Por que a questão da raça permeia grande parte do nosso universo moral e politico? Por que um ciclo perpetuo de escravidão — em todas as suas formas: politica, intelectual e cultural — continua a definir a experiência da negritude? E por que a violência contra os negros é um traço predominante em todo o mundo? Essas são apenas algumas das questões que este livro levanta. Wilderson apresenta, nesta obra, as bases de um movimento intelectual — o afropessimismo — que vê a negritude pelo prisma da escravidão perpetua. A partir de clássicos da literatura, do cinema, da filosofia e da teoria critica, ele mostra que a construção social da escravidão, vista pelas lentes da subjugação dos negros, não é uma relíquia do passado, mas um mecanismo que alimenta nossa civilização. Sem a dinâmica senhor-negro escravizado, sustenta o autor, um dos pilares da civilização mundial iria a colapso. Mais do que qualquer outro grupo, os negros serão sempre vistos como escravos em relação á humanidade. Afropessimismo fala ainda da infância do autor em Minneapolis e do racismo que ele sofre — seja na Califórnia dos anos 1960 ou durante o apartheid na África do Sul, onde ele se junta às fileiras do Congresso Nacional Africano. Este livro não apresenta solução para o ódio que está por toda parte, mas Wilderson acredita que reconhecer essas condições históricas é um gesto de autonomia em face de um mundo social essencialmente radicalizado.
Heller é conhecida entre nós como discípula de Georg Lukács. Intelectual empenhada na revisão do marxismo e filósofa dedicada a temáticas atuais – como pós-modernidade e ética -, a pesquisadora húngara fala da revolução em seu país no ano de 1956, de sua ligação com o mestre Lukács, da relação tumultuada com o Partido Comunista e de seu trabalho à frente da cátedra Hannah Arendt de Filosofia e Ciência Política, na New School for Social Research, em Nova Iorque.
O Eros se aplica, em sentido enfático, ao outro, que não pode ser abarcado pelo regime do eu. No inferno do igual, que iguala cada vez mais a sociedade atual, não mais nos encontramos, portanto, com a experiência erótica, que pressupõe a transcendência, a radical singularidade do outro. O terror da imanência, que transforma tudo em objeto de consumo, destrói a cupidez erótica. O outro que eu desejo e que me fascina é sem-lugar; ele se retrai à linguagem do igual. O desaparecimento do outro é um sinal da sociedade que vai se tornando cada vez mais narcisista; a sociedade, esgotada a partir de si, não consegue se libertar para o outro. É uma sociedade sem eros.
O título apresenta uma série de abordagens que reforçam as potencialidades da agricultura urbana (AU) e como ela se relaciona com a saúde e o bem-estar. De forma didática, os autores mostram como assuntos diversos estão ligados aos usos e práticas da AU. Os dois pesquisadores mostram que a agricultura pode ser algo muito mais próximo das pessoas e que é possível pensar um pouco além de dualidades já tradicionais, como campo x cidade e rural x urbano.
O livro esmiúça a nova proposta de agricultura. Em seu roteiro estão, em primeiro lugar, os marcos políticos da questão agrária no Brasil seguida pela discussão da gênese da agricultura moderna. O segundo marco traz a agroecologia e a busca de sustentabilidade, em seus conceitos elementares de ecossistemas, agroecossistemas, fertilidade, ciclo natural e os elementos. No terceiro marco, apresenta uma série de capítulos que esmiúçam as práticas agrícolas agroecológicas: o aumento da fertilidade do solo, o manejo de ervas, pragas e doenças, o uso da compostagem, os biofertilizantes e as receitas para prevenção e controle de pragas e doenças com o uso de produtos naturais.
Este livro apresenta a agroecologia e sua complexidade, propondo um modelo de desenvolvimento territorial baseado na organização camponesa para produção de alimentos com base na policultura e na valorização da diversidade das paisagens, dos ecossistemas e das espécies como modo de valorização da vida.
As muitas mulheres negras presentes no romance Água de barrela, de Eliana Alves Cruz encontram no lavar, passar, enxaguar e quarar das roupas das patroas e sinhás brancas um modo de sobrevivência em quase trezentos anos de história, desde o Brasil na época da colônia até o início do século XX. O título do romance remete a esse procedimento utilizado por essas mulheres negras de diferentes gerações e que garantiu o sustento e a existência de seus filhos e netos em situações de exploração, miséria e escravidão. A narrativa inicia-se com a comemoração do aniversário de umas das personagens após viver um século de muitas lutas, perdas, alegrias, tristezas e principalmente resiliência. Damiana, personagem central para a narrativa, cansada das batalhas constante e ininterruptamente travadas pela liberdade, se vê rodeada por sua família e se recorda dos tempos de lavadeira.
O trabalho que deu origem a este livro surgiu de uma série de questionamentos sobre conceitos e preconceitos impostos pela sociedade sobre os idosos - será que envelhecer é de fato 'esperar a hora da morte'? Será que ao envelhecer abdicamos de quem fomos e da satisfação de nossos prazeres?
Reunião de ensaios inovadores sobre ciência, ética, tecnologias médicas e o próprio discurso científico que voltam a ocupar lugar central com o surgimento da AIDS. São analisados os discursos preventivos, os conceitos epidemiológicos, as relações entre produção conceitual e ética, e as incontáveis questões tecnológicas, éticas etc. relacionadas à produção de vacinas.
Reunião de mais de uma dezena de ensaios sobre os diversos aspectos relacionados à pesquisa e prevenção da aids. O leitor encontra neste livro análises sobre metodologias de investigação na área da sexualidade, sobre programas educativos de prevenção e sua avaliação, bem como o debate sobre experiências particulares.
Desde 2000, a Associação Saúde em Família, em conjunto com o Setor Público e a Fundação Zerbini vem implementando na região de Sapopemba/Vila Prudente a integração de intervenções de prevenção à AIDS, integradas à atenção básica. Este livro, escrito basicamente por Agentes Comunitários de Saúde, relata experiências inovadoras e criativas na prevenção ao HIV/AIDS/DST entre a comunidade.
Uma das principais referências na história da luta contra o colonialismo, ideólogo do conceito de negritude nos anos 30, Aimé Césaire (1913-2008) produziu uma obra rica e influente a partir de sua própria experiência. Textos escolhidos, que a editora Cobogó publica pela coleção Encruzilhada, reúne três de suas mais emblemáticas criações: A tragédia do rei Cristophe, Discurso sobre o colonialismo e Discurso sobre a negritude, que oferecem ao leitor uma visão única dos ensaios e do teatro do poeta, ensaísta, dramaturgo e político nascido na Martinica. Aqui traduzidos por Sebastião Nascimento, esses textos, escritos décadas atrás, continuam a mover e a inspirar o pensamento decolonial em todo o mundo.
Este guia apresenta o resultado de estudos levados a cabo em diversas cidades do Brasil. Para tanto, os investigadores lançaram mão de um questionário e da aplicação de bafômetros em motoristas que circulavam nas grandes vias de tráfego dos municípios avaliados, entabulando resultados e estabelecendo estatísticas esclarecedoras sobre o comportamento em questão. Os primeiros capítulos abordam os problemas associados à legislação nacional e apresentam os dados provenientes da pesquisa, elucidando os aspectos metodológicos que a nortearam e comparando os resultados obtidos antes e depois da Lei Seca. São analisados, em seguida, os dados sociodemográficos dos entrevistados e seu comportamento e conhecimento da legislação específica, apresentando os índices de aceitação das medidas preventivas. Por fim, os anexos trazem o Questionário da Pesquisa Nacional Beber e Dirigir, utilizado na obtenção de dados, os Folhetos Educativos da Pesquisa Nacional Beber e Dirigir, e a Redação da Lei 11.705, a Lei Seca.
Um dos maiores problemas de pais e educadores é saber como enfrentar a questão do álcool e das drogas na adolescência. É de suma importância que os responsáveis entendam a situação, participem da vida dos jovens e estejam preparados para agir, se for o caso. Para ajudá-los nessa tarefa, a psicóloga Ilana Pinsky e o educador Cesar Pazinatto abordam neste livro, de forma clara e direta, tópicos como: O papel da escola e dos amigos; como identificar o uso; como combater o problema; como manter um diálogo produtivo. Além de responder às perguntas mais relevantes e recorrentes, o livro traz 15 sugestões de atividades para prevenção em sala de aula.
Este livro é uma contribuição ao estudo da psicopatologia do trabalho e da prática de programas preventivos ligados ao uso abusivo de álcool e drogas nas empresas. Trata-se de um estudo aprofundado, tanto teórico quanto prático, do estudo das relações relativas à interface entre o consumo abusivo de álcool e sua relação com o trabalho. Alcoolismo no trabalho é uma produção que se insere na visão de como o ambiente de trabalho – hipótese demonstrada a partir da pesquisa com trabalhadores de uma instituição universitária – por um lado, pode ser palco de intervenções, terapêuticas ou mesmo patológicas, e, por outro, pode atuar no plano da prevenção primária do alcoolismo entre os trabalhadores. Um ponto alto deste livro é a análise do caso dos mestres cervejeiros, a partir de outra brilhante pesquisa desenvolvida por Magda Vaissman, que nos demonstra, pela primeira vez, situações em que o alcoolismo pode ser considerado uma doença adquirida no exercício profissional.
A Organização Mundial da Saúde já reconhece o alcoolismo como a terceira causa de morbidade e mortalidade no mundo. Inserida nessa realidade, 'Alcoologia - O alcoolismo na perspectiva da saúde pública' traz capítulos que tratam de assuntos como Acidentes de trânsito, Ambiente de trabalho, Síndrome alcoólica fetal, Emergências médicas e questões voltadas para a população jovem. O objetivo da obra é contribuir no enfrentamento dessas questões, sendo uma referência para profissionais da área de saúde e afins, que se dedicam a minimizar as perdas e dados relacionados ao uso, abuso e dependência do álcool.
Além da pele compila artigos recentes de Silvia Federici a respeito do corpo e da política corporal em seu trabalho teórico e em outras teorias feministas. Os dez textos que compõem este livro revelam como o capitalismo tem transformado o corpo humano em máquina de trabalho — e o corpo das mulheres em máquinas reprodutoras de mão de obra. Dividida em quatro partes, a obra debate a relação entre corpos e opressões, a barriga de aluguel, as novas tecnologias reprodutivas e de manipulação genética, as antigas e recentes esterilizações forçadas, a criminalização do aborto, o cerco à sexualidade das mulheres, o trabalho sexual, o papel da medicina e da psicologia no disciplinamento dos corpos e a ânsia do capitalismo tardio em moldar, via novas tecnologias, um trabalhador cada vez mais semelhante a uma máquina — cujo corpo esteja imune a estímulos sensoriais, a desejos sexuais, sempre autodisciplinado, capaz de funcionar em qualquer situação e pronto para colonizar o espaço sideral.
Este é um livro escrito a muitas mãos pesquisadoras e nele o leitor encontrará reflexões importantes sobre a pesquisa acadêmica. Um livro-caminhada que o leitor pode ler de um só fôlego, ou ao longo de semanas, visitando um a um os textos, dialogando com eles, sem pressa. Escrito durante os anos da pandemia há de trazer esperança, não só para alunos de pós-graduação, como para o público em geral, através de um pensar que vai tecendo redes trazidas de longe e lançadas rumo a prováveis futuros: conhecimento compartilhado, saberes estendidos e pesquisa em grupo.
Obra pioneira, Além do carnaval examina a realidade social e cultural da homossexualidade masculina no Brasil ao longo do século XX. James Green questiona a visão estereotipada de que a expressão desinibida e licenciosa do comportamento homossexual durante o carnaval comprova a asserção de que a sociedade brasileira tolera a homossexualidade e a bissexualidade na vida cotidiana. Sustentado por ampla pesquisa e sólida erudição, esta obra traz uma contribuição inestimável a uma área negligenciada da história social brasileira. Esta terceira edição, revista e ampliada, atualiza e aprofunda as análises das edições anteriores, cobrindo as últimas décadas do século XX, pródigas em lutas, conquistas, mas ainda repletas de desafios.
Há um antes e um depois na história da psicanálise. O divisor de águas é justamente o Além do princípio de prazer, o ensaio mais fascinante e mais desconcertante da obra de Freud. Nele, são introduzidos conceitos que marcaram época, como Eros e pulsão de morte. Numa argumentação vertiginosa, Freud analisa experiências aparentemente desconexas, como o jogo de uma criança pequena de lançar objetos longe e às vezes recuperá-los, os sonhos traumáticos de neuróticos de guerra, ou a impressão de estarmos repetindo cegamente um destino que nos escapa, etc. Esses fenômenos são analisados minuciosamente por Freud e culminam com a revisão de um dos fundamentos teóricos mais centrais da psicanálise, a primazia do princípio de prazer como regulador do funcionamento psíquico. Esta é a primeira edição crítica bilíngue de um texto de Freud no Brasil. Em 1995, foram encontrados dois manuscritos inéditos do texto, um deles contendo apenas seis capítulos. Descobrimos, desconcertados, que antes mesmo de formular os conceitos de Eros e de pulsão de morte, Freud já havia cruzado o limiar para além do princípio de prazer. Assim como a edição crítica alemã, publicada pela primeira vez em 2013, a presente edição traz todas as seis variantes do texto, apresentadas de forma simples e intuitiva. Acompanha ainda um extenso dossiê intitulado “Para ler o Além do princípio de prazer”, que contém um dicionário de autores e obras citadas, abordando as fontes psicanalíticas, filosóficas, científicas e literárias mencionadas por Freud.
Em Alguém disse totalitarismo? Cinco intervenções no (mau) uso de uma noção, Slavoj Žižek enfrenta o famigerado e pouco palatável tema do totalitarismo. Evitando ao mesmo tempo o polemismo barato e o detalhamento repetitivo, o filósofo esloveno envolve sua análise nos mais candentes impasses ideológicos do presente. Ao invés de apresentar uma crítica política das estruturas de exceção que constituem a administração totalitária, Žižek defende que a própria noção de “totalitarismo”, longe de ser um conceito teórico efetivo, é essencialmente um tapa buraco: “em vez de possibilitar nosso pensamento, forçando-nos a adquirir uma nova visão sobre a realidade histórica que ela descreve, ela nos desobriga de pensar, ou nos impede ativamente de pensar”.
Esta obra conta a trajetória de Alice Walker, ativista feminista e aclamada escritora estado-unidense que, aos 39 anos, recebeu o Prêmio Pulitzer pelo livro “A Cor Púrpura”, adaptado para o cinema por Steven Spielberg. A coleção BLACK POWER apresenta biografias de personalidades negras que marcaram época e se tornaram inspiração e exemplo para as novas gerações. Os textos simples e as belas ilustrações levarão os pequenos leitores a uma viagem repleta de fatos históricos e personagens que se transformaram em símbolo de resistência e superação. Esse livro é voltado para crianças e adolescentes. A ideia é que elas percebam que podem ter representatividade negra desde a infância.
Há tempos, os críticos do conceito de alienação têm corretamente apontado que algumas formas de alienação devem ser momentos inevitáveis e mesmo desejáveis de qualquer vida humana, de modo que qualquer teoria ou política intentando erradicar as raízes da alienação é certamente perigosa e potencialmente totalitária. Consequentemente, ao longo deste livro, não buscaremos determinar a visão de uma vida completamente não alienada, mas recapturar momentos da experiência humana não alienada. Minha esperança é que isso forneça um novo parâmetro para a avaliação da qualidade da vida humana. Talvez seja muito otimista, mas ao menos isso poderia prover a base para uma teoria crítica que identifica aquelas tendências e estruturas que prejudicam a possibilidade de viver a experiência desses momentos.
A obra de Frantz Fanon, psiquiatra e militante anticolonial marcou diversas gerações de ativistas de direitos civis e especialistas em estudos pós-coloniais. Conhecido pelos clássicos Pele negra, máscaras brancas (1952) e Os condenados da terra (1961), o autor deixou também uma significativa e menos conhecida obra ligada a sua experiência como psiquiatra. Os textos deste volume, inéditos em português e inacessíveis até pouco tempo em todo o mundo, tratam da relação entre alienação colonial e doenças mentais. Esta coletânea de textos propõe uma leitura política do hospital psiquiátrico, associando racismo e psiquiatria colonial: "Uma criança negra, normal, tendo crescido no seio de uma família normal, ficará anormal ao menor contato com o mundo branco", escreve Fanon. O livro reúne mais de 20 escritos de Fanon, entre artigos científicos, sua tese em psiquiatria, um curso e textos inéditos publicados no jornal interno do hospital de Blida-Joinville onde ele trabalhou entre 1953 e 1956.
Esta obra foi desenvolvida com intuito de auxiliar profissionais, trabalhadores e estudantes de Nutrição e áreas afins no seu dia a dia. Apresenta um material prático com modelos, esboços, roteiros, cálculos (com exemplos), propostas de como realizar as atividades rotineiras de um serviço de alimentação coletiva, seja ele de pequeno ou de grande porte. É um guia de bolso acessível para que o profissional possa fazer rápidas consultas. Alimentação Coletiva no Dia a Dia é uma obra inédita porque engloba, em cinco partes, tudo que é necessário para o perfeito controle dos alimentos. Ao longo de 23 capítulos, vemos os conceitos e as regras sobre os serviços de alimentação, além das atribuições do Nutricionista principalmente dentro da alimentação coletiva. Fornece informações fundamentais sobre gestão de pessoas, gestão de qualidade envolvendo todas as etapas das boas práticas e gestão de serviços. É um livro completo indispensável na rotina dos profissionais que não só precisam entender as regras de controle, mas também necessitam aplicá-las no dia a dia da preparação segura dos alimentos.
Prática, didática e objetiva, esta obra aborda e descreve, com maestria, todas as etapas pelas quais o alimento passa, por meio de uma construção precisa de temas relacionados, os quais dão o embasamento necessário para as práticas essenciais em técnica dietética, visando enriquecer a formação do acadêmico e se tornar referência para profissionais de todas as áreas da nutrição – em especial os que atuam em alimentação coletiva. Alimentação Coletiva | Técnica Dietética e Segurança Alimentar apresenta um rico conteúdo, resultado de anos de docência, em prol da elucidação de assuntos relacionados com uma alimentação balanceada, adequada, segura, acessível e sustentável. Seu texto destaca as práticas diárias do preparo de refeições, sejam estas feitas em restaurantes, cozinhas de pequeno ou de grande porte, ou ainda em casa, no dia a dia. Como um diferencial que ilustra a amplitude da abordagem do texto, há um capítulo próprio sobre os indicadores no preparo de alimentos – um recurso para o exercício da alimentação coletiva com excelência inédito na literatura voltada ao tema. Muitas vezes, é longo o caminho seguido pelo alimento até chegar à mesa do comensal, e por isso esta obra mostra o quão essencial é pensar sobre os fatores e acontecimentos envolvidos nesse processo, para que se preserve uma alimentação segura e saudável em seus aspectos organolépticos, sanitários e ambientais.?
Os textos deste livro se propõem a qualificar o debate acerca das ações de alimentação e nutrição na Atenção Básica. Os autores refletem sobre o conjunto de práticas de cuidados essenciais ao campo da alimentação e nutrição nas atividades diárias das Unidades Básicas de Saúde (UBS) das equipes de Saúde da Família. Espera-se, assim, contribuir para processos de trabalho coerentes com os princípios da integralidade do cuidado. A questão do cuidado é o fio condutor das análises, com base em refl exões da prática dos autores, dialogando com referências do campo teórico. São abordados temas como os avanços e desafios da promoção da alimentação adequada e saudável na Atenção Básica a atuação do nutricionista nas equipes dos Núcleos Ampliados e Saúde da Família (NASF) a Educação Alimentar e o tratamento da obesidade e carências nutricionais, agenda tradicional e inconclusa na pauta das ações de alimentação e nutrição no Brasil e no mundo entre outros.
Este é um livro sobre programas de alimentação escolar de maneira geral, utilizando o Programa Nacional de Alimentação Escolar do Brasil (PNAE) como referência. Está organizado de maneira a evidenciar os principais componentes de um programa de alimentação escolar necessários para assegurar a sua própria sustentabilidade e, ao mesmo tempo, necessários para contribuir para o desenvolvimento sustentável dos indivíduos e das comunidades. CONTEÚDO – Políticas de alimentação como estratégia de segurança alimentar e nutricional (SAN) e de direito humano à alimentação adequada (DHAA) – Sustentabilidade na política de alimentação escolar: uma análise a partir da experiência na América Latina e no Caribe – Cardápio escolar como instrumento norteador do Programa de Alimentação Escolar – Promoção da alimentação adequada e saudável na escola: Educação Infantil e Ensino Fundamental – Promoção da alimentação saudável e sustentável com as juventudes: a experiência do movimento “Comer pra quê?” – Da horta escolar ao prato: estratégia educativa para hábitos de vida saudáveis e sustentáveis – Políticas de compras institucionais da agricultura familiar – Compras da agricultura familiar para a alimentação escolar e o diálogo com a Agenda 2030: a prática do Paraná – Participação e controle social nas políticas de alimentação e nutrição escolar
“A alimentação constitui uma espécie de ‘janela com vista’ através da qual se pode observar, conhecer e procurar compreender a articulação de um emaranhado cultural mais amplo”: é a partir desta perspectiva que os autores, cientistas sociais com experiência de ensino e pesquisa em antropologia e sociologia, desenvolvem suas análises. “Aparentemente, para a medicina e para a nutrição, o ser humano se ‘nutre’ apenas de glicídios, lipídeos e protídeos, mas o certo é que os alimentos, além de nutrir, ‘significam’ e ‘comunicam’. O desejo de encontrar esses significados é a razão principal deste livro”, explicam.
Este livro nasceu de um encontro entre dois contadores de histórias que têm em comum o olhar atento para o Outro e a sensibilidade e o cuidado com as vidas e as histórias que são narradas. Eliane Brum, com o texto, e Pablito Aguiar, com os quadrinhos, reafirmam cotidianamente, com a força de suas obras, que não existem pessoas comuns. A ideia de promover esse encontro partiu da vontade que nós, da Arquipélago, tínhamos de presentear os leitores da Eliane com um conteúdo especial. Então, a editora convidou o Pablito para entrevistar a Eliane em sua casa. Em abril de 2022, Pablito viajou para Altamira, no Pará, lugar que Eliane escolheu para viver, e conversou com a autora durante um ritual que tem um significado singular para ela. O resultado é um convite para um almoço com uma Eliane desconhecida pela maioria de seus leitores, uma Eliane que abre o seu lar e nos mostra o que dá sentido aos seus dias: o amor por seus “mais-que-humanes”, a floresta amazônica como quintal, a casa dos sonhos com as cores de Frida Kahlo, seu ofício de contadora de histórias, suas lutas e muito mais. No traço e na escuta de Pablito, este livro homenageia a grande jornalista e também nos instiga com a ideia de que é preciso criatividade, delicadeza e força para viver e agir.
Em Alta Ajuda Francisco Bosco defende a necessidade de se acreditar na força do pensamento negativo – verdadeiramente capaz de nos retirar de uma condição passiva diante da vida e transformar nossa revolta em algo positivo. Na companhia de seus pensadores e artistas mais queridos, como Nietzsche, Deleuze, Barthes, Freud, Tolstói, Rimbaud, Noel Rosa e Caymmi, o autor cria ensaios sobre o tudo e o nada; o efêmero e o eterno; temas complexos e cotidianos.
Le Monde Diplomatique" passa a publicar no Brasil, sob a oordenação do Instituto Paulo Freire, a quem cabe também produzir, no país, a edição via internet do jornal. Servindo-se de dados rigorosos e análises não-convencionais, os artigos constroem, em seu conjunto, um ponto de vista oposto à visão fatalista que hoje predomina sobre o assunto. Ele se apóia em duas bases essenciais: a) embora represente uma ameaça terrível, o aquecimento da atmosfera pode ser perfeitamente revertido; b) para alcançar esta vitória, os seres humanos serão obrigados a superar as lógicas sociais típicas do capitalismo e construir novas relações consigo mesmo e com o ambiente.
O enfraquecimento da crítica sistêmica da esquerda é hoje uma das principais fragilidades da luta contra o avanço do conservadorismo, do autoritarismo, do racismo, da xenofobia, da intolerância e do neofascismo. Valorizar horizontes utópicos de outras formas sociais não é irrealismo ou expressão de impotência política: é resgatar bússolas indispensáveis para direcionar e estimular lutas antigas e novas. No Brasil de Bolsonaro, o debate sobre Bem Viver, decrescimento, comuns, ecofeminismo, direitos da Mãe Terra e desglobalização, proposto neste livro, oferece oxigênio para uma esquerda que precisa se revigorar, e, principalmente, se reinventar.
Publicado pela primeira vez em 1979, tornou-se a primeira publicação brasileira a analisar o corpo como sistema simbólico. Desde então, tem sido referência para várias gerações de cientistas sociais. Trata-se de um livro didático e denso que introduz o leitor aos eixos analíticos básicos para a compreensão da sociedade como um sistema de significações. Leitura imprescindível para profissionais que têm no corpo a dimensão de seu ofício, conclui que o corpo é uma filosofia que “abriga em nós um inferno que costumamos ver nos outros: a natureza humana que é estranha aos homens.”
Dividida em sete capítulos, a obra oferece uma análise cronológica e temática dos esforços para transformar a Amazônia em um polo de integração econômica. Andrade baseia-se em vasta documentação, incluindo relatórios governamentais, periódicos científicos e arquivos de agências internacionais, apresentando uma narrativa complexa que envolve uma diversidade de agentes.
O atual modelo de desenvolvimento, produtivista-consumista, levará muito provavelmente a humanidade à autodestruição. Precisamos denunciar o processo de degradação em curso e construir uma outra forma de organização social e econômica que nos permita viver e conviver harmoniosamente com a natureza, da qual fazemos parte. A Amazônia está no centro do debate sobre a crise ambiental, não apenas para o nosso país, mas para todo o mundo. O estudo aqui publicado, apoiado nas pesquisas mais recentes sobre a região, oferece dados e análises preciosos para interrompermos a “economia de destruição da natureza” e possibilitarmos a emergência de uma “economia do conhecimento da natureza”. O estudo mostra, entre outras coisas, que, até 1960, apenas 1% do território da Amazônia havia sido desmatado, e hoje são 20%. Entre 2004 e 2012, houve significativa redução do desmatamento, mas, depois, voltou a crescer. Em 2016, o Brasil foi o sétimo emissor mundial de gases de efeito estufa: deste total, 51% foram causados pelo desmatamento. Nos últimos meses, tem havido um verdadeiro descontrole por parte do governo em favor de um processo que corre o risco de levar à savanização e desertificação da Amazônia. (...)

