Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Baseado em uma etnografia da CPI da Pedofilia no Senado Federal e das investigações da Polícia Federal no combate à pornografia infantil, o livro se aprofunda na construção histórica das categorias criminais que remetem, hoje, à violência sexual envolvendo menores. Sob um viés antropológico, procura debater as dinâmicas sociais, culturais e morais que moldam a configuração do problema da violência sexual contra crianças e adolescentes, a partir da categoria pedofilia.
A compreensão dos saberes produzidos, articulados e sistematizados pelo Movimento Negro e de Mulheres Negras tem a capacidade de subverter a teoria educacional, construir a pedagogia das ausências e das emergências, repensar a escola, descolonizar os currículos e dar visibilidade às vivências e práticas dos sujeitos. Ela poderá nos levar ao necessário movimento de descolonização do conhecimento. Este trabalho tem como tese principal o papel do Movimento Negro brasileiro como educador, produtor de saberes emancipatórios e um sistematizador de conhecimentos sobre a questão racial no Brasil. Saberes transformados em reivindicações, das quais várias se tornaram políticas de Estado nas primeiras décadas do século XXI.
O livro “O Mundo dos Alimentos em Transformação” faz jus à ambição do seu título e nos apresenta uma análise detalhada das principais forças que impulsionam uma possível transformação na organização e no conteúdo do sistema agroalimentar global. A crise climática, com as suas secas e enchentes cada vez mais devastadoras, a experiência do colapso de sistemas de fornecimento alimentar no período da covid-19, os impactos negativos na saúde individual e pública, bem como a enorme contribuição da produção em escala industrial de carnes para os gases de efeito estufa, todas testemunham a insustentabilidade das formas dominantes de produção dos nossos alimentos e da sua organização global.
O cotidiano das equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) em Recife, Pernambuco, é a base desta obra, que convida o leitor à reflexão sobre o lugar central da Atenção Básica à Saúde na organização do cuidado e nos processos criativos e inovadores que cercam os profissionais de saúde pública. Organizado por professores e pesquisadores da área de Saúde Coletiva, a coletânia reúne sete artigos, que apresentam aspectos legais e normativos de implantação dos Nasf, passando por questões ligadas às estratégias, ferramentas tecnológicas, desafios, territorialização, planejamento e avaliação dos Núcleos. O livro é mais um a integrar a coleção Fazer Saúde, que estimula diálogo e o compartilhamento de conhecimentos científicos e inovações tecnológicas diretamente ligados à consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). As muitas experiências e práticas narradas ao longo do livro reforçam, segundo o pesquisador Michael Machado, professor de saúde coletiva da Universidade Federal de Alagoas, a importância do Nasf para a Atenção Básica à Saúde, "não só por ampliar seu campo de ações e o compartilhamento de conhecimentos, saberes e responsabilidades centradas no território, como também por expandir a capacidade de resolutividade clínica das equipes e de todos os trabalhadores envolvidos".
Autor do best-seller As Cruzadas vistas pelos árabes revisita o século XX e demonstra, neste livro altamente oportuno, como as civilizações se lançaram à deriva e se encontram, agora, diante de um iminente naufrágio. Os Estados Unidos, embora continuem sendo a única superpotência, estão perdendo toda a autoridade moral. A Europa, que ofereceu aos seus povos e ao resto da humanidade o projeto mais ambicioso e reconfortante do nosso tempo - a União Europeia -, está desmoronando. O mundo árabe-muçulmano mergulha numa crise profunda, agravada por um islamismo cada vez mais radical. As tensões identitárias, em grande parte fomentadas pelas ondas nacionalistas, nunca foram tão exacerbadas.
A mais completa investigação sobre as origens do patrimônio político e financeiro de Jair Bolsonaro e sua família. Resultado de mais de três anos de apuração, O Negócio do Jair: A história proibida do clã Bolsonaro desvenda o passado secreto da família que hoje comanda o Brasil. A jornalista Juliana Dal Piva parte do escândalo das rachadinhas exposto pelo caso Queiroz, a partir de dezembro de 2018, para contar uma história que remonta à entrada de Jair Bolsonaro na política na década de 1990. No centro do passado que o clã tenta abafar, está um esquema de corrupção conhecido entre os participantes como o “Negócio do Jair”. O arranjo ocorria nos gabinetes funcionais ocupados pela família de Bolsonaro em seus mandatos políticos, seja de vereador, deputado estadual ou federal, e envolvia seus três filhos mais velhos, as duas ex-esposas e a atual, amigos, familiares — muitos deles atuando como funcionários fantasmas —, além de advogados e milicianos. Com base em depoimentos exclusivos, cópias sigilosas dos autos judiciais, mais de cinquenta entrevistas, mil páginas em documentos, vídeos e gravações de áudio, a autora demonstra como, à sombra dos grandes esquemas partidários, o clã acumulou milhões de reais e construiu o projeto político autoritário e regressivo que conduziria o chefe da família ao posto mais alto da República.
"A terra é meu quilombo. Meu espaço é meu quilombo. Onde eu estou, eu estou. Onde eu estou, eu sou." Nesta coletânea cuidadosamente organizada pelo professor da Universidade Federal de Goiás Alex Ratts, a leitora encontrará textos críticos, entrevistas e a prosa poética de Beatriz Nascimento – intelectual e ativista negra que marcou o universo artístico-cultural da diáspora africana e a história do movimento negro no cenário nacional. Neles, Beatriz tece sérias reflexões que oferecem uma imagem prismática não só da experiência íntima das pessoas negras na universidade e na cena cultural brasileira como também das representações midiáticas e historiográficas que lhes são devolvidas dia após dia por uma sociedade racista e em negação quanto ao próprio racismo. Como existir em um contexto em que a própria existência – passada, presente e futura – é cotidianamente negada? Em que consiste o esforço para estabelecer a própria imagem, reivindicar o próprio imaginário? São essas algumas das perguntas implícitas em O negro visto por ele mesmo, registro precioso sobre o que é ser negro, e se perceber negro, no Brasil. A edição também conta com prefácio de Alex Ratts, posfácio de Muniz Sodré, orelha de Renata Martins e quarta capa de Bethania Nascimento Freitas Gomes.
"Direitas", "novas direitas", "onda conservadora", "fascismo", "reacionarismo", "neoconservadorismo" são algumas expressões que tentam conceituar e dar sentido a um fenômeno que é protagonista nos cenários nacional e internacional de hoje, após seguidas vitórias dessas forças dentro do processo democrático. Trump, Brexit e a popularidade de Bolsonaro integram as dinâmicas das direitas que a coletânea busca aprofundar a partir de ensaios escritos por grandes pensadores da atualidade. Tendo como foco central o avanço dos movimentos de direita, os textos analisam sob as mais diversas perspectivas o surgimento e a manutenção do regime de ódio dentro do campo político. Luis Felipe Miguel abre o livro apresentando os três eixos da extrema-direita brasileira: o libertarianismo, o fundamentalismo religioso e o revival do anticomunismo. Silvio Almeida continua o raciocínio discorrendo sobre a distinção entre o conservadorismo clássico e o neoconservadorismo atual, para o qual a democracia não passa de um detalhe incômodo. Carapanã tenta responder à pergunta de como chegamos a este cenário de recessão democrática analisando os ataques ao Estado na América Latina e no Brasil. Flávio Henrique Calheiros Casimiro trabalha a cronologia da reorganização do pensamento e da ação política das direitas brasileiras, buscando suas raízes nos anos 1980. Camila Rocha questiona a caracterização das novas direitas brasileiras como militância ou como resultado do financiamento de organizações que articulam think tanks globalmente. Rosana Pinheiro-Machado e Lucia Mury Scalco analisam as transformações da juventude periférica, que migrou da esperança frustrada para o ódio bolsonarista na última década. Ferréz também traça um retrato das periferias e do reacionarismo contido nelas, com uma linguagem forte e poética. Rubens Casara escreve sobre a direita jurídica de tradição antidemocrática, marcada por uma herança colonial e escravocrata. Edson Teles reflete sobre a militarização da polít
Este livro faz uma travessia pelo país conduzida pelo olhar de repórter de Eliane Brum. Ela, que se apresenta como “escutadeira”, nos carrega por vários Brasis em dez grandes reportagens feitas na primeira década do século 21. Em cada uma, Eliane revela a história dentro da história, ao narrar os bastidores a partir dos dilemas, das descobertas e também das dores a que se lança um repórter disposto a se interrogar sobre sua própria jornada. Esta nova edição, revista e ampliada, inclui o texto inédito “Os limites da palavra”, no qual a autora fala de dois desacontecimentos recentes que a levaram a uma profunda investigação sobre o ofício de repórter.
A partir de informações históricas, antropológicas, psicanalíticas e literárias, além das referências mais atualizadas da biologia molecular, da neurofisiologia e da medicina, o neurocientista compõe uma narrativa instigante sobre a ciência e a história do sonho.
Ó pa í, prezada: racismo e sexismo institucionais tomando bonde nas penitenciárias femininas é o segundo livro de Carla Akotirene, que também publicou Interseccionalidade, pela coleção Feminismos Plurais. Nele, a autora se baseia numa metodologia afrocentrada para colher e analisar dados sobre a ausência de políticas públicas em gênero e raça para mulheres encarceradas em Salvador. Este estudo é um retrato fiel e necessário do panorama geral das penitenciárias brasileiras e traz luz a uma conjuntura à qual precisamos estar atentos, enquanto sociedade em que o encarceramento em massa, especialmente da população negra e pobre, é uma epidemia.
Neste livro poderoso, Cida Bento ― eleita em 2015 pela The Economist uma das cinquenta pessoas mais influentes do mundo no campo da diversidade ― denuncia e questiona a universalidade da branquitude e suas consequências nocivas para qualquer alteração substantiva na hierarquia das relações sociais. Diante de dezenas de recusas em processos seletivos, Cida Bento identificou um padrão: por mais qualificada que fosse, ela nunca era a escolhida para as vagas. O mesmo ocorria com seus irmãos, que, como ela, também tinham ensino superior completo. Por outro lado, pessoas brancas com currículos equivalentes ― quando não inferiores ― eram contratadas.
No primeiro volume de sua trilogia O país dos privilégios , Bruno Carazza enfrenta os meandros do corporativismo estatal para desnudar as regalias e benesses no topo das carreiras do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. A partir da análise das folhas de pagamento de tribunais, ministérios, parlamentos e Forças Armadas, entre outras instituições do Estado brasileiro, o autor revela as estratégias mobilizadas na defesa e promoção de interesses privados destoantes da realidade socioeconômica do país. A despeito das frequentes polêmicas na mídia e na Justiça, a força política dos verdadeiros “donos do poder” continua sendo o principal obstáculo para a implementação de uma reforma administrativa capaz de acabar com os inúmeros benefícios do serviço público. Baseado em sólida pesquisa e dados abrangentes, Carazza narra muitas histórias de quem conhece os bastidores do poder e apresenta possíveis soluções para as distorções entre remuneração e produtividade nos altos escalões do Estado.
A gestação, o parto e o pós-parto vivenciados por mulheres adeptas da religião Daime é a principal investigação de O Parto na Luz do Daime: corpo e reprodução entre mulheres na vila Irineu Serra, título da coleção Antropologia e Saúde. Escrita pela antropóloga Juliana Barretto, a obra é fruto da tese de doutorado defendida pela autora, em 2019, no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O título entrelaça a cultura do daime no Acre e a assistência ao parto de mulheres “oasqueiras”, que fazem uso da Ayahuasca – bebida produzida a partir da combinação de ervas psicoativas da Amazônia, que também pode ser chamada de daime – no ritual da crença adotada.
Este livro apresenta as técnicas que facilitam e promovem a produção e a defesa de um trabalho científico. Mostra a construção de um projeto de pesquisa com diversas explicações práticas, seguida por um estudo dos demais modelos de trabalhos científicos em suas especificidades: o resumo e a resenha, o artigo científico, a monografia, a dissertação ou uma tese. Além disso, trata da maneira de se fazer as citações e as referências bibliográficas e de se divulgar um trabalho científico em eventos acadêmicos.
O patriarcado do salário, da filósofa italiana Silvia Federici, traz ao leitor uma série de artigos que abordam a relação entre marxismo e feminismo do ponto de vista da reprodução social. Retomando diversas discussões presentes nas obras de Karl Marx e Friedrich Engels, a autora aponta como a exploração de trabalhos como o doméstico e o de cuidados, exercido sem remuneração pelas mulheres, teve e tem papel central na consolidação e na sustentação do sistema capitalista.Revisitando a crítica feminista ao marxismo e trazendo para o debate perspectivas contemporâneas sobre gênero, ecologia, política dos comuns, tecnologia e inovação, Federici reafirma a importância da linguagem, dos conceitos e do caráter emancipador do marxismo. Ao mesmo tempo, esclarece por que é preciso ir além de Marx e repensar práticas, perspectivas e ativismo a fim de superar a lógica social baseada na propriedade privada e desenvolver novas práticas de cooperação social.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.