Esta obra traz uma análise sobre a construção de categorias diagnósticas que se inserem na interface entre a clínica médica e a psiquiatria, tomando como estudo de caso os Transtornos Mentais Comuns e examina as possíveis consequências que essa construção produzirá. Para isso, foi realizada uma análise documental de fontes secundárias, orientada por indicações de informantes-chave que contribuíram para garimpagem de periódicos, publicados nas bases de dados Medline, LILACS e Scielo, para o levantamento de resumos em anais de congressos nacionais e internacionais, bem como à seleção de teses e dissertações sobre a temática no Banco de Teses da CAPES e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Foram selecionados noventa e três documentos, sendo estes publicados desde 1960 até 2019. Para analisá-los, foram utilizados o método arqueológico foucaultiano e o conceito kuhniano de paradigma, com o intuito de observar as irrupções que marcaram a produção do conhecimento científico sobre os Transtornos Mentais Comuns, suas permanências e modificações, suas aproximações e afastamentos.
O manicômio, com sua função de exclusão, aniquilação de subjetividades e de vidas, foi considerado o lugar de destino e disciplina de todos os tipos de indesejados que não se ajustavam às normas. No Brasil, todavia, a intensa luta política por parte dos militantes do Movimento de Luta Antimanicomial, os avanços do progresso técnico, com a implementação de serviços substitutivos e novas forma de controle, tornou sua existência, enquanto estrutura material, obsoleta. Mas isso não significou a superação dos desejos de manicômio, expressadas nas “novas cronicidades” dos serviços de saúde mental do país.
A privatização dos sistemas públicos de saúde é um fenômeno universal. O livro estuda esse fenômeno no Brasil, demonstrando como a privatização é uma forma sutil de dificultar o direito de acesso a atenção integral no SUS. Analisa os vários planos prejudicados pela renúncia governamental em assegurar o caráter de gestão pública do SUS. A privatização compromete o financiamento do sistema, impede a construção de política e de pessoal e ainda permeia a gestão cotidiana do sistema. A privatização, na realidade, é uma forma incremental e perversa de desconstrução do direito universal à saúde.
A obra apresenta a questão de homeopatia no Brasil, tendo como ponto central suas estratégias de legitimação político-institucional e as respectivas contra-estratégias desenvolvidas pela medicina ortodoxa para preservar seu domínio na esfera institucional e o monopólio no exercício da medicina. O tema e a abordagem da autora convidam a um contexto estimulante para se pensar sobre racionalidade, em relação à ciência oficial e a outros saberes entendidos como concorrentes numa conjuntura de crise de paradigma da ciência moderna, nomeadamente, da medicina ortodoxa.
O sucesso do Sistema Único de Saúde depende tanto de financiamento adequado, quanto de uma reformulação do modo como se atende as pessoas. Neste sentido, a expansão da atenção básica é um desafio estratégico. No entanto, além do crescimento do número de equipes organizadas segundo a lógica de Saúde da Família, é fundamental a reconstrução do modo como se faz clínica pública. Este livro trabalha com a possibilidade de operar-se uma reformulação e uma ampliação do saber e da prática clínica do médico, do enfermeiro e de toda a Equipe de Saúde, incorporando-se, no momento do diagnóstico e no da intervenção terapêutica, elementos de ordem do orgânico, do subjetivo e do social.
O livro nos põe em contato com valores preciosos da vida humana: ser criança, fazerparte de uma família, de uma comunidade escolar, ser cuidado, educado, sedesenvolver, brincar, viver... e também nos mostra quando o desenrolar da vida, o jeito próprio de ser criança e até o prazer intrínseco das relações é atravessado por um modo estigmatizado de se conceber o infante, de nomeá-lo e de colocá-lo entre parênteses. esse modo deixa de lado a própria criança e todo o seu potencial de vida, de construção de relacionamentos e coloca no centro mais perceptível de sua identidade um diagnódtico, um novo nome pelo qual passa a ser conhecida: criança hiperativa ou TDA/H. Tenho tido oportunidade de participar das reflexões advinhas da rica pesquisa que Cinthia empreendeu, e percebo que a mesma nos faz entrar em contato com o papel urgente de profissionais de saúde, pais e educadores diante do sequestro no qual se leva a criança e se deixa, em seu lugar, um diagnóstico.
O livro 'A Gestão do SUS no Âmbito Estadual' desenvolve um estudo sobre as condições reais de desenvolvimento da descentralização da saúde no estado, visando a consolidação da proposta eminal da Reforma sanitária - O Sistema Único de Saúde (SUS).
Disse certa vez o célebre arquiteto Oscar Niemeyer: “O que me atrai não é o ângulo reto, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. Me atrai a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos rios, na onda do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito o universo inteiro, o universo curvo de Einstein”. Palavras que inspiraram o título deste livro de Ernesto Venturini, psiquiatra que contribuiu ativamente para a reforma psiquiátrica na Itália. “Com efeito, a desinstitucionalização é como a linha curva de que fala Niemeyer, uma linha oposta à rigidez do pensamento manicomial”, afirma o autor. Como assessor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Venturini esteve várias vezes no Brasil, onde, em encontros com gestores da saúde, profissionais, usuários e cidadãos, falava de sua experiência na Itália. Escritos que foram temas desses encontros estão agora reunidos neste volume. Os textos foram produzidos entre os anos 80 e o início de 2000, mas levantam discussões que permanecem atuais. “Dar alta aos pacientes de prolongado internamento em hospitais psiquiátricos, inseri-los no território, reduzir o número de vagas em leitos hospitalares e converter recursos hospitalares em serviços comunitários é um processo ainda em vias de realização na maior parte dos países europeus e americanos”, avalia.
O benefício da assistência social não é para todos, senão para quem pode provar sua necessidade – como disse um perito. Os sujeitos em sofrimento psíquico o dizem de outro modo: “nem todo louco recebe benefício”; “estou apta para o trabalho, mas o trabalho não está apto para mim”; “ninguém é louco o tempo todo”. E quem pode provar a sua necessidade? Por que os sujeitos em sofrimento psíquico são os que menos conseguem provar a sua necessidade? Será que ainda precisamos de mudanças no instrumento de avaliação do BPC ou nos mecanismos e procedimentos institucionais? Essas respostas podem ser procuradas nos conflitos morais mudos e na gramática moral ou “infraestrutura normativa” que atravessam as formas deficitárias de reconhecimento da deficiência mental. Talvez, seja o tempo de uma nova reviravolta capaz de negar a institucionalidade vigente e inventar outra...
A medicina na era da informação' se caracteriza como obra que marca o processo dialógico entre duas áreas de grande significado social, a medicina e a ciência da informação. Ambas se ocupam de importantes desafios científicos, a primeira voltada à luta pela saúde e bem-estar social, e a segunda à sustentabilidade do desenvolvimento da ciência e da cultura, por meio da preservação, organização, disseminação, acesso e uso da informação. Neste livro, está registrada as informações dos debates e qualidade dos trabalhos apresentados por professores pesquisadores do Brasil e de Portugal, assim como por pós-graduandos e profissionais que atuam na interface da medicina e da ciência da informação, o que permite aos seus leitores o contato com a interlocução qualificada que se efetuou durante o Medinfor.
Este livro detalha a experiência do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, de Sousas (Campinas, SP) . Escrito pelos protagonistas responsáveis por cada projeto assistencial, representa um esforço coletivo de reflexões sobre os caminhos construídos e sobre as aprendizagens conquistadas durante estes anos.
O livro A regulação assistencial no SUS sob uma ótica sociológica: entre oportunidades e constrangimentos analisa a regulação do acesso à saúde no SUS, observando os padrões de estruturação que orientam a configuração da rede de comunicação produzida pela ação regulatória, na perspectiva dos seus gestores/profissionais e das usuárias do serviço. Esta obra ancora-se na Teoria da Estruturação, de Antonny Giddens, observando a rede assistencial de pré-natal e parto no município de Salvador-Bahia, sob uma ótica sociológica. Seu conteúdo evidencia a fragmentação da rede assistencial e revela um protagonis-mo das usuárias para viabilizar seu acesso aos serviços de saúde. O olhar crítico-reflexivo da autora aponta para o forte viés normativo e racionalizador da ação regulatória, sinalizando as condições favoráveis à integração social entre pontos de atenção da rede e os constrangimentos à atuação sistêmica da atenção básica como ordenadora da rede de atenção à saúde no SUS. Trata-se, portanto, de uma leitura importante para estudantes e profissionais da saúde que desejem compreender a regulação assistencial implementada no SUS.
O corpo é o guardião de nossa verdade, porque carrega em si a experiência de toda a nossa vida e cuida para que possamos viver com a verdade de nosso organismo. Com a ajuda dos sintomas, ele nos obriga a admitir essa verdade também em nosso consciente, para que possamos nos comunicar em harmonia com a criança um dia maltratada e humilhada que vive em nós. Em A revolta do corpo , Alice Miller trata do conflito entre aquilo que sentimos e que nosso corpo registrou e aquilo que gostaríamos de sentir para corresponder às normas morais que interiorizamos desde sempre.
Este livro é um documentário onde se registram os marcos da história da saúde pública no Brasil. Leia-o e assista aos vídeos como uma forma de não deixar apagar as luzes que ilumina as mentes e corações de homens e mulheres que foram capazes, em seu tempo, de antever o futuro no sonho do Direito à Saúde para toda a nação brasileira.
O livro apresenta o Samu, situando seu protagonismo como primeiro componente implantado da política de redes assistenciais, e discute seu funcionamento e abrangência nacional. “Foi, sem dúvidas, um componente que teve muita aceitabilidade por parte da população e dos gestores, mudando a forma de atender urgências no Brasil”, ressaltam as autoras. Esse atendimento pré-hospitalar foi ampliado com a criação das UPAs e das salas de estabilização. Segundo as médicas, a UPA foi um componente vital para a ampliação do acesso, mas sua implantação foi controversa: “A falta de planejamento gerou uma competição com a APS (Atenção Primária à Saúde) e com o próprio hospital, como ilustrado pelo desastroso fenômeno de internação na UPA”, explicam.
Neste livro estão reunidas e destacadas informações, discussões e reflexões sobre a administração da assistência suplementar à saúde, onde são sugeridas atitudes críticas, inovadoras, empreendedoras e éticas.
O cuidado integral de enfermagem ao indivíduo e família, realizado no nível intermediário da rede de atenção à saúde, na sociedade brasileira é abordado aqui numa articulação de saberes inter e transdisciplinares. As experiências e reflexões sobre aspectos da gestão dos fluxos e sistemas de informação dos serviços, na atenção multiprofissional e no cuidado especializado de enfermagem na mastologia, na clínica da dor, no controle dos agravos cardiovasculares, no tratamento conservador da doença renal e das disfunções do trato urinário inferior em crianças e adolescentes, na atenção ao idoso frágil, no cuidado em saúde mental dos CAPS contribuem para ampliar a compreensão do importante papel da enfermeira, como profissional da equipe de saúde que atua pela defesa da vida.
O tema Amor mundi, políticas da amizade e cuidado: a integralidade e a polifonia do cotidiano da saúde nasceu da vontade, que na perspectiva fenomenológica arendtiana significa a concreta fonte de atos e da ação política, aquilo que constitui o cerne da condição humana. É a vontade a maior expressão da evidente dependência recíproca entre o pensar e o agir. Por isso, a vontade não pode se descolar do pensamento, pois se refere ao substrato necessário à concretização de ações. Tais ações trazem a convocação permanente de nos tornarmos presentes nos espaços públicos, seja como autores, seja como agentes de direitos na saúde, na educação e na justiça. Considerando a existência legal e jurídica de um Estado de direito, conforme inscrito na Constituição de 1988, pareceu-nos evidente que tais relações e interações entre os sujeitos e sujeitas, em especial na saúde, forjam demandas e necessidades na busca por cuidado, e também por conhecimento e por igualdade. De outro lado, apoiando-se na máxima do pensamento arendtiano, direito a ter direitos, as questões relacionadas ao direito como exercício democrático têm-nos exigido, como pesquisadores, a inclusão de outros elementos existentes nos espaços públicos, tais como a arte, a cultura e as comunidades, remotas e tradicionais (indígenas, quilombolas, povos das florestas). No Brasil, o SUS, desde sua criação em 1990 se configurou como espaço público, nos ensinando que a saúde, como efetivação do direito humano, se traduz, na prática, como direito não somente a ter acesso ao cuidado, mas o direito de ser na sua construção e concretização.
Este livro é leitura imprescindível para quem busca entender e superar os efeitos do racismo institucional na saúde mental. Ancorado na articulação entre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e a Política Nacional de Saúde Mental, Emiliano de Camargo David toma raça como um determinante social da saúde e propõe a “aquilombação” como ferramenta teórica para expandir o debate e fazer frente aos marcadores raciais que ampliam as iniquidades seculares e contemporâneas no cuidado à saúde mental. Para ele, o “aquilombamento” coloca o racismo no centro do debate público e permite avançarmos no processo de inclusão da temática racial nas políticas e, consequentemente, nos serviços de saúde mental, indicando um caminho assertivo para a construção de estratégias para o seu enfrentamento.
“Na manhã de 29.05.1968 no Sítio Morada Nova, o acusado desfechou, utilizando uma roçadeira, violentos ferimentos na pessoa de seu próprio irmão”, narrava a denúncia do Ministério Público. O acusado era Juvenal Raimundo de Araújo, talvez Juvenal Raimundo da Silva. Não se sabia ao certo nem o nome dele porque recusava-se a falar, não apresentava documentos civis e era louco. Por ter cometido um ato violento, foi confinado em um manicômio psiquiátrico, sob a justificativa de tratamento, e nunca mais voltou à liberdade. Permaneceu na clausura por 46 anos. Essa não é uma história de ficção. É uma história de injustiça analisada neste livro, que inaugura a coleção Bioética e Saúde. Juvenal foi o homem que mais tempo ficou confinado em um manicômio judiciário no Brasil, abandonado à espera de uma decisão oficial sobre sua experiência, banido do convívio social e do reconhecimento de direitos. Se a Justiça considera 30 anos como pena máxima para prisão, o que aconteceu ali durante todo esse tempo? A autora buscou responder a essa pergunta ao analisar o dossiê de Juvenal, sob a guarda do manicômio judiciário. Ela se debruçou sobre o arquivo para realizar uma análise das práticas discursivas de saber e poder sobre Juvenal. Seu estudo revela o funcionamento “da máquina de abandono que confiscou a existência de Juvenal”.
Resultado de paciência estimulada pelo tempo, esta obra vai se incorporar à bibliografia da cultura nacional. O leitor agradecerá o ensejo de ter desfrutado um livro rico de saberes. Fernando Queiroz Monte, após de cinquenta anos de labuta como médico, com especialidade de oftalmologia, diuturnamente reflete a sua prática à luz dos mestres do conhecimento médico. As Bases do Raciocínio Médico, não do médico, e sim da Medicina, essa mescla de ciência e arte, permitirá que se eleve a consciência sanitária rumo à resolução de problemas que nos afligem há tanto tempo.
A presente coletânea apresenta aspectos críticos da avaliação dos serviços de atenção primária à saúde (APS) no Brasil, tendo o PMAQ-AB como seu analisador, a partir de pesquisas desenvolvidas por instituições de ensino superior brasileiras. Este volume não se refere a um livro nostálgico, lendo apenas o passado através das lentes do PMAQ-AB, mas a partir das lições aprendidas deste esforço avaliativo, os autores demonstram a utilização dos dados do PMAQ-AB para levantar questões avaliativas e propositivas para uma organização mais efetiva das práticas ofertadas nos serviços de APS no Brasil.
A presente coletânea apresenta aspectos críticos da avaliação dos serviços de atenção primária à saúde (APS) no Brasil, tendo o PMAQ-AB como seu analisador, a partir de pesquisas desenvolvidas por instituições de ensino superior brasileiras. Este volume não se refere a um livro nostálgico, lendo apenas o passado através das lentes do PMAQ-AB, mas capta as lições aprendidas deste esforço avaliativo para debater criticamente o futuro da avaliação, da pesquisa e do cuidado em APS no Brasil.
Nesta obra, a autora trata do acompanhamento farmacêutico ao paciente frente à utilização de medicamentos, na prevenção e no controle de doenças infecciosas, crônico-degenerativas e de resolutividade, de acordo com as resoluções, normas e diretrizes brasileiras para o exercício das atividades da Atenção Farmacêutica. Descreve um Método para a prática da Atenção Farmacêutica com ênfase em Semiologia Farmacêutica e Cronofarmacologia. Apresenta modelos de Protocolos Clínicos e Fichas de Seguimento Farmacoterapêutico, desenvolvidos como o resultado da prática clínica desta atividade de Atenção Farmacêutica, aplicada e validada ao longo de mais de anos em Farmácia Municipal Especializada aos Programas Nacionais de DST/HIV/AIDS e Hepatites Virai s.
Atenção Farmacêutica – Gestão e Prática do Cuidado Farmacêutico reúne a experiência de mais de 20 anos de práticas da Divisão de Farmácia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HCFMUSP. Com muita propriedade e clareza didática, são descritos os desafios na implantação de um serviço de atenção farmacêutica em um hospital público de grande porte, bem como as práticas de farmacêuticos, que envolvem atividades em várias especialidades, desde a inserção da Atenção Farmacêutica na assistência hospitalar até as legislações que apoiam a prática. São também apresentados- manual de procedimentos, formulários e questionários utilizados em cada etapa do processo, bem como os casos nas áreas de atuação. Atenção Farmacêutica – Gestão e Prática do Cuidado Farmacêutico apresenta 3 Editoras, 28 Colaboradores, 3 Seções, 13 Capítulos, num total de 350 Páginas. Seu público-leitor está formado por- Farmacêuticos, profissionais envolvidos com Ciências Farmacêuticas e estudantes de Farmácia.
A obra busca compreender as particularidades dos contextos rurais remotos brasileiros, tendo em vista a organização e provisão da Atenção Primária à Saúde (APS), alinhada aos princípios basilares do Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo de que resulta a publicação é um desdobramento da cooperação entre o Ministério da Saúde e a Fiocruz, decorrente do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (Pmaq-AB) do Ministério da Saúde, vigente no país entre 2011 e 2018. O trabalho de campo contou com apoio financeiro do Ministério da Saúde e da Fiocruz e a etapa de análise das entrevistas, com apoio financeiro do Programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão de Saúde/Fiocruz. A obra estimula a reflexão e instiga o interesse investigativo acerca de realidades tão singulares, pouco exploradas, por vezes invisibilizadas e não dimensionadas no financiamento, no planejamento e na execução de políticas públicas.
A reflexão crítica sobre a trajetória e os desafios relacionados à Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil torna-se densa e inspiradora de debates e propostas de intervenção quando se reúnem perspectivas diversas a respeito dos caminhos teóricos, das experiências em diferentes territórios, das práticas profissionais e dos processos de trabalho. Tal panorama permite compreender o valor desta política social para a conquista do direito universal à saúde e para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). Este é o convite que nos fazem os autores desta obra, escrita com o objetivo de atingir gestores, pesquisadores, estudantes e trabalhadores que atuam na APS. Em um contexto que exige capacidade de escuta e argumentação, o cuidado das análises se soma à preocupação com a clareza de linguagem, ou seja, com uma proposta pedagógica.
Existem livros excelentes que oferecem muito mais conteúdo do que prometem no título. Este é um deles. Não se trata apenas de uma reflexão clara, profunda e baseada em novas evidências sobre as origens, desenvolvimento e desafios no Brasil de um dos conceitos centrais da saúde pública: a Atenção Primária à Saúde (APS). Além disso, contribui para a história da saúde pública durante o século XX no país e no início do próximo século e sugere novas abordagens.
A ousadia de se produzir conhecimento a partir de um desenho multimétodos e multifacetado, adaptado para apreender o Sistema Único de Saúde (SUS) tal qual ele se apresenta no cotidiano dos serviços de saúde, deixa como legado percepções apuradas sobre o funcionamento das redes de saúde de Campinas/SP, Fortaleza/CE, Porto Alegre/RS e São Paulo/SP e as singularidades de cada rede temática envolvida na atenção ao Câncer de Mama, Gestação de Alto Risco, Hipertensão Arterial Grave e Transtorno Mental Grave. Captar mais de sete mil usuários nos serviços especializados constituiu-se como escolha inovadora que permitiu explorar acesso, vínculo e cuidado tanto nestes serviços quanto nos de Atenção Primária. Desta forma, foi possível discutir o chamado gargalo da assistência, analisando a trajetória dos usuários e as formas como ocorrem a articulação entre esses serviços. Os resultados mostram avanços no SUS principalmente quanto ao acesso, no entanto apontam fragilidades que devem ser tomadas como desafios para aprimorar a qualidade e continuidade do cuidado.
Este livro é resultado da dissertação defendida por Karine Lima Verde Pessoa no programa de mestradoacadêmico em saúde coletiva da Universidade Estadual do Ceará, tendo como orientadora a Professora Maria Salete Bessa Jorge. Resulta também (ou principalmente) das inquietações geradas na autora ao longo de seu percurso profissional. Foram muitos papeis, muitos cenários, muitos encontros e desencontros. Nãohá nesse texto qualquer pretensão de neutralidade, ao contrário, ele resulta de profunda implicação. não há tampoucoa intenção de chegar a uma verdade, apenas apresentar uma perspectiva, um certo modo de olhar, que talvez possa dialogar com outros olhares que percorrem o caminho de reconstrução da produção do cuidadoem saúde menta.
O livro destina-se a profissionais de serviços e instituições de saúde, principalmente da atenção primária, nas rotinas de cuidado dos expostos a substâncias, produtos e contaminantes químicos. Também, a estudantes de graduação dos cursos do campo da saúde — medicina, saúde coletiva, enfermagem, nutrição, psicologia, terapia ocupacional, entre outros —, bem como estudantes da engenharia ambiental, biologia, agronomia e ciências ambientais. O conteúdo estuda os conceitos e fundamentos da toxicologia e o modelo de atenção à saúde do SUS, perpassa pelo modelo econômico vigente, a consequente degradação ambiental e fontes de exposição humana, monitoramento, avaliação de risco e finaliza com os agrotóxicos: aspectos gerais e toxicológicos, efeitos à saúde humana da exposição, tratamento, e a vigilância e atenção à saúde dos expostos a agrotóxicos.
Este livro deslinda o processo de medicalização que emerge como objeto de estudo no campo da Sociologia da Saúde, a partir segunda metade do século XX, e se desdobra nas vozes de Irving Zola, Ivan Illich, Peter Conrad e Michel Foucault; principais teóricos da crescente influência da medicina em territórios que até então não lhe pertenciam. No decorrer dos anos, o termo vem sendo apropriado por várias áreas e disciplinas da saúde e da educação, entre outras, de forma abrangente e imprecisa, tornando necessária a retomada da discussão conceitual de suas bases teóricas.
Acompanha o vertiginoso avanço da Biotecnologia, que o toma obrigatório para todos que trabalham em laboratórios e unidades de pesquisa da saúde. Em linhas gerais, apresenta os temas: Preparo de soluções químicas. Biologia molecular. Resíduos biológicos. Manuseio de perfurocortantes. Acidentes com material biológico. Boas práticas. Mapa de risco. Roteiro de inspeção em Biossegurança. Riscos físicos. Aspectos psicológicos associados ao acidente ocupacional. Primeiros-socorros. Prevenção e combate aos princípios de incêndio. Ética. Poluentes emergentes. Biossegurança Aplicada a Laboratórios de Pesquisa e Serviços de Saúde apresenta 1 Autor/Organizador, 22 Colaboradores, 18 capítulos, num total de 232 páginas. Seu público-alvo é formado por estudantes, pesquisadores e profissionais que atuam em laboratórios de pesquisa privados, de universidades e serviços de saúde.
Primeira publicação brasileira sobre biossegurança chega à segunda edição com novos capítulos e atualizações. Aborda desde a história das revoluções sanitárias, que levaram a Humanidade a enfrentar epidemias e desenvolver as noções de transmissão, contágio e prevenção de doenças, até questões das últimas descobertas científicas e tecnológicas. Aplicações da internet em biossegurança e acidentes em unidades de assistência médica estão entre os novos temas em debate. Discute, ainda, a criação de mapas de riscos, segurança em biotérios, ergonomia e biossegurança em laboratórios, política de biossegurança, biotecnologia e doenças emergentes.
Bocas em Canto - Adaptações de Cantigas e Parlendas Para Saúde Bucal - Livro do Educador 1
Em 2013, o governo federal lançou o Programa Mais Médicos, distribuindo profissionais de saúde pelo país. Com gosto pelos rincões, o escritor Antonio Lino pegou a estrada para conferir de perto os brasis, os brasileiros e as brasilidades encontrados pelos médicos — na maioria, estrangeiros — imbuídos da missão. Branco vivo é o resultado de seu olhar aguçado para nove localidades desse gigantesco território. Um olhar complementado pelas fotografias do renomado intérprete do Brasil, Araquém Alcântara. Uma ode à humanidade em tempos sombrios.