Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
De maneira singela, sem afetação acadêmica excessiva, a autora fala de como uma doença que ameaçou dilacerar nossas esperanças de liberdade utópica se torna emblema de uma sociedade.
Jacques Le Goff (1924-2014) examina neste livro, o último que escreveu, em 2013, o problema da periodização da história, tomando como base a fatia de tempo conhecida como “Idade Média”. Para ele, aquele período histórico foi muito mais longo e profícuo do que reza a historiografia tradicional, engloba os anos aclamados como Renascimento e se estende até meados do século 18.
O século XIX trouxe avanços tecnológicos e industriais em diversas áreas. Uma, porém, ficou para trás: a Medicina. Ao redor do planeta, a mortalidade infantil alcançava taxas altíssimas e a expectativa de vida era baixa. Doenças diversas castigavam a população. Mas o cenário mudou ao longo do século XX. Este livro narra, de forma deliciosa, como médicos e cientistas lançavam mão de criatividade, coragem e raciocínio lógico para tornar os progressos possíveis. Experimentos desumanos, antiéticos, acaso e sorte também contribuíram para descobertas inesperadas e revolucionárias. Essa novela, em que a mente humana foi uma das únicas ferramentas disponíveis, é contada pelos médicos Stefan Cunha Ujvari e Tarso Adoni em paralelo aos principais acontecimentos do século XX. Duas histórias inseparáveis, já que fatos históricos precipitaram descobertas médicas, e estas também influenciaram os rumos do século.
Neste livro breve e divertido, o premiado neurobiólogo italiano Stefano Mancuso – autor de Revolução das plantas (Ubu Editora, 2019) e A planta do mundo (Ubu Editora, 2021), e convidado da Flip 2021 – reúne uma série de relatos surpreendentes sobre algo que não costumamos, erroneamente, associar às plantas: o movimento. Assim como os seres humanos, as plantas também migram pelo mundo, e muitas vezes pelos mesmos motivos que nós: para assegurar sua sobrevivência ou para descobrir novas formas de vida, para se transformar ou para transformar outros seres, ou então simplesmente para habitar outros espaços, mobilizadas pelo acaso e pela “curiosidade”. Mancuso traz, em uma escrita híbrida e única entre a ciência e a literatura, narrativas sobre plantas que convencem os animais a carregá-las de um canto a outro; plantas que, em vez de dependerem de outros seres, aprenderam a rolar pelas encostas, voar com o vento ou mesmo nadar nos rios e mares; plantas que resistiram a desastres atômicos e às intempéries do tempo; plantas que desenvolveram frutos incrivelmente versáteis. Seja qual for a história, o leitor de A incrível viagem das plantas será levado a uma realidade em que plantas e seres humanos revelam-se semelhantes e complementares – a nossa própria realidade, pelos olhos do exímio Stefano Mancuso.
Esta publicação traz pesquisas documentais e historiográficas sobre o processo histórico da presença das crianças negras na sociedade escravista na cidade de São Paulo no século XIX. Nela, o autor pesquisou diversas vertentes da vida, cotidiano e desenvolvimento das crianças escravizadas em convivência com sua família ou apenas com a sua mãe, pois os pais eram ausentes ou desconhecidos, conhecidos como ilegítimas; isso quando o destino delas não fosse a Roda dos Enjeitados e a caridade alheia. As crianças escravizadas enfrentavam muitas dificuldades de sobrevivência: deficiências de higiene na gestação, deficiência na amamentação materna e na alimentação e doenças na primeira infância, principal causa da alta mortalidade infantil. Caso sobrevivessem, essas crianças conviveriam com suas famílias nucleares e também com as famílias senhoriais, e em determinada época, elas começavam a executar serviços domésticos como mucamas e pajens e, quando crescessem, trabalhariam na lavoura. Na segunda metade do século XIX, após o fim do tráfico negreiro houve mudanças sociais significativas tanto para os escravizados como para seus filhos. Com a escassez, os senhores tiveram que revalorizar seus escravizados ladinos e nisto os cativos puderam ter seus direitos de alforrias mais concretizados, especialmente entre as mulheres negras e seus filhos e se tornavam mais raras as cenas as violências dos senhores contra as mães escravizadas, separando-as de seus filhos. Outra importante mudança foi à migração das famílias negras libertadas para as cidades. Lá, as crianças negras tiveram outras condições de vida, educação e trabalho, mais próximas da autonomia, porém enfrentariam as precariedades da educação e as poucas chances de ascensão social diante dos imigrantes europeus. Em 28 de Setembro de 1871 é promulgada da Lei do Ventre Livre, dando a condição de liberta todas as crianças negras nascidas após a vigência dessa lei, contudo, elas continuariam tuteladas pelos senhores e prestando-lhes serviços até a liberdade definitiva com a assinatura da Lei Aurea de 13 de Maio de 1888.
Este livro traz um estudo sobre as Comunidades Eclesiais de Base que emergiram no contexto latino-americano a partir dos princípios elaborados pela Teologia da Libertação. O livro nos possibilita um olhar mais alargado sobre um momento específico desse processo, quando o discurso das Comunidades Eclesiais de Base se desloca e passa a dar mais atenção a outros aspectos do cotidiano daquelas populações, particularmente das expressões culturais. A partir da análise da trajetória de cerca de 20 anos de uma Comunidade Eclesial de Base, do final dos anos 1990 até 2015, a autora nos revela toda a potência transformadora presente no papel assumido pelas lideranças seja na luta pela construção de casas como também na realização de festivais musicais e na luta pelos direitos dos jovens e adolescentes, através do engajamento nos Conselhos Tutelares.
O leitor vai encontrar neste livro as razões para embasar suas críticas ou para refinar o uso das tecnologias da web. Uma discussão perspicaz e estimulante sobre as promessas da internet. Indo além da febre da multidão cibernética, Dreyfus, um celebrado escritor de filosofia e tecnologia, questiona se a internet pode realmente levar a humanidade a um novo nível de participação de modo a resolver os problemas da educação em massa.
O reino da liberdade começa com a redução da jornada de trabalho. Esse pensamento de Karl Marx é o mote do presente livro. Neste volume, acompanhamos a história da luta operária pela jornada de oito horas, que teve como resultado uma progressiva redução do tempo de trabalho ao longo de todo o século XX, e entendemos por que essa conquista se encontra ameaçada. Com o alvorecer do século XXI, é o reino da não liberdade que se expande com incrível furor, o que torna premente o retorno dessa pauta para a luta dos trabalhadores de todo o mundo.
O novo livro da ativista política Angela Davis reúne uma ampla seleção de seus artigos, discursos e entrevistas recentes realizados em diferentes países entre 2013 e 2015, organizados pelo militante dos direitos humanos Frank Barat. Os textos trazem reflexões sobre como as lutas históricas do movimento negro e do feminismo negro nos Estados Unidos e a luta contra o apartheid na África do Sul se relacionam com os movimentos atuais pelo abolicionismo prisional e com a luta anticolonial na Palestina. Além de sua reconhecida atuação política no combate ao racismo, Davis denuncia também o sexismo, demonstrando de forma muito objetiva a relação entre a violência contra a mulher e a violência do Estado. De acordo com a autora, não há possibilidade de se combater a violência sem desmontar as estruturas do sistema capitalista. Ao afirmar que, “quando as mulheres negras se movem, toda a estrutura política e social se movimenta na sociedade”, Davis sintetiza a importância fundamental do movimento das mulheres negras na desestruturação e desestabilização das rígidas e consolidadas relações desiguais de poder na sociedade, representadas pela dinâmica de violência, supremacia branca, patriarcado, poder do Estado, mercados capitalistas e políticas imperiais. A liberdade é uma luta constante permite ao leitor acompanhar a saga dessa persistente e ousada ativista contra as diversas formas de submissão humana e tem um significado especial neste momento crítico da sociedade brasileira, que vive certo sentimento de desesperança e impotência ao perceber quão distante se está de uma mudança estrutural na política e de transformações efetivas na condição de vida da maioria. “A leitura desta obra nos recoloca em um espaço próprio, o da resistência, o de nunca desistir da luta que deve ser empreendida. Reencontrar o pensamento, as ações, o comprometimento de Angela Davis com as lutas que ultrapassam as questões vividas em solo nacional nos ensina também a pensar a nossa luta em relaçã
Este livro tenta precisar algumas das diferenças gerais de organização social entre sociedades sem e com escrita e os processos de transição de uma para a outra. O autor confina sua atenção, sobretudo no antigo Oriente Médio, onde surgiu a escrita, e na África Ocidental contemporânea, onde o uso da escrita proliferou nas últimas décadas. Diferentes sistemas de escrita têm, naturalmente, diferentes implicações em sociedades diferentes e em momentos diversos. Mas há também importantes aspectos em comum entre certos contextos específicos, e foi para esses que o autor quis chamar a atenção.
Disse certa vez o célebre arquiteto Oscar Niemeyer: “O que me atrai não é o ângulo reto, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. Me atrai a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos rios, na onda do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito o universo inteiro, o universo curvo de Einstein”. Palavras que inspiraram o título deste livro de Ernesto Venturini, psiquiatra que contribuiu ativamente para a reforma psiquiátrica na Itália. “Com efeito, a desinstitucionalização é como a linha curva de que fala Niemeyer, uma linha oposta à rigidez do pensamento manicomial”, afirma o autor. Como assessor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Venturini esteve várias vezes no Brasil, onde, em encontros com gestores da saúde, profissionais, usuários e cidadãos, falava de sua experiência na Itália. Escritos que foram temas desses encontros estão agora reunidos neste volume. Os textos foram produzidos entre os anos 80 e o início de 2000, mas levantam discussões que permanecem atuais. “Dar alta aos pacientes de prolongado internamento em hospitais psiquiátricos, inseri-los no território, reduzir o número de vagas em leitos hospitalares e converter recursos hospitalares em serviços comunitários é um processo ainda em vias de realização na maior parte dos países europeus e americanos”, avalia.
Cada capítulo irá situar um cenário histórico e a luta atual na busca pela democracia. O autor e seus colaboradores buscaram distinguir a complexidade e as similaridades de classe, sem tirar o valor social de cada uma. E, a importância da democracia como um movimento coletivo, que têm consequências econômicas e ideológicas.
O benefício da assistência social não é para todos, senão para quem pode provar sua necessidade – como disse um perito. Os sujeitos em sofrimento psíquico o dizem de outro modo: “nem todo louco recebe benefício”; “estou apta para o trabalho, mas o trabalho não está apto para mim”; “ninguém é louco o tempo todo”. E quem pode provar a sua necessidade? Por que os sujeitos em sofrimento psíquico são os que menos conseguem provar a sua necessidade? Será que ainda precisamos de mudanças no instrumento de avaliação do BPC ou nos mecanismos e procedimentos institucionais? Essas respostas podem ser procuradas nos conflitos morais mudos e na gramática moral ou “infraestrutura normativa” que atravessam as formas deficitárias de reconhecimento da deficiência mental. Talvez, seja o tempo de uma nova reviravolta capaz de negar a institucionalidade vigente e inventar outra...
As redes sociais são provavelmente o maior experimento coletivo da humanidade. Mas qual o impacto delas no mundo? São ferramentas que apenas refletem a natureza das pessoas, ou estimulam comportamentos extremistas? A partir dessas perguntas, o repórter investigativo Max Fisher disseca o funcionamento das grandes empresas de tecnologia, construindo um panorama estarrecedor e dando um alerta para que repensemos com urgência nossa relação com as redes.
A medicina na era da informação' se caracteriza como obra que marca o processo dialógico entre duas áreas de grande significado social, a medicina e a ciência da informação. Ambas se ocupam de importantes desafios científicos, a primeira voltada à luta pela saúde e bem-estar social, e a segunda à sustentabilidade do desenvolvimento da ciência e da cultura, por meio da preservação, organização, disseminação, acesso e uso da informação. Neste livro, está registrada as informações dos debates e qualidade dos trabalhos apresentados por professores pesquisadores do Brasil e de Portugal, assim como por pós-graduandos e profissionais que atuam na interface da medicina e da ciência da informação, o que permite aos seus leitores o contato com a interlocução qualificada que se efetuou durante o Medinfor.
Nas colunas da repórter Eliane Brum, a vida pode ser tudo, menos rasa. A cada segunda-feira, os leitores encontram um olhar surpreendente sobre o Brasil, sobre o mundo, sobre a vida – a de dentro e a de fora. Eliane pode escrever sobre a Amazônia profunda, como alguém que cobre a floresta desde os anos 90; ou pode provocar pais e filhos, com uma observação aguda das relações familiares marcadas pelo consumo; ou pode refletir sobre a ditadura da felicidade, que tanta infelicidade nos causa. O que não muda são a profundidade e a seriedade com que ela trata cada tema. O que não é surpresa é seu enorme talento para enxergar muito além do óbvio. Essa combinação rara transformou sua coluna de opinião em um fenômeno de audiência. Este livro reúne seus melhores textos e dá ao leitor uma fotografia do nosso tempo, visto pelo olhar de uma repórter que observa as ruas do mundo disposta a ver. E que escreve para desacomodar o olhar de quem a lê.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.