Gestão Comercial Hospitalar nasce como Volume 4 da já conceituada Série Gestão em Saúde da Fundação Getúlio Vargas: GVsaúde - Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde - FGV-EASP. Seu autor é o Porfessor Enio Jorge Salu, grande especialista em processo de gestão hospitalar. O livro tem por base uma visão diferenciada da gestão comercial, do faturamento e da auditoria de contas como recursos destinados a implementar a organização comercial interna do hospital e o seu vínculo com o mercado. Sua abordagem é muito ampla. Vai desde as regras práticas de remuneração, formação de contas, com questionamentos sobre vantagens e desvantagens, discute análise de custos por procedimento e rentabilidade nos negócios hospitalares, enfim apresenta para gestores as regras do mercado que viabilizará a existência econômica do hospital. "Gestão Comercial Hospitalar" apresenta 1 Autor, 6 capítulos. É livro que se tornará indispensável para administradores, gestores hospitalares e todo o pessoal envolvido no objetivo de, a um só tempo, otimizar o faturamento e minimizar as despesas.
O presente volume, Gestão de Pronto-socorro - Ajudando a Evitar a Falência do Sistema de Saúde Brasileiro, propõe-se discutir gestão em saúde com foco em pronto-socorro exemplo de setor vital, mas sucateadona maioria dos hospitais brasileiros. Seu ponto de referência é intercessão entre medicina e gestão de saúde. A medicina pela capacidade de oferecer vida com qualidade. A gestão em saúde por criar condições de ser a medicina exercida de maneira plena e digna.
Conhecida e respeitada por oferecer um texto sólido e abrangente, esta obra foi revisada e aprimorada para adequar seu conteúdo à realidade atual da saúde e da gestão de seus serviços, setores fortemente influenciados por mudanças políticas, econômicas e sociais. Indispensável a estudantes e gestores da área da saúde, o livro mantém a organização em cinco partes, sendo as quatro primeiras dedicadas aos temas mais relevantes sobre gestão, processos, organização e funcionamento dos serviços da assistência à saúde, e a quinta, a estudos de casos, que proporcionam ao leitor exercitar seu raciocínio crítico, avaliar situações-problema e solucioná-las. O grande diferencial desta edição está na modernização do projeto gráfico, no aperfeiçoamento das ilustrações e, especialmente, na vasta atualização do conteúdo, que, além de ter sido meticulosamente revisado, foi enriquecido com a inclusão de dois capítulos (Governança Clínica e Segurança do Paciente) e a substituição de todos os estudos de casos, que certamente despertarão novas e frutíferas discussões.
Gestão na Saúde em São Caetano do Sul - Colaboradores, Procedimentos Técnicos e Políticas Públicas
Deleuze e Guattari desenvolveram um conceito inovador de inconsciente-multiplicidade, resultado da interlocução do pensamento desses autores com a psicanálise e com uma série de aliados, filósofos ou não.
Gestão de Clínicas, Hospitais e Indústrias da Saúde surge em sua 3ª edição revista, atualizada e ampliada. Coube à Professora Doutora Adriana Maria André a Coordenação Editorial deste trabalho. Sua experiência docente inclui: lideranças de equipes, desde 1985, e cargos de Subsecretária Municipal de Saúde e Gestora de hospitais privados. Realizou startup e a gestão de áreas privadas e públicas, inclusive a da educação. É Coordenadora Acadêmica Executiva do MBA Executivo em Gestão de Clínicas, Hospitais e Indústrias da Saúde nos Núcleos Próprios da São Paulo e Brasília da Fundação Getulio Vargas – FGV. O livro repercute o louvável trabalho de profissionalização de 2.260 Gestores pelo MBA do mesmo nome na Educação Executiva da FGV. Isso, destaca-se, sob a orientação direta da Professora Doutora Adriana Maria André. Os profissionalizados são gestores de clínicas, hospitais, laboratórios, operadoras, indústria farmacêutica, equipamento e materiais médico-hospitalares, gases medicinais, consultorias e escolas de Enfermagem e Medicina. Os anos 2020, 2021 e 2022 trouxeram muitas transformações na saúde da população mundial. Dessa experiência no Brasil, ocorreu um aumento nas fusões e aquisições, com maior verticalização e surgimento de novos players, além das tendências já estudadas, como o aumento da longevidade, o que passou a exigir cuidados médicos especializados, busca por uma melhor qualidade de vida, avanços nas pesquisas clínicas e adoção de programas de promoção e prevenção pelas Operadoras de Saúde. Esse cenário produziu efeitos acelerando a necessidade de implementação de novos modelos de gestão, com líderes profissionalizados, e a adoção das melhores práticas mundiais. Esta obra traz também o preparo e a compreensão da diferença entre a gestão do negócio e a liderança clínica. Gestão de Clínicas, Hospitais e Indústrias da Saúde – 3ª edição apresenta 1 Coordenadora Editorial, 28 Colaboradores, 20 Capítulos, 2 Subcapítulos, em um total de 394 Páginas. Seu público-alvo é formado por todos os Gestores de clínicas, Hospitais, Laboratórios, Operadoras, Indústrias da Saúde, consultorias e Professores das Escolas de Enfermagem e Medicina e outros profissionais que queiram se preparar para assumir tais posições.
Gestão em Saúde: Guia Prático para Reconstruir o Futuro preenche uma lacuna na literatura, visando conduzir gestores, estudantes, agentes políticos e colaboradores de organizações que fazem parte do complexo ecossistema da saúde à era da transformação da sociedade e da gestão na Saúde. É com a verve de quem se dedica ao aprimoramento e ao desenvolvimento contínuo do sistema de Saúde no Brasil que autores e colaboradores compartilham seus conhecimentos nesta obra, estabelecendo os valores essenciais para a assistência à saúde e promovendo ricos debates sobre relevantes temas, que incluem, entre outros, liderança, inovação, qualidade, financiamento e modelos de remuneração, modelos assistenciais, gestão populacional e atenção primária, experiência do paciente, economia e longevidade, bem como ampliação da participação do setor privado na formulação e na implantação das políticas nacionais de Saúde. ?
Higiene e Vigilância Sanitaria de Alimentos, em sua sexta edição revisada e atualizada, constitui obra de referência para estudantes, professores e profissionais que atuam na área de alimentos, proporcionando informações técnico-científicas e sobre a legislação vigente no Brasil. Destacam-se os aspectos relacionados às Doenças Transmissíveis por Alimentos DTAs, à qualidade das matérias-primas, aos procedimentos para assegurar a qualidade e a segurança dos alimentos, inclusive no que concerne as ações educativas com essa finalidade.
Nas célebres análises de Michel Vovelle, François Lebrun, Pierre Chaunu, Philippe Ariès, John MacManners, dentre outros, sobre a morte nos tempos de outrora, existe uma grande ausência: a morte voluntária. No presente livro, Georges Minois realiza um voo de amplo alcance, debruçando-se sobre farta documentação, para tentar ampliar nosso arsenal argumentativo sobre um dos últimos tabus do nosso tempo.
Em reportagem consagrada, Daniela Arbex denuncia um dos maiores genocídios do Brasil, no hospital Colônia, em Minas Gerais No Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, conhecido apenas por Colônia, ocorreu uma das maiores barbáries da história do Brasil. O centro recebia diariamente, além de pacientes com diagnóstico de doença mental, homossexuais, prostitutas, epiléticos, mães solteiras, meninas problemáticas, mulheres engravidadas pelos patrões, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento, mendigos, alcoólatras, melancólicos, tímidos e todo tipo de gente considerada fora dos padrões sociais.
Em coedição com a Editora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a obra é fruto do projeto de pesquisa “Do Hospício de Pedro II ao Hospício Nacional de Alienados: Cem Anos de Histórias (1841-1944)” – desenvolvido entre 2015 e 2018, no Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e financiado pelo Edital do Programa de Excelência em Pesquisa (Proep-Fiocruz-CNPq). Foram reunidas neste livro as contribuições mais recentes de pesquisas que têm como tema comum a história do Hospício Nacional de Alienados (HNA), primeiro hospício especializado para alienados do país. O lançamento se soma aos títulos que abordam o Hospício Nacional de Alienados (HNA) e revisita a história do hospício com base na análise de novas fontes e perguntas. Também se utiliza de variadas e renovadas perspectivas teóricas e metodológicas mais recentes. “Como os próprios coordenadores do livro indicam, a emblemática instituição brasileira já tem sido objeto de numerosos estudos, mas, neste caso, as contribuições tanto metodológicas como de conteúdo fazem deste livro coletivo um produto novo e original”, reafirma Rafael Huertas, professor no Instituto de História (IH) do Centro de Ciências Humanas y Sociales do Consejo Superior de Investigaciones Científica (CSIC) de Madrid, no prefácio do livro.
Esta pesquisa consegue, não perdendo a possibilidade de valorizar a intersubjetividade como elemento de determinação na vida de trabalho dos sujeitos analisados, utilizar um modelo epidemiológico de investigação que ao generalizar suas individualidades, está tão somente a serviço de uma discussão mais sistematizada dos determinantes psicossociais nos agravos à saúde mental dos trabalhadores de um setor. O estudo de caso que estabelece associações entre características do processo de trabalho e o sofrimento psíquico de 1.525 trabalhadores de hospital geral de 412 leitos no município de São Paulo, através de análises estratificadas, controladas por variáveis confundidoras e/ou modificadoras de efeito, é pioneiro no país. A própria natureza surpreendente dos resultados, associada à cuidadosa elaboração metodológica do estudo, faz desta investigação uma contribuição das mais instigantes para os estudiosos de saúde coletiva da psicopatologia do trabalho, e para os principais e mais diretamente interessados, no caso, os trabalhadores.
A humanização tem sido associada a distintas e complexas categorias relacionadas à produção e gestão de cuidados em saúde, tais como: integralidade, satisfação do usuário, necessidades de saúde, qualidade da assistência, gestão participativa, protagonismo dos sujeitos e a intersubjetividade envolvida no processo de atenção. Esta obra busca apresentar um balanço crítico dos conceitos e perspectivas que atravessam tal ideário, e analisar os limites e possibilidades das iniciativas autodenominadas de humanização. Leitura destinada a todos os profissionais da saúde em suas distintas especialidades e formações, gestores, estudantes de graduação e pós-graduação, bem como aos pesquisadores dessa área temática.
Apresenta aspectos da sociedade contemporânea que influenciam o cuidado em saúde, questionando se é possível identificar a saúde com uma prática desumanizadora. Para analisar esta questão, o autor utiliza a categoria marxista de alienação, como a não correspondência entre o desenvolvimento das capacidades humanas do gênero humano e sua manifestação no plano dos indivíduos e coletividades concretas. Ele afirma que a humanização dos sujeitos resulta da sua inserção e ação transformadora sobre a realidade e, analisando criticamente os fenômenos de saúde-doença, entende que as práticas de saúde são simultaneamente humanizadoras e desumanizadoras. O livro convida a refletir sobre qual é o objeto do trabalho em saúde, se é a própria saúde, a doença ou a pessoa. Discute também a determinação social do processo saúde-doença e as manifestações da medicalização na sociedade. Aborda ainda o aumento de doenças entre os trabalhadores da saúde e sua inserção no capitalismo, a relação entre profissionais e usuários e o papel - por vezes contraditório - da tecnologia nos serviços.
Implantação do Programa de Acreditação de Serviços de Saúde – A qualidade como vantagem competitiva cita ou descreve as referências, artigos, sites e estudos que abordam os padrões nacionais e internacionais contidos nos Manuais de Acreditação CBA-JCI e ONA.
O livro analisa as mudanças na trajetória dos sistemas de informação em saúde, partindo de aspectos históricos e conceituais. Iniciativas como aplicativos na área da saúde, utilização de sistemas de informação em saúde via web, o desenvolvimento do Programa Telessaúde Brasil Redes, a expansão do cartão nacional de saúde (CNS), o desenvolvimento dos prontuários e registros eletrônicos são algumas das estratégias desenvolvidas nas esferas municipal, estadual e federal que permeiam o cotidiano de trabalho de muitos profissionais da saúde.
What has changed in these three decades, and why do we continue to face the same issues and engage in the same struggle? Year after year, access to medicines and the clash been health and trade are repeated in all the global health forums. The World Health Assembly has discussed the issue every year for the last two decades.
Há percursos e percursos! O percurso da Ana Marta Lobosque na Reforma Psiquiátrica Brasileira é vivido, cristalino, iluminado. Ana Marta nos oferece esse percurso com uma rara generosidade: articula histórias, emoções, aprendizados. Ana Marta tem tanta maestria que consegue tornar-se novamente uma aprendiz. Qualidade rara. Qualidade de gente sabia. Quem sabe, também uma virtude da prosa mineira. Entre memorias, experiências e reflexões críticas sobre a prática contemporânea Ana Marta tece laços, qual bordadeira, enlaça, encoraja, compartilha e articula com arte e beleza. Nossa Coleção SaúdeLoucura se orgulha imensamente de ter Intervenções em Saúde Mental entre nós!
Apesar dos números significativos no âmbito da desinstitucionalização psiquiátrica e dos ganhos positivos para os usuários de moradias assistidas no Brasil, este livro demonstra que ainda há muito a ser feito no país. A partir de uma avaliação participativa e interdisciplinar, os autores apresentam suas reflexões sobre as experiências vivenciadas com membros dos projetos de Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs), Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS). Essa rica investigação de campo, com a qual se procura conhecer melhor as habitações de pessoas com transtornos mentais graves através do olhar de quem as habita, é acompanhada por um vasto arcabouço teórico, proveniente de diversas fontes e disciplinas - arquitetura, antropologia, psicanálise e saúde coletiva. A obra expõe também a reflexão dos pesquisadores em termos de uma práxis de reflexividade durante as interações com os participantes. O trabalho em grupo acompanhou rotinas diárias dentro e fora das habitações, tentando descobrir a configuração da moradia em seus aspectos físicos, a experiência dos moradores a partir do significado de habitar e da organização das pessoas no espaço de moradia, bem como a rede de relações dos moradores na comunidade. Além de revelar a complexidade do morar e do habitar desse grupo de pessoas estudado, outra grande contribuição deste volume é a elaboração de proposições acerca do tema a partir dos resultados convergentes das diversas áreas envolvidas na pesquisa. Tais propostas objetivam uma nova resposta social para o avanço não só da garantia, mas da qualificação do provimento desse direito fundamental constituído pelo morar.
Os estudos sobre loucura, processo saúde/doença mental, reforma psiquiátrica, subjetividade e comportamento humano conformam um vasto campo de conhecimentos que tem sido objeto de inúmeras áreas de saber. A natureza das questões envolvidas fazem desse campo um dos mais interdisciplinares e complexos dos tempos atuais, tamanha a diversidade de disciplinas que dele se ocupam (antropologia, sociologia, história, filosofia, psicanálise, psicologia, dentre outros) e que, não obstante, requerem ainda permanentes rupturas nas fronteiras e territórios de tais saberes. No Brasil, principalmente nos últimos anos, tais estudos vêm merecendo uma atenção e um debate visivelmente crescentes. Não apenas nos centros acadêmicos, mas também no âmbito dos serviços e da cultura, na medida em que nosso país vem sendo palco de um dos mais importantes processos de transformação na área da saúde mental.
título deste livro não é um artifício linguístico. Neste novo trabalho, Giovanni Aciole traz Asclépios, referindo-se àquele que têm o domínio das doenças e a faculdade da cura de pacientes para discutir a clínica. Esta é trazida como prática de cuidado, desdobrada por autores que assim a propõem, como Emerson Merhy, a quem o livro é dedicado. Conversa com a medicina, mas, por tabela, com todas as profissões do cuidado, da cura e da escuta aos processos de adoecimento e restabelecimento. O assunto não é novo para o autor, mas ele aprumou a conversa; problematiza, sob vários ângulos, o preceder da clínica, identificando sua gestão na atenção de pessoas sob cuidado e na condução de sistemas e serviços por suposto cuidadores. Por trás das abordagens apresentadas, constata-se a vigência de políticas da clínica. Trata-se, portanto de uma obra de especial interesse a docentes e discentes: tabuleiro bem arrumado para pensar o acolher e atender
En este marco, las discusiones en torno a la aplicación de derechos de propiedad intelectual en nanotecnologías ocupan un lugar central. Al margen de la preocupación expresada tanto en ámbitos públicos como privados, resulta escasa la producción académica referida a dichos derechos en esta área.
A presente obra é organizada através do interesse em reunir distintas reflexões sobre o fenômeno das novas tecnologias no campo da saúde, suas apropriações e repercussões nas sociedades. Além disso, pretende servir de instrumento de divulgação e de orientação a temas desta área de gestores para profissionais e para pesquisadores da saúde e áreas correlatas.
Este livro tem como objetivo demarcar que o processo brasileiro de Reforma Psiquiátrica não é uma simples transformação do modelo assistencial, em que pese a enorme importância desta. Trata-se de uma transformação de mentalidades, de culturas, de referências científicas, de relações sociais, de formas de ver e estar no mundo.
Em um momento em que o sofrimento mental desafia as sociedades contemporâneas e o Brasil não é exceção, e em que o contexto politico não é menos inquietante, com retrocessos e fundamentalismos, de diversas ordem (e como dissociar um do outro?), é preciso resgatar a coragem de nos perguntarmos: o que temos feito? Por que temos feito? Que devemos seguir fazendo? É por isso, extremamente importante que o aqui chamando Campo da Saúde Mental Coletiva, construtor e construto do Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira, esse movimento emancipatório tão estratégico para a transformação das práticas de saúde no Brasil, possa, debruçar-se sobre sua história e revisitar seus êxitos e tropeços à luz das novas conformações e teorias das sociabilidades contemporâneas. Encontramos aqui essa espécie de coragem. Valendo-se do fecundo quadro interpretativo construído por teóricos da modernidade reflexiva" e do "individualismo institucionalizado", somos aqui convidados a nos desacomodar , a não buscarmos o mesmo olhar para paisagens que já se transformaram. Crítica teórica, abertura ao debate e otimismo prático: eis os convites fundamentais e irrecusáveis d tipo de crítica a que nos convida este instigante estudo. José Ricardo C. M. Ayres
A surpreendente história da reforma psiquiátrica, é aqui contada na visão de um de seus mais importantes militantes, um líder nato com uma trajetória profundamente ligada ao movimento antimanicomial e aos direitos humanos no Brasil. Um livro que parece um filme. E vemos de camarote. Só para Loucos, Só para Raros!
O livro propõe uma conversa responsável sobre o sofrimento ocasionado pelo legado da colonialidade. Guiadas pela arte de Adelina, pela conversa com Leide, pela escrevivência de Ponciá e pelas cartas de Beatriz e Bruna, falamos de nós. Das que são impedidas de vivenciarem o prazer, o cuidado e o amor por serem quem são, por pensarem o que pensam, por viverem nas ruas, nos manicômios judiciários ou aprisionadas nos mais diversos tipos de institucionalização.
O livro aborda duas temáticas cada vez mais crescentes nos campos interdisciplinares: gênero -numa leitura dos feminismos interseccionais- e saúde mental, na perspectiva da reforma psiquiátrica. Apesar disso, são ainda muito escassos os artigos acadêmicos ou obras de diversos formatos que possibilitam o diálogo entre estes campos, apesar do crescente interesse de estudantes e profissionais nesta discussão e do surgimento de diversas disciplinas, em cursos de diferentes formações, sobre os feminismos interseccionais e o campo da saúde mental já ter importante relevância para um campo interdisciplinar amplo.
Temos em mãos uma obra que ilustra a potência do que podemos chamar de práxis feminista antimanicomial. Ao trazer a interseccionalidade para a Reforma Psiquiátrica Brasileira e desnudar a emergência de pensar saúde mental a partir das categorias sociais gênero, raça e classe, para além dos resultados de um curso de formação, somos convidadas ao pensamento crítico e à ação político-militante pela vida, pela liberdade, pelo direito ao autocuidado, à insurgência e à escuta - pelo bem viver de nós, mulheres.
O suicídio é morte trágica que avassala nosso coração e nosso jeito de ser. Para a pessoa em luto por suicídio, percorrer essa árdua travessia é, por si só, um ato de compreensão de que não podemos controlar o incontrolável nem explicar o inexplicável. Diante da morte, há urgência em reconsiderar as prioridades, as necessidades reais que ainda nos fazem sentido. Neste livro, Karina Okajima Fukumitsu apresenta sua trajetória profissional, com mais de 30 anos de experiência como psicóloga e pesquisadora de suicidologia, campo de saber destinado aos estudos de prevenção de processos autodestrutivos, luto por suicídio, posvenção e saúde existencial, refletindo a respeito das perdas e partidas e dos caminhos da dor perante o suicídio de uma pessoa amada. Conta, também, como encontrou firmeza existencial para realizar a travessia, chegando na outra margem. Suas palavras são prumo para quem se encontra em mar revolto.
Livro que destaca o legado da psiquiatria rebelde de Nise da Silveira (1905-1999). A obra é um desdobramento da premiada pesquisa de doutorado desenvolvida pelo antropólogo Felipe Magaldi no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ). Ganhador do Prêmio Capes de Tese 2019, nas áreas Antropologia/Arqueologia, o autor apresenta aos leitores o que ele mesmo chama de Admirável Mundo Nise, mostrando a fascinante vida da psiquiatra alagoana e sua complexa relação com a luta antimanicomial no Brasil. O título aborda a trajetória e a memória da doutora Nise, com foco em seu trabalho no Rio de Janeiro, a partir da década de 1940 até os dias atuais, em que permanece inspirando novas políticas públicas e produções culturais. O livro revela como o trabalho da médica se destacou pelo combate às intervenções biomédicas violentas e pela defesa de atividades artísticas e expressivas como forma de tratamento em saúde mental. Magaldi destaca que, para se aprofundar no legado da psiquiatra, mergulhou nas produções bibliográfica, documental e memorialística preexistentes sobre o trabalho dela. Também realizei entrevistas com os seus colaboradores vivos e, principalmente, realizei um trabalho de campo, etnográfico, nas instituições vinculadas à memória e ao legado de Nise da Silveira, revela. Entre as instituições exploradas durante a pesquisa de Magaldi, destacam-se o Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, em Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde estão localizados o Museu de Imagens do Inconsciente e a ocupação artística Hotel da Loucura. A Casa das Palmeiras, no bairro de Botafogo, também é um desses importantes espaços do legado nisiano. Uma personagem que jamais se dobrou aos saberes hegemônicos Em sua imersão pelo mundo da médica alagoana, realizado na interseção entre antropologia e história, Felipe Magaldi busca analisar as ideias originais de Nise. Com o livro
A Série Atenção Primária à Saúde (APS) do Hospital Sírio-Libanês é uma iniciativa voltada a compartilhar e disseminar, de forma estruturada e ampla, o conhecimento em APS acumulado pela instituição e potencializar a atuação de excelência nesse campo de práticas em saúde. O presente volume segue os princípios da especialidade de Medicina de Família e Comunidade (MFC) como referência basilar para o cuidado em APS, abordando todas as estratégias da Prática Médica Contemporânea: Reforça a importância da promoção da saúde e prevenção de doenças (prevenção primária – P1), discute racionalmente a detecção precoce de doenças em pacientes assintomáticos (prevenção secundária – P2), contempla o tratamento adequado das condições mais prevalentes em APS (prevenção terciária – P3) e expõe, com destaque, um importante desafio à medicina contemporânea, a prevenção de danos à saúde causados por excessos da própria prática médica, como exames, tratamentos e procedimentos desnecessários (prevenção quaternária – P4).
Este manual oferece um passo a passo para administrar clínicas e hospitais de maneira sistêmica, integrada e coerente. Aqui, reúnem-se todos os desafios gerenciais com os quais o administrador de um serviço de saúde poderá se defrontar. O conteúdo do livro divide-se em duas partes: a primeira traz a base teórica do modelo de gestão; a segunda transforma os conceitos apresentados em questões objetivas, construindo um roteiro de 001 avaliação e implementação do sistema proposto.
'Manual de Práticas de Atenção Básica - Saúde Ampliada e Compartilhada' é uma obra coletiva, desenvolvida simultaneamente com um processo de formação de pessoas que trabalham na atenção básica de diversos lugares do Brasil. Trata-se de um trabalho de reflexão e ação sobre os processos de formação de pessoas para a atenção básica.
Este livro é um guia para as Equipes de Saúde Mental. Cada profissional que constitui a Equipe (psiquiatra, psicológo, assistente social, terapeuta ocupacional) encontrará aqui por vezes informações óbvias já bem conhecidas no setor a que individualmente pertence. Mas se deparará também com um conjunto de conhecimentos diferentes e pontos de vista singulares que contribuirão para que a Equipe consiga um ponto de vista unitário. Embora cada profissional conheça sua parte, a corrente intervenção psiquiátrica é mais que a soma das partes independentes, é a resultante de contribuições diversas coordenadas e integradas.
Em meio aos muitos desafios causados pela pandemia de Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, ao longo do ano de 2020, que as fake news e a desinformação se propagam de forma tão rápida e tão perigosa como o vírus. Dessa forma, a divulgação da ciência ganhou, portanto, um papel essencial no enfrentamento à doença. A obra destaca também a importância da avaliação de projetos de divulgação científica, seja enquanto essas iniciativas ainda estão ocorrendo ou após terem sido finalizadas. Verificar se os objetivos desejados foram ou não atingidos é fundamental para uma visão ampliada de cada projeto e para obter resultados cada vez mais positivos.
As lutas pela produção de modos de ser intensificam-se no mundo contemporâneo em jogos cada vez mais complexos e ambíguos, difíceis de serem apreendidos. Neste contexto, múltiplas pressões têm sido exercidas sobre as organizações de saúde cujas repercussões nas vidas das pessoas são incontestes. Diferentemente de simples arranjo parcelar e burocrático, as mudanças que são requeridas devem abrir as organizações de saúde para além das fronteiras tradicionais.
“Estaríamos ficando cada vez mais doentes? Ou estaríamos a cada dia ficando mais saudáveis, já que gastamos mais com saúde?” Os autores partem desse questionamento para discutir a problemática da medicalização, sobretudo no que se refere ao sofrimento psíquico. Eles chamam atenção para o fato de que experiências comuns e naturais da nossa existência têm sido consideradas passíveis de serem 'tratadas' e 'resolvidas' com medicamentos. As consequências individuais e sociais desse problema são analisadas pelos autores, que também fazem um alerta sobre os prejuízos causados por uma nefasta aliança entre a psiquiatria e a indústria farmacêutica. Com linguagem acessível, esta obra objetiva ampliar o debate sobre a medicalização do sofrimento psíquico, incluindo, em especial, aqueles que sofrem com ela.
Uma das particularidades da área da saúde é pertencer tanto à esfera social quanto à industrial, característica que representa oportunidades e grandes desafios. O livro Medicamentos no Brasil: inovação e acesso tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento tecnológico e fortalecer a produção nacional, além de garantir que o conhecimento desses avanços beneficie a população brasileira. Como afirma o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, no prefácio: “...inovação não pode estar desligada da ideia de acesso”. Reunindo os pontos de vista da academia, governo e setor produtivo público e privado, com abordagens que privilegiam o contexto nacional e refletem sobre a posição brasileira no cenário internacional, a obra apresenta um diagnóstico da área de medicamentos no país, avalia seus problemas e potencialidades e faz recomendações concretas para superação dos obstáculos e aproveitamento das oportunidades. Cabe destacar que é o segundo volume de uma série sobre pesquisa, desenvolvimento e inovação nos segmentos industriais da saúde, do Projeto Inovação em Saúde (presidência/Fiocruz), cujo primeiro livro é Vacinas, Soros e Imunizações no Brasil.
Medicina e sociedade, incide, sobretudo, em aspectos diretamente relevantes às modalidades do trabalho médico, entendidas aqui como as formas pelas quais o médico, enquanto trabalhador especializado, participa do mercado e se relaciona com o conjunto de meios de produção de serviços de saúde. Daí decorre maior ênfase na heterogeneidade da categoria ocupacional, em termos dos tipos de oportunidade de trabalho a que tem acesso os profissionais, do que em sua homogeneidade, resultante da sujeição a processos comuns de formação nos aspectos técnico-científicos e éticos que compõem o núcleo da medicina como profissão. Composto de três capítulos, o livro inicia-se com uma análise das relações entre Estado e assistência médica; o segundo capítulo dedica-se ao estudo do médico no mercado de trabalho e o terceiro capítulo versa sobre a profissão médica e mercado de trabalho- as ideologias ocupacionais. Muitos são os destaques que podem ser dados ao livro de Cecília; a abordagem teórica, a pesquisa empírica, forma de narrar e a visão das possibilidades que se abriam para o campo das ciências sociais na busca de compreensão da profissão e do processo de profissionalização médica.
Relatório Dawson, Reino Unido, 1920. É lançada a divisão dos sistemas de saúde: atenção primária, secundária e terciária. Durante a primeira metade do século XX, essa doutrina vai se fortalecendo, e o que chama atenção nos melhores modelos de saúde é o fortalecimento da atenção primária. Conferência Mundial de Saúde, Alma-Ata, Cazaquistão, 1978. Estabelece-se a atenção primária como núcleo e principio central de todos os sistemas de saúde. A atenção primária é, na realidade, a verdadeira porta de entrada para qualquer serviço de saúde. Alinhada a esse princípio, criou-se uma nova especialidade médica, a Medicina de Família, ou seja, o médico de Família, que atende o indivíduo e sua Família, independentemente de idade, sexo ou tipo de alteração de saúde. À luz desses fatos, lança-se este livro, Medicina de Família e Comunidade - Fundamentos e Prática. Seu objetivo é transmitir conhecimentos especializados, inseridos nessa nova especialidade de Medicina. O livro tem sua equipe autoral formada por grupo de conceituados especialistas, apresenta 3 Editores, 99 Colaboradores, 9 Seções, 50 Capítulos, num total de 664 Páginas. Seu público-leitor é formado por Médicos de Família, e todos os que pelo tema se interessam: Clínicos, Residentes, Internos
ANAHP - Associação Nacional de Hospitais Privados - criou um grupo de Gestão de Pessoas com o intuito de tratar de temas cujo foco é o impacto da Gestão de Pessoas nos resultados das instituições hospitalares. O livro "Melhores Práticas em Gestão de Pessoas - Experiências dos Hospitais ANAHP" contou com a contribuição de vários gestores dos hospitais associados, que se dedicaram com afinco a escrever as experiências vivenciadas em suas organizações e não mediram esforços para compartilhar seus conhecimentos.
“Mentes, corpos e comportamentos” reúne recentes investigações produzidas no campo historiográfico sobre os saberes psi, destacando as diferentes propostas teórico metodológicas, bem como a diversidade de fontes documentais, recortes temáticos, temporais e regionais presentes nos estudos dedicados a perscrutar as vozes e os silenciamentos que pulsam na história da psiquiatria e da saúde mental brasileira. Dividido em três partes, os textos que compõem o livro revelam a diversidade de perspectivas e interpretações históricas sobre seus singulares objetos de estudo. No entanto, em seu conjunto, tais trabalhos evidenciam uma característica comum: todos e cada um deles lançam luz sobre os indivíduos que foram objeto de teorias e intervenções diversas dos saberes psi no Brasil entre os séculos XIX e XX e buscam dar voz às suas contingências e formas de existir e resistir.
Os ensaios deste livro debatem sobre a reforma psiquiátrica e sua interlocução com o poder, os modelos assistenciais. As autoras discutem que a Reforma Psiquiátrica, como um serviço que pretende ter características antimanicomiais, com abordagem psicossocial, perpassa, principalmente, pela compreensão e transformação dos saberes e das práticas dos profissionais envolvidos neste processo.
Tome essa obra em suas maos e leia-a com a forca da alma. A mesma trata-se de historias de mulheres, mulheres na saude. Um dialogo aberto de 20 anos, mas encontros possiveis e imprevisiveis de tres anos de trabalho acompanhando as ACS em seus varios movimentos, idas e vindas a Brasilia em busca de valorizacao politica do seu trabalho e do reconhecimento social de seus feitos.
A presente obra, oriunda da pesquisa do pós-doutorado, realoca para o centro do debate da Saúde Mental, da Criminologia e dos Direitos Humanos a saúde mental das mulheres negras. A partir de uma atuação profissional mergulhada no tripé ensino, pesquisa e extensão buscou-se pela lógica da encruzilhada tecer uma análise teórica e prática que tenha como base o pensamento decolonial, antirracista e antimanicomial. Dessa maneira, objetivou-se apresentar a/o leitora/leitor a produção do sofrimento e do adoecimento psíquico materializada nos modos de vida e processos de subjetivação das mulheres negras brasileiras, a partir das experiências de mães de vítimas de violência armada. Na cena contemporânea, está ocorrendo a intensificação da psiquiatrização, psicologização, medicalização, patologização e farmacologização das particularidades e singularidades, reduzindo-se a experiência do sofrimento e/ou adoecimento psíquico como um problema individual. Assim, torna-se urgente identificarmos as expressões desse fenômeno na experiência de corpos e subjetividades periféricos e favelados. Nesse caminho, espera-se proporcionar inquietações e contribuições demonstrando que a aniquilação da população negra atravessa todas as dimensões da vida social, e aqui, destaca-se a saúde mental. Para isso torna-se necessário a ampliação do debate com diferentes saberes possibilitando desvelar as contradições basilares da sociedade brasileira. Portanto, é preciso fortalecer a luta antimanicomial para que seja radicalmente antirracista, decolonial e feminista e, assim, se afirme a liberdade, a emancipação e os direitos humanos.
Neste livro, a Dra. Anna Lembke, autora do best-seller Nação dopamina , volta o seu olhar para as forças invisíveis que estão por trás da dependência em diversos medicamentos receitados todos os dias para jovens, adultos e crianças. Nos dias de hoje, a velocidade do mundo promove pílulas como soluções rápidas. Como se não bastasse, as grandes corporações farmacêuticas em conjunto com os planos de saúde se valem de uma burocracia que estimula o uso de comprimidos, a indicação de procedimentos muitas vezes protelatórios e a solução provisória dos problemas em vez de promover o bem-estar do paciente a longo prazo.
“Entranhas” é aquela parte do corpo humano essencial para sustentação da vida, mas que não é visível. Exatamente como acontece com aqueles que trabalham em silêncio, sem fazer muito alarde, a não ser em situações de crise, mas que são desconsiderados pelo discurso dominante na mídia e na cultura da elite. Este livro busca conciliar as discussões políticas e técnicas que envolvem a Atenção Primária, sem perder de vista as experiências vividas pelos profissionais, naquilo que elas têm de mais visceral, indo além das recomendações ou dos protocolos.
O objetivo da coletânea é possibilitar a difusão e a popularização da ciência e da tecnologia junto à sociedade, em geral, atividade fundamental para despertar o interesse por essa área, sobretudo dos jovens.
O livro apresenta - Parte I - Medicina e reprodução- das regras de puericultura às novas tecnologias reprodutivas. Capítulo 1 - O processo de medicalização Capítulo 2 - Intervenção médica na reprodução humana. Parte II - Uma nova medicina da reprodução. Capítulo 3 - Reprodução assistida Capítulo 4 - Reprodução assistida- práticas e resultados. Parte III - Reprodução assistida no Brasil. Capítulo 5 - Introdução da reprodução assistida no Brasil Capítulo 6 - Prática na reprodução assistida no B r asil. Parte IV - Efeitos sociais da reprodução assistida. Capítulo 7 - Remediar a ausência de filhos- do social ao tecnológico Capítulo 8 - Construção do debate ético em torno da reprodução assistida Considerações finais.
O presente livro traz reflexões sobre os efeitos da modernização do trabalho e os novos modelos de gestão e gerenciamento do trabalho, especificamente, no cotidiano do trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, dentro do modelo da Estratégia Saúde da Família. Para além disso, o texto traz um conjunto de debates sobre: as mudanças no mundo do trabalho na contemporaneidade; a reconfiguração da Política Nacional da Atenção Básica no Brasil; os dilemas do trabalho na Atenção Primária à Saúde no contexto da pandemia da covid-19. Dessa forma, esta obra dialoga com a vertente de estudos do trabalho, da Saúde Coletiva e da temática sobre a reestruturação produtiva na saúde, trazendo referenciais teóricos da Sociologia do trabalho, da psicodinâmica do trabalho e da psicossociologia do trabalho. A base empírica das análises se dá a partir do estudo de caso ampliado, na perspectiva de Michael Burawoy, das percepções dos profissionais de saúde de uma equipe da Estratégia Saúde da Família a respeito do trabalho na Reforma da Atenção Primária à Saúde (2009-2016) do município do Rio de Janeiro. Ademais, em diálogo com o paradigma indiciário de Carlo Ginzburg, também, traz atualizações das Políticas Nacionais da Atenção Básica e as repercussões da pandemia de COVID-19 sobre as condições de trabalho na APS no Brasil. Sendo assim, esta é uma obra que almeja auxiliar na reflexão crítica sobre os rumos que estão sendo tomados para a APS e para o Sistema Único de Saúde (SUS), no período histórico recente do país, bem como reforçar a centralidade do trabalho na saúde em diálogo com os princípios democráticos que fundaram o SUS, em 1988.
Em 2021, estamos sob tempos sombrios, de retrocessos sociais e políticos, e também na saúde mental. Este livro parte da análise da conjuntura, crua e dura, reconhecendo as perdas e riscos, mas não “está tudo dominado”. A realidade tem contradições e brechas para resistir e até mesmo avançar. Esse é o objeto desse livro, mostrando projetos inovadores em saúde mental e luta antimanicomial. Parte da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (“Disabilidades”) da ONU, que no Brasil tem o mesmo status da Constituição Federal; das novas diretrizes da ONU e da Organização Mundial de Saúde; e dos avanços dos movimentos de direitos humanos e de usuários(as) de outros países, com novas ideias e práticas de protagonismo e direitos de usuários(as) e familiares.
Em meados da década de 1940, a psiquiatra Nise da Silveira organizou ateliês de pintura e modelagem com os pacientes do Centro Psiquiátrico Pedro II. A produção desses ateliês – hoje acervo do Museu de Imagens do Inconsciente – chamou a atenção de cientistas e intelectuais da época. O interesse suscitado pelas obras não se restringia à sua utilidade no tratamento psiquiátrico: elas também exemplificavam um novo conceito de qualidade estética e, ainda, assumiam papel central num debate político mais amplo, sobre o lugar do louco e da loucura na sociedade. É com esse pano de fundo que se desenrolam as análises do livro, dividido em três capítulos.
Seria possível imaginar uma radical reforma do Estado brasileiro a ponto de assegurar às políticas públicas um funcionamento com importante grau de autonomia em relação ao poder executivo e ao mercado? Para Nilton, este objetivo não somente seria realizável — ele demonstra que, em alguma medida, experiências de cogestão já vêm acontecendo no SUS —, como ainda se constituiria em alternativa à esquizofrenia do debate contemporâneo polarizado entre privatização e petrificação de uma administração pública autoritária, burocratizada e patrimonialista.
O Apoio Paideia & Suas Rodas, é o resultado do trabalho de diversos atores do campo da saúde coletiva, seja na gestão, no trabalho interprofissional, na clínica ou na formação em saúde. São contextos bastante heterogêneos, mas em todos eles mira-se o mesmo horizonte: fortalecer a capacidade de crítica e de reflexão dos sujeitos; possibilitar o diálogo e a explicitação de diferenças de interesse, de valores e de projetos.
Este novo livro foi pensado com base em uma experiência concreta de educação permanente que teve lugar no centro de atenção psicossocial professor Luís Da Rocha Cerqueira (CAPS ITAPEVA) em São Paulo. em maio de 2011 organizamos e implementamos o Curso-Oficina “O Centro De Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSI) e o Desafio da Gestão em Rede” visando abranger profissionais da rede pública de serviços envolvidos no cuidado em saúde mental de crianças e adolescentes e criar espaços de diálogo e reflexão. nesta época, após longo período de estagnação, vivíamos um momento de expansão dos CAPSI na cidade de São Paulo e mais profissionais vinham sendo incorporados às equipes destes novos serviços. Tivemos uma surpresa agradável com o grande número de interessados, até mesmo de outras cidades do estado de São Paulo e de outros estados. Durante o curso as conversas e debates foram muito apreciados e nasceu a ideia de ampliá-lo na forma de um livro que pudesse atingir mais profissionais do campo por este grande brasil. A proposta inicial era a construção de um livro voltado somente aos CAPSI, sua essência e seu cotidiano. No entanto com o passar do tempo foi ficando claro que falar dos CAPSI sem as redes nas quais ele está imerso não faria sentido nem estaria conectado com as experiências concretas de profissionais e serviços. Assim sendo ampliamos o escopo do livro chegando ao resultado final.
Durante o último quarto do século XIX, a psiquiatria brasileira estruturou seus discursos em torno da sexualidade. Ela tornou-se o principal elemento na classificação/criação das identidades 'desviantes' após 1870, portanto no período de decadência do Império. A ascensão das chamadas 'novas idéias' e as medidas abolicionistas fizeram emergir temores sobre a população negra - entendida como perigo social -, o que levou a uma nova forma de compreensão da sociedade brasileira e de seus 'desvios'.
Esta obra reúne textos de pesquisadores e pesquisadoras nacionais e estrangeiras e representa uma oportunidade reflexiva para todos os que estão preocupados com o cuidar das pessoas, do mundo e com as teorias de cuidado e também com o uso de critérios de justiça. Ela é dedicada a todos aqueles e aquelas que sentem desafiados/as a ocuparem-se dos outros, Sejam ou estejam eles necessitados de cuidado por razões de doença, de processos migratórios, de pobreza e/ou de vulnerabilidades diversas. Ela está, igualmente, integrada a um tema, cujo escopo de práticas, experiências e necessidades está em plena expansão na economia de serviços internacionais.
O "Erro Humano e a Segurança do Paciente" é livro coordenado por equipe de enfermeiros, mestres e doutores do Departamento de Enfermagem da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, a que se agrega equipe multidisciplinar, constituída por antropólogos sociais, advogado, farmacêuticos e pediatras. Seus objetivos são: a. o estudo do erro médico – cujos conhecimentos ao se considerar a multidisciplinaridade – apresentam percepções compreensivelmente diver-sas e que não obstante estas diferenças convergem para inclusão dentro de um processo (constituído pelos elos das ações de saúde) e que se desenvolvem individualmente por cada profissional. Ou seja, o erro aparece quando o processo é ignorado, desconhecido e não praticado. b. transmissão – para os profissionais da área da Saúde, gestores e socie-dade de informações que possibilitem criar ações transformadoras.
Os belos sorrisos que estampam as propagandas não deixam entrever o quão complexas podem ser as relações da Odontologia com a sociedade contemporânea. A ciência e a clínica odontológica têm entre si e com a sociedade capitalista consumista relações biopol
Os ensaios deste livro trazem à cena o mefistofélico projeto neoliberal de saúde pobre para pobres. O subfinanciamento e a privatização do Estado social brasileiro colocaram dolosamente o Sistema Único de Saúde (SUS) numa situação de muita precariedade na atenção à saúde nesta pandemia. Mesmo antes do colapso do sistema de saúde brasileiro em face a doença Covid-19, a atenção de saúde pública já era carente de pessoal e de suporte de tecnologias de baixa densidade tecnológica.
Os ‘loucos’ em situação de rua não escolheram viver nessa condição. Não estão vinculados a Centros de Atenção Psicossocial (Caps), a Unidades Básicas de Saúde (UBS) nem às Equipes de Saúde da Família (ESF). Não se conhece a história de vida desses indivíduos. E o único vínculo que eles mantêm é com a população do bairro por onde vagueiam. Os moradores do bairro, então, mesmo sem se darem conta disso, adquirem um saber sobre aqueles ‘loucos’. Investigar os ‘olhares’ desses moradores, para compreender o que pensem, sentem, dizem e fazem em relação aos ‘loucos’, é o objetivo do livro. Neste estudo, embasado na teoria das representações sociais, a autora defende que, apesar das dificuldades e até dos preconceitos, os moradores do bairro têm potencial para atuarem como agentes de saúde mental. “Pois enquanto o ‘louco’ permanecer na rua pertencerá não apenas ao Estado, mas também às pessoas do bairro onde se encontra”, destaca.
Eis um livro reflexivo que busca compreender o caráter do trabalho médico na atenção primária do SUS. A autora partiu do conceito marxiano de alienação e o desdobrou em outras abordagens, que tornam a alienação dinâmica, como expressão de várias modalidades de existir em sociedade. O objetivo é o trabalho médico e suas formas de envolvimento e afastamento (alienação) com os componentes do trabalho em saúde.
O cotidiano das equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) em Recife, Pernambuco, é a base desta obra, que convida o leitor à reflexão sobre o lugar central da Atenção Básica à Saúde na organização do cuidado e nos processos criativos e inovadores que cercam os profissionais de saúde pública. Organizado por professores e pesquisadores da área de Saúde Coletiva, a coletânia reúne sete artigos, que apresentam aspectos legais e normativos de implantação dos Nasf, passando por questões ligadas às estratégias, ferramentas tecnológicas, desafios, territorialização, planejamento e avaliação dos Núcleos. O livro é mais um a integrar a coleção Fazer Saúde, que estimula diálogo e o compartilhamento de conhecimentos científicos e inovações tecnológicas diretamente ligados à consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). As muitas experiências e práticas narradas ao longo do livro reforçam, segundo o pesquisador Michael Machado, professor de saúde coletiva da Universidade Federal de Alagoas, a importância do Nasf para a Atenção Básica à Saúde, "não só por ampliar seu campo de ações e o compartilhamento de conhecimentos, saberes e responsabilidades centradas no território, como também por expandir a capacidade de resolutividade clínica das equipes e de todos os trabalhadores envolvidos".
Este livro se dedica à análise do processo de formulação do Sistema Nacional de Saúde (SNS), instituído pela lei 6.229/75. O objetivo é reconstituir a dinâmica das forças políticas e grupos de interesses setoriais/institucionais, nos quais ideias, atores e instituições se encontravam e cujos ajustes e negociações culminaram na formalização institucional do SNS. Sob o marco teórico do neoinstitucionalismo histórico, corrente das ciências sociais que ressalta a importância das instituições para o entendimento dos processos políticos e sociais, foi analisada a trajetória das iniciativas no que tange à organização da assistência à saúde no Brasil. O período de análise se concentra no contexto dos anos 1970, momento de importantes discussões sobre saúde no cenário internacional e brasileiro.
Quinto volume da coleção, este livro traz uma análise histórica e teórica de temas freqüentemente presentes no discurso de gestores, ACS e demais profissionais do PSF, tais como: o trabalho em equipe; a divisão e a fragmentação do trabalho; a autonomia do trabalhador e os processos de qualificação. Através desses textos, os autores, docentes que atuam diretamente na formação de trabalhadores da saúde, propõem um diálogo sobre questões que atravessam o cotidiano dos ACS e oferecem saberes que expressam a recusa à minimização dos conhecimentos propostos para a formação desses trabalhadores. Este livro, de modo consoante aos demais, afirma a formação como espaço, não de reprodução, mas de fortalecimento do potencial de reflexão e de ação crítica.
A luta pelo direito à saúde e pela consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro tem se expressado a partir da articulação de trabalhadores dos campos da saúde, pesquisadores e militantes dos movimentos sociais nas duas últimas décadas. Este livro busca esclarecer o que é, o que não é, o que faz, o que deve fazer e o que pode fazer o SUS. É destinado a todos que estão na luta por uma saúde pública de qualidade, aos trabalhadores do SUS, estudantes, pesquisadores, militantes de movimentos sociais e a sociedade em geral.
O livro desvenda os percursos, os usos e a caracterização de espaços públicos como locais de interrupção da vida, congregando diversas áreas das humanidades, como a história das mentalidades, a sociologia, a antropologia urbana e o urbanismo.
Esta obra introduz o leitor no universo emocional da obesidade. O ato de comer demais pode mascarar o sofrimento do indivíduo diante da possibilidade de se defrontar com diferentes conflitos psíquicos, negligenciados ou minimizados tanto pela família quanto pela própria pessoa obesa. Ao ser compelido e até estimulado a repetir o mesmo comportamento que prejudica e impede de adotar hábitos alimentares e psicológicos saudáveis, o indivíduo sente solidão, impotência e desesperança. Este livro decifra os enigmas psíquicos subjacentes à obesidade que não só seduzem, mas também sabotam de modo grave a qualidade de vida do indivíduo. Ao mesmo tempo, também mostra como os envolvidos, obesos ou não, ampliam as possibilidades de renovação espiritual, mental, emocional e física ao vivenciarem essa difícil experiência.
Obra escrita por seis autoras, todas ligadas a atividades de ensino e pesquisa na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca Ensp/Fiocruz, Oficinas Clínicas do Cuidado: efeitos da narratividade sobre o trabalho em saúde apresenta experiências de um curso-oficina no campo da saúde. O livro é voltado especialmente para gestores e profissionais da saúde, incluindo professores e alunos da área. Um dos objetivos do título é, segundo as autoras, discutir o potencial formador de uma experiência de qualificação profissional. No caso, o curso Oficinas Clínicas sobre o Cuidado, iniciativa que vem sendo conduzida na Ensp Fiocruz e que serve de referência para o livro. As pesquisadoras apontam que o outro principal objetivo do relato é apresentar em detalhes da metodologia de condução das oficinas e apontar as bases para seu desenvolvimento nos serviços de saúde. O livro é também dedicado a todos os profissionais do Sistema Único de Saúde SUS e a todos aqueles que trabalham para a humanização da saúde. Em seis capítulos, a obra apresenta temáticas como os desafios do cuidado e da formação em saúde, as potencialidades das oficinas nos serviços de saúde, além de exposições sobre a organização e o desenvolvimento do curso e a importância das narrativas nos cuidados em saúde.
A construção de redes de serviços é um desafio complexo. Envolve desejos e intencionalidades coletivas, conhecimento integrado dos dispositivos terapêuticos e articulação da gestão, financiamento e avaliação. E, nesse contexto, apresenta se o atual do dilema do SUS: articulação em rede. Na busca de compreender as articulações em rede no âmbito da saúde na macrorregional..........
"O cuidado e seus desafios para a formação profissional, na melhoria da qualidade nos serviços de saúde e na experiência relacional. Esses aspectos estão presentes nos 16 artigos da coletânea Organização do Cuidado e Práticas em Saúde: abordagens, pesquisas e experiências de ensino, da Editora Fiocruz, organizado por Marilene de Castilho Sá, Maria de Fátima Lobato Tavares e Marismary Horsth De Seta. Os textos apresentados trazem interessantes análises que deslocam o olhar organizativo clássico, disciplinador de corpos e racionalizador de recursos, para expor processos sociais que revelam sofrimentos e desigualdades dos indivíduos, das populações e também dos profissionais. "
O desafio de abordar temática por sua natureza, bastante complexa. A conjuntura sociopolítica nacional nos anos 70, de modelo socioeconômico extremamente concentrador imposto pela ditadura, continha crescente resistência democrática e emergência, na área social, de propostas e projetos contra- hegemônicos, tanto no nível de bandeiras políticas como no de práticas inovadoras em espaços socioinstitucionais, fustigando os limites do permissível.
As mudanças ocorridas durante a década de noventa decorrentes da crise dos sistemas de proteção social em todo o mundo pautaram os governos dos Estados nacionais para repensar a forma de gestão dos serviços sociais com vistas à redução dos investimentos. Métodos gerenciais que indicavam o enxugamento dos custos com as políticas de proteção social foram apontados como alternativa em países que vivenciaram o Welfare state em estágio avançado, e o Brasil não foi indiferente a isto. No campo das políticas de saúde, as organizações sociais foram alternativas aplicadas como forma de gestão aos equipamentos públicos de saúde. No ápice do período neoliberal brtasileiro as organizações sociais de saúde multiplicaram-se. Decorrente de uma reforma do aparelho do Estado, os serviços de saúde foram os primeiros a implantar tal alternativa como método de gestão. Neste livro, analisamos, sob a perspectiva da saúde, os custos para o setor público da saúde, após mais de duas décadas de implantação das organizações sociais de saúde no Brasil. Sob uma perspectiva histórica, a partir da conquista dos direitos sociais, apresentamos análises derivadas de estudos e pesquisas sobre a gestão do sistema de saúde brasileiro.
Para os estudiosos do mundo agrário, os temas da sustentabilidade e do desenvolvimento são desafios constantes nas análises sobre territórios rurais em diversos países. Compreender essas unidades espaciais, suas relações e dimensões não é tarefa fácil para as pessoas envolvidas na pesquisa do tema. Estudando casos no Equador, África do Sul, Gana, Índia, China e Indonésia, Scoones apresenta uma abordagem dos meios de vida em comunidades rurais ampliada pela economia política. Discute, entre outros temas, a desigualdade, pobreza, direitos, trabalho decente, qualidade de vida, bem estar, desenvolvimento humano, empoderamento e classes sociais, o autor aprofunda o debate teórico e traz novas perspectivas para os estudos das comunidades rurais no Brasil.
Ao abordar uma cidade planejada e suas vicissitudes, o livro de Paulo Fernando de Souza Campos trata não só de questões pertinentes à história recente do Paraná como também aponta para aspectos significativos no que se refere aos usos discursivos do binômio saúde/doença. Transpondo as fronteiras tradicionais da História, o autor revela os usos políticos dos diagnósticos médicos - sobretudo os atinentes à loucura moral - permitindo a
A ideia central deste livro é que o cuidado em saúde será sempre coproduzido pelos usuários (os leigos) e pelos especialistas da saúde (profissionais da saúde). O trabalho foi concluído em duas fases. Na primeira, de caráter exploratório, foram realizadas entrevistas em profundidade com atores estratégicos e informantes-chave do sistema de saúde, em particular alguns de seus profissionais. Na segunda foram colhidas histórias de vida de usuários muito dependentes do serviço de saúde.
O conjunto de textos aqui reunidos vem nos alertar que a patologização e medicalização da vida se trata de uma invasão nos nossos cotidianos, inescapável. A saída lucrativa da química salvadora que dociliza os corpos e mentes mediante o uso orquestrado dos fármacos se faz presente, a indústria farmacêutica e seus postos de distribuição que mais crescem nessa nova onda neoliberal do capital que tanto sofrimento constrói, diante de um Estado intolerante ou omisso.
Nesta coletânea de ensaios, treze pesquisadores de diversas áreas do conhecimento refletem sobre a loucura no amplo e multifacetado âmbito da cultura. Romances, contos, textos memorialísticos, teatro, cinema e outras produções ensejam o pensamento sobre os "desvios da razão", sob ponto de vista da crítica literária e cultural, da historiografia e sociologia e do vasto campo da saúde mental.
O licenciamento compulsório é um mecanismo para controlar o abuso do direito de exclusividade por parte do detentor de uma patente. Ele permite o uso de um produto patenteado sem a autorização de seu titular, mediante um pagamento determinado por lei ou um procedimento de arbitragem. Instrumento de natureza jurídica, esse tipo de licenciamento assume-se também como um mecanismo de política pública, que pode ser utilizado como medida de punição aplicada a empresas com práticas abusivas de preços, ou ainda para combater comportamentos oligopolistas de um determinado setor da indústria.A existência e a efetiva utilização dessa ferramenta são questões polêmicas a vários níveis. Em primeiro lugar, a licença compulsória provoca divergências de interpretação e disputas judiciais pela ambiguidade que necessariamente a suscita. Em que circunstâncias (excepcionais) justifica-se uma perda ou qualificação da exclusividade do direito de patente? E quem decide sobre a exceção?Em segundo lugar, a licença compulsória no caso de medicamentos traz à luz a tensão entre direitos humanos e direitos de propriedade intelectual – uma tensão que se revela cada vez mais importante à medida que se generaliza a ideia de um direito à saúde e, mais concretamente, um direito ao acesso a medicamentos essenciais. Qual a relação entre interesses comerciais e direitos de indivíduos e grupos? De que forma pode-se conciliar a procura do lucro com a proteção de populações vulneráveis?Em terceiro lugar, o licenciamento compulsório no caso dos medicamentos deve ser visto não só como uma medida que visa à proteção da saúde de indivíduos; é também uma estratégia de desenvolvimento relacionada com a promoção da capacidade de produção doméstica da versão genérica de medicamento, via laboratórios públicos, privados ou parcerias entre público e privado.Finalmente, o licenciamento compulsório coloca questões mais abrangentes a nível internacional e global, nomeadamente no que diz respeito à relação entre atores
O dia a dia da saúde é feito de encontros. Todos são profundos, significativos, de enorme simbolismo. Na Saúde somos seres que se tocam, se ouvem, se entrelaçam. Caminhos que se encontram. Produzimos estórias que nos relembram o que somos. O dizer e o ouvir nos espelham: somos com os outros, e somos os dizeres que ouvimos e dizemos. Somos as memórias que nos marcam. Mas, com frequência, no trabalho em saúde, ficamos perdidos: dentro de nós, no passado ou no futuro, na mágoa ou no preconceito. Perdemos oportunidades únicas de nos transformar, de produzir levezas, risadas, alegrias, cuidados. O Outro pode nos ensinar, reinventar, comover. Basta aguçar os sentidos, a intuição, a leveza e a ternura. Tarefa difícil que muito vale a pena. Este livro é mostra e faro disso. Ele traz percursos sensíveis de cinco profissionais da saúde. Cuidadores, poetas, educadores populares e, acima de tudo, abertos ao infinito do sentimento do mundo com apenas duas mãos. Navegue com eles.
Este livro é um relato de uma pesquisa que envolveu dois anos de trabalho, uma parceria muito intensa com a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas/SP e com os trabalhadores dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Por tanto, apresenta este livro uma tarefa coletiva, de muitos, que enfrentaram o desafio de desenvolver uma pesquisa avaliativa.
Nesse livro apresentamos como quatro Redes de Atenção Psicossocial (RAPs), de municípios do Estado do Rio de Janeiro envolvidos nessa pesquisa, sustentam a acessibilidade e a produção do cuidado na atenção à crise em saúde mental. Procuramos aqui ir para além de só entender essa dinâmica do ponto de vista da relação entre demanda e oferta por serviços de saúde, tentando trazer para a cena do objeto de estudo a noção de acesso e barreira no plano do cuidado em si. Essa pesquisa foi construída do começo ao fim, por meio de uma cooperação de trabalho entre um coletivo que incluiu: trabalhadores dos Serviços de Saúde Mental dos cinco municípios do estado, a Coordenação de Saúde Mental do Estado do Rio de Janeiro, o Laboratório de Estudo, Trabalho e Assistência em Saúde (LETRAS) do IPUB (Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pesquisadores da Linha de Pesquisa Micropolítica do Trabalho e o Cuidado em Saúde, da Pós-Graduação em Clínica Médica da UFRJ.
A obra reúne diversos textos cujo principal objetivo é a apresentação de um olhar da odontologia para além da técnica, através, principalmente, da abordagem das políticas de saúde bucal estabelecidas no Brasil, a partir do século XX. Além de investigar as políticas de saúde bucal, o livro analisa as respostas sociais, por ação ou omissão, via Estado, sobre problemas de saúde e seus determinantes, bem como sobre a organização, produção, distribuição e regulação de bens e serviços na área odontológica.
Este livro pretende facilitar a gestores e técnicos vinculados ao sistema de saúde, em seus diversos níveis, o acesso à consulta rápida a sistematização de temas relevantes do cotidiano da organização da assistência à saúde. Em síntese, representa o esforço de tornar o mais acessível possível conceitos, definições e experiências úteis especialmente para técnicos e profissionais que labutam cotidianamente para a construção do SUS.
Ao deslocar o foco da atenção do hospital para os serviços de abordagem comunitária, o movimento da Reforma Psiquiátrica tem proporcionado, desde a década de 1980, uma série de avanços, mas também muitos desafios. Superar o aparato manicomial exige a consolidação de outras formas de lidar com o sofrimento psíquico. Exige, portanto, que os profissionais de saúde mental estejam preparados para oferecer um tipo de cuidado diferenciado. Entre esses profissionais, destaca-se o trabalhador de nível médio, que desempenha um papel de ligação fundamental entre o serviço, o paciente, sua família e a comunidade. O objetivo desta coletânea é contribuir para a formação e a capacitação desses trabalhadores. Os transtornos mentais são abordados em uma dimensão ampla ao longo do livro, que aborda temas como políticas de saúde e de saúde mental no Brasil, saúde mental na atenção básica, estratégias de intervenção e terapêuticas.
A leitura desta obra oferece elementos para duas grandes reflexões. A primeira indica que as lutas em defesa do SUS precisam ultrapassar o âmbito setorial, centrando-se na defesa e na radicalização da democracia, na construção contra-hegemônica de um novo projeto de Nação e na articulação de distintas gerações de direitos. A segunda aponta que a crise econômica internacional tem gerado agenda regressiva em diversos países, requerendo a construção de unidade entre as forças democráticas, populares e socialistas, com a reinvenção das esquerdas, para reverter a ampliação das desigualdades sociais, preconceitos, xenofobia, conservadorismo, intolerância, ressentimento e ódio, que ompõem um solo fértil para o fascismo social, com possível passagem para o fascismo político.
No momento de transição vivido no Brasil, com a rediscussão do SUS em alguns de seus artigos mais centrais, é muito adequado ler o livro Políticas Públicas e Gestão Hospitalar, que mostra experiências e vivência do sistema. O tema não é novo e seus organizadores são, por um lado, Gastão Wagner de Souza Campos, uma das grandes lideranças do SUS desde os seus inícios, como pensador, gestor e autor e, por outro, o jovem Nilton Pereira Junior, já conhecido nas mesmas atividades, que submete a uma plateia mais ampla sua tese. Os demais autores, todos conhecidos na área da saúde, também trazem relevantes experiências à apreciação dos interessados no setor e, de maneira importante, na atividade de assistência hospitalar, frequentemente postergada na formulação de políticas setoriais. Ana Maria Malik Professora Titular da FGV-EAESP
Por Dentro do SUS é livro destinado a esclarecer médicos, profissionais da Saúde e de serviços, sobre o que é SUS - Serviço Único de Saúde. Seus objetivos são o de ser: a. Um Sistema está formado por várias instituições dos três níveis do governo (União, Estados e Municípios), e pelo setor privado (hospitais, clinicas, laboratórios etc.).
As ações, ao longo de uma década, do programa de extensão universitária Práticas Integradas em Saúde Coletiva em um município do Sul do Brasil são apresentadas neste livro, ressaltando-se as atividades desenvolvidas de forma interprofissional e multiprofissional e que visam ao desenvolvimento acadêmico-profissional e comunitário. Por seu conteúdo marcante e linguagem dinâmica, esta leitura torna-se uma excelente fonte de conhecimento para acadêmicos e profissionais de diferentes áreas do conhecimento, assim como a todos que se interessam pelos mais variados temas abordados em Saúde Coletiva nos contextos de saúde da criança, saúde do idoso, saúde da mulher, saúde escolar, saúde mental, protagonismo estudantil, gênero e sexualidade, fitoterapia, oncologia e toxicologia na comunidade.
Diante das grandes mostras de descuido e negligência com a vida nos dias de hoje, tornam-se fundamentais reflexões sobre ética e cuidado. Para a abordar esses temas, os estudos reunidos nesta coletânea partem da vulnerabilidade da criança e do adolescente na sua saúde física e mental e recolhem contribuições que ampliam esse escopo para os campos do direito, da sociologia, da filosofia e da segurança pública. Articulando o trabalho dessas áreas do conhecimento com a prática clínica diária da Maternidade Escola da UFRJ foi implementada uma grande rede insterdisciplinar para pensar este cotidiano clínico e social. Este livro é um dos desdobramentos do fórum de debates que se estabeleceu em torno dessa rede, que também deu origem ao curso de pós-graduação em Atenção Integral à Saúde Materno-Infantil. Apesar de boa parte dos autores serem ligados à área de saúde, este não é um livro voltado para especialistas. O objetivo dos escritos aqui reunidos é provocar uma iniciativa de cuidado, buscando barrar o sentimento desolador de descuido. Tudo isso é feito por meio de estudos rigorosos que aprofundam a questão sob diversos pontos de vista, buscando ampliar ainda mais a rede de interlocutores. Para finalizar, vale destacar uma frase de Carlos Minc, na orelha do livro, que resume bem sua importância: "Esta coletânea coloca a ética do cuidar no centro de diferentes linhas de pesquisa e atuação multidisciplinares para um profundo e necessário resgate civilizatório."
A Coleção Pensamento Político-Social parte do princípio de que as relações, as instituições e os processos políticos não se realizam desacompanhados das interpretações que recebem. O mesmo vale para os seus portadores sociais e a sociedade como um todo. Daí a importância em repor em circulação e debate interpretações clássicas, modernas e contemporâneas, em geral, e do pensamento político-social brasileiro, em particular - objeto dos títulos da coleção. Desse modo, espera-se contribuir tanto para o aperfeiçoamento de uma visão de conjunto do processo político-social, e de alguns desafios contemporâneos cruciais, quanto para uma redefinição menos minimalista da própria política.
Este livro é o resultado de uma ampla pesquisa socioantropológica sobre as representações populares e as experiências com a hipertensão arterial sistêmica. A autora entrevistou homens e mulheres hipertensos diagnosticados há mais de um ano, com idades entre 50 e 65 anos, clientela de uma unidade de Saúde da Família na cidade de Amparo, no estado de São Paulo. A análise foi sensível às especificidades do modo de vida, das diferenças de gênero, idade e religião, atentando sempre para a maneira como os entrevistados cotidianamente refletem, lidam e atuam diante do adoecimento. O estudo foi realizado por meio de entrevistas conduzidas mediante roteiro, complementadas com observações e extensa investigação de documentos e bibliografia. Análises de conteúdo, das narrativas e estudos de caso foram utilizados. A autora também ouviu os agentes comunitários de saúde, pertencentes à equipe de Saúde da Família do local estudado. Ela descreve as características socioeconômicas, demográficas e educacionais da clientela e desses profissionais, conferindo especial atenção à forma como atendem e se relacionam com os pacientes.
Esta obra tem como objetivo averiguar como questões de saúde bucal se tornaram problemas sociais no Brasil, de1989 a 2004. Além disso, o livro reflete sobre a emergência das soluções aos problemas bucais da população e analisa os processos relacionados com continuidades e/ou rupturas na história das políticas brasileiras de saúde bucal. O presente estudo busca contribuir para a compreensão do complexo processo de formulação dessas políticas no país, com vistas a interpretar melhor cenários futuros.
Com o objetivo de informar e esclarecer o leitor sobre os programas de saúde e assistência social no Brasil, este livro é resultado de uma análise crítica do autor e nele estão contidos a institucionalização, os efeitos e as consequências do PSF, bem como questões éticas, bioéticas e a legislação de apoio.
O tema deste estudo é a contribuição da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Representação do Brasil, para o campo de recursos humanos em saúde no país. O pressuposto é que essa organização, ao mesmo tempo em que influenciava o desenvolvimento desse campo, ela também era influenciada pelas instituições brasileiras e pelos movimentos políticos nacionais.
Subintitulado “um guia para a pesquisa de drogas com ação sobre o SNC, com ênfase nas plantas medicinais”, esta reunião de artigos de especialistas em psicofarmacologia é um livro prático, que serve como material de apoio para o planejamento e a execução de estudos na área. Contempla métodos clássicos e modernos, de modo que permita ao pesquisador o entendimento de cada um, suas limitações e possibilidades. Uma obra útil para todos os que trabalham com psicofarmacologia, especialmente aos que buscam novos agentes farmacológicos, sobretudo de origem natural. O volume reúne artigos de outros 28 pesquisadores vinculados aos departamentos responsáveis pelas mais importantes pesquisas em psicofarmacologia em diversas universidades brasileiras.
Dentre aqueles dedicados à pesquisa deslocada de psicanálise desde o Brasil, Rosana Onocko-Campos se destaca de modo especial. […] Esta psicanalista de esquerda argentina chegou ao Brasil tendo no país possibilidade de refúgio para a própria vida, com uma carga de esperança histórica e teórica radicais que encontrou aqui terreno de investigação e criação de uma política de saúde mental articulada a um questionamento histórico-teórico da própria psicanálise.
Integrante da coleção História e Saúde da Editora Fiocruz, a obra apresenta um estudo da trajetória de um personagem relevante e controverso na história biográfica da medicina e da psiquiatria brasileiras do século XX. A análise da vida de Antonio Carlos Pacheco e Silva 1898-1988 é feita levando em consideração as muitas contradições, tensões e singularidades do médico, militar e político. Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo FMUSP e da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo EPM/Unifesp, Pacheco e Silva acumulou, para além dos espaços acadêmicos, cargos políticos e empresariais, tendo participado ativamente de movimentos conservadores e eugenistas. O livro é um desdobramento da tese doutoral do historiador Gustavo Tarelow, defendida em 2019, na FMUSP. Dedicado às pesquisas sobre a história da psiquiatria paulistas e seus personagens, o autor investiga etapas fundamentais da trajetória de Pacheco e Silva. Ele mostra, por exemplo, a atuação do médico na fundação do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo e como diretor da Associação Psiquiátrica Internacional e do Hospital do Juquery. Tarelow revela também como o psiquiatra esteve diretamente envolvido em todo o processo que levou o português António Egas Moniz a receber o Prêmio Nobel de Medicina, em 1949, além de sua intensa participação em diferentes partidos e momentos do campo político nacional. Dividida em três capítulos, a obra agrega também importantes notas, referências e imagens, reunindo fotografias, documentos, páginas de jornais e outros materiais de acervo que ilustram as diferentes fases da vida do psiquiatra.