Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
A mulher negra é a síntese de duas opressões, de duas contradições essenciais a opressão de gênero e a da raça. Isso resulta no tipo mais perverso de confinamento. Se a questão da mulher avança, o racismo vem e barra as negras. Se o racismo é burlado, geralmente quem se beneficia é o homem negro. Ser mulher negra é experimentar essa condição de asfixia social.
Nesta obra organizada pelo economista e pesquisador do Insper Marcos Mendes é possível conhecer casos concretos de políticas públicas bem-sucedidas para mostrar a viabilidade delas se forem colocadas em prática através de muito esforço, organização e disciplina. A obra reúne onze artigos de diferentes especialistas que tratam de assuntos como a efetividade do uso de câmeras corporais pelas polícias brasileiras, controle de prevenção do desmatamento na Amazônia, o sucesso do Pix no Brasil e ações na área da economia que foram transformadoras.
Saberes da floresta é o segundo título da Coleção Insurgências, que nasce com o objetivo de partilhar e fazer girar reflexões e práticas comprometidas com formas diversas de pensar o mundo, as relações, os modos de aprender e de ensinar. Neste livro, a produção poética da educadora e pesquisadora Márcia Wayna Kambeba, indígena Omágua/Kambeba, se apresenta como um fio que abre caminhos, promove aproximações entre saberes diversos, amplia possibilidades de visões de mundo e incita novas formas de ensino e aprendizado.
Escrito em 1967 no auge da luta por direitos civis nos Estados Unidos, Black Power é um livro seminal para os movimentos negros de todo o mundo. Seus autores, Stokely Carmichael (que depois passou a se chamar Kwame Ture) e Charles V. Hamilton, estavam na linha de frente da luta e procuraram registrar no calor do momento as discussões sobre o enfrentamento à supremacia branca. Em primeira edição oficial no Brasil, o livro continua sendo um documento histórico fundamental para a discussão do racismo estrutural e seus resultados nefastos sobre a desigualdade racial. Mais uma parceria da Editora Jandaíra com o Selo Sueli Carneiro, coordenado por Djamila Ribeiro.
Esta obra do professor e pesquisador Henrique Marques Samyn apresenta uma breve introdução à trajetória do Partido Panteras Negras, suas perspectivas políticas e seu legado para quem tem interesse no assunto. Com didatismo, o livro oferece uma importante compreensão da história do Partido Panteras Negras – que envolveu a criação de serviços para a comunidade negra estadunidense, a promoção da educação, além do repúdio ao fascismo e ao sexismo – e contribuiu para a luta por liberdade e efetiva construção de uma aliança antirracista.
O livro reúne as vivências da consultora Carolina Ignarra e do rapper Billy Saga, cadeirantes e ativistas pelos direitos das pessoas com deficiência. Com uma linguagem acessível e de fácil compreensão, os autores relatam experiências pessoais, explicam o que é o capacitismo e quais práticas podem ser adotadas para sua desconstrução. Através de dados estatísticos, a obra traz um panorama sobre as pessoas com deficiência no Brasil e sobre as leis e ações afirmativas voltadas para este público. Aqui está um convite à desconstrução do preconceito, à promoção da acessibilidade, da inclusão e da diversidade de corpos em todos os espaços.
Mais de trezentos anos de escravidão legaram ao Brasil uma sociedade em que racismo se infiltra no cotidiano das maneiras mais perversas. Do lápis de pintar usado na escola aos termos com os quais as pessoas se auto definem, resultante da gama de tons que a mestiçagem - reconhecida ou não - produz, a beleza da cor e da diversidade só agora começa a ser notada.
Primeiro livro de Marcela Tiboni, agora reeditado pela Jandaíra, Mama: um relato de maternidade homoafetiva traz as vivências de um casal de lésbicas que decidiu engravidar sem um pai. Diante dessa decisão, o casal Marcela e Mel vão em busca de informações nas redes sociais para saber como dar o primeiro passo na direção da maternidade em dupla.
As pesquisas apresentam formulações econômicas, fundamentadas em dados, e análises empíricas que revelam a origem da discriminação racial no Brasil, abordam tópicos diversos que passam por temas como renda, mercado de trabalho, educação, saúde, desenvolvimento econômico e representação política, além de novas possibilidades de políticas públicas para a criação de uma sociedade mais justa e equitativa. Com novas contribuições e perspectivas para o entendimento das desigualdades raciais no Brasil e a apresentação da complexa relação entre economia e racismo, esta obra é essencial para estudantes, pesquisadores, formuladores de políticas e todas as pessoas interessadas em compreender e combater a persistente desigualdade racial que desafia o Brasil. Um problema que não pode mais ser ignorado.
Dedê Fatumma, mulher negra e lésbica, expõe em Lesbiandade, décimo quarto título da Coleção Feminismos Plurais, a construção de sua identidade e os caminhos percorridos para o entendimento das violências que acometem mulheres sapatonas, lésbicas, bissexuais e dissidentes de gênero. A partir da referenciação de intelectuais negras, mulheres latino-americanas e racializadas, evidencia as desigualdades intersectadas nas relações sociais de gênero, classe, raça e sexualidade, frente ao cistema de poder. Sua pesquisa marca a insurgência teórica contra a hegemonia branca e rompe com padrões de colonização de corpos ao evidenciar outras maneiras de amor entre mulheres.
Os poemas reunidos em Cartas de amor para mulheres negras, de Midria – poeta, slammer e cientista social – buscam o afeto como paradigma para romper com as imagens de sofrimento e dor comumente associadas às vivências de mulheres negras. A obra evidencia com sensibilidade questões de cura e identidade pelo reconhecimento de subjetividades e da humanização a partir de referências ancestrais.
Com organização de Helio Santos, doutor em administração pela FEA-USP e histórico militante da causa antirracista, A Resistência Negra ao Projeto de Exclusão Racial – Brasil 200 anos (1822-2022) reúne 33 trabalhos de 34 personalidades de diversos segmentos acadêmicos, escritores/as, poetas e ativistas afro-brasileiros/as que analisam a história do país a partir da ação antirracista como eixo central e com uma visão crítica acerca das principais questões que dominam a pauta atual: meio ambiente, reforma tributária, políticas afirmativas e de reparação, segurança pública, política e economia. A obra não apenas analisa as contradições e o legado deixado por um passado de exclusão sistêmica, mas também apresenta soluções. A publicação foi viabilizada em parceria com o Instituto Çarê, o selo Sueli Carneiro e a Editora Jandaíra.
A partir do movimento Sankofa de olhar para o passado como forma de ressignificar o presente e mudar o futuro, Clarissa Brito expõe os modos como a Psicopedagogia pode oferecer recursos para o debate sobre o impacto do racismo estrutural na aprendizagem das crianças negras, propõe ferramentas para uma educação antirracista e para a construção de referências positivas para todas as crianças. Este é um livro essencial para educadores, psicopedagogos e todos interessados em lançar um olhar plural para a prática educacional.
Organizado pelas catalãs Cristina Carrasco Bengoa e Carme Díaz Corral, o livro reúne artigos de pesquisadoras espanholas e latinoamericanas que discutem a economia pelo viés do gênero, por meio de uma crítica ao pensamento econômico hegemônico e a proposição de novas alternativas para romper com as violências e opressões perpertuadas contra as pessoas mais vulneráveis, principalmente as mulheres. Os textos trazem à tona reflexões sobre capitalismo exploratório e a problemática do trabalho pela perspectiva social, ambiental, urbana, micro e macroeconômica.
Este livro nasceu com o propósito de que as diversas visões, experiências e competências compiladas nestes ensaios, ajudem líderes e designers organizacionais a expandir a consciência à complexidade e à diversidade do ambiente vigente, abraçando o contexto caótico do mundo, da sociedade e do mercado, e exercitando seu próprio pensamento convergente e divergente para renovar seu olhar sobre dores e problemas, vislumbrando possibilidades e soluções por uma Organização mais Consciente.
A partir do discurso autoetnográfico a professora, pesquisadora e ativista Malu Jimenez expõe as violências gordofóbicas a que os corpos gordos femininos estão submetidos desde a infância até a fase adulta. Através de análises teóricas, entrevistas e depoimentos a autora investiga a estigmatização institucionalizada e a patologização do corpo gordo do ponto de vista sociocultural, ao mesmo tempo que salienta a importância da internet para a criação de espaços para a militância antigordofóbica e o ativismo gordo. O livro é resultado da tese de doutorado de Malu Jimenez, que agora ganha nova edição, com novo projeto gráfico e novas fotos. Esta publicação inaugura o selo “Lute como uma gorda”, que discutirá a gordofobia em diversas áreas.
Ana Fontes traz uma rica análise sobre empreendedorismo no Brasil através do compartilhamento de seus aprendizados ao longo da carreira como empreendedora social e fundadora da Rede Mulher Empreendedora. A autora mostra a potência da liderança feminina na prática, com insights sobre fatores de risco, dicas sobre gestão financeira e o reforço da importância da criação de redes de apoio. Este livro é uma rica fonte de estudos para empreendedoras iniciantes e experientes. Luiza Helena Trajano afirma no prefácio: “(...) a leitura deste livro é de grande importância para essas mulheres empreendedoras que precisam avançar cada vez mais, quebrando paradigmas no mundo dos negócios e do empreendedorismo.
Em crônicas bem-humoradas e críticas, a farmacêutica Nathallia Protazio narra sua vivência profissional e pessoal durante a pandemia da covid-19 – desde os atendimentos em seu trabalho na linha de frente do combate ao vírus até os sentimentos provocados pelo impacto do isolamento social em sua vida: o medo, a solidão, as crises de ansiedade, os contatos virtuais. O escritor Evanilton Gonçalves destaca no texto de apresentação: “Vinda do agreste pernambucano e atravessando muitas fronteiras até se manter atualmente em Porto Alegre, Nathallia Protazio conduz aqui um ritmo particular que imprime em nós um fascínio irresistível por ler mais e mais as suas crônicas.”
Neste 13º título da Coleção Feminismos Plurais, a promotora de justiça Lívia Sant’Anna Vaz apresenta um estudo das cotas raciais no Brasil e do seu impacto no ensino superior e nos concursos públicos ao longo dos dez anos da legislação. A obra rememora o histórico de restrições impostas a pessoas negras no acesso à educação formal e promove a compreensão histórica do racismo e da resistência jurídica de reconhecê-lo como um dos elementos que estrutura as desigualdades brasileiras. Para além de apresentar os desafios para o aprimoramento das cotas raciais e os seus limites na concretização de justiça racial, a autora também salienta a importância dos mecanismos de controle para a garantia da eficácia dessa importante ação afirmativa para o povo negro.
A intenção da coleção Feminismos Plurais é trazer para o grande público questões importantes referentes aos mais diversos feminismos de forma didática e acessível. Com o objetivo de desmistificar o conceito de lugar de fala, Djamila Ribeiro contextualiza o indivíduo tido como universal numa sociedade cis hetero patriarcal eurocentrada, para que seja possível identificarmos as diversas vivências específicas e, assim, diferenciar os discursos de acordo com a posição social de onde se fala.
“Pedagoginga, Autonomia e Mocambagem" se harmoniza a algumas esferas importantíssimas: a atenção filosófica, histórica e contextualizada sobre o que se convencionou chamar de culturas negras; a implementação consistente do ensino de história e de cultura destas matrizes de fontes africanas e de cabeças, pés e mãos pretas; o sonho suado de um movimento de educação popular autônomo nas periferias de São Paulo nesse começo do século 21. Allan da Rosa apresenta e discute elementos fundamentais de nossa cultura, a partir de referenciais filosóficos e epistêmicos constitutivos de nossas linhagens, pilares, desafios e também contradições. E com essa perspectiva convida o leitor a refletir a respeito do fazer educativo. Assim, o autor apresenta uma nova proposta pedagógica, nova porém trançada a estéticas e fundamentos ancestrais, o que implica a autonomia de educadores e estudantes, bem como o compromisso genuíno com a cultura afro-brasileira. Eis um livro de reflexões, dúvidas, lâminas e ninhos sobre uma prática de anos em Educação Popular que tem como mote a experiência de organizar e concretizar cursos independentes nas nossas periferias de São Paulo, focados na vivência negra de ontem, do futuro, de hoje e a de tantas linhas, espirais e novelos do tempo que tecemos. O livro integra a Coleção Insurgências, que nasce com o objetivo de partilhar e fazer girar reflexões e práticas comprometidas com formas diversas de pensar o mundo, as relações, os modos de aprender e de ensinar.
Escrito por pesquisadoras e pesquisadores negros de diferentes lugares do Brasil, o livro resgata personalidades negras que merecem ser reconhecidas por suas contribuições à História. 16 textos apresentam escravizados, recém-libertos, líderes espirituais, políticos, educadores, artistas de diversos campos, mulheres que estudaram e empreenderam a despeito de todos os preconceitos de gênero e de raça, mulheres que abriram caminhos com suas próprias mãos. Em suma, pessoas que viveram em suas épocas e marcaram a nossa História. Viabilizado graças a uma iniciativa do empresário Maurício Rocha, em parceria com o selo Sueli Carneiro, coordenado por Djamila Ribeiro, o livro contribui para a construção de uma nova identidade brasileira, por meio do resgate de uma consciência ancestral e coletiva.
O livro é composto por trabalhos que afirmam a importância da luta quilombola e apresentam reflexões sobre o contexto educacional brasileiro e a luta territorial, tópico de constantes disputas. As epistemologias quilombolas apresentadas evidenciam as existências múltiplas que lutam por respeito e direitos que deveriam ser básicos. Os textos são fruto da I Jornada Nacional Virtual de Educação Quilombola, evento que foi uma parceria entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), sendo o primeiro evento organizado pelo Coletivo Nacional de Educação.
Todas as vezes que surge uma personagem negra estereotipada como essa nos programas de entretenimento aos domingos, a segunda-feira das crianças e adolescentes negros na escola será um filme de terror que se estenderá por semanas, meses e anos, a depender da duração da personagem na tevê. E os familiares dessas crianças perderão horas, dias, semanas e meses preciosos de educação, lazer e fruição ensinando-as a reagir, a não sucumbir, a manter a cabeça erguida, a preservar o amor próprio diante de tanta violência direcionada e objetiva. Os exemplos racistas da televisão também inspirarão situações de discriminação racial na escola, minimizadas por professoras e professores cansados e despreparados, para dizer o mínimo. As crianças e adolescentes negros que não tiverem tido as lições de sobrevivência do amor-próprio ministradas em casa se sentirão sozinhos, desprotegidos e injustiçados. Um dia perderão a paciência e poderão chegar às vias de fato com colegas racistas, como último recurso de autodefesa. Então serão taxados de violentos, serão estigmatizados na escola, perderão o estímulo para permanecer naquele ambiente, evadirão com facilidade e a redução da maioridade penal será apontada como solução para retirá-los mais cedo do convívio social e puni-los por terem reagido, da maneira que lhes foi possível, à opressão racial.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.