Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Este livro reúne trabalhos que resultam de pesquisas recentes sobre a pós-graduação em Ciências Sociais no Brasil e que foram selecionados a partir de chamada pública promovida pelas associações nacionais da área: ANPOCS, ABA, ABCP e SBS. Ele é uma resposta das ciências sociais articuladas à situação de crise no financiamento e nos processos de avaliação da pós-graduação. Escritos por jovens sociólogos, antropólogos, cientistas políticos e internacionalistas, recém-doutores e doutorandos, os capítulos do livro revelam as diversas possibilidades de produção de conhecimento sobre o ensino de pós-graduação, a avaliação, a mobilidade internacional e os desafios atuais e futuros da formação acadêmica e profissional na área. Os jovens cientistas sociais que participam do livro evidenciam a capacidade e o potencial das nossas ciências sociais na reflexão sobre si mesmas e sobre os caminhos da pesquisa e da educação no Brasil. - Gilberto Hochman
alford J. Mackinder foi educador, geógrafo, explorador, advogado, membro do Parlamento, economista e diplomata. Nasceu em Gainsborough, Lincolnshire, Inglaterra, em fevereiro de 1861. Filho de um médico, estudou ciências no Epsom College e Christ Church em Oxford. Ao concluir seu programa em Oxford, estudou direito em Londres, enquanto lecionava na Christ Church e também ajudava a liderar as incipientes extensões da Universidade em Bath, Manchester, Salisbury e outros lugares, onde lecionou e conduziu tutoriais sobre geografia física. Eleito para a Royal Geographic Society, ele apresentou um documento para a sociedade em janeiro de 1887, intitulado “Sobre o escopo e os métodos da geografia”. Mackinder era um homem de muitas partes. Após dez anos como diretor do Reading College, tornou-se Diretor da London School of Economics de 1903 a 1908. Membro do Parlamento entre 1910 e 1922, ele também foi presidente do Comitê Imperial de Navegação de 1920 a 1940, tornou-se conselheiro privado em 1925. Em 1904, Mackinder apresentou à Sociedade um documento intitulado “O Pivô Geográfico da História”, em que ele primeiro ofereceu a teoria da “Área Pivô”, uma designação para a área central da Eurásia, protegida das potências marítimas da época. Ele argumentou que o desenvolvimento do poder potencial dessa área poderia permitir que o poder continental que o controlava dominasse o mundo.
De novo o tema do “trote universitário” no nosso radar. Que pena que ainda segue como tema de pesquisa. Apesar de vários estudos, a cultura do trote persiste. Quando será celebrado a sua erradicação? O que falta saber para enfrentar esse problema? Mas como as nossas pesquisas estão dizendo, e Silmara reforça aqui neste livro, há que se buscar sua raiz, em outras palavras estudar o tema com radicalidade. A falta de uma interpretação mais elaborada sobre o trote seria uma das razões para sua continuidade. Assim como a pandemia da COVID-19 escancarou a injusta distribuição de poder, recursos e serviços no Brasil entre grupos sociais e entre regiões das cidades com nefastas consequências, o livro de Silmara, que foi gerado a partir de sua tese que tive o prazer de orientar, escancara as injustas assimetrias de classe, raça/etnia, gênero, orientação sexual nas escolas médicas, com suas nefastas consequências (a repetição é proposital!).
A presente obra, oriunda da pesquisa do pós-doutorado, realoca para o centro do debate da Saúde Mental, da Criminologia e dos Direitos Humanos a saúde mental das mulheres negras. A partir de uma atuação profissional mergulhada no tripé ensino, pesquisa e extensão buscou-se pela lógica da encruzilhada tecer uma análise teórica e prática que tenha como base o pensamento decolonial, antirracista e antimanicomial. Dessa maneira, objetivou-se apresentar a/o leitora/leitor a produção do sofrimento e do adoecimento psíquico materializada nos modos de vida e processos de subjetivação das mulheres negras brasileiras, a partir das experiências de mães de vítimas de violência armada. Na cena contemporânea, está ocorrendo a intensificação da psiquiatrização, psicologização, medicalização, patologização e farmacologização das particularidades e singularidades, reduzindo-se a experiência do sofrimento e/ou adoecimento psíquico como um problema individual. Assim, torna-se urgente identificarmos as expressões desse fenômeno na experiência de corpos e subjetividades periféricos e favelados. Nesse caminho, espera-se proporcionar inquietações e contribuições demonstrando que a aniquilação da população negra atravessa todas as dimensões da vida social, e aqui, destaca-se a saúde mental. Para isso torna-se necessário a ampliação do debate com diferentes saberes possibilitando desvelar as contradições basilares da sociedade brasileira. Portanto, é preciso fortalecer a luta antimanicomial para que seja radicalmente antirracista, decolonial e feminista e, assim, se afirme a liberdade, a emancipação e os direitos humanos.
Este livro é leitura imprescindível para quem busca entender e superar os efeitos do racismo institucional na saúde mental. Ancorado na articulação entre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e a Política Nacional de Saúde Mental, Emiliano de Camargo David toma raça como um determinante social da saúde e propõe a “aquilombação” como ferramenta teórica para expandir o debate e fazer frente aos marcadores raciais que ampliam as iniquidades seculares e contemporâneas no cuidado à saúde mental. Para ele, o “aquilombamento” coloca o racismo no centro do debate público e permite avançarmos no processo de inclusão da temática racial nas políticas e, consequentemente, nos serviços de saúde mental, indicando um caminho assertivo para a construção de estratégias para o seu enfrentamento.
Rletir e aprender as lições deixadas pelas emer- Rgências em saúde pública que vivemos recentemente (e que, ao que tudo indica, poderão vir a se repetir no futuro), constitui um desao importante para os prossionais de saúde. Este livro apresenta considerações importantes sobre os dilemas presentes no acesso de crianças e adolescentes à saúde na atualidade. Partindo da compreensão de que a saúde é produto das condições de vida e trabalho das pessoas, a tônica deste livro repousa sobre o limite de ações pontuais para resolver questões de saúde que expressam desigualdades estruturais da sociedade brasileira e valoriza a construção de alternativas e estratégias, a partir da articulação entre pesquisa, educação e atenção à saúde. — Alessandra Gomes Mendes, Aline de Carvalho Martins & Dolores Lima da Costa Vidal. da Criança e do Adolescente IFF/FIOCRUZ
Este livro é fruto da cooperação entre cientistas engajados da saúde coletiva e das ciências sociais do Brasil e de Portugal, com destaque para o Núcleo Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde (Neepes/ENSP/FIOCRUZ) e o Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, responsáveis pelo curso internacional de verão “A Saúde Coletiva em Diálogo com as Epistemologias do Sul”, realizado anualmente desde 2018. A obra apresenta uma coletânea de artigos de vários autores que apresentam e dialogam com as bases conceituais e metodológicas das epistemologias do Sul em sua crítica aos três pilares da modernidade eurocêntrica: capitalismo, colonialismo e hetero-patriarcado. Vários temas são abordados, como pensamento abissal, sociologias das ausências e emergências, ecologia de saberes, interculturalidade, descolonização da academia e da saúde coletiva, arte e metodologias sensíveis, cuidado e ecologias feministas, saúde mental, desastres, neoextrativismo e agroecologia. Espera-se que o livro contribua para a divulgação e qualificação desse debate em diferentes cursos de graduação e pós-graduação num contexto atual tão desafiante para a democracia e a sustentabilidade.
O livro Saúde Mental, Políticas Sociais e Democracia chega em momento devastador na vida dos brasileiros e brasileiras. A calamidade socioinstitucional em que estamos mergulhados, acrescida dos impactos da pandemia, tem trazido enormes desafios para o campo da saúde mental e da luta antimanicomial. Os retrocessos na PNSM e na RAPS com o avanço da lógica asilar e hospitalocentrica, tem ampliado os graus de vulnerabilidade e de falta de cobertura em termos de atenção psicossocial no país. Este livro reúne atores e ideias que intencionam não deixar que essa maquinaria de morte e descaso reine soberana e autoritariamente entre nós, ceifando nossas apostas no SUS, na democracia e na justiça social. Canela/RS, 28 de setembro de 2022 Magda Dimenstein.
Registrar e refletir sobre as formas de atuação política engendradas pelos povos indígenas no contexto da pandemia de Covid-19 são os principais objetivos deste livro, que reúne pesquisadores e pesquisadoras indígenas e não indígenas das áreas de antropologia, direito e saúde coletiva. Em face das omissões e inadequações da resposta governamental à crise sanitária e da agudização das violações de direitos indígenas sob o atual governo brasileiro, esta coletânea evidencia como o movimento indígena pôs em marcha diferentes estratégias, do chão da aldeia a âmbitos internacionais, não somente realizando denúncias, mas demonstrando também sua capacidade propositiva na formulação de ações e políticas de saúde. Conforme o depoimento de Joziléia Kaingang enfatiza, ”A gente precisa lutar de todas as formas para vencer esse sistema que está aí, a gente não pode admitir de forma alguma que um governo, que uma representação política seja a dona da vida e da morte das pessoas”.
A presente coletânea foi construída no âmbito do Projeto “Vozes Indígenas na Produção do Conhecimento” coordenado por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz, que, em 2019, formou um coletivo com cerca de 20 pesquisadores indígenas chamado “Vozes Indígenas na Saúde Coletiva” com o objetivo de aprofundar o diálogo com os estudantes de pós-graduação e pesquisadores indígenas que refletem sobre temas relacionados com a saúde e seus determinantes. Com vistas a dar maior visibilidade à produção conhecimento dos acadêmicos indígenas, o Coletivo se propôs a organizar uma publicação conjunta e para isso formou um Conselho Editorial Indígena que organizou uma chamada pública para primeiras autorias indígenas que refletissem temas que se relacionam com a área de saúde coletiva. A presente publicação é resultado dessa chamada pública e reúne 21 capítulos, organizados em 3 partes. A primeira parte, intitulada Indígenas mulheres e experiências de cuidado visibiliza o protagonismo das mulheres indígenas e as formas de cuidado a partir dos territórios indígenas. A segunda parte, chamada Saberes e memórias nos territórios e nas políticas traz contribuições que aprofundam memórias de luta nos territórios pelos direitos indígenas. Por fim, a seção Estratégias de enfrentamento e cuidado na pandemia da Covid-19 apresenta reflexões e experiências vividas pelos indígenas diante dos impactos da Covid-19 e suas estratégias de enfrentamento.
Este livro de Cristiane Lemos representa um grande esforço de crítica. Admite o encantamento inicial da autora com a proposta e com a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde cuja prática lhe despertou, todavia, questões. Estas transformaram-se em perguntas de pesquisa para a sua tese de doutorado que, revisada e atualizada, agora é publicada em livro que tenho a satisfação de prefaciar. Nesta obra constata-se a retomada do marxismo na Saúde Coletiva para o enfrentamento do capitalismo na saúde. Questiona o projeto histórico da saúde pública no Brasil, confrontando o Sistema Único de Saúde (projeto da RSB) em relação ao projeto mercantilista (neoliberal) que concebe a saúde como mercadoria. Desse modo, analisa a formação profissional em saúde na sua vin- culação dialética ao tempo e processo histórico.
Os Consórcios Públicos de Saúde são uma alternativa viável para maximizar a regionalização da saúde no Brasil? Como estabelecer um consórcio? Quais os principais desafios enfrentados pelos consórcios? Essas são questões respondidas em “Consórcios Públicos de Saúde”. Para os Doutores Nésio Fernandes e Arruda Bastos “Os Consórcios Públicos de Saúde são mais uma experiência exitosa de gestão interfederativa que o SUS produziu. Neste livro, as leitoras e os leitores encontrarão um guia prático para entender a função e a importância dos consórcios públicos para a gestão da atenção especializada nas micro e macro regiões de saúde do SUS.” Os autores abordam essa temática tão importante e necessária, que evidenciou as duas fontes de resiliência do federalismo brasileiro notabilizadas na pandemia: 1) o protagonismo científico e sanitário do Consórcio Nordeste; 2) a mobilização da Frente Nacional de Prefeitos. Mais de duas mil cidades de todas as regiões do país formaram o Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras: o Consórcio Conectar, que também é analisado neste livro. — Karla Amorim Sancho Linguista e Doutora em Saúde Coletiva pela UNICAMP
Este livro reúne uma ampla gama de textos sobre a história do câncer no Brasil, apresentando contribuições que discutem desde a história das políticas públicas de saúde até o processo de especialização médica relacionado ao câncer. Assim, apresenta ao público acadêmico e não-especializado diferentes aspectos da história de conhecimentos, práticas e políticas desenvolvidos com o intuito de diminuir o impacto do câncer na população brasileira. — Luiz Antonio Teixeira e Luiz Alves Araújo Neto Nas últimas décadas, o câncer tem ocupado um lugar mais importante na agenda da medicina e da saúde pública brasileira, sobretudo devido aos desafios representados por esse conjunto de doenças. A parceria entre a Casa de Oswaldo Cruz/FIOCRUZ e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) resultou em uma série de trabalhos que buscaram investigar a história dos conhecimentos, práticas e políticas referentes ao controle do câncer no Brasil no século XX. Em um primeiro momento dedicado à história institucional do INCA e à trajetória das políticas públicas na área oncológica, a agenda de pesquisa foi diversificada para estudos sobre câncer e gênero, tecnologias médicas e especialização em câncer, organizações locais para o combate à doença, entre outros pontos. Neste livro, reunimos alguns dos trabalhos desenvolvidos por pesquisadores e pesquisadoras nos últimos quinze anos, apresentando um balanço geral da produção sobre história do câncer no Brasil e indicando caminhos para pesquisas futuras.
Patrícia nos leva a uma dança por entre os movimentos da capoeira e a ginga que o Quilombo dos Machado aciona nas lutas contra o racismo. Com uma narrativa fluida e contundente, apresenta a potencia pedagógica da capoeira na defesa do território, construindo estratégias de afirmação da vida frente as políticas de morte que assombram os corpos quilo9mbolas. Neste m omento em que o planeta clama por alternativas à lógica destrutiva do capital, este livro pincelça possibilidades reais de criação de vidsas guiadas pela coletiviidade ancestral afro-brasileira. Gingando com as palavras, é um respiro n o fazer científico e nos fala da abertira de amanhos epistemológicos que acontece com a presença negra nas universidades.
As mulheres negras são estereotipadas e subvalorizadas na historiografia do samba. Para fazer uma releitura da história que corrija esse viés, propõe-se a figura da ialodê, extraída da tradição afro-brasileira, como chave de leitura para deslocar os estereótipos das mulheres negras na historiografia e destacar sua ação protagônica no samba. O objetivo é compreender diferentes aspectos da participação das mulheres negras nesse campo da cultura midiática que é a música popular e o samba. Para tanto se analisam as disputas por hegemonia implícitas na historiografia da música popular e do samba; se apresenta uma biografia analítica de três sambistas negras (Leci Bandão, Alcione e Jovelina Pérola Negra); e se analisa a obra destas mulheres, a partir de aspectos de gênero e raça. Em conclusão, ao comparar o senso comum sobre o samba com uma leitura centrada na ialodê, desnaturalizam-se as versões correntes das origens do samba e de sua dinâmica na era da indústria cultural.
O objetivo deste livro é analisar e compreender as relações interafricana a partir dos processos de integração regional em curso na parte ocidental do continente. Para tanto parte-se da hipótese de que o pertencimento dos Estados a múltiplas organizações de integração regional constitui o principal problema da construção e da consolidação de uma unidade integrada econômica, política, social e culturalmente. Este objetivo que originou o levantamento desta hipótese partiu da observação das incoerências entre os objetivos (comuns a todos) da integração regional e a criação fragmentada de instituições econômicas e monetárias, baseadas nos laços coloniais, e nas rivalidades internas constitui um freio integração regional oeste africano. Nesta primeira parte da pesquisa, que iniciou com uma breve introdução, passou por uma revisão da literatura, antes de descrever historicamente os processos e tentativos de integração regional permite concluir que apesar de da serem apresentadas como complementares, as organizações de integração econômica e monetárias da África Ocidental, nomeadamente a CEDEAO, UEMOA e ZMOA, representam interesses particulares tanto interna quanto externamente, e consequentemente o sonho da real unidade política e econômica demora a se concretizar.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.