Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Queremos todos viver com saúde. Mas será que nosso cotidiano é, de fato, saudável? Abusamos do álcool? Somos excessivamente estressados? Não dispensamos o cigarro? Como está nossa alimentação e o sono? Qual nossa relação com vacinas e remédios? E o que dizer de check-ups e vitaminas? Costumamos nos exercitar? O clínico geral Arnaldo Lichtenstein, do Hospital das Clínicas da USP, aborda todas essas questões com muita informação, bom senso e uma dose generosa de bom humor. “Neste livro, existem dúvidas e soluções dadas pela Medicina que poderão fazer com que você viva mais e melhor. Afinal, a saúde permeia todas as nossas atitudes diárias.” “Tabagismo é uma doença, uma pandemia e a maior causa de mortes e adoecimento evitável do mundo. Metade dos tabagistas morrerá devido ao cigarro.” “Poucas ações na História tiveram tanto impacto para reduzir mortalidade quanto a vacinação. Seu custo-benefício é fantástico.” “Comemos muito mais do que precisamos,além de comer errado.
Durante dezenas de milhares de anos os seres humanos viveram, em média, apenas 30 anos. O grande aumento de nossa expectativa de vida começou somente lá por 1750, no Ocidente. Água potável, saneamento básico, melhora na alimentação tiveram um impacto notável. Depois, vieram as vacinas. Em dois séculos nossa longevidade duplicou. De 1950 para cá, avanços na área médica e farmacêutica propiciaram um ganho médio de mais 25 anos de vida. Há quem ache que viveremos cada vez mais e melhor. Será? Problemas ambientais e comportamentais já estão causando doenças crônicas e provocam retrocessos na saúde humana. A pandemia de covid-19 não é resultado do acaso, mas uma ilustração das disfunções das sociedades humanas, principalmente de sua relação com o meio ambiente. Conhecer a trajetória da saúde humana e entender os atuais desafios é urgente para pensarmos o mundo que deixaremos às futuras gerações.
Desde o fim do século XX, o sistema capitalista tem reiterado incessantemente o discurso sobre a necessidade de “adaptações” e “mudanças” nas relações de trabalho. Em “É tudo novo”, de novo, o professor de economia Vitor Filgueiras analisa essa narrativa das “grandes transformações”, tão repetida no capitalismo contemporâneo, apresentando seus argumentos e suas contradições, de modo a desnudar seus verdadeiros objetivos: a legitimação da destruição de direitos trabalhistas e o aprofundamento da assimetria entre capital e trabalho. Os argumentos empresariais em torno da inovação defendem que o padrão atual de políticas públicas e ações coletivas relacionadas ao trabalho é inexoravelmente anacrônico e, para evitar um desastre no mercado de trabalho, seria preciso “flexibilizar” e “modernizar” os trabalhadores e as legislações trabalhistas. Embora predatórias, essas narrativas são tão poderosas que acabam sendo assimiladas por parcela importante de trabalhadores e instituições, ajudando a criar uma espécie de “profecia autorrealizável” à medida que são reproduzidas. Em uma linguagem acessível, o livro enfatiza a importância de não assumirmos como verdadeira a retórica capitalista dominante, o que possibilita que as forças do trabalho abram espaço para a criação de alternativas à pauta do capital.
No final de fevereiro de 1848, foi publicado em Londres um pequeno panfleto que acabaria por se tornar o documento político mais importante de todos os tempos: o Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels. Passado mais de um século e meio, a atualidade e o vigor deste texto continuam reconhecidos por intelectuais das mais diversas correntes de pensamento. A Boitempo Editorial utilizou, com alguns ajustes ortográficos, a tradução feita por Álvaro Pina a partir da edição alemã de 1890, prefaciada e anotada por Engels. O cotejo foi feito de forma minuciosa com as principais edições inglesa, francesa e italiana, confrontadas com duas edições brasileiras anteriores. Além do Manifesto Comunista em si, o volume traz ainda a reflexão de seis especialistas sobre as múltiplas facetas desta que é, ainda hoje, a obra política mais lida e difundida em todo o mundo. Com organização de Osvaldo Coggiola, o livro tem ensaios de Antonio Labriola, Jean Jaurès, Leon Trotsky, Harold Laski, Lucien Martin e James Petras. A edição compila ainda sete prefácios de Marx e Engels à obra, feitos em diferentes períodos.
O que aconteceria se 30 pensadoras e pensadores das quebradas de São Paulo se reunissem para refletir sobre o atual momento e pensar propostas? O resultado é o livro “Reflexões Periféricas: propostas em movimento para a reinvenção das quebradas”. Fruto de uma longa pesquisa, o livro se divide em dez temáticas: cultura; gênero; habitação; participação popular; transporte; educação; infâncias; saúde; trabalho; violência, genocídio e racismo. Ao final, o texto nos apresenta um amplo painel dos dilemas e das potências das periferias, vividas, refletidas e escritas por quem está com os pés no chão e busca propostas concretas para nossa reinvenção.
O manicômio, com sua função de exclusão, aniquilação de subjetividades e de vidas, foi considerado o lugar de destino e disciplina de todos os tipos de indesejados que não se ajustavam às normas. No Brasil, todavia, a intensa luta política por parte dos militantes do Movimento de Luta Antimanicomial, os avanços do progresso técnico, com a implementação de serviços substitutivos e novas forma de controle, tornou sua existência, enquanto estrutura material, obsoleta. Mas isso não significou a superação dos desejos de manicômio, expressadas nas “novas cronicidades” dos serviços de saúde mental do país.
Sistematizando anos de estudos e elaborações em torno da temática da diversidade sexual e de gênero, Renan Quinalha compartilha neste livro reflexões teóricas e historiográficas em linguagem acessível, sem renunciar à profundidade das discussões, com o objetivo de atingir um público mais amplo interessado no universo LGBTI+. Esta obra destina-se tanto a pessoas que desejam investigar a fundo essa temática como àquelas que estão dando seus primeiros passos nos estudos de gênero e sexualidade. Ela é, sobretudo, um convite à ação política e à luta por igualdade, diversidade e democracia.
Após escrever um artigo intitulado “O sistema e o antissistema”, em que mostrava preocupação com o crescimento da extrema-direita no mundo, Boaventura de Sousa Santos foi contatado por sua amiga Helena Silvestre dizendo que havia lido o texto e que tinha sobre o tema uma opinião muito diferente. Incitada por Boaventura a escrever sobre o assunto, ela de imediato aceitou. Pensando ainda em uma terceira perspectiva, Boaventura convidou Ailton Krenak para a empreitada. Temos, assim, neste livro três miniensaios distintos sobre o mesmo tema geral, escritos a partir de diferentes contextos sociais, políticos e culturais, por autores de diferentes gerações, com diferentes identidades e histórias de vida, mas irmanados na mesma luta por uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais respeitadora da diversidade e da diferença.
“Uma das contribuições mais importantes deste livro é a proposta de refundação da esquerda, a partir de um programa efetivamente antissistêmico: democracia direta, gestão coletiva dos recursos públicos, de sistemas de crédito e do patrimônio ecológico, confisco de aparelhos produtivos para serem geridos pelos próprios trabalhadores, salário máximo, restrição do direito à propriedade privada. Só uma esquerda que não tem medo de dizer seu próprio nome, que assume a luta de classes e se identifica com o proletariado como sujeito político com força revolucionária – principal tese da teoria marxista da revolução – será capaz de superar os impasses aos quais nos levou um “reformismo fraco”, que confundiu política com gestão.
Este livro é sobre prazer. É também sobre sofrimento. Mas mais importante, é um livro que trata de como encontrar o delicado equilíbrio entre os dois, e por que hoje em dia, mais do que nunca, encontrar o equilíbrio é essencial. Estamos vivendo em uma época de excessos, de acesso sem precedentes a estímulos de alta recompensa e alta dopamina: drogas, comida, notícias, jogos, compras, sexo, redes sociais. A variedade e a potência desses estímulos são impressionantes - assim como seu poder adictivo.
Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico constitui-se em um esforço de construção de um diálogo horizontal entre teóricos(as) decoloniais, feministas negras, intelectuais/ativistas antirracistas e negros(as). Adotando uma noção ampla de decolonialidade, reconhecemos o posicionamento decolonial nos processos de resistência e reexistência das populações afrodiaspóricas brasileira, caribenha, norte-americana e africana. Fundamental para tais processo tem sido a afirmação corpo-geopolítica dessas populações, a partir da qual outros conhecimentos, novas formas de existência e projetos políticos têm sido elaborados.
Neste livro, a escritora Julia Dantas apresenta cinco contos sobre diferentes histórias de vida que se entrecruzam na temática das epidemias de hiv. Com as ilustrações de Pablo Aguiar, o livro, embora ficcional, permite um aproximações com diferentes realidades, refletidas nos personagens da obra. Após quatro décadas, o estigma e a discriminação ainda constituem os maiores desafios de superação da epidemia.
Seria possível imaginar uma radical reforma do Estado brasileiro a ponto de assegurar às políticas públicas um funcionamento com importante grau de autonomia em relação ao poder executivo e ao mercado? Para Nilton, este objetivo não somente seria realizável — ele demonstra que, em alguma medida, experiências de cogestão já vêm acontecendo no SUS —, como ainda se constituiria em alternativa à esquizofrenia do debate contemporâneo polarizado entre privatização e petrificação de uma administração pública autoritária, burocratizada e patrimonialista.
Nos últimos milênios o ritmo da História tem variado conforme as regiões, climas e culturas. Mas tem sempre convivido com momentos de doença e saúde, com endemias, epidemias e agora pandemias. Momentos de crise, a desafinar as cordas, a desorganizar os ritmos cotidianos, a atravessar o samba, como diriam velhos frequentadores de rodas noturnas. Nesses momentos, questões como desigualdade e exclusão social; boatos, notícias inventadas e trocas de acusação; desprezo pelo conhecimento especializado e apego a soluções mágicas; crises econômicas e superações coletivas têm sido parte do movimento humano de reinvenção da vida. Este livro se propõe a apresentar e refletir sobre algumas dessas experiências, vividas por pessoas em tempos e lugares variados. Foram escritos por pessoas espalhadas por larga parte do território brasileiro; como bem mostra a composição de imagens da capa, da janela de sua casa cada autor, cada autora tem uma perspectiva diferente do mundo. É esta diversidade de pontos de vista, conteúdos, formações teóricas e vivências que forma a maior riqueza deste livro.
Medicina e sociedade, incide, sobretudo, em aspectos diretamente relevantes às modalidades do trabalho médico, entendidas aqui como as formas pelas quais o médico, enquanto trabalhador especializado, participa do mercado e se relaciona com o conjunto de meios de produção de serviços de saúde. Daí decorre maior ênfase na heterogeneidade da categoria ocupacional, em termos dos tipos de oportunidade de trabalho a que tem acesso os profissionais, do que em sua homogeneidade, resultante da sujeição a processos comuns de formação nos aspectos técnico-científicos e éticos que compõem o núcleo da medicina como profissão. Composto de três capítulos, o livro inicia-se com uma análise das relações entre Estado e assistência médica; o segundo capítulo dedica-se ao estudo do médico no mercado de trabalho e o terceiro capítulo versa sobre a profissão médica e mercado de trabalho- as ideologias ocupacionais. Muitos são os destaques que podem ser dados ao livro de Cecília; a abordagem teórica, a pesquisa empírica, forma de narrar e a visão das possibilidades que se abriam para o campo das ciências sociais na busca de compreensão da profissão e do processo de profissionalização médica.
Esta pesquisa consegue, não perdendo a possibilidade de valorizar a intersubjetividade como elemento de determinação na vida de trabalho dos sujeitos analisados, utilizar um modelo epidemiológico de investigação que ao generalizar suas individualidades, está tão somente a serviço de uma discussão mais sistematizada dos determinantes psicossociais nos agravos à saúde mental dos trabalhadores de um setor. O estudo de caso que estabelece associações entre características do processo de trabalho e o sofrimento psíquico de 1.525 trabalhadores de hospital geral de 412 leitos no município de São Paulo, através de análises estratificadas, controladas por variáveis confundidoras e/ou modificadoras de efeito, é pioneiro no país. A própria natureza surpreendente dos resultados, associada à cuidadosa elaboração metodológica do estudo, faz desta investigação uma contribuição das mais instigantes para os estudiosos de saúde coletiva da psicopatologia do trabalho, e para os principais e mais diretamente interessados, no caso, os trabalhadores.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.