Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Uma análise sócio-histórica da gênese de políticas de saúde na França. Os temas em debate incluem as políticas de luta contra o câncer e a Aids, e aquelas destinadas ao enfrentamento de problemas como as crianças ‘inadaptadas’ ou ‘anormais’, com ‘inteligência inferior’, e os jovens ‘delinquentes’, usuários de drogas. Embora os estudos de caso tratem da experiência francesa, a obra traz contribuições importantes para o leitor brasileiro, principalmente por conta dos aspectos universais que podem ser apreendidos a partir da leitura.
Se, por um lado, as epidemias de dengue causam forte impacto na rede de atenção à saúde no Brasil, por outro, o país tem, de fato, uma enorme competência estabelecida na pesquisa e na prestação de serviços em dengue – considerada atualmente a mais importante arbovirose no mundo. Este livro analisa a dengue sob a ótica dos desafios impostos ao Brasil, que ultrapassam os limites do setor saúde, abrangendo as áreas de educação, comunicação social, saneamento básico etc. Tendo como autores profissionais renomados de diferentes áreas – médicos, jornalistas, educadores, entomologistas, epidemiologistas, matemáticos e gestores –, a coletânea aborda uma ampla variedade de temas, do histórico às inovações científico-tecnológicas em desenvolvimento, incluindo as vacinas preventivas e o controle vetorial por meio de mosquitos biológica ou geneticamente modificados.
Nesta coletânea de ensaios, treze pesquisadores de diversas áreas do conhecimento refletem sobre a loucura no amplo e multifacetado âmbito da cultura. Romances, contos, textos memorialísticos, teatro, cinema e outras produções ensejam o pensamento sobre os "desvios da razão", sob ponto de vista da crítica literária e cultural, da historiografia e sociologia e do vasto campo da saúde mental.
A autora se aprofunda e esmiúça questões que envolvem o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (Paism), que se torna Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Pnaism) e, posteriormente, a Rede Cegonha (RC). O Paism se inicia em um momento de ebulição política e de reconquista da democracia, alguns anos antes da elaboração da Constituição de 1988 e do Sistema Único de Saúde (SUS), momento fundamental da ampliação de direitos. Já o Pnaism se estabelece em um contexto no qual a saúde reprodutiva é reconhecida globalmente como um direito humano e a violência contra a mulher é tomada como um problema de saúde pública, ao passo que a RC focaliza a dimensão inaceitável das mortes maternas desnecessárias e evitáveis. A participação das mulheres, os conflitos, as dificuldades, os avanços e retrocessos estão analisados na obra, que coloca a questão: quem são as mulheres protagonistas e alvo dessas políticas?
Este livro, de caráter introdutório e informativo, apresenta aos leitores de distintas áreas do conhecimento, em especial aos que atuam mais diretamente nos campos ambiental e da saúde, uma visão abrangente dos problemas de saúde e ambiente que vêm marcando cada vez mais as sociedades modernas. Os autores deste livro vêm desenvolvendo um trabalho em conjunto desde a década de 90, investigando as interfaces entre questões de saúde e ambiente com o intuito de identificar e apontar futuros propícios para a promoção da vida.
Um dos grandes desafios para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) é a distribuição geográfica dos profissionais e serviços de saúde. Compreender tal desafio e fornecer subsídios para enfrentá-lo são os objetivos dos autores, nesse estudo. A distribuição desigual reflete outro problema: a concentração dos serviços de saúde e das escolas médicas nas regiões economicamente mais favorecidas, facilitando a permanência dos profissionais, depois de formados, no Sul e Sudeste, apesar da expansão dos postos de trabalho no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Quatro programas de interiorização são analisados: o Projeto Rondon, o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (Piass), o Programa de Interiorização do SUS (Pisus) e o Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde (Pits). Este último, por ser uma iniciativa inédita do Ministério da Saúde, é avaliado em detalhes em um dos capítulos.
Um livro valioso, que analisa com clareza o papel fundamental dos recursos humanos para a saúde e o desenvolvimento, bem como o contexto e o impacto da reforma sanitária e a relação entre as iniciativas internacionais, nacionais e locais em prol da mudança dos serviços de saúde. Além de examinar os antecedentes e os principais atores da área de recursos humanos e explicar com detalhes as negociações que visavam transformar em prioridade nacional a formação de recursos humanos e a distribuição dos trabalhadores de saúde no território, Recursos Críticos está apoiado em uma sólida pesquisa bibliográfica, testemunhos fascinantes e análise original, que fazem da obra uma contribuição significativa no campo da memória da saúde pública e uma ferramenta indicativa de perspectivas de futuro para trabalhadores na área da saúde. É uma pesquisa histórica de grande qualidade, voltada para a análise da cooperação Opas-Brasil, e um incentivo à realização de novos estudos sobre as interfaces entre a atuação de agências internacionais e os interesses nacionais, partindo do conceito de arenas ou espaços de negociação.
O livro é uma etnografia entre clientes e profissionais de clínicas de reprodução assistida. Com origem na tese de doutorado da autora, apresentada em 2004, ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia do Museu Nacional (UFRJ), analisa as novas tecnologias reprodutivas e a clonagem humana com base nas relações de parentesco e na noção de pessoa, tópicos fundamentais na antropologia. A reprodução como objeto de intervenção médica, as peculiaridades do campo de pesquisa sobre reprodução assistida, a família, o discurso biomédico, a construção cultural do corpo, as teorias da concepção e as noções de hereditariedade são temas discutidos ao longo dos cinco capítulos da obra.
As metodologias qualitativas, largamente usadas pelas ciências sociais, podem contribuir para a compreensão de aspectos singulares e subjetivos da atenção à saúde e da biomedicina. O volume em questão reúne contribuições de um grupo da pós-graduação em saúde coletiva do Instituto de Medicina Social (IMS) da Uerj que defende essa abordagem para a pesquisa em atenção à saúde. “A possibilidade de aprendizado com antigos saberes médicos,... como proposta de uma revitalização paradigmática, surge de forma instigante e provocadora, suscitando novas reflexões e debates”. Nesse contexto, o livro apresenta: trabalhos de cunho etnográfico - investigações no processo de ensino-aprendizagem na acupuntura -, por meio da observação de aulas teóricas e práticas; experiências dos residentes de medicina na atenção às complexas necessidades das pessoas vivendo com HIV/Aids; a relação dos médicos com pacientes que sofrem de sintomas indefinidos; e o cotidiano de uma família que cuida de um parente com múltiplas necessidades, após sua alta hospitalar, entre outras perspectivas da atenção à saúde sob um outro olhar.
Apesar dos avanços, o continente do qual Moçambique faz parte continua sendo a área mais afetada pelo HIV, onde residem mais de dois terços das pessoas vivendo com a doença, enquanto no Brasil o índice de novos infectados subiu 6% entre 2005 e 2014, tendência contrária a verificada na maioria dos países. Contextos que apontam para a importância do debate sobre políticas de controle do HIV/Aids nesses dois países. Esta coletânea é um dos vários frutos de uma cooperação técnica entre a Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique, e a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). Reúne capítulos de autores moçambicanos e brasileiros, que apresentam temáticas diversas e buscam dialogar entre si, oferecendo um panorama daquilo que em ambos os países é hoje prioritário. As relações sociais e comunitárias, a participação social e as características dos sistemas e das políticas de saúde inerentes aos dois países são aspectos que perpassam toda a obra. O livro evidencia diferenças nos rumos trilhados, nas experiências vividas e nas conjunturas socioeconômicas, políticas e culturais entre Moçambique e Brasil, mas também demonstra que há um eixo comum: a certeza de que a saúde é um direito humano inalienável.
Apoiado em vasta bibliografia, além de atas e registros da câmara e textos da imprensa, o autor estuda o papel do higienismo sobre a saúde pública em São Paulo, no início do século 19. Analisa as implicações políticas à época, a influência do pensamento positivista e o crescimento da cidade em decorrência do café e da imigração, além de abordar os surtos de doenças como febre amarela e tuberculose. Um momento “em que a limpeza deixou de ser unicamente um elemento que denotava nobreza para assumir uma característica utilitária de preservação da saúde”. Mantovani expõe as ideias de autores ingleses, alemães, franceses e portugueses que influenciavam não apenas as concepções locais sobre saúde, mas também medidas político-administrativas adotadas pelos governos. Ele reflete sobre as relações entre autoridades públicas e os grupos populacionais – miseráveis, prostitutas, escravos – apontados como “culpados” pelo ambiente insalubre da cidade e pelas doenças que acometiam os paulistanos. Uma câmara municipal militarizada era responsável pela saúde pública, coagindo e castigando aqueles que ameaçavam o bem-estar do restante da população. “Curar era (e é) intervenção social, política e econômica”, diz o autor.
Um diálogo entre pesquisadores brasileiros e portugueses sobre arquitetura, urbanismo, patrimônio cultural e saúde no século 19, quando novos preceitos terapêuticos foram incorporados nas construções e adaptações de edifícios hospitalares. Esta é a proposta do livro Hospitais e Saúde no Oitocentos: diálogos entre Brasil e Portugal, organizado por Cybelle Salvador Miranda e Renato da Gama-Rosa Costa, parte da Coleção História e Saúde, da Editora Fiocruz. Os estudos ancoram-se no neoclassicismo e sua utilização nos hospitais construídos naquela época, tanto no Brasil (Rio de Janeiro e Belém), quanto em Portugal (Lisboa, Porto e Fafe). Essa concepção arquitetônica valoriza a ideia de progresso, asseio e racionalidade. Do ponto de vista formal, a materialização dos ideais de racionalidade e a construção de hospitais concorrem para se entender a transição de assistência adotada pelo Estado de base religiosa e o Estado laico, com exemplos no Brasil e também em Portugal.
Coletânea resultante de trabalho interdisciplinar de amplo alcance, no Brasil, nos estudos sobre família. Desde a definição do objeto – família –, este livro aborda as rápidas e continuadas mudanças vividas por essa instituição, que se refletem na sua composição interna. Nas relações de gênero e intergeracionais, e na tessitura de um sentimento de parentesco e pertencimento, a obra sinaliza que a família é, na atualidade, alvo de programas e políticas públicas aplicadas ao setor da saúde no Brasil, problematizando a pertinência de suas respectivas diretrizes diante das necessidades sociais e possibilidades culturais da família brasileira.
O livro apresenta os caminhos percorridos na direção da profissionalização e da especialização em saúde pública no Brasil, refletindo as influências e iniciativas nacionais e internacionais.na criação da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), em 1954. Nesse laboratório de idéias em que se constituiu a Escola, formularam-se propostas que contribuíram para as grandes conquistas da saúde pública brasileira e que subsidiaram o processo de Reforma Sanitária, cujos resultados se expressam na constituição e no fortalecimento do SUS. Organizado em duas partes, na primeira é apresentado um texto narrativo sucinto sobre a Ensp, desde a sua criação até os anos recentes. A segunda, traz artigos sobre temas relevantes para o entendimento da história da Ensp e de seu papel na saúde pública contemporânea.
O autor mostra como os dois pensadores que protagonizam a sua pesquisa fazem parte da história e da consolidação da sociologia no Brasil. O pesquisador traz à tona “relações diplomáticas, instituições científicas, agências governamentais e organismos internacionais, círculos de políticos, intelectuais e cientistas sociais", segundo André Botelho, professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ao analisar a conjuntura das relações acadêmicas entre os dois personagens, Thiago Lopes mostra que o rural renasce como chave não apenas da modernização, mas também da democratização política no Brasil.
Dirigida a todos que se interessam pela interface entre ciências sociais e direitos humanos, porque nela pesquisam ou atuam, a coletânea apresenta uma série de estudos, a maioria de cunho etnográfico, sobre práticas sociais que articulam os discursos de direitos e os valores da ajuda humanitária. Aborda problemas sociais, como pobreza e discriminação, e novas formas de intervenção sobre eles, provenientes da ação estatal, jurídica, de ajuda humanitária ou de organizações da sociedade civil.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.