Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
m “Cozinha é lugar de mulher?” Bianca Briguglio procura desmistificar o mundo da gastronomia como vem sendo apresentado na mídia hegemônica nos últimos anos. A representação glamourizada do trabalho em cozinhas, baseado na paixão e dedicação de resignados profissionais dispostos a tudo para obter sucesso e reconhecimento. O que a autora revela, baseada em sua pesquisa de doutorado e entrevistas com cozinheiros e cozinheiras, é um cotidiano atravessado por longas e duras jornadas de trabalho, baixos salários, informalidade, rotatividade e, em muitos casos, assédio moral e sexual. A partir de uma perspectiva sociológica que considera as relações de gênero, classe e raça/ etnia, a autora apresenta um panorama sobre a realidade dos profissionais de cozinhas que ultrapassa o ambiente de trabalho, relacionando-se ao trabalho doméstico, ao tempo dedicado à família, lazer e descanso. A extensão da jornada, assim como as condições de trabalho e a necessidade de realizar uma série de outras atividades para gerar renda, tem impacto decisivo sobre as relações pessoais e dentro das famílias, de maneira diferente para homens e mulheres, brancos e não brancos. A masculinização das cozinhas profissionais, um processo histórico que a autora investiga, desemboca em obstáculos e dificuldades adicionais para as mulheres neste segmento profissional, sobretudo as mulheres negras, que se deparam com o machismo e o racismo combinados.
Destaca-se na obra um mérito importante, o de posicionar-se de forma clara, aberta e entusiasmada sobre a necessidade da união de todos para o combate ao uso das drogas, sobretudo, o relacionado ao crack. Não interessa o partido que esteja no poder, desde que ele se mostre sensível e com competência para trazer benefícios às pessoas atingidas pelas consequências do uso da droga, louvando a iniciativa de empresas, da mídia e de indivíduos que se integram à campanha de combate às drogas.
Este livro traz de volta ao público brasileiro estudos fundamentais de Paul Singer sobre um período decisivo da formação do capitalismo no Brasil, tendo como referência dois momentos de intenso crescimento econômico: a segunda metade dos anos 1950, os anos JK, e o chamado milagre brasileiro, o ciclo de altas taxas iniciado em 1968, sob Delfim Netto e o manto da ditadura militar implantada em 1964.
A publicação deste livro sobre doenças raras envolvendo narrativas, memórias e trajetórias de cuidado com familiares de crianças e adolescentes com doenças raras constitui um passo importante nas pesquisas que a socióloga e psicóloga Martha Moreira vem desenvolvendo sobre condições crônicas complexas em saúde no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz. A pesquisa tem o mérito de penetrar na trama das doenças raras a partir de diversos enfoques que consideram tanto a definição do tema, como as memórias e trajetórias de familiares e as pesquisas ações de apoio em desenvolvimento. Dados da Global Genes, organização internacional sem fins lucrativos, demonstram que existe aproximadamente 350 milhões de indivíduos no planeta que manifestam algum dos sete mil distintos tipos de doenças raras. Tais informações confirmam a importância de estudos que organizem as informações sobre as condições de vida e de cuidados destes indivíduos.
“Crianças que não veem o sol” apresenta ao leitor o universo inimaginável de uma enfermaria pediátrica onde, meninas e meninos que sofrem condições crônicas complexas de saúde passam por longos períodos de internação. As páginas deste livro mostram o que é esse passar o tempo entre grades e paredes hospitalares. Ao mesmo tempo, ressalta o importante investimento humano, profissional e tecnológico que subsidia a existência e a qualidade de vida dessas crianças e o quanto esse cuidado transforma a vida de quem os cuida. Embora sejam apresentados casos que carregam muito sofrimento, o livro conta belas histórias de amor e superação e revela os avanços da biotecnologia que, atualmente, amplia as possibilidades de viver com dignidade. Esta obra, premiada como a melhor tese na área de saúde coletiva do ano de 2022 pela Fiocruz, é considerada pelas autoras como parte de sua missão de promover reflexões e ações relacionadas ao cuidado com tais crianças e seus familiares. Mas seu escopo é mais geral: destina-se a todos os profissionais e estudantes do campo da saúde e aos cidadãos que prezam por um atendimento do SUS que leve em conta o indivíduo em toda a sua plenitude, ainda que precise contar com cuidados intensos e longos e apoio tecnológico.
Publicação se dedica a desbravar as contradições relacionadas à economia política, comunicação, políticas públicas de saúde e educação, além da condição geral dos trabalhadores, aprofundadas em tempos da pandemia da Covid-19. Livro reúne artigos de professores e pesquisadores da Escola Politécnica e também das Universidades do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Federal Fluminense (UFF), Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Rio de Janeiro:
Este livro traz contribuição importante ao mergulhar, através de uma análise documental detalhada, em estratégias empresariais, suas relações com o público, e na complexa interação entre crise econômica, crise sanitária e o sistema de saúde brasileiro. Explora como o crescimento do setor privado, muitas vezes sustentado por subsídios, se interlaça e se contrapõe ao SUS. E assim avança o “universalismo privatizante”, se manifestando no crescimento da prestação privada de serviços. Não menos importante, discute ainda como essas dinâmicas reforçam as desigualdades no acesso à saúde, propondo uma reflexão essencial para o futuro das políticas públicas no Brasil.
De todos os humanos, o negro é o único cuja carne foi convertida em mercadoria. Aliás, negro e raça têm sido sinônimos no imaginário das sociedades europeias. Desde o século XVIII, constituíram ambos o subsolo inconfesso e muitas vezes negado a partir do qual se difundiu o projeto moderno de conhecimento e também de governo. Será possível que a relegação da Europa à categoria de mera província do mundo acarretará a extinção do racismo, com a dissolução de um de seus mais cruciais significantes, o negro? Ou, pelo contrário, uma vez desmantelada essa figura histórica, todos nós nos tornaremos os negros do novo racismo fabricado em escala global pelas políticas neoliberais e securitárias, pelas novas guerras de ocupação e predação e pelas práticas de zoneamento? Neste ensaio ao mesmo tempo erudito e iconoclasta, Achille Mbembe empreende uma reflexão crítica indispensável para responder à principal questão sobre o mundo contemporâneo: como pensar a diferença e a vida, o semelhante e o dessemelhante?
No ano do centenário de fundação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) a Boitempo e a Fundação Astrojildo Pereira relançam um autor fundamental da nossa cultura: Astrojildo Pereira (1890-1965). Crítica impura é uma das cinco novas edições de obras lançadas em vida pelo fundador do PCB. Editado originalmente em 1963, Crítica impura foi o último livro publicado por Astrojildo. Seu conteúdo é uma reunião de textos publicados originalmente em diferentes jornais e revistas e selecionados para compor três eixos temáticos. A primeira parte é dedicada à literatura, com estudos sobre a vida e obra de autores como Machado de Assis, Eça de Queiroz, Monteiro Lobato, José Veríssimo e outros. Nesse momento, pode-se ver a produção que colocou Astrojildo entre os principais críticos literários brasileiros. A segunda aborda a China comunista na qual Astrojildo analisa uma série de relatos de viagens sobre o país asiático feitos durante os anos 1950 e 1960. Apresenta-se, então, um militante comunista atento ao processo revolucionário chinês que havia ocorrido há pouco. O último eixo tem como assunto comum as vinculações entre política e cultura, reunindo textos de intervenção pública que marcaram a trajetória política de Astrojildo em diversos debates centrais do Brasil da metade do século XX. A nova edição conta com uma nova padronização editorial e atualização gramatical. Foram incorporados novos textos buscando enriquecer a experiência de leitura. O prefácio é assinado pela jornalista Josélia Aguiar e a orelha pelo jornalista Paulo Roberto Pires. Tais especialistas conseguiram desvendar diversos aspectos fundamentais da relevância de Astrojildo para o mundo cultural brasileiro no século XX. Um texto de Leandro Konder (1936-2014) sobre a vida e a obra de Astrojildo Pereira foi incluído como anexo. Konder, que foi um amigo pessoal de Astrojildo, apresenta nesse raro texto, editado uma única vez, uma síntese da biografia do personagem, mas não só, destaca também aspectos de sua personalidade, demonstrando o conhecimento íntimo sobre seu objeto. Em outros termos, trata-se de um observador privilegiado.
Felipe Demier nos brinda com esta coletânea de textos pela qual afirma-se, mais uma vez, como um dos principais ensaístas políticos da nossa geração. Aqui, reúne crônicas sobre um período no qual, dramaticamente, o neofascismo no governo defronta-se com uma crise sanitária, econômica e social mundial de proporções inéditas. Nesses marcos, Demier reflete, com a mordacidade e a ironia que lhe são características, sobre estes dias tão estranhos. Nos lembra que, apesar de o futuro não ser mais como era antigamente, ainda podemos mudar o mundo. Desde que não permitamos que nos roubem a coragem. Para tanto, este livro é um enfático convite.
O conteúdo do livro apresenta resultados de uma pesquisa de doutorado que nos faz refletir sobreas relações intersubjetivas e as abordagens realizadas pelos trabalhadores de saúdeno cuidado ao usuário de crack no contexto da rede social de apoio formal em Fortaleza. O oferecimento de cuidado em saúde na rede social de apoio é pautado muitas vezes na homogeneização do usuário crack. Independente do local de tratamento, a atenção à saúde deve atender ao pressuposto da singularidade do cuidado, da compreensão da complexidade e da autonomia de cada sujeito, que, além de ser um usuário do sistema, é um cidadão protagonista do seu percurso terapêutico. Diante da complexidade das questões expostas, dá-se conta dos grandes desafios a serem enfrentados pelos serviços de saúde e do necessário diálogo com vistas a uma transição para um modelo de cuidado mais integral e humanizador.
Este livro traz relatos de experiências de atendimentos pontuais on-line, oferecidos por um grupo voluntário, o Time Humanidades, composto por psicólogos e psiquiatras durante os primeiros 9 meses da pandemia do Covid-19 no Brasil. Algumas situações vivenciadas foram selecionadas e registradas por este grupo de profissionais da área da saúde mental, que se uniram profissionalmente por meio de um sentimento comum: a solidariedade.
Cuidados de Enfermagem em Especialidades Pediátricas tem sua base de conhecimentos e de prática hospitalar no Hospital Infantil Darcy Vargas, um dos centros de referência na assistência da criança gravemente enferma. A obra procura marcar passo a passo a linha de conduta de cada equipe frente ao tipo de afecção. E por consequência, divide-se em seções que bem refletem essa ideologia tão importante para assistência de enfermagem. Cuidados de Enfermagem em Especialidades Pediátricas é trabalho que, sem sombra de dúvida, por nascer da experiência hospitalar, em consequência de seu sentido pratico, muito ensinará a todos os enfermeiros que atuam nos ambientes hospitalares e ambulatoriais, dando-lhes condições de conhecimento e outras técnicas para aprimorarem e melhor se qualificarem neste tipo tão importante e emergencial de atendimento.
O envelhecimento da população é um fenômeno universal, sendo que nos países emergentes a velocidade desse processo é mais significativa. No Brasil, em 1950 a população de indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos representava 4,9% do total e a estimativa é que chegue a 23,6% em 2050. Essa população passará a depender cada vez mais de cuidadores e profissionais de Enfermagem para ajudá-la suas limitações físicas e emocionais. "Cuidados de Enfermagem em Geriatria" é ferramenta indispensável para os profissionais de Enfermagem que atuam e pretendem atuar no atendimento dessa população. Para que a assistência de Enfermagem ao idoso seja oferecida com qualidade isenta de imperícia, imprudência ou negligência, esses profissionais devem estar imbuídos de conhecimento científico e detalhado relativo aos cuidados adequados a serem oferecidos a esta clientela. Em virtude disso, o livro traz informações sobre as diversas patologias e os cuidados relacionados ao idoso, abordando desde o envelhecimento cutâneo; catarata e glaucoma; hipertensão arterial sistêmica; doença de Alzheimer; doença de Parkinson; perda de memória; síndrome demencial; acidente vascular encefálico; insuficiência cardíaca coronariana; doença pulmonar obstrutiva crônica; aterosclerose; nefropatia diabética; câncer de próstata; osteoporose e osteomalacia, até o cuidado em assistência ambulatorial para o idoso portador de DST, como a AIDS.
Este livro tem como principal objetivo tornar-se fonte segura e ampla de consulta, educação, pesquisa e guia para a construção de uma prática entre leigos e acadêmicos na área de cuidados paliativos, e com isso, torna-se um clássico por excelência nessa temática. Reúne textos dos maiores especialistas brasileiros na área...
Cuidados Paliativos na Prática Clínica em Tempos de COVID-19 retrata as ações do Núcleo Técnico Científico em Cuidados Paliativos realizadas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a partir do início do ano de 2020, ocasião da maior mobilização da história deste complexo hospitalar, voltada para o atendimento de uma crise sanitária. Relata as experiências vividas pela equipe no atendimento a pacientes acometidos por formas moderadas a graves da COVID-19 e aqueles que, em condição de doença avançada e com outros diagnósticos, foram elegíveis para Cuidados Paliativos. Uma atuação inédita. A obra foi organizada em 3 seções, apresentadas e prefaciadas separadamente. Seção I – A organização do trabalho no contexto da emergência sanitária e os aspectos técnicos da prática clínica do atendimento em Cuidados Paliativos prestado no HCFMUSP durante a pandemia. Seção II – Vivências e experiências com pacientes e familiares. Ênfase especial é dada aos aspectos biográficos do paciente, sob forma narrativa, e suas relações com o sofrimento vivenciado. Seção III – Visão voltada para o profissional de saúde em sofrimento. Suas expressões psíquicas, emocionais e alternativas encontradas visando seu equilíbrio perante os desafios. O público-alvo é formado por profissionais da área da saúde envolvidos diretamente, ou não, no cuidado a pacientes acometidos pela COVID-19 e com interesse em conhecer por que os Cuidados Paliativos se firmam como uma prática assertiva nesta pandemia, as respostas obtidas nesse trabalho e que pretendem gerar reflexões sobre a necessária mudança do paradigma assistencial em saúde, para além desta fase crítica. Não se trata de um livro sobre... mas um livro de Cuidados Paliativos.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.