Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Este livro reúne trabalhos que resultam de pesquisas recentes sobre a pós-graduação em Ciências Sociais no Brasil e que foram selecionados a partir de chamada pública promovida pelas associações nacionais da área: ANPOCS, ABA, ABCP e SBS. Ele é uma resposta das ciências sociais articuladas à situação de crise no financiamento e nos processos de avaliação da pós-graduação. Escritos por jovens sociólogos, antropólogos, cientistas políticos e internacionalistas, recém-doutores e doutorandos, os capítulos do livro revelam as diversas possibilidades de produção de conhecimento sobre o ensino de pós-graduação, a avaliação, a mobilidade internacional e os desafios atuais e futuros da formação acadêmica e profissional na área. Os jovens cientistas sociais que participam do livro evidenciam a capacidade e o potencial das nossas ciências sociais na reflexão sobre si mesmas e sobre os caminhos da pesquisa e da educação no Brasil. - Gilberto Hochman
Dado o predomínio na ciência política brasileira de perspectivas marcadas por uma progressiva dessociologização dos objetos de estudo, há de se destacar a relevância atribuída pelos autores a dimensões como o peso do patrimônio de recursos sociais dos agentes em diferentes momentos de seus trajetos e em disputas travadas nos mais diversos domínios da vida social, valorizando informações relativas a seu background social e cultural e aos contextos históricos em que se desenrolam. A proposta deste livro filia-se diretamente a um movimento de renovação dos estudos sobre a política no Brasil e é fruto de intensas discussões conduzidas por cientistas políticos, sociólogos e antropólogos alocados em laboratórios e grupos de pesquisa diversos e, em especial, debatidas publicamente em mesas-redondas em reuniões da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs) e da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) entre 2009 e 2012.
Pai fundador da terceira via e reitor da London School of Economics, Giddens procura abranger o quadro geral da contemporaneidade. Contra a leitura pósmoderna da época atual, o sociólogo inglês desenvolve o que chama de "altamodernidade". Nele, cristaliza-se um momento de passagem no qual categorias como segurança e confiança vão dando lugar aos conceitos de desencaixe e risco. A aposta vai em direção à realização desta "sociedade de risco" que ainda se anuncia.
Desdobrando as análises de André Singer sobre o “lulismo”, o livro busca incorporar uma avaliação sobre o “ensaio desenvolvimentista” tentado pelo governo Dilma no marco do pós crise internacional de 2008 e oferecer uma interpretação original sobre o saldo do percurso lulista desde a vitória do PT nas eleições presidenciais de 2002 no contexto mais amplo da experiência modernizadora brasileira. Nas palavras da economista Leda Paulani, que assina o texto de orelha do livro, os ensaios aqui reunidos revelam que “o lulismo repetiu como farsa a tragédia do sonho desenvolvimentista anterior, que durou cinquenta anos e foi desfigurado pelo conservadorismo militar”.
Num texto que toma como ponto de partida as fontes coevas e, pormenor importante, exclusivamente árabes, Amin Maalouf constrói uma história das cruzadas vista de uma perspetiva a que raramente temos acesso, pois só nos foram dadas a ler as histórias das cruzadas do ponto de vista ocidental. Como afirmou Alain Decaux: "Interessa comprovar que as versões orientais e ocidentais não coincidem de todo. Nós escrevemos a nossa própria visão; durante esse tempo, eles escreveram a deles. É por isso que esta nova história das cruzadas não se parece com nenhuma outra." Texto cativante, que mescla o tom da crónica contemporânea com a mestria estilística do autor, As Cruzadas Vistas pelos Árabes apresenta-nos uma perspetiva que não é habitual, mas não menos empolgante.
Este livro destina-se à análise das diversas facetas das condições de saúde da população de um município que podem ser apreendidas em inquéritos de base populacional. Os temas desta publicação incluem os eixos centrais da análise de situação de saúde: o estado de saúde da população, apreendido em múltiplas dimensões, os comportamentos relacionados à saúde que constituem, no perfil atual de morbidade, os principais responsáveis pelas incapacidades e mortes prematuras e o componente de uso de serviços de saúde. O estudo procura situar a história e destacar a relevância e as aplicações dos inquéritos de saúde, apresentar em detalhe os métodos utilizados na presente pesquisa e ressaltar os achados mais significativos para as propostas de vigilância da saúde de município baseada em inquéritos.
Busquei neste livro, registrar a história da criação e autorização das Escolad Técnicas do SUS, no trabalho liderado por Izabel dos Santos envolvendo milhares de profissionais do SUS, inclusive eu. Nestas páginas, o leitor terá a oportunidade de conhecer como foi concebida a primeira escola destinada a formar profissionais da nivel técnico em saúde visando o fortalecimento de um sistema de saúde público, equânime e universal.
Instigados pelo boom das commodities, governos progressistas que chegavam ao poder na América Latina no início do século XXI enxergaram na intensificação da exploração de bens naturais com vistas à exportação uma forma eficaz de enfrentar a crise econômica, e de enfim alcançar o sempre distante objetivo de desenvolvimento de suas respectivas nações. Como nos mostra a socióloga argentina Maristella Svampa neste livro, a consequente intensificação da espoliação da natureza demandada por esse modo de produção logo fez com que, em nome do “progresso” e do “desenvolvimento nacional”, esses mesmos governos não titubeassem em violar direitos humanos e em pôr em risco patrimônios ecológicos.
Esta publicação aborda uma importante e atual temática, a qual retrata que a questão institucional vem antes de tudo, descrevendo como a sociedade brasileira identifica saúde com a presença ou ausência de doença. Neste cenário, as instituições estatais de Saúde se constituem como portadoras do discurso do saber (tecno-científico) e simultaneamente como agentes políticos no controle de doenças coletivas.
Compreender o complexo processo de formação e desenvolvimento da consciência de classe é um dos desafios mais difíceis do marxismo, desde o clássico livro História e consciência de classe, de Lukács. Mauro Iasi tem sido, dentre nós, um estudioso do tema. Seu livro anterior – O dilema de Hamlet, o ser e o não ser da consciência – já demonstrava a sua forte capacidade analítica para uma melhor compreensão da questão. Seu novo livro, As metamorfoses da consciência de classe, dá continuidade a esse empreendimento, centrando seu novo estudo na trajetória da militância que dedicou toda uma vida para a construção do Partido dos Trabalhadores, para vê-lo desmoronar como um “partido da ordem” (Marx). A inteligência e a militância de Mauro Iasi o qualificam para ajudar nesse importante debate. - Ricardo Antunes – Unicamp.
Quem é o responsável pelas infelicidades que esmagam a humanidade? Depois de muitas hesitações, os primeiros Pais da Igreja buscaram a explicação no velho mito bíblico de Adão e Eva. Os bispos do concílio de Trento fizeram dele um dogma, afirmando que a falta do primeiro homem corrompeu a natureza humana. Desde então, a doutrina do pecado original moldou a moral cristã e, mais amplamente, a imagem do homem. Construída com cuidado e erudição, esta obra é instrutiva e instigante, feita para pessoas curiosas, crentes ou não, sobretudo numa época em que a distinção entre o bem e o mal — e sobretudo sua origem — se articula com dificuldade.
Meninas usam rosa e meninos usam azul? De forma divertida e inteligente, o livro procura abordar questões de gênero por um viés de igualdade e em respeito à pluralidade. O livro integra a coleção Livros para o Amanhã , do selo Boitatá, junto com os outros três volumes A democracia pode ser assim, A ditadura é assim e O que são classes sociais?. As conquistas no campo político e social levaram as mulheres a ganhar espaço em várias esferas da vida pública, mas ainda falta muito para alcançarmos a igualdade de gênero. As mulheres continuam sofrendo muita discriminação no mundo todo e ainda são poucas ocupando cargos de grande responsabilidade e liderança, mesmo estando tão preparadas quanto os homens. Nesse contexto, como as crianças estão sendo educadas e o que significa, para elas, ser homem ou mulher? O desafio da ilustradora espanhola Luci Gutiérrez foi criar uma série de desenhos que atualizasse o debate sobre gênero e o tornasse acessível ao universo infantil. Através da imagem, o livro expressa muitos elementos sutis que não estão no texto - tarefa que Luci executa com maestria. Na cena em que é dito que desde pequenos os meninos e as meninas são tratados de formas distintas, ela mostra um garoto tendo a mão apertada com força, enquanto a menina é tratada com delicadeza. Isso porque é comum se ensinar aos homens que eles devem ser viris e às meninas, que elas são o sexo frágil. As mulheres e os homens é um livro instigante e de fácil compreensão, com uma paleta de cores que foge do já consagrado azul-para-meninos e rosa-para-meninas. O livro também traz atividades para promover uma discussão mais ampla sobre a divisão das tarefas domésticas, a desigualdade salarial e o espaço social que cada gênero ocupa - deixando a certeza de que a expectativa por um mundo mais igualitário não tem nada de ultrapassada.
Quando Freud redigiu e publicou As pulsões e seus destinos, não era possível prever que esse breve ensaio se tornaria um clássico. Não é exagero dizer que a teoria das pulsões, bem como a teoria do inconsciente, está para a Psicanálise assim como a anatomia e a fisiologia estão para a Medicina. No texto que o leitor tem em mãos, Freud apresenta o conceito de pulsão, que está na base dos processos que determinam os modos como nós amamos, desejamos, sofremos. Nele assistimos a um esforço obstinado de sistematização deste “conceito-fundamental”. Tão ou mais fundamental do que o próprio inconsciente, a pulsão é um “conceito-fronteiriço”, situado entre o corpo e o aparelho psíquico.
O Grupo de Pesquisa Informação, Cidadania e Aprendizado (ICA), da Faculdade de Tecnologia “Julio Julinho Marcondes de Moura” – Fatec Garça (CEETEPS), visa estudar os fenômenos sociais e suas implicações na ambiência organizacional, com foco na cidadania e coletividade. Das reuniões e dos debates realizados nos últimos anos, percebeu-se um interesse, por parte dos discentes e docentes do ICA, pelos temas que contemplam as mulheres, assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. Desta forma, muitos trabalhos nasceram e, assim, a necessidade de socializar o que foi produzido neste livro que traz estudos sobre a representatividade das pesquisadoras brasileiras na área da Ciência da Computação; as dificuldades enfrentadas pelas mulheres negras nos cargos de liderança no estado de São Paulo; a mulher no contexto do assédio moral e sexual em organizações bancárias e a cultura do estupro, além de uma pintura (capa deste livro) que evidencia o sentimento interno versus o sentimento externo acerca da realidade do universo feminino. Em síntese, escrever sobre as mulheres nesta sociedade capitalista é evidenciar o processo de dominação-exploração secular e, também, a luta das mulheres por igualdade e garantia de seus direitos, ou seja, é mostrar as mulheres em movimento por cidadania.
O objetivo principal desse trabalho foi o de descrever como a organização do trabalho e as relações socioprofissionais se relacionam com a fragmentação da subjetividade de ocupantes de cargos gerenciais. Buscamos descrever a percepção dos gestores sobre a forma como o trabalho está organizado; sobre as relações socioprofissionais; os sentimentos dos gestores com relação ao ambiente de trabalho e, por fim, fez-se uma análise de como essas configurações do ambiente de trabalho afetam a constituição da subjetividade dos gestores.
Roceiros morenos, pretos, pardos foram mapeados em um esforço de observar os sentidos raciais que circulavam no Brasil rural dos anos 1940 e 1950. Uma cartografia dos dispositivos discursivos que orientavam as hierarquias raciais que desumanizavam pretos roceiros. Aos pesquisadores das relações raciais e da história da população negra no Brasil, o livro pode ser uma boa alternativa das reflexões sobre as desigualdades vividas, praticadas, reforçadas, legitimadas, sobre a população negra. A repetição de imagens, valores, ideias, experiências comuns aos contextos escravistas décadas depois da abolição nos ajudam a identificar as heranças e permanências que se perpetuaram e que enfrentamos ainda hoje.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.