Esse livro foi fruto do mestrado do autor, defendido em 1983, na Faculdade de Medicina da USP. O cenário do Brasil neste momento, era composto por muitos engajados na luta social contra a ditadura e tinham elegido a militância no campo da saúde pública, em São Paulo, como uma frente de ação política que apostava que uma nova sociedade era possível, centrada em práticas sociais organizadas de modos coletivos e na íntima relação entre as políticas de governo, sua gestão e os movimentos populares que agitavam o país. A nova reedição desse clássico contribui para se compreender a importância dos movimentos de luta social como protagonistas na formação das políticas públicas, por uma sociedade mais democrática e justa.
Nesse livro apresentamos como quatro Redes de Atenção Psicossocial (RAPs), de municípios do Estado do Rio de Janeiro envolvidos nessa pesquisa, sustentam a acessibilidade e a produção do cuidado na atenção à crise em saúde mental. Procuramos aqui ir para além de só entender essa dinâmica do ponto de vista da relação entre demanda e oferta por serviços de saúde, tentando trazer para a cena do objeto de estudo a noção de acesso e barreira no plano do cuidado em si. Essa pesquisa foi construída do começo ao fim, por meio de uma cooperação de trabalho entre um coletivo que incluiu: trabalhadores dos Serviços de Saúde Mental dos cinco municípios do estado, a Coordenação de Saúde Mental do Estado do Rio de Janeiro, o Laboratório de Estudo, Trabalho e Assistência em Saúde (LETRAS) do IPUB (Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pesquisadores da Linha de Pesquisa Micropolítica do Trabalho e o Cuidado em Saúde, da Pós-Graduação em Clínica Médica da UFRJ.
Ao deslocar o foco da atenção do hospital para os serviços de abordagem comunitária, o movimento da Reforma Psiquiátrica tem proporcionado, desde a década de 1980, uma série de avanços, mas também muitos desafios. Superar o aparato manicomial exige a consolidação de outras formas de lidar com o sofrimento psíquico. Exige, portanto, que os profissionais de saúde mental estejam preparados para oferecer um tipo de cuidado diferenciado. Entre esses profissionais, destaca-se o trabalhador de nível médio, que desempenha um papel de ligação fundamental entre o serviço, o paciente, sua família e a comunidade. O objetivo desta coletânea é contribuir para a formação e a capacitação desses trabalhadores. Os transtornos mentais são abordados em uma dimensão ampla ao longo do livro, que aborda temas como políticas de saúde e de saúde mental no Brasil, saúde mental na atenção básica, estratégias de intervenção e terapêuticas.
O livro Transversalidade Epistemologica da Saude Coletiva: Saberes e Praticas proporciona ao leitor a possibilidade de ampliar, de forma inovadora a analise de multiplos temas de reflexao e de pesquisa, a partir de variados e criativos enfoques epistemologicos, acerca do complexo campo da saude coletiva. Livro dividido em uma introducao e mais treze capitulos sendo que muitos deles sao frutos de teses e dissertacoes pautadas na abordagem teorica da fenomenologia e da hermeneutica.
Destaca a temática das identidades religiosas, relacionando-as a um panorama que engloba as diferentes classes sociais e suas representações, as formas de organização e mobilização social no campo e na cidade e a atuação das políticas públicas em áreas como a segurança e a saúde.
Vencer o desafio de gerir o SUS de maneira compartilhada e organizar as regiões de saúde para que a descentralização não fragmente o sistema é o tema principal desta obra. A autora enfrentou esse desafio buscando garantir sustentação para a sua teoria de
É possível apreender cientificamente a discriminação? Que desafios complexos devem ser enfrentados nesta iniciativa? Para responder a estas perguntas, são necessárias estratégias metodológicas capazes de identificar e medir a discriminação. Apresentar as ferramentas disponíveis e discutir suas potencialidades e limitações são os objetivos deste livro. “Há vasta literatura que documenta a influência deletéria de processos discriminatórios na relação estabelecida entre profissionais de saúde e pacientes, na prescrição de tratamentos medicamentosos ou de outros procedimentos cirúrgicos e terapêuticos, assim como na própria satisfação dos usuários com o atendimento prestado”, afirmam os autores. Eles apresentam o tema em perspectiva histórica, desde antes da década de 1920 até os dias atuais. Também descrevem os principais métodos hoje utilizados para mensurar a discriminação, como experimentos laboratoriais; experimentos de campo; análises de dados observacionais e experimentos naturais; e análise de indicadores. Sublinham as peculiaridades do contexto brasileiro e chamam atenção, por exemplo, para casos em que os tratamentos injustos estão tão internalizados que discriminadores e discriminados não identificam aquelas situações como problemáticas, considerando-as normais e naturais.
´Saúde e Sociedade, originalmente a tese denominada ´Medicina e estrutura social - o campo da emergência da medicina comunitária´, procurou desenvolver um quadro teórico mais preciso sobre a medicina comunitária, que deveria ser entendida como projeto de organização da prática médica, para uma modalidade particular de articulação entre as diferentes agências e instituições encarregadas das práticas de saúde, bem como com os grupos sociais aos quais as práticas de saúde são destinadas. Este livro compõe-se das partes - Medicina e estrutura social; Medicina Comunitária; Um novo objeto e uma nova estratégia.
A autora usou o direito à saúde para nos relatar uma história do Sistema Único de Saúde. Não se trata de uma narração de peripécias historiográficas. Ela não fez reconstituição sistemática de eventos. Nada disso. Falou-nos do modo concreto como diretrizes gerais inscritas na Constituição Brasileira vieram passando à prática. Demonstrou como distintos sujeitos coletivos reinterpretam as mesmas leis, segundo seus interesses e conveniências.
Este livro é um relato de uma pesquisa que envolveu dois anos de trabalho, uma parceria muito intensa com a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas/SP e com os trabalhadores dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Por tanto, apresenta este livro uma tarefa coletiva, de muitos, que enfrentaram o desafio de desenvolver uma pesquisa avaliativa.
Este livro é produto do relatório final da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde, que desenvolveu uma série de atividades voltadas para a produção de conhecimento e informação sobre os determinantes sociais da saúde no Brasil. A Comissão
Nesta obra, as autoras debatem questões como as relações de poder, a prática comunicativa e os princípios do SUS. “Queremos que você leia o livro e desenvolva suas reflexões tendo em pauta dois grandes parâmetros para pensar o tema comunicação e saúde”, a
O livro traz idéias que representam estudos desenvolvidos pelas autoras há algum tempo, no âmbito da área ‘trabalho e educação e as relações com a saúde. Tais idéias são analisadas tendo por base o contexto histórico e político brasileiro, com o propósito de situar o leitor quanto às políticas de educação profissional implementadas no Brasil, diante de sua inserção no modelo capitalista de produção. A partir da análise sobre a educação profissional em saúde no país, as autoras evidenciam a existência de uma disputa do caráter do processo educativo adotado nesse campo. De um lado, a concepção da formação como maneira de adaptação do trabalhador às condições existentes no sistema capitalista, de outro, um projeto contra-hegemônico que objetiva a formação dos trabalhadores de modo a utilizar os espaços gerados pelas contradições do sistema capitalista.
Apresenta um panorama atualizado sobre o impacto da violência na saúde pública. Examinam-se as tendências das produções científicas sobre o assunto e busca-se conceituar o tema em seus aspectos filosóficos, teóricos, sociais e culturais. Analisam-se também a mortalidade por causas externas no Brasil, a morbidade por envenenamento e as diferentes formas de violência, assim como a relação entre drogas e violência e entre mídia e violência. Obra que traz contribuição tanto para os envolvidos com a saúde coletiva, a sociologia, a antropologia e a segurança pública como para os formuladores e gestores das políticas públicas.
Ao ler esta obra, me pergunto de que maneira é possível transformar a prática de uma profissão historicamente autônoma e liberal em uma prática de cuidado em saúde bucal que dialogue com os princípios da Política Nacional de Saúde Bucal, faça sentido para o profissional que adentra o Sistema Único de Saúde e atenda às necessidades das pessoas em suas diversas formas de utilização.
Lançado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz), o documento é resultado de um projeto realizado em 2023-2024 realizado por sete GTs da Abrasco em parceria com setores do movimento social que atuam em defesa da vida diante dos perigos dos agrotóxicos. O documento aborda as múltiplas consequências do uso de agrotóxicos na saúde reprodutiva, com estudos que apontam que a exposição a essas substâncias perigosas provoca alterações hormonais e genéticas em células reprodutoras e nos embriões, com o aumento da infertilidade, do risco de partos prematuros, abortamentos, malformações congênitas, além de neoplasias e distúrbios endócrinos. Espera-se que o dossiê subsidie políticas públicas de atenção e cuidado da vida contra essas nocividades e estimule de modo significante a pesquisa sobre esse tema em todo o território nacional.
A reflexividade, tema que perpassa toda a obra de Bourdieu, é posta em foco neste livro. Este livro reúne textos de Pierre Bourdieu sobre a necessidade de uma ciência social reflexiva, ou seja, que analisa a si mesma e seus métodos. É uma leitura essencial para aqueles que buscam uma ciência crítica, consciente de seus limites e capaz de contribuir para a transformação social.
A reflexão crítica sobre a trajetória e os desafios relacionados à Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil torna-se densa e inspiradora de debates e propostas de intervenção quando se reúnem perspectivas diversas a respeito dos caminhos teóricos, das experiências em diferentes territórios, das práticas profissionais e dos processos de trabalho. Tal panorama permite compreender o valor desta política social para a conquista do direito universal à saúde e para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). Este é o convite que nos fazem os autores desta obra, escrita com o objetivo de atingir gestores, pesquisadores, estudantes e trabalhadores que atuam na APS. Em um contexto que exige capacidade de escuta e argumentação, o cuidado das análises se soma à preocupação com a clareza de linguagem, ou seja, com uma proposta pedagógica.
Este livro de Luciana Simas Chaves de Moraes abre as entranhas do nosso grande encarceramento na perspectiva do sofrimento imposto às mulheres privadas de liberdade. A guerra às drogas, essa política criminal com derramamento de sangue, atravessou governos à direita e à esquerda aumentando exponencialmente o número de brasileiros e brasileiras presas. Mas esse fenômeno, tão funcional ao capitalismo contemporâneo, atingiu as mulheres de uma forma brutal, aumentando em poucos anos 500% do encarceramento feminino.
Democracia para quem? reúne as palestras proferidas de 15 a 19 de outubro de 2019, por três intelectuais do movimento feminista – Angela Davis, Patricia Hill Collins e Silvia Federici –no âmbito do seminário internacional “Democracia em Colapso?”, promovido pelo Sesc São Paulo e pela Boitempo. No livro, é possível tomar contato com reflexões feitas pelas três autoras – referências globais em suas áreas de estudo e de atuação – sobre temas como capitalismo, racismo, desigualdade social, ecologia, entre outros.
Para nós, organizadoras desta obra, que atuamos como professoras/ pesquisadoras na universidade, instituição que se estrutura a partir de uma ordem colonial, é fundamental pensar a metáfora “Quilomba Feminista” como um espaço agregador de nossas diferentes experiências de mulheridades e transfeminilidades negras. O presente livro reúne produções intelectuais negras e transfeministas que apostam na produção de conhecimento em diálogo com a arte, com a poesia, com comunidades tradicionais, com movimentos sociais dentre outros territórios. Nesta Quilomba Feminista, ecoamos nossas vozes numa perspectiva feminista, descolonial e interseccional. O livro Quilomba Feminista: mulheridades e transfeminilidades negras em movimento emerge das possibilidades de encontros entre mulheridades e/ou feminilidades cisgêneras, travestis, transexuais e transgêneras negras que pensam seus modos de ser, estar e pensar o mundo a partir do (Trans)feminismo Negro. Para esse projeto de intelectualidade negra e (Trans)feminista a metáfora “Quilomba” demarca o modo coletivo como a obra é organizada, reunindo temas, problemas, perspectivas teóricas e metodológicas pensadas e experimentadas por nós, a partir de nossas mulheridades e transfeminilidades negras, de maneira a erguer nossas vozes, denunciar violências, contar nossas histórias, produzindo quilombagens (Trans)feministas. Os diálogos que emergem das lutas comuns entre os povos da diáspora africana e dos povos indígenas constituem uma vastidão de experiência e manancial de saberes em que pensamento, luta, cura e festa se interconectam. Amplificar esses diálogos, abrir passagens e promover equidade nas publicações, esses são os compromissos da coleção Diálogos da Diáspora.
Se, por um lado, as epidemias de dengue causam forte impacto na rede de atenção à saúde no Brasil, por outro, o país tem, de fato, uma enorme competência estabelecida na pesquisa e na prestação de serviços em dengue – considerada atualmente a mais importante arbovirose no mundo. Este livro analisa a dengue sob a ótica dos desafios impostos ao Brasil, que ultrapassam os limites do setor saúde, abrangendo as áreas de educação, comunicação social, saneamento básico etc. Tendo como autores profissionais renomados de diferentes áreas – médicos, jornalistas, educadores, entomologistas, epidemiologistas, matemáticos e gestores –, a coletânea aborda uma ampla variedade de temas, do histórico às inovações científico-tecnológicas em desenvolvimento, incluindo as vacinas preventivas e o controle vetorial por meio de mosquitos biológica ou geneticamente modificados.
Caderneta "A Saúde é Coletiva) Dimensões: Altura 20 cm / Largura 14 / Pesgo 112 g sem palta
Formato: 42,0x60,0 mm Cores: 4x0 Material: Couché Brilho 115g Acabamento: Refile Enobrecimento: Sem Enobrecimento
Sinopse Um livro de experiências de Análise Institucional (AI) na sua intersecção com a Saúde Coletiva. Campo de análise e de experimentações aberto pela Professora Solange L’Abbate há mais de 20 anos e que frutificou em várias gerações de pesquisadores que contribuem para fazer do Brasil um país melhor. O grupo que Solange fundou conseguiu também articular pesquisadores e analistas estrangeiros para desenvolver e aprofundar a AI brasileira. Outros grupos e pesquisadores brasileiros — como a professora Heliana Conde — fizeram dessa junção alavanca para fortificar um campo imprescindível para a melhoria da vida institucional. Depois de termos atravessado a pandemia da Covid-19 sob comando do Pandemônio, a retomada das grandes questões brasileiras torna-se fundamental. Interromper o autoritarismo, o machismo, o racismo é urgente e necessário. Este livro que você tem nas mãos contém inúmeras e preciosas pistas para não esmorecermos no processo. — Rosana Onocko-Campos Este livro atende a demanda dos(as) leitores(as) para uma aproximação aos referenciais ético/político/teórico/práticos do movimento institucionalista nas vertentes da socioanálise e da socioclínica e, às(aos) já “iniciadas(os)”, uma imersão no universo das(os) pesquisadoras(es), professoras(es) e profissionais da saúde integrantes do Diretório Análise Institucional & Saúde Coletiva. O livro nos mostra suas próprias entranhas e seu avesso, fruto de uma prática de escrita coletiva implicada, afetada pelos debates decoloniais. Segundo um ditado iorubá “Exu matou um pássaro ontem com uma pedra que só jogou hoje”. O lançamento da pedra agenciou uma “conexão ancestral” através dos depoimentos de Solange L’Abbate, Heliana Conde Rodrigues, Emerson Merhy e Gilles Monceau, tornando possível, segundo Abdias Nascimento, um “retorno ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro” da análise institucional na saúde coletiva, educação e psicologia brasileira. — Bete Zuza Sobre os organizadores Luciane Maria Pezzato é graduada em Odontologia pela FO/UNESPAraraquara. Possui mestrado em Educação pela FE/UNICAMP, doutorado em Saúde Coletiva pela FCM/UNICAMP e pós-doutorado em Educação pela FFP/UERJ. Atualmente é professora do Instituto Saúde e Sociedade da UNIFESP-BS. Coorganizou os livros Análise Institucional e Saúde Coletiva (Hucitec Editora, 2013) e Narrativas de si: práticas de Educação e Saúde (Rede Unida, 2020). Daniel Vannucci Dóbies é graduado em Psicologia pela FFCLRP/USP. Possui mestrado e, atualmente, é doutorando em Saúde Coletiva pela FCM/UNICAMP. Publicou o livro Práticas profissionais e resistências: movimentos de uma rede de saúde mental (Editora Appris, 2021). Cinira Magali Fortuna é graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP). Fez mestrado e doutorado em Enfermagem em Saúde Pública, pós-doutorado na França no laboratório de pesquisas EMA (Escola, Mutação e Aprendizagem). Atualmente é docente no Departamento Materno Infantil e Saúde Pública da EERPUSP. Organizou o livro O cuidado integral na Atenção Primária à Saúde: saberes e práticas (EDUSP, 2022). SUMÁRIO Prefácio, Gilles Monceau Introdução: Andar os andaimes – a construção de um projeto-comum, Luciane Maria Pezzato, Daniel Vannucci Dóbies, Cinira Magali Fortuna Parte I – Memórias e escritas Capítulo 1: Trajetórias de vida e formação da professora Solange L’Abbate no encontro com a Análise Institucional na Saúde Coletiva: revisitando memórias, Lucia Cardoso Mourão, Luciane Maria Pezzato, Núncio Antônio, Araújo Sól, José Renato Gatto Júnior, Rildo Santos Loureiro, Isabel, Cristina de Moura Leite, Rogério Thales Santana de Almeida, Ana Lúcia Abrahão Capítulo 2: Roubando o nome aos bois: gerações e inflexões na história da Análise Institucional no Brasil, Alice De Marchi Pereira de Souza, Heliana de Barros Conde Rodrigues Capítulo 3: Experiência de si e a Saúde Coletiva Brasileira: entrevista com Emerson Merhy, Solange L’Abbate, Ana Cristina dos Santos Vangrelino, Tatiana Loiola, Daniel Vannucci Dóbies (entrevistadoras) Capítulo 4: Viagem, memórias e formação de si: a integração das experiências produzidas e registradas por meio de portfólio reflexivo, José Renato Gatto Júnior, Cinira Magali Fortuna, Sébastien Pesce Capítulo 5: Sustentar um diário de pesquisa: questões metodológicas e de escrita, Dominique Samson Capítulo 6: Mônadas para contar-se: histórias coletivas e singulares na relação com a escrita, Luciane Maria Pezzato, Adriana Marcondes Machado, Ana Cristina dos Santos Vangrelino, Luana Pinho de Mesquita Lago, Cinira Magali Fortuna, Rildo Santos Loureiro, Maristel Kasper, Lilian Aracy Affonso Veronese, Cássia Beatriz Batista, Karen Santos, Juliana Dorigan Capítulo 7: Escrevivências de uma pesquisadora negra da universidade pública: fragmentos de um diário de pesquisa, Ana Cristina dos Santos Vangrelino Parte II – Intervenções Capítulo 8: Intervenção Socio-clínica: vivência e reflexões, Cinira
Este livro, de caráter introdutório e informativo, apresenta aos leitores de distintas áreas do conhecimento, em especial aos que atuam mais diretamente nos campos ambiental e da saúde, uma visão abrangente dos problemas de saúde e ambiente que vêm marcando cada vez mais as sociedades modernas. Os autores deste livro vêm desenvolvendo um trabalho em conjunto desde a década de 90, investigando as interfaces entre questões de saúde e ambiente com o intuito de identificar e apontar futuros propícios para a promoção da vida.
Após a consolidação da interseccionalidade como campo de investigação, é necessário que o conceito se torne uma teoria social crítica capaz de abordar problemas sociais contemporâneos e apontar as mudanças necessárias para solucioná-los. Em Bem mais que ideias, a socióloga Patricia Hill Collins apresenta um conjunto de ferramentas analíticas para impulsionar essa mudança.
O livro “Desse jeito não mais! Trabalho doente e sofrimento mental” trata de como a desregulamentação do trabalho contemporâneo afeta negativamente as relações pessoais e sociais. Demonstra como esse aumento exponencial da exploração, da precarização e do autoritarismo na gestão resulta também em sofrimento mental. Investiga a relação entre degradação do trabalho e enfermidades, entre as quais o suicídio. O livro relata, ainda, estratégias de resistência à demonização do trabalho e dos/as trabalhadores/as. Experiências locais, sindicais e intersetoriais que demonstram a possibilidade e a necessidade de se lutar contra a desigualdade, em defesa do meio ambiente e do trabalho saudável.
Os textos deste livro se propõem a qualificar o debate acerca das ações de alimentação e nutrição na Atenção Básica. Os autores refletem sobre o conjunto de práticas de cuidados essenciais ao campo da alimentação e nutrição nas atividades diárias das Unidades Básicas de Saúde (UBS) das equipes de Saúde da Família. Espera-se, assim, contribuir para processos de trabalho coerentes com os princípios da integralidade do cuidado. A questão do cuidado é o fio condutor das análises, com base em refl exões da prática dos autores, dialogando com referências do campo teórico. São abordados temas como os avanços e desafios da promoção da alimentação adequada e saudável na Atenção Básica a atuação do nutricionista nas equipes dos Núcleos Ampliados e Saúde da Família (NASF) a Educação Alimentar e o tratamento da obesidade e carências nutricionais, agenda tradicional e inconclusa na pauta das ações de alimentação e nutrição no Brasil e no mundo entre outros.
Neste lançamento da Editora Fiocruz em coedição com a Unifesp, Alvaro (Carmen) Jarrín combina trabalho de campo etnográfico, pesquisa em arquivo e leituras da cultura popular, a fim de examinar as concepções vigentes de beleza no Brasil, sob a ótica conjunta da biopolítica foucaultiana e da teoria do afeto. O resultado de três anos de pesquisa é apresentado em seis capítulos originalmente publicados em língua inglesa, em obra contemplada pelos prêmios Marysa Navarro Book Prize (2018), do Conselho de Estudos Latino-Americanos da Nova Inglaterra (NECLAS, na sigla em inglês) e Michelle Rosaldo Book Prize (menção honrosa - 2019), da Associação por uma Antropologia Feminista (AFA, na sigla em inglês). Nos dois primeiros capítulos do livro, é delineada a estrutura que, segundo Jarrín, transformou a beleza numa tecnologia de biopoder no Brasil, o que envolve, do projeto de embranquecimento da nação, no início do século XX, à incorporação da cirurgia estética no SUS, nos anos de 1960.
O que pode explicar, em pleno século XXI, a permanência da escravidão moderna que se tonou parte constitutiva da tragédia brasileira? Como é possível que, em plena era do trabalho digital e informacional, dos algoritmos, inteligência artificial, big data, internet das coisas, 5G etc, a aberração da escravidão do trabalho persista? É exatamente para ajudar a desvendar essa realidade que Marcela Soares oferece seu estudo. Sua explicação orienta-se pela análise histórica que estruturou a miséria brasileira. País que se gestou a partir do dito “Descobrimento” (quando o correto seria falar em invasão, massacre e devastação). Foi durante o processo de colonização que se gestou uma sociedade senhorial, escravista, patriarcal e subordinada que se constituiu destruindo o trabalho autônomo e comunal presente nas atividades indígenas. E o substituiu pela escravização dos povos africanos que foram brutalmente transferidos de seu mundo para a nascente colônia.
Este livro apresenta as técnicas que facilitam e promovem a produção e a defesa de um trabalho científico. Mostra a construção de um projeto de pesquisa com diversas explicações práticas, seguida por um estudo dos demais modelos de trabalhos científicos em suas especificidades: o resumo e a resenha, o artigo científico, a monografia, a dissertação ou uma tese. Além disso, trata da maneira de se fazer as citações e as referências bibliográficas e de se divulgar um trabalho científico em eventos acadêmicos.
As estratégias atuais, entenda-se, são aquelas que nos servem para lutar em um mundo de subjetividade neoliberal expandida, sem sujeito da história, sem programa e sem lugar de chegada determinado. Tecendo com os fios do ensaio, das análises políticas de conjuntura, da investigação militante e da filosofia — inclusive aquela que se faz com o corpo, em práticas sociais ou nas ruas —, Sztulwark analisa as coordenadas contemporâneas da política sul-americana enquanto derivações de um ciclo político aberto com a crise dos atores que representaram o neoliberalismo dos anos 1990 e a posterior chegada ao poder dos governos progressistas/populistas nos países da região.
Este livro é uma importante contribuição para a produção de novos conhecimentos que estão transformando nossa compreensão do passado e do presente do Brasil. Como uma importante intervenção política dentro da academia, ele pode inspirar muitos outros trabalhos que podem nos contar ainda mais sobre a diversidade de experiências de pessoas LGBTQI+ em diversos momentos históricos e lugares do Brasil. Conhecimento é poder. Aprender e nos sentir conectados a uma infinidade de experiências que são semelhantes e diferentes das nossas pode nos ajudar a entender nosso lugar social. É uma conscientização que é também um instrumento de transformação social.
Obra vencedora do 25º Concurso de Monografias de Ciências Criminais do IBCCRIM. Transitando com precisão analítica e desenvoltura intelectual por diferentes vertentes da Sociologia contemporânea — dos estudos sobre governamentalidade e movimentos sociais à criminologia queer e à sociologia da punição —, o instigante trabalho de Alexandre Martins busca compreender a relação difícil entre o ativismo LGBT e o sistema de justiça criminal no Brasil das últimas décadas, em especial, as possibilidades e os limites que o acionamento desse sistema, em nome do adensamento da luta pelos direitos LGBTs, tem colocado não só para o movimento, mas também para o próprio processo de democratização do país.
O relato de como um jovem nascido na periferia de São Paulo superou o racismo e a homofobia para lutar pelos próprios direitos — e de muitos outros como ele —, acompanhado de diversas entrevistas com personalidades LGBTQIA+. Samuel Gomes teve uma infância parecida com a de vários outros meninos nascidos na periferia das grandes cidades brasileiras: dividia o quintal de sua casa com muitos parentes, estudava em uma escola do bairro e via seus pais batalharem para dar um futuro melhor a ele e à sua irmã. Porém, logo começou a perceber que era diferente daqueles que o cercavam: ele sentia atração por outros meninos. Assim, o medo de ser quem é foi um fio condutor do seu amadurecimento, ainda mais por ser negro e fazer parte de uma família extremamente evangélica. Além das várias situações de racismo e discriminação que teve que enfrentar, tinha a Igreja, que não era apenas um lugar que frequentava aos domingos com sua família, mas sim uma instância onipresente em sua vida, que ditava seu modo de vestir, de se comportar, de pensar e de viver. Foram longos anos até que pudesse entender que a vida não precisava se resumir à realidade em que nasceu, e que o que sentia não era errado nem “anormal”. Sua luta por estudo, autodescoberta e autoaceitação é narrada neste livro, junto a reflexões que ele tece sobre ser um homem negro e homossexual no Brasil. Além da história de Samuca, o livro conta com entrevistas que ele fez com personalidades LGBTQIA+ brasileiras, que abriram seus armários e compartilharam suas trajetórias para fora deles. "Samuel Gomes contém em si multidões. Neste livro, o escritor desnuda todos as camadas do que significa ser um homem negro, gay, de família evangélica no Brasil de hoje. Samuel nos permite, por meio de sua história contada em primeira pessoa, conhecer o humano por trás de tudo que ele guardou em seu armário. Engana-se quem espera deste livro uma história ou de uma vítima, ou de um herói: Samuel humaniza a si e a tantos outros e outras que entrevista neste livro ao contar a história mais comum de todas: a luta para ser feliz. Amor, família, autoaceitação, ativismo, risos e choros: estão todos aqui. Samuel nos lembra, por meio deste livro, que não estamos sós. Nunca estivemos." — Thiago Amparo

