Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Este livro examina a doutrina de filósofos revolucionários, como referencial teórico obrigatório para as correntes do anarquismo que associam a revolta individual e de massa contra o Estado a um projeto de gestão coletiva e voluntária da produção social.
“Uma mentira pode dar a volta ao mundo no mesmo tempo que a verdade leva para calçar seus sapatos.” Mark Twain Aos olhos dos seus eleitores, as *deficiências* dos líderes populistas se transformam em qualidades , sua inexperiência demonstra que não pertencem ao círculo da “velha política”, e sua incompetência é uma garantia da sua autenticidade. As tensões que causam em nível internacional são vistas como mostras de sua independência, e as fake News , marca inequívoca de sua propaganda, evidenciam sua liberdade de pensamento. No mundo de Donald Trump, Boris Johnson, Matteo Salvini e Jair Bolsonaro , cada dia traz sua própria gafe, sua própria polêmica, seu próprio golpe brilhante.
Os líderes e as massas: escritos de 1921 a 1926, nova obra da coleção Escritos Gramscianos, reúne 34 textos redigidos por Antonio Gramsci entre 1921 e 1926, dos quais 29 são publicados pela primeira vez no Brasil. Os artigos apresentam uma fase do amadurecimento intelectual do pensador sardo e dão continuidade a suas ideias sobre a democracia dos conselhos e a nova ordem que deveria se traduzir na transformação das grandes massas populares.
A obra “Pandemia no Brasil: Fatos, falhas… e atos”, do sociólogo Gustavo Gumiero, ajuda o leitor a entender os dois primeiros anos de covid-19 no país. O autor traça um retrato da pandemia, desde o início de 2020, quando os primeiros casos foram registrados no Brasil. Com um olhar crítico, Gumiero elenca os fatos e analisa as ações realizadas e, mais ainda, as que deixaram de ser colocadas em prática e que culminaram no grande número de mortes pela doença em território nacional. É uma obra essencial para quem deseja compreender e refletir sobre esse momento ímpar da história.
Ao propor um balanço histórico sobre a problemática do desenvolvimento nacional, assim como a da condição subdesenvolvida brasileira, o professor João Paulo nos brinda com um corajoso livro que articula, a um só tempo, a crise mundial civilizatória e a perpetuação do nosso passado bárbaro, em que a utopia industrialista fora apenas um interregno. A obra deste autor também é prenhe de bravura, porque ressuscita um gênero historiográfico praticamente extinto, considerado academicamente ultrapassado, que é o ensaio. O estilo exige capacidade de síntese, com um sentido que não se constitui mero exercício diletante, mas, aquele que se compromete com uma causa política, o que amplia o rigor da análise e exige tomar partido. Em se tratando de um objeto tão disputado retoricamente, e ao mesmo tempo tão distante da realidade atual que é o desenvolvimento como promessa de bem-estar, o livro se mostra audacioso. A leitura radical e profunda da “anatomia da crise”, como forma societária da humanidade em catástrofe, e sua expressão neocolonial no Brasil, faz o autor defender uma tese agonizantemente necessária: a fuga das armadilhas desenvolvimentistas, visto que se impõe a própria urgência de superação do modo de produção capitalista. Esta leitura é, portanto, imprescindível! - Fábio Campos (Professor do Instituto de Economia da Unicamp).
Junho de 2013 representa uma ruptura e a data transformou-se em um marco de mudança do paradigma da participação social até então vigente. A multidão tomou as ruas e novíssimos atores entraram em cena, como o MPL – Movimento Passe Livre. A democracia passou a ser tensionada e os órgãos institucionais e partidários questionados. Desde então a política toma as ruas via o ativismo digital, que convoca e organiza grandes manifestações. O tema da participação social tem dupla dimensão de abrangência: na sociedade civil e na sociedade política/estatal. O livro faz um mapeamento dos grupos e movimentos que atuam no cenário brasileiro desde a década de 1960, com destaque para 1968 e os movimentos populares na década de 1970 e início dos anos de 1980. Após o período de redemocratização e a implementação da Carta Constitucional de 1988 analisam-se as políticas e espaços participativos institucionais, o crescimento dos movimentos identitários no espaço urbano, em questões de gênero, etnia e raça, e a proliferação de movimentos rurais.
"Política e religião sempre andaram juntas: na Pré-história, na Antiguidade, desde sempre e até hoje, mesmo que sob formas não tão evidentes." "O cotidiano saturado de políticas permeadas pelas guerras culturais tem vocação beligerante contínua." "Seja lá o que for a ‘verdade’, ela nunca interessou à democracia na construção cotidiana do poder." "O homem comum não se preocupa muito com liberdade de expressão e troca facilmente qualquer regime por uma janta melhor. É um fetiche achar que o homem comum ama a democracia." "A política no cotidiano é a colonização deste por aquela. Aviso que a consciência desse processo pode causar mal-estar em quem decidir segui-lo até o fim. Esse processo pode ser de algum modo libertador, como toda forma de expectativa superada sempre é. Só se pode refletir a sério acerca da política sem alimentar qualquer expectativa com relação a ela. Pensar sobre a política do cotidiano é olhar de perto como distintas formas de poder se espalham e inundam o mundo para além das próprias instituições políticas e seus profissionais, e não apenas pensar no cotidiano como um dia atrás do outro." - Luiz Felipe Pondé
Este não é mais um livro sobre política, é sim um livro para pensar a política e nos fazer lembrar que somos indispensáveis para que ela funcione. O entendimento da política como característica da vida humana tem se desgastado e isso faz com que se entenda a política como algo a ser evitado.
Os movimentos sociais trazem novas questões à sociedade e aos intelectuais. Como funcionam, quais sãos seus objetivos e demandas? Este livro busca respondê-las ao discutir, a partir da Psicologia Política, as práticas de vários movimentos, como: o MST, a Parada LGBT, as Jornadas de Junho, o movimento guerrilheiro, o terrorismo, as políticas sociais e a lesbianidade na mídia.
O livro Ponto-final, de Marcos Nobre, faz uma análise sóbria, cristalina e quente do terremoto político que tomou conta do Brasil. Nos últimos anos, Marcos Nobre se consolidou como um dos analistas políticos mais agudos do país. Seus artigos e entrevistas, publicados de forma regular em diversos veículos da imprensa, iluminam a realidade brasileira com doses generosas de clareza e complexidade. Neste livro, essas qualidades saltam à vista. A pandemia, segundo o autor, acentuou o traço decisivo do governo Bolsonaro: a política de guerra, em que o adversário político se torna um inimigo a ser exterminado. Em sua cruzada autoritária, o atual governante visa nada menos que a destruição da democracia. Como foi possível a eleição de um líder assim? Que tipo de governo ele conduziu até a chegada da Covid-19? O que a pandemia significou para a maneira de fazer política que ele instaurou? Com lucidez e sobriedade, Nobre responde a essas e outras questões. Seu texto é um chamado ao diálogo. "A raiva desmensurada que desperta o escárnio presidencial pela vida precisa encontrar a sua devida canalização institucional democrática", lembra o autor. É preciso encontrar um modo de sair do impasse. Insistir na intolerância contra seus apoiadores é aceitar o desejo de morte que fundamenta o discurso do presidente. E isso apenas fortalece a cultura bolsonarista.
O PT foi o grande vencedor de eleições presidenciais da Nova República, produziu seu líder mais popular e, de certa forma, representa as vitórias e derrotas do Brasil no período. Talvez por isso, também tenha virado o bode expiatório dos defeitos do sistema para parte do público brasileiro. Com prosa brilhante e argumentação rigorosa, o sociólogo Celso Rocha de Barros passa a limpo meio século da história nacional e reconstrói a trajetória da mais amada e mais odiada de nossas agremiações políticas. Para além de esmiuçar as idiossincrasias da legenda, PT, uma história joga luz sobre as possibilidades e os limites da experiência da sociedade brasileira, uma democracia de alta desigualdade, com viés conservador.
Este livro vai na veia de uma das maiores contradições políticas de nossos tempos: diante de um governo que se abre e impulsiona o avanço do agronegócio no Brasil, o movimento social de maior peso em nossa história, cujo objeto de disputa é justo […] o direito a terra, trabalho e liberdade, se esmaece, freia suas intervenções e se vê enredado numa política de conciliação entre inconciliáveis. […] um livro que mapeia o que sempre fomos desde a colonização e o que sempre seremos sob as regras desse projeto societário baseado na ordem do capital, desigual e excludente por natureza […] que traça os nossos retrocessos no avanço, o nosso atraso na modernidade, ou o atraso que a modernidade é. Que nos mostra com clareza e argúcia que a acumulação primitiva é permanente num mundo em que acumular é a regra. Que, por vias indiretas, nos faz notar que a estratégia de encapsulamento e cooptação dos movimentos organizados, ao provocar certo apagamento da perspectiva progressista e, sobretudo, dos tensionamentos políticos por ela engendrados, encaminha o cenário para um recrudescimento do ultraconservadorismo, como, de fato, muito rapidamente se verificou no Brasil. MARISA AMARAL - UFU.
Reatando um fio interrompido: a relação universidade-movimentos sociais na América Latina” se aproxima da inspiração do movimento reformista de Córdoba (1918) ao olhar para atuação de pesquisadores(as)-extensionistas nas fábricas recuperadas, na agroecologia e na habitação popular. Ao mesmo tempo, o livro de Henrique Tahan Novaes se distancia da extensão universitária assistencialista e autoritária que impõe às classes populares uma forma de compreender o mundo e de desenvolver ciência e tecnologia. Este livro é parte do esforço do autor de encontrar, em meio aos escombros, as possibilidades de construção de alternativas tecnológicas para uma possível e desejável sociedade para além do capital.
À medida que a democracia brasileira enfrenta uma crise de legitimidade, crescem as divisões políticas entre cidadãos católicos, evangélicos e não religiosos. O que causou a polarização religiosa na política brasileira? A política religiosa fortalece ou enfraquece a democracia? Religião e a democracia brasileira – Dos bancos das igrejas para as urnas usa anedotas envolventes e se baseia em uma riqueza de dados de pesquisas e experimentos de pesquisa com clérigos, cidadãos e legisladores, para explicar as causas e consequências das “guerras culturais” do Brasil. Embora os partidos políticos criem conflitos de guerra cultural em democracias estabelecidas, no fraco sistema partidário do Brasil, os líderes religiosos, em vez disso, geram divisões. O clero alavanca a política legislativa e eleitoral estrategicamente para promover seus próprios objetivos teológicos e ajudar seus grupos religiosos a competir. No processo, eles geralmente lideram políticos e congregados. Em última análise, a política religiosa empurra a política brasileira para a direita e fragmenta ainda mais os partidos. No entanto, Religião e a democracia brasileira também demonstra que a política liderada pelo clero estabiliza a democracia brasileira e aumenta a representação.
O título do livro 'Sintomas Mórbidos: A encruzilhada da esquerda brasileira', escrito pela socióloga, feminista e uma das youtubers mais radicais à esquerda nas redes, Sabrina Fernandes, remete ao interregno pensado pelo revolucionário italiano Antonio Gramsci na famosa passagem do seu Cadernos do Cárcere: “o velho está morrendo e o novo não pode nascer; neste interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece”. Isso se encaixa como uma luva no Brasil contemporâneo depois do verdadeiro terremoto político causado pelas manifestações de Junho de 2013 e seus ecos. O equilíbrio desequilibrado que sustentava a frágil democracia liberal brasileira, aparentemente, se desfez. Como consequência, temos um perturbador entretempo: de fragmentação das esquerdas e ascensão da extrema-direita — sobre o qual Sabrina Fernandes disserta, por uma perspectiva marxista, apresentando a noção crise de práxis como uma chave para o entendimento do que se passa, ao passo que possibilita (e mira!) na superação da pós-política e da ultrapolítica e na construção de uma utopia concreta e realizável, fator crucial na revolução necessária do nosso porvir.
Esta obra é um retorno à teoria da democracia e à crítica da economia política de Rosa Luxemburgo, com descobertas reveladoras. A razão antidogmática da autora tem permitido a abertura de caminhos críticos, avessos à ortodoxia, e, dentre eles, o primeiro percorrido aqui discute a relação entre capitalismo e dominação política. Apreensiva com os riscos de autoritarismo na Rússia revolucionária, Luxemburgo reflete sobre a relevância da democracia no socialismo. Com isso, levanta questões sobre a participação de baixa intensidade do Estado burguês e a necessidade de alargar as instituições à maioria popular, como condição de mudança social. O segundo caminho desvela a complexidade da teoria luxemburguista da acumulação do capital. Para a autora, a dinâmica capitalista sempre esbarra em limites que bloqueiam a possibilidade de efetivação do mais valor criado. Para superá-los, recorre a espaços não capitalistas que, violentamente tomados, podem realizar a mais-valia por completo. Nos textos aqui apresentados, diferentes gerações se confrontam com essas duas discussões; ora são críticas, ora entusiastas. O resultado é um reexame consistente que mostra a importância de Luxemburgo para entender as violências do capitalismo, hoje escancaradas entre nós. Nascida de um experimento didático às vésperas do novo autoritarismo brasileiro, esta obra transbordou para análises experimentadas. Uma reunião que reconhece a força de Luxemburgo para o pensamento e lutas sociais. Conforme o chamado de Eduardo Galeano, o sapato de Rosa foi recolhido. E que ele continue a ser recolhido cada vez mais.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.