Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
A obra-prima do mais importante pensador da luta antirracista e anticolonial. Os condenados da terra é o ponto culminante de uma obra radical e incontornável abreviada pela morte precoce do psiquiatra martinicano Frantz Fanon, um dos pensadores mais revolucionários do século XX. Ao analisar a situação colonial, Fanon tensiona política, sociedade e indivíduo, demonstrando de forma clara as estratégias e efeitos do poder dominante — o resultado da opressão é raiva, dor e loucura. Com isso, o autor desmonta a lógica colonial europeia — branca, brutal e racista —, e propõe uma “descolonização do ser”, afirmando: “É preciso mudar completamente, desenvolver um pensamento novo, tentar criar um homem novo.” Só assim é possível criar um mundo realmente humano, onde a massa deserdada de homens e mulheres dos países colonizados e pobres — os condenados da terra — sejam os inventores de sua própria vida. Publicado em 1961, ano da morte de Fanon, que o escreveu doente e sabendo que o tempo era escasso, o livro é considerado um clássico absoluto, suma de seu pensamento e um tratado magistral sobre as relações entre colonialismo, racismo e insubmissão. Esta edição traz apresentação de Thula Pires, Wanderson Flor do Nascimento e Marcos Queiroz, além do prefácio de Jean-Paul Sartre à edição original de 1961 e texto de Cornel West.
Escrito por uma das principais jornalistas da América Latina, um manifesto corajoso, livre de doutrinas, para que possamos cada vez mais pensar (e viver) o feminismo em toda a sua diversidade. Alma Guillermoprieto dedicou grande parte de sua carreira a cobrir conflitos e movimentos sociais por toda a América Latina. Ao longo de sua trajetória retratou em crônicas e reportagens a história de mulheres comuns, sobreviventes dos mais diversos tipos de violência. Neste livro, ela reflete sobre sua própria posição como mulher e se questiona: Será que sou feminista? Sem a pretensão de ter todas as respostas, ela relata suas memórias quando jovem na machista sociedade mexicana e suas referências feministas; relembra encontros com líderes e ativistas; expõe sua visão da estrutura machista, racista e homofóbica que assassinou Marielle Franco; e tece ainda considerações a respeito do movimento #MeToo. Ao mesmo tempo em que evoca experiências pessoais, Guillermoprieto faz uma releitura das lutas históricas das mulheres, destacando avanços tão significativos quanto a pílula anticoncepcional e o direito ao voto, sem nos deixar esquecer do caminho árido que ainda há pela frente.
Esta coletânea convida os leitores a ultrapassar os limites de uma análise superficial e imediatista sobre a "questão de gênero" e seus desdobramentos, em especial para a saúde.
Este livro deixa claro que as doenças, transtornos e situações que podem afetar as pessoas com síndrome de Down são as mesmas que podem afetar qualquer outra pessoa. Os assuntos estão dispostos em ordem alfabética, de modo sintético e claro, com a definição e o conceito, os sintomas clínicos gerais e quando requerem urgência. Este livro procura transmitir conhecimentos básicos, atualizados e livres de informações equivocadas, e os possíveis problemas de saúde que podem acometer o indivíduo com síndrome de Down.
Durante anos, os estudos sobre a saúde da criança e da mulher estiveram vinculados a uma ótica que não as percebia como protagonistas das situações - a mulher era vista apenas como mãe e a criança tinha sua subjetividade ignorada. Caminhos do pensamento: epistemologia e método é o primeiro livro da Coleção Criança, Mulher e Saúde que traz ao debate algumas temáticas consideradas base de toda ação de pesquisa e desenvolvimento. A coletânea reúne autores que discutem a relação entre teoria e método, construção de conceitos e a possibilidade de aplicação da ciência na melhora da qualidade de vida. Tudo isso faz deste livro um excelente objeto de pesquisa, ideal para alunos dos cursos de graduação, pós-graduação e leitores interessados na inserção da criança e da mulher nos estudos sobre clínica médica, ciências sociais e humanas, ciências básicas e saúde coletiva.
O objetivo deste livro, ao apresentar e conceituar a Promoção de Saúde, é propor um novo modo de conceber e praticar saúde e doença. Os autores do livro são professores e pesquisadores da Universidade de São Paulo/USP e têm grande experiência na área de Saúde Pública. Para escrever este livro, como observa a Profa. Sueli Gandolfi Dallari (USP), enfrentaram a difícil tarefa de desvendar as influências políticas, culturais e ideológicas que vêm condicionando o significado da Promoção de Saúde nosúltimos anos. Além de apresentar o conceito de Promoção de Saúde ao público leigo, os autores propõem um olhar crítico ao modo como ela é habitualmente vista, concebida e praticada. O livro é informativo, crítico e polêmico. Destina-se a todos os interessados nos temas saúde e bem-estar, assim como aos profissionais, alunos, professores e pesquisadores da área de Saúde Pública e aos formuladores das políticas públicas do País.
Os artigos deste livro documentam as intensas lutas travadas por pessoas em todo o mundo contra as múltiplas formas de desapropriação às quais estão sujeitas. Na literatura esquerdista, tais lutas são, com frequência, descartadas como puramente defensivas. Mas essa visão está profundamente equivocada. É impossível defender os direitos comunais sem criar uma nova realidade, isto é, novas estratégias, novas alianças e novas formas de organização social. Uma mina é aberta, ameaçando o ar que as pessoas respiram e a água que bebem; perfurações são feitas em águas costeiras para extrair petróleo, envenenando o mar, as praias e as terras agrícolas; um bairro antigo é devastado para abrir espaço a um estádio — imediatamente, um novo perímetro é estabelecido. De um ponto de vista feminista, uma das atrações exercidas pela ideia dos comuns é a possibilidade de superar o isolamento em que as atividades reprodutivas são realizadas e a separação entre as esferas privada e pública, que tanto têm contribuído para esconder e racionalizar a exploração das mulheres na família e no lar.
Redes Vivas e Bolhas de Sabão é um escrito cartográfico de uma pesquisadora brincante em uma jornada de formação e transformação produzida no encontro com multiplicidades de viventes na construção de Redes de Cuidado em Saúde. É uma cartografia fruto de estudos de doutoramento, mas que vai além desses estudos pois remete ao modo de existir que começa do fervilhar das artes de quem dá seus primeiros passos ao som de frevo, maracatu e do carnavalizar nas ruas de Recife, capital de Pernambuco, no nordeste do Brasil. No decorrer da pesquisa, no encontro com as pessoas e processos, produziu-se a transformação da própria pesquisadora e de participantes desse estudo. O que nos uniu nesse caminho foi o cuidado compartilhado.
A gestação, o parto e o pós-parto vivenciados por mulheres adeptas da religião Daime é a principal investigação de O Parto na Luz do Daime: corpo e reprodução entre mulheres na vila Irineu Serra, título da coleção Antropologia e Saúde. Escrita pela antropóloga Juliana Barretto, a obra é fruto da tese de doutorado defendida pela autora, em 2019, no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O título entrelaça a cultura do daime no Acre e a assistência ao parto de mulheres “oasqueiras”, que fazem uso da Ayahuasca – bebida produzida a partir da combinação de ervas psicoativas da Amazônia, que também pode ser chamada de daime – no ritual da crença adotada.
Quais são as definições, teorias e controvérsias sobre o trabalho do cuidado no século XXI em um mundo com acelerada tendência de envelhecimento de suas populações? Em O cuidado: teorias e práticas, socióloga Helena Hirata apresenta um estudo sobre o cuidado com os idosos, composto de análises realizadas em três países: Brasil, França e Japão. Para além das diferenças no método, alguns aspectos se mostram bastante similares, como o fato de haver uma esmagadora maioria de profissionais mulheres, em especial de minorias étnicas e raciais, ao lado da desvalorização da profissão, que, mesmo com o constante aumento de demanda, é ainda marginalizada. Com pesquisas no plano macroestrutural e também em campo, apoiadas por entrevistas com as profissionais nos três diferentes países, a autora traz a crise do cuidado nas suas diferentes dimensões e desigualdades entre os países do Norte e do Sul e a luta das mulheres pela valorização desse trabalho, tanto no reconhecimento simbólico quanto no aspecto monetário. Dividido em quatro partes, o livro começa apresentando as implicações do cuidado nos dias de hoje, suas teorias, definições e controvérsias. Em seguida, exibe os resultados e análises de uma pesquisa comparativa sobre o trabalho do cuidado e as características da profissão nos três países. O impacto da globalização e das migrações no desenvolvimento do trabalho do cuidado é o tema abordado no terceiro capítulo, seguido pelo quarto bloco, que traça a trajetória das atividades dessas cuidadoras, suas condições de trabalho, inovações no cuidado e o papel da saúde no trabalho.
As mulheres negras são estereotipadas e subvalorizadas na historiografia do samba. Para fazer uma releitura da história que corrija esse viés, propõe-se a figura da ialodê, extraída da tradição afro-brasileira, como chave de leitura para deslocar os estereótipos das mulheres negras na historiografia e destacar sua ação protagônica no samba. O objetivo é compreender diferentes aspectos da participação das mulheres negras nesse campo da cultura midiática que é a música popular e o samba. Para tanto se analisam as disputas por hegemonia implícitas na historiografia da música popular e do samba; se apresenta uma biografia analítica de três sambistas negras (Leci Bandão, Alcione e Jovelina Pérola Negra); e se analisa a obra destas mulheres, a partir de aspectos de gênero e raça. Em conclusão, ao comparar o senso comum sobre o samba com uma leitura centrada na ialodê, desnaturalizam-se as versões correntes das origens do samba e de sua dinâmica na era da indústria cultural.
Este livro procura discutir a promoção da saúde tomando como base o conceito de biopoder. Trata-se de um poder sobre a vida, que se exerce por meio da regulação dos corpos, instituindo-lhes formas de existência de fora para dentro, e desse modo estabelece um controle sobre eles a biopolítica. No entanto, há um tipo de biopolítica que pode ser exercida pelos próprios sujeitos. É a partir deles que se produzem formas alternativas de visa, expressão das suas singularidades, e que encontram em si mesmos a potência para uma nova saúde. Este livro põe no centro do debate algumas questões com as quais procura problematizar o campo – a promoção da saúde se propõe a regular os modos de vida? Ou sugere a produção de novos sujeitos e formas singulares de viver? Portanto é entre a ideia de uma padronização da vida, e outra qua acolhe a diferença que este livro tenta problematizar o campo mediante o estudo de programas de Promoção à Saúde desenvolvidos na Saúde Suplementar.
”SaúdeLoucura 7” aguça o debate sobre a saúde mental produzida nos Programas de Saúde da Família – PSF em diferentes lugares do Brasil, os quais utilizam-se de diferentes metodologias, apoiadas, porém, nos princípios da Reforma Psiquiátrica Brasileira. São casos experimentais e com já demonstrada eficácia.Às seis experiências desenvolvidas em diferentes lugares do Brasil – periferia de São Paulo, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho (Pernanmbuco), Araçuaí, Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais) e da experiência-piloto de Quixadá (Ceará) – somou-se nesta edição a de Sobral (também no Ceará).
O livro trata da trajetória secular da Vigilância Sanitária brasileira recortada por dentro das políticas de saúde. Contribui para o debate metodológico do estudo da área a partir da releitura de alguns dos autores clássicos da Saúde Púbica brasileira. Observa no desenvolvimento da vigilância sanitária três modelos de organização na historicidade do seu processo de trabalho, e os caracteriza como de: proteção, vigilância e regulação. Discute as características próprias de cada um na relação com as políticas públicas, sociais e econômicas traçadas ao longo da construção da sociedade brasileira. No interior da Saúde Pública a vigilância sanitária vem se afastando das políticas da atenção à saúde na medida em que amplia sua interface com os processos produtivos geradores de risco sanitário, o que tem levado à predominância da economia. O estudo busca interroga a possibilidade de a vigilância sanitária sustentar-se como integrante das políticas de direito social e da saúde, mesmo sob o regime da reestruturação produtiva internacional.
Este livro apresenta, de maneira analítico-crítica, expressões singulares de produção de conhecimento ancoradas no desenvolvimento de produtos, entrelaçando teoria e prática. Os autores convidam o leitor a reflexões e análises sobre limites e possibilidades destes processos, em uma perspectiva de autonomia, empoderamento, trabalho coletivo e aprendizagem compartilhada. Na trajetória de entrelaçar os fios teóricos e os fios do fazer, esta obra amplia os olhares sobre os produtos de intervenção propostos pelos pós-graduandos, dialogando com importantes autores e pesquisadores da área: apreende-se um diferencial! Formar-se mestre profissional no ensino na saúde implica investigar, cotejar achados, reconhecer-se autor e coautor, comprometer-se com a produção de práxis, empreender leituras da conjuntura política, posicionar-se ético-politicamente, produzir saberes historicamente situados e em diálogo com as políticas públicas de saúde e educação, participar da defesa do SUS. Os leitores interessados em ensino em saúde, mestrado profissional e potencialidades de transformação das práticas em saúde no Brasil não sairão indiferentes à discussão proposta nesta obra, construção de tantas mãos e mentes.Que possamos nos impregnar das ideias, projetos e perspectivas presentes neste livro, que é também um momento de diálogo, de aprendizagem e de encontro com o outro e consigo mesmo. Eis um convite à leitura critica! Eis uma possibilidade de troca! Eis um projeto-produto que articula ciência, práticas profissionais, compromisso social, militância ética a favor da saúde como direito. E seguimos no itinerário da vida, em um permanente vir a ser, por entre sonho, realidade e transformação.
No momento de transição vivido no Brasil, com a rediscussão do SUS em alguns de seus artigos mais centrais, é muito adequado ler o livro Políticas Públicas e Gestão Hospitalar, que mostra experiências e vivência do sistema. O tema não é novo e seus organizadores são, por um lado, Gastão Wagner de Souza Campos, uma das grandes lideranças do SUS desde os seus inícios, como pensador, gestor e autor e, por outro, o jovem Nilton Pereira Junior, já conhecido nas mesmas atividades, que submete a uma plateia mais ampla sua tese. Os demais autores, todos conhecidos na área da saúde, também trazem relevantes experiências à apreciação dos interessados no setor e, de maneira importante, na atividade de assistência hospitalar, frequentemente postergada na formulação de políticas setoriais. Ana Maria Malik Professora Titular da FGV-EAESP
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.