Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
“A alimentação constitui uma espécie de ‘janela com vista’ através da qual se pode observar, conhecer e procurar compreender a articulação de um emaranhado cultural mais amplo”: é a partir desta perspectiva que os autores, cientistas sociais com experiência de ensino e pesquisa em antropologia e sociologia, desenvolvem suas análises. “Aparentemente, para a medicina e para a nutrição, o ser humano se ‘nutre’ apenas de glicídios, lipídeos e protídeos, mas o certo é que os alimentos, além de nutrir, ‘significam’ e ‘comunicam’. O desejo de encontrar esses significados é a razão principal deste livro”, explicam.
O livro, Saúde: A Cartografia do Trabalho Vivo, trata do agir no âmbito das organizações de saúde, particularmente nos processos produtivos dos atos de saúde, como lugar de uma transição tecnológica para um novo patamar produtivo.
Em Ensinando a transgredir , Bell Hooks – escritora, professora e intelectual negra insurgente – escreve sobre um novo tipo de educação, a educação como prática da liberdade. Para Hooks, ensinar os alunos a “transgredir” as fronteiras raciais, sexuais e de classe a fim de alcançar o dom da liberdade é o objetivo mais importante do professor. Ensinando a transgredir , repleto de paixão e política, associa um conhecimento prático da sala de aula com uma conexão profunda com o mundo das emoções e sentimentos. É um dos raros livros sobre professores e alunos que ousa levantar questões críticas sobre Eros e a raiva, o sofrimento e a reconciliação e o futuro do próprio ensino. Segundo Bell Hooks, “a educação como prática da liberdade é um jeito de ensinar que qualquer um pode aprender”. Ensinando a transgredir registra a luta de uma talentosa professora para fazer a sala de aula dar certo.
A explosão dos casos de depressão é um fenômeno mundial e complexo. Sua compreensão requer a mobilização de diversas áreas do saber. O presente livro propõe uma análise aguda e abrangente do problema, trazendo importante contribuição para o estudo desta condição que vem se tornando epidêmica, especialmente após a ascensão do neoliberalismo em nível global.
As organizadoras contextualizam a situação alimentar e nutricional da população brasileira: complexa, caracterizada pela diminuição da desnutrição, aumento do sobrepeso e obesidade e pela má alimentação. Diante deste quadro, a Atenção Básica se apresenta como estratégica parra a concepção e realização de ações de promoção da saúde e cuidado integral.
A coletânea organizada por Marisa Palácios, professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresenta contribuições e diálogos entre a ética e a saúde pública. As muitas mudanças causadas pelas inovações tecnológicas nas áreas de saúde e, especialmente, na saúde coletiva são debatidas no livro, que reúne textos de especialistas de diversas áreas do conhecimento - Direito, Medicina, Farmácia, Ciências Sociais, Filosofia, Enfermagem, Psicologia - em torno de temas atuais e desafiadores para toda a sociedade.
Este livro deslinda o processo de medicalização que emerge como objeto de estudo no campo da Sociologia da Saúde, a partir segunda metade do século XX, e se desdobra nas vozes de Irving Zola, Ivan Illich, Peter Conrad e Michel Foucault; principais teóricos da crescente influência da medicina em territórios que até então não lhe pertenciam. No decorrer dos anos, o termo vem sendo apropriado por várias áreas e disciplinas da saúde e da educação, entre outras, de forma abrangente e imprecisa, tornando necessária a retomada da discussão conceitual de suas bases teóricas.
Como utilizar recursos finitos e, muitas vezes, escassos? De que modo redistribuir os bens e aumentar o acesso a eles? Essas escolhas e decisões fazem parte do dia a dia dos gestores e profissionais da saúde. E é a eles – assim como aos pesquisadores, estudantes e todos aqueles que se preocupam com os rumos da saúde do país – que se dirige este livro. Os autores contam a evolução histórica do planejamento em saúde na América Latina e no Brasil. Colocam lado a lado os temas clássicos e os dilemas contemporâneos, que exigem releituras e respostas atualizadas. Discutem um novo paradigma, baseado em Habermas, que tem sido denominado comunicativo ou intersubjetivo.
Muitas são as disciplinas que têm se dedicado ao estudo das ações do Estado, sobretudo a partir dos anos 1980, quando começaram a ganhar fôlego as pesquisas sobre as políticas públicas. Não só diferentes disciplinas se voltaram para esse campo, como os estudos passaram a focar uma grande variedade de temas. Se, por um lado, a pluralidade de olhares contribui para o avanço das pesquisas, por outro, a dispersão disciplinar e temática indica um risco de fragmentação do campo. A necessidade de sistematizar os estudos na área, mas sem abrir mão de um panorama abrangente, motivou o lançamento desta coletânea, que propõe um diálogo entre ciência política, sociologia, administração pública, antropologia, direito, psicologia, demografia, história e relações internacionais.
Com um enfoque atualizado e preciso sobre o tema, o título é "fruto da produção híbrida de uma migrante boliviana e trabalhadora do Sistema Único de Saúde e de uma pesquisadora de alto nível no fascinante campo da saúde global". As pesquisadoras abordam a situação atual da mobilidade humana no mundo e da imigração no Brasil, a saúde como um direito humano para as comunidades de migrantes e refugiados, além de resumos sobre as experiência realizadas na Secretaria de Saúde do município de São Paulo, que contemplou rodas de conversas e sensibilização entre gestores e trabalhadores da saúde em unidades com grande fluxo de migrantes internacionais.
O corpo recusado é uma narrativa pessoal escrita em linguagem corajosa e direta. Aos 70 anos de idade, Luiz Cecilio revisita o duro caminho para assumir-se gay, tudo complicado por uma infecção pelo HIV no final da década de 1980. Ao desafiar o trocadilho “AIDS, essa porra mata” com seu grito de guerra “Não vou morrer dessa porra!”, ele se arma para travar as batalhas de um homem que, aos 40 anos, decidiu que ainda não era hora de morrer. A obra constrói um retrato dos seus encontros amorosos e sexuais com outros homens, num longo processo de “ocupação” do corpo recusado, o que tem se estendido até o envelhecimento.
Como entrevistar um paciente? O que perguntar? Utilizar um questionário fechado ou deixá-lo falar livremente? Em que momento e como interrompê-lo? Como observar seu estado psíquico e emocional? O que fazer se ele chorar? Esses são exemplos de dúvidas comuns no dia a dia não apenas de estudantes de medicina, mas de muitos profissionais da área. A partir dessas e de outras questões observadas pelos autores em sua prática como professores da disciplina de Psicologia Médica na Universidade Federal de São Paulo, surgiu a ideia de escrever este livro, que reúne a teoria da área a exemplos práticos, proporcionando ao estudante a oportunidade de pensar sobre o fazer da medicina e a importância da relação médico-paciente no processo saúde-doença.
Como o Estado administra não só a vida como também a morte de determinados cidadãos? De que maneira o desaparecimento de pessoas e corpos se constitui como um mecanismo em contínuo funcionamento? De quem são os cadáveres que o Estado não quer nomear? Essas são algumas das questões que o filósofo e psicanalista Fábio Luís Franco levanta ao desenvolver uma análise do processo de produção, normatização e apagamento sistemáticos da morte, com foco na atuação de forças do Estado. Tendo como base o conceito do filósofo camaronês Achile Mbembe de necropolítica, Franco recupera nas guerras coloniais os mecanismos de contrainsurreição que foram legados aos generais das ditaduras latinoamericanas e fizeram do desaparecimento um método de repressão. Mas esse não é um fenômeno de "exceção" durante a ditadura, ao contrário, como mostra Franco, ele está entranhado na estrutura governamental do Brasil, presente nas mais diversas estratégias que tornam o desaparecimento um modo de governar.
Aborda-se a especificidade da institucionalização das ciências sociais e saúde no Brasil no âmbito das escolas médicas, saúde pública / medicina social, os perfis de seus profissionais e o trabalho de seus intelectuais no ensino e na pesquisa, nas três últimas décadas do século XX.Assume-se que as ciências sociais e saúde não são um campo autônomo de conhecimento às ciências sociais e humanas, uma vez que incorpora os seus paradigmas para aproximar-se dos fenômenos saúde, doença, vida e morte. Tais fenômenos integram-se concomitantemente à experiência humana e aos processos sociais, políticos, econômicos e culturais, suscitando reflexões mais amplas. Na sociedade contemporânea eles se tornaram questão social, direto do cidadão e objetos das intervenções do Estado.
A ideia central deste livro é que o cuidado em saúde será sempre coproduzido pelos usuários (os leigos) e pelos especialistas da saúde (profissionais da saúde). O trabalho foi concluído em duas fases. Na primeira, de caráter exploratório, foram realizadas entrevistas em profundidade com atores estratégicos e informantes-chave do sistema de saúde, em particular alguns de seus profissionais. Na segunda foram colhidas histórias de vida de usuários muito dependentes do serviço de saúde.
Audre Lorde é muitas e única. Mulher negra, poeta, lésbica e guerreira. Mãe e professora. Ativista e pensadora. Todas essas facetas coexistem em harmonia nos quinze ensaios de Irmã outsider , que dá sua contribuição como uma das mais importantes obras para o desenvolvimento de teorias feministas contemporâneas. O pensamento de Lorde é profundamente enraizado na experiência de estar fora do que chamou de “norma mítica” – branca, heterossexual, magra.
Atualmente, o tema envelhecimento tem representado uma questão importante no cenário mundial e, em especial, no brasileiro. A temática vem sendo abordada por estudiosos de diferentes áreas e sob diferentes perspectivas, seja do ponto de vista físico ou biológico, social, psicológico, entre outros. Envelhecimento – Questões atuais perpassa a premissa do olhar interdisciplinar sobre a temática envelhecer. A obra é resultado da união de alguns saberes que interfacetam a temática envelhecimento.
Em reflexões provocadas pela pandemia de covid-19, o pensador e líder indígena Ailton Krenak volta a apontar as tendências destrutivas da chamada “civilização”: consumismo desenfreado, devastação ambiental e uma visão estreita e excludente do que é a humanidade. Um dos mais influentes pensadores da atualidade, Ailton Krenak vem trazendo contribuições fundamentais para lidarmos com os principais desafios que se apresentam hoje no mundo: a terrível evolução de uma pandemia, a ascensão de governos de extrema-direita e os danos causados pelo aquecimento global. Crítico mordaz à ideia de que a economia não pode parar, Krenak provoca: “Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do Banco Central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, com a economia deles. Ninguém come dinheiro”. Para o líder indígena, “civilizar-se” não é um destino. Sua crítica se dirige aos “consumidores do planeta”, além de questionar a própria ideia de sustentabilidade, vista por alguns como panaceia. Se, em meio à terrível pandemia de covid-19, sentimos que perdemos o chão sob nossos pés, as palavras de Krenak despontam como os “paraquedas coloridos” descritos em seu livro Ideias para adiar o fim do mundo , que já vendeu mais de 50 mil cópias no Brasil e está sendo traduzido para o inglês, francês, espanhol, italiano e alemão. A vida não é útil reúne cinco textos adaptados de palestras, entrevistas e lives realizadas entre novembro de 2017 e junho de 2020. Pesquisa e organização de Rita Carelli.
A mais completa investigação sobre as origens do patrimônio político e financeiro de Jair Bolsonaro e sua família. Resultado de mais de três anos de apuração, O Negócio do Jair: A história proibida do clã Bolsonaro desvenda o passado secreto da família que hoje comanda o Brasil. A jornalista Juliana Dal Piva parte do escândalo das rachadinhas exposto pelo caso Queiroz, a partir de dezembro de 2018, para contar uma história que remonta à entrada de Jair Bolsonaro na política na década de 1990. No centro do passado que o clã tenta abafar, está um esquema de corrupção conhecido entre os participantes como o “Negócio do Jair”. O arranjo ocorria nos gabinetes funcionais ocupados pela família de Bolsonaro em seus mandatos políticos, seja de vereador, deputado estadual ou federal, e envolvia seus três filhos mais velhos, as duas ex-esposas e a atual, amigos, familiares — muitos deles atuando como funcionários fantasmas —, além de advogados e milicianos. Com base em depoimentos exclusivos, cópias sigilosas dos autos judiciais, mais de cinquenta entrevistas, mil páginas em documentos, vídeos e gravações de áudio, a autora demonstra como, à sombra dos grandes esquemas partidários, o clã acumulou milhões de reais e construiu o projeto político autoritário e regressivo que conduziria o chefe da família ao posto mais alto da República.
Este livro chega ao Brasil em um momento particularmente fecundo para o enfrentamento dos muitos problemas que Butler aponta: esta tem sido uma época especialmente desfavorável para mulheres, homossexuais, lésbicas e pessoas trans, com índices de violência impressionantes. Autora incontornável no que diz respeito às reflexões sobre formas de segregação, Butler está “desfazendo” o conceito de gênero como único e exclusivo recorte para análise das injúrias e violações a que as chamadas “pessoas dissidentes de gênero” são submetidas.
Levar ao público uma visão ampliada da água e do saneamento a partir da lente dos direitos humanos. É com esse intuito que a Editora Fiocruz lança a versão em português do livro Os Direitos Humanos à Água e ao Saneamento. Escrito pelo engenheiro Léo Heller, pesquisador do Instituto René Rachou (Fiocruz Minas), o título busca explicar e decodificar, em suas mais de 600 páginas, o significado desses direitos fundamentais, articulando diferentes campos do conhecimento: direito, saúde coletiva e políticas públicas. A versão em inglês - The Human Rights to Water and Sanitation - foi lançada em maio deste ano pela editora da Universidade de Cambridge (Reino Unido). No período de 2014 a 2020, o autor ocupou o cargo de Relator Especial para os Direitos Humanos à Água e ao Saneamento (DHAS) das Nações Unidas. Durante o período, Heller visitou diversos países em cinco continentes, conversando com cidadãos comuns, representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs), governantes nacionais e locais, representantes de entidade ligadas à ONU, entre outros públicos. O livro contempla o conteúdo produzido a partir dessas experiências e informações. A obra é organizada em 13 capítulos, que compõem quatro partes. A primeira é mais focada nos fundamentos dos conceitos, fazendo um apanhado histórico da emergência dos direitos humanos à água e ao saneamento. A segunda parte aborda os macro determinantes, que acabam facilitando a violação desses direitos humanos. A terceira é sobre políticas públicas, diretamente relacionadas à realização desses direitos. Por fim, a quarta parte trata de alguns grupos populacionais mais fortemente vulnerabilizados quanto ao cumprimento desses direitos. O texto de orelha foi escrito por Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz. Ela destaca a importância da gestão sustentável da água e do saneamento para todos, como parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. No prefácio à edição brasileira, Paulo Vannuchi, ex-ministro dos Direitos Humanos do Brasil (2005-2010) e ex-membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos/OEA (2014-2017), ressalta a qualidade das pesquisas que dão origem à obra de Heller.
Entre outras coisas, bell nos liberta para sabermos que temos o direito de ser amados e que essa é uma luta necessária. Ela também nos diz que devemos amar, mas amar com mais respeito, responsabilidade, compreensão, companheirismo e demonstração constante de afeto e coragem. E seguirmos em luta. Porque ainda precisamos refletir criticamente sobre o passado, nos defender para que nossos corpos não sejam tratados como um alvo para a morte, transgredir os limites estabelecidos pelo racismo, nos curar e criar conexões.
Nenhuma organização do século 21 acumula tanto poder de destruição quanto as corporações. São elas que estão no centro do novo livro de Nicholas Freudenberg, que se propõe a investigar as mais diferentes áreas para apontar como as grandes empresas se tornaram o maior problema de saúde pública dos nossos tempos. “As recentes mudanças no capitalismo precipitaram ou agravaram tanto os apocalipses de 2020 como os desastres mais lentos das últimas duas décadas”, diz o pesquisador da City University de Nova York. Em A que custo, Freudenberg propõe uma série de caminhos para repensar a nossa organização enquanto sociedade e para superarmos o
O livro convida o(a) leitor(a) a refletir sobre a crise neoliberal contemporânea e seus desdobramentos na educação e na saúde. Problematiza questões das políticas públicas, dos direitos sociais e de dimensões socioculturais, com ênfase nas possibilidades de resistência. Subsidiam os artigos referenciais críticos, principalmente do educador Henry Giroux, com análises inéditas sobre a educação no atual contexto sociopolítico contemporâneo. Todos os textos são perpassados por uma reflexão crítica sobre o processo sócio-histórico-cultural ao qual a sociedade atualmente se encontra submetida e sobre como a educação se insere nesse processo.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.