Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
O tema principal do presente livro é a velhice e o processo de envelhecimento de diferentes segmentos da população brasileira. No entanto, os contextos em que o velho ou idoso marcam presença variam entre textos e autores, evidenciando as múltiplas formas de se viver a velhice e os desafios sociais e econômicos que demandam políticas públicas para com aqueles que envelhecem. Esta obra oferece a oportunidade de comparar realidades distintas e experiências singulares, as quais suscitam o debate em torno de direitos sociais e específicos daquele que envelhece. Nisso reside seu valor e a legitimidade de trazer ao público leitor os esforços dos pesquisadores envolvidos e as potencialidades de um novo campo científico, a Gerontologia.
Coletânea de artigos abordando temas como o setor saúde em face do envelhecimento populacional, os programas para a terceira idade no Brasil, indicadores demográficos e sociais, automedicação e cuidadores de idosos.
Quando os idosos se tornam a maioria da população, o mundo entra em colapso econômico e uma crise social se instaura. Enquanto jovens recorrem a tratamentos anti-idade cada vez mais avançados, velhos são jogados à margem da sociedade. É nesse lugar que três personagens de diferentes idades se perguntam sobre qual o sentido de envelhecer em um mundo que despreza a velhice. Velhos demais para morrer, de Vinícius Neves Mariano, foi o vencedor na categoria romance do Prêmio Malê de Literatura. Vinícius constrói uma distopia, em que a imposição antienvelhecimento da sociedade atual é projetada em outra sociedade ficcional, onde a luta desesperada contra os efeitos da passagem do tempo, se configura em um romance original, instigante e envolvente.
É fácil ignorar o problema quando você está vivendo em sua bolha, provoca a letra de música na introdução deste livro. O problema, trazido à tona nas páginas seguintes, é o despreparo de nosso sistema de saúde, tanto público quanto privado, para oferecer assistência digna a mulheres lésbicas, bissexuais e homens trans. Uma pauta frequentemente ignorada por quem vive na bolha da cis-heteronormatividade. Larissa Darc nos convida a uma conversa sobre os porquês da invisibilidade do tema. Ao escrever este livro, ela supera o desafio duplo de se colocar como parte do "problema", enquanto mulher bissexual, e de abordar um assunto que é um grande tabu: o sexo entre vaginas (sim, é sexo mesmo!).
Este é um livro cujo objetivo é pensar e discutir a vida das mulheres. A sua leitura permitirá perceber que essa vida é multifacetada, cheia de gritos e silêncios, dores e alegrias. Todas essas facetas, entrelaçadas ou distantes umas das outras, orquestram a vida levando as mulheres a aproximarem-se umas das outras em função de sua sexualidade, sua etnia, seus deslocamentos geográficos, sua militância em prol de ideais sociopolíticos. P
Vida e esperanças é um relato sobre a importância do reconhecimento na construção do cotidiano. Aborda a negação da fecundidade implicada na realização de esterilizações por mulheres de um bairro pobre urbano do Nordeste, compreendendo este evento como parte de uma busca ativa de reconhecimento de mulheres pobres enquanto pessoas num mundo repleto de controles, de violência, de emoções e de resistência.
Somos um país urbano: 84% da população brasileira concentra-se em cidades e ao menos metade vive em municípios com mais de 100 mil habitantes. Mas a vida urbana não traz apenas novas oportunidades. Ela propicia doenças provocadas por falta de saneamento, picadas de mosquitos, poluição, violência, ritmo frenético... E tudo isso não ocorre mais apenas nas grandes cidades, mas também nas médias e mesmo pequenas, quase sempre negligenciadas pelo poder público e pelos próprios cidadãos. Mas, afinal, o que fazer para ter boa qualidade de vida nas cidades? Assim como o médico deve pensar na saúde dos seus pacientes – e não apenas em tratar determinada doença –, uma cidade saudável é aquela em que seus cidadãos têm boa qualidade de vida.
A sociedade se acostumou à tragédia. Antes era notícia de televisão, relacionada aos grandes centros, atualmente é realidade pelas ruas: balas perdidas, juras de morte, vidas interrompidas, inocentes atingidos. Jovens executados pelo que se convencionou chamar de guerra do tráfico. São os inconvenientes e os excluídos. Suas mortes, assim como suas vidas, demandam apuração dos diversos campos do conhecimento. As políticas públicas que acessaram ou não são chaves para o início da investigação.
O racismo nos Estados Unidos sempre foi o meio utilizado pelos homens brancos mais poderosos do país para justificarem seu governo, ganharem dinheiro e manterem o resto de nós à distância. Por essa razão, o racismo, o capitalismo e o domínio de classe sempre se entrelaçaram de tal maneira que é impossível imaginar um sem o outro." Eis uma das conclusões de #VidasNegrasImportam e libertação negra, de Keeanga-Yamahtta Taylor. "Não é preciso dizer que assassinato e brutalidade policiais são apenas a ponta do iceberg quando se trata do sistema de justiça criminal estadunidense", continua, trazendo mais uma dimensão à sua análise, aplicável também ao Brasil: "É impossível entender o intenso policiamento nas comunidades negras sem analisar as décadas de 'guerra às drogas' e o encarceramento em massa.
Projetada e inaugurada nas primeiras décadas do século XX, a Penitenciária do Estado de São Paulo, no bairro do Carandiru, foi não só o mais moderno presídio construído no Brasil, como um importante cartão postal da metrópole paulistana. Berço do Direito Positivo, cenário para a aplicação dos mais avançados conceitos de regeneração de condenados, a instituição carcerária maravilhava os inúmeros visitantes locais e estrangeiros, inclusive aqueles que vinham a São Paulo somente para conhecer a Penitenciária.
Este livro Aborda um tema central na realidade contemporânea dos povos indígenas no Brasil. Fundamentando-se no contexto dos epidemiológico e sociopolítico, destaca a implantação do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) na saúde indígena como um dos instrumentos importantes para garantir o direito à alimentação e à nutrição.
O livro apresenta conceitos ecológicos e sanitários básicos para ajudar o estudante e o profissional da área biológica, ligado à saúde e ao meio ambiente, na prevenção de doenças e de agravos ao homem, por meio do conhecimento das alterações ambientais que possam interferir direta ou indiretamente na saúde humana. Como a vigilância em saúde ambiental é um assunto novo e que envolve conhecimento de diversas áreas, nem sempre os diferentes profissionais estão preparados para esse desafio. O conteúdo do livro procura preencher essa lacuna, destinando-se ao uso em cursos superiores na área biológica, especialmente medicina, enfermagem, biomedicina, biologia, entre outros que utilizem conceitos ecológicos, muitas vezes necessários, para minimizar riscos à saúde humana como agronomia, zootecnia, etc.
A convivência dentro de casa gera conflitos e desentendimentos, é inerente às relações humanas. Em nossa sociedade patriarcal e machista, porém, a falta de entendimento muitas vezes culmina em atos de agressividade e violência, dos quais as mulheres são o principal alvo. Duas autoras – uma advogada e uma comunicadora – se debruçam sobre o tema da violência doméstica, que compreende, além das agressões físicas, outras quatro formas de violência: psicológica, sexual, patrimonial e moral. Uma realidade presente nas redes sociais e estampada diariamente nos noticiários, com finais trágicos. Para além de números, este livro traz relatos de sobreviventes da violência doméstica. Histórias de opressão que revelam dores terríveis e momentos devastadores, mas também apontam caminhos e inspiram coragem para quebrar o ciclo da violência dentro de casa.
Das primeiras sociedades humanas até hoje, a desigualdade econômica só diminuiu de forma significativa com rupturas violentas de larga escala. Sem guerras em massa, revoluções transformadoras, falência do Estado ou epidemias catastróficas nunca houve nivelamento real de renda ou riqueza ― os ricos continuaram ricos ou, como nas últimas décadas, ficaram ainda mais ricos, uma vez que sempre resistiram a mudanças profundas alcançadas pacificamente. Com argumentos sólidos, fundamentados por pesquisa detalhada e apresentada com fartura de dados, Walter Scheidel, historiador da Universidade Stanford, chega a uma conclusão ainda mais perturbadora: se atualmente os eventos de violência cataclísmica não parecem ser tão ameaçadores quanto antes, por outro lado as propostas econômicas para reduzir a desigualdade não estão surtindo efeito, e o desequilíbrio econômico e social só tende a aumentar.
Investigar e analisar os efeitos da violência contra a população LGBTI no processo saúde-doença. É com esse intuito que a Editora Fiocruz lança Violência e Saúde na Vida de Pessoas LGBTI, livro que integra a coleção Temas em Saúde. Para isso, os autores se debruçam, a partir de conceitos de estudos de gênero e sexualidade, sobre dados que mostram o Brasil como um país violento em relação à população LGBTI e como essas ações, em todas as suas dimensões e complexidades, afetam a saúde desses sujeitos.
A pandemia de Covid-19 trouxe, entre vários desafios, o problema de restrição de acesso aos estabelecimentos de saúde. A questão atinge fortemente as mulheres que precisam recorrer a atendimentos relacionados a direitos sexuais e reprodutivos. A fim de ampliar os debates e informações em meio a esse contexto, a Editora Fiocruz lança Violência Sexual e Direito ao Aborto Legal no Brasil: fatos e reflexões, livro que integra a coleção Temas em Saúde.
O abuso sexual contra criança e adolescentes é uma área bastante complexa, e apresenta dificuldades no que se refere a investigação. Os trabalhos que já foram realizados sobre esse assunto são de grande valia, a fim de trazer uma compreensão que seja relevante e bastante vasta. No entanto, para ter um entendimento mais profundo, no que se refere ao tema, parece ser um pouco deficiente. Porém, a Psicologia, que veio da prática científica, a qual observa algo acabado e acredita que ali pode ser reconstruído, e no que se refere aos fatos históricos da Psicologia Humanista que tem se encostado em assuntos que são pertencentes ao desenvolvimento do ser humano enxertando principalmente o infantil. A infância que apresenta o seu desenvolvimento em situações de perigo e fraqueza, tal situação transcorre com o infanto-juvenil que vivência a violência sexual.
Apresenta um panorama atualizado sobre o impacto da violência na saúde pública. Examinam-se as tendências das produções científicas sobre o assunto e busca-se conceituar o tema em seus aspectos filosóficos, teóricos, sociais e culturais. Analisam-se também a mortalidade por causas externas no Brasil, a morbidade por envenenamento e as diferentes formas de violência, assim como a relação entre drogas e violência e entre mídia e violência. Obra que traz contribuição tanto para os envolvidos com a saúde coletiva, a sociologia, a antropologia e a segurança pública como para os formuladores e gestores das políticas públicas.
A coletânea Violências e figuras subjetivas: investigações acerca do mal incontrolável dá continuidade a um projeto anterior bem-sucedido do qual se constatou que uma visão multidisciplinar foi elucidativa do complexo fenômeno. Desta feita, escolhemos apontar os cenários, reconhecendo existir na mundanização da violência um espaço onde cada episódio se desenrola.
Esta coletânea reúne textos de autores brasileiros e estrangeiros, especialistas no tema das violências de diferentes saberes e práticas, tem o intuito de fomentar ideias e pensar estratégias de prevenção e combate à violência — que pode se manifestar de diversas formas e repercutir negativamente nas condições de vida das pessoas, principalmente das mais vulneráveis. Em razão de constituir conceito amplo e controverso, a violência afeta coletividades de modos diferenciados, levando-se em consideração os aspectos estruturais e conjunturais. Determinaras causas e consequências não é uma tarefa fácil, uma vez que não se pode dissociar sua polissemia e complexidade de elementos teórico-práticos com sofrimento e injustiça, exclusão social e pobreza, de outros elementos de caráter simbólico ou identitário, como autonomia e conscientização. Assim, os textos não apenas sugerem a complexidade do tema e de suas tantas interfaces; mais que isso, indicam os principais desafios que se colocam diante dos profissionais de diversas áreas do saber. Busca-se a reafirmação de caminhos em que se possa repensar o acolhimento, a assistência e o cuidado e que leve em consideração as especificidades e o contexto social no qual a violência se insere.
Crianças sempre gostam de brincar e de desenhar, uma maneira de expressar suas fantasias e energias sobre como sentem o mundo à sua volta. Os desenhos são comumente utilizados na escola e como estratégia diagnóstica nas clínicas de pediatria e psicologia. Violências e Vulnerabilidades nos Desenhos Infantis pode contribuir com novas visões e com sugestão de metodologia diversificada de trabalho e interlocução entre pesquisadores, clínicos e demais profissionais que atuam com crianças e famílias. Abre-se, assim, uma oportunidade para se aproximar do universo familiar das crianças por meio de seus desenhos, de ouvir seus pontos de vista, sentimentos e medos, de compreender suas habilidades e competências e de identificar vulnerabilidades e violências que vivenciaram. Contudo, desvendar a comunicação da criança sobre si e sua família por meio do desenho é território repleto de desafios e incertezas." Evelyn Eisenstein, professora associada de pediatria e clínica de adolescentes da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, membro do Departamento Científico de Adolescência e do Grupo de Trabalho sobre Violência e Drogas da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Em Vivendo no fogo cruzado, Maria Helena Moreira Alves e Philip Evanson se lançam a uma pesquisa de campo para colher testemunhos da nova estratégia de segurança pública no Rio de Janeiro. Entrevistam mães de filhos desaparecidos, líderes de associações de bairro, professoras comunitárias, trabalhadores etc.
A produção acadêmica e intelectual de Giovana Xavier em Você pode substituir não lembra a sisudez a que o Brasil nos acostumou. Mesmo quando enfileira complexas teorias, ela é clara - melhor dizendo, escura. É perspicaz e cirúrgica. É divertida, ora irônica. É generosa. De todos os substantivos que compõem o balaio de qualidades de Giovana, a generosidade é a mais evidente. Ela não só nomeia as pensadoras diplomadas que a influenciaram, de Kimberlé Crenshaw a bell hooks, de Conceição Evaristo a Djamila Ribeiro, mas também reconhece e louva a intelectualidade de mulheres que a desigualdade, o machismo e o racismo brasileiros teimavam em invisibilizar. Giovana inova com sua profissão de fé na História em primeira pessoa. Provoca ao apontar o bolor das interpretações estereotipadas. Ousa ao teorizar sobre surfe, rap, férias, rebolado, orixá, literatura, Baco Exu do Blues, teatro - tudo junto e misturado. Cruza territórios, escrutina personagens, reinterpreta narrativas. Seu livro, como ela, é reflexão vezes nove. Aperte o cinto e viaje.
A vida dos africanos não se limitou à escravização e à destruição de suas formas anteriores de organização social. Ultrapassada a experiência marcante da travessia do Atlântico, milhões de vidas foram reinventadas mesmo sob condições terrivelmente adversas. Novas devoções, formações familiares, línguas, novos alimentos: tudo estava por ser feito nas diferentes formas de resistência mobilizadas para a sobrevivência. E sobreviver era a maior resistência, sem mencionar que o aprendizado da narrativa da própria história em moldes compreensíveis aos interlocutores que se pretendia alcançar era uma prova inegável de vitalidade. […] O autor não se deixou intimidar pela fonte inusitada no ambiente dos historiadores profissionais no Brasil e encarou assuntos sobre os quais autores abalizados pareciam já haver dito tudo, como é o caso dos significados da liberdade para quem os construiu. Enfrentar esses desafios são a prova de maturidade intelectual que Rafael nos dá. Se essa prova serve para habilitá-lo no ofício, o livro também traz ao leitor uma escrita fina, bem construída e prazerosa. Os maus escritores que me perdoem, mas escrever bem é tarefa da qual o historiador não deve descuidar. Leitor, adentre sem medo, que o livro é bonito demais!
Evidenciar o protagonismo indígena na formulação, na estruturação e na implementação da atual política de saúde indígena no Brasil. Organizada por Ana Lúcia de Moura Pontes, Vanessa Hacon, Luiz Eloy Terena e Ricardo Ventura Santos, a coletânea compila relatos de 13 lideranças acerca de suas trajetórias de vida e de atuação no movimento indígena, com ênfase no campo da saúde. A obra foi produzida no âmbito do projeto de pesquisa "Saúde dos Povos Indígenas no Brasil: perspectivas históricas, socioculturais e políticas", coordenado por Pontes e Ventura Santos, ambos pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). A coletânea mostra os desafios enfrentados pelos povos indígenas, tanto na criação de espaços de representação política quanto na ocupação desses espaços.
A presente coletânea foi construída no âmbito do Projeto “Vozes Indígenas na Produção do Conhecimento” coordenado por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz, que, em 2019, formou um coletivo com cerca de 20 pesquisadores indígenas chamado “Vozes Indígenas na Saúde Coletiva” com o objetivo de aprofundar o diálogo com os estudantes de pós-graduação e pesquisadores indígenas que refletem sobre temas relacionados com a saúde e seus determinantes. Com vistas a dar maior visibilidade à produção conhecimento dos acadêmicos indígenas, o Coletivo se propôs a organizar uma publicação conjunta e para isso formou um Conselho Editorial Indígena que organizou uma chamada pública para primeiras autorias indígenas que refletissem temas que se relacionam com a área de saúde coletiva. A presente publicação é resultado dessa chamada pública e reúne 21 capítulos, organizados em 3 partes. A primeira parte, intitulada Indígenas mulheres e experiências de cuidado visibiliza o protagonismo das mulheres indígenas e as formas de cuidado a partir dos territórios indígenas. A segunda parte, chamada Saberes e memórias nos territórios e nas políticas traz contribuições que aprofundam memórias de luta nos territórios pelos direitos indígenas. Por fim, a seção Estratégias de enfrentamento e cuidado na pandemia da Covid-19 apresenta reflexões e experiências vividas pelos indígenas diante dos impactos da Covid-19 e suas estratégias de enfrentamento.
Essa publicação surge do trabalho que reúne Ações de Pesquisa e Extensão, com Mulheres Negras no NEALA – Núcleo de Estudos Afro-Latino-Americanos da UNILA – Universidade Federal da Integração Latino Americana. As escritas foram construídas de forma coletiva e dialogada, e nesses artigos as trajetórias de vida se encontram, se cruzam, a partir dos relatos, das falas e das escritas. Por isso, as autoras são todas as que participam da construção da narrativa, seja ela escrita ou oral. São trajetórias intelectuais que resistem, apesar das adversidades. E como nos ensinam Conceição Evaristo, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Beatriz Nascimento e todas as mulheres que participaram da tessitura desta obra, as escrevivências, as amefricanidades, os aquilombamentos precisam ser pensados para além da resistência.
Interseções, diálogos e caminhos. Esses são os eixos condutores dos artigos que compõem esta coletânea, que expande a discussão apresentada no livro Vozes negras em comunicação: mídia, racismos, resistências, de 2019. Aqui, a leitora e o leitor terão a oportunidade de conhecer análises, reflexões e perspectivas que vão além do euroreferenciamento hegemônico no campo intelectual brasileiro. São vozes negras e antirracistas referenciadas nas experiências afro-brasileiras e afrodiaspóricas e que nos colocam diante de uma instigante produção de conhecimentos emancipatórios.
No cenário do espaço urbano quais grupos deixaram de ser visíveis e passaram a ser invisíveis? Os autores deste livro olharam, viram e não aceitaram passivamente a cegueira social a determinados grupos. Descruzaram os braços e escreveram os capítulos que compõem a presente obra. A partir de suas pesquisas intentam ampliar nossa observação para além de nossos próprios interesses, e diminuir nossa insensibilidade social. Não se pretendeu esgotar a discussão relativa ao tema do livro, nem seria possível, mas é chegada a hora de responder ao nosso questionamento inicial, esperamos contribuir para a sensibilização dos leitores e grupos em vulnerabilidade social. Eles existem, estão em cenas no espaço urbano e precisam ser vistos e reparados. A invisibilidade e nossa indiferença só faz aumentar as desigualdades com o restante da população e restringir suas oportunidades de mudança.
Os Waimiri Atroari, Durante Muito Tempo, Estiveram Presentes No Imaginário do Povo Brasileiro Como Um Povo Guerreiro, que Enfrentava e Matava a Todos que Tentavam Entrar Em Seu Território. Essa Imagem Contribuiu para que Autoridades Governamentais Transferissem a Incumbência das Obras da Rodovia Br 174 (Manaus-Boa Vista) ao Exército Brasileiro, que Utilizou de Forças Militares Repressivas para Conter Os Indígenas.
Nós precisamos de Zami, das memórias que compõem este livro, pois são memórias e histórias que nos atravessam, ainda que não sejam contadas ou que sejam postas em silêncio por pudor, por vergonha imputada, em nome da ordem, porque insistem em dizer e tentar nos convencer de que aquilo que somos não é certo ou não importa. Zami guarda histórias pelas quais almejamos porque são nossas história
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.