Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Uma investigação cultural e biológica do ódio, do preconceito e da guerra Articulando exemplos e estudos que vão da biologia até a literatura, o filósofo da ciência Michael Ruse enfrenta uma das mais espinhosas perguntas acerca da natureza humana: quais as raízes do ódio? Explorando temas como grupos e pertencimento, agressividade e cordialidade, racismo, antissemitismo e misoginia, Ruse traz neste ensaio contribuições da biologia, da arqueologia, da psicologia e da antropologia para refletir sobre a questão do ódio, tanto como um fenômeno a ser entendido quanto como um impulso a ser refreado.
O livro negro dos sentidos é erótica criAção de mulheres negras mobilizadas para organizar, ilustrar, escrever e protagonizar uma obra literária distanciada da objetificação e dos estereótipos comumente associados às ‘corpas’ negras.
Autora de importantes obras que discutem os ataques ao meio ambiente por grandes empresas e o efeito desastroso de um mau uso do solo, a doutora em física quântica e ativista ambiental Vandana Shiva faz nesse livro uma volta a suas raízes, revendo uma trajetória que acabaria por definir os movimentos em que se engajou.
Pensadora da comida, Neide Rigo é uma cronista de mão cheia. Neste livro, ela conta sua relação generosa e simples com a comida e seus encontros com pessoas que trazem repertórios vegetais e culinários de diversas trajetórias culturais. Entusiasta das Panc (plantas alimentícias não convencionais), Neide busca mapear o que há de local a ser incorporado à mesa em cada cidade, em cada região: uma fruta específica daqui ou dali, uma folhagem que parece mato, uma semente normalmente descartada, tudo isso pode ser aproveitado numa alimentação saudável se houver um olhar atento e disposição para a pesquisa.
Em O desejo dos outros, Hanna Limulja oferece uma porta de entrada ao mundo yanomami através dos seus sonhos. Com o que sonham? O que significa sonhar e por que é importante? Entre os Yanomami, os sonhos não são desejos inconscientes do sujeito, como descreve a psicanálise: sonhar é habitar outros mundos, deparar com outros seres e, nesses encontros, mobilizar-se pelo desejo dos outros.
Por que mulheres têm tantas queixas na esfera do amor? De se sentirem não amadas, de não receberem tanto afeto quanto gostariam ou sentem que oferecem e, um fato que sempre me encucou, simplesmente por estarem sozinhas? Por que quando não têm alguém se sentem ?encalhadas?? Por que mulheres que são mães carregam tanta culpa? E as que não são, por que se sentem na obrigação de estarem disponíveis a cuidar dos demais? E, de outro lado, por que os homens, diferentemente das mulheres, se preocupam-se tanto com o seu desempenho no trabalho e na vida sexual? Por que certas experiências, como, por exemplo, o desemprego, a aposentadoria ou a impotência, são tão ameaçadoras para eles enquanto homens?" Essas são as questões que, nas palavras da Prof.a Dr.a Valeska Zanello, nortearam a escrita deste livro.
Relato tocante e surpreendente que costura depoimento pessoal, imaginação sociológica e narrativa biográfica, Submundo é um livro único. Abdias ora narra, ora cede a palavra aos companheiros de cárcere; ouve confissões, pergunta, pondera, se compadece. Entremeado na história, o autor faz uma rara e preciosa reconstrução da gênese do Teatro do Sentenciado, antecessor do TEN (Teatro Experimental do Negro), que viria a se tornar um marco na história da dramaturgia brasileira.
Lançado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz), o documento é resultado de um projeto realizado em 2023-2024 realizado por sete GTs da Abrasco em parceria com setores do movimento social que atuam em defesa da vida diante dos perigos dos agrotóxicos. O documento aborda as múltiplas consequências do uso de agrotóxicos na saúde reprodutiva, com estudos que apontam que a exposição a essas substâncias perigosas provoca alterações hormonais e genéticas em células reprodutoras e nos embriões, com o aumento da infertilidade, do risco de partos prematuros, abortamentos, malformações congênitas, além de neoplasias e distúrbios endócrinos. Espera-se que o dossiê subsidie políticas públicas de atenção e cuidado da vida contra essas nocividades e estimule de modo significante a pesquisa sobre esse tema em todo o território nacional.
O livro Saúde da mulher: o olhar de um grupo de pesquisa mostra que a atenção às mulheres tem por objetivo promover atenção integral e de qualidade à saúde das mulheres em todas as nuances do seu ciclo de vida, considerando diversas questões como: identidade de gênero, idade, raça/etnia, orientação sexual e fatores sociais, econômicos e históricos que têm impacto direto na saúde e vida das mulheres.
A reflexividade, tema que perpassa toda a obra de Bourdieu, é posta em foco neste livro. Este livro reúne textos de Pierre Bourdieu sobre a necessidade de uma ciência social reflexiva, ou seja, que analisa a si mesma e seus métodos. É uma leitura essencial para aqueles que buscam uma ciência crítica, consciente de seus limites e capaz de contribuir para a transformação social.
Vencedor do Prêmio Jabuti Acadêmico 2024: 1º lugar na categoria Ciências Biológicas, Biodiversidade e Biotecnologia. Mauro Galetti faz sua estreia com um livro que é um misto de autobiografia com reflexão sobre o futuro da vida na Era dos Humanos, o Antropoceno. Reunindo experiências de viagens a lugares inóspitos, como as ilhas de Galápagos, Bahamas e Bornéu, e a formação como cientista, Um naturalista no Antropoceno é um livro inspirador que irá transformar nossa visão da natureza. Com o olhar crítico e humorado, o autor nos leva a refletir sobre o papel do ser humano no planeta Terra e discute maneiras de como podemos sobreviver ao Antropoceno.
Este livro traz de volta ao público brasileiro estudos fundamentais de Paul Singer sobre um período decisivo da formação do capitalismo no Brasil, tendo como referência dois momentos de intenso crescimento econômico: a segunda metade dos anos 1950, os anos JK, e o chamado milagre brasileiro, o ciclo de altas taxas iniciado em 1968, sob Delfim Netto e o manto da ditadura militar implantada em 1964.
Análise profunda sobre repartição de renda e estrutura de classes por um dos maiores pensadores brasileiros Dominação e desigualdade, obra que retorna neste volume (seguida de Repartição da renda: pobres e ricos sob o regime militar), ocupa posição proeminente entre os clássicos do pensamento socialista democrático brasileiro, sendo um dos marcos na análise crítica do desenvolvimentismo que sobreveio a 1964. O livro traz preciosa contribuição para os debates sobre as imbricações entre repartição de renda e estrutura de classes, bem como sobre a gigantesca desigualdade de oportunidades que enfrentam aqueles que dependem de sua força de trabalho para sobreviver.
Este livro mergulha nas complexas relações entre o performativo e o político, explorando temas como a despossessão, a violência, a soberania, a linguagem e a corporeidade. A partir da obra de Judith Butler, a despossessão emerge como um conceito central, revelando as formas como o poder é exercido para subtrair direitos, dignidade e reconhecimento aos indivíduos e grupos marginalizados.
Um olhar histórico e sociológico sobre a homeopatia enquanto fenômeno cultural e seus embates com a ciência. Desde suas raízes no século XVIII, a homeopatia desafia a medicina convencional, dividindo opiniões e gerando debates. Conquistou adeptos fiéis que defendem sua eficácia, enquanto parte da comunidade científica questiona a falta de comprovações robustas e conclui não haver boas razões para acreditar que a homeopatia de fato seja eficaz. Cultura homeopática enquadra a disseminação do conhecimento homeopático como um objeto da agnotologia, para tentar entender, sob um prisma sociológico, como as crenças homeopáticas sobrevivem e se desviam até mesmo do conhecimento científico moderno.
Capitalismo, socialismo e democracia é o mais famoso livro do teórico austríaco Joseph Schumpeter e a obra que torna seu pensamento inclassificável dentro de correntes econômicas hegemônicas. O autor inicia o texto com um exame crítico do marxismo, dedica-se a um longo elogio analítico do capitalismo, embora preveja razões para seu fim, e investiga as premissas do socialismo e as ligações desse sistema com a democracia. Clássico publicado em diversos países, esta edição ganha nova tradução em português e conta com texto introdutório de Joseph Eugene Stiglitz, economista estadunidense ganhador do Prêmio Nobel de Ciências Econômicas de 2001.
Embora sua definição clássica seja “governo do povo”, a democracia sempre manteve uma relação ambígua com a igualdade. Se na Grécia Antiga imperavam múltiplas exclusões, nos regimes contemporâneos a extensão da cidadania convive com o alcance reduzido da vontade popular, cujas decisões influem menos nos rumos da vida coletiva. Os ensaios desvelam uma radiografia plural com textos que não só apresentam possíveis enquadramentos das “desigualdades”, mas também propõem uma reflexão abrangente sobre os diversos significados do que se entende por “democracia”.
Jesusalém, ermo encravado na savana, em Moçambique, abriga cinco almas apartadas das gentes e cidades do mundo. Ali, ensaiam um arremedo de vida: Silvestre e seus dois filhos, Mwanito e Ntunzi, mais o Tio Aproximado e o serviçal Zacaria. O passado para eles é pura negação recortada em torno da figura da mãe morta em circunstâncias misteriosas. E o futuro se afigura inexistente. Silvestre afiança aos filhos e ao criado que o mundo acabou e que a mulher - qualquer mulher - é a desgraça dos homens. Mas um belo dia os donos do mundo voltarão para reivindicar a terra de Jesusalém. E não só isso: uma bela mulher também virá para agitar a inércia dos dias solitários daqueles homens.
Num frutífero diálogo com diversos campos de conhecimento e expressões de nossa cultura — cinema, teatro, política, história, medicina, psicologia, direito, literatura, artes plásticas etc. —, João Silvério Trevisan realiza um estudo pioneiro sobre a homoafetividade no Brasil. Considerado uma referência, Devassos no Paraíso atravessou gerações, provocou intensa interlocução com a comunidade LGBT e influenciou desde ações emancipatórias até pesquisas sobre gênero e sexualidade. Agora, esse monumental trabalho chega à sua quarta edição trazendo novos capítulos, imagens e texto atualizado sobre as lutas e conquistas dos direitos LGBT ocorridas no século XXI.
A pandemia tornou as crises mais agudas. As emoções parecem estar à flor da pele. Se estávamos buscando formas de mantê-las sob controle, ou sob anestesia, agora parecem ter obtido um passe livre para circular sem tanta repressão. Como não escutar esse caos que parece explodir em forma de revelação? Essa experiência que nos é comum parece funcionar como uma lupa da alma, magnificando os eventos e permitindo ver aquilo que estava oculto. Uma lente de aumento sobre aquilo que acontece em casa, na cidade, no país, no planeta. Bilhões de pessoas simultaneamente enfrentam o mesmo vírus. Talvez seja o maior laboratório subjetivo da história humana: nunca havíamos partilhado uma experiência dessa magnitude ao mesmo tempo.
Movimentos contra vacinação estão em alta. Com texto esclarecedor, sem deixar de ser pessoal, Imunidade traz o debate sobre imunização para um novo patamar. Eula Biss quase morreu no parto do seu primeiro filho. Confrontada com a fragilidade da vida, ela tornou-se obcecada com assuntos relacionados à saúde, em especial aqueles envolvendo o recém-nascido.Imunidade é o resultado dessa pesquisa, um livro pessoal e esclarecedor. Mistura de ensaio pessoal, história cultural e investigação científica, o livro – ao estilo de Susan Sontag e Andrew Solomon – une entretenimento, esclarecimento e qualidade literária.
Há um século era certo que uma mulher formada tinha que escolher entre ter uma carreira ou uma família. Já no século XXI, as mulheres estão se formando no nível superior em números recordes, alcançando os principais títulos de pós-graduação e os cargos mais altos em maior escala. Elas têm melhores condições para seguir carreiras de longo prazo, e um maior número delas está tendo mais filhos. Como explicar, então, o persistente hiato salarial entre homens e mulheres?
Nesse livro, Elisabeth Roudinesco abandona sua abordagem acadêmica habitual para dar livre curso a encadeamentos inéditos. Em vez de conceitos, atores ou países, o leitor encontra temas, palavras, ficções e territórios reunidos de modo arbitrário e pessoal, além de citações, remissões e um índice onomástico. Algo como uma aventura do imaginário urdida no correr da pena, um percurso sem destino, um roteiro afetivo com verbetes inesperados que podem ser lidos em sequência ou não.
Está mais do que na hora de pessoas bem-sucedidas falarem abertamente sobre o uso recreativo de drogas, é o que defende o neurocientista Carl Hart neste livro corajoso e polêmico. Sem esconder sua condição de usuário, em total equilíbrio com uma vida plena e produtiva, ele ilustra os inúmeros benefícios do uso responsável por adultos e argumenta que o maior dano das drogas decorre de sua ilegalidade. Sua demonização e criminalização em países como os Estados Unidos e o Brasil têm sido um flagelo imenso, contribuindo para a discriminação racial, marginalização e mortes.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.