Este livro é uma contribuição ao estudo da psicopatologia do trabalho e da prática de programas preventivos ligados ao uso abusivo de álcool e drogas nas empresas. Trata-se de um estudo aprofundado, tanto teórico quanto prático, do estudo das relações relativas à interface entre o consumo abusivo de álcool e sua relação com o trabalho. Alcoolismo no trabalho é uma produção que se insere na visão de como o ambiente de trabalho – hipótese demonstrada a partir da pesquisa com trabalhadores de uma instituição universitária – por um lado, pode ser palco de intervenções, terapêuticas ou mesmo patológicas, e, por outro, pode atuar no plano da prevenção primária do alcoolismo entre os trabalhadores. Um ponto alto deste livro é a análise do caso dos mestres cervejeiros, a partir de outra brilhante pesquisa desenvolvida por Magda Vaissman, que nos demonstra, pela primeira vez, situações em que o alcoolismo pode ser considerado uma doença adquirida no exercício profissional.
A Organização Mundial da Saúde já reconhece o alcoolismo como a terceira causa de morbidade e mortalidade no mundo. Inserida nessa realidade, 'Alcoologia - O alcoolismo na perspectiva da saúde pública' traz capítulos que tratam de assuntos como Acidentes de trânsito, Ambiente de trabalho, Síndrome alcoólica fetal, Emergências médicas e questões voltadas para a população jovem. O objetivo da obra é contribuir no enfrentamento dessas questões, sendo uma referência para profissionais da área de saúde e afins, que se dedicam a minimizar as perdas e dados relacionados ao uso, abuso e dependência do álcool.
Além da pele compila artigos recentes de Silvia Federici a respeito do corpo e da política corporal em seu trabalho teórico e em outras teorias feministas. Os dez textos que compõem este livro revelam como o capitalismo tem transformado o corpo humano em máquina de trabalho — e o corpo das mulheres em máquinas reprodutoras de mão de obra. Dividida em quatro partes, a obra debate a relação entre corpos e opressões, a barriga de aluguel, as novas tecnologias reprodutivas e de manipulação genética, as antigas e recentes esterilizações forçadas, a criminalização do aborto, o cerco à sexualidade das mulheres, o trabalho sexual, o papel da medicina e da psicologia no disciplinamento dos corpos e a ânsia do capitalismo tardio em moldar, via novas tecnologias, um trabalhador cada vez mais semelhante a uma máquina — cujo corpo esteja imune a estímulos sensoriais, a desejos sexuais, sempre autodisciplinado, capaz de funcionar em qualquer situação e pronto para colonizar o espaço sideral.
O texto discute análise de conteúdo como instrumental para produzir inferências à respeito de dados verbais e ou simbólicos, em função de perguntas e observações de interesse de uma determinado pesquisador.
Este é um livro escrito a muitas mãos pesquisadoras e nele o leitor encontrará reflexões importantes sobre a pesquisa acadêmica. Um livro-caminhada que o leitor pode ler de um só fôlego, ou ao longo de semanas, visitando um a um os textos, dialogando com eles, sem pressa. Escrito durante os anos da pandemia há de trazer esperança, não só para alunos de pós-graduação, como para o público em geral, através de um pensar que vai tecendo redes trazidas de longe e lançadas rumo a prováveis futuros: conhecimento compartilhado, saberes estendidos e pesquisa em grupo.
Obra pioneira, Além do carnaval examina a realidade social e cultural da homossexualidade masculina no Brasil ao longo do século XX. James Green questiona a visão estereotipada de que a expressão desinibida e licenciosa do comportamento homossexual durante o carnaval comprova a asserção de que a sociedade brasileira tolera a homossexualidade e a bissexualidade na vida cotidiana. Sustentado por ampla pesquisa e sólida erudição, esta obra traz uma contribuição inestimável a uma área negligenciada da história social brasileira. Esta terceira edição, revista e ampliada, atualiza e aprofunda as análises das edições anteriores, cobrindo as últimas décadas do século XX, pródigas em lutas, conquistas, mas ainda repletas de desafios.
Em Alguém disse totalitarismo? Cinco intervenções no (mau) uso de uma noção, Slavoj Žižek enfrenta o famigerado e pouco palatável tema do totalitarismo. Evitando ao mesmo tempo o polemismo barato e o detalhamento repetitivo, o filósofo esloveno envolve sua análise nos mais candentes impasses ideológicos do presente. Ao invés de apresentar uma crítica política das estruturas de exceção que constituem a administração totalitária, Žižek defende que a própria noção de “totalitarismo”, longe de ser um conceito teórico efetivo, é essencialmente um tapa buraco: “em vez de possibilitar nosso pensamento, forçando-nos a adquirir uma nova visão sobre a realidade histórica que ela descreve, ela nos desobriga de pensar, ou nos impede ativamente de pensar”.
Sinopse Um livro de experiências de Análise Institucional (AI) na sua intersecção com a Saúde Coletiva. Campo de análise e de experimentações aberto pela Professora Solange L’Abbate há mais de 20 anos e que frutificou em várias gerações de pesquisadores que contribuem para fazer do Brasil um país melhor. O grupo que Solange fundou conseguiu também articular pesquisadores e analistas estrangeiros para desenvolver e aprofundar a AI brasileira. Outros grupos e pesquisadores brasileiros — como a professora Heliana Conde — fizeram dessa junção alavanca para fortificar um campo imprescindível para a melhoria da vida institucional. Depois de termos atravessado a pandemia da Covid-19 sob comando do Pandemônio, a retomada das grandes questões brasileiras torna-se fundamental. Interromper o autoritarismo, o machismo, o racismo é urgente e necessário. Este livro que você tem nas mãos contém inúmeras e preciosas pistas para não esmorecermos no processo. — Rosana Onocko-Campos Este livro atende a demanda dos(as) leitores(as) para uma aproximação aos referenciais ético/político/teórico/práticos do movimento institucionalista nas vertentes da socioanálise e da socioclínica e, às(aos) já “iniciadas(os)”, uma imersão no universo das(os) pesquisadoras(es), professoras(es) e profissionais da saúde integrantes do Diretório Análise Institucional & Saúde Coletiva. O livro nos mostra suas próprias entranhas e seu avesso, fruto de uma prática de escrita coletiva implicada, afetada pelos debates decoloniais. Segundo um ditado iorubá “Exu matou um pássaro ontem com uma pedra que só jogou hoje”. O lançamento da pedra agenciou uma “conexão ancestral” através dos depoimentos de Solange L’Abbate, Heliana Conde Rodrigues, Emerson Merhy e Gilles Monceau, tornando possível, segundo Abdias Nascimento, um “retorno ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro” da análise institucional na saúde coletiva, educação e psicologia brasileira. — Bete Zuza Sobre os organizadores Luciane Maria Pezzato é graduada em Odontologia pela FO/UNESPAraraquara. Possui mestrado em Educação pela FE/UNICAMP, doutorado em Saúde Coletiva pela FCM/UNICAMP e pós-doutorado em Educação pela FFP/UERJ. Atualmente é professora do Instituto Saúde e Sociedade da UNIFESP-BS. Coorganizou os livros Análise Institucional e Saúde Coletiva (Hucitec Editora, 2013) e Narrativas de si: práticas de Educação e Saúde (Rede Unida, 2020). Daniel Vannucci Dóbies é graduado em Psicologia pela FFCLRP/USP. Possui mestrado e, atualmente, é doutorando em Saúde Coletiva pela FCM/UNICAMP. Publicou o livro Práticas profissionais e resistências: movimentos de uma rede de saúde mental (Editora Appris, 2021). Cinira Magali Fortuna é graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP). Fez mestrado e doutorado em Enfermagem em Saúde Pública, pós-doutorado na França no laboratório de pesquisas EMA (Escola, Mutação e Aprendizagem). Atualmente é docente no Departamento Materno Infantil e Saúde Pública da EERPUSP. Organizou o livro O cuidado integral na Atenção Primária à Saúde: saberes e práticas (EDUSP, 2022). SUMÁRIO Prefácio, Gilles Monceau Introdução: Andar os andaimes – a construção de um projeto-comum, Luciane Maria Pezzato, Daniel Vannucci Dóbies, Cinira Magali Fortuna Parte I – Memórias e escritas Capítulo 1: Trajetórias de vida e formação da professora Solange L’Abbate no encontro com a Análise Institucional na Saúde Coletiva: revisitando memórias, Lucia Cardoso Mourão, Luciane Maria Pezzato, Núncio Antônio, Araújo Sól, José Renato Gatto Júnior, Rildo Santos Loureiro, Isabel, Cristina de Moura Leite, Rogério Thales Santana de Almeida, Ana Lúcia Abrahão Capítulo 2: Roubando o nome aos bois: gerações e inflexões na história da Análise Institucional no Brasil, Alice De Marchi Pereira de Souza, Heliana de Barros Conde Rodrigues Capítulo 3: Experiência de si e a Saúde Coletiva Brasileira: entrevista com Emerson Merhy, Solange L’Abbate, Ana Cristina dos Santos Vangrelino, Tatiana Loiola, Daniel Vannucci Dóbies (entrevistadoras) Capítulo 4: Viagem, memórias e formação de si: a integração das experiências produzidas e registradas por meio de portfólio reflexivo, José Renato Gatto Júnior, Cinira Magali Fortuna, Sébastien Pesce Capítulo 5: Sustentar um diário de pesquisa: questões metodológicas e de escrita, Dominique Samson Capítulo 6: Mônadas para contar-se: histórias coletivas e singulares na relação com a escrita, Luciane Maria Pezzato, Adriana Marcondes Machado, Ana Cristina dos Santos Vangrelino, Luana Pinho de Mesquita Lago, Cinira Magali Fortuna, Rildo Santos Loureiro, Maristel Kasper, Lilian Aracy Affonso Veronese, Cássia Beatriz Batista, Karen Santos, Juliana Dorigan Capítulo 7: Escrevivências de uma pesquisadora negra da universidade pública: fragmentos de um diário de pesquisa, Ana Cristina dos Santos Vangrelino Parte II – Intervenções Capítulo 8: Intervenção Socio-clínica: vivência e reflexões, Cinira
Há um antes e um depois na história da psicanálise. O divisor de águas é justamente o Além do princípio de prazer, o ensaio mais fascinante e mais desconcertante da obra de Freud. Nele, são introduzidos conceitos que marcaram época, como Eros e pulsão de morte. Numa argumentação vertiginosa, Freud analisa experiências aparentemente desconexas, como o jogo de uma criança pequena de lançar objetos longe e às vezes recuperá-los, os sonhos traumáticos de neuróticos de guerra, ou a impressão de estarmos repetindo cegamente um destino que nos escapa, etc. Esses fenômenos são analisados minuciosamente por Freud e culminam com a revisão de um dos fundamentos teóricos mais centrais da psicanálise, a primazia do princípio de prazer como regulador do funcionamento psíquico. Esta é a primeira edição crítica bilíngue de um texto de Freud no Brasil. Em 1995, foram encontrados dois manuscritos inéditos do texto, um deles contendo apenas seis capítulos. Descobrimos, desconcertados, que antes mesmo de formular os conceitos de Eros e de pulsão de morte, Freud já havia cruzado o limiar para além do princípio de prazer. Assim como a edição crítica alemã, publicada pela primeira vez em 2013, a presente edição traz todas as seis variantes do texto, apresentadas de forma simples e intuitiva. Acompanha ainda um extenso dossiê intitulado “Para ler o Além do princípio de prazer”, que contém um dicionário de autores e obras citadas, abordando as fontes psicanalíticas, filosóficas, científicas e literárias mencionadas por Freud.
Esta obra conta a trajetória de Alice Walker, ativista feminista e aclamada escritora estado-unidense que, aos 39 anos, recebeu o Prêmio Pulitzer pelo livro “A Cor Púrpura”, adaptado para o cinema por Steven Spielberg. A coleção BLACK POWER apresenta biografias de personalidades negras que marcaram época e se tornaram inspiração e exemplo para as novas gerações. Os textos simples e as belas ilustrações levarão os pequenos leitores a uma viagem repleta de fatos históricos e personagens que se transformaram em símbolo de resistência e superação. Esse livro é voltado para crianças e adolescentes. A ideia é que elas percebam que podem ter representatividade negra desde a infância.
Há tempos, os críticos do conceito de alienação têm corretamente apontado que algumas formas de alienação devem ser momentos inevitáveis e mesmo desejáveis de qualquer vida humana, de modo que qualquer teoria ou política intentando erradicar as raízes da alienação é certamente perigosa e potencialmente totalitária. Consequentemente, ao longo deste livro, não buscaremos determinar a visão de uma vida completamente não alienada, mas recapturar momentos da experiência humana não alienada. Minha esperança é que isso forneça um novo parâmetro para a avaliação da qualidade da vida humana. Talvez seja muito otimista, mas ao menos isso poderia prover a base para uma teoria crítica que identifica aquelas tendências e estruturas que prejudicam a possibilidade de viver a experiência desses momentos.
A obra de Frantz Fanon, psiquiatra e militante anticolonial marcou diversas gerações de ativistas de direitos civis e especialistas em estudos pós-coloniais. Conhecido pelos clássicos Pele negra, máscaras brancas (1952) e Os condenados da terra (1961), o autor deixou também uma significativa e menos conhecida obra ligada a sua experiência como psiquiatra. Os textos deste volume, inéditos em português e inacessíveis até pouco tempo em todo o mundo, tratam da relação entre alienação colonial e doenças mentais. Esta coletânea de textos propõe uma leitura política do hospital psiquiátrico, associando racismo e psiquiatria colonial: "Uma criança negra, normal, tendo crescido no seio de uma família normal, ficará anormal ao menor contato com o mundo branco", escreve Fanon. O livro reúne mais de 20 escritos de Fanon, entre artigos científicos, sua tese em psiquiatria, um curso e textos inéditos publicados no jornal interno do hospital de Blida-Joinville onde ele trabalhou entre 1953 e 1956.
Esta obra foi desenvolvida com intuito de auxiliar profissionais, trabalhadores e estudantes de Nutrição e áreas afins no seu dia a dia. Apresenta um material prático com modelos, esboços, roteiros, cálculos (com exemplos), propostas de como realizar as atividades rotineiras de um serviço de alimentação coletiva, seja ele de pequeno ou de grande porte. É um guia de bolso acessível para que o profissional possa fazer rápidas consultas. Alimentação Coletiva no Dia a Dia é uma obra inédita porque engloba, em cinco partes, tudo que é necessário para o perfeito controle dos alimentos. Ao longo de 23 capítulos, vemos os conceitos e as regras sobre os serviços de alimentação, além das atribuições do Nutricionista principalmente dentro da alimentação coletiva. Fornece informações fundamentais sobre gestão de pessoas, gestão de qualidade envolvendo todas as etapas das boas práticas e gestão de serviços. É um livro completo indispensável na rotina dos profissionais que não só precisam entender as regras de controle, mas também necessitam aplicá-las no dia a dia da preparação segura dos alimentos.
Prática, didática e objetiva, esta obra aborda e descreve, com maestria, todas as etapas pelas quais o alimento passa, por meio de uma construção precisa de temas relacionados, os quais dão o embasamento necessário para as práticas essenciais em técnica dietética, visando enriquecer a formação do acadêmico e se tornar referência para profissionais de todas as áreas da nutrição – em especial os que atuam em alimentação coletiva. Alimentação Coletiva | Técnica Dietética e Segurança Alimentar apresenta um rico conteúdo, resultado de anos de docência, em prol da elucidação de assuntos relacionados com uma alimentação balanceada, adequada, segura, acessível e sustentável. Seu texto destaca as práticas diárias do preparo de refeições, sejam estas feitas em restaurantes, cozinhas de pequeno ou de grande porte, ou ainda em casa, no dia a dia. Como um diferencial que ilustra a amplitude da abordagem do texto, há um capítulo próprio sobre os indicadores no preparo de alimentos – um recurso para o exercício da alimentação coletiva com excelência inédito na literatura voltada ao tema. Muitas vezes, é longo o caminho seguido pelo alimento até chegar à mesa do comensal, e por isso esta obra mostra o quão essencial é pensar sobre os fatores e acontecimentos envolvidos nesse processo, para que se preserve uma alimentação segura e saudável em seus aspectos organolépticos, sanitários e ambientais.?
Os textos deste livro se propõem a qualificar o debate acerca das ações de alimentação e nutrição na Atenção Básica. Os autores refletem sobre o conjunto de práticas de cuidados essenciais ao campo da alimentação e nutrição nas atividades diárias das Unidades Básicas de Saúde (UBS) das equipes de Saúde da Família. Espera-se, assim, contribuir para processos de trabalho coerentes com os princípios da integralidade do cuidado. A questão do cuidado é o fio condutor das análises, com base em refl exões da prática dos autores, dialogando com referências do campo teórico. São abordados temas como os avanços e desafios da promoção da alimentação adequada e saudável na Atenção Básica a atuação do nutricionista nas equipes dos Núcleos Ampliados e Saúde da Família (NASF) a Educação Alimentar e o tratamento da obesidade e carências nutricionais, agenda tradicional e inconclusa na pauta das ações de alimentação e nutrição no Brasil e no mundo entre outros.
Este é um livro sobre programas de alimentação escolar de maneira geral, utilizando o Programa Nacional de Alimentação Escolar do Brasil (PNAE) como referência. Está organizado de maneira a evidenciar os principais componentes de um programa de alimentação escolar necessários para assegurar a sua própria sustentabilidade e, ao mesmo tempo, necessários para contribuir para o desenvolvimento sustentável dos indivíduos e das comunidades. CONTEÚDO – Políticas de alimentação como estratégia de segurança alimentar e nutricional (SAN) e de direito humano à alimentação adequada (DHAA) – Sustentabilidade na política de alimentação escolar: uma análise a partir da experiência na América Latina e no Caribe – Cardápio escolar como instrumento norteador do Programa de Alimentação Escolar – Promoção da alimentação adequada e saudável na escola: Educação Infantil e Ensino Fundamental – Promoção da alimentação saudável e sustentável com as juventudes: a experiência do movimento “Comer pra quê?” – Da horta escolar ao prato: estratégia educativa para hábitos de vida saudáveis e sustentáveis – Políticas de compras institucionais da agricultura familiar – Compras da agricultura familiar para a alimentação escolar e o diálogo com a Agenda 2030: a prática do Paraná – Participação e controle social nas políticas de alimentação e nutrição escolar
“A alimentação constitui uma espécie de ‘janela com vista’ através da qual se pode observar, conhecer e procurar compreender a articulação de um emaranhado cultural mais amplo”: é a partir desta perspectiva que os autores, cientistas sociais com experiência de ensino e pesquisa em antropologia e sociologia, desenvolvem suas análises. “Aparentemente, para a medicina e para a nutrição, o ser humano se ‘nutre’ apenas de glicídios, lipídeos e protídeos, mas o certo é que os alimentos, além de nutrir, ‘significam’ e ‘comunicam’. O desejo de encontrar esses significados é a razão principal deste livro”, explicam.
Este livro nasceu de um encontro entre dois contadores de histórias que têm em comum o olhar atento para o Outro e a sensibilidade e o cuidado com as vidas e as histórias que são narradas. Eliane Brum, com o texto, e Pablito Aguiar, com os quadrinhos, reafirmam cotidianamente, com a força de suas obras, que não existem pessoas comuns. A ideia de promover esse encontro partiu da vontade que nós, da Arquipélago, tínhamos de presentear os leitores da Eliane com um conteúdo especial. Então, a editora convidou o Pablito para entrevistar a Eliane em sua casa. Em abril de 2022, Pablito viajou para Altamira, no Pará, lugar que Eliane escolheu para viver, e conversou com a autora durante um ritual que tem um significado singular para ela. O resultado é um convite para um almoço com uma Eliane desconhecida pela maioria de seus leitores, uma Eliane que abre o seu lar e nos mostra o que dá sentido aos seus dias: o amor por seus “mais-que-humanes”, a floresta amazônica como quintal, a casa dos sonhos com as cores de Frida Kahlo, seu ofício de contadora de histórias, suas lutas e muito mais. No traço e na escuta de Pablito, este livro homenageia a grande jornalista e também nos instiga com a ideia de que é preciso criatividade, delicadeza e força para viver e agir.
Em Alta Ajuda Francisco Bosco defende a necessidade de se acreditar na força do pensamento negativo – verdadeiramente capaz de nos retirar de uma condição passiva diante da vida e transformar nossa revolta em algo positivo. Na companhia de seus pensadores e artistas mais queridos, como Nietzsche, Deleuze, Barthes, Freud, Tolstói, Rimbaud, Noel Rosa e Caymmi, o autor cria ensaios sobre o tudo e o nada; o efêmero e o eterno; temas complexos e cotidianos.
Le Monde Diplomatique" passa a publicar no Brasil, sob a oordenação do Instituto Paulo Freire, a quem cabe também produzir, no país, a edição via internet do jornal. Servindo-se de dados rigorosos e análises não-convencionais, os artigos constroem, em seu conjunto, um ponto de vista oposto à visão fatalista que hoje predomina sobre o assunto. Ele se apóia em duas bases essenciais: a) embora represente uma ameaça terrível, o aquecimento da atmosfera pode ser perfeitamente revertido; b) para alcançar esta vitória, os seres humanos serão obrigados a superar as lógicas sociais típicas do capitalismo e construir novas relações consigo mesmo e com o ambiente.
O enfraquecimento da crítica sistêmica da esquerda é hoje uma das principais fragilidades da luta contra o avanço do conservadorismo, do autoritarismo, do racismo, da xenofobia, da intolerância e do neofascismo. Valorizar horizontes utópicos de outras formas sociais não é irrealismo ou expressão de impotência política: é resgatar bússolas indispensáveis para direcionar e estimular lutas antigas e novas. No Brasil de Bolsonaro, o debate sobre Bem Viver, decrescimento, comuns, ecofeminismo, direitos da Mãe Terra e desglobalização, proposto neste livro, oferece oxigênio para uma esquerda que precisa se revigorar, e, principalmente, se reinventar.
Publicado pela primeira vez em 1979, tornou-se a primeira publicação brasileira a analisar o corpo como sistema simbólico. Desde então, tem sido referência para várias gerações de cientistas sociais. Trata-se de um livro didático e denso que introduz o leitor aos eixos analíticos básicos para a compreensão da sociedade como um sistema de significações. Leitura imprescindível para profissionais que têm no corpo a dimensão de seu ofício, conclui que o corpo é uma filosofia que “abriga em nós um inferno que costumamos ver nos outros: a natureza humana que é estranha aos homens.”
O atual modelo de desenvolvimento, produtivista-consumista, levará muito provavelmente a humanidade à autodestruição. Precisamos denunciar o processo de degradação em curso e construir uma outra forma de organização social e econômica que nos permita viver e conviver harmoniosamente com a natureza, da qual fazemos parte. A Amazônia está no centro do debate sobre a crise ambiental, não apenas para o nosso país, mas para todo o mundo. O estudo aqui publicado, apoiado nas pesquisas mais recentes sobre a região, oferece dados e análises preciosos para interrompermos a “economia de destruição da natureza” e possibilitarmos a emergência de uma “economia do conhecimento da natureza”. O estudo mostra, entre outras coisas, que, até 1960, apenas 1% do território da Amazônia havia sido desmatado, e hoje são 20%. Entre 2004 e 2012, houve significativa redução do desmatamento, mas, depois, voltou a crescer. Em 2016, o Brasil foi o sétimo emissor mundial de gases de efeito estufa: deste total, 51% foram causados pelo desmatamento. Nos últimos meses, tem havido um verdadeiro descontrole por parte do governo em favor de um processo que corre o risco de levar à savanização e desertificação da Amazônia. (...)
"A obra Ambiente Alimentar: Saúde e Nutrição foi elaborada com o propósito de reunir evidências científicas que embasam a relação do ambiente com as oportunidades ou condições que influenciam as escolhas alimentares dos indivíduos e populações, bem como explorar com mais profundidade cada tipo de ambiente alimentar e sua influência no contexto alimentar e nutricional."
A publicação desta segunda edição do livro-cartilha do italiano Ivar Odone vem à luz 34 anos após seu lançamento no Brasil e constitui-se numa iniciativa oportuna e necessária nesse momento em que uma nova reestruturação produtiva vem acompanhada de novas, rápidas e grandes mudanças nas maneiras de se comunicar e trabalhar, de pensar e sentir; enfim, de viver em sociedade. A presente edição foi ampliada com grande competência por um cortejo de textos de autores brasileiros que expõem e analisam a (re)apropriação dos preceitos, postulados e instrumentos de intervenção elaborados nesse livro-cartilha. Avaliam, ademais, seus usos em experiências concretas e as contingências e oportunidades de uso na realidade brasileira dessa proposta pensada para a Itália dos anos sessenta do século XX. A leitura desse livro torna-se obrigatória para todos os técnicos, pesquisadores, educadores e trabalhadores, em geral, interessados nas questões que se referem à Saúde dos Trabalhadores e Trabalhadoras em suas dimensões coletivas e singulares. Nesse sentido, uma leitura atenta percebe sinalizações da necessidade de aprofundar o entendimento de um conjunto de elementos articulados no plano das ciências, das técnicas e humanidades, que atuam na determinação dos processos de saúde e doença que atingem a classe trabalhadora. Essa é uma dimensão sempre presente na leitura e uso da proposta do texto! — Anamaria Testa Tambellini
O cuidado integral de enfermagem ao indivíduo e família, realizado no nível intermediário da rede de atenção à saúde, na sociedade brasileira é abordado aqui numa articulação de saberes inter e transdisciplinares. As experiências e reflexões sobre aspectos da gestão dos fluxos e sistemas de informação dos serviços, na atenção multiprofissional e no cuidado especializado de enfermagem na mastologia, na clínica da dor, no controle dos agravos cardiovasculares, no tratamento conservador da doença renal e das disfunções do trato urinário inferior em crianças e adolescentes, na atenção ao idoso frágil, no cuidado em saúde mental dos CAPS contribuem para ampliar a compreensão do importante papel da enfermeira, como profissional da equipe de saúde que atua pela defesa da vida.
Lagos, anos 1990. Enquanto Ifemelu e Obinze vivem o idílio do primeiro amor, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca no meio acadêmico, ela depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante, mulher e negra. Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não atenuaram o apego à sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze. Quando ela volta para a Nigéria, terá de encontrar seu lugar num país muito diferente do que deixou e na vida de seu companheiro de adolescência. Principal autora nigeriana de sua geração e uma das mais destacadas da cena literária internacional, Chimamanda Ngozi Adichie parte de uma história de amor para debater questões prementes e universais como imigração, preconceito racial e desigualdade de gênero. Bem-humorado, sagaz e implacável, Americanah é, além de seu romance mais arrebatador, um épico contemporâneo. “Em parte história de amor, em parte crítica social, um dos melhores romances que você lerá no ano.” - Los Angeles Times “Magistral… Uma história de amor épica…” - O, The Oprah Magazine Vencedor do National Book Critics Circle Award. Eleito um dos 10 melhores livros do ano pela NYT Book Review. Há mais de 6 meses nas listas de best-sellers. Direitos para cinema comprados por Lupita Nyong’o, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por Doze anos de escravidão.
Gerar conhecimento estratégico sobre o tema da violência no namoro e no ‘ficar’ dos adolescentes brasileiros: este foi o objetivo de um estudo pioneiro realizado por pesquisadores de nove universidades públicas e da Fiocruz. O trabalho, que teve início em 2007, coletou, produziu e analisou dados quantitativos e qualitativos de âmbito nacional. O estudo foi realizado com cerca de 3.200 jovens, de 15 a 19 anos, matriculados em escolas públicas e particulares de dez cidades (Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Florianópolis, Manaus, Porto Alegre, Porto Velho, Rio de Janeiro, Recife e Teresina). Os resultados da investigação deram origem a esta coletânea, que faz uma síntese dos achados, mas também das interrogações do estudo.
O tema Amor mundi, políticas da amizade e cuidado: a integralidade e a polifonia do cotidiano da saúde nasceu da vontade, que na perspectiva fenomenológica arendtiana significa a concreta fonte de atos e da ação política, aquilo que constitui o cerne da condição humana. É a vontade a maior expressão da evidente dependência recíproca entre o pensar e o agir. Por isso, a vontade não pode se descolar do pensamento, pois se refere ao substrato necessário à concretização de ações. Tais ações trazem a convocação permanente de nos tornarmos presentes nos espaços públicos, seja como autores, seja como agentes de direitos na saúde, na educação e na justiça. Considerando a existência legal e jurídica de um Estado de direito, conforme inscrito na Constituição de 1988, pareceu-nos evidente que tais relações e interações entre os sujeitos e sujeitas, em especial na saúde, forjam demandas e necessidades na busca por cuidado, e também por conhecimento e por igualdade. De outro lado, apoiando-se na máxima do pensamento arendtiano, direito a ter direitos, as questões relacionadas ao direito como exercício democrático têm-nos exigido, como pesquisadores, a inclusão de outros elementos existentes nos espaços públicos, tais como a arte, a cultura e as comunidades, remotas e tradicionais (indígenas, quilombolas, povos das florestas). No Brasil, o SUS, desde sua criação em 1990 se configurou como espaço público, nos ensinando que a saúde, como efetivação do direito humano, se traduz, na prática, como direito não somente a ter acesso ao cuidado, mas o direito de ser na sua construção e concretização.
Esta coletânea contribui para o estabelecimento de leituras criteriosas acerca dos diferentes sentidos que a sexualidade adquire na Antiguidade. Congregando estudiosos de diversos campos, lança mão de um importante instrumento de análise da relação entre o masculino e o feminino: trata-se da teoria de gênero.
O presente volume reúne textos de Freud que abordam algumas das ideias mais controversas da psicanálise – tais como a hipótese da bissexualidade originária, os complexos de Édipo e de castração, a sexualidade infantil, o primado do falo e a inveja do pênis. Completam a coletânea uma dezena de cartas de Freud sobre a bissexualidade inerente ao ser humano e uma comovente carta em resposta a uma anônima mãe americana preocupada com a homossexualidade de seu filho. Não por acaso, alguns desses textos causaram escândalo, e nunca deixaram de fazê-lo.
Esta obra pretende não se tratar de uma obra somente introdutória à análise de sobrevivência - ela tem o intuito de incluir desenvolvimentos contemporâneos, como modelos para tratamento de eventos múltiplos e modelos de efeitos aleatórios. A análise de so
Este livro demonstra não somente a atualidade da Análise Institucional no terceiro milênio, bem como indica um modo para construção da reforma sanitária brasileira mediante a mobilização e protagonismo de suas bases. Por bases, entenda-se equipes de trabalhadores de saúde e os seus usuários.
Uma análise sócio-histórica da gênese de políticas de saúde na França. Os temas em debate incluem as políticas de luta contra o câncer e a Aids, e aquelas destinadas ao enfrentamento de problemas como as crianças ‘inadaptadas’ ou ‘anormais’, com ‘inteligência inferior’, e os jovens ‘delinquentes’, usuários de drogas. Embora os estudos de caso tratem da experiência francesa, a obra traz contribuições importantes para o leitor brasileiro, principalmente por conta dos aspectos universais que podem ser apreendidos a partir da leitura.
Assim, temos, na primeira parte – Trajetória – dois textos que contam, indiretamente, um pouco de sua trajetória pessoal e profissional: Resumo de um projeto de pesquisa em curso sobre “influência do fator humano nos acidentes de trabalho”, apresentado por Marco Antonio Bussacos, e Três lições do professor Wisner, comentado por Leila Nadin Zidan. Na parte 2, Sindicatos, são apresentados escritos que apresentam reflexões sobre as contribuições possíveis de análises do trabalho à representação sindical e sua luta em favor dos trabalhadores. O primeiro texto, escrito a quatro mãos com Catherine Teiger e por ela apresentado, discute as relações da ergonomia da atividade com a formação sindical e a atuação para a melhoria das condições de trabalho. No segundo texto, apresentado por Marianne Lacomblez, Leda discute A Análise Coletiva do Trabalho e os sindicatos. Este conjunto destaca sua influência como pesquisadora e intelectual junto a grupos de pesquisa de outros países, notadamente na França, Portugal e Canadá. Encerram esta parte dois trabalhos – Quatro seminários de ergonomia para sindicalistas, no qual Leda discute as estratégias de ensino adotadas para o debate sobre a Norma Regulamentadora 17, de Ergonomia, com representantes sindicais; e Em defesa das pausas no trabalho, apresentado por Maria Cristina Gonzaga, que foi preparado para um livro publicado pelo DIESAT.. Em Teoria e Métodos são apresentados textos que discutem questões teóricas ou metodológicas relevantes para a análise do trabalho. São eles: Trabalho em turnos: temas para discussão, com apresentação de Elizabete Mendonça; Quam artem exerceas?, apresentado por Tarcisio Buschinelli; Sobre a enquete operária de 1880, de Karl Marx, apresentado por Daniela Sanches Tavares; A Psicodinâmica do Trabalho e a Análise Coletiva do Trabalho, com apresentação de Laerte Idal Sznelwar. Leda desenvolveu a Análise Coletiva do Trabalho (ACT), método de estudo do trabalho feito em conjunto com os trabalhador