestores da área da saúde, o livro mantém a organização em cinco partes, sendo as quatro primeiras dedicadas aos temas mais relevantes sobre gestão, processos, organização e funcionamento dos serviços da assistência à saúde, e a quinta, a estudos de casos, que proporcionam ao leitor exercitar seu raciocínio crítico, avaliar situações-problema e solucioná-las. O grande diferencial desta edição está na modernização do projeto gráfico, no aperfeiçoamento das ilustrações e, especialmente, na vasta atualização do conteúdo, que, além de ter sido meticulosamente revisado, foi enriquecido com a inclusão de dois capítulos (Governança Clínica e Segurança do Paciente) e a substituição de todos os estudos de casos, que certamente despertarão novas e frutíferas discussões.
Epidemiologia e Bioestatística – Fundamentos para a Leitura Crítica – 2a edição foi concebida como uma introdução à epidemiologia e à bioestatística, salientando os assuntos que se constituem em uma instrumentação básica para a leitura crítica de artigos científicos na área da saúde. Para esta nova edição, houve a atualização de alguns capítulos e acréscimo de novos exemplos e mais 50 exercícios resolvidos. Entretanto, foi mantida a preocupação de não torná-lo muito complexo, focando naquilo que é mais encontrado na literatura científica biomédica. O objetivo é que ele continue a ter uma assimilação fácil tanto para o aluno da graduação quanto para o de pós-graduação, como também para os professores e outros profissionais da área da saúde.
Saúde Baseada em Evidências: Conceitos, Métodos e Aplicação Prática resgata a deficiente literatura existente no Brasil sobre o tema. Sua publicação chega no melhor momento, na medida em que estende a Saúde Baseada em Evidências (SBE) a disciplinas interligadas pelos conceitos e princípios baseados em evidências. Com isso, cria-se uma verdadeira rede de conhecimentos. A SBE agora é multidisciplinar. Seus autores representam as melhores e mais referenciadas instituições acadêmicas do país. São médicos, epidemiologistas, docentes, pesquisadores, psicólogos, ?psicoterapeutas, odontólogos, jornalistas de saúde, bacharéis e advogados, administradores e, por último, mas não esquecido, o mais importante de todos: o paciente.
Enfrentar o medo de se manifestar e, com coragem, confrontar o poder, continua a ser uma agenda vital para todas as mulheres”, escreve bell hooks no prefácio à nova edição de Erguer a voz. Na infância, a autora foi ensinada que “responder”, “retrucar” significava atrever-se a discordar, ter opinião própria, falar de igual pra igual a uma figura de autoridade. Nesta coletânea de ensaios pessoais e teóricos, em que radicaliza criticamente a máxima de que “o pessoal é político”, bell hooks reflete sobre assuntos que marcam seu trabalho intelectual: racismo e feminismo, política e pedagogia, dominação e resistência. Em mais de vinte ensaios e uma entrevista, a autora mostra que transitar entre o silêncio e a fala é um gesto desafiador que cura, que possibilita uma nova vida e um novo crescimento ao oprimido, ao colonizado, ao explorado e a todos aqueles que permanecem e lutam lado a lado, rumo à libertação.
Neste livro temos a intenção de publicizar o processo de trabalho realizado pelos alunos da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/FIOCRUZ) constituída e desenvolvida em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde do Município do Rio de Janeiro (SMS-RJ), do Município de Mesquita e o Ministério da Saúde. A proposta é apresentar esse percurso formativo na Atenção Primária à Saúde em um contexto sem precedentes: a pandemia de COVID-19 e seu impacto sobre a vida e a saúde das famílias brasileiras, especialmente àquelas em maior situação de vulnerabilidade. Essa publicação busca apontar os caminhos percorridos pelos residentes em saúde da família, nos seus cenários de prática, em que profissionais de diferentes categorias profissionais – enfermeiro (a), dentista, nutricionista, farmacêutico (a), psicólogo (a), profissional de educação física e assistente social – junto com as equipes de saúde da família, gerentes e comunidade, precisaram rever e adequar processos e práticas, a fim de garantir o cuidado em saúde para populações de territórios extremamente vulneráveis, da cidade do Rio de Janeiro e Mesquita, durante o percurso mesmo da pandemia.