Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
O reino da liberdade começa com a redução da jornada de trabalho. Esse pensamento de Karl Marx é o mote do presente livro. Neste volume, acompanhamos a história da luta operária pela jornada de oito horas, que teve como resultado uma progressiva redução do tempo de trabalho ao longo de todo o século XX, e entendemos por que essa conquista se encontra ameaçada. Com o alvorecer do século XXI, é o reino da não liberdade que se expande com incrível furor, o que torna premente o retorno dessa pauta para a luta dos trabalhadores de todo o mundo.
A terceira edição de Direita e esquerda chega em meio a um cenário econômico global tumultuado por uma das piores crises financeiras do capitalismo. Quando de sua primeira edição, em 1999, Norberto Bobbio, um dos principais pensadores contemporâneos, deu uma resposta a quem preconizava que já não fazia sentido distinguir direita e esquerda, pois na globalização a análise dos problemas políticos e econômicos expandira-se para além das fronteiras dos Estados nacionais: “Parece-me ter ocorrido exatamente o contrário, ou seja, que a distinção não está morta e sepultada, mas mais viva do que nunca”.
Quem é o responsável pelas infelicidades que esmagam a humanidade? Depois de muitas hesitações, os primeiros Pais da Igreja buscaram a explicação no velho mito bíblico de Adão e Eva. Os bispos do concílio de Trento fizeram dele um dogma, afirmando que a falta do primeiro homem corrompeu a natureza humana. Desde então, a doutrina do pecado original moldou a moral cristã e, mais amplamente, a imagem do homem. Construída com cuidado e erudição, esta obra é instrutiva e instigante, feita para pessoas curiosas, crentes ou não, sobretudo numa época em que a distinção entre o bem e o mal — e sobretudo sua origem — se articula com dificuldade.
“A linguagem poderia nos ferir se não fôssemos, de alguma forma, seres linguísticos, seres que necessitam da linguagem para existir?” Sensíveis às complexidades e à emergência das discussões sobre a liberdade de expressão e cultura do “cancelamento”, as reflexões que decorrem desta leitura são atuais, necessárias e fecundas. Preocupada com a necessidade de aumentar o poder de ação de dominados e subordinados, a autora problematiza algumas importantes questões que permeiam o debate sobre a criminalização do discurso de ódio.
O corpo é um fio condutor que perpassa praticamente de ponta a ponta a obra de Michel Foucault. Neste livro, Arianna Sforzini busca analisar a relação entre a filosofia do seminal autor francês e a ideia de corpo, concentrando-se na evolução do pensamento foucaultiano em relação ao corpo ao longo de toda a sua trajetória, desde seus primeiros trabalhos até as obras finais, com destaque para "História da loucura", "Vigiar e punir" e "As palavras e as coisas".
A floresta amazônica cobre mais de cinco milhões de quilômetros quadrados, entre os territórios de nove nações diferentes. Representa mais da metade da floresta tropical remanescente do planeta. Está realmente em perigo? Que passos são necessários para salvá-la? Para entender o futuro da Amazônia, é preciso saber como sua história foi forjada: nas épocas das grandes populações pré-colombianas, na "corrida do ouro" de conquistadores, nos séculos de escravidão, nos esquemas dos ditadores militares do Brasil nas décadas de 1960 e 1970 e nas novas economias globalizadas, nas quais a soja e a carne bovina brasileiras agora dominam, enquanto o mercado de créditos de carbono aumenta o valor da floresta em pé. Susanna Hecht e Alexander Cockburn mostram em detalhes convincentes o panorama de destruição, analisando muitos fatos no calor da hora, e também põem em relevo o extraordinário ímpeto dos defensores daquele ecossistema, bem como o surgimento de novos mercados ambientais. Passando por fatos marcantes dessa luta pela preservação da floresta, a exemplo do assassinato de Chico Mendes, este livro contribui substancialmente para atualizar e organizar o conhecimento disponível para o grande público a respeito das reais condições atuais da floresta, da miríade de desafios restantes e dos luzes que se veem no horizonte.
Materialismo é um livro que desafia as ideias tradicionais sobre o materialismo e propõe uma visão ampla e complexa sobre a materialidade. Com linguagem envolvente e acessível, o autor apresenta uma perspectiva crítica e original que busca romper com os preconceitos e estereótipos comuns com relação ao materialismo, demonstrando como nossos corpos e atividades corporais são responsáveis por tornar o pensamento e a consciência possíveis.
Este livro apresenta a agroecologia e sua complexidade, propondo um modelo de desenvolvimento territorial baseado na organização camponesa para produção de alimentos com base na policultura e na valorização da diversidade das paisagens, dos ecossistemas e das espécies como modo de valorização da vida.
O livro aborda a problemática que envolve a compreensão das representações sociais do cotidiano e do trabalho de mulheres brasileiras que residem na Holanda. Dezenove mulheres foram entrevistadas para a composição de seus relatos. Os resultados revelam que a globalização favorece a entrada no país de imigrantes provindos do mundo todo, inclusive do Brasil. Além disso, o sistema capitalista utiliza essa demanda de emprego para explorar a mão-de-obra barata e sem acesso a direitos sociais. Com relação às representações sociais, as mulheres brasileiras que residem na Holanda se organizam baseadas em um sistema de interpretação complexo, que envolve contextos macro e micro, fundamentadas em concepções culturais e transacionais, nas quais o papel das redes sociais são importantes. Pode-se constatar que a imigração de mulheres brasileiras é uma realidade que deve ser enfrentada pelas autoridades brasileiras, como também no âmbito do Serviço Social.
Partindo de uma reflexão sobre a pertinência do conceito de “camponês”, Eliane Tomiasi Paulino aborda nesta obra os principais desdobramentos da questão agrária brasileira e, em particular, no Paraná. A autora analisa as diversas formas como se manifesta a monopolização do território nessa região, examinando as principais atividades econômicas dos camponeses e os caminhos de drenagem da renda obtida com a terra. Amparada em vasta bibliografia e em ampla pesquisa de campo, que envolveu diretamente 292 famílias em 33 municípios paranaenses, a obra procura evidenciar como a recriação do campesinato se traduz em uma geografia peculiar, dado o contexto em que as políticas públicas se manifestam ora indo ao encontro, ora se desencontrando das demandas e dos interesses desses trabalhadores, em um movimento marcado por avanços e recuos no processo de territorialização. Por fim, considera os marcos geográficos indissociáveis de uma lógica de ordenação territorial própria do trabalhador rural, desvendando o modo de vida e as práticas que costuram a unidade comunitária que lhes dá sustentação.
Ao discutir as relações entre gênero, mídia e política no Brasil, Caleidoscópio convexo discute a maneira como os meios de comunicação se portam ao veicularem notícias do cenário político e destaca as consequências de uma divulgação que privilegia a presença masculina em cargos públicos e reforça a sub-representação política das mulheres.
A clonagem de animais, o consumo de alimentos transgênicos, o uso de células-tronco embrionárias, esses e outros assuntos ligados à Biologia Celular e à Genética fazem parte do nosso cotidiano, porém muitas vezes são abordados por especialistas de forma pouco compreensível à maioria das pessoas. Numa linguagem acessível e objetiva, este livro busca aproximar do grande público temas atuais e polêmicos sobre a manipulação das céluas e do material genético.
O difundido retrato da suposta cordialidade brasileira, ilustrada pelos cenários carnavalescos ou pelo futebol, sistematicamente oculta a violência, latente ou explícita, do preconceito, da exclusão e da repressão sociais. A eficiência com que as elites ocultam essa face brutal de nossa sociedade exige um trabalho de rastreamento, de descobrimento de pistas que revelem o autoritarismo subjacente e forneçam uma interpretação mais justa. Os ensaios que compreendem este livro têm por objetivo justamente levar a cabo essa tarefa ao criticar a imagem e autoimagem da República.
Este livro apresenta os resultados de pesquisa conduzida pelo Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI) que investigou as Tensões estruturais entre meio ambiente e crescimento econômico. Congregando especialistas de vários setores (economia, sociologia, filosofia, antropologia, física e ciência ambiental) e diferentes países, ela desenvolveu-se entre 2007 e 2008 e procurou aprofundar uma visão anti-hegemônica da natureza sistêmica de um dos maiores impasses civilizacionais deste século: a espécie humana corre um sério risco de desestabilização porque sua saúde e suas atividades dependem do bom funcionamento dos ecossistemas – que estão colapsando – e de recursos naturais abundantes, que passam a escassear devido aos nossos modos de produção e consumo.
Este livro chega ao Brasil em um momento particularmente fecundo para o enfrentamento dos muitos problemas que Butler aponta: esta tem sido uma época especialmente desfavorável para mulheres, homossexuais, lésbicas e pessoas trans, com índices de violência impressionantes. Autora incontornável no que diz respeito às reflexões sobre formas de segregação, Butler está “desfazendo” o conceito de gênero como único e exclusivo recorte para análise das injúrias e violações a que as chamadas “pessoas dissidentes de gênero” são submetidas.
Como escrever sobre o problema do mal de maneira razoável, sem sobrecarregar o leitor com fórmulas metafísicas da teologia e da filosofia, e, ao mesmo tempo, sem deprimi-lo inutilmente com um compêndio histórico das desgraças humanas, de Adão e Eva à bomba atômica? Terry Eagleton enfrenta esse desafio fazendo deste livro uma espécie de caldeirão das bruxas de Macbeth, com ingredientes diversos, desde os mais sutis até aqueles considerados absolutamente repugnantes.
Obra pioneira, Além do carnaval examina a realidade social e cultural da homossexualidade masculina no Brasil ao longo do século XX. James Green questiona a visão estereotipada de que a expressão desinibida e licenciosa do comportamento homossexual durante o carnaval comprova a asserção de que a sociedade brasileira tolera a homossexualidade e a bissexualidade na vida cotidiana. Sustentado por ampla pesquisa e sólida erudição, esta obra traz uma contribuição inestimável a uma área negligenciada da história social brasileira. Esta terceira edição, revista e ampliada, atualiza e aprofunda as análises das edições anteriores, cobrindo as últimas décadas do século XX, pródigas em lutas, conquistas, mas ainda repletas de desafios.
Em História dos jovens no Brasil os autores dirigem seu olhar para o passado para melhor compreender nosso tempo e a sociedade de que somos parte, produto e testemunho. E nosso passado é fundamental: raízes, heranças e permanência estão lá. Não se pode imaginar que escravidão, repressão, ditadura, cultura de massas não tenham nada a ver com a contemporaneidade. Pelo contrário: eles demonstram que nossa “modernidade” é habitada pela recorrência não apenas de problemas e diagnósticos, mas também de soluções que nos foram legadas. Para entender e caminhar ao lado dos jovens de hoje, História dos jovens no Brasil propõe que ouçamos os jovens do passado.
Este livro lança luzes sobre os mecanismos utilizados para a construção de um conceito de raça de perspectiva eurocêntrica, que privilegia presumidas diferenças biológicas, no território latino-americano. Investiga o papel da educação nesse processo, desvelando a relação entre modelos econômicos e educacionais na manutenção e institucionalização do desequilíbrio social e da exclusão.
Versando sobre a questão clássica da liberdade e da necessidade, além de outros temas centrais da filosofia, como a natureza do bem e do mal, da justiça, do fundamento do poder político, dentre outros, o presente debate é um precioso documento histórico do confronto entre um religioso adepto da tradição escolástica e um filósofo partidário da ciência moderna nascente. A querela de John Bramhall com Thomas Hobbes, iniciada em 1645, é uma controvérsia entre duas personalidades fortes e opostas, bem indicativa da situação da filosofia e da teologia da época.
Centrados na relação escola-educador, os ensaios aqui reunidos visam discutir uma série de temas atuais ligados à área, entre os quais: a relação escola-sociedade, a alfabetização, a estrutura curricular, a pedagogia da qualidade e a relação oralidade-escrita. Dessa forma, a coletânea permite a avaliação de propostas e experiências recentes na política educacional.
Ao final do século XIX, alguns sintomas desafiavam o saber racional da medicina. Incapazes de identificar fisicamente o que ocorria com algumas mulheres, estas eram classificadas como histéricas. O quadro só se tornou mais claro quando Freud desbravou um novo campo da ciência médica e propôs uma nova forma de tratamento, a psicoterapia. Molina investiga o entorno dessa revolução, que acontece justamente no momento em que o mundo dos homens desaba na antiga Viena, para entender como a modernidade é construída desde a desestruturação da antiga hierarquia entre os sexos.
“Há políticas culturais para os índios e há políticas culturais dos índios. Não são a mesma coisa.” O presente livro reúne dezenove ensaios que procuram distinguir e debater as políticas culturais feitas para os índios, as feitas pelos índios e aquelas que de alguma maneira os envolvem. São observadas não apenas tais políticas, mas também seus pontos de cruzamento e seus efeitos conjugados.
As universidades brasileiras, institutos de pesquisa e mesmo os movimentos camponeses de nosso país têm pouca informação sobre as muitas e diferentes formas de organização de agricultores e de camponeses em escala internacional. Os autores deste livro realizam uma radiografia cuidadosa de praticamente toda as articulações internacionais dos mais variados setores sociais que atuam no campo, analisando sua composição regional, de classe e ideológica, suas relações com ONGs e instituições internacionais e como eles enfrentaram o neoliberalismo global.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.