Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Neste volume da coleção Feminismos Plurais, pela primeira vez, a relação entre racismo e humor é aprofundada. Por um ponto de vista jurídico, o advogado, doutor em Direito, Adilson Moreira esmiúça os conceitos de racismo e injúria racial, explicitando o viés racista da Justiça brasileira quando sentencia que produções culturais, como programas humorísticos, que reproduzem estereótipos raciais não são discriminatórias por promoverem a descontração das pessoas.
Entre 2001 e 2010, a ativista e feminista negra Sueli Carneiro produziu inúmeros artigos publicados na imprensa brasileira. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil reúne, pela primeira vez, os melhores textos desse período. Neles, a autora nos convida a refletir criticamente a sociedade brasileira, explicitando de forma contundente como o racismo e o sexismo têm estruturado as relações sociais, políticas e de gênero.
De forma inusitada, este livro possibilita reconstruir e alargar histórias do campo psicanalítico, da saúde mental e da luta antirracista. Ele inscreve uma história científica e política na qual a presença negra é fundadora, decisiva. Nesse sentido, as iniciativas de Juliano Moreira, Virgínia Bicudo, dona Ivone Lara, Lélia Gonzalez, Neusa Santos, Diva Moreira, Sônia Barros e Maria Lúcia da Silva dão lastro para o que produzimos hoje. Como guardião e memória de parte da história negra, torna-se uma leitura permanentemente à disposição, na qual alinhavar histórias, entrever continuidades e convergências entre essas personalidades torna-se vital e vitalidade. Vitalidade porque possibilita aprendizado para todes.
Podem existir, de fato, turmas homogêneas? É possível produzir uma igualdade universal de seres humanos e promover igualdades universais para eles? O que dizer sobre a condição das diferenças entre os seres humanos? Que problemas encontramos no campo temático da inclusão que se coloca como divisor de águas no tempo e no espaço em que imigramos para uma educação de todos e para todos? E o que a diferença tem a ver com os processos educacionais dialógicos e inclusivos? Estes são alguns dos questionamentos que esta obra discute para além daquilo que já se encontra posto na esfera social. São desassossegos que demandam o re-inventar da inclusão no processo de ensinar e aprender da turma toda.
Um livro valioso, que analisa com clareza o papel fundamental dos recursos humanos para a saúde e o desenvolvimento, bem como o contexto e o impacto da reforma sanitária e a relação entre as iniciativas internacionais, nacionais e locais em prol da mudança dos serviços de saúde. Além de examinar os antecedentes e os principais atores da área de recursos humanos e explicar com detalhes as negociações que visavam transformar em prioridade nacional a formação de recursos humanos e a distribuição dos trabalhadores de saúde no território, Recursos Críticos está apoiado em uma sólida pesquisa bibliográfica, testemunhos fascinantes e análise original, que fazem da obra uma contribuição significativa no campo da memória da saúde pública e uma ferramenta indicativa de perspectivas de futuro para trabalhadores na área da saúde. É uma pesquisa histórica de grande qualidade, voltada para a análise da cooperação Opas-Brasil, e um incentivo à realização de novos estudos sobre as interfaces entre a atuação de agências internacionais e os interesses nacionais, partindo do conceito de arenas ou espaços de negociação.
A complexidade que envolve os aspectos sociais, ambientais e de saúde do Território de Manguinhos transforma a Rede PDTSP-Teias em exemplo programático de gestão eficiente de recursos financeiros e humanos voltados para a excelência no desenvolvimento de pesquisas de modo colaborativo entre gestores públicos, sociedade civil e academia. Os relatos das pesquisas apresentadas neste livro são apenas parte de uma gama extensa e resultados alcançados pelos pesquisadores e pela gestão da rede em uma longa e árdua caminhada no processo de desenvolvimento de todo o trabalho.
Propostas para melhorar a qualidade ambiental e de vida nas cidades através da estruturação e constituição das redes técnicas ambientais, enquanto estratégia metodológica para gestão das áreas verdes urbanas é o resultado da reflexão dos três temas principais presentes neste livro - espaço urbano, sustentabilidade urbana e redes técnicas, que foram estruturados nos capítulos do estudo apresentado.
Este livro pretende fornecer exemplos de estruturas que incentivem a atenção à multidimensionalidade e à complexidade da vulnerabilidade de desastres. O livro também pretende promover o debate no Brasil e em todas as Américas sobre a vulnerabilidade aos desastres, analisando suas dimensões sociais, econômicas, ambientais, políticas, técnicas e institucionais.
Os artigos deste livro documentam as intensas lutas travadas por pessoas em todo o mundo contra as múltiplas formas de desapropriação às quais estão sujeitas. Na literatura esquerdista, tais lutas são, com frequência, descartadas como puramente defensivas. Mas essa visão está profundamente equivocada. É impossível defender os direitos comunais sem criar uma nova realidade, isto é, novas estratégias, novas alianças e novas formas de organização social. Uma mina é aberta, ameaçando o ar que as pessoas respiram e a água que bebem; perfurações são feitas em águas costeiras para extrair petróleo, envenenando o mar, as praias e as terras agrícolas; um bairro antigo é devastado para abrir espaço a um estádio — imediatamente, um novo perímetro é estabelecido. De um ponto de vista feminista, uma das atrações exercidas pela ideia dos comuns é a possibilidade de superar o isolamento em que as atividades reprodutivas são realizadas e a separação entre as esferas privada e pública, que tanto têm contribuído para esconder e racionalizar a exploração das mulheres na família e no lar.
Integrando a coleção Dois pontos, Relações raciais conta com artigos dos pesquisadores Guilherme Marcondes e Luiz Augusto Campos, em que discutem a temática a partir de duas obras: Marcondes parte das obras da artista capixaba Kika Carvalho (Emi fé è) e analisa a “afroespeculação” pela qual artistas e intelectuais negras e negros imaginam outras possibilidades de vida para seus corpos. Já Campos discute a condições de pardo no romance Marrom e amarelo, de Paulo Scott, explorando os paralelos entre a sociologia da raça e a literatura, trabalhando com as noções de ambiguidade do pardo que marca a história e a cultura brasileiras.
Esta coletânea é resultado do Seminário Religião e Sexualidade Convicções e Responsabilidades, organizado pelo Centro Latino Americano em Sexualidade e Direitos Humanos/CLAM, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pelo Instituto de Estudos da Religião/ISER, em outubro de 2003. O formato desta publicação corresponde às exposições e debates do seminário.
Escrita a partir de uma bem-sucedida experiência desenvolvida com 1.923 adolescentes cariocas, esta obra tem como objetivo mostrar a capacidade dos jovens de lidar de maneira positiva com as adversidades da vida, como perda de pessoas queridas e violência. Essa capacidade de superação dos problemas é denominada resiliência. Entre os temas abordados neste livro, destacam-se a importância do apoio da família e do meio social no enfrentamento dos momentos difíceis e a capacidade potencial que todas as pessoas têm para desenvolver a resiliência em maior ou menor grau.
Responsabilidade Individual Frente às Mudanças Climáticas Globais objetiva compreender o papel da participação do consumo individual no fenômeno global climático. Para tal, busca por um conceito de responsabilidade que reconheça a contribuição antropogênica no processo de alterações climáticas e igualmente satisfaça aos nossos anseios morais por uma concepção de justiça cosmopolita.
A ideia do livro Reprodução assistida e relações de gênero na América Latina, surgiu a partir do Grupo de Trabalho número 34, da última Reunião de Antropologia do Mercosul, realizada no Uruguai em 2015. A ocasião permitiu uma reflexão que impôs às organizadoras o desafio de sistematizar e atualizar o debate em torno de um conjunto de questões que vêm se modificando com as tecnologias conceptivas em reprodução assistida e com as tecnologias de preservação da fertilidade. A relevância desta iniciativa reside no fato de persistir, apesar de iniciativas nesta direção, uma quase ausência reflexiva nos espaços diversos da sociedade e, particularmente, na academia, na qual sempre emerge secundarizado em relação às demais problemáticas relacionadas à experiência reprodutiva. Do ponto de vista público falar sobre reprodução humana parece ser assunto secundário. Dificilmente os discursos em torno das práticas, ou do tema, se conectam aos desafios demográficos, sanitários, de cuidado, de políticas públicas ou aos desafios e controvérsias legislativas a estes relacionados. Tampouco apresentam conexões com os arranjos familiares necessários ao processo de tratamento, ou com as discussões no campo da sexualidade, da bioética, da filiação, do parentesco, do direito, das políticas públicas e ou das próprias pesquisas dos profissionais das clínicas e dos pesquisadores de diferentes áreas. Somando-se a estas as relações com a indústria farmacêutica, da circulação de gametas, úteros e embriões. Isto significa que o tema da reprodução e do desejo de filhos, de casais homossexuais e heterossexuais e das pessoas solteiras que querem ter filhos, parece configurar-se, ainda hoje, como de foro privado e íntimo, ainda que as pesquisas no âmbito das ciências sociais já tenham indicado sua relevância social e apontado as dimensões éticas, políticas, econômicas e socioculturais implicadas.
Este trabalho propicia uma rica análise sobre o processo de institucionalização da questão ambiental no Brasil, a partir do estudo de um dos maiores e mais emblemáticos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC. Entre a redenção socioeconômica do Nordeste e do Semiárido e a condenação à morte do Rio São Francisco, o debate público se apresentou de modo acalorado entre os que se posicionaram a favor e contra à sua realização.
Retorno ao ventre é um apelo a todos nós. Depois de terminar a leitura me vi relembrando as emoções que senti caminhando por essas páginas. A dor e o conforto, sempre a passos leves, mesmo num terreno muito espinhoso. Mas o que não faltou nessa estrada foram raízes fortes e profundas. Jr. Bellé não teve medo de mergulhar na terra. Sua poesia fala de passado, mas inextricavelmente de presente, já que o hoje está amarrado ao ontem, assim como a história do Sul do Brasil não se separa da história Kaingang. É necessário voltar.
Para Stefano Mancuso, o verdadeiro potencial para a solução dos problemas que nos afligem está nas plantas. Sua autonomia energética, ligada a uma arquitetura cooperativa, distribuída, sem centros de comando, faz delas seres vivos capazes de resistir a repetidos eventos catastróficos e de se adaptar com rapidez a enormes mudanças ambientais. Ao revelar a capacidade das plantas de aprender, memorizar e se comunicar, o cientista fundador da neurobiologia vegetal propõe um novo modelo para pensar o futuro da tecnologia, da ecologia e dos sistemas políticos. XII Prêmio Galileo de escrita literária de divulgação científica 2018
Esta obra tem como fio condutor as experiências e os saberes conjugados entre trabalhadores e pesquisadores, na investigação de problemas de saúde relacionados ao trabalho. O compartilhamento de saberes esteve presente em todo o processo de sua feitura. A procura de uma multivocalidade dialógica buscou romper com as hierarquias tradicionais de pesquisa e autoria, sob predomínio do saber científico oficial.
Saberes da floresta é o segundo título da Coleção Insurgências, que nasce com o objetivo de partilhar e fazer girar reflexões e práticas comprometidas com formas diversas de pensar o mundo, as relações, os modos de aprender e de ensinar. Neste livro, a produção poética da educadora e pesquisadora Márcia Wayna Kambeba, indígena Omágua/Kambeba, se apresenta como um fio que abre caminhos, promove aproximações entre saberes diversos, amplia possibilidades de visões de mundo e incita novas formas de ensino e aprendizado.
A construção do livro Saberes das lutas do Movimento Negro Educador se deu em uma encruzilhada de vidas e trajetórias. Os diálogos são marcados pelos olhares, experiências, lugares de fala, militância, trajetória pessoal e acadêmica, vivências duras de preconceitos, racismo, sexismos, LGBTQIA+fobia e machismos, como também pelas lutas, conquistas e vitórias. As políticas de ações afirmativas e as transformações por elas geradas no meio acadêmico, na gestão, na inserção de sujeitos pertencentes aos coletivos sociais diversos e tratados como desiguais em nossa sociedade permearam as análises, pois são parte da experiência de todos. Quer seja como docente, discente, militante houve uma concordância durante os encontros que deram origem a esta obra: a profusão de saberes com os quais as Ciências Sociais e Humanas lidam atualmente é resultado da presença ativa, indagadora e insurgente dos sujeitos diversos, cujo direito de estar na universidade e em outros lugares hegemônicos da sociedade foi possibilitado pela implementação das ações afirmativas como política de Estado e, em especial, pela modalidade cotas raciais e sociais.
Reunindo vinte e um artigos agrupados em quatro seções, respectivamente sobre violência, políticas discursivas, relações de poder e de trabalho e movimentos sociais, o livro reflete o grande leque de temas e assuntos que caracterizam o campo de pesquisa dos estudos de gênero.
Partindo do pressuposto teórico de que a relação dialética entre os três elementos que, segundo Henri Lefebvre, compõem a vida cotidiana - trabalho, família e lazer - é uma relação que se manifesta em sua negatividade, no universo dos excluídos sociais, e, portanto, só existe através das representações por eles construídas, o presente estudo tem como objetivo analisar essas representações pela mediação da categoria trabalho, no sentido de compreender sua dupla determinação, tanto no processo do ruptura do cotidiano, quanto na possibilidade de restabelecimento do mesmo, para um grupo de albergados da Cidade de São Paulo.
O amor foi de fato ridicularizado — não apenas a mensagem para “amar seus inimigos”, da revolução não violenta encabeçada por Martin Luther King, mas também a mensagem de construir amor-próprio, autoestima saudável e comunidades amorosas. Como a busca por poder subsumia a busca por libertação na luta antirracista, havia pouca ou nenhuma discussão sobre o propósito e o significado do amor na experiência negra, do amor na luta pela libertação. O abandono de um discurso sobre o amor, de estratégias para criar uma base de autoestima e autovalorização que reforçasse as lutas pela autodeterminação, proporcionou o enfraquecimento de todos os nossos esforços para criar uma sociedade na qual a negritude pudesse ser amada por pessoas negras, por todo mundo. A difamação do amor na experiência negra, em todas as classes sociais, tornou-se terreno fértil para o niilismo, para o desespero, para a violência terrorista contínua e o oportunismo predatório. Isso tirou de muitas pessoas negras a ação positiva necessária se quisermos nos autorrealizar coletivamente e ser autodeterminados. Muitos dos ganhos materiais gerados pela luta militante antirracista têm tido pouco impacto positivo na psique e na alma de pessoas negras, pois a revolução interior, que é a fundação sobre a qual construímos o amor-próprio e o amor pelos outros, não aconteceu [...]
A declaração da Assembleia Geral da ONU de 2010 denuncia grave violação de um direito humano essencial: grande parte da população do mundo vive em condições precárias de acesso a bens e serviços essenciais. Esse quadro poderia ser minimizado e até evitado se fosse possível oferecer saneamento básico a todos. Neste livro, quatro profissionais atuantes nas áreas de engenharia sanitária e saúde ambiental propõem um novo olhar sobre a tríade ‘desenvolvimento, ambiente e saúde’, com o objetivo de formular estratégias inovadoras para garantir o acesso mais amplo ao saneamento. Fatores como o modo de vida da população, as condições socioeconômicas e a cultura servem de base na busca por soluções capazes de combinar tecnologia e gestão sociocultural. “O modelo de gestão deve ser adequado à tecnologia utilizada e às características socioculturais da população. Não é mais aceitável, como tem sido corrente, a imposição de soluções que, por não considerarem a coerência com a cultura e as condições de habitabilidade das pessoas, geram ônus de manutenção para as mais pobres.”, destacam os autores no texto de apresentação do livro.
Organizada pelo pesquisador Marcílio Medeiros (Fiocruz Amazônia), editado pela Editora da Universidade do Amazonas (Edua) e financiado pelo Programa de Apoio a Publicações Científicas (Biblos) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), a obra é uma reunião de artigos que representam as inquietações dos trabalhadores que atuam nos órgãos de saúde e de meio ambiente dos municípios do Estado do Amazonas e de Roraima, perante os desafios postos pelo atual contexto político, social e ambiental da região.
Este livro analisa os Movimentos da Saúde Coletiva, no Brasil, e de Promoção da Saúde, no Canadá. Ao comparar as distintas abordagens o estudo detecta coincidências em relação à afirmação da importância do social na determinação do processo saúde/doença e discordâncias em relação ao significado do 'social'. Aponta, igualmente, diferenças significativas em relação ao lócus de priorização das ações em saúde e ao seu posicionamento em relação à mudança do statu quo e à produção do sujeito. Conclui preconizando que o modelo da Saúde Coletiva - arcabouço teórico por exelência do SUS - deva ser constantemente submetido à crítica e à atualização destacando as contribuições de categorias como 'qualidade de vida' 'empowerment', 'território-processo', 'co-gestão', 'micropolítica do trabalho vivo' e 'Clínica Ampliada'. Balizando e dando sentido a estas noções encontra-se a necessária afirmação da 'saúde enquanto um direito de todos e um dever do Estado' e de que a produção de saúde é, sempre, um processo de co-produção de sujeitos.
O livro Saúde da mulher: o olhar de um grupo de pesquisa mostra que a atenção às mulheres tem por objetivo promover atenção integral e de qualidade à saúde das mulheres em todas as nuances do seu ciclo de vida, considerando diversas questões como: identidade de gênero, idade, raça/etnia, orientação sexual e fatores sociais, econômicos e históricos que têm impacto direto na saúde e vida das mulheres.
Nesse encontro de vidas, o livro: Saúde e (In)visiblidades de Mulheres Transexuais e Travestis: Insurgentes no/para o Serviço Social, surge frente a emergência dos chamados novos movimentos sociais. Tem como objeto de investigação a análise das dimensões da saúde e (in)visibilidades de mulheres transexuais e travestis. A teoria queer respalda tal trabalho, amparado pelo princípio da pluralidade e respeito às expressões teóricas, presentes no Código de Ética Profissional, tendo como objetivo geral analisar as dimensões da saúde e (in)visibilidades de mulheres transexuais e travestis.
Este livro trata de um tema pouco estudado pelos pesquisadores brasileiros: a saúde da população carcerária, em particular, sua saúde mental. Configuram e orientam este importante trabalho os seguintes pontos: uma breve historia das prisões enquanto instituições; os dispositivos legais nacionais e internacionais que regem o tratamento dos presos; o conceito de atenção psicossocial que deve ser incorporado à assistência aos apenados com problemas mentais; o perfil dos presos; as condições ambientais, demográficas e sociais; as condições de saúde em geral e de saúde mental; os problemas de acesso a propostas de prevenção e tratamento; e as consequências da (des)assistência sobre a ressocialização e reincidência nos crimes. – Texto extraído do prefácio de Maria Cecília de Souza Minayo.
Patrick Paul apresenta uma reflexão aprofundada sobre a pluralidade disciplinar e sobre as relações entre conhecimentos científicos e saberes não acadêmicos, tema bastante atual considerando que o exercício profissional implica a participação de diferentes abordagens e de múltiplos olhares. A clarificação das relações e das diferenças epistemológicas entre a medicina científica e uma abordagem amplificada, transdisciplinar, pode revelar-se fecunda. A descoberta da pluralidade de pontos de vista possibilita uma visão mais aberta e mais global do sujeito, enfatizando a importância da subjetividade nas práticas dos cuidados médicos. A educação terapêutica, como uma concepção de saúde que associa a objetividade científica e a subjetividade das pessoas, apresentada ao final deste livro, poderá favorecer a compreensão dessas novas abordagens de modo mais concreto.
Compreender a atual política pública de saúde indígena à luz de seus antecedentes: com este objetivo, pesquisadores de diferentes especialidades e regiões do país se reuniram para produzir esta coletânea, que busca aumentar a visibilidade das vozes indígenas no cenário sociopolítico brasileiro. Os capítulos oferecem um panorama bastante consistente sobre o campo da saúde indígena no Brasil. O livro analisa o contexto político e institucional que originou o SUS e, particularmente, o Subsistema de Saúde Indígena.
Em um momento desafiador e crucial da história da educação no Brasil, o livro analisa propostas inovadoras de reaproximação entre os setores Educação e Saúde. De forma sintética, mas aprofundada e rica em referências, a obra e convida seus leitores a acompanharem o desenvolvimento histórico da saúde escolar no Brasil, os modelos de programa e a trajetória do Programa Saúde na Escola (PSE) no Rio de Janeiro, de 2000 a 2009, período em que o pesquisador esteve à frente do Programa no município.
Saúde no caminho da roça traz sólida base de referências bibliográficas ao mesmo tempo em que se assenta em conhecimentos validados pelas experiências profissionais e pessoais cotidianas dos autores. Foi pensado como instrumento para o “fazer rural” e formação das equipes de saúde nos diferentes contextos brasileiros, com ênfase na Atenção Primária à Saúde (APS) e foco ampliado para além da tradição acadêmica e científica, majoritariamente urbanas. O livro foi organizado por Leonardo Cançado Monteiro Savassi, Magda Moura de Almeida, Mayara Floss e Monica Correia Lima e faz parte da nova Coleção Fazer Saúde, lançada em 2018 pela Editora Fiocruz. As discussões trazidas aqui são fruto da história do grupo de trabalho criado no âmbito da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), que buscam contribuir com a qualificação dos processos de trabalho e a formação de recursos humanos em contextos rurais. A publicação cumpre seu objetivo de provocar a reflexão e instrumentalizar os profissionais da saúde que, mesmo com uma formação geralmente voltada para os centros urbanos e para a doença, aceitam o desafio de cuidar das populações rurais e se fixar no interior. Uma leitura pertinente para todos os interessados no aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS) no país, onde a população que mais necessita tem menos acesso aos serviços.
Queremos todos viver com saúde. Mas será que nosso cotidiano é, de fato, saudável? Abusamos do álcool? Somos excessivamente estressados? Não dispensamos o cigarro? Como está nossa alimentação e o sono? Qual nossa relação com vacinas e remédios? E o que dizer de check-ups e vitaminas? Costumamos nos exercitar? O clínico geral Arnaldo Lichtenstein, do Hospital das Clínicas da USP, aborda todas essas questões com muita informação, bom senso e uma dose generosa de bom humor. “Neste livro, existem dúvidas e soluções dadas pela Medicina que poderão fazer com que você viva mais e melhor. Afinal, a saúde permeia todas as nossas atitudes diárias.” “Tabagismo é uma doença, uma pandemia e a maior causa de mortes e adoecimento evitável do mundo. Metade dos tabagistas morrerá devido ao cigarro.” “Poucas ações na História tiveram tanto impacto para reduzir mortalidade quanto a vacinação. Seu custo-benefício é fantástico.” “Comemos muito mais do que precisamos,além de comer errado.
Em um momento de discussão sobre a maioridade penal no país, bem como de divulgação de dados do Ministério da Justiça mostrando que quase metade da população carcerária nem sequer foi julgada, um livro sobre a garantia do direito à saúde das pessoas privadas de liberdade torna-se bem-vindo. O livro é fruto de uma pesquisa avaliativa com variados segmentos da comunidade prisional – trabalhadores, administradores, visitantes e, inclusive, ex- presidiários – ao longo de mais de um ano, cujos resultados subsidiaram a formulação da atual Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional. O autor destaca o papel da proteção à saúde no SUS em um cenário marcado por superlotação e insalubridade, para além da prevenção de doenças ou mesmo da promoção e recuperação da saúde. Essa obra pioneira sobre saúde penitenciária no Brasil demonstra a importância da intersetorialidade na construção de políticas públicas.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.