O livro apresenta - Parte I - Medicina e reprodução- das regras de puericultura às novas tecnologias reprodutivas. Capítulo 1 - O processo de medicalização Capítulo 2 - Intervenção médica na reprodução humana. Parte II - Uma nova medicina da reprodução. Capítulo 3 - Reprodução assistida Capítulo 4 - Reprodução assistida- práticas e resultados. Parte III - Reprodução assistida no Brasil. Capítulo 5 - Introdução da reprodução assistida no Brasil Capítulo 6 - Prática na reprodução assistida no B r asil. Parte IV - Efeitos sociais da reprodução assistida. Capítulo 7 - Remediar a ausência de filhos- do social ao tecnológico Capítulo 8 - Construção do debate ético em torno da reprodução assistida Considerações finais.
A História pode e precisa ser defendida. Especialmente agora, quando as mentiras ganham uma dimensão maior, com fake news sendo vomitadas por atacado, de forma organizada. Querem mudar a História por meio do negacionismo, recusando-se a admitir fatos indiscutíveis. Atentados contra os cidadãos, a ciência, a natureza, a educação são perpetrados a toda hora. Nós, historiadores e professores de História, somos solicitados a dar respostas. E, o melhor de tudo, é que as temos. O livro "Novos combates pela História" é essencial para historiadores, professores e demais amantes da História.
Essas apreciações marcam de alguma forma a passagem para o outro Lacan, outro daquele que se apresentava sob o signo inicial da palavra e da linguagem, o Lacan que se revela no fim de seus Escritos sob o nome de objeto a.(m3/23julh2014)
Em 2021, estamos sob tempos sombrios, de retrocessos sociais e políticos, e também na saúde mental. Este livro parte da análise da conjuntura, crua e dura, reconhecendo as perdas e riscos, mas não “está tudo dominado”. A realidade tem contradições e brechas para resistir e até mesmo avançar. Esse é o objeto desse livro, mostrando projetos inovadores em saúde mental e luta antimanicomial. Parte da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (“Disabilidades”) da ONU, que no Brasil tem o mesmo status da Constituição Federal; das novas diretrizes da ONU e da Organização Mundial de Saúde; e dos avanços dos movimentos de direitos humanos e de usuários(as) de outros países, com novas ideias e práticas de protagonismo e direitos de usuários(as) e familiares.
O livro negro dos sentidos é erótica criAção de mulheres negras mobilizadas para organizar, ilustrar, escrever e protagonizar uma obra literária distanciada da objetificação e dos estereótipos comumente associados às ‘corpas’ negras.
O presente livro traz reflexões sobre os efeitos da modernização do trabalho e os novos modelos de gestão e gerenciamento do trabalho, especificamente, no cotidiano do trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, dentro do modelo da Estratégia Saúde da Família. Para além disso, o texto traz um conjunto de debates sobre: as mudanças no mundo do trabalho na contemporaneidade; a reconfiguração da Política Nacional da Atenção Básica no Brasil; os dilemas do trabalho na Atenção Primária à Saúde no contexto da pandemia da covid-19. Dessa forma, esta obra dialoga com a vertente de estudos do trabalho, da Saúde Coletiva e da temática sobre a reestruturação produtiva na saúde, trazendo referenciais teóricos da Sociologia do trabalho, da psicodinâmica do trabalho e da psicossociologia do trabalho. A base empírica das análises se dá a partir do estudo de caso ampliado, na perspectiva de Michael Burawoy, das percepções dos profissionais de saúde de uma equipe da Estratégia Saúde da Família a respeito do trabalho na Reforma da Atenção Primária à Saúde (2009-2016) do município do Rio de Janeiro. Ademais, em diálogo com o paradigma indiciário de Carlo Ginzburg, também, traz atualizações das Políticas Nacionais da Atenção Básica e as repercussões da pandemia de COVID-19 sobre as condições de trabalho na APS no Brasil. Sendo assim, esta é uma obra que almeja auxiliar na reflexão crítica sobre os rumos que estão sendo tomados para a APS e para o Sistema Único de Saúde (SUS), no período histórico recente do país, bem como reforçar a centralidade do trabalho na saúde em diálogo com os princípios democráticos que fundaram o SUS, em 1988.
Esta obra inova por oferecer ao leitor diversos olhares sobre o tema ambiental unindo o direito ambiental às ciências da Terra. Destaca-se por incorporar a multi, a inter e a transdisciplinaridade necessárias para efetivação da legislação ambiental, a qual deve ser elaborada a partir do conhecimento e da assimilação dos conceitos das ciências da Terra. Seu pioneirismo está em articular os temas por meio de um conjunto de 24 capítulos de renomados autores, professores membros de grupos de pesquisa nacionais e internacionais, que demonstram e revelam a interconexão e a interdependência entre temas tão sinérgicos.
As pesquisas apresentam formulações econômicas, fundamentadas em dados, e análises empíricas que revelam a origem da discriminação racial no Brasil, abordam tópicos diversos que passam por temas como renda, mercado de trabalho, educação, saúde, desenvolvimento econômico e representação política, além de novas possibilidades de políticas públicas para a criação de uma sociedade mais justa e equitativa. Com novas contribuições e perspectivas para o entendimento das desigualdades raciais no Brasil e a apresentação da complexa relação entre economia e racismo, esta obra é essencial para estudantes, pesquisadores, formuladores de políticas e todas as pessoas interessadas em compreender e combater a persistente desigualdade racial que desafia o Brasil. Um problema que não pode mais ser ignorado.
"Nutrição Clínica - Obstetrícia e Pediatria", escrito por Nutricionistas com larga experiência tanto no ensino, pesquisas e na atenção às Gestantes e Crianças nas enfermarias, ambulatórios e em outros serviços. O livro enriquecerá bastante aos leitores e trará excelente suporte aos Nutricionistas, Obstetras e Pediatras e a todos os interessados nesse assunto.
Nos cursos da área de Ciências Agrárias, como Engenharia Agronômica, Zootecnia e Engenharia Florestal, o tema “nutrição de plantas” exerce um papel fundamental no conhecimento das funções dos nutrientes na vida das plantas e, consequentemente, na produção agrícola, na qualidade dos produtos colhidos e na relação com o ambiente. Em seu estudo, Renato de Mello Prado abrange, de forma didática, várias facetas do assunto, desde os primórdios até os dias atuais, incluindo bibliografia atualizada e relatos da experiência do autor. Avalia ainda, de forma objetiva, as perspectivas da Nutrição de Plantas para a produtividade agrícola de forma sustentável, considerando o ambiente como integrante do processo. Este livro surge, portanto, como uma importante publicação para alunos de graduação, pós-graduação e demais interessados no assunto. E contribui para o aprimoramento da cultura agrícola, buscando superar seus desafios e com vistas a um futuro mais coerente para o setor.
Os seis capítulos que compõem esta obra abordam de forma abrangente temas como crescimento e desenvolvimento, fisiologia digestiva do lactente, necessidades e recomendações nutricionais, aleitamento materno, alimentação complementar e alimentação de crianças não amamentadas. Este livro, cujas edições anteriores foram publicadas de forma independente pela autora, constitui suporte científico para profissionais de Saúde (nutricionistas, médicos e enfermeiros) que pretendem atualizar-se sobre avaliação e planejamento de práticas alimentares saudáveis na primeira infância, constituindo também um guia de orientação para pais e cuidadores.
Planejado para atender aos cursos de graduação e pós-graduação de Nutrição, Enfermagem, Medicina e áreas afins, Nutrição e Saúde da Criança contempla assuntos fundamentais sobre o bem-estar infantil em suas diversas fases e nuances. A obra divide-se em 43 capítulos, organizados em sete partes, as quais abordam a avaliação dietética; a Nutrição fetal e do lactente; a obesidade e as alterações cardiometabólicas; a avaliação nutricional e bioquímica; as doenças carenciais, infecciosas e parasitárias; a educação nutricional e para a Saúde; e a Nutrição em Saúde pública. Além dos tradicionais pontos mencionados em livros de Saúde e Nutrição infantil, incluíram-se temas importantes atualmente, como padrões alimentares, determinantes ambientais do comportamento alimentar, interações fármaco-nutrientes, obesidade como doença inflamatória, citocinas como marcador inflamatório, microbiota intestinal, probióticos e Saúde, (Nutri)genética e (Nutri)epigenética, entre outros. Para discorrer sobre esses tópicos, foram convidados mais de 100 colaboradores. Os autores são pesquisadores, professores e profissionais da Saúde, de diversas instituições e regiões do Brasil ? alguns com experiências internacionais (Moçambique e Portugal) ?, com reconhecido know-how em seus campos de atuação. Esta obra contribuirá bastante para a qualificação de estudantes de ensino superior e profissionais da Saúde comprometidos com um atendimento de excelência à Criança. É referência certa para aqueles que sabem que uma boa Nutrição na infância oferece menos chances de adolescentes, adultos e idosos propensos a doenças.
Esta obra tem como objetivo fornecer um panorama integrado das características em sistemas de produção e consumo de recursos alimentares para populações. Entre os temas abordados estão: As perdas de alimentos em cadeias produtivas e os problemas relacionados ao controle de qualidade e às condições higiênico-sanitárias, incluindo alimentos que têm sido alvo de fraude; Os requerimentos nutricionais e sua relação com diferentes tipos de alimentos, como funcionais, nutracêuticos e suplementos dietéticos; As políticas públicas de alimentação, nutrição e prevenção de doenças, além das práticas de marketing e rotulagem de alimentos; Os impactos ambientais da produção de alimentos, os alimentos orgânicos e as dietas sustentáveis.
O papel da Nutrição na promoção da saúde em coletividades tem sido alvo de investigação em diversas vertentes, particularmente na identificação de padrões de saúde e doenças em diferentes grupos etários em nível populacional. O interesse pela associação entre dimensões físicas, bioquímicas e fisiológicas da Nutrição Humana tem resultado em variados instrumentos de mensuração, assim como tipologias para classificação das características nutricionais dos indivíduos no contexto do sistema de saúde. Nutrição em Saúde Coletiva – Ações para a Promoção da Saúde busca sintetizar um conjunto de evidencias derivadas de pesquisas científicas de interesse do público em geral, especialmente quem esteja interessado nas conexões entre Nutrição e saúde no contexto de coletividades. A aplicabilidade dos indicadores descritos nos capítulos ultrapassa a atuação específica em Nutrição, provendo apoio na seleção de estratégias terapêuticas aos profissionais de saúde no tratamento de seus pacientes, assim como propondo medidas de interesse em estudos populacionais a pesquisadores com interesse na área. No contexto profissional, indicadores relacionados com os aspectos nutricionais do indivíduo apresentam ampla aplicação no diagnóstico e no prognóstico de saúde de pacientes (no âmbito de serviços de saúde) e comunidades (no âmbito da vigilância epidemiológica para promoção da saúde). No contexto da formação de recursos humanos, espera-se que o conteúdo apresentado nesta obra contribua para uma atuação holística em ambiente clínico, em saúde pública, na pesquisa e na gestão de sistemas de saúde.
Em sua segunda edição, revisada e ampliada, Nutrição em Saúde Pública complementa as bases teóricas e científicas abordadas na publicação anterior, mantendo os diferentes métodos de avaliação de coletividades. Ademais, discorre sobre as doenças associadas a carências, excessos e erros alimentares mediante a discussão das políticas públicas, da gestão e do papel do profissional de saúde, especialmente o nutricionista, levantando os desafios para a área no terceiro milênio. Bioestatística, atuação dos Inquéritos Nacionais, formação de hábitos alimentares, prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, segurança alimentar e nutricional e aspectos nutricionais em populações geriátricas são alguns dos temas desta nova edição.
Neste livro, Gyorgy Scrinis nos brinda com lentes que oferecem elementos interpretativos muito potentes para modificarmos profundamente a maneira como temos lidado com a temática da alimentação e nutrição. Esses elementos, abordados de forma criativa e inovadora, nos ajudam a responder perguntas fundamentais sobre a questão alimentar no contexto contemporâneo, entre elas: quais interesses públicos são comprometidos e quais interesses privados são beneficiados com este paradigma? Em que medida ele contribui para a manutenção de assimetrias de poder que impedem a garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada para todos e todas e que dificultam processos emancipatórios da sociedade? Que aspectos da alimentação ficam desconsiderados, invisibilizados ou reduzidos nesta abordagem e quais as implicações disso na perspectiva das políticas públicas? Quais as implicações das abordagens presentes nesse paradigma para a relação das pessoas com a comida e com seu corpo?
Nessa pesquisa, o professor da UFRJ Rodrigo Borba encontrou um flagrante descompasso entre o que os serviços de saúde entendem como transexualidade e as variadas formas como as pessoas transexuais efetivamente vivenciam suas identidades no cotidiano. Como consequência, persistem obstáculos discursivos para uma atenção integral e humanizada à saúde de sujeitos transexuais.
Em meados da década de 1940, a psiquiatra Nise da Silveira organizou ateliês de pintura e modelagem com os pacientes do Centro Psiquiátrico Pedro II. A produção desses ateliês – hoje acervo do Museu de Imagens do Inconsciente – chamou a atenção de cientistas e intelectuais da época. O interesse suscitado pelas obras não se restringia à sua utilidade no tratamento psiquiátrico: elas também exemplificavam um novo conceito de qualidade estética e, ainda, assumiam papel central num debate político mais amplo, sobre o lugar do louco e da loucura na sociedade. É com esse pano de fundo que se desenrolam as análises do livro, dividido em três capítulos.
Antropólogos e Missionários, à primeira vista, parecem trilhar caminhos distintos, se não opostos: enquanto os primeiros são vistos como aqueles que procuram compreender uma determinada sociedade a partir de sua lógica interna, os outros, ao colocarem em prática o projeto expansionista da fé cristã, são pensados como agentes que procuram influenciar diretamente a visão de mundo dos habitantes das regiões onde atuam.
Seria possível imaginar uma radical reforma do Estado brasileiro a ponto de assegurar às políticas públicas um funcionamento com importante grau de autonomia em relação ao poder executivo e ao mercado? Para Nilton, este objetivo não somente seria realizável — ele demonstra que, em alguma medida, experiências de cogestão já vêm acontecendo no SUS —, como ainda se constituiria em alternativa à esquizofrenia do debate contemporâneo polarizado entre privatização e petrificação de uma administração pública autoritária, burocratizada e patrimonialista.
O Apoio Paideia & Suas Rodas, é o resultado do trabalho de diversos atores do campo da saúde coletiva, seja na gestão, no trabalho interprofissional, na clínica ou na formação em saúde. São contextos bastante heterogêneos, mas em todos eles mira-se o mesmo horizonte: fortalecer a capacidade de crítica e de reflexão dos sujeitos; possibilitar o diálogo e a explicitação de diferenças de interesse, de valores e de projetos.
Vivemos uma crise global e múltipla de enormes proporções política, social, econômica, ecológica, ideológica e ética. O crime ecossocial no Vale do Rio Doce, em novembro de 2015, perpetrado por mineradoras transnacionais com a cumplicidade e omissão de instâncias estatais nacionais e regionais, numa aliança típica dos nossos tempos, tornou-se a advertência mais dramática da podridão do sistema capitalista predador que determina nossas vidas.Depois de alguns anos de relativo otimismo no Brasil e na América do Sul, fica evidente mais do que nunca que as sociedades do Norte e do Sul globais estão irremediavelmente interligadas e precisam de profundas transformações políticas e ecológicas muito além do acordo climático de Paris que, mesmo sendo uma resposta insuficiente às múltiplas pressões dos movimentos pela justiça climática, poderia significar um passo na direção correta.Na América do Sul, saltam à vista as limitações dos governos ‘progressistas’ que, fortalecendo o papel do Estado na economia, avançaram numa distribuição mais equitativa da renda das commodities sem, no entanto, questionar mais profundamente o conceito hegemônico de ‘desenvolvimento’, vaca sagrada até para grande parte da esquerda mundial. Essas limitações, nos anos iniciais das ‘revoluções’ democráticas na Venezuela, Bolívia e Equador, e das vitórias eleitorais de candidatos de centro-esquerda no Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Peru, não eram descartadas por observadores mais prudentes. (...) Gerhard Dilger
Velhices LGBT+, um coletivo de existências. Quem são essas pessoas, onde elas estão e como vivem? Quem tem direito às velhices LGBT+? Quando criamos o projeto deste livro, a proposta foi ouvir os relatos dessas pessoas “invisíveis”, na contramão do apagamento social imposto a elas. Entendemos que suas vivências vão muito além de histórias do passado. Elas são presentes e futuras.
Este livro aborda algumas experiências do percurso profissional da autora na clínica da terapia ocupacional, mais especificamente no atendimento às pessoas com doenças, lesões neurológicas ou que sofreram acidentes com consequências no sistema neurológico. Embora a obra traga cenas de atendimentos de crianças, as discussões sobre a terapia ocupacional também são decorrentes da prática clínica com pessoas em outros momentos do ciclo da vida, sendo descritas situações vivenciadas com adolescentes, adultos e idosos.
Marx se dedica à compreensão das categorias que constituem a articulação interna da sociedade burguesa e analisa o capital em sua relação direta com a exploração da força de trabalho assalariado. A Inglaterra, localização clássica da força de trabalho industrial, serve de ilustração para sua exposição teórica. Assim como na tradução dos Grundrisse, esse volume substitui o tradicional uso da expressão 'mais valia' por 'mais valor'.
O vovô Carlos é um barato! Sempre que vão visitá-lo, seus netos pedem que ele conte uma história. Só que dessa vez ele vai contar uma história diferente. Nada de princesas ou dragões! A história de hoje aconteceu de verdade, não faz tanto tempo assim e continua se repetindo em muitos lugares do mundo... A história da luta dos trabalhadores.
Este livro trata de um fenômeno conhecido como 'casal grávido', nome sugestivo de uma visão de tornar comum ao homem e à mulher a experiência de preparar a chegada de uma criança. Mais que um modismo, o tema revela as transformações profundas pelas quais passou a concepção de casal nas camadas médias, em particular com a expectativa de reduzir diferenças de gênero e aproximar o homem do universo feminino. Tania Salem analisa de modo surpreendente os sonhos do igualitarismo.
Este novo livro foi pensado com base em uma experiência concreta de educação permanente que teve lugar no centro de atenção psicossocial professor Luís Da Rocha Cerqueira (CAPS ITAPEVA) em São Paulo. em maio de 2011 organizamos e implementamos o Curso-Oficina “O Centro De Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSI) e o Desafio da Gestão em Rede” visando abranger profissionais da rede pública de serviços envolvidos no cuidado em saúde mental de crianças e adolescentes e criar espaços de diálogo e reflexão. nesta época, após longo período de estagnação, vivíamos um momento de expansão dos CAPSI na cidade de São Paulo e mais profissionais vinham sendo incorporados às equipes destes novos serviços. Tivemos uma surpresa agradável com o grande número de interessados, até mesmo de outras cidades do estado de São Paulo e de outros estados. Durante o curso as conversas e debates foram muito apreciados e nasceu a ideia de ampliá-lo na forma de um livro que pudesse atingir mais profissionais do campo por este grande brasil. A proposta inicial era a construção de um livro voltado somente aos CAPSI, sua essência e seu cotidiano. No entanto com o passar do tempo foi ficando claro que falar dos CAPSI sem as redes nas quais ele está imerso não faria sentido nem estaria conectado com as experiências concretas de profissionais e serviços. Assim sendo ampliamos o escopo do livro chegando ao resultado final.
Esta é uma nova edição, cuidadosamente editada, revista e bastante ampliada de uma obra clássica. O cativeiro da terra foi revisitado por seu autor, José de Souza Martins, que incorporou novos textos, atualizou a discussão sobre as questões tratadas e, ainda, acrescentou um novo ensaio fotográfico. O livro conta com um palpitante prefácio elaborado especialmente para esta edição. O cativeiro da terra é a matriz estrutural e histórica da sociedade que somos hoje. Ele condenou a nossa modernidade e a nossa entrada no mundo capitalista a uma modalidade de coerção do trabalho. Aí encontramos a explicação de nossa lentidão histórica e a postergação da ascensão social dos condenados à servidão. Uma leitura emocionante, uma obra fundamental para todos os que, de fato, querem entender o Brasil.
Um desafio para pais – iniciantes ou mesmo mais experientes que seguem buscando se aprimorar – é entender os filhos e seu desenvolvimento. Lançado em 2015, o livro O cérebro da criança traz informações relevantes sobre o amadurecimento dos pequenos. Agora, a Dra. Mariana Uebel, neurocientista brasileira, atualiza e expande essa proposta. Em O cérebro na infância , publicado em abril de 2022, a Dra. Uebel explica não somente como o cérebro funciona, o conceito de neuroplasticidade e a regulação das emoções, mas também os valores e as virtudes, os vínculos e estilos parentais, a importância da saúde materna, o bullying. Ela esclarece ainda como favorecer a garra e a resiliência, além de diversos outros conceitos fundamentais para formar crianças felizes e realizadas. Tudo isso em uma linguagem acessível, com exemplos próprios da realidade brasileira obtidos a partir dos seus anos de experiência clínica e estudos.
O começo da vida, de karla cerávolo, traz um depoimento emocionante e emocionado de uma profissional inteiramente dedicada a auxiliar as mulheres no momento mais importante de suas vidas: dar à luz a um filho. O livro descreve as várias fases da atuação do psicólogo perinatal e destaca a importância do acompanhamento de um profissional capacitado a oferecer suporte a essas mulheres que muitas vezes se apresentam com traumas e muitos conflitos e dúvidas acerca da maternidade. Contando com o aval de figuras importantes dessa área de atuação, como a psicóloga e escritora maria tereza maldonado e a psicóloga e obstetra fátima bortoletti, o começo da vida certamente se insere no grupo de obras seletas e fundamentais para todos aqueles que se dedicam à nobre arte de ajudar as mulheres a se tornarem mães.
A obra traz como fio condutor o conceito de cultura de Celso Furtado. O autor reitera que o objetivo não é fazer uma arqueologia das categorias de análise de Furtado, mas apresentar uma leitura sistemática de boa parte da sua produção com foco no conceito desenvolvido por ele que define a sua posição na história do pensamento econômico e social.
O artigo em homenagem a Merleau-Ponty nos Outros escritos pode ser considerado o primeiro de uma série de textos lacanianos que gravitam em torno de um objeto pulsional privilegiado que é o olhar.
O contrato racial é uma das obras pioneiras , e mais importantes, de um vasto campo de pesquisas e produção intelectual que vem se consolidando sob a rubrica de teoria racial crítica (critical race theory). De forma ágil e precisa, Mills analisa um seleto grupo de expoentes da teoria do contrato social clássico (Hobbes, Locke, Rousseau e Kant) a fim de demonstrar que o Iluminismo, bússola moral e cognitiva da modernidade ocidental, é a face filosófica de uma política identitária branca. Lançada originalmente em 1997, a obra tem desde então ensejado uma profunda revisão nos modos de se conceber o surgimento do Estado, da democracia e da esfera pública nas sociedades modernas. Não por acaso, as teses de Mills influenciaram decisivamente intelectuais como Sueli Carneiro, Lia Vainer Schucman e Denise Ferreira da Silva, cujas obras têm possibilitado a construção de um novo marco interpretativo acerca do lugar das relações raciais na formação do Brasil.
Resultado de estudo que o autor vem desenvolvendo há alguns anos, tendo inicialmente por objeto as representações sociais do corpo e da morte. O ponto de partida histórico arbitrado pelo autor - "porque qualquer recorte é arbitrário" - é a Idade Média, por vários motivos, entre os quais: por ser uma etapa histórica contra a qual as mentalidades e sensibilidades capitalistas se definem; por ser o ´outro específico´ da civilização moderna e contemporânea, oferecendo, portanto, excelente material para pensar, indagar sobre, rever, contrastar e relativizar concepções e supostas verdades sobre o corpo.
O corpo recusado é uma narrativa pessoal escrita em linguagem corajosa e direta. Aos 70 anos de idade, Luiz Cecilio revisita o duro caminho para assumir-se gay, tudo complicado por uma infecção pelo HIV no final da década de 1980. Ao desafiar o trocadilho “AIDS, essa porra mata” com seu grito de guerra “Não vou morrer dessa porra!”, ele se arma para travar as batalhas de um homem que, aos 40 anos, decidiu que ainda não era hora de morrer. A obra constrói um retrato dos seus encontros amorosos e sexuais com outros homens, num longo processo de “ocupação” do corpo recusado, o que tem se estendido até o envelhecimento.
Durante o último quarto do século XIX, a psiquiatria brasileira estruturou seus discursos em torno da sexualidade. Ela tornou-se o principal elemento na classificação/criação das identidades 'desviantes' após 1870, portanto no período de decadência do Império. A ascensão das chamadas 'novas idéias' e as medidas abolicionistas fizeram emergir temores sobre a população negra - entendida como perigo social -, o que levou a uma nova forma de compreensão da sociedade brasileira e de seus 'desvios'.
Um corpo amanhece em um beco, envolto em uma manta e com pequenas partes cortadas. O crime do cais do Valongo, de Eliana Alves Cruz, é um romance histórico-policial que começa em Moçambique e vem parar no Rio de Janeiro, mais exatamente no Cais do Valongo. O local foi porta de entrada de 500 mil a um milhão de escravizados de 1811 a 1831 e foi alçado a patrimônio da humanidade pela UNESCO em 2017. A história acontece no início do século 19 e é contada por dois narradores Muana e Nuno que conviveram com a vítima: o comerciante Bernardo Vianna.
A autora analisa o anti-semitismo deflagrado na II Guerra Mundial, esmiuçando seus agentes, motivos e desdobramentos, como o surgimento do sionismo e a criação do Estado de Israel, dando ênfase aos conflitos árabe-israelenses e ao colonialismo judeu na Palestina.
Esta obra reúne textos de pesquisadores e pesquisadoras nacionais e estrangeiras e representa uma oportunidade reflexiva para todos os que estão preocupados com o cuidar das pessoas, do mundo e com as teorias de cuidado e também com o uso de critérios de justiça. Ela é dedicada a todos aqueles e aquelas que sentem desafiados/as a ocuparem-se dos outros, Sejam ou estejam eles necessitados de cuidado por razões de doença, de processos migratórios, de pobreza e/ou de vulnerabilidades diversas. Ela está, igualmente, integrada a um tema, cujo escopo de práticas, experiências e necessidades está em plena expansão na economia de serviços internacionais.
Quais são as definições, teorias e controvérsias sobre o trabalho do cuidado no século XXI em um mundo com acelerada tendência de envelhecimento de suas populações? Em O cuidado: teorias e práticas, socióloga Helena Hirata apresenta um estudo sobre o cuidado com os idosos, composto de análises realizadas em três países: Brasil, França e Japão. Para além das diferenças no método, alguns aspectos se mostram bastante similares, como o fato de haver uma esmagadora maioria de profissionais mulheres, em especial de minorias étnicas e raciais, ao lado da desvalorização da profissão, que, mesmo com o constante aumento de demanda, é ainda marginalizada. Com pesquisas no plano macroestrutural e também em campo, apoiadas por entrevistas com as profissionais nos três diferentes países, a autora traz a crise do cuidado nas suas diferentes dimensões e desigualdades entre os países do Norte e do Sul e a luta das mulheres pela valorização desse trabalho, tanto no reconhecimento simbólico quanto no aspecto monetário. Dividido em quatro partes, o livro começa apresentando as implicações do cuidado nos dias de hoje, suas teorias, definições e controvérsias. Em seguida, exibe os resultados e análises de uma pesquisa comparativa sobre o trabalho do cuidado e as características da profissão nos três países. O impacto da globalização e das migrações no desenvolvimento do trabalho do cuidado é o tema abordado no terceiro capítulo, seguido pelo quarto bloco, que traça a trajetória das atividades dessas cuidadoras, suas condições de trabalho, inovações no cuidado e o papel da saúde no trabalho.
Essa obra sobre o "curso da ação", apresenta uma teoria e uma metodologia da análise do trabalho e, potencialmente, de toda prática, isto é, de toda atividade à qual se pode atribuir uma significação individual e social.
O decênio decisivo reúne, com grande rigor científico, uma quantidade imensa de dados que estão na fronteira do conhecimento acerca dos impactos das mudanças climáticas sobre a vida na Terra, apontando o futuro excruciante que virá caso não rompamos com os pilares do capitalismo contemporâneo, e elencando as possibilidades de ação imediata para evitar que a catástrofe seja ainda maior. Da leitura, depreende-se que o momento presente é o mais crucial de nossa história como espécie, pois é agora que decidiremos, coletivamente, as chances de sobrevivência do projeto humano.
Partindo de sua própria batalha contra a depressão, Andrew Solomon constrói um retrato monumental da doença que assola nossos tempos. Lançado em 2000, O demônio do meio-dia continua sendo uma referência sobre a depressão, para leigos e especialistas. Com rara humanidade, sabedoria e erudição, o premiado autor Andrew Solomon convida o leitor a uma jornada sem precedentes pelos meandros de um dos temas mais espinhosos e complexos de nossos dias. Entremeando o relato de sua própria batalha contra a doença com o depoimento de vítimas da depressão e a opinião de especialistas, Solomon desconstrói mitos, explora questões éticas e morais, descreve as medicações disponíveis, a eficácia de tratamentos alternativos e o impacto que a depressão tem nas várias populações demográficas (sejam crianças, homossexuais ou os habitantes da Groenlândia). No epílogo inédito escrito exclusivamente para a reedição brasileira, conhecemos o que aconteceu com Solomon, com os entrevistados e com os tratamentos da depressão desde a publicação de O demônio do meio-dia . A inteligência, a curiosidade e a empatia do autor nos permitem conhecer não só as doenças mentais, mas a profundidade da experiência humana. Uma obra monumental. “Um livro-chave para uma geração que traz a depressão em seu cerne.” - The Times “Um excelente tratado sobre a depressão.” - Revista Veja “Se tivesse que descer na fossa da depressão e levar comigo um livro só, seria o de Solomon. Não sei se me ajudaria a encontrar minha cura, mas certamente, graças a ele, eu me sentiria menos sozinho” - Contardo Calligaris Vencedor do National Book Award e finalista do Pulitzer Eleito um dos 100 melhores livros da década de 2000 pelo jornal The Times Um best-seller internacional, publicado em 24 línguas
Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, foi dos primeiros a enfrentar esse desafio de reinventar o desenvolvimento quando em maio de 1993 juntou-se ao pequeno grupo que se aglutinou em torno do então Ministro da Fazenda, e hoje Presidente da República, para montar o que viria a ser o Plano Real. Vários anos se passaram, e muitas idéias se tornaram projetos concretos produzindo mudanças importantes na economia do país. Neste volume, o leitor terá uma combinação incomum entre reflexão teórica na fronteira e inteligência política para a formulação de estratégias de ação objetiva.
Desde sua nona edição, O Desafio do Conhecimento apresenta um conteúdo ampliado e aprimorado das oito edições anteriores, trazendo ao leitor uma reflexão madura sobre pesquisa social e pesquisa qualitativa em saúde. A autora, uma das mais importantes cientistas sociais do campo da saúde no Brasil, oferece aos leitores orientações sobre teoria, metodologia, estratégias, técnicas e exemplos práticos a partir de seus mais de trinta anos de experiência profissional. Por isso, este livro problematizador e questionador apresenta também instrumentos práticos para o passo-apasso de uma investigação. Por sua complexidade e abrangência, é uma obra imprescindível para cientistas sociais, planejadores, epidemiologistas e para diferentes categorias de investigadores, profissionais e estudantes que se proponham a pesquisar utilizando a abordagem da pesquisa social qualitativa.
Ao explorar as possibilidades e dificuldades do exercício do poliamor, este livro desenvolve uma crítica contundente ao sistema monogâmico — Ao explorar as possibilidades e dificuldades do exercício do poliamor, este livro desenvolve uma crítica contundente ao sistema monogâmico — “ferramenta de construção do sujeito ensimesmado, fechado em si mesmo” — e à sua prática impositiva e obrigatória, que inviabiliza o aparecimento de outras formas de existir e se relacionar. O desafio poliamoroso é também um vigoroso exercício de escrita, um laboratório para pensar mundos possíveis, alternativos ao atual — tão competitivo, tão desvelado por hierarquias e exclusividades.
Rituais podem ser definidos como técnicas simbólicas de encasamento. Transformam o estar-no-mundo em um estar-em-casa. Fazem do mundo um local confiável. São no tempo o que uma habitação é no espaço. Fazem o tempo se tornar habitável. Sim, fazem-no viável como uma casa. Ordenam o tempo, mobiliam-no. Os rituais não assinalam, no presente ensaio, um local saudosismo. Servem, ao contrário, como contraponto perante o qual nosso presente se delineia de modo mais nítido.
O livro O Desejo do Desejo do Outro: Politicanálise do Movimento Sanitário Brasileiro é uma obra filosófica, científica e literária. Zé Carlos ao realizar a “politicanálise” do Movimento Sanitário faz um recorrido histórico que reconhece esse Movimento como um acontecimento especial, produtor de novas epistemologias, várias, ainda que tenham uma única denominação: Saúde Coletiva.
Em O desejo dos outros, Hanna Limulja oferece uma porta de entrada ao mundo yanomami através dos seus sonhos. Com o que sonham? O que significa sonhar e por que é importante? Entre os Yanomami, os sonhos não são desejos inconscientes do sujeito, como descreve a psicanálise: sonhar é habitar outros mundos, deparar com outros seres e, nesses encontros, mobilizar-se pelo desejo dos outros.
Fruto de pesquisas desenvolvidas há pelo menos cinco anos, O desejo pelas travestis brasileiras é uma obra inovadora. Localizada no entrecruzamento dos Porn Studies (Estudos pornô) com a sociologia digital, a pesquisa de Dionys Melo dos Santos busca pensar de maneira crítica, mas sem se deixar levar por valores morais ou religiosos, o papel da pornografia na sociedade contemporânea. O autor busca, a partir do corpo das atrizes/performers travestis e transsexuais, evidenciar as relações de abjeção e desejo provocadas por tais sujeitos, cristalizada no alto consumo desse tipo de conteúdo seja no cinema da boca do lixo paulistana, ou, nos sites de distribuição pornográfica gratuita disponíveis na internet.
O design de habitats ecológicos faz parte da coleção “4 Keys – Chaves para comunidades sustentáveis em todo o planeta”, que dá suporte ao currículo do programa Design em Sustentabilidade (EDE), desenvolvido pelo Gaia Education. O livro apresenta uma investigação eloquente dos limites do crescimento econômico e uma abordagem positiva para os problemas decorrentes de mudanças climáticas, destruição de habitats, crescimento populacional e esgotamento de recursos. Não se trata de um livro teórico, mas sim de uma antologia de soluções apresentadas por experts em diferentes áreas do conhecimento ao redor do mundo.
“Despertamos para continuar a dormir.” Apesar de parecer um paradoxo, essa tese é a consequência necessária e radical da teoria psicanalítica dos sonhos. Se o sonho é realização de desejo, por que acordamos no meio da noite, muitas vezes assustados,desconcertados, diante da irrupção de nossos desejos? O que neles pode ser tão revelador, tão insuportável que nos faz despertar? Despertar para quê? Para a realidade? Qual realidade? Levando em consideração os limites incertos entre o sonho e a vigília, podemos dizer que “a realidade é um sonho” e que despertamos justamente para escapar do real insuportável de quando sonhamos. Na clínica, não é a realidade que nos desperta, já que a realidade é acessada pela tela da fantasia que a enquadra. O que nos desperta é a palavra.Essa é uma das teses que Carolina Koretzky demonstra neste livro. Analisando os diversos obstáculos aparentes ou definitivos à teoria do sonho como realização de desejo, a autora estuda diferentes modalidades de relação entre o sonho e o despertar; estuda a angústia e o trauma. O que Koretzky constrói serve como orientação, ao mesmo tempo, para a clínica contemporânea e para a leitura de fenômenos históricos de nossa vida social, como os sonhos da pandemia e os sonhos de campo de concentração. A teoria psicanalítica dos sonhos ganha com este livro o suplemento necessário para uma psicanálise no século XXI.
Como e porque estamos perdendo a biodiversidade O conhecimento da riqueza biológica, seu potencial de uso, suas formas de manejo e até mesmo sua definição exigem cada vez mais diálogos entre os vários setores da sociedade.
Em O dia depois de amanhã, o jornalista Alexandre Teixeira conduz uma profunda reflexão sobre o presente do trabalho e as transformações aceleradas pela pandemia da Covid-19. Três anos depois da explosão da maior crise de saúde pública do século, o autor apresenta um panorama abrangente da disputa entre três correntes de pensamento. De um lado estão os defensores do trabalho remoto e sem fronteiras. Em outra ponta há o modelo "Híbrido 1.0", que propõe uma combinação padronizada entre dias de trabalho no escritório e em casa. Por fim, há a corrente que busca o retorno ao modelo totalmente presencial pré-pandemia. Conciliando síntese informativa e profundidade crítica, Alexandre Teixeira não se limita a documentar as mudanças desencadeadas pela pandemia no mundo do trabalho, mas também articula argumentos sólidos em favor da modernização das relações profissionais. O autor reitera que “não há nem haverá modelo de trabalho de tamanho único” e propõe o Design de Experiências de Trabalho para criar alternativas híbridas sob medida para cada time em cada organização, apostando na construção de futuros adaptados a necessidades individuais.
A floresta amazônica cobre mais de cinco milhões de quilômetros quadrados, entre os territórios de nove nações diferentes. Representa mais da metade da floresta tropical remanescente do planeta. Está realmente em perigo? Que passos são necessários para salvá-la? Para entender o futuro da Amazônia, é preciso saber como sua história foi forjada: nas épocas das grandes populações pré-colombianas, na "corrida do ouro" de conquistadores, nos séculos de escravidão, nos esquemas dos ditadores militares do Brasil nas décadas de 1960 e 1970 e nas novas economias globalizadas, nas quais a soja e a carne bovina brasileiras agora dominam, enquanto o mercado de créditos de carbono aumenta o valor da floresta em pé. Susanna Hecht e Alexander Cockburn mostram em detalhes convincentes o panorama de destruição, analisando muitos fatos no calor da hora, e também põem em relevo o extraordinário ímpeto dos defensores daquele ecossistema, bem como o surgimento de novos mercados ambientais. Passando por fatos marcantes dessa luta pela preservação da floresta, a exemplo do assassinato de Chico Mendes, este livro contribui substancialmente para atualizar e organizar o conhecimento disponível para o grande público a respeito das reais condições atuais da floresta, da miríade de desafios restantes e dos luzes que se veem no horizonte.
Francisco Bosco é um tipo raro de intelectual. Sua formação é ampla, como a dos melhores ensaístas. Neste livro, os traços que o notabilizaram em obras anteriores aparecem em sua potência máxima. O tema escolhido não é trivial: simplesmente a encrenca em que o Brasil se meteu nos últimos tempos, que desaguou na eleição de um presidente avesso à democracia e na devastação do debate público, transformando adversários em inimigos e a arena de ideias num ringue de mentecaptos. O ponto de partida é uma "limpeza da situação verbal": Bosco recorre à melhor literatura política e econômica para desbastar o terreno e restituir complexidade às noções de liberalismo, socialismo, comunismo, identitarismo, entre tantas outras que se esvaziaram nas redes digitais. O autor identifica duas fraturas na identidade brasileira: a cultura popular e a democracia. Esses dois pilares da autoimagem nacional foram rachados nos últimos tempos, deixando um rastro de ressentimento e violência. O caminho que conduz ao diálogo parte desse diagnóstico trágico, mas decisivo para restaurar a possibilidade do debate. O diálogo possível é um convite para que sentem à mesma mesa os que estão dispostos a discutir saídas para o país.
O Direito das Gentes, de Emer de Vattel, não é um clássico apenas para o campo de estudos das Relações Internacionais ou do Direito Internacional. À primeira vista, poderia parecer que um livro que trata do Direito seria, predominantemente, uma obra de conteúdo normativo, mas isso não ocorre.
Em O discurso do avesso, Ruy Moreira, um dos mais renomados geógrafos da atualidade, reflete sobre a força e a responsabilidade do ensino de Geografia – saber que hoje se destaca entre os que mais problematizam o mundo em que vivemos. Para dar conta da amplitude do tema, o autor divide o livro em nove capítulos e discute respectivamente: o contexto das ideias geográficas atuais; os fundamentos dessas ideias; sua estrutura tradicional; o papel originário das chamadas “sociedades de Geografia” e das universidades; as instituições e manuais de ensino no Brasil (em especial, o livro didático); a definição do conteúdo programático e a visão de mundo da Geografia que se ensina; a concepção de Brasil a partir da Geografia que se ensina; as tendências ideológicas e estruturais do sistema universitário e escolar no nosso país. Por fim, no último capítulo, faz um balanço retrospectivo-projetivo da ciência e do ensino geográfico. Além de dar destaque à interação entre universidade e escola no desenvolvimento do currículo da Geografia, Ruy Moreira evidencia o papel de ponte que as instituições de ensino exercem ao difundir esse conhecimento para a sociedade como um todo. Assim, este livro estimula uma reflexão crítica e constitui uma importante ferramenta na formação de professores de todos os níveis, principalmente aqueles que procuram compreender com mais profundidade a situação do ensino de Geografia no Brasil.
O mundo que sairá do Covid-19 seguramente não será o mesmo. O confinamento social, por mais duro que tenha sido, nos permitiu muitas reflexões e também decisões de como devemos operar grandes mudanças para que não se repita o que estávamos vivendo: uma acumulação absurda de riqueza em poucas mãos e grande parte da humanidade padecendo pobreza, fome e miséria. Esta situação é conseqüência da forma como resolvemos viver nos últimos três séculos. Sentíamo-nos como donos da natureza, explorando-a ilimitadamente, esquecendo que somos parte dela.
O ecologismo dos pobres é uma importante e profunda contribuição para debates sobre meio ambiente, política e economia. Com a intenção explícita de auxiliar a estabelecer dois campos de estudos emergentes - ecologia política e economia ecológica -, o autor investiga as relações entre as duas áreas. Além disso, traça um panorama do aumento das tensões pelo acesso a recursos naturais e da relação entre progresso econômico e uso do meio ambiente. Livro imperdível para ambientalistas, geógrafos, técnicos, pesquisadores, estudantes e profissionais da economia ecológica e para todos aqueles que se interessam pelos conflitos ambientais.
Quais foram as contribuições de Karl Marx ao que chamamos hoje de ecossocialismo. O pensador alemão analisava a relação entre homem e natureza. É possível construir o socialismo em planeta arrasado A obra do filósofo Kohei Saito, além de ser uma contribuição essencial para os debates sobre a contradição entre um sistema capitalista e a preservação da natureza, é um minucioso estudo da evolução dos trabalhos de Marx em relação ao tema homem e natureza. Saito apresenta ao leitor o caminho traçado por Marx para abandonar a ideia de que a produtividade agrícola poderia aumentar indefinidamente no socialismo. “Se em 1844 Marx demonstrava preocupação com a cisão entre ser humano e natureza impulsionada pelo capitalismo, em 1865 escrevia a Engels sobre seu interesse em química e fertilidade do solo. A partir dessa análise, Marx nos entrega elementos para a discussão de ruptura metabólica que nos permite questionar os limites ecológicos do sistema capitalista e, ao mesmo tempo, criticar os impactos da agricultura em larga escala”, diz Sabrina Fernandes no prefácio da obra. O trabalho de Saito não tem como objetivo afirmar que toda e qualquer análise de Marx partia de uma visão ecossocialista e sim servir de ferramenta às contribuições feitas por ele à época. O princípio do ecossocialismo de Karl Marx existe porque ‘o socialismo de Marx prevê uma luta ecológica contra o capital’. Se entendermos ecossocialismo sob essa luz, a verdade é que nem todo socialismo é ecossocialismo, mas seria um avanço se fosse, pontua Fernandes.
“Chega de doutrinação marxista, basta de Paulo Freire!” Era comum encontrar frases assim nas manifestações contra o governo Dilma Rousseff, em 2015. Com a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, as críticas a Freire ganharam reforço contundente. O educador, perfil biográfico de Paulo Freire, traz sobriedade a esse debate contaminado pela polarização ideológica; recupera a experiência exitosa de alfabetização em Angicos, no Rio Grande do Norte, às vésperas do golpe de 1964; e conta em detalhe a perseguição que Freire sofreu dos militares.
O livro trata dos encontros entre o antropólogo Anthony Leeds, os jovens voluntários da agência norte-americana de cooperação técnica Peace Corps no Brasil, dentre as quais, Elizabeth Plotkin, depois Leeds, os estudantes do então recém-inaugurado Programa de Antropologia Social do Museu Nacional e os moradores das favelas do Rio de Janeiro, notadamente o Jacarezinho, na década de 1960. Com Elizabeth, posteriormente, Anthony Leeds irá escrever A Sociologia do Brasil Urbano, que se tornará um clássico da etnografia urbana brasileira. Essas convergências tiveram papel fundamental na construção dos estudos urbanos no Rio de Janeiro. Oriundo de produção acadêmica consagrada em 2020 pelo Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, na categoria Ciências Sociais e Humanas, a obra teve como um de suas fontes principais, o acervo, hoje aberto à consulta, doado por Elizabeth Leeds ao Departamento de Arquivo e Documentação da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz (COC/Fiocruz), como notas de campo, cartas e outros documentos.
A partir do movimento Sankofa de olhar para o passado como forma de ressignificar o presente e mudar o futuro, Clarissa Brito expõe os modos como a Psicopedagogia pode oferecer recursos para o debate sobre o impacto do racismo estrutural na aprendizagem das crianças negras, propõe ferramentas para uma educação antirracista e para a construção de referências positivas para todas as crianças. Este é um livro essencial para educadores, psicopedagogos e todos interessados em lançar um olhar plural para a prática educacional.
O "Erro Humano e a Segurança do Paciente" é livro coordenado por equipe de enfermeiros, mestres e doutores do Departamento de Enfermagem da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, a que se agrega equipe multidisciplinar, constituída por antropólogos sociais, advogado, farmacêuticos e pediatras. Seus objetivos são: a. o estudo do erro médico – cujos conhecimentos ao se considerar a multidisciplinaridade – apresentam percepções compreensivelmente diver-sas e que não obstante estas diferenças convergem para inclusão dentro de um processo (constituído pelos elos das ações de saúde) e que se desenvolvem individualmente por cada profissional. Ou seja, o erro aparece quando o processo é ignorado, desconhecido e não praticado. b. transmissão – para os profissionais da área da Saúde, gestores e socie-dade de informações que possibilitem criar ações transformadoras.
Qual o papel desempenhado pelo espaço público na cidade hoje? Por que poucos se beneficiam desse tipo de espaço teoricamente comum a todos? O espaço público na cidade contemporânea traça uma análise crítica do que ocorre hoje nas grandes cidades. Valendo-se de uma variedade de exemplos, o autor analisa o espaço público como arena de ação política de intervenção urbana e como mercadoria para consumo de poucos. Desafio para a geografia, assim como para outras áreas, o uso do espaço público hoje é tema de debates acalorados em todas as metrópoles e cidades médias.
Com a publicação de A queda do céu, Davi Kopenawa e Bruce Albert empreenderam uma verdadeira revolução, cujo impacto pode ser sentido até hoje. Os autores tiveram também uma considerável contribuição nas grandes transformações do pensamento ecológico contemporâneo, que descontruiu o conceito de Natureza e já não mais distingue povos humanos e não humanos. Produzida entre 2000 e 2020 por ocasião de várias exposições realizadas em Paris pela Fundação Cartier, conjuntamente com os habitantes da casa coletiva yanomami de Watoriki (a serra do Vento), a presente coletânea reúne uma vasta trama de reflexões e diálogos que, a partir do saber xamânico dos Yanomami, evoca, sob diversas perspectivas, as imagens e os sons da floresta, a complexidade de sua biodiversidade e as implicações trágicas de sua destruição.
A meta principal desta obra é facilitar a compreensão do curso de Medicina para os acadêmicos. Constituído de três partes, na primeira explicitam-se os capítulos teóricos sobre a formação médica; na segunda, descreve-se de forma básica o ciclo vital humano de médicos e pacientes; e, na terceira, temos as vivências de estudantes e médicos com seus pacientes.
O autor narra com sensibilidade e franqueza episódios de sua vida a partir do fio da medicina. Por sua prosa fluida, acompanhamos momentos críticos, como a pandemia do HIV e a epidemia de tuberculose nos presídios em que atendia voluntariamente, e outros celebrados, como a bem-sucedida campanha de combate ao uso de drogas injetáveis no Carandiru, que capitaneou. Estas memórias ultrapassam o registro biográfico ao fazer uma reflexão sobre a prática médica, que figura nestas páginas como arte que exige humildade, estudo, empatia e habilidade para atravessar os reveses do acaso.
Em meio ao turbilhão de mudanças do mundo global, o racismo permanece intacto e culturalmente irresolúvel. A sua aparente universalização não deixa evidente que são diversos os seus modos de incidência nas diferentes regiões do mundo. O foco de O fascismo da cor é o racismo brasileiro pós-abolicionista, que Muniz Sodré faz coincidir com a emergência do fascismo europeu e com a vigência de uma “forma social escravista” nativa, em que status e brancura tomam o lugar das antigas formas de segregação. Com nova perspectiva dentro da luta antirracista, este é um livro de leitura incontornável.
Integrante da coleção História e Saúde da Editora Fiocruz, o livro desenvolve uma narrativa histórica de chegada, alastramento e erradicação do Anopheles gambiae, que teve origem em Dacar, capital do Senegal, e chegou ao Brasil pelo Rio Grande do Norte. O mosquito causou uma epidemia de malária sem precedentes no Brasil no início dos anos 1930 e, após esforços cooperativos entre o governo brasileiro de Getúlio Vargas e a Fundação Rockefeller, foi erradicado em 1940. Transmissor da forma mais letal da doença, o vetor teria viajado da África para o Nordeste brasileiro graças à modernização dos transportes aéreos, que passaram a ser uma preocupação das autoridades. Assim, foram instituídas, segundo a pesquisa, uma série de leis e normas para garantir a segurança sanitária dos aeroportos.
Este livro contem um conjunto de textos que envolve uma discussão sobre planejamento de saude. Onde amplia o conceito de planificação em saude com a definição de politicas, diretrizes e estratégias para o desenvolvimento e a adequação de vários componentes do sistema, quais sejam, gestão, financiamento, organização dos serviços e infra-estrutura de recursos (físicos, humanos e materiais).
Em O Gênero do Trabalho Operário Thaís Lapa retoma, de maneira criativa e sólida, o melhor da contribuição que os estudos feministas sobre o processo de trabalho plantaram no inicio dos anos 1980, com as análises de Elizabeth de Souza Lobo, construídas em intenso diálogo, entre outros, com os escritos de Danièle Kergoat e Helena Hirata. Em 1978, Kergoat apontara certeira que o lugar de classe estava longe de produzir comportamentos e atitudes unívocos. Beth Lobo, explorando essa avenida, mostrou à sociologia brasileira os caminhos alternativos ao discurso da homogeneização de classe: afirmou o valor da abordagem concreta das situações de trabalho, a importância de elucidar a dinâmica das relações sociais na produção, sempre guiada por um olhar que valorizava o elo (indissociável) entre trabalho produtivo e reprodutivo. Isso lhe permitiu vislumbrar, pelo ângulo da experiência subjetiva da dominação, as práticas e destinos de operárias e operários. Num momento em que as vicissitudes das crises e das experiências de desemprego duradouro e expulsão do mercado de trabalho tomaram de assalto nossas análises, Thaís Lapa atualiza, em O Gênero do Trabalho Operário, toda a virtualidade desse estilo de análise. Este livro nos capacita a pensar como as experiências e representações das trabalhadoras são um prisma fértil para se entender a natureza das relações de trabalho em segmentos que marcaram a dinâmica da sociedade brasileira. - Nadya Araujo Guimarães (USP) e Jacob Carlos Lima (UFSCAR).
Este curso de Michel Foucault, ministrado em 1983 no Collège de France, é particularmente interessante porque os temas abordados não foram publicados em nenhum estudo durante sua vida. Qual governo de si deve ser o fundamento e o limite ao governo dos outros? A partir desta questão, Foucault se situa em relação à herança filosófica e problematiza o status da sua própria fala.
Desde a recessão econômica de 2008, e mais recentemente com a pandemia do coronavírus, as certezas que ditaram por décadas o capitalismo ocidental foram postas em xeque. A crise do projeto neoliberal gerou, à direita e à esquerda, clamores pela volta do Estado intervencionista como contrapeso entre a coletividade e o caos desatado pelo capital globalizado. O neoestatismo é o novo normal político. Essa é a ideia central defendida em O Grande Recuo.
Nenhum texto de Freud foi traduzido de maneiras tão diferentes. Esta edição, que comemora os 100 anos da primeira publicação de “Das Unheimliche” com uma edição bilíngue e anotada do texto de Freud, traz também uma tradução inédita do conto “O Homem da Areia”, de E. T. A. Hoffmann, obra ficcional que mostrou a Freud a especificidade de um mecanismo psíquico bastante frequente, uma sensação ligada à angústia e ao horror, que experimentamos como algo ao mesmo tempo muito longe e muito perto de nós, muito estranho e muito familiar, muito inquietante e muito próximo.
O livro O jogo como prática de saúde é resultado de estudos iniciados em 2009 que buscaram articular três campos do conhecimento: a saúde, a comunicação e os jogos. Marcelo Simão de Vasconcellos, Flávia Garcia de Carvalho e Inesita Soares de Araújo nos trazem uma proposta inovadora: valorizar os jogos como prática humana e social e considerar seu potencial criativo para integrá-los às práticas de saúde. O ineditismo fez do livro o primeiro da coleção Fazer Saúde, que vem se somar às outras sete da Editora Fiocruz Antropologia e Saúde; Bioética e Saúde; Criança, Mulher e Saúde; História e Saúde; Loucura e Civilização; Saúde dos Povos Indígenas; e Temas em Saúde. Os autores privilegiam a análise dos jogos digitais, amplamente disseminados nas sociedades contemporâneas, mas pouco estudados além de duas categorias a de jogos educativos e a de instrumento de divulgação científica. Para isso, descrevem e discutem experiências como o uso de newgames sobre epidemias; os jogos voltados para grupos que vivenciam doenças de difícil abordagem, como crianças com Síndrome de Down ou autismo; e outros desenvolvidos pra pessoas idosas com o objetivo de reduzir o risco de Alzheimer. A discussão vai além do uso terapêutico dos jogos: trata da sua inserção em contextos sociais e culturais mais amplos e do envolvimento na experiência lúdica de grupos de referência.
Os belos sorrisos que estampam as propagandas não deixam entrever o quão complexas podem ser as relações da Odontologia com a sociedade contemporânea. A ciência e a clínica odontológica têm entre si e com a sociedade capitalista consumista relações biopol
O livro da história negra — mais um volume da série best-seller As grandes ideias de todos os tempos Quais foram os impérios africanos mais poderosos? Quais foram as revoltas ocorridas em solo brasileiro? O que motivou a criação do movimento Vidas Negras Importam? Escrito em linguagem simples e ricamente ilustrado, O livro da história negra responde essas e muitas outras questões, mostra a rica e complexa história dos povos da África e da diáspora africana, além das lutas e vitórias do povo negro ao redor do mundo. A obra traz à luz histórias normalmente ignoradas e está repleta de citações memoráveis de grandes personalidades, como Nelson Mandela, Zumbi dos Palmares, Angela Davis, Martin Luther King, Sueli Carneiro, Barack Obama e Marielle Franco. Além disso, esta edição também traz conteúdo exclusivo sobre eventos da história brasileira, como a revolta dos negros na Bahia durante a escravidão e a resistência negra à ditadura militar e sua importância para a luta pela democracia.
Os ensaios deste livro trazem à cena o mefistofélico projeto neoliberal de saúde pobre para pobres. O subfinanciamento e a privatização do Estado social brasileiro colocaram dolosamente o Sistema Único de Saúde (SUS) numa situação de muita precariedade na atenção à saúde nesta pandemia. Mesmo antes do colapso do sistema de saúde brasileiro em face a doença Covid-19, a atenção de saúde pública já era carente de pessoal e de suporte de tecnologias de baixa densidade tecnológica.
Os ‘loucos’ em situação de rua não escolheram viver nessa condição. Não estão vinculados a Centros de Atenção Psicossocial (Caps), a Unidades Básicas de Saúde (UBS) nem às Equipes de Saúde da Família (ESF). Não se conhece a história de vida desses indivíduos. E o único vínculo que eles mantêm é com a população do bairro por onde vagueiam. Os moradores do bairro, então, mesmo sem se darem conta disso, adquirem um saber sobre aqueles ‘loucos’. Investigar os ‘olhares’ desses moradores, para compreender o que pensem, sentem, dizem e fazem em relação aos ‘loucos’, é o objetivo do livro. Neste estudo, embasado na teoria das representações sociais, a autora defende que, apesar das dificuldades e até dos preconceitos, os moradores do bairro têm potencial para atuarem como agentes de saúde mental. “Pois enquanto o ‘louco’ permanecer na rua pertencerá não apenas ao Estado, mas também às pessoas do bairro onde se encontra”, destaca.
O percurso do processo de luto é marcado por idas e vindas - dias melhores, dias piores -, em que cada sujeito está tentando descobrir o que fazer com a perda, a falta e o vazio. Neste livro, Carla Rodrigues aborda o problema do luto, tema que passou a tomar como central na filosofia política de Butler, deslocando-o de categoria clínica para categoria ético-política, sem abrir mão da interlocução com a psicanálise. Estão reunidos aqui textos elaborados entre 2018 e 2020 e organizados em três partes: “Por que Judith Butler”, “Luto e despossessão” e “Encontros feministas”.
“O mal-estar na cultura” não é apenas o ensaio mais célebre de Freud, mas uma das obras seminais do século XX. Sem a categoria de “mal-estar” não é possível pensar os destinos do sujeito na atualidade. Por que sentimos que a felicidade é incompatível com as exigências da vida social? Existem formas de vida em que restrições culturais e expectativas de realização pessoal possam viver em harmonia? Por que é tão difícil ser feliz? Perguntas desse tipo fizeram deste ensaio o mais lido da obra de Freud. Neste volume, reunimos os principais textos do autor sobre cultura, sociedade e religião.
Eis um livro reflexivo que busca compreender o caráter do trabalho médico na atenção primária do SUS. A autora partiu do conceito marxiano de alienação e o desdobrou em outras abordagens, que tornam a alienação dinâmica, como expressão de várias modalidades de existir em sociedade. O objetivo é o trabalho médico e suas formas de envolvimento e afastamento (alienação) com os componentes do trabalho em saúde.
O objetivo principal desse trabalho foi o de descrever como a organização do trabalho e as relações socioprofissionais se relacionam com a fragmentação da subjetividade de ocupantes de cargos gerenciais.
A metodologia de apoio criada e utilizada por Tarsila para lidar com a judicialização no caso Jundiaí é absolutamente original. Tarsila captou a essência do método de apoio, a saber, o necessário ativismo técnico e político para enfrentamento e prevenção de iniquidades existentes no SUS e na vida em geral. A autora demonstra, prova, que, mesmo em um país desigual e elitista como o Brasil, as coisas podem ir melhor. Com esforço e persistência e projeto, as instituições podem funcionar de maneira justa e democrática. Basta proceder à maneira de Tarsila e de sua equipe. Não há como não se comover com esse livro. Há muito que se aprender com sua leitura.
A chegada de um bebê provoca uma verdadeira revolução. As modificações que acompanham o nascimento aparecem não apenas na rotina, mas também no corpo e na mente das pessoas responsáveis pelo cuidado. Embora as recomendações e os conselhos frequentemente recaiam sobre a relação entre mãe e filho(a), essa capacidade não é específica ao gênero feminino. Atribuir a responsabilidade unicamente à mulher ignora que aquele pequeno ser, vulnerável e não verbal, é fruto de um contexto maior – familiar, social e político.
Baseado em uma etnografia da CPI da Pedofilia no Senado Federal e das investigações da Polícia Federal no combate à pornografia infantil, o livro se aprofunda na construção histórica das categorias criminais que remetem, hoje, à violência sexual envolvendo menores. Sob um viés antropológico, procura debater as dinâmicas sociais, culturais e morais que moldam a configuração do problema da violência sexual contra crianças e adolescentes, a partir da categoria pedofilia.
A compreensão dos saberes produzidos, articulados e sistematizados pelo Movimento Negro e de Mulheres Negras tem a capacidade de subverter a teoria educacional, construir a pedagogia das ausências e das emergências, repensar a escola, descolonizar os currículos e dar visibilidade às vivências e práticas dos sujeitos. Ela poderá nos levar ao necessário movimento de descolonização do conhecimento. Este trabalho tem como tese principal o papel do Movimento Negro brasileiro como educador, produtor de saberes emancipatórios e um sistematizador de conhecimentos sobre a questão racial no Brasil. Saberes transformados em reivindicações, das quais várias se tornaram políticas de Estado nas primeiras décadas do século XXI.
O livro “O Mundo dos Alimentos em Transformação” faz jus à ambição do seu título e nos apresenta uma análise detalhada das principais forças que impulsionam uma possível transformação na organização e no conteúdo do sistema agroalimentar global. A crise climática, com as suas secas e enchentes cada vez mais devastadoras, a experiência do colapso de sistemas de fornecimento alimentar no período da covid-19, os impactos negativos na saúde individual e pública, bem como a enorme contribuição da produção em escala industrial de carnes para os gases de efeito estufa, todas testemunham a insustentabilidade das formas dominantes de produção dos nossos alimentos e da sua organização global.
O cotidiano das equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) em Recife, Pernambuco, é a base desta obra, que convida o leitor à reflexão sobre o lugar central da Atenção Básica à Saúde na organização do cuidado e nos processos criativos e inovadores que cercam os profissionais de saúde pública. Organizado por professores e pesquisadores da área de Saúde Coletiva, a coletânia reúne sete artigos, que apresentam aspectos legais e normativos de implantação dos Nasf, passando por questões ligadas às estratégias, ferramentas tecnológicas, desafios, territorialização, planejamento e avaliação dos Núcleos. O livro é mais um a integrar a coleção Fazer Saúde, que estimula diálogo e o compartilhamento de conhecimentos científicos e inovações tecnológicas diretamente ligados à consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). As muitas experiências e práticas narradas ao longo do livro reforçam, segundo o pesquisador Michael Machado, professor de saúde coletiva da Universidade Federal de Alagoas, a importância do Nasf para a Atenção Básica à Saúde, "não só por ampliar seu campo de ações e o compartilhamento de conhecimentos, saberes e responsabilidades centradas no território, como também por expandir a capacidade de resolutividade clínica das equipes e de todos os trabalhadores envolvidos".
Autor do best-seller As Cruzadas vistas pelos árabes revisita o século XX e demonstra, neste livro altamente oportuno, como as civilizações se lançaram à deriva e se encontram, agora, diante de um iminente naufrágio. Os Estados Unidos, embora continuem sendo a única superpotência, estão perdendo toda a autoridade moral. A Europa, que ofereceu aos seus povos e ao resto da humanidade o projeto mais ambicioso e reconfortante do nosso tempo - a União Europeia -, está desmoronando. O mundo árabe-muçulmano mergulha numa crise profunda, agravada por um islamismo cada vez mais radical. As tensões identitárias, em grande parte fomentadas pelas ondas nacionalistas, nunca foram tão exacerbadas.
A mais completa investigação sobre as origens do patrimônio político e financeiro de Jair Bolsonaro e sua família. Resultado de mais de três anos de apuração, O Negócio do Jair: A história proibida do clã Bolsonaro desvenda o passado secreto da família que hoje comanda o Brasil. A jornalista Juliana Dal Piva parte do escândalo das rachadinhas exposto pelo caso Queiroz, a partir de dezembro de 2018, para contar uma história que remonta à entrada de Jair Bolsonaro na política na década de 1990. No centro do passado que o clã tenta abafar, está um esquema de corrupção conhecido entre os participantes como o “Negócio do Jair”. O arranjo ocorria nos gabinetes funcionais ocupados pela família de Bolsonaro em seus mandatos políticos, seja de vereador, deputado estadual ou federal, e envolvia seus três filhos mais velhos, as duas ex-esposas e a atual, amigos, familiares — muitos deles atuando como funcionários fantasmas —, além de advogados e milicianos. Com base em depoimentos exclusivos, cópias sigilosas dos autos judiciais, mais de cinquenta entrevistas, mil páginas em documentos, vídeos e gravações de áudio, a autora demonstra como, à sombra dos grandes esquemas partidários, o clã acumulou milhões de reais e construiu o projeto político autoritário e regressivo que conduziria o chefe da família ao posto mais alto da República.
"A terra é meu quilombo. Meu espaço é meu quilombo. Onde eu estou, eu estou. Onde eu estou, eu sou." Nesta coletânea cuidadosamente organizada pelo professor da Universidade Federal de Goiás Alex Ratts, a leitora encontrará textos críticos, entrevistas e a prosa poética de Beatriz Nascimento – intelectual e ativista negra que marcou o universo artístico-cultural da diáspora africana e a história do movimento negro no cenário nacional. Neles, Beatriz tece sérias reflexões que oferecem uma imagem prismática não só da experiência íntima das pessoas negras na universidade e na cena cultural brasileira como também das representações midiáticas e historiográficas que lhes são devolvidas dia após dia por uma sociedade racista e em negação quanto ao próprio racismo. Como existir em um contexto em que a própria existência – passada, presente e futura – é cotidianamente negada? Em que consiste o esforço para estabelecer a própria imagem, reivindicar o próprio imaginário? São essas algumas das perguntas implícitas em O negro visto por ele mesmo, registro precioso sobre o que é ser negro, e se perceber negro, no Brasil. A edição também conta com prefácio de Alex Ratts, posfácio de Muniz Sodré, orelha de Renata Martins e quarta capa de Bethania Nascimento Freitas Gomes.
"Direitas", "novas direitas", "onda conservadora", "fascismo", "reacionarismo", "neoconservadorismo" são algumas expressões que tentam conceituar e dar sentido a um fenômeno que é protagonista nos cenários nacional e internacional de hoje, após seguidas vitórias dessas forças dentro do processo democrático. Trump, Brexit e a popularidade de Bolsonaro integram as dinâmicas das direitas que a coletânea busca aprofundar a partir de ensaios escritos por grandes pensadores da atualidade. Tendo como foco central o avanço dos movimentos de direita, os textos analisam sob as mais diversas perspectivas o surgimento e a manutenção do regime de ódio dentro do campo político. Luis Felipe Miguel abre o livro apresentando os três eixos da extrema-direita brasileira: o libertarianismo, o fundamentalismo religioso e o revival do anticomunismo. Silvio Almeida continua o raciocínio discorrendo sobre a distinção entre o conservadorismo clássico e o neoconservadorismo atual, para o qual a democracia não passa de um detalhe incômodo. Carapanã tenta responder à pergunta de como chegamos a este cenário de recessão democrática analisando os ataques ao Estado na América Latina e no Brasil. Flávio Henrique Calheiros Casimiro trabalha a cronologia da reorganização do pensamento e da ação política das direitas brasileiras, buscando suas raízes nos anos 1980. Camila Rocha questiona a caracterização das novas direitas brasileiras como militância ou como resultado do financiamento de organizações que articulam think tanks globalmente. Rosana Pinheiro-Machado e Lucia Mury Scalco analisam as transformações da juventude periférica, que migrou da esperança frustrada para o ódio bolsonarista na última década. Ferréz também traça um retrato das periferias e do reacionarismo contido nelas, com uma linguagem forte e poética. Rubens Casara escreve sobre a direita jurídica de tradição antidemocrática, marcada por uma herança colonial e escravocrata. Edson Teles reflete sobre a militarização da polít
Este livro faz uma travessia pelo país conduzida pelo olhar de repórter de Eliane Brum. Ela, que se apresenta como “escutadeira”, nos carrega por vários Brasis em dez grandes reportagens feitas na primeira década do século 21. Em cada uma, Eliane revela a história dentro da história, ao narrar os bastidores a partir dos dilemas, das descobertas e também das dores a que se lança um repórter disposto a se interrogar sobre sua própria jornada. Esta nova edição, revista e ampliada, inclui o texto inédito “Os limites da palavra”, no qual a autora fala de dois desacontecimentos recentes que a levaram a uma profunda investigação sobre o ofício de repórter.
A partir de informações históricas, antropológicas, psicanalíticas e literárias, além das referências mais atualizadas da biologia molecular, da neurofisiologia e da medicina, o neurocientista compõe uma narrativa instigante sobre a ciência e a história do sonho.
Ó pa í, prezada: racismo e sexismo institucionais tomando bonde nas penitenciárias femininas é o segundo livro de Carla Akotirene, que também publicou Interseccionalidade, pela coleção Feminismos Plurais. Nele, a autora se baseia numa metodologia afrocentrada para colher e analisar dados sobre a ausência de políticas públicas em gênero e raça para mulheres encarceradas em Salvador. Este estudo é um retrato fiel e necessário do panorama geral das penitenciárias brasileiras e traz luz a uma conjuntura à qual precisamos estar atentos, enquanto sociedade em que o encarceramento em massa, especialmente da população negra e pobre, é uma epidemia.
Neste livro poderoso, Cida Bento ― eleita em 2015 pela The Economist uma das cinquenta pessoas mais influentes do mundo no campo da diversidade ― denuncia e questiona a universalidade da branquitude e suas consequências nocivas para qualquer alteração substantiva na hierarquia das relações sociais. Diante de dezenas de recusas em processos seletivos, Cida Bento identificou um padrão: por mais qualificada que fosse, ela nunca era a escolhida para as vagas. O mesmo ocorria com seus irmãos, que, como ela, também tinham ensino superior completo. Por outro lado, pessoas brancas com currículos equivalentes ― quando não inferiores ― eram contratadas.