Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
A obra apresenta a questão de homeopatia no Brasil, tendo como ponto central suas estratégias de legitimação político-institucional e as respectivas contra-estratégias desenvolvidas pela medicina ortodoxa para preservar seu domínio na esfera institucional e o monopólio no exercício da medicina. O tema e a abordagem da autora convidam a um contexto estimulante para se pensar sobre racionalidade, em relação à ciência oficial e a outros saberes entendidos como concorrentes numa conjuntura de crise de paradigma da ciência moderna, nomeadamente, da medicina ortodoxa.
A medicina na era da informação' se caracteriza como obra que marca o processo dialógico entre duas áreas de grande significado social, a medicina e a ciência da informação. Ambas se ocupam de importantes desafios científicos, a primeira voltada à luta pela saúde e bem-estar social, e a segunda à sustentabilidade do desenvolvimento da ciência e da cultura, por meio da preservação, organização, disseminação, acesso e uso da informação. Neste livro, está registrada as informações dos debates e qualidade dos trabalhos apresentados por professores pesquisadores do Brasil e de Portugal, assim como por pós-graduandos e profissionais que atuam na interface da medicina e da ciência da informação, o que permite aos seus leitores o contato com a interlocução qualificada que se efetuou durante o Medinfor.
O cuidado integral de enfermagem ao indivíduo e família, realizado no nível intermediário da rede de atenção à saúde, na sociedade brasileira é abordado aqui numa articulação de saberes inter e transdisciplinares. As experiências e reflexões sobre aspectos da gestão dos fluxos e sistemas de informação dos serviços, na atenção multiprofissional e no cuidado especializado de enfermagem na mastologia, na clínica da dor, no controle dos agravos cardiovasculares, no tratamento conservador da doença renal e das disfunções do trato urinário inferior em crianças e adolescentes, na atenção ao idoso frágil, no cuidado em saúde mental dos CAPS contribuem para ampliar a compreensão do importante papel da enfermeira, como profissional da equipe de saúde que atua pela defesa da vida.
O tema Amor mundi, políticas da amizade e cuidado: a integralidade e a polifonia do cotidiano da saúde nasceu da vontade, que na perspectiva fenomenológica arendtiana significa a concreta fonte de atos e da ação política, aquilo que constitui o cerne da condição humana. É a vontade a maior expressão da evidente dependência recíproca entre o pensar e o agir. Por isso, a vontade não pode se descolar do pensamento, pois se refere ao substrato necessário à concretização de ações. Tais ações trazem a convocação permanente de nos tornarmos presentes nos espaços públicos, seja como autores, seja como agentes de direitos na saúde, na educação e na justiça. Considerando a existência legal e jurídica de um Estado de direito, conforme inscrito na Constituição de 1988, pareceu-nos evidente que tais relações e interações entre os sujeitos e sujeitas, em especial na saúde, forjam demandas e necessidades na busca por cuidado, e também por conhecimento e por igualdade. De outro lado, apoiando-se na máxima do pensamento arendtiano, direito a ter direitos, as questões relacionadas ao direito como exercício democrático têm-nos exigido, como pesquisadores, a inclusão de outros elementos existentes nos espaços públicos, tais como a arte, a cultura e as comunidades, remotas e tradicionais (indígenas, quilombolas, povos das florestas). No Brasil, o SUS, desde sua criação em 1990 se configurou como espaço público, nos ensinando que a saúde, como efetivação do direito humano, se traduz, na prática, como direito não somente a ter acesso ao cuidado, mas o direito de ser na sua construção e concretização.
Resultado de paciência estimulada pelo tempo, esta obra vai se incorporar à bibliografia da cultura nacional. O leitor agradecerá o ensejo de ter desfrutado um livro rico de saberes. Fernando Queiroz Monte, após de cinquenta anos de labuta como médico, com especialidade de oftalmologia, diuturnamente reflete a sua prática à luz dos mestres do conhecimento médico. As Bases do Raciocínio Médico, não do médico, e sim da Medicina, essa mescla de ciência e arte, permitirá que se eleve a consciência sanitária rumo à resolução de problemas que nos afligem há tanto tempo.
Este livro deslinda o processo de medicalização que emerge como objeto de estudo no campo da Sociologia da Saúde, a partir segunda metade do século XX, e se desdobra nas vozes de Irving Zola, Ivan Illich, Peter Conrad e Michel Foucault; principais teóricos da crescente influência da medicina em territórios que até então não lhe pertenciam. No decorrer dos anos, o termo vem sendo apropriado por várias áreas e disciplinas da saúde e da educação, entre outras, de forma abrangente e imprecisa, tornando necessária a retomada da discussão conceitual de suas bases teóricas.
Em 2013, o governo federal lançou o Programa Mais Médicos, distribuindo profissionais de saúde pelo país. Com gosto pelos rincões, o escritor Antonio Lino pegou a estrada para conferir de perto os brasis, os brasileiros e as brasilidades encontrados pelos médicos — na maioria, estrangeiros — imbuídos da missão. Branco vivo é o resultado de seu olhar aguçado para nove localidades desse gigantesco território. Um olhar complementado pelas fotografias do renomado intérprete do Brasil, Araquém Alcântara. Uma ode à humanidade em tempos sombrios.
O tema “Cidadania do cuidado: o universal e o comum na integralidade das ações de saúde” nos remete à ideia de fronteira, cuja travessia para alcançá-la nos exige coragem de pensarmos agindo sobre as práticas de cuidado na saúde, a partir do que consideramos mais desafiador para seu exercício: a responsabilidade e a confiança. Tornar visíveis as margens teórico-práticas para a construção de uma epistemologia amistosa aos estudos sobre a integralidade em saúde, entendida como um agir político responsável e confiável, significa reconhecer as passagens, trajetórias e experiências cotidianas, vivenciadas ou narradas pelos usuários, na relação com profissionais, docentes, discentes e gestores.
No desafio de formar profissionais de saúde implicados com a atenção integral e uma clínica comum, este livro apresenta alguns itinerários. Trata-se da experiência de formação -que denominamos "entreprofissional"- do eixo Trabalho em Saúde, um dos eixos c
Os trabalhos aqui reunidos são produto de um esforço coletivo dos integrantes do Programa Integrado de Pesquisa, Ensino e Extensão Comunidade, Familia e Saúde (FASA), do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, e de parcerias estabelecidas ao logo de sua trajetória. Celebrando 15 anos de atuação, o FASA vem investindo em projetos que buscam compreender as práticas e concepções de saúde, analisadas em seus contextos macros e microestruturais, no esforço de discutir necessidades de saúde de grupos sociais distintos, de modo compartilhado com os grupos em questão.
A originalidade do campo empreendido por Raquel Bastos nos possibilita um diálogo nem sempre convencional da Medicina Antroposófica em um contexto dominado pela Medicina “Moderna”. A Antroposofia nos é apresentada por Rudolf Steiner (1861-1925) no século XX, na Suíça, propondo a cura holística a qual engloba não só a existência física como a emocional e a espiritual.
Esta obra representa uma grande evolução para o mundo dos Cuidados Paliativos Pediátricos, constituindo uma novidade para essa especialidade. O livro fornece uma resposta eficiente e rápida para suas questões. A forma como os organizadores e autores escrevem os textos mais atualizado e de maneira envolvente, e clinicamente relevante, faz o livro, Cuidados Paliativos Pediátricos, uma fonte de referência imprescindível, para os leitores interessados em cuidados paliativos.
Eis aqui uma Extraordinária provocação: narrar uma experimentação inscrita no vigor da materialidade de um “comum”. A de processos de trabalho coletivos e suas vicissitudes, na área da saúde, realizados entre os campos da extensão, pesquisa e ensino, na Universidade Federal Fluminense em Niterói/Brasil. A Intenção é flagrar algumas paragens desses processos de trabalho institucional, aquelas que se diferem exatamente por se fazerem singulares, retidas na memória. Dar visibilidade a dimensões dessa processualidade atravessadas por uma aguda implicação – com a criação, com as questões sócias e culturais, globais e locais, com as exigências de um tempo presente, com a construção absolutamente necessária de um olhar transdisciplinar ante o mundo, com a impermanência, com a alteridade e a diferença em si mesma como dispositivos próprios à vida, em sua forma inventiva e potente. Privilegiar as práticas do cuidado em saúde. Aproximar a fazer dialogar as práticas da assistência e da academia, de modo que as tornasse campos intercessores. Singulares e hibridas experimentações gestadas ao longo de nove anos e inscritas na memória coletiva de onde, nesse momento, extraímos outras necessidades. Outros encontros, heterogênios e incomuns, a gestar, por contágio, outras séries, outras intercessões, a perspectivarem “novas buscas voluntárias do problemático”, reafirmando a abertura do próprio campo social da clínica a um fora dela mesma. E, nessa abertura, inventando novas conexões que põem em variação a qualidade e a intensidade das próprias hibridações, que, agora, agenciam outras séries, conceituais e afectivas: Filosofia, Arte, Saúde e educação. Intercessões que, desta vez, se materializam, já nesse livro, numa cooperação acadêmica internacional, em construção, com a Universidade do Porto/Portugal.
Traz um conjunto variado de ensaios representativos das atuais - e diversas - tendências historiográficas a respeito dos discursos e das práticas sociais que, em diferentes cenários latino-americanos e caribenhos, organizaram-se em torno de questões relativas à saúde e à doença. A intenção é pôr em evidência aspectos relevantes da experiência histórica dos países quanto a ações individuais e coletivas relacionadas à manutenção e à restauração da saúde, bem como ao cuidado, ao controle e à cura das doenças. A preferência pelo local e pelo específico não visa à mitificação das práticas culturais, pois, nas abordagens aqui desenvolvidas, os eventos históricos alcançam significado num quadro de referência mais amplo. Assim, os temas da saúde e da doença se entrelaçam com outras realidades coetâneas: penetração e avanço de formas capitalistas, mudanças do perfil demográfico e acelerada urbanização, formação material e simbólica dos estados nacionais, dinâmicas socioprofissionais, dentre outros. Os artigos selecionados apresentam o que há de melhor nas análises históricas sobre saúde e doença em nossas regiões, e certamente são, desde já, leitura obrigatória para profissionais, professores e estudantes das áreas de saúde coletiva, história, medicina, ciências sociais e humanidades.
Cuidados Paliativos na Prática Clínica em Tempos de COVID-19 retrata as ações do Núcleo Técnico Científico em Cuidados Paliativos realizadas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a partir do início do ano de 2020, ocasião da maior mobilização da história deste complexo hospitalar, voltada para o atendimento de uma crise sanitária. Relata as experiências vividas pela equipe no atendimento a pacientes acometidos por formas moderadas a graves da COVID-19 e aqueles que, em condição de doença avançada e com outros diagnósticos, foram elegíveis para Cuidados Paliativos. Uma atuação inédita. A obra foi organizada em 3 seções, apresentadas e prefaciadas separadamente. Seção I – A organização do trabalho no contexto da emergência sanitária e os aspectos técnicos da prática clínica do atendimento em Cuidados Paliativos prestado no HCFMUSP durante a pandemia. Seção II – Vivências e experiências com pacientes e familiares. Ênfase especial é dada aos aspectos biográficos do paciente, sob forma narrativa, e suas relações com o sofrimento vivenciado. Seção III – Visão voltada para o profissional de saúde em sofrimento. Suas expressões psíquicas, emocionais e alternativas encontradas visando seu equilíbrio perante os desafios. O público-alvo é formado por profissionais da área da saúde envolvidos diretamente, ou não, no cuidado a pacientes acometidos pela COVID-19 e com interesse em conhecer por que os Cuidados Paliativos se firmam como uma prática assertiva nesta pandemia, as respostas obtidas nesse trabalho e que pretendem gerar reflexões sobre a necessária mudança do paradigma assistencial em saúde, para além desta fase crítica. Não se trata de um livro sobre... mas um livro de Cuidados Paliativos.
Esta coletânea se alicerça em diferentes perspectivas oferecidas pelos autores-pesquisadores-colaboradores da Rede Multicêntrica de Pesquisa lncubadora da integralidade e convidados, de modo a permitir contemplar as múltiplas experiências do pensar e agir acerca da integralidade do cuidado, a partir de distintos contextos sociais, geopolíticos e epistêmicos. Além disso, busca compor uma espécie de sensos comuns acadêmico, cientifico e intelectual, cujas divergências não signifiquem uma contradição ao entre elas, mas que sirvam de complemento, como nos ensina Hannah Arendt, ao propor a ideia da mentalidade alargada.
A primeira edição deste livro, intitulada Cuidados Paliativos na Emergência, trouxe, de forma inédita na literatura de Cuidados Paliativos, uma abordagem essencialmente prática, ilustrada com casos clínicos, rica em fluxogramas e tabelas, escalas e doses dos medicamentos essenciais. Esta segunda edição, completamente atualizada e com novo título, amplia o escopo para incluir pacientes críticos, tanto na sua apresentação na emergência como durante a internação na Unidade de Terapia Intensiva e no pós-UTI. Esta edição conta com: • 20 novos capítulos, incluindo temas que variam desde cuidados específicos com a população LGBTQIA+ até nutrição e hidratação em fim de vida na UTI. • Três novas seções: · Tomada de decisões, abordando temas como o papel da família na decisão compartilhada, Trial de UTI e transição de cuidado. · Ajuste de suporte vital, com 8 capítulos que trazem em conjunto evidências científicas e a experiência dos autores sobre os potenciais riscos e benefícios de várias intervenções, desde transfusões e antibioticoterapia até hemodiálise e ECMO. · Cuidado pós-UTI, incluindo temas como reabilitação, paciente crítico crônico e síndrome pós-UTI. • Autores reconhecidos em suas respectivas áreas, de diferentes instituições do norte ao sul do país, contemplando: médicos intensivistas, paliativistas e emergencistas, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais e nutricionistas, trazendo, desta forma, uma visão ampla e interdisciplinar do cuidado. • Casos clínicos ilustrativos, demonstrando a aplicação de conceitos e fluxogramas, presentes na grande maioria dos capítulos. • Uma seção de consulta rápida para uso à beira-leito, com as principais escalas de funcionalidade e tabelas de tratamento de sintomas, incluindo as medicações mais indicadas e suas respectivas dosagens.
Cultura, saúde e doença, 5ª edição, aborda as interações complexas entre saúde, doença e cultura, enfatizando o papel da antropologia médica e a prática dos cuidados de saúde, utilizando exemplos da vida real e estudos de caso. Esta obra, completamente revisada a fim de abranger o que há de mais atual, também expandiu a cobertura de diversos tópicos para incluir temas como: pobreza e desigualdade em cuidados de saúde, genética, biotecnologia, internet e saúde, doenças crônicas, infecções resistentes a drogas, mudanças na nutrição e imagem corporal, cuidados médicos dos migrantes, tecnologia médica, pandemias mundiais como AIDS e malária, dependência de drogas e álcool, além da linguagem do sofrimento dos pacientes, um assunto complexo na relação médico-paciente.
De fato, a comunicação é o ponto mais sensível em todas as relações humanas, tanto mais em situações de vulnerabilidade, como é uma doença grave – e um prognóstico de terminalidade pode elevar exponencialmente o potencial de mal-entendidos. É neste sentido que a bioética, como ciência que une ciência e humanidades, pode nos trazer os elementos para enfrentar com padrão-ouro as dificuldades que surgem também na comunicação. Neste primeiro volume, a Série CP – Cuidados Paliativos – Comunicação, Bioética e os Últimos Momentos, apresenta temas relevantes que foram compilados em 18 capítulos divididos em quatro partes: Comunicação; Bioética e Qualidade de Vida; Aspectos Espirituais e Psicossociais e Últimos Momentos de Vida. São expostos temas que inter-relacionam médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, capelães, assistentes sociais, entre outros atores desse “universo paliativo”. Em uma linguagem clara e associada com a prática clínica, os capítulos buscam abordar os cuidados paliativos de uma forma abrangente e aplicada ao dia a dia do profissional de saúde. A cada linha se percebe a delicadeza e a especialidade com que os últimos momentos são tratados e quão fundamental é que estes elementos estejam presentes em todas as interações comunicacionais da equipe de cuidados.
Em um momento no qual tanto se debate os efeitos - físicos, mentais e coletivos - a longo prazo da pandemia de Covid-19 no Brasil e no mundo, analisar as condições e adoecimentos de longa duração se mostra ainda mais pertinente. O livro analisa a construção social das experiências com a doença crônica, os seus sentidos e significados sociais e culturais. A coletânea reforça a importância do papel das experiências subjetivas. Porém, o livro procura não se ater somente à perspectiva subjetivista da experiência para entender o vivido cotidianamente em relação ao adoecimento e a outras situações.
O conhecimento do ser humano evolui continuamente em todas as áreas. Na medicina, porém, o avanço de uma ampla gama de tecnologias voltadas para o prolongamento da vida – desejo primitivo dos seres humanos – deu lugar à tecnocracia. Esse movimento iludiu leigos (e muitos profissionais) e criou mitos, sobretudo o de que a morte poderia ser vencida. O problema é que essa obstinação terapêutica é hoje, muitas vezes, fonte de sofrimento – e paradoxalmente pode resultar no abreviamento do tempo de vida. Assim, é fundamental resgatar a qualidade do cuidar, não só do ponto de vista biológico, mas também mental e espiritual. Não se trata de abandonar o desenvolvimento tecnológico, mas de integrá-lo à visão plural de cuidado. Partindo desse pressuposto, esta obra – escrita por uma equipe multidisciplinar – se baseia numa prática integrativa, na qual todas as áreas de conhecimento trabalham juntas na busca da melhor qualidade de vida e da dignidade humana. Dividida em 16 capítulos, ela oferece protocolos seguros e eficazes que aliviam os principais sintomas dos pacientes que demandam atenção paliativa e traz uma série de opções de tratamento. Também são abordados temas como plano avançado de cuidados e diretivas antecipadas de vontade, além dos cuidados de fim de vida. Trata-se de uma referência fundamental num campo que está em franco desenvolvimento.
A humanização tem sido associada a distintas e complexas categorias relacionadas à produção e gestão de cuidados em saúde, tais como: integralidade, satisfação do usuário, necessidades de saúde, qualidade da assistência, gestão participativa, protagonismo dos sujeitos e a intersubjetividade envolvida no processo de atenção. Esta obra busca apresentar um balanço crítico dos conceitos e perspectivas que atravessam tal ideário, e analisar os limites e possibilidades das iniciativas autodenominadas de humanização. Leitura destinada a todos os profissionais da saúde em suas distintas especialidades e formações, gestores, estudantes de graduação e pós-graduação, bem como aos pesquisadores dessa área temática.
Apresenta aspectos da sociedade contemporânea que influenciam o cuidado em saúde, questionando se é possível identificar a saúde com uma prática desumanizadora. Para analisar esta questão, o autor utiliza a categoria marxista de alienação, como a não correspondência entre o desenvolvimento das capacidades humanas do gênero humano e sua manifestação no plano dos indivíduos e coletividades concretas. Ele afirma que a humanização dos sujeitos resulta da sua inserção e ação transformadora sobre a realidade e, analisando criticamente os fenômenos de saúde-doença, entende que as práticas de saúde são simultaneamente humanizadoras e desumanizadoras. O livro convida a refletir sobre qual é o objeto do trabalho em saúde, se é a própria saúde, a doença ou a pessoa. Discute também a determinação social do processo saúde-doença e as manifestações da medicalização na sociedade. Aborda ainda o aumento de doenças entre os trabalhadores da saúde e sua inserção no capitalismo, a relação entre profissionais e usuários e o papel - por vezes contraditório - da tecnologia nos serviços.
título deste livro não é um artifício linguístico. Neste novo trabalho, Giovanni Aciole traz Asclépios, referindo-se àquele que têm o domínio das doenças e a faculdade da cura de pacientes para discutir a clínica. Esta é trazida como prática de cuidado, desdobrada por autores que assim a propõem, como Emerson Merhy, a quem o livro é dedicado. Conversa com a medicina, mas, por tabela, com todas as profissões do cuidado, da cura e da escuta aos processos de adoecimento e restabelecimento. O assunto não é novo para o autor, mas ele aprumou a conversa; problematiza, sob vários ângulos, o preceder da clínica, identificando sua gestão na atenção de pessoas sob cuidado e na condução de sistemas e serviços por suposto cuidadores. Por trás das abordagens apresentadas, constata-se a vigência de políticas da clínica. Trata-se, portanto de uma obra de especial interesse a docentes e discentes: tabuleiro bem arrumado para pensar o acolher e atender
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.