Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
A pesquisadora Raquel Paiva Dias-Scopel, do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), levanta questões sobre a valorização e respeito à diversidade étnica e cultural dos povos indígenas e a difícil interface com o processos de medicalização e do direito ao acesso aos serviços de saúde biomédicos. O livro é parte da Coleção Saúde dos Povos Indígenas, da Editora Fiocruz e partiu da tese de doutorado defendida em 2014 no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi publicado pela primeira vez em 2015 pela Associação Brasileira de Antropologia com o título A Cosmopolítica da Gestação, Parto e Pós-Parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku. No prefácio da primeira edição, sua orientadora, a doutora em antropologia e professora titular da UFSC, Esther Jean Langdon, ressalta que o conceito fundamental deste livro é da autoatenção, que aponta para o reconhecimento da autonomia e da criatividade da coletividade, principalmente da família, como núcleo que articula os diferentes modelos de atenção ou cuidado da saúde. O livro é parte da Coleção Saúde dos Povos Indígenas, da Editora Fiocruz e partiu da tese de doutorado defendida em 2014 no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi publicado pela primeira vez em 2015 pela Associação Brasileira de Antropologia com o título A Cosmopolítica da Gestação, Parto e Pós-Parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku. No prefácio da primeira edição, sua orientadora, a doutora em antropologia e professora titular da UFSC, Esther Jean Langdon, ressalta que o conceito fundamental deste livro é da autoatenção, que aponta para o reconhecimento da autonomia e da criatividade da coletividade, principalmente da família, como núcleo que articula os diferentes modelos de atenção ou cuidado da saúde.
Com trânsito entre a história e a antropologia e referenciada no contexto latino-americano, esta obra aborda um assunto ainda pouco estudado pela historiografia brasileira: as organizações indígenas e o lugar dos índios no conjunto da nação, entendendo a visão deles com base em suas próprias organizações. O livro analisa as questões a eles referentes em diferentes instâncias, como Estado e instituições de apoio à causa indígena, observando um jogo complexo de diálogo que acaba por excluir muitos sujeitos.
Registrar e refletir sobre as formas de atuação política engendradas pelos povos indígenas no contexto da pandemia de Covid-19 são os principais objetivos deste livro, que reúne pesquisadores e pesquisadoras indígenas e não indígenas das áreas de antropologia, direito e saúde coletiva. Em face das omissões e inadequações da resposta governamental à crise sanitária e da agudização das violações de direitos indígenas sob o atual governo brasileiro, esta coletânea evidencia como o movimento indígena pôs em marcha diferentes estratégias, do chão da aldeia a âmbitos internacionais, não somente realizando denúncias, mas demonstrando também sua capacidade propositiva na formulação de ações e políticas de saúde. Conforme o depoimento de Joziléia Kaingang enfatiza, ”A gente precisa lutar de todas as formas para vencer esse sistema que está aí, a gente não pode admitir de forma alguma que um governo, que uma representação política seja a dona da vida e da morte das pessoas”.
Obra que resgata a dimensão etno-histórica dos povos nativos a partir do estudo da Santidade do Jaguaripe. Uma contribuição valiosa à história do Brasil e à história das incompreensões entre sociedades. Ao longo do século XVI os colonizadores europeus se horrorizaram com um fenômeno religioso entre os tupis, a que chamaram “santidade”. Nela, em meio a danças, transes, cânticos e à fumaça inebriante do tabaco, os índios renovavam a peregrinação à Terra sem Mal — lugar mítico da felicidade eterna que buscavam no mundo terreno. Vasculhando documentação inquisitorial inédita sobre o culto indígena na fazenda de Jaguaripe (Bahia), Ronaldo Vainfas descobre na santidade uma idolatria insurgente, culturalmente híbrida, que ao mesmo tempo negava e incorporava valores da dominação colonial.
Um grande xamã e porta-voz dos Yanomami oferece neste livro um relato excepcional, ao mesmo tempo testemunho autobiográfico, manifesto xamânico e libelo contra a destruição da floresta Amazônica. Publicada originalmente em francês em 2010, na prestigiosa coleção Terre Humaine, esta história traz as meditações do xamã a respeito do contato predador com o homem branco, ameaça constante para seu povo desde os anos 1960. A queda do céu foi escrito a partir de suas palavras contadas a um etnólogo com quem nutre uma longa amizade - foram mais de trinta anos de convivência entre os signatários e quarenta anos de contato entre Bruce Albert, o etnólogo-escritor, e o povo de Davi Kopenawa, o xamã-narrador. A vocação de xamã desde a primeira infância, fruto de um saber cosmológico adquirido graças ao uso de potentes alucinógenos, é o primeiro dos três pilares que estruturam este livro. O segundo é o relato do avanço dos brancos pela floresta e seu cortejo de epidemias, violência e destruição. Por fim, os autores trazem a odisseia do líder indígena para denunciar a destruição de seu povo. Recheada de visões xamânicas e meditações etnográficas sobre os brancos, esta obra não é apenas uma porta de entrada para um universo complexo e revelador. É uma ferramenta crítica poderosa para questionar a noção de progresso e desenvolvimento defendida por aqueles que os Yanomami - com intuição profética e precisão sociológica - chamam de "povo da mercadoria"
Fruto da pesquisa acadêmica realizada na década de 1980 por Eduardo Viveiros de Castro, este livro veio a público em 1992, após uma edição adaptada para atender a públicos mais amplos e não especializados que demonstraram grande interesse pelo modo de vida dos araweté. Esta terceira edição, revista e ampliada com novos capítulos oriundos de estudos recentes, comemora os trinta anos da pesquisa pioneira deste que é um dos mais respeitados antropólogos brasileiros e, sobretudo, recupera a luta desse povo para sobreviver, resistir e se reinventar sem, no entanto, perder sua cultura.
O livro apresenta as contribuições do Curso Técnico de Agentes Comunitários Indígenas de Saúde (CTACIS) na região do Alto Rio Negro do Brasil. Com a proposta de melhorar os serviços de saúde nas comunidades indígenas, o curso foi desenhado como uma estratégia multidisciplinar por diversos atores e implementado de acordo com as realidades locais. Em seus sete capítulos, a obra analisa etapas como o trabalho e a formação dos agentes comunitários e indígenas de saúde, as concepções político-pedagógicas e a organização curricular do CTACIS, os cuidados da saúde de crianças e mulheres indígenas, vigilância alimentar e nutricional em terra indígena, além de temas transversais, como território, cultura e política.
Em reflexões provocadas pela pandemia de covid-19, o pensador e líder indígena Ailton Krenak volta a apontar as tendências destrutivas da chamada “civilização”: consumismo desenfreado, devastação ambiental e uma visão estreita e excludente do que é a humanidade. Um dos mais influentes pensadores da atualidade, Ailton Krenak vem trazendo contribuições fundamentais para lidarmos com os principais desafios que se apresentam hoje no mundo: a terrível evolução de uma pandemia, a ascensão de governos de extrema-direita e os danos causados pelo aquecimento global. Crítico mordaz à ideia de que a economia não pode parar, Krenak provoca: “Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do Banco Central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, com a economia deles. Ninguém come dinheiro”. Para o líder indígena, “civilizar-se” não é um destino. Sua crítica se dirige aos “consumidores do planeta”, além de questionar a própria ideia de sustentabilidade, vista por alguns como panaceia. Se, em meio à terrível pandemia de covid-19, sentimos que perdemos o chão sob nossos pés, as palavras de Krenak despontam como os “paraquedas coloridos” descritos em seu livro Ideias para adiar o fim do mundo , que já vendeu mais de 50 mil cópias no Brasil e está sendo traduzido para o inglês, francês, espanhol, italiano e alemão. A vida não é útil reúne cinco textos adaptados de palestras, entrevistas e lives realizadas entre novembro de 2017 e junho de 2020. Pesquisa e organização de Rita Carelli.
Este livro compartilha saberes de um grupo de pesquisadores de meio ambiente, políticas públicas e economia, que acreditam que o princípio de ciência-cidadã esteja aqui incorporado, não apenas com o objetivo restrito de divulgação científica, mas de transformar todas as pessoas. O livro reúne reflexões dos pesquisadores do Grupo de Economia do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (GEMA-IE/UFRJ)Trata das relações entre a pandemia, políticas públicas, com foco na economia e meio ambiente, e nossa dívida social.
Entre Demografia e Antropologia: povos indígenas no Brasil apresenta profundas avaliações sobre as dinâmicas populacionais indígenas. Em suas abordagens, a obra passa por pesquisas e conhecimentos multidisciplinares, que vão de questões de migração, mobilidade e dinâmica territorial até a contextualização de dados censitários e a forma como a população indígena é retratada nos censos demográficos do Brasil.
Nesta nova coleção de textos, Ailton Krenak nos provoca com a radicalidade de seu pensamento insurgente, que demove o senso comum e invoca o maravilhamento. A ideia de futuro por vezes nos assombra com cenários apocalípticos. Por outras, ela se apresenta como possibilidade de redenção, como se todos os problemas do presente pudessem ser magicamente resolvidos depois. Em ambos os casos, as ilusões nos afastam do que está ao nosso redor. Nesta nova coleção de textos, produzidos entre 2020 e 2021, Ailton Krenak nos provoca com a radicalidade de seu pensamento insurgente, que demove o senso comum e invoca o maravilhamento. Diz ele: “Os rios, esses seres que sempre habitaram os mundos em diferentes formas, são quem me sugerem que, se há futuro a ser cogitado, esse futuro é ancestral, porque já estava aqui.” “Ailton Krenak é um filósofo originário: desentranha do pensamento indígena uma forma que os ocidentais se habituaram a reconhecer como filosofia’ e a confronta, à medida que também a aproxima, com os modos especulativos europeus e outras cosmovisões tradicionais.” — Muniz Sodré
A obra conta a história de Sônia Guajajara, indígena nascida no estado do Maranhão, que se destaca por sua luta contra a destruição do meio ambiente, o massacre dos povos indígenas, as injustiças sociais no mundo contemporâneo e o machismo.
Uma parábola sobre os tempos atuais, por um de nossos maiores pensadores indígenas. Ailton Krenak nasceu na região do vale do rio Doce, um lugar cuja ecologia se encontra profundamente afetada pela atividade de extração mineira. Neste livro, o líder indígena critica a ideia de humanidade como algo separado da natureza, uma humanidade que não reconhece que aquele rio que está em coma é também o nosso avô. Essa premissa estaria na origem.
O desconhecimento sobre o passado, o presente e o futuro dos índios no Brasil é grande. Em cinco ensaios que se valem tanto da história quanto da antropologia, este livro desmistifica os preconceitos que ainda imperam. A história permite responder a várias perguntas. Por que são tão distintas as imagens que colonizadores portugueses e filósofos franceses formaram dos índios no século XVI? Por que os índios foram primeiro cobiçados como mão de obra escrava e mais tarde apenas considerados como obstáculos à ocupação das terras? Como a política indigenista foi mudando em função desses interesses e por que a maioria das terras indígenas no Brasil está na Amazônia? Outras questões são de natureza conceitual.
Os temas das histórias relatadas neste livro são familiares para a maioria dos leitores da região amazônica. Boto, Cobra Grande e Curupira, entre outros, são temas recorrentes no imaginário local. E são contados e recontados porque eles têm uma grande importância dentro do conjunto das crenças dos indígenas e moradores da Amazônia. As pessoas gostam e desejam ouvir e contar histórias, porque estas refletem a sua visão de mundo e ao mesmo tempo reforçam a memória local e os seus laços de pertença a um território e a uma comunidade. É interessante que tais histórias não são aprendidas na escola, mas todos as conhecem em algumas das suas variações.
O livro homenageia a trajetória de Davi Kopenawa Yanomami. Líder de um dos maiores povos indígenas do Brasil, Davi é reconhecido por seu espírito combativo na luta contra a invasão da terra Yanomami por garimpeiros ilegais na década de 1980. Ele dedicou a sua vida a defender os direitos dos povos indígenas, salvando a floresta de interesses gananciosos.
A obra conta a história de Ailton Krenak, nascido em território do povo Krenak, na região do vale do Rio Doce, tornou-se um dos maiores líderes políticos e intelectuais surgidos durante o grande despertar dos povos indígenas ocorrido no Brasil a partir do final dos anos 1970.
A partir de um depoimento para a tese de doutorado sobre a instituição do conceito de patrimônio cultural no Brasil com a Constituição de 1988, o diálogo entre o historiador Yussef Campos e o líder indígena Ailton Krenak ampliou-se para questionamentos mais profundos sobre a vida do planeta, e resultou neste livro composto por três textos que apresentam um enfrentamento à monocultura simbólica que as culturas hegemônicas tentam impor ao ser humano e ao planeta. O primeiro texto é uma entrevista feita por Yussef Campos com Ailton Krenak em 2013, para a sua tese de douramento; o segundo é a transcrição de uma fala de Krenak na Universidade Federal de Goiás, após a tragédia do estouro da barragem da Samarco, em Mariana; e o último é um ensaio de Campos que parte do gesto de guerra e luto de Krenak ao pintar o rosto de jenipapo diante do Congresso Nacional, como forma de protesto às deturpações das reivindicações definidas em consulta pública durante a Constituinte.
Compreender o processo de emergência das medicinas tradicionais indígenas no campo das políticas públicas de saúde indígena é o objetivo deste livro, que analisa os discursos proferidos por uma diversidade de atores – indígenas e não indígenas, governamentais e não governamentais, nacionais e internacionais. Dessa forma, a obra revela uma dinâmica que vai do global e ao local, e transforma os contextos envolvidos, originando novas formações culturais.
Para fazer este livro, Yaguarê Yamã reuniu histórias que já conhecia a outras que ouviu de membros ilustres do povo Maraguá. E, mais uma vez, o autor cumpre de maneira simples e bela seu objetivo de mostrar a cultura indígnea para os não-índios moradores da cidade.
Baseando-se em reflexões sobre a infância Guarani, este livro dedica-se a pensar sobre o quanto processos de ensino e aprendizagens infantis, vivenciados fora da escola, podem contribuir para planejamentos docentes mais pautados em teorias indígenas do conhecimento. A partir de pesquisas realizadas junto a uma comunidade Mbya-Guarani na região central do Rio Grande do Sul, discute-se a ideia de campo da educação escolar indígena, pontuando as relações entre noção de pessoa, território, interculturalidade e gestão educacional.
Essas apreciações marcam de alguma forma a passagem para o outro Lacan, outro daquele que se apresentava sob o signo inicial da palavra e da linguagem, o Lacan que se revela no fim de seus Escritos sob o nome de objeto a.(m3/23julh2014)
Em O desejo dos outros, Hanna Limulja oferece uma porta de entrada ao mundo yanomami através dos seus sonhos. Com o que sonham? O que significa sonhar e por que é importante? Entre os Yanomami, os sonhos não são desejos inconscientes do sujeito, como descreve a psicanálise: sonhar é habitar outros mundos, deparar com outros seres e, nesses encontros, mobilizar-se pelo desejo dos outros.
Com a publicação de A queda do céu, Davi Kopenawa e Bruce Albert empreenderam uma verdadeira revolução, cujo impacto pode ser sentido até hoje. Os autores tiveram também uma considerável contribuição nas grandes transformações do pensamento ecológico contemporâneo, que descontruiu o conceito de Natureza e já não mais distingue povos humanos e não humanos. Produzida entre 2000 e 2020 por ocasião de várias exposições realizadas em Paris pela Fundação Cartier, conjuntamente com os habitantes da casa coletiva yanomami de Watoriki (a serra do Vento), a presente coletânea reúne uma vasta trama de reflexões e diálogos que, a partir do saber xamânico dos Yanomami, evoca, sob diversas perspectivas, as imagens e os sons da floresta, a complexidade de sua biodiversidade e as implicações trágicas de sua destruição.
Quando conheci Daniela Fernandes Alarcon, em Brasília, em 2010, convidei-a para vir à aldeia tupinambá da Serra do Padeiro. Na época, estávamos organizando o nosso Seminário de Juventude, e propus que ela participasse. Daniela se encantou pelas paisagens, tomou banho de rio, comemos frutas do pé. Nessa visita, ela falou da possibilidade de realizar uma pesquisa aqui, com o meu povo, para estudar as retomadas de terras, caso nós aprovássemos. A sua proposta de trabalho foi discutida na aldeia, com as lideranças e os outros parentes, e aprovada. Depois, o projeto de pesquisa foi apresentado para a universidade. Nós nunca imaginaríamos a proporção e a repercussão que a sua pesquisa teria. Pensávamos que seria apenas mais um trabalho. Glicéria Tupinambá, no prefácio.
Resultado de ampla pesquisa na qual a autora apresenta os diversos aspectos que compõem o complexo mundo baniwa, a importância que a doença ocupa nele, suas especificidades, sua cultura, seu modo estóico de vida, suas inter-relações com outros grupos étnicos do Alto Rio Negro, Amazonas. Nos permite mergulhar e melhor compreender o ´caleidoscópio de problemas vividos hoje pelos povos indígenas´ no Brasil em diversas áreas. Sociopoliticamente de alta relevância, revela a distância entre as necessidades desse ...
Ao estabelecer uma abordagem dialógica, desierarquizada, o presente livro rompe com esta lógica ao reconhecer a complexidade de conhecimentos que fogem a métrica eurocêntrica. Conhecimento que estamos perdendo ao impedir que os Kaiowá e Guarani possam desfrutar do teko porã, o bom modo de ser e viver.
Entre as diversas crises emergidas no contexto da Covid-19, a saúde dos povos indígenas no Brasil foi uma das mais preocupantes e debatidas. "A pandemia tornou ainda mais evidentes as deficiências que permanecem na atenção à saúde indígena e a sua frágil articulação com os demais níveis de complexidade da rede SUS", destacam os organizadores e pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz).
“Há políticas culturais para os índios e há políticas culturais dos índios. Não são a mesma coisa.” O presente livro reúne dezenove ensaios que procuram distinguir e debater as políticas culturais feitas para os índios, as feitas pelos índios e aquelas que de alguma maneira os envolvem. São observadas não apenas tais políticas, mas também seus pontos de cruzamento e seus efeitos conjugados.
A série 'Povos Indígenas no Brasil' é a mais completa coleção sobre a história e a situação contemporânea de todos os povos indígenas que vivem no território brasileiro, e completa 37 anos de existência em 2017. O novo volume, concentrado no período de 2011 a 2016, é a 12a. Edição e publica amplo conjunto de informações compiladas e sistematizadas pela equipe de monitoramento do ISA desde o início dos anos 1980 e que atualmente integram um complexo sistema de dados georreferenciados em formato digital, tornando-a única. A edição atual traz artigos produzidos por diversos colaboradores - indígenas e não indígenas - com temas como: direitos indígenas; políticas indigenistas, legislação, terras indígenas, protagonismo indígena e outros, apresentado em 18 capítulos regionais. Destaque para a seção "Palavras indígenas", que abre o livro com depoimentos de doze mulheres indígenas.
O uso do álcool é uma questão de contornos complexos, em especial quando se consideram os povos indígenas, entre os quais problemas relacionados ao uso de álcool aparecem como importantes problemas de saúde pública, embora a produção acadêmica nacional sobre o assunto ainda seja relativamente escassa. Como o álcool adquire uma variedade de funções em diferentes grupos sociais, a análise não pode se restringir à ingestão da bebida em si: é preciso relacionar o consumo a processos socioculturais e político-econômicos.
Retorno ao ventre é um apelo a todos nós. Depois de terminar a leitura me vi relembrando as emoções que senti caminhando por essas páginas. A dor e o conforto, sempre a passos leves, mesmo num terreno muito espinhoso. Mas o que não faltou nessa estrada foram raízes fortes e profundas. Jr. Bellé não teve medo de mergulhar na terra. Sua poesia fala de passado, mas inextricavelmente de presente, já que o hoje está amarrado ao ontem, assim como a história do Sul do Brasil não se separa da história Kaingang. É necessário voltar.
Saberes da floresta é o segundo título da Coleção Insurgências, que nasce com o objetivo de partilhar e fazer girar reflexões e práticas comprometidas com formas diversas de pensar o mundo, as relações, os modos de aprender e de ensinar. Neste livro, a produção poética da educadora e pesquisadora Márcia Wayna Kambeba, indígena Omágua/Kambeba, se apresenta como um fio que abre caminhos, promove aproximações entre saberes diversos, amplia possibilidades de visões de mundo e incita novas formas de ensino e aprendizado.
Compreender a atual política pública de saúde indígena à luz de seus antecedentes: com este objetivo, pesquisadores de diferentes especialidades e regiões do país se reuniram para produzir esta coletânea, que busca aumentar a visibilidade das vozes indígenas no cenário sociopolítico brasileiro. Os capítulos oferecem um panorama bastante consistente sobre o campo da saúde indígena no Brasil. O livro analisa o contexto político e institucional que originou o SUS e, particularmente, o Subsistema de Saúde Indígena.
O universo é masculino, criado por um homem, e é uma raridade encontrar um mito em que os sexos estejam equilibrados. Por que os genitais têm as características atuais? As explicações são as mais inventivas. Darcy Ribeiro registrou, entre os Kadiwéu, a origem da mulher dos brasileiros. Conta-se que o deus criador dos Kadiwéu, Gô-no-êno-hôdi, fez um homem e uma mulher para todos os povos, mas esqueceu da mulher para os brasileiros. Tendências e características de epidemia do Hiv/Aids entre os povos indígenas. Uma abordagem etnoepidemiológica; Contato interétnico e saúde; A homossexualidade entre os índios do Novo Mundo antes da chegada do Homem branco; Corpo e sexualidade; Velhas práticas, novas abordagens: Pensando a amamentação nas comunidades indígenas em tempo de Aids. Estes são alguns dos capítulos do livro.
Autora de importantes obras que discutem os ataques ao meio ambiente por grandes empresas e o efeito desastroso de um mau uso do solo, a doutora em física quântica e ativista ambiental Vandana Shiva faz nesse livro uma volta a suas raízes, revendo uma trajetória que acabaria por definir os movimentos em que se engajou.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.