Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Este livro é leitura imprescindível para quem busca entender e superar os efeitos do racismo institucional na saúde mental. Ancorado na articulação entre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e a Política Nacional de Saúde Mental, Emiliano de Camargo David toma raça como um determinante social da saúde e propõe a “aquilombação” como ferramenta teórica para expandir o debate e fazer frente aos marcadores raciais que ampliam as iniquidades seculares e contemporâneas no cuidado à saúde mental. Para ele, o “aquilombamento” coloca o racismo no centro do debate público e permite avançarmos no processo de inclusão da temática racial nas políticas e, consequentemente, nos serviços de saúde mental, indicando um caminho assertivo para a construção de estratégias para o seu enfrentamento.
Fruto da pesquisa acadêmica realizada na década de 1980 por Eduardo Viveiros de Castro, este livro veio a público em 1992, após uma edição adaptada para atender a públicos mais amplos e não especializados que demonstraram grande interesse pelo modo de vida dos araweté. Esta terceira edição, revista e ampliada com novos capítulos oriundos de estudos recentes, comemora os trinta anos da pesquisa pioneira deste que é um dos mais respeitados antropólogos brasileiros e, sobretudo, recupera a luta desse povo para sobreviver, resistir e se reinventar sem, no entanto, perder sua cultura.
Panorama do maior bioma nacional, Arrabalde mistura relatos, entrevistas e pesquisas para retratar as variadas percepções da Amazônia por aqueles que se relacionam com ela num volume que atua em sua ampla defesa. A Amazônia produz 20% da água doce do planeta e abriga por volta de 16 mil espécies de árvores. Maior floresta tropical do mundo, ainda encerra mistérios que instigam pesquisadores e leigos. Ao apurar a forma como o território vem sendo ocupado desde os anos 1960, João Moreira Salles evidencia a falta de curiosidade e afeto que pautou os modelos de exploração do bioma, o qual foi sendo devastado e reduzido à lógica das economias extrativistas. Resultado da estadia de seis meses de Moreira Salles no Pará e tributário da literatura de viagens, Arrabalde nos convida a olhar atentamente para a floresta, em sua complexidade biológica e social, em sua desordem natural e potente, que alarmou a mentalidade racional de tantos homens que lá tentaram fazer empresa. Caleidoscópio das relações dos brasileiros com a Amazônia, este volume é uma defesa contundente de nosso maior patrimônio ambiental e um ensaio sobre seu presente e suas possibilidades de futuro.
Explorar as experiências de mulheres brasileiras em relação a uma particular estratégia publicitária como a contraintuitiva através da abordagem da Grounded Theory, como faz Francisco Leite neste livro, é inovador e corajoso. É inovador porque embora a Grounded Theory seja a metodologia de pesquisa atualmente mais utilizada no mundo e difusa, mais do que outras metodologias, em uma grande variedade de disciplinas e campos de pesquisa, são ainda poucas as suas aplicações nos estudos midiáticos e, em particular, aqueles com foco na comunicação publicitária. É inovador também, porque oferece uma perspectiva inédita ao olhar para um fenômeno de extrema relevância midiática e social com a ambição de construir uma teoria fundamentada nos dados. Mas, o trabalho é também corajoso do ponto de vista metodológico porque investigar as experiências vividas e mediadas, muitas vezes dolorosas, ao alcançar os sentimentos de sofrimento, com os procedimentos e técnicas de Grounded Theory é uma ideia original e, de certa forma, arriscada. No entanto, este livro demonstra que Francisco venceu a aposta metodológica conseguindo edificar uma teoria substantiva a partir dos significados que as mulheres brasileiras, brancas e negras, construíram a partir da experiência de interação com publicidades containtuitivas que midiatizam a imagem de mulheres negras como protagonistas.
Instigados pelo boom das commodities, governos progressistas que chegavam ao poder na América Latina no início do século XXI enxergaram na intensificação da exploração de bens naturais com vistas à exportação uma forma eficaz de enfrentar a crise econômica, e de enfim alcançar o sempre distante objetivo de desenvolvimento de suas respectivas nações. Como nos mostra a socióloga argentina Maristella Svampa neste livro, a consequente intensificação da espoliação da natureza demandada por esse modo de produção logo fez com que, em nome do “progresso” e do “desenvolvimento nacional”, esses mesmos governos não titubeassem em violar direitos humanos e em pôr em risco patrimônios ecológicos.
O Grupo de Pesquisa Informação, Cidadania e Aprendizado (ICA), da Faculdade de Tecnologia “Julio Julinho Marcondes de Moura” – Fatec Garça (CEETEPS), visa estudar os fenômenos sociais e suas implicações na ambiência organizacional, com foco na cidadania e coletividade. Das reuniões e dos debates realizados nos últimos anos, percebeu-se um interesse, por parte dos discentes e docentes do ICA, pelos temas que contemplam as mulheres, assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. Desta forma, muitos trabalhos nasceram e, assim, a necessidade de socializar o que foi produzido neste livro que traz estudos sobre a representatividade das pesquisadoras brasileiras na área da Ciência da Computação; as dificuldades enfrentadas pelas mulheres negras nos cargos de liderança no estado de São Paulo; a mulher no contexto do assédio moral e sexual em organizações bancárias e a cultura do estupro, além de uma pintura (capa deste livro) que evidencia o sentimento interno versus o sentimento externo acerca da realidade do universo feminino. Em síntese, escrever sobre as mulheres nesta sociedade capitalista é evidenciar o processo de dominação-exploração secular e, também, a luta das mulheres por igualdade e garantia de seus direitos, ou seja, é mostrar as mulheres em movimento por cidadania.
Roceiros morenos, pretos, pardos foram mapeados em um esforço de observar os sentidos raciais que circulavam no Brasil rural dos anos 1940 e 1950. Uma cartografia dos dispositivos discursivos que orientavam as hierarquias raciais que desumanizavam pretos roceiros. Aos pesquisadores das relações raciais e da história da população negra no Brasil, o livro pode ser uma boa alternativa das reflexões sobre as desigualdades vividas, praticadas, reforçadas, legitimadas, sobre a população negra. A repetição de imagens, valores, ideias, experiências comuns aos contextos escravistas décadas depois da abolição nos ajudam a identificar as heranças e permanências que se perpetuaram e que enfrentamos ainda hoje.
O livro apresenta as contribuições do Curso Técnico de Agentes Comunitários Indígenas de Saúde (CTACIS) na região do Alto Rio Negro do Brasil. Com a proposta de melhorar os serviços de saúde nas comunidades indígenas, o curso foi desenhado como uma estratégia multidisciplinar por diversos atores e implementado de acordo com as realidades locais. Em seus sete capítulos, a obra analisa etapas como o trabalho e a formação dos agentes comunitários e indígenas de saúde, as concepções político-pedagógicas e a organização curricular do CTACIS, os cuidados da saúde de crianças e mulheres indígenas, vigilância alimentar e nutricional em terra indígena, além de temas transversais, como território, cultura e política.
O livro traz uma série de textos de profissionais da área da saúde materno-infantil. Oferece um panorama da atenção integrada às doenças prevalentes na infância, estratégia reconhecida pelo Ministério da Saúde. Na década de 90 foi criada e apresentada a profissionais que tinham envolvimento com a saúde materno-infantil em nosso país a estratégia AIDPI. desde então essa estratégia é preconizada pelo Ministério como prioritária para o atendimento à infância em âmbito nacional.
Este Atlas apresenta um balanço sintético, amplo e completo dos conhecimentos históricos sobre a questão delicada e complexa da escravidão. Além de 150 mapas e gráficos, ele irá mostrar uma análise mundial do tráfico de escravos, do séc. XV ao séc. XIX, uma abordagem global e original das sociedades escravagistas, a expansão desse tráfico pela internacionalização das trocas comerciais, a difusão do Iluminismo e o rápido desenvolvimento do movimento abolicionista em escala internacional, além da permanência da escravidão e a complexidade de seu legado e de suas memórias.
“Instituições não nascem prontas dos textos das leis: precisam ser trazidas à vida pelas pessoas que as criam”. Esta é uma das ideias centrais do livro, que analisa o processo de construção de instituições ligadas à gestão da água no Brasil. Ao enxergarem as instituições como processos, as autoras ajudam a compreender não só os caminhos da política da água, mas também a dinâmica de outras políticas públicas e seus espaços participativos. A Lei Federal 9.433, de 1997, instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Ela definiu a bacia hidrográfica como a unidade territorial para a implementação da política de recursos hídricos; e o comitê, por sua vez, como a instância de gestão nessa unidade territorial. Os comitês de bacia hidrográfica reuniam a sociedade civil, o setor privado e o governo. As autoras observaram demoras longas entre a criação dos comitês pela letra da Lei e seu surgimento como instituições que funcionavam na prática. Verificaram também que muitos comitês tinham contextos bastante semelhantes, mas resultados radicalmente distintos. Enquanto alguns comitês não prosperavam, outros tornavam-se espaços vibrantes de tomada de decisão e de ação – ou adquiriam autoridade prática. “Parecia que não eram os contextos que explicavam as diferenças, mas, sim, o que as pessoas envolvidas faziam com os recursos disponíveis naqueles contextos”, avaliam.
Neste livro, o autor nos apresenta o resultado de sua carreira junto à realidade dos trabalhadores na busca por seus direitos, especialmente o direito ao auxílio-acidente. Sua trajetória é iniciada como advogado sindicalista, na defesa de trabalhadores do polo petroquímico de Camaçari-BA, fato que despertou nele a necessidade de conhecer mais profundamente as demandas e os caminhos que os trabalhadores acidentados precisam trilhar para acessar o benefício concedido pelo INSS. Os interessados na obra encontrarão, portanto, um importante referencial para compreender o atual cenário jurídico,...
Assegurar à população os direitos constitucionais de alimentação e nutrição é ainda um grande desafio no Brasil, onde coexistem problemas nutricionais diversos, agravados durante a pandemia da Covid-19. Neste lançamento da Editora Fiocruz, as organizadoras Marly Marques da Cruz, Denise Cavalcante de Barros e Santuzza Arreguy Silva Vitorino reúnem uma rede de 28 pesquisadores e profissionais, com quem dividem a autoria de seis dos catorze capítulos, em que se evidencia o papel central da avaliação, etapa por vezes dispersa no ciclo da política pública - composta, ainda, por formulação, implementação e monitoramento. A obra, elaborada em duas partes, conjuga os aspectos conceitual e teórico com os metodológico e prático. A primeira seção, denominada “Fundamentos teóricos e metodológicos para a avaliação das políticas de alimentação e nutrição em saúde”, traz as bases teóricas e conceituais da avaliação. Já a segunda, “Produção de Conhecimento e Experiências Práticas de Avaliação no Campo da Alimentação e Nutrição em Saúde”, trata de experiências avaliativas inovadoras, como as abordagens colaborativas e participativas, cujos usos são ainda pouco comuns para o campo da alimentação e nutrição.
As organizadoras contextualizam a situação alimentar e nutricional da população brasileira: complexa, caracterizada pela diminuição da desnutrição, aumento do sobrepeso e obesidade e pela má alimentação. Diante deste quadro, a Atenção Básica se apresenta como estratégica parra a concepção e realização de ações de promoção da saúde e cuidado integral.
Neste livro, a avaliação da efetividade convida à reflexão sobre a possibilidade de tomá-la como oportunidade para a inclusão de atores nos processos de implementação de políticas públicas.
A Baía de Guanabara é palco da história do Brasil e abriga um múltiplo e diverso patrimônio ambiental, social, cultural e econômico que atravessa os séculos. A Guanabara é expectativa e realidade, é sonho e pesadelo, é natureza e poluição. Qualquer tentativa de resumi-la a uma descrição objetiva é cercada de uma enorme dificuldade, digna de desafios nos quais apenas poucos conseguem obter êxito. Emanuel Alencar é desses poucos bem-sucedidos jornalistas que desafiaram a complexidade de uma Baía de Guanabara de descasos e resistências, construindo uma obra abrangente e ao mesmo tempo sintética, que percorre por histórias, fatos, dados, gráficos e narrativas um território que abriga 10 milhões de habitantes e recebe milhões de visitantes — que, mesmo de longe, reconhecem seus monumentos naturais, como as curvas do Pão de Açúcar e a majestade do Cristo Redentor (de braços abertos sobre a Guanabara). Nesta segunda edição Emanuel Alencar — esse carioca e rubro-negro que se especializou no jornalismo ambiental — revisa e amplia as informações sobre esse ecossistema, atualizando especialmente os dados sobre o saneamento ambiental da região, inclusive a partir da concessão dos serviços que estavam sob a tutela da CEDAE. Também traz informações mais recentes sobre atividade pesqueira, fauna marinha, praias, poluição industrial, oleodutos, navios e a pandemia do COVID-19.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.