Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
A forma como políticos, médicos, farmacêuticos e a população da Bahia se posicionaram diante da desconhecida doença que vitimou cerca de 30 milhões de pessoas nos anos de 1918/19, estrutura o livro. Nele são analisados os diversos aspectos relacionados à gripe que matou o presidente Rodrigues Alves, em janeiro de 1919, antes mesmo de tomar posse. A autora produziu “um belo e inédito mosaico”, tomando por base fontes documentais as mais diversas para fundamentar a pesquisa sobre o enfrentamento do vírus influenza. Gilberto Hochman, pesquisador da COC/Fiocruz e autor do prefácio do livro, exalta “o delicado artesanato” na produção da narrativa que provoca o interesse, a surpresa e até mesmo a compaixão pelos que sofrem nos tempos de epidemia. A obra permite compreender especificidades locais da chamada República Velha na Bahia, além de possibilitar estabelecer comparações da epidemia em perspectiva global, tornando-se importante fonte de pesquisa, ainda mais neste atual momento em que a pandemia pelo vírus da influenza A (H1N1) começa a perder força no hemisfério sul, mas persiste a possibilidade de futura ocorrência de novo repique.
Que particularidades tornam o mosquito Aedes tão presente em nossa rotina? O que há de novo em termos de estratégia e controle desse mosquito? A fim de responder e fazer refletir sobre essas e outras perguntas relacionadas ao vetor, Aedes de A a Z, livro que integra a coleção Temas em Saúde, apresenta visões de quatro profissionais da Fiocruz com diferentes formações e enfoques complementares: Denise Valle, bióloga; Raquel Aguiar, jornalista; Denise Nacif Pimenta, antropóloga; e Vinicius Ferreira, jornalista e publicitário.
O trabalho que deu origem a este livro surgiu de uma série de questionamentos sobre conceitos e preconceitos impostos pela sociedade sobre os idosos - será que envelhecer é de fato 'esperar a hora da morte'? Será que ao envelhecer abdicamos de quem fomos e da satisfação de nossos prazeres?
Reunião de ensaios inovadores sobre ciência, ética, tecnologias médicas e o próprio discurso científico que voltam a ocupar lugar central com o surgimento da AIDS. São analisados os discursos preventivos, os conceitos epidemiológicos, as relações entre produção conceitual e ética, e as incontáveis questões tecnológicas, éticas etc. relacionadas à produção de vacinas.
Reunião de mais de uma dezena de ensaios sobre os diversos aspectos relacionados à pesquisa e prevenção da aids. O leitor encontra neste livro análises sobre metodologias de investigação na área da sexualidade, sobre programas educativos de prevenção e sua avaliação, bem como o debate sobre experiências particulares.
Desde 2000, a Associação Saúde em Família, em conjunto com o Setor Público e a Fundação Zerbini vem implementando na região de Sapopemba/Vila Prudente a integração de intervenções de prevenção à AIDS, integradas à atenção básica. Este livro, escrito basicamente por Agentes Comunitários de Saúde, relata experiências inovadoras e criativas na prevenção ao HIV/AIDS/DST entre a comunidade.
Esta obra apresenta os fundamentos gerais sobre o câncer. Apresenta aspectos históricos da doença e sua importância epidemiológica, constituindo-a como um problema significativo de saúde pública nas sociedades contemporâneas. Traz conhecimentos básicos sobre os principais fatores de risco, que aumentam a predisposição dos indivíduos para o desenvolvimento da doença.
No contexto atual em que vivemos, sabemos muito bem a grande preocupação que se tem quando se trata de indivíduos portadores do vírus HIV e o enorme preconceito que é rotulado nos mesmos. A obra então trata das (im)possíveis relações afetivas-sexuais que existem com o surgimento do casal sorodiscordante.
"Doença de Chagas. História de uma Calamidade Continental", faz uma reconstrução detalhada, cuidadosa e bem documentada da história do descobrimento da doença de Chagas. Esse período e esse processo estão particularmente relevantes para o Brasil, pois se
Para Bill Gates, a resposta a essa pergunta é sim, e neste livro ele mostra de forma clara e convincente o que deveríamos ter aprendido com a covid-19 e o que está a nosso alcance para evitar outro desastre como esse. Baseando-se na troca de conhecimento com os melhores especialistas do planeta e na própria experiência no combate a doenças fatais na Fundação Gates, o autor primeiro nos ajuda a entender a ciência das patologias infecciosas. Em seguida, apresenta como as nações do mundo, trabalhando em conjunto entre si e com o setor privado, podem não apenas deter outra catástrofe semelhante à covid, mas também erradicar todas as mazelas respiratórias, incluindo a gripe.
Identificar as potencialidades e as barreiras, não só de um processo de descentralização em curso, mas também da rede de atenção à saúde como um todo, é o primeiro passo para que gestores da saúde e profissionais que lidam diretamente com os casos de tuberculose compreendam melhor essa doença e, assim, possam reconhecer potencialidades e/ou problemas em comum. Este livro trata da descentralização das ações de controle da tuberculose para a Estratégia Saúde da Família. A leitura aponta para possíveis maneiras de aperfeiçoar as ações desenvolvidas nas unidades de saúde dos municípios.
Esta coletânea é especialmente voltada para os profissionais que trabalham na rede do SUS – e pode ser somada a uma proposta de educação a distância. Aborda desde um panorama geral da saúde, no país e no mundo, até os aspectos mais técnicos da tuberculose, como diagnóstico, tratamento e prevenção. Segundo a OMS, o Brasil é um dos 22 países com alta carga de tuberculose e onde o enfrentamento da doença deve ser considerado prioridade. O livro sustenta uma capacitação baseada não só em questões técnicas, mas também em reflexões sobre os determinantes sociais, econômicos e culturais da doença. O objetivo é articular os conteúdos apresentados com a realidade vivenciada pelos profissionais nos serviços de saúde. A 1ª edição é de 1987 e, de lá para cá, o livro já sofreu sucessivas atualizações, envolvendo o Ministério da Saúde, a UFRJ e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, além do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), que coordena o trabalho desde o início dos anos 1990. Entre as novidades desta 7ª edição, destacam-se glossário, textos complementares e um projeto gráfico diferenciado para facilitar a leitura e o estudo.
Em três décadas os antirretrovirais utilizados no tratamento da aids passaram de paliativos a medicamentos salvadores. Auxiliares na prevenção, agora são capazes de diminuir a transmissão do HIV a escalas jamais imagináveis. Coquetel é a singular história da incorporação de uma tecnologia inovadora combinada a uma política de saúde pública universal. Aqui o leitor conhece o caminho desse extraordinário encontro da ciência, da medicina, da ética em pesquisas, da mobilização comunitária e do mercado farmacêutico, que mudou para sempre os rumos da epidemia da Aids.
Obra voltada para médicos, acadêmicos e demais profissionais da área de saúde, com conhecimentos fundamentais a respeito da dengue, mostrando a prática diária vivenciada no CRD.
A dengue e suas formas potencialmente fatais, a febre henorrágica da dengue e a síndrome do choque da dengue, mais uma vez ameaçam grande parte das Américas. Na década de 1980, os programas de controle de vetores foram vítimas de cortes nos gastos com saúde pública e suas respostas aos surtos de dengue tendiam a ser um pouco tardias. Essas diretrizes responderam ao desafio ao incorporar todos os aspectos da prevenção e controle da doença e seus vetores. Além disso, porque a dengue é principalmente um problema de saneamento doméstico e as famílias podem combater o problema de forma barata. As diretrizes enfatizam formas de transferir a responsabilidade pelo controle e prevenção da dengue para a comunidade.
Se, por um lado, as epidemias de dengue causam forte impacto na rede de atenção à saúde no Brasil, por outro, o país tem, de fato, uma enorme competência estabelecida na pesquisa e na prestação de serviços em dengue – considerada atualmente a mais importante arbovirose no mundo. Este livro analisa a dengue sob a ótica dos desafios impostos ao Brasil, que ultrapassam os limites do setor saúde, abrangendo as áreas de educação, comunicação social, saneamento básico etc. Tendo como autores profissionais renomados de diferentes áreas – médicos, jornalistas, educadores, entomologistas, epidemiologistas, matemáticos e gestores –, a coletânea aborda uma ampla variedade de temas, do histórico às inovações científico-tecnológicas em desenvolvimento, incluindo as vacinas preventivas e o controle vetorial por meio de mosquitos biológica ou geneticamente modificados.
A obra tematiza as manifestações dermatológicas humanas decorrentes de infecções, infestações e outros agravos biológicos. O estudo abrange de um campo muito amplo de abordagens clínicas que se entrelaçam como diagnósticos diferenciais na relação entre os agentes causais e as condições da pessoa atingida. Importam: sua faixa etária, seu modo de vida, os espaços geográficos em que habita ou mais recentemente percorridos, além de atividades especificamente associáveis ao agravo. As afecções são bem documentadas por imagens que ilustram aspectos clínicos e sistematizadas em achados laboratoriais, seja para confirmação etiológica, seja para diagnóstico das alterações orgânicas funcionais. As manifestações dermatológicas têm apresentadas sua dimensão epidemiológica no contexto evolutivo e atual, as opções terapêuticas com seus esquemas em uso e perspectivas, e as medidas de prevenção ou controle indicadas.
Quem foi o doutor Carlos Chagas? Mesmo ao considerar a dificuldade que o povo brasileiro tem para identificar os grandes nomes de nossa história, arrisco dizer que essa pergunta tem boas chances de resposta. No caso, porque o nome do homem se associou ao
Este livro apresenta os requisitos necessários para cativar o leitor, pois focaliza uma problemática de interesse coletivo: o dengue, e busca alternativas viáveis para o seu controle. O objetivo desta publicação, desafiador e instigante, e a forma como aqui é tratado de distinguem por buscar compreender as possibilidades de interação entre conhecimentos e princípios derivados do campo da ecossaúde e aqueles que tradicionalmente fundamentam as intervenções voltadas para a redução do risco de exposição ao vírus do dengue, cujo ciclo está intimamente relacionado ao ambiente urbano onde vide a maioria das populações humanas.
Obra original resultante de estudo interdisciplinar que apresenta os "saberes da experiência" produzidos no cuidado-de-si por portadores de diabetes mellitus. A riqueza destes conhecimentos práticos é contrastada com as competências requeridas para o autocuidado, estabelecidas por especialistas, enquanto um olhar da Ciência e da Clínica.
Iniciativa inédita no mundo, o livro compila o conhecimento disponível sobre o assunto e apresenta o estado da arte em Paleoparasitologia – termo cunhado há cerca de 30 anos por um brasileiro, o pesquisador da Fiocruz Luiz Fernando Ferreira, pioneiro dess
Mesmo com o desenvolvimento e a eficácia dos tratamentos atuais para as diferentes formas de hanseníase, não se observa uma evolução proporcional às representações feitas sobre elas e seus portadores.
Este livro enfatiza particularmente os problemas de saúde ligados a doenças infectoparasitárias que acometem os segmentos da população brasileira mais sujeitos aos padrões de desigualdades sociais, com baixa assistência médico-sanitária. Apresenta alguns conceitos fundamentais em saúde pública, abordando as relações de saúde e doença, mecanismos de transmissão de agentes patogênicos, medidas de prevenção, principais doenças infectoparasitárias que acometem o ser humano, acidentes causados por animais peçonhentos e noções de saneamento básico. Destina-se especialmente a acadêmicos ou profissionais de economia doméstica, bem como a estudantes de nutrição, biologia, enfermagem e odontologia. Aplica-se, ainda, ao ensino médio.
O livro apresenta vários estudos que falam sobre a adesão aos anti-hipertensivos e do questionamento sobre a realidade sócio econômica do brasileiro, o que dificulta a realização das medidas não farmacológicas no tratamento da hipertensão arterial. Aborda as comorbidades, relacionadas a hipertensão, que é um dos principais fatores de risco para o aparecimento das doenças cardiovasculares, tais como acidente vascular cerebral e infarto agudo miocárdio.
Da Antiguidade até os dias de hoje, as epidemias assombram o ser humano. Chegam sorrateiras e se instalam causando pânico e destruição. A desinformação impera e, não raro, demora-se a descobrir como a doença se propaga e o que fazer para dominá-la. A famosa peste negra matou cerca de um terço da população europeia na Idade Média. De lá para cá, muita coisa mudou. Se por um lado a Medicina evoluiu, por outro, vivemos cada vez mais aglomerados em grandes cidades, viajando muito mais pelo planeta, o que torna a situação mais dramática e difícil de controlar. O infectologista Stefan Cunha Ujvari trata, neste livro fascinante e atualíssimo, das epidemias e pandemias mais marcantes da nossa história. Como a humanidade conviveu com essas doenças? Qual a importância das primeiras vacinas e como elas surgiram? Partindo da Grécia Antiga e chegando até os nossos dias, o livro aborda doenças como peste negra, sífilis, gripe, ebola. Dedica um capítulo para a covid-19 e mostra por que, afinal, essa doença parou o mundo.
Este livro reúne uma ampla gama de textos sobre a história do câncer no Brasil, apresentando contribuições que discutem desde a história das políticas públicas de saúde até o processo de especialização médica relacionado ao câncer. Assim, apresenta ao público acadêmico e não-especializado diferentes aspectos da história de conhecimentos, práticas e políticas desenvolvidos com o intuito de diminuir o impacto do câncer na população brasileira. — Luiz Antonio Teixeira e Luiz Alves Araújo Neto Nas últimas décadas, o câncer tem ocupado um lugar mais importante na agenda da medicina e da saúde pública brasileira, sobretudo devido aos desafios representados por esse conjunto de doenças. A parceria entre a Casa de Oswaldo Cruz/FIOCRUZ e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) resultou em uma série de trabalhos que buscaram investigar a história dos conhecimentos, práticas e políticas referentes ao controle do câncer no Brasil no século XX. Em um primeiro momento dedicado à história institucional do INCA e à trajetória das políticas públicas na área oncológica, a agenda de pesquisa foi diversificada para estudos sobre câncer e gênero, tecnologias médicas e especialização em câncer, organizações locais para o combate à doença, entre outros pontos. Neste livro, reunimos alguns dos trabalhos desenvolvidos por pesquisadores e pesquisadoras nos últimos quinze anos, apresentando um balanço geral da produção sobre história do câncer no Brasil e indicando caminhos para pesquisas futuras.
A intenção do autor é estudar o doente, investigando seus sentimentos e seu papel no contexto da tuberculose. Para tanto, ele desvenda a doença, os especialistas, as instituições e as relações sociais relacionadas à peste branca no Brasil nos primeiros cinqüenta anos do século passado.
Neste livro, Jay A. Levy faz uma revisão completa e especializada da história da AIDS e de como os cientistas e profissionais de saúde reagiram aos desafios encontrados nas quase três décadas de luta contra a epidemia. Por fim, avalia os avanços mais recentes na busca por vacinas contra o HIV. Segundo Esper Georges Kallás, professor da Faculdade de Medicina da USP: “Sem dúvida, o livro que temos em mãos tornou-se uma referência quase obrigatória para estudantes, pesquisadores, médicos que tratam de pessoas que vivem com HIV e profissionais de saúde pública. Após ler milhares de artigos científicos e praticamente viver a história da epidemia, o Dr. Levy conseguiu, com um extenso trabalho, de A a Z, compilar as informações mais importantes na área. Além disso, é reconhecido pelos seus pares como um dos principais cientistas na pesquisa do HIV, com publicações que são referência”.
Hivinho: uma história de vida, que trata da história de um adolescente com HIV / Aids que retrata desde seu nascimento até a adolescência, passando pelas dificuldades em manter um tratamento seja pelas questões familiares e pessoais ou pelos mitos , estigmas, medos e vergonha. Esta história envolve a equipe de saúde e seus familiares no convívio institucional.
O Registro histórico realizado por meio de pesquisa literária e documental nas instituições envolvidas no controle da malária, associado ao relato das vivências profissionais dos autores do livro, traz aos leitores desta publicação um conhecimento riquíssimo das características epidemiológicas e do controle da malária no Estado do Amazonas ao longo das últimas décadas. A experiência vivida intensamente pelos autores no cambate à Doença, tanto na campanha de erradicação da malária - CEM como posteriormente na Sucam, e mais recentemente na Fundação Nacional de Saúde - Funasa, mostra as dificuldades enfrentadas e como têm sido superadas.
O rápido aumento do número de casos e o variado espectro de suas manifestações clínicas fizeram com que a AIDS se tornasse parte do cotidiano de todos os profissionais de saúde, independemente de sua área de atuação.Para o atendimento de pacientes infectados pelo HIV, tornou-se indispensável o aprimoramento técnico atualizado, tarefa esta que requer um enorme dispêndio de tempo e energia, uma vez que as publicações científicas ocorrem às centenas a cada mês.
Integrante da coleção História e Saúde da Editora Fiocruz, o livro desenvolve uma narrativa histórica de chegada, alastramento e erradicação do Anopheles gambiae, que teve origem em Dacar, capital do Senegal, e chegou ao Brasil pelo Rio Grande do Norte. O mosquito causou uma epidemia de malária sem precedentes no Brasil no início dos anos 1930 e, após esforços cooperativos entre o governo brasileiro de Getúlio Vargas e a Fundação Rockefeller, foi erradicado em 1940. Transmissor da forma mais letal da doença, o vetor teria viajado da África para o Nordeste brasileiro graças à modernização dos transportes aéreos, que passaram a ser uma preocupação das autoridades. Assim, foram instituídas, segundo a pesquisa, uma série de leis e normas para garantir a segurança sanitária dos aeroportos.
Visão informativa sobre a doença mais assustadora do fim do século xx, deixa claro como se dá a transmissão do vírus hiv, sua evolução, os tratamentos que têm mostrado resultado e o que se oferece em termos de serviços (ou falta deles). Um histórico mostra ainda os erros e os acertos desde que a doença surgiu e a importância da solidariedade e do questionamento dos preconceitos para impedir o avanço dessa que é a epidemia mais reveladora de nossas vulnerabilidades.
Abordar a hepatite C – grave epidemia contemporânea – não só em seus aspectos biomédicos, mas destacando ainda questões psicológicas, sociais e históricas relativas à doença: este é o objetivo desse livro, escrito pelo médico, com pós-doutorado no exterio
No que pode interessar à saúde das pessoas um livro sobre fezes, ainda mais sobre fezes fósseis? O tema estranho a muitos possíveis leitores torna-se fascinante ao revelar como surgiram as doenças e como determinados parasitos evoluíram com o hospedeiro humano em sua longa história evolutiva, tanto biológica como social. Ao surgir como espécie, o ser humano herdou diversos parasitos de seus ancestrais e outros foram adquiridos durante a ocupação dos continentes. Assim, seus vestígios orgânicos deixados nos sítios arqueológicos possibilitam traçar rotas da Pré-História, bem como revelar interessantes aspectos da vida no passado. O arcaico e o conhecimento de ponta juntam-se perfeitamente nos estudos de paleoparasitologia, ao identificar, nos vestígios de vida humana, fauna e flora de épocas remotas, uso de plantas e convívio com animais domésticos, e até mesmo períodos de abundância e escassez alimentar refletidos na saúde das populações.
Pandemia é uma epidemia de grandes proporções. Os cientistas temem que a humanidade seja vítima de uma pandemia capaz de matar dezenas e até centenas de milhões de pessoas no mundo todo. Para que isto aconteça basta que apareça uma doença que combine enorme capacidade de contaminação (de preferência antes de os sintomas aparecerem) com poder para matar grande número de pacientes infectados. A grande concentração urbana que caracteriza a humanidade em nossa época (ao contrário do que aconteceu quando das grandes febres do começo do século XX) facilita a propagação. As viagens aéreas ganharam enorme incremento, fazendo com que vírus e bactérias atravessem oceanos com rapidez. Além disso, nossas cidades propiciam grandes aglomerações como jogos e shows para dezenas de milhares; dispomos de sistemas coletivos de transporte, como metrô, trens urbanos e ônibus, em que milhões se acotovelam e respiram o mesmo ar; de resto, mesmo situações de trabalho em fábricas e escritórios, além de escolas, fazem com que o potencial de transmissão por vírus ou bactérias seja explosivo.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.