Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
O objetivo deste livro, ao apresentar e conceituar a Promoção de Saúde, é propor um novo modo de conceber e praticar saúde e doença. Os autores do livro são professores e pesquisadores da Universidade de São Paulo/USP e têm grande experiência na área de Saúde Pública. Para escrever este livro, como observa a Profa. Sueli Gandolfi Dallari (USP), enfrentaram a difícil tarefa de desvendar as influências políticas, culturais e ideológicas que vêm condicionando o significado da Promoção de Saúde nosúltimos anos. Além de apresentar o conceito de Promoção de Saúde ao público leigo, os autores propõem um olhar crítico ao modo como ela é habitualmente vista, concebida e praticada. O livro é informativo, crítico e polêmico. Destina-se a todos os interessados nos temas saúde e bem-estar, assim como aos profissionais, alunos, professores e pesquisadores da área de Saúde Pública e aos formuladores das políticas públicas do País.
Os artigos deste livro documentam as intensas lutas travadas por pessoas em todo o mundo contra as múltiplas formas de desapropriação às quais estão sujeitas. Na literatura esquerdista, tais lutas são, com frequência, descartadas como puramente defensivas. Mas essa visão está profundamente equivocada. É impossível defender os direitos comunais sem criar uma nova realidade, isto é, novas estratégias, novas alianças e novas formas de organização social. Uma mina é aberta, ameaçando o ar que as pessoas respiram e a água que bebem; perfurações são feitas em águas costeiras para extrair petróleo, envenenando o mar, as praias e as terras agrícolas; um bairro antigo é devastado para abrir espaço a um estádio — imediatamente, um novo perímetro é estabelecido. De um ponto de vista feminista, uma das atrações exercidas pela ideia dos comuns é a possibilidade de superar o isolamento em que as atividades reprodutivas são realizadas e a separação entre as esferas privada e pública, que tanto têm contribuído para esconder e racionalizar a exploração das mulheres na família e no lar.
A gestação, o parto e o pós-parto vivenciados por mulheres adeptas da religião Daime é a principal investigação de O Parto na Luz do Daime: corpo e reprodução entre mulheres na vila Irineu Serra, título da coleção Antropologia e Saúde. Escrita pela antropóloga Juliana Barretto, a obra é fruto da tese de doutorado defendida pela autora, em 2019, no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O título entrelaça a cultura do daime no Acre e a assistência ao parto de mulheres “oasqueiras”, que fazem uso da Ayahuasca – bebida produzida a partir da combinação de ervas psicoativas da Amazônia, que também pode ser chamada de daime – no ritual da crença adotada.
Quais são as definições, teorias e controvérsias sobre o trabalho do cuidado no século XXI em um mundo com acelerada tendência de envelhecimento de suas populações? Em O cuidado: teorias e práticas, socióloga Helena Hirata apresenta um estudo sobre o cuidado com os idosos, composto de análises realizadas em três países: Brasil, França e Japão. Para além das diferenças no método, alguns aspectos se mostram bastante similares, como o fato de haver uma esmagadora maioria de profissionais mulheres, em especial de minorias étnicas e raciais, ao lado da desvalorização da profissão, que, mesmo com o constante aumento de demanda, é ainda marginalizada. Com pesquisas no plano macroestrutural e também em campo, apoiadas por entrevistas com as profissionais nos três diferentes países, a autora traz a crise do cuidado nas suas diferentes dimensões e desigualdades entre os países do Norte e do Sul e a luta das mulheres pela valorização desse trabalho, tanto no reconhecimento simbólico quanto no aspecto monetário. Dividido em quatro partes, o livro começa apresentando as implicações do cuidado nos dias de hoje, suas teorias, definições e controvérsias. Em seguida, exibe os resultados e análises de uma pesquisa comparativa sobre o trabalho do cuidado e as características da profissão nos três países. O impacto da globalização e das migrações no desenvolvimento do trabalho do cuidado é o tema abordado no terceiro capítulo, seguido pelo quarto bloco, que traça a trajetória das atividades dessas cuidadoras, suas condições de trabalho, inovações no cuidado e o papel da saúde no trabalho.
As mulheres negras são estereotipadas e subvalorizadas na historiografia do samba. Para fazer uma releitura da história que corrija esse viés, propõe-se a figura da ialodê, extraída da tradição afro-brasileira, como chave de leitura para deslocar os estereótipos das mulheres negras na historiografia e destacar sua ação protagônica no samba. O objetivo é compreender diferentes aspectos da participação das mulheres negras nesse campo da cultura midiática que é a música popular e o samba. Para tanto se analisam as disputas por hegemonia implícitas na historiografia da música popular e do samba; se apresenta uma biografia analítica de três sambistas negras (Leci Bandão, Alcione e Jovelina Pérola Negra); e se analisa a obra destas mulheres, a partir de aspectos de gênero e raça. Em conclusão, ao comparar o senso comum sobre o samba com uma leitura centrada na ialodê, desnaturalizam-se as versões correntes das origens do samba e de sua dinâmica na era da indústria cultural.
Este livro procura discutir a promoção da saúde tomando como base o conceito de biopoder. Trata-se de um poder sobre a vida, que se exerce por meio da regulação dos corpos, instituindo-lhes formas de existência de fora para dentro, e desse modo estabelece um controle sobre eles a biopolítica. No entanto, há um tipo de biopolítica que pode ser exercida pelos próprios sujeitos. É a partir deles que se produzem formas alternativas de visa, expressão das suas singularidades, e que encontram em si mesmos a potência para uma nova saúde. Este livro põe no centro do debate algumas questões com as quais procura problematizar o campo – a promoção da saúde se propõe a regular os modos de vida? Ou sugere a produção de novos sujeitos e formas singulares de viver? Portanto é entre a ideia de uma padronização da vida, e outra qua acolhe a diferença que este livro tenta problematizar o campo mediante o estudo de programas de Promoção à Saúde desenvolvidos na Saúde Suplementar.
”SaúdeLoucura 7” aguça o debate sobre a saúde mental produzida nos Programas de Saúde da Família – PSF em diferentes lugares do Brasil, os quais utilizam-se de diferentes metodologias, apoiadas, porém, nos princípios da Reforma Psiquiátrica Brasileira. São casos experimentais e com já demonstrada eficácia.Às seis experiências desenvolvidas em diferentes lugares do Brasil – periferia de São Paulo, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho (Pernanmbuco), Araçuaí, Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais) e da experiência-piloto de Quixadá (Ceará) – somou-se nesta edição a de Sobral (também no Ceará).
O livro trata da trajetória secular da Vigilância Sanitária brasileira recortada por dentro das políticas de saúde. Contribui para o debate metodológico do estudo da área a partir da releitura de alguns dos autores clássicos da Saúde Púbica brasileira. Observa no desenvolvimento da vigilância sanitária três modelos de organização na historicidade do seu processo de trabalho, e os caracteriza como de: proteção, vigilância e regulação. Discute as características próprias de cada um na relação com as políticas públicas, sociais e econômicas traçadas ao longo da construção da sociedade brasileira. No interior da Saúde Pública a vigilância sanitária vem se afastando das políticas da atenção à saúde na medida em que amplia sua interface com os processos produtivos geradores de risco sanitário, o que tem levado à predominância da economia. O estudo busca interroga a possibilidade de a vigilância sanitária sustentar-se como integrante das políticas de direito social e da saúde, mesmo sob o regime da reestruturação produtiva internacional.
Este livro apresenta, de maneira analítico-crítica, expressões singulares de produção de conhecimento ancoradas no desenvolvimento de produtos, entrelaçando teoria e prática. Os autores convidam o leitor a reflexões e análises sobre limites e possibilidades destes processos, em uma perspectiva de autonomia, empoderamento, trabalho coletivo e aprendizagem compartilhada. Na trajetória de entrelaçar os fios teóricos e os fios do fazer, esta obra amplia os olhares sobre os produtos de intervenção propostos pelos pós-graduandos, dialogando com importantes autores e pesquisadores da área: apreende-se um diferencial! Formar-se mestre profissional no ensino na saúde implica investigar, cotejar achados, reconhecer-se autor e coautor, comprometer-se com a produção de práxis, empreender leituras da conjuntura política, posicionar-se ético-politicamente, produzir saberes historicamente situados e em diálogo com as políticas públicas de saúde e educação, participar da defesa do SUS. Os leitores interessados em ensino em saúde, mestrado profissional e potencialidades de transformação das práticas em saúde no Brasil não sairão indiferentes à discussão proposta nesta obra, construção de tantas mãos e mentes.Que possamos nos impregnar das ideias, projetos e perspectivas presentes neste livro, que é também um momento de diálogo, de aprendizagem e de encontro com o outro e consigo mesmo. Eis um convite à leitura critica! Eis uma possibilidade de troca! Eis um projeto-produto que articula ciência, práticas profissionais, compromisso social, militância ética a favor da saúde como direito. E seguimos no itinerário da vida, em um permanente vir a ser, por entre sonho, realidade e transformação.
No momento de transição vivido no Brasil, com a rediscussão do SUS em alguns de seus artigos mais centrais, é muito adequado ler o livro Políticas Públicas e Gestão Hospitalar, que mostra experiências e vivência do sistema. O tema não é novo e seus organizadores são, por um lado, Gastão Wagner de Souza Campos, uma das grandes lideranças do SUS desde os seus inícios, como pensador, gestor e autor e, por outro, o jovem Nilton Pereira Junior, já conhecido nas mesmas atividades, que submete a uma plateia mais ampla sua tese. Os demais autores, todos conhecidos na área da saúde, também trazem relevantes experiências à apreciação dos interessados no setor e, de maneira importante, na atividade de assistência hospitalar, frequentemente postergada na formulação de políticas setoriais. Ana Maria Malik Professora Titular da FGV-EAESP
Em um momento em que o sofrimento mental desafia as sociedades contemporâneas e o Brasil não é exceção, e em que o contexto politico não é menos inquietante, com retrocessos e fundamentalismos, de diversas ordem (e como dissociar um do outro?), é preciso resgatar a coragem de nos perguntarmos: o que temos feito? Por que temos feito? Que devemos seguir fazendo? É por isso, extremamente importante que o aqui chamando Campo da Saúde Mental Coletiva, construtor e construto do Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira, esse movimento emancipatório tão estratégico para a transformação das práticas de saúde no Brasil, possa, debruçar-se sobre sua história e revisitar seus êxitos e tropeços à luz das novas conformações e teorias das sociabilidades contemporâneas. Encontramos aqui essa espécie de coragem. Valendo-se do fecundo quadro interpretativo construído por teóricos da modernidade reflexiva" e do "individualismo institucionalizado", somos aqui convidados a nos desacomodar , a não buscarmos o mesmo olhar para paisagens que já se transformaram. Crítica teórica, abertura ao debate e otimismo prático: eis os convites fundamentais e irrecusáveis d tipo de crítica a que nos convida este instigante estudo. José Ricardo C. M. Ayres
Este é um trabalho colaborativo que, tendo envolvido professores, pesquisadores, profissionais de saúde e estudantes de pós-graduação das áreas de saúde coletiva e saúde da família e comunidade, resultou em nove artigos. Os autores partem de suas práticas de formação para refletir acerca da interface entre Educação e Saúde em suas múltiplas e complexas dimensões. Os artigos aqui apresentados nos aproximam de realidades em rápida transformação enquanto buscam analisar o cotidiano das práticas em saúde e as relações complexas que as condicionam e determinam. As interfaces entre Educação e Saúde visam estabelecer como meta a construção de sujeitos e de projetos transformadores da sociedade. Dessa forma, a educação produzida no âmbito da Atenção Primária, nos serviços de saúde e inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), consolida práticas de educação dirigidas aos problemas reais da sociedade e suas instituições por meio de práticas inter-transdisciplinares articuladas em cenários interprofissionais e interculturais.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.