Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
A universidade brasileira está em transformação. Convivendo com a predominância de práticas educativas autoritárias e acríticas, novas propostas de formação vêm constituindo um promissor movimento de reorientação do trabalho acadêmico de formação profissional. O novo pulsa na universidade brasileira. É preciso ouvir os saberes que aí vêm se formando. Este livro, ao analisar esta experiência e suas implicações – o Projeto de Extensão Educação Popular e Atenção a saúde da Família da Universidade Federal da Paraíba, busca refletir os caminhos da utilização da Educação Popular na formação universitária em geral. É o estudo de uma experiência particular voltado para responder questões gerais do ensino universitário crítico e comprometido com a questão com a superação da injustiça, da opressão e da exclusão. Busca explicitar, a partir de uma experiência consolidada e reconhecida, os caminhos e saberes que podem ser significativos para outras iniciativas acadêmicas.
O livro trata da trajetória secular da Vigilância Sanitária brasileira recortada por dentro das políticas de saúde. Contribui para o debate metodológico do estudo da área a partir da releitura de alguns dos autores clássicos da Saúde Púbica brasileira. Observa no desenvolvimento da vigilância sanitária três modelos de organização na historicidade do seu processo de trabalho, e os caracteriza como de: proteção, vigilância e regulação. Discute as características próprias de cada um na relação com as políticas públicas, sociais e econômicas traçadas ao longo da construção da sociedade brasileira. No interior da Saúde Pública a vigilância sanitária vem se afastando das políticas da atenção à saúde na medida em que amplia sua interface com os processos produtivos geradores de risco sanitário, o que tem levado à predominância da economia. O estudo busca interroga a possibilidade de a vigilância sanitária sustentar-se como integrante das políticas de direito social e da saúde, mesmo sob o regime da reestruturação produtiva internacional.
Este livro apresenta, de maneira analítico-crítica, expressões singulares de produção de conhecimento ancoradas no desenvolvimento de produtos, entrelaçando teoria e prática. Os autores convidam o leitor a reflexões e análises sobre limites e possibilidades destes processos, em uma perspectiva de autonomia, empoderamento, trabalho coletivo e aprendizagem compartilhada. Na trajetória de entrelaçar os fios teóricos e os fios do fazer, esta obra amplia os olhares sobre os produtos de intervenção propostos pelos pós-graduandos, dialogando com importantes autores e pesquisadores da área: apreende-se um diferencial! Formar-se mestre profissional no ensino na saúde implica investigar, cotejar achados, reconhecer-se autor e coautor, comprometer-se com a produção de práxis, empreender leituras da conjuntura política, posicionar-se ético-politicamente, produzir saberes historicamente situados e em diálogo com as políticas públicas de saúde e educação, participar da defesa do SUS. Os leitores interessados em ensino em saúde, mestrado profissional e potencialidades de transformação das práticas em saúde no Brasil não sairão indiferentes à discussão proposta nesta obra, construção de tantas mãos e mentes.Que possamos nos impregnar das ideias, projetos e perspectivas presentes neste livro, que é também um momento de diálogo, de aprendizagem e de encontro com o outro e consigo mesmo. Eis um convite à leitura critica! Eis uma possibilidade de troca! Eis um projeto-produto que articula ciência, práticas profissionais, compromisso social, militância ética a favor da saúde como direito. E seguimos no itinerário da vida, em um permanente vir a ser, por entre sonho, realidade e transformação.
Espiritualidade é a arte e o saber de contato e manejo desta dimensão que vai além das realidades habitualmente percebidas e, por isso, consideradas naturais. Torna homens e mulheres, de vida tão precária e limitada, abertos para o infinito, deixando-os insatisfeitos , contestadores e voltados para projetos inovadores. Durante toda a sua história, a medicina esteve intensamente ligada à espiritualidade. Mesmo na modernidade, em que a sua consideração e valorização foram proscritas do debate nos ambientes de pesquisa, exercício profissional e ensino da atenção à saúde, a espiritualidade continua importante na motivação e orientação de grande parte dos profissionais e doentes.
No momento de transição vivido no Brasil, com a rediscussão do SUS em alguns de seus artigos mais centrais, é muito adequado ler o livro Políticas Públicas e Gestão Hospitalar, que mostra experiências e vivência do sistema. O tema não é novo e seus organizadores são, por um lado, Gastão Wagner de Souza Campos, uma das grandes lideranças do SUS desde os seus inícios, como pensador, gestor e autor e, por outro, o jovem Nilton Pereira Junior, já conhecido nas mesmas atividades, que submete a uma plateia mais ampla sua tese. Os demais autores, todos conhecidos na área da saúde, também trazem relevantes experiências à apreciação dos interessados no setor e, de maneira importante, na atividade de assistência hospitalar, frequentemente postergada na formulação de políticas setoriais. Ana Maria Malik Professora Titular da FGV-EAESP
Em um momento em que o sofrimento mental desafia as sociedades contemporâneas e o Brasil não é exceção, e em que o contexto politico não é menos inquietante, com retrocessos e fundamentalismos, de diversas ordem (e como dissociar um do outro?), é preciso resgatar a coragem de nos perguntarmos: o que temos feito? Por que temos feito? Que devemos seguir fazendo? É por isso, extremamente importante que o aqui chamando Campo da Saúde Mental Coletiva, construtor e construto do Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira, esse movimento emancipatório tão estratégico para a transformação das práticas de saúde no Brasil, possa, debruçar-se sobre sua história e revisitar seus êxitos e tropeços à luz das novas conformações e teorias das sociabilidades contemporâneas. Encontramos aqui essa espécie de coragem. Valendo-se do fecundo quadro interpretativo construído por teóricos da modernidade reflexiva" e do "individualismo institucionalizado", somos aqui convidados a nos desacomodar , a não buscarmos o mesmo olhar para paisagens que já se transformaram. Crítica teórica, abertura ao debate e otimismo prático: eis os convites fundamentais e irrecusáveis d tipo de crítica a que nos convida este instigante estudo. José Ricardo C. M. Ayres
Uma lição de Nelson para utopistas e não utopistas Sempre que possível fui um aluno atento das aulas do Nelsão. Sempre me impressionava a capacidade de compreender realidades muito complexas através da construção de nexos causais muito bem elaborados. Neste texto são resumidos os trinta anos de luta para construir o SUS. Analisadas as derrotas e os avanços, que não foram poucos, mas que são insuficientes para a demanda por uma vida melhor e menos excludente para nossa população. Como dito no texto, consequência de tratar a política como negócio! Nelson escarafuncha muito do que não foi feito ou o foi parcialmente. Discute a questão da regionalização e da hierarquização. Nosso modelo de descentralização municipalista e nos leva a conclusão dos caminhos a serem construídos – a partir da compreensão do momento que vivemos, de perceber a jogatina financeira dos detentores do poder dentro da sociedade – e assim temos que ir à luta, alimentados por um projeto de SUS que está aí e que precisa ser enfrentado pelos sonhadores de uma nova ordem social. A saúde é um bem público, não existe saúde privada. Existe o setor privado realizando ações de saúde e buscando ganhar sempre mais. E existe o frágil estado brasileiro capturado pelos interesses do mercado. E existem os utopistas. Este livro é sobre utopias. Que nós iremos enfrentar se as entendermos. — Gonzalo Vecina Neto Professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
Este é um trabalho colaborativo que, tendo envolvido professores, pesquisadores, profissionais de saúde e estudantes de pós-graduação das áreas de saúde coletiva e saúde da família e comunidade, resultou em nove artigos. Os autores partem de suas práticas de formação para refletir acerca da interface entre Educação e Saúde em suas múltiplas e complexas dimensões. Os artigos aqui apresentados nos aproximam de realidades em rápida transformação enquanto buscam analisar o cotidiano das práticas em saúde e as relações complexas que as condicionam e determinam. As interfaces entre Educação e Saúde visam estabelecer como meta a construção de sujeitos e de projetos transformadores da sociedade. Dessa forma, a educação produzida no âmbito da Atenção Primária, nos serviços de saúde e inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), consolida práticas de educação dirigidas aos problemas reais da sociedade e suas instituições por meio de práticas inter-transdisciplinares articuladas em cenários interprofissionais e interculturais.
Aquela branquela era muito bonita” reconheceu, um pouco contra- Ariado. Ele aprendera, com os gringos, a reconhecer a beleza do povo negro, a de sua mulher, dona Veridiana, a de sua filha Cecília, de suas netas Anete e a Galega, tudo gente linda, ainda que a feiura e a lindeza não escolhessem raça, reconheceu, enquanto a doutora o cumprimentava como se realmente estivesse contente em encontrá-lo. Reparou: a menina o encarava com dois olhos arregalados de coruja assustada, ainda que soubesse disfarçar sua atrapalhação, observou, vestida de branco, ela fingia segurança, também pudera, era doutora, médica, e os médicos costumam se achar parente próximo de Deus, pensou irônico. Depois de perguntar sobre os remédios, comida, sono, a doutora indicou que se assentasse na maca e tirasse a camisa. Enquanto ela auscultava seu pulmão e seu coração, ele voltou a pensar, sim, os médicos se julgavam acima do bem e do mal, igual ao que ele pensava antes, muito antes, na época quando descobriu a verdade brilhante e a explicação inteira para a condição humana, para tudo, na doutrina do partido comunista. Até que fora proveitoso, um preto pobre de maré-maré, da roça, e comunista. Mais de quarenta anos pra trás, mil novecentos e cinquenta e algo, os pregadores do partido pareciam profetas, que nem os evangélicos daquele fim de século, que nem sua netinha, a Galega. Os comunas de antigamente tinham o mesmo brilho nos olhos, o mesmo jeito confiante e brusco de lidar com os outros. . . Qualquer pessoa, todos, eram apenas alguém a ser convertida para a causa.
— O que você está fazendo? — Você não está vendo? Estou quebrando pedra. E continuou irritado. Há vários séculos, um viajante chegou ao canteiro de obras da Catedral de Notre-Dame. Aproximou-se e ficou observando o duro trabalho dos operários. — O que você está fazendo? História antiga citada por Jean Yves Leloup no livro “Terapeutas do deserto”: Mais adiante, junto a outro trabalhador, também exausto, perguntou: Diante de um deles, bem exausto, perguntou: Quais caminhos levam a tão grande diferença na forma de encarar os desafios desta construção? — Estou construindo uma maravilhosa catedral. E continuou com a fisionomia cansada, mas sorridente. Por que, para muitos trabalhadores de saúde, o rigor e os desafios do trabalho no SUS são encarados como se estivessem construindo uma grande catedral?
A cara do mundo muda mais a cada dia. Riscos e incertezas se multiplicam. Oportunidades também. E muitas destas mudanças se refletem no modo de trabalhar. “Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra...”, disse o poeta inglês John Donne séculos atrás. Nesse sentido, a Saúde Pública não é uma ilha isolada e não está imune a essa avalanche de mudanças. E Jussara mostra com primor neste livro como isto tudo reflete no fazer diário dos sanitaristas. E ela não faz isso apenas teorizando, traz a vida como ela é, na voz de sujeitos e seus fazeres. Afinal de contas, as mudanças não se dão no abstrato, elas têm cara, ação e coração. Este livro lhe ajudará a refletir sobre o seu fazer em saúde e, na medida do possível, transformá-lo. Boa leitura! — Marco Akerman Universidade de São Paulo
Este livro é uma festa! Não só porque fala de festas, mas principalmente por celebrar a vida. Festa é um rito social, partilhado entre um grupo de pessoas. E as pessoas que partilham esta festa é o que há de mais especial no livro. Toda festa tem um anfitrião, aquele que convida para a festa. Esta tem também, o Allan, que por coincidência é ainda o autor do livro que você segura, agora, nas suas mãos. E esta festa foi inspirada na vivência de Allan nos fluxos e nos bailes funks nas periferias de São Paulo; na sua proximidade com jovens da periferia e no seu hábito de ouvir funk durante a escrita da pesquisa que gerou este livro, bem como com o seu trabalho profissional como sanitarista - Marco Akerman
Saúde para além da ausência de doenças contraria a ideia de que tudo é consumo, de que o mercado e suas filosofias são perspectiva para tudo: gestão pública, serviços de saúde e direitos sociais. O capitalismo em crise explora e mercantiliza os sistemas de saúde, suas políticas e sua porção humana — trabalhadores, trabalhadoras e a população. Este livro critica a economia política do capitalismo e suas implicações no sistema de saúde brasileiro. O Sistema Único de Saúde (SUS) e sua expansão é a garantia da saúde universal, integral e de qualidade; apesar da austeridade, panaceia de saída da crise estrutural do capitalismo financeirizado. O SUS é das poucas, mas mais eficazes, estratégias de defesa e inversão de jogo das quais dispomos. Este livro analisa o cenário corrente, as influências internacionais e abre caminhos críticos de defesa e expansão do maior sistema universal de saúde do mundo
"Caminante no hay camino, se hace camino al andar. Al andar se hace camino y al volver la vista atrás se ve la senda que nunca se ha de volver a pisar" (Antonio Machado) E que seria dos caminhantes e andantes pelas trilhas da saúde mental, se não pudéssemos ter valises, apontamentos, sinais que nos ajudassem a escolher onde pisar? Escrevendo o impossível: cadernos de um psicanalista na saúde mental, de Ricardo Azevedo Pacheco, é uma contribuição corajosa, viva, das andanças de um psicanalista pelas trilhas da saúde mental: suas agruras, seus percalços, suas belezas. Sem prescrições, Ricardo reflete sobre seus próprios caminhos, compartilha emoções e reflexões. Acompanhamos suas andanças quase como uma dança: são dois pra cá, dois pra lá. Estético, ético e político, um texto urgente para não desistirmos de sonhar. - Rosana Onocko Campos
O que é o Clube dos Saberes para o Arthur? É “um processo de autoprodução e de produção do outro. . . não é somente um saber-fazer ou um saber a respeito das coisas. . . é a sustentação da reciprocidade, na qual, como dissemos, cada um é ao mesmo tempo ofertante e demandante de saberes”. Com essa noção o autor consegue embaralhar papéis sem sugerir o caos. O Clube dos Saberes é um espaço em que profissionais, pacientes e comunidade se apoiam mutuamente. O efeito terapêutico é diluído para ganhar em potência, em eficácia e em durabilidade. Não se trataria de um equipamento substitutivo ou alternativo a outros, mas de um recurso adicional para a construção de saúde e de cidadania. Saúde das pessoas e das instituições. Ele trabalha com o objetivo ambicioso de despiramidalizar os saberes e os lugares institucionais clássicos sem provocar desresponsabilização e sem apagar as diferenças; pelo contrário, o Clube valoriza as diferentes potências e os distintos acúmulos das pessoas e das culturas. Como Pichon-Rivière, ele aposta que com a organização e a oferta sistemática dessa diversidade possam ocorrer mudanças no “conjunto de experiências, conhecimentos e afetos”.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.