Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Este livro sério e fascinante sobre a teoria da dependência é uma ótima alternativa às comemorações ufanistas do bicentenário da primeira “transição transada” (expressão de Florestan Fernandes) da história deste país. O leitor é incentivado a caminhar pelas trilhas da teoria da dependência, trajetória que só adquire inteligibilidade quando vista em suas distintas inserções nas lutas anti-imperialistas. Nesta odisseia teórico-política, destacam-se Ruy Mauro Marini, Theotônio dos Santos e Vânia Bambirra. Rodrigo Castelo faz análises brilhantes dos aparelhos de hegemonia, inclusive em universidades de ponta, que foram, no Brasil e em outros países, fundamentais para os diversos momentos do desenvolvimentismo e também para os avanços e recuos da teoria da dependência. Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida - PUC SP
As cláusulas sociais de condenação tanto do incesto como da pedofilia permanecem implacáveis, uma vez que violam elementos primordiais do contrato fundante da civilização ao ignorarem a diferença geracional, a interdição do incesto, a castração simbólica e a submissão à lei da cultura a partir do pacto edípico. As tramas da perversão adulta intrafamiliar quando atingem crianças e adolescentes causam traumas violentos que tecem malhagens catastróficas em seus psiquismos. A singularidade do papel e da atuação do psicanalista em meio a outros discursos aponta a criação de condições para que o sujeito em tratamento psicanalítico invente outras possibilidades afetivas de enfrentar seu trauma, fazendo com que o segredo do abuso sexual deslize da sua faceta de sigilo para a de enigma – e que, como tal, possa instigar o sujeito, ao longo da vida, a distintos níveis de elaboração que darão um destino menos sofrido e mais criativo à sua dor e seu estar no mundo. Este livro reúne contribuições inovadoras ao entendimento do papel do psicanalista para ajudar o paciente a enfrentar as tramas rompidas, enfraquecidas e esburacadas pelo trauma da violência sexual intrafamiliar, Os escritos advindos na sua maior parte de evento sobre o tema, organizado pelo Projeto CAVAS da Universidade Federal de Minas Gerais – instituição que ocupa um lugar importante pela relevância social de suas pesquisas e atendimento clínico no campo psicanalítico dentro da rede multiprofissional e interinstitucional de enfrentamento da violência infanto-juvenil – têm como objetivo discutir a possibilidade de reconstrução de vínculos fundamentais à integridade psíquica do sujeito, da família e da comunidade. Renata Udler Cromberg
A publicação pretende ser mais um meio de visibilizar as resistências que se tecem na relação entre grupos sociais e grupos acadêmicos para o enfrentamento de conflitos ambientais: existimos e resistimos, ao questionar epistemes, experimentar possibilidades outras na formação de pessoas e na construção de conhecimentos, e ao recriar a relação universidade-sociedade, alimentados por outros sentidos.
Trata-se de uma peculiar jornada aos bastidores da medicina em que o autor apresenta, de forma agradável e divertida, histórias e situações em que os profissionais de saúde empregam variadas figuras de linguagem para fazer chistes, troças, comentários jocosos - a gíria. Buscando desvendar a que necessidades da prática cotidiana essa linguagem serve, Chistopher Peterson tem a coragem de ultrapassar o que poderia ser considerado 'politicamente correto' e discutir aspectos da prática médica pouco conhecidos pelo público em geral.
A coletânea reúne parte da produção acadêmica do Encontro Transdisciplinar de Afrobrasilidades, no Rio de Janeiro, com o intuito de mostrar que as diversas maneiras de se falar sobre afrobrasilidade transcendem seus campos de convergência , expondo o caráter transdisciplinar do tema capítulos como patrimônio cultural e colecionismo, relações raciais em sala de aula, religião e subjetividade social, Lei 10.639,imagens e movimentos, cultura afro-brasileira e cotidiano escolar, práticas culturais e música.
Letícia Nascimento, em Transfeminismo, através de uma linguagem acessível e didática, traz ao público geral explicações necessárias sobre os conceitos de gênero, transgeneridade, mulheridade, feminilidade e feminismo. Mostra como cada vez mais é necessário que as pessoas estejam abertas às diversas existências que não necessariamente se encaixam no organização binária e cisgênera do mundo. Um primeiro passo nesse sentido é conhecer as experiências de quem faz parte desses grupos e esse livro, escrito por uma mulher travesti, negra e gorda, que está presente nos meios acadêmicos e é inspiração para outras mulheres transexuais e travestis, apresenta essas vivências, traz conceituações históricas e situa o transfeminismo dentro dos demais feminismos existentes.
O livro traz a experiência do autor em sua convivência com os Wari’ (ou Pacaás Novos), povo indígena mais numeroso no estado de Rondônia, com cerca de 2.700 indivíduos. Apresenta, em linguagem precisa e agradável, uma abrangente descrição das condições de alimentação e nutrição locais, levando em consideração a especificidade cultural das comunidades amazônicas. A obra demonstra o quão importante é não prescindir de cuidadosa contextualização dos achados no conjunto das práticas nativas e das ideias que as orientam, seja qual for o campo sob investigação.
O conjunto de textos desse livro visita variados temas com uma preocupação constante: enxergar o verso das questões para nele tecer, com categorias encontradas nos pensamentos de Bakhtin, Vigotski e Bateson, elementos de respostas que sustentem uma prática de relações educativas.
Importante contribuição para os estudos de gênero e sexualidade, migrações transnacionais e história do trabalho. A autora nos brinda com uma excelente etnografia multissituada de longa duração que relaciona gênero e sexualidade, migrações internacionais, mercado de trabalho e identidade nacional num mundo desigual.
Este livro procura abranger o campo dos transplantes e realizar discussão de temas éticos e morais ligados a esta forma de prática médica que atende a uma necessidade de saúde. Entre os assuntos tratados salientam-se a obtenção de órgãos de cadáveres e de doadores vivos, os critérios de determinação da morte e o consentimento para a retirada de órgãos. Entre as questões examinadas estão as propostas para retirada rotineira de órgãos de cadáveres, os critérios para a obtenção de órgãos e de tecidos de doadores vivos, de fetos, de animais, assim como os problemas éticos atuais dos implantes artificiais.
Esse manual, objetivo e prático, é o seu melhor guia na abordagem clínica dos pacientes transgêneros. A proposta do livro é ensinar os profissionais da saúde dos três níveis da atenção a fazer uma abordagem humanizada, técnica e responsável capaz de garantir atendimento às demandas específicas desse grupo populacional. Diante do aumento da frequência de atendimento a pacientes cuja autoidentidade de gênero não corresponde com o gênero atribuído ao nascimento, cabe aos médicos, amparados por uma equipe multidisciplinar, fornecer o tratamento ético e seguro a essa população. Este livro abrange os principais temas clínicos que envolvem o transtorno de identidade de gênero: Definições. Epidemiologia. Avaliação inicial. Diagnóstico clínico, psiquiátrico e sexológico. Tratamentos medicamentoso e cirúrgico. Aspectos específicos necessários para a terapêutica de pacientes pediátricos e idosos. Atendimento ginecológico e obstétrico. Aspectos clínicos da vida do atleta transgênero de alto rendimento. É uma obra, em formato de manual, inédita e imprescindível a qualquer médico que se depare com pacientes inconformados com o gênero designado ao nascer.
O livro Transversalidade Epistemologica da Saude Coletiva: Saberes e Praticas proporciona ao leitor a possibilidade de ampliar, de forma inovadora a analise de multiplos temas de reflexao e de pesquisa, a partir de variados e criativos enfoques epistemologicos, acerca do complexo campo da saude coletiva. Livro dividido em uma introducao e mais treze capitulos sendo que muitos deles sao frutos de teses e dissertacoes pautadas na abordagem teorica da fenomenologia e da hermeneutica.
Tratado de Medicina de Urgência do Idoso reflete, do ponto de vista da saúde e, particularmente, da Medicina, a verdadeira explosão demográfica da longevidade, cujos indicadores estatísticos assinalam seu gradual e progressivo crescimento.
Este tratado expõe um panorama dos principais assuntos de que se ocupa a Saúde Coletiva para estabelecer diálogo com docentes e discentes de graduação e pós-graduação das profissões de saúde. Este Tratado compõe-se de quatro partes com seus respectivos subtemas - Parte I - Abrindo o Campo - História da Saúde Coletiva; Produção da saúde-doença e os modos de intervenção; Saúde e Ambiente; Saúde e Desenvolvimento; Formação e Educação em Saúde; O Campo de Tratamento em Saúde Coletiva; ParteII - Ciências Sociais e Saúde - Contribuição da Antropologia; Políticas de Saúde; Economia da Saúde; Sociologia da Saúde; ParteIII - Epidemiologia e Saúde Coletiva - Contribuição da Epidemiologia; Risco e Vulnerabidade em Saúde; Epidemiolgia e Serviços de Saúde; Desigualdades em Saúde; Vigilância em Saúde; Parte IV - Política, Gestão e Atenção em Saúde; Sistema Único de Saúde; Gestão e Organização da Atenção à Saúde; Sistemas Comparados de Saúde; Saúde Mental; estratégias, dispositivos e clínicas; Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças; Construção de autonomia; Vigilância Sanitária; Avaliação de Programas de Serviços de Saúde; Participação e Comunicação em Saúde.
Um estudo da vida cotidiana das travestis (como preferem ser chamadas) que trabalham no centro histórico de Salvador enfocando o modo como vivem, agem, pensam e falam sobre sua própria inserção na sociedade brasileira. Isso é o que vai encontrar o leitor de Travesti: prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil. Escrito pelo sueco Don Kulick, mestre em antropologia pela Universidade de Nova York, que teve a oportunidade de um convívio prolongado com um grupo de travestis, morando e indo às ruas com elas para esperar clientes, este livro pode ser lido em diferentes perspectivas: como uma etnografia lírica e extremamente bem escrita, um ensaio teórico sobre representação corporal e subjetividade, ou uma contribuição importante à antropologia do corpo e de gênero. Além disso, o que o leitor de Travesti vai encontrar é algo raro nas obras de origem acadêmica: à medida que se avança no texto, torna-se difícil parar, como acontece na leitura de um bom romance.
Este livro, que reúne uma diversidade de autores, autoras, temas, posições teóricas e apreensões políticas, tem origem em uma pesquisa, desenvolvida em 2015, sobre as sociabilidades de travestis na cidade de Belo Horizonte – um marco na trajetória de estudos quantitativos e qualitativos sobre as travestilidades no Brasil. Considerando que boa parte das pesquisas quantitativas sobre as experiências travestis foi produzida tendo a aids como referência, este trabalho intencionou muito mais criar pontes de diálogo entre a pista das ruas e as pistas acadêmicas, a partir da produção conjunta sobre as diversas sociabilidades travestis na cidade.
Leitores interessados no desenvolvimento teórico da bioética e, ao mesmo tempo, em sua aplicação na solução de conflitos morais certamente encontrarão neste livro materiais de grande valor. Cada capítulo coloca a bioética em um contexto diferente: na clínica, na genômica e na biossegurança. No primeiro ensaio, discutem-se as possibilidades dessa ‘caixa de ferramentas’ chamada bioética para compreender e tentar resolver conflitos de interesses e valores no âmbito das relações entre profissionais e usuários dos serviços de saúde. No segundo, o autor aplica as ferramentas da bioética ao caso dos conflitos morais que envolvem a genômica, contemplando argumentos favoráveis e contrários às práticas da engenharia genética e contribuindo para o raciocínio crítico e sem preconceitos sobre o tema. Por fim, o terceiro capítulo trata da interface entre a bioética e a biossegurança, que têm preocupações comuns, como a questão dos riscos, mas abordagens distintas – enquanto a bioética se ocupa dos valores morais, a biossegurança lança mão de medidas técnicas, administrativas e legais.
'Tuberculose - Do Ambulatório à Enfermaria' está simultaneamente dirigido aos profissionais da área da Saúde, que diretamente lidam com pacientes, e aos que fazem pesquisa. Seu conteúdo reflete a experiência adquirida pelos autores nos últimos sete anos a partir do Programa de Tuberculose Hospitalar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PCTH/UFRJ). O livro traz os seguintes temas - História; Epidemiologia; Bacteriologia; Imunopatogenia; Fisiopatologia; Tisiogênese; Problemas de Diagnóstico; Tipificação de Estados de Infecção Latente; Condutas para o Manuseio das Exacerbações Endógenas e a Doença Ativa, com suas Formas Clínicas; Tratamento, inclusive na co-infecção com o HIV.
Tuberculose sem Medo é livro de resposta aos questionamentos da atualidade, ao se observar o recrudescimento ou, minimamente, a persistência da tuberculose em nosso meio. Do ponto de vista médico e epidemiológico, tudo se sabe a seu respeito: sua causa, modos de transmissão, quadro clínico, diagnóstico, tratamento medicamentoso, imunização e outras informações correlatas.
Bilionários não deveriam existir. É o que defende o senador norte-americano Bernie Sanders, que, nadando contra a corrente do que ele chama de supercapitalismo, tem dedicado seus anos na política a lutar pela democracia e contra a esmagadora desigualdade de renda que atinge os Estados Unidos. Em Tudo bem ficar com raiva do capitalismo , livro escrito em colaboração com o jornalista John Nichols, Sanders discute como o sistema supercapitalista, alimentado pela ganância descontrolada e rigorosamente comprometido com o lucro, não funciona mais para a nova geração ― e deve ser superado. Ao explorar temas caros à sua trajetória política, como a necessidade de se criar um sistema de saúde público, a gratuidade das faculdades e universidades públicas e o combate às mudanças climáticas, o senador faz um elaborado relato sobre as ações realizadas durante a campanha eleitoral de 2020 contra Donald Trump e a importância da participação de diferentes grupos sociais para a derrota do conservadorismo.
Consagrado autor de Mauá e História da Riqueza no Brasil, Jorge Caldeira se uniu a Julia Sekula e Luana Schabib para apresentar análises econômicas amparadas em gráficos, infográficos e mapas até então pouco conhecidos, revelando o que o mundo já fez, tem feito e está projetando para este novo futuro.
Um dos pensadores mais radicais e indispensáveis da atualidade, Paul B. Preciado apresenta aqui uma seleção das suas "crônicas da travessia". Produzidos na última década, a maioria em quartos de hotel ou aeroportos, os textos acompanham seu processo de transição de gênero e podem ser lidos como um diário dessa passagem. Com sua escrita brilhante, o filósofo espanhol analisa processos contemporâneos centrais de mutação política, cultural e sexual, como as novas formas de violência masculina, o assédio a crianças trans, os Estados Unidos de Trump, a apropriação tecnológica do útero e o trabalho sexual. Um livro corajoso, transgressivo e urgente que defende, acima de tudo, a liberdade dos corpos e das subjetividades.
O nascimento de um bebê entre o povo Beng, no Oeste africano, não é visto apenas como o início de uma nova vida. Ele é contemplado como uma reencarnação depois de longa e próspera existência na “cidade dos espíritos”, lugar para o qual a essência das pessoas viaja quando seu corpo morre. Longe de ser uma tábula rasa, uma criança Beng, acredita-se, inicia sua vida repleta de conhecimento espiritual. A forma como os Beng criam seus filhos a partir de tais crenças é a matéria trabalhada por Alma Gottlieb neste original e envolvente estudo da antropologia dos bebês. A autora mostra como a ideologia religiosa afeta todos os aspectos das práticas de criação entre os Beng – desde o ato de banhar as crianças para protegê-las de doenças até o modo de ensiná-las a engatinhar e andar – e como a pobreza generalizada limita essas práticas. O abismo entre a riqueza espiritual e social e a carência material conduz a antropóloga a discussões comparativas que se concentram, de um lado, nos Beng, e, de outro, em um grupo de orientações filosóficas de origens predominantemente europeias. A partir de suas experiências pessoais, Alma apresenta considerações sensíveis sobre como sua própria concepção de ser mãe alterou-se ao longo da pesquisa de campo, indicando que as práticas do cuidado dos bebês são resultado de uma construção cultural. Antropólogos, sociólogos, pessoas interessadas no papel da cultura na vida das crianças (e vice-versa) e, de fato, todos os pais e mães desfrutarão a leitura do texto maravilhosamente reflexivo de Tudo Começa na Outra Vida.
O que é o amor, afinal? Será esta uma pergunta tão subjetiva, tão opaca? Para bell hooks, quando pulverizamos seu significado, ficamos cada vez mais distantes de entendê-lo. Neste livro, primeiro volume de sua Trilogia do Amor, a autora procura elucidar o que é, de fato, o amor, seja nas relações familiares, românticas e de amizade ou na vivência religiosa. Na contramão do pensamento corrente, que tantas vezes entende o amor como sinal de fraqueza e irracionalidade, bell hooks defende que o amor é mais do que um sentimentos, é uma ação capaz de transformar o niilismo, a ganância e a obsessão pelo poder que dominam nossa cultura. É através da construção de uma ética amorosa que seremos capazes de edificar uma sociedade verdadeiramente igualitária, fundamentada na justiça e no compromisso com o bem-estar coletivo. Em uma sociedade que considera falar de amor algo naïf, a proposta apresentada por bell hooks ao escrever sobre o tema é corajosa e desafiadora. E o desafio é colocarmos o amor na centralidade da vida. Ao afirmar que começou a pensar e a escrever sobre o amor quando encontrou “cinismo em lugar de esperança nas vozes de jovens e velhos”, e que o cinismo é a maior barreira que pode existir diante do amor, porque ele intensifica nossas dúvidas e nos paralisa, bell hooks faz a defesa da prática transformadora do amor, que manda embora o medo e liberta nossa alma. Assim, ela nos convoca a regressar ao amor. Se o desamor é a ordem do dia no mundo contemporâneo, falar de amor pode ser revolucionário.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.