Ubu Editora

ISBN: 9788571261471
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Esta obra do célebre botânico italiano Stefano Mancuso faz das plantas protagonistas da política urbana. Cada capítulo é um artigo da constituição que o autor redige para a Nação das Plantas, expressão pela qual o leitor é convocado a reconhecer o mundo vegetal como uma comunidade compartilhada de indivíduos. O objetivo de Mancuso é claro: sensibilizar as pessoas aos pormenores da existência complexa e necessária das plantas, esses seres tão familiares como desconhecidos pela maior parte de nós, e com os quais, entretanto, compartilhamos o mesmo mundo e o mesmo destino.

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ISBN: 9786586497076
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“Sou uma lésbica, negra, feminista, guerreira, poeta, mãe, mais forte por causa de todas as minhas identidades, e sou indivisível”, é assim que Audre Lorde assim se definia para seus leitores e ouvintes. O presente livro reúne cerca de vinte textos, vários deles inéditos, encontrados em seu arquivo. São ensaios, aulas, palestras, apresentações e um diário íntimo que acompanha sua vida após o diagnóstico de câncer no fígado. Pioneira da abordagem interseccional no feminismo, Lorde colocava no mesmo plano a opressão e a dominação de mulheres, homossexuais, populações racializadas e despossuídos de todo o mundo, fazendo com que suas lutas se tornassem uma só, sem hierarquizá-las.

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ISBN: 9786586497625
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Na contramão do feminismo carcerário e punitivista, a cientista política Françoise Vergès, autora de Um feminismo decolonial (Ubu Editora, 2020), propõe uma crítica do recurso à polícia e à judicialização dos problemas sociais, e pergunta: como podemos proteger as populações vulneráveis – incluindo mulheres, migrantes, pessoas pobres e racializadas, minorias trans e queer, sem recorrer ao sistema penal que foi concebido justamente para criminalizá-las? Sua análise não apresenta soluções prontas para acabar com as violências de gênero e sexuais, mas visa contribuir para a reflexão sobre a violência como componente estruturante do patriarcado e do capitalismo, e não como uma especificidade masculina.

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ISBN: 9788571260801
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Não raro concebida como uma prática hermética e elitizada, confinada às quatro paredes do setting, a psicanálise é por vezes equiparada a todo um leque de terapias voltadas ao aumento do bem-estar individual. É precisamente essa ideia que o psicanalista francês Florent Gabarron-Garcia põe por terra neste livro, em que empreende uma verdadeira recuperação histórica dos momentos nos quais a psicanálise reafirmou seu compromisso com as classes trabalhadoras, revelando seu caráter engajado como prática e disciplina. Com esse esforço, Gabarron-Garcia visa combater o que chama de “psicanalismo”, um discurso reacionário sobre o sujeito e a sociedade que se passa por psicanálise e afirma a neutralidade do campo. Conforme nos mostra o autor, esse discurso, que se tornou hegemônico nas últimas décadas, buscou operar uma purificação da história política e popular da psicanálise, contribuindo com a manutenção do poder de analista sobre paciente e das classes dominantes sobre as trabalhadoras, compactuando com uma visão burguesa sobre cuidado, saúde e ciência.

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ISBN: 9788571261594
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Nesta série de ensaios, Fred Moten e Stefano Harney recorrem à tradição radical negra para pensar questões candentes relacionadas à proliferação da lógica e da logística capitalista no universo acadêmico e no mundo social. Partindo da experiência de exclusão social e existencial das pessoas negras, indígenas, queers e pobres, os autores teorizam sobre as possibilidades criativas de vida nos “sobcomuns”, entendido como o espaço ocupado por aqueles espoliados da subjetividade mesma e defendido como uma espécie de reduto das rupturas históricas provocadas pelo capital. Os “sobcomuns” são aqueles que permanecem sob o radar do controle capitalista, às margens da ordem social, refratários à assimilação pelo sistema e lutando por outras formas de conviver, sentir e trabalhar. Ao recorrer a esse repositório, Moten e Harney encontram experiências como a quilombagem, os protestos e manifestações de massa, os boicotes, a desobediência civil, as revoltas de escravizados e as insurreições anticoloniais, e a partir delas propõem repensar toda uma gramática estabelecida pelo capitalismo contemporâneo: dívida e crédito; vigilância e controle; o sentido de diretivas e da governança; as noções de estudo e planejamento coletivo; o lugar da Universidade e das instituições educacionais; os limites das estruturas administrativas e governamentais existentes. Afinal, é no rastro das estratégias “fugidias” dos sobcomuns, defendem os autores, que poderemos encontrar princípios anticapitalistas de recusa das injustiças, resistência coletiva e auto-organização.

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ISBN: 9786586497779
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Por que ler Fanon? Por que ler Fanon no Brasil? Por onde começar a ler Fanon? Afinal, ele é anticolonial, decolonial, pós-colonial ou marxista? Quais foram suas contribuições para se pensar as relações entre sociedade e psique? Essas perguntas são algumas das linhas de força que organizam Frantz Fanon e as encruzilhadas: teoria, política e subjetividade, de Deivison Faustino, um dos maiores estudiosos do racismo, do movimento de negritude e da produção intelectual negra no Brasil contemporâneo, e o maior especialista na obra de Fanon no Brasil. Neste livro, Faustino oferece uma reflexão ao mesmo tempo rigorosa e fecunda sobre a obra do psiquiatra e revolucionário martinicano, responsável por um trabalho pioneiro sobre a experiência negra na América Latina e no Caribe afrodiaspóricos, e sobretudo sobre a dimensão psicológica do racismo. Em linguagem límpida e envolvente, o livro começa apresentando a obra de Fanon, seus conceitos centrais, suas principais influências teóricas, integrando seu pensamento à sua biografia. Em seguida, traça uma genealogia da recepção de sua obra no mundo e no Brasil, mostrando como sua obra foi ignorada, lida ou apropriada por diferentes leitores, de figuras centrais da crítica europeia como Jean-Paul Sartre, Homi K. Bhabha e Slavoj Zizek aos pensadores africanos e afrodiaspóricos da negritude, bem como por intelectuais brasileiros como Paulo Freire, Lélia Gonzalez, Glauber Rocha, Florestan Fernandes, Neusa Santos Souza e Clóvis Moura. Ao destrinchar os conceitos da obra fanoniana, tomando o cuidado de situá-los histórica, teórica e biograficamente, Faustino demonstra como sua articulação resultou na criação de uma constelação própria, gestada na encruzilhada de uma série de correntes intelectuais ocidentais com a situação específica des negres no Sul Global – constelação essa que continua reverberando, e com força. Frantz Fanon e as encruzilhadas é para todos os leitores que buscam uma introdução e um aprofundamento na obra de Fanon, conhecendo suas bases e as repercussões da obra no mundo. No final do livro o autor oferece um guia de onde encontrar diferentes temas na obra fanoniana.

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ISBN: 9788571261570
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"Guerreiro Ramos foi considerado um dos maiores sociólogos do mundo", definiu o professor e Ministro Silvio Almeida, "pioneiro e militante, foi um grande pensador do Brasil, do estado brasileiro, de um projeto de país." Publicada originalmente em 1958, "A redução sociológica", representa um marco na sociologia brasileira ao aplicar intuições filosóficas para estudar a complexidade da realidade nacional. Nesta obra seminal, Guerreiro Ramos desenvolve o conceito de "redução sociológica" – redução, no sentido culinário de extrair o essencial. Para o autor, a sociologia brasileira deveria se orientar para captar aquilo que era o extrato do Brasil, inserindo o debate sobre a sociologia brasileira em um contexto mundial. Guerreiro Ramos reconhece a emergência de uma consciência crítica da realidade nacional como forma de ação política e intelectual no Brasil, em compasso com a discussão sobre a luta anticolonial afro-asiática, que procura soluções autônomas para os problemas do Terceiro Mundo, articulado à questão da soberania nacional. O Brasil deixou de ser mero reflexo colonial e assumiu consciência própria motivada pelo surgimento de uma infraestrutura e dos imperativos de desenvolvimento, promovendo uma autoconsciência coletiva, uma consciência crítica que permite sua autodeterminação. Todo bom livro é um livro que comporta muitas leituras. Todo grande livro é um livro que, tendo exigido de seu autor um enorme esforço em redigi-lo, exige dos seus leitores um enorme esforço de atenção. É nisso que distingue e sempre se distinguiu Guerreiro Ramos. — Milton Santos O que Paulo Freire faz é formular em termos práticos, na área de educação, uma série de preceitos da redução sociológica de Guerreiro Ramos. — Hélio Jaguaribe Fui amigo e até compadre de Guerreiro Ramos. Depois brigamos. Ele queria liberar todo pesquisador social de países atrasados como o nosso das prescrições metodológicas formais. Eu era, então, um etnólogo bisonho, metido com os índios, querendo estudá-los como fósseis vivos. Florestan queria ser Merton. Guerreiro tinha toda a razão de propor uma ciência social nossa, eficaz e socialmente responsável. Exacerbou, é claro, como todo pioneiro. Mas era, sem dúvida, o melhor de nós. — Darcy Ribeiro Guerreiro foi um dos grandes intelectuais nacionalistas e desenvolvimentistas que se reuniram, junto a outros, no ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) e repensaram o Brasil. — Luiz Carlos Bresser-Pereira

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ISBN: 9788571261372
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Terra – Antologia afro-indígena é uma coedição entre PISEAGRAMA (@revistapiseagrama) e Ubu que reúne 25 ensaios, publicados ao longo dos treze anos da revista PISEAGRAMA e também inéditos, que abordam as múltiplas relações da terra com a cidade, com a política, com o clima e com o corpo, das perspectivas dos quilombos, dos territórios indígenas, das periferias urbanas, dos assentamentos, das reservas extrativistas, das ocupações, das retomadas, das florestas, do semi-árido, das favelas, dos terreiros e dos reinados. ? ? O livro traz reflexões sobre a diversidade biocultural deste território que chamamos de Brasil e especulações sobre os impasses do Antropoceno, cruciais para o inadiável reenvolvimento com a terra e para a ampliação dos nossos imaginários de coexistência. ? ? Fazem parte desta coletânea: Antônio Bispo Dos Santos Jerá Guarani Cacique Babau Tonico Benites Joelson Ferreira De Oliveira Poliana Souza E Leonardo Péricles Makota Kidoiale Izaque João Heleno Bento De Oliveira Creuza Prumkwyj Krahô Isabel Casimira Gasparino Entidade Maré Castiel Vitorino Brasileiro Glicéria Tupinambá Sandra Benites Wenderson Carneira Ventura Profana Gil Amâncio Ester Carro Nei Leite Xakriabá Oreme Ikpeng Carlinhos Da Resex De Canavieiras Isael Maxakali E Sueli Maxakali Célia Xakriabá Davi Kopenawa Jaime Lauriano Matheus Ribs

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ISBN: 9788571260917
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O cuidado de si é o foco desta obra tardia de Michel Foucault organizada a partir de conferências de 1982 em Toronto, no Canadá. Nela, o filósofo persegue diferentes formas de busca de uma verdade sobre si numa perspectiva histórica, concentrando-se na Antiguidade greco-romana e no surgimento do cristianismo – com o desenvolvimento das instituições monásticas e as interdições referentes à sexualidade. A questão de fundo é: como se constitui o sujeito ocidental moderno? Partindo de uma leitura do Alcibíades, de Platão, que apresenta o ponto de vista socrático sobre o tema, Foucault percorre em seguida, ao longo dos séculos, o pensamento de Sêneca, Musônio Rufo, Epicteto, Plutarco, Galeno, Marco Aurélio, Clemente de Alexandria, João Cassiano, Santo Agostinho, entre outros, abrangendo uma noção bastante ampla de suas percepções sobre uma ética de si. Nesta genealogia do sujeito moderno, Foucault identifica que, a partir do cristianismo, ocorre uma virada na hermenêutica de si em relação às concepções pagãs. Da ascese em que o sujeito se voltava para a verdade, preparando-se para viver no mundo, a civilização ocidental passa a buscar uma ascese voltada para um outro mundo, para a vida eterna. Organizado pelos especialistas Henri-Paul Fruchaud e Daniele Lorenzini, a edição traz notas críticas para elucidar temas abordados no contexto da obra foucaultiana, bem como uma embasada introdução que permite contextualizar a obra no quadro da genealogia do sujeito (ocidental) moderno estudada por Foucault.

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ISBN: 9788571260603
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Este livro é um convite para se reconectar com o poder utópico do feminismo, com um imaginário capaz de provocar uma transformação drástica da sociedade. Francesa criada na ilha da Reunião, Françoise Vergès lança mão de uma terminologia nova para descortinar a realidade das mulheres “racializadas”, empregadas domésticas e faxineiras provenientes dos países do “Sul global”, que limpam o mundo. Ela reivindica “um feminismo decolonial”, aberto a questionamentos, análises e mudanças, mas radicalmente antirracista, anticapitalista e anti-imperialista. À diferença do termo “descolonização”, que diz respeito aos processos históricos que sucederam o fim da relação colonial oficial, "decolonial", um neologismo já consolidado no debate francês, se refere à necessidade de denunciar e tornar visível o que permanece vigente, porém negado, da estrutura colonial nas sociedades pós-coloniais. Assim, um feminismo decolonial, antipatriarcal e anticapitalista, é aquele que leva em conta as consequências da colonização nas relações atuais para repensar o feminismo por dentro, obrigando-o a entrecruzar além de questões de gênero e raça, já bem mapeadas pelo feminismo negro, a variável da desigualdade social ligada ao capitalismo. A descrição crua e verdadeira de fatos cotidianos atinge em cheio o que Vergès chama de feminismo “civilizatório”, aquele defendido por mulheres “brancas e burguesas” europeias que tipicamente reivindicaram desde os anos 1960 direitos iguais em relação aos homens de sua própria classe, as classes média e alta privilegiada. Para a autora, o feminismo deve ser necessariamente multidimensional, incluindo em sua reflexão raça, sexualidade e classe. A leitura deste texto é uma pancada de lucidez que faz perceptíveis as evidências que nos negamos a ver da opressão normalizada que sofrem milhões de mulheres em todo o mundo.

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ISBN: 9788571260818
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"A terra é meu quilombo. Meu espaço é meu quilombo. Onde eu estou, eu estou. Onde eu estou, eu sou." Nesta coletânea cuidadosamente organizada pelo professor da Universidade Federal de Goiás Alex Ratts, a leitora encontrará textos críticos, entrevistas e a prosa poética de Beatriz Nascimento – intelectual e ativista negra que marcou o universo artístico-cultural da diáspora africana e a história do movimento negro no cenário nacional. Neles, Beatriz tece sérias reflexões que oferecem uma imagem prismática não só da experiência íntima das pessoas negras na universidade e na cena cultural brasileira como também das representações midiáticas e historiográficas que lhes são devolvidas dia após dia por uma sociedade racista e em negação quanto ao próprio racismo. Como existir em um contexto em que a própria existência – passada, presente e futura – é cotidianamente negada? Em que consiste o esforço para estabelecer a própria imagem, reivindicar o próprio imaginário? São essas algumas das perguntas implícitas em O negro visto por ele mesmo, registro precioso sobre o que é ser negro, e se perceber negro, no Brasil. A edição também conta com prefácio de Alex Ratts, posfácio de Muniz Sodré, orelha de Renata Martins e quarta capa de Bethania Nascimento Freitas Gomes.

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ISBN: 9788571261396
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O SPK, pelo SPK: O estado do mundo é doença. Todos estão doentes. O que fazer? Fazer da doença uma arma é o primeiro olhar para um futuro a ser construído, livre de nomes e soluções finais, governadores, fábricas de saúde etc. O Coletivo Socialista de Pacientes (SPK) o chama Utopatia [Utopathie]. Fazer da doença uma arma é e permanece o programa, estável em seus efeitos há mais de 50 anos. O SPK e seu desenvolvimento posterior na Frente de Pacientes (PF) curto-circuita doença e revolução. Isso é e foi mostrado: A saúde é uma quimera biológico-nazista, cuja função na cabeça de cada um é o mascaramento do condicionamento social e da função social da doença. A doença não é sofrimento e passividade, mas enquanto resultado das relações capitalistas de produção, a doença é, em sua forma desenvolvida enquanto PROTESTO da vida contra o capital, A força produtiva revolucionária para os seres humanos.

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ISBN: 9786586497434
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O livro retoma as filosofias feministas dos últimos cinquenta anos, para traçar uma genealogia dos conceitos de sexo, gênero e sexualidade. Criando uma trama a partir dos campos mais inovadores da pesquisa filosófica atual: feminismo, teoria queer, ética feminista, filosofia da ciência, politica, feminismo negro e interseccionalidade, Dorlin lança luz sobre a materialidade das relações de poder que estão por trás da origem desses conceitos. Segundo a filósofa, é preciso que o sujeito do feminismo se mantenha em um esforço permanente de descentramento, subvertendo o dispositivo de saber e de poder por trás da ontologização dos sexos. Sumário Introdução Epistemologias feministas Historicidade do sexo Nossos corpos, nós mesmas O sujeito político do feminismo Filosofias da identidade e “práxis queer” Tecnologias do sexo

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ISBN: 9786586497410
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O comportamento humano pode ser explicado pela genética? A psicologia evolucionista vem disseminando argumentos genéticos para explicar fenômenos de todo tipo, e neste livro, a antropóloga Susan McKinnon faz uma crítica demolidora da ficção criada por essa área de conhecimento, que se pretende científica. Longe de ser um relato da evolução e das relações sociais com validade histórica e transcultural, a psicologia evolucionista é um exemplo impressionante de uma "ciência" que transforma a genética evolutiva em um mito das origens humanas. Retomando uma série de estudos antropológicos, a autora oferece uma crítica sustentada e acessível dos mitos da natureza humana fabricados por psicólogos evolucionistas que ganharam espaço no discurso midiático. Com uma escrita clara e assertiva, McKinnon argumenta que esse mito é moldado por valores econômicos neoliberais e se baseia em entendimentos etnocêntricos e conservadores de sexo, gênero, parentesco e relações sociais. McKinnon defende que as teorias da mente e da cultura formuladas por esses valores não dão conta nem da origem ou da história evolutiva, nem das variações e da diversidade contemporânea de organizações e de comportamentos sociais.

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ISBN: 9788571261044
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Christina Sharpe desvenda, aqui, os vestígios das memórias negras escondidas numa história predominantemente branca. Por meio de poemas, de obras de arte, cinema e arquitetura, bem como de memórias individuais e familiares, a autora evoca os vestígios do sistema escravista na vida de pessoas negras e em toda uma sociedade moldada para desconfigurar seu sofrimento. Em diálogo com escritoras como Toni Morrison e Saidiya Hartman, Sharpe desenterra um passado colonialista ainda impregnado nas relações sociais, nos laços familiares e em nossa própria subjetividade. Ao evidenciar mecanismos de exclusão que perduram e servem de base para um sistema que lucra com os diversos tipos de violência contra corpos considerados desimportantes, Sharpe ressalta a urgência de um trabalho coletivo de vigília, lembrança e cuidado para a construção de um espaço que não reproduza estigmas e que permita o reconhecimento das feridas ainda abertas da escravização negra.

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ISBN: 9788571261051
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Contracolonização é o conceito-chave desta obra de Antônio Bispo, que contrapõe de forma desconcertante o modo de vida quilombola ao da sociedade colonialista. Com uma linguagem própria, de palavras "germinantes", o autor oferece um olhar urgente e provocador sobre os modos de viver, habitar e se relacionar com os demais viventes e com a terra. A partir da Caatinga brasileira, mais especificamente do Quilombo Saco Curtume, no Piauí, Bispo denuncia a cosmofobia – o medo do cosmos que funda o mundo urbano eurocristão monoteísta – e empreende uma guerra das denominações, enfraquecendo as palavras dos colonizadores. Desafiando o debate decolonial, compreendido por ele como a depressão do colonialismo, propõe a contracolonização, um modo de vida ainda não nomeado e que precede a própria colonização. Não se trata de um pensamento binário, mas de um pensamento fronteiriço e "afro-pindorâmico" para compreender o mundo de forma "diversal", integrado por uma variedade de ecossistemas, idiomas, espécies e reinos.

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ISBN: 9786586497762
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Neste livro breve e divertido, o premiado neurobiólogo italiano Stefano Mancuso – autor de Revolução das plantas (Ubu Editora, 2019) e A planta do mundo (Ubu Editora, 2021), e convidado da Flip 2021 – reúne uma série de relatos surpreendentes sobre algo que não costumamos, erroneamente, associar às plantas: o movimento. Assim como os seres humanos, as plantas também migram pelo mundo, e muitas vezes pelos mesmos motivos que nós: para assegurar sua sobrevivência ou para descobrir novas formas de vida, para se transformar ou para transformar outros seres, ou então simplesmente para habitar outros espaços, mobilizadas pelo acaso e pela “curiosidade”. Mancuso traz, em uma escrita híbrida e única entre a ciência e a literatura, narrativas sobre plantas que convencem os animais a carregá-las de um canto a outro; plantas que, em vez de dependerem de outros seres, aprenderam a rolar pelas encostas, voar com o vento ou mesmo nadar nos rios e mares; plantas que resistiram a desastres atômicos e às intempéries do tempo; plantas que desenvolveram frutos incrivelmente versáteis. Seja qual for a história, o leitor de A incrível viagem das plantas será levado a uma realidade em que plantas e seres humanos revelam-se semelhantes e complementares – a nossa própria realidade, pelos olhos do exímio Stefano Mancuso.

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ISBN: 9786586497298
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A planta do mundo, novo livro do botânico e fundador da neurobiologia vegetal Stefano Mancuso, dá destaque à inclinação literária desse cientista apaixonado pelas plantas. Ganhador do prêmio Galileo de escrita literária de divulgação científica de 2018 com o best-seller A revolução das plantas, neste novo livro Mancuso reúne narrativas saborosas sobre curiosidades históricas que de um modo ou de outro envolvem plantas. O livro trata das árvores da liberdade plantadas na Revolução Francesa, das cidades sem plantas, dos troncos de árvore especiais para fazer violinos Stradivarius, de sementes enviadas à Lua e até mesmo do caso em que um perito botânico ofereceu provas para desvendar um crime. As plantas estão em toda parte para quem está aberto a percebê-las. Mancuso é um grande educador dessa sensibilidade para novos leitores. “Assim como ocorre na floresta, onde cada árvore está ligada a todas as outras por uma rede subterrânea de raízes que as une formando um superorganismo, as plantas constituem a nervura, o fundamento, o mapa (ou planta) com base no qual se constrói o mundo em que vivemos. Não ver essa planta, ou pior, ignorá-la, acreditando que estamos acima da natureza, é um dos perigos mais graves para a sobrevivência da nossa espécie.”

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ISBN: 9788571260344
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Para Stefano Mancuso, o verdadeiro potencial para a solução dos problemas que nos afligem está nas plantas. Sua autonomia energética, ligada a uma arquitetura cooperativa, distribuída, sem centros de comando, faz delas seres vivos capazes de resistir a repetidos eventos catastróficos e de se adaptar com rapidez a enormes mudanças ambientais. Ao revelar a capacidade das plantas de aprender, memorizar e se comunicar, o cientista fundador da neurobiologia vegetal propõe um novo modelo para pensar o futuro da tecnologia, da ecologia e dos sistemas políticos. XII Prêmio Galileo de escrita literária de divulgação científica 2018

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ISBN: 9786586497205
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Primeiro livro de Frantz Fanon, "Pele negra, máscaras brancas" é um dos textos mais influentes dos movimentos de luta antirracista desde sua publicação, em 1952. Logo de início, se apresenta como uma interpretação psicanalítica da questão negra, tendo como motivação explícita desalienar pessoas negras do complexo de inferioridade que a sociedade branca lhes incute desde a infância. Assim, descortina os mecanismos pelos quais a sociedade colonialista instaura, para além da disparidade econômica e social, a interiorização de uma inferioridade associada à cor da pele – o que o autor chama de "epidermização da inferioridade".

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ISBN: 9786586497564
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Como o Estado administra não só a vida como também a morte de determinados cidadãos? De que maneira o desaparecimento de pessoas e corpos se constitui como um mecanismo em contínuo funcionamento? De quem são os cadáveres que o Estado não quer nomear? Essas são algumas das questões que o filósofo e psicanalista Fábio Luís Franco levanta ao desenvolver uma análise do processo de produção, normatização e apagamento sistemáticos da morte, com foco na atuação de forças do Estado. Tendo como base o conceito do filósofo camaronês Achile Mbembe de necropolítica, Franco recupera nas guerras coloniais os mecanismos de contrainsurreição que foram legados aos generais das ditaduras latinoamericanas e fizeram do desaparecimento um método de repressão. Mas esse não é um fenômeno de "exceção" durante a ditadura, ao contrário, como mostra Franco, ele está entranhado na estrutura governamental do Brasil, presente nas mais diversas estratégias que tornam o desaparecimento um modo de governar.

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ISBN: 9786586497960
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É para cuidar da ferida aberta pelas inúmeras crises engendradas pelo sistema capitalista que o martinicano Malcom Ferdinand propõe uma ecologia decolonial, uma abordagem interseccional extremamente sagaz que reúne o ecológico com o pensamento decolonial, antirracista, em uma crítica contundente ao “habitar colonial da Terra”. Nesta análise urgente, Ferdinand critica o que chama de “dupla fratura colonial e ambiental da modernidade”, de que resultam, por um lado, as teorias ecologistas que desconsideram o legado do colonialismo e da escravidão; por outro, os movimentos sociais e antirracistas que negligenciam a questão animal e ambiental.

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ISBN: 9788571260504
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A obra de Frantz Fanon, psiquiatra e militante anticolonial marcou diversas gerações de ativistas de direitos civis e especialistas em estudos pós-coloniais. Conhecido pelos clássicos Pele negra, máscaras brancas (1952) e Os condenados da terra (1961), o autor deixou também uma significativa e menos conhecida obra ligada a sua experiência como psiquiatra. Os textos deste volume, inéditos em português e inacessíveis até pouco tempo em todo o mundo, tratam da relação entre alienação colonial e doenças mentais. Esta coletânea de textos propõe uma leitura política do hospital psiquiátrico, associando racismo e psiquiatria colonial: "Uma criança negra, normal, tendo crescido no seio de uma família normal, ficará anormal ao menor contato com o mundo branco", escreve Fanon. O livro reúne mais de 20 escritos de Fanon, entre artigos científicos, sua tese em psiquiatria, um curso e textos inéditos publicados no jornal interno do hospital de Blida-Joinville onde ele trabalhou entre 1953 e 1956.

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ISBN: 9788592886059
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“24/7 anuncia um tempo sem tempo, um tempo sem demarcação material ou identificável, um tempo sem sequência nem recorrência”, afirma o autor. A disponibilidade para consumir, trabalhar, compartilhar, responder, 24 horas por dia, 7 dias por semana, parece ser a palavra de ordem da contemporaneidade. Jonathan Crary faz um panorama vertiginoso de um mundo cuja lógica não se prende mais a limites de tempo e espaço. Uma sociedade que funciona sob uma ordem que põe à prova até mesmo a necessidade de repouso do ser humano – a última fronteira ainda não ultrapassada pela ação do mercado.

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