Coletânea que vem preencher uma lacuna importante no âmbito dos programas voltados para o controle dos processos endêmicos. Ela cumpre três objetivos principais: pensar o papel social da avaliação; discutir os problemas envolvidos na aproximação da teoria à ação no processo avaliativo; e colaborar com a prática de profissionais em avaliação no desenvolvimento de projetos ou planos de avaliação com foco na melhoria das ações. Os capítulos apresentam estudos sobre programas de dengue, sífilis congênita, vigilância em saúde, HIV e tuberculose. Embora os estudos avaliativos apresentados não possam extrapolar seus resultados para outras realidades, compartilham com elas conceitos, fundamentos e questões, bem como fatores que facilitam ou dificultam as ações em saúde. O livro tem a preocupação de articular o discurso com a prática, a teoria com a ação, de modo a aproximar a produção acadêmica dos serviços de assistência à saúde. Propõe processos avaliativos não para gerar informações de forma burocrática, mas para compreender como e por que aqueles resultados são produzidos, tornando-os cada vez mais relevantes para melhorar os serviços estudados. E isso requer avaliações que contemplem tanto as perspectivas técnicas e normativas quanto a visão dos usuários. Dessa forma, os achados de um processo avaliativo podem, de fato, contribuir para a tomada de decisões, os ajustes necessários nos programas ou a busca de novas alternativas.
Ao deslocar o foco da atenção do hospital para os serviços de abordagem comunitária, o movimento da Reforma Psiquiátrica tem proporcionado, desde a década de 1980, uma série de avanços, mas também muitos desafios. Superar o aparato manicomial exige a consolidação de outras formas de lidar com o sofrimento psíquico. Exige, portanto, que os profissionais de saúde mental estejam preparados para oferecer um tipo de cuidado diferenciado. Entre esses profissionais, destaca-se o trabalhador de nível médio, que desempenha um papel de ligação fundamental entre o serviço, o paciente, sua família e a comunidade. O objetivo desta coletânea é contribuir para a formação e a capacitação desses trabalhadores. Os transtornos mentais são abordados em uma dimensão ampla ao longo do livro, que aborda temas como políticas de saúde e de saúde mental no Brasil, saúde mental na atenção básica, estratégias de intervenção e terapêuticas.
A grande maioria da população vive hoje nas cidades. Mas elas variam bastante entre si e há diferenças marcantes mesmo dentro de uma mesma cidade, o que tem impacto sobre as características da vida urbana e as condições de saúde da população. Compreender essa complexidade é essencial para a tomada de decisões sobre intervenções públicas nas cidades. Estudos e ensaios sobre o assunto estão reunidos neste livro, que não só traz reflexões teóricas, mas as coloca em diálogo com diferentes iniciativas para a melhoria da saúde das cidades. Municípios ou comunidades saudáveis dependem de uma prática contínua de aprimoramento do ambiente físico e social, por meio de estratégias que priorizem a saúde dos cidadãos dentro de uma lógica ampliada de qualidade de vida, com ações intersetoriais e garantia de participação social. Uma cidade saudável, destaca-se, é também uma cidade com justiça social, pois as iniquidades se destacam entre as causas de deterioração da saúde.
Esta coletânea é especialmente voltada para os profissionais que trabalham na rede do SUS – e pode ser somada a uma proposta de educação a distância. Aborda desde um panorama geral da saúde, no país e no mundo, até os aspectos mais técnicos da tuberculose, como diagnóstico, tratamento e prevenção. Segundo a OMS, o Brasil é um dos 22 países com alta carga de tuberculose e onde o enfrentamento da doença deve ser considerado prioridade. O livro sustenta uma capacitação baseada não só em questões técnicas, mas também em reflexões sobre os determinantes sociais, econômicos e culturais da doença. O objetivo é articular os conteúdos apresentados com a realidade vivenciada pelos profissionais nos serviços de saúde. A 1ª edição é de 1987 e, de lá para cá, o livro já sofreu sucessivas atualizações, envolvendo o Ministério da Saúde, a UFRJ e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, além do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), que coordena o trabalho desde o início dos anos 1990. Entre as novidades desta 7ª edição, destacam-se glossário, textos complementares e um projeto gráfico diferenciado para facilitar a leitura e o estudo.
Pergunte a várias pessoas o que significa ter saúde ou estar doente e, certamente, cada uma delas terá uma resposta diferente. Embora saúde e doença sejam conceitos com os quais lidamos no dia a dia, não é simples tentar defini-los. A elaboração conceitua
"Este livro está construído em torno do pressuposto de que, para se compreender os padrões de doença, as formas de cuidado e os recursos de cura, é necessário considerar, antes de tudo, o contexto no qual eles ocorrem. Tal contexto envolve, para além de fatores sociais, ambientais e econômicos, um conjunto de valores e práticas culturais que norteiam os processos da vida de indivíduos e comunidades, os quais podem influenciar positiva ou negativamente o curso de uma determinada condição. Qual o papel dos fatores culturais no surgimento, no desenvolvimento e na distribuição de doenças? Como classificações e significados atribuídos a doenças dão forma ao mal-estar e ao sofrimento? Como tudo isso impacta os registros epidemiológicos? O que um problema de saúde revela a respeito da sociedade em que ele ocorre? Estas, entre outras questões, são competentemente abordadas neste livro, que demonstra, por meio de vários exemplos, os benefícios da colaboração entre a epidemiologia social e a antropologia médica na construção de um conhecimento que o autor denomina de epidemiológico-cultural. Trostle discorre sobre situações exemplares nas quais regras socioculturais de comportamento e/ou políticas governamentais e padrões de adoecimento e morte se interconectaram, produzindo resultados, por vezes, devastadores para grupos específicos ou populações." Ceres Víctora, do Núcleo de Pesquisas em Antropologia do Corpo e da Saúde (Nupacs) e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGAS/UFRGS)
Democracia, eleições, descentralização, participação, financiamento, repartição, cooperação, pactuação: palavras que, cada vez mais, ocupam o espaço público e revelam a importância de estudos sobre o Estado brasileiro. Conhecê-lo é fundamental para que se desenhem e implementem políticas mais eficazes, justas e apropriadas aos nossos problemas. Variadas contribuições para que se cumpram tais objetivos estão reunidas nesta coletânea, cujos capítulos exploram e analisam de diversas maneiras as relações entre o sistema federativo e as políticas públicas. Com a devida espessura teórica, os artigos abordam a estrutura e o funcionamento do Estado brasileiro, assim como suas conexões com o sistema e as instituições políticas, e as consequências para a consolidação da democracia e da cidadania. Em um contexto de revalorização do planejamento governamental no Brasil e de ampliação da esfera pública no país, o livro se dirige tanto aos estudiosos da área quanto aos profissionais diretamente envolvidos com as ações do Estado.
O objetivo central do livro é contribuir para o entendimento das dimensões e estratégias do campo da saúde mental e atenção psicossocial, bem como para a análise dos caminhos e tendências das políticas brasileiras nessa área. Na publicação, o autor faz uma reflexão sobre o percurso que vai das bases da psiquiatria e do manicômio aos projetos atuais, que buscam construir um novo lugar para as pessoas em sofrimento mental.
Os belos sorrisos que estampam as propagandas não deixam entrever o quão complexas podem ser as relações da Odontologia com a sociedade contemporânea. A ciência e a clínica odontológica têm entre si e com a sociedade capitalista consumista relações biopol
Estigma é definido como um atributo negativo ou depreciativo, que torna o sujeito diferente, diminuído ou possuidor de uma desvantagem. Mas o problema vai além: o estigma é também um dos processos sociais que reduzem o acesso à saúde por parte dos indivíduos e grupos afetados. No caso da Aids e do sofrimento mental, o estigma é, reconhecidamente, um dos maiores empecilhos aos avanços das políticas e ações que buscam garantir os direitos de seus portadores à dignidade e à cidadania. Aprofundar a análise dessas questões é o objetivo desta coletânea, que reúne dez capítulos, assinados por autores brasileiros e norte-americanos. Eles fazem alertas sobre os meandros da estigmatização e as formas de eliminá-la, buscando conexões entre as pesquisas acadêmicas e as práticas dos serviços de saúde.
Por meio de uma rica argumentação baseada em autores como Canguilhem, Foucault e Nietzsche, o livro demonstra a necessidade de uma articulação de saberes e de um diálogo entre biologia, física, filosofia, psicanálise e outras especialidades. A biologia tem um papel central nesse processo, não porque ela é uma ciência, mas porque ela estuda a vida, interesse comum em torno do qual todas as formas de conhecimento devem se articular. "O conhecimento sobre a vida deve ser assumido como eixo de transformações da relação do homem com o conhecimento", destaca a autora. Essas transformações são o fio condutor da obra, que reúne reflexões sobre conceitos do campo da medicina, da saúde pública e da epidemiologia. O livro discute e problematiza a sociedade do risco, a individualidade, a alteridade, a concepção de doença, a dualidade corpo-mente, o conceito de physis e o pensamento hipocrático. "Revaloriza-se o resgate de um saber contemplativo, que não se baseia na separação e na fragmentação do conhecimento", resume a autora.
Poesia e cultura reunidas em uma publicação assinada por 41 autores-trabalhadores da Fiocruz. Este é o resultado do livro “Poetas de Manguinhos III”, que conta com 144 poemas e a participação de quatro profissionais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz)
Apresenta o estado da arte da antropologia médica em diferentes países, oferecendo ao leitor uma síntese que cobre as principais linhas teóricas e paradigmas desse campo, que começou a ganhar destaque no cenário internacional na década de 1970, sobretudo
Para que, no futuro desejado, conforme-se no Brasil um sistema de saúde universal, integral e equânime, o Estado deve ter um papel decisivo na articulação das duas dimensões da saúde: a social e a econômica. É o que defendem os autores deste livro. Um Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) frágil não atende às exigências de elevação da competitividade brasileira no cenário internacional. Mas não é só isso: essa fragilidade afeta sobremaneira a capacidade de resposta às necessidades sanitárias da população. Gostaríamos que esta publicação se configurasse, sobretudo, como um convite para o debate e para o fortalecimento deste campo científico, com um padrão de desenvolvimento que articule, ao mesmo tempo, o dinamismo econômico com os direitos sociais e a conformação de um Estado de bem-estar no Brasil, diz o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, coordenador do livro. A publicação apresenta a dinâmica dos investimentos no complexo produtivo da saúde, no mundo e no Brasil, analisando seus diferentes subsistemas: de base química e biotecnológica; de base mecânica, eletrônica e de materiais; e de serviços de saúde. Ao final, traz uma síntese analítica e discute políticas para o desenvolvimento do CEIS.
Analisar o contexto e a dinâmica da política de saúde brasileira, com ênfase nos anos 2000, é a proposta desta coletânea. O livro traz uma síntese da política de saúde contemporânea e apresenta perspectivas para o futuro. Ainda que com base em perspectivas teóricas e recortes empíricos distintos, os capítulos caracterizam-se pela valorização da dimensão histórica e a consideração da multiplicidade de fatores – econômicos, políticos e sociais – que influenciam a formulação e a implementação das políticas setoriais. O livro está organizado em três partes: contexto, caminhos e processos. A primeira discute as relações entre desenvolvimento, atuação do Estado nas políticas sociais e na saúde, e a dinâmica dos mercados em saúde no Brasil no período recente. O planejamento, o modelo regulatório, o financiamento, a atenção primária à saúde, a gestão do trabalho e da educação em saúde estão entre os temas analisados na segunda parte. Aborda-se ainda a dinâmica da agenda federal da saúde, com destaque para a condução de diferentes políticas, como o Brasil Sorridente, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e a Farmácia Popular. A terceira parte abrange os processos de interação entre atores relevantes para a construção das políticas nacionais de saúde: as relações intergovernamentais, particularmente na descentralização e regionalização; as relações entre Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde e movimentos sociais, associadas a iniciativas de fortalecimento da gestão participativa na saúde; a atuação do Legislativo e suas relações com o Executivo na definição da política setorial.
Em meados da década de 1940, a psiquiatra Nise da Silveira organizou ateliês de pintura e modelagem com os pacientes do Centro Psiquiátrico Pedro II. A produção desses ateliês – hoje acervo do Museu de Imagens do Inconsciente – chamou a atenção de cientistas e intelectuais da época. O interesse suscitado pelas obras não se restringia à sua utilidade no tratamento psiquiátrico: elas também exemplificavam um novo conceito de qualidade estética e, ainda, assumiam papel central num debate político mais amplo, sobre o lugar do louco e da loucura na sociedade. É com esse pano de fundo que se desenrolam as análises do livro, dividido em três capítulos.
Os ‘loucos’ em situação de rua não escolheram viver nessa condição. Não estão vinculados a Centros de Atenção Psicossocial (Caps), a Unidades Básicas de Saúde (UBS) nem às Equipes de Saúde da Família (ESF). Não se conhece a história de vida desses indivíduos. E o único vínculo que eles mantêm é com a população do bairro por onde vagueiam. Os moradores do bairro, então, mesmo sem se darem conta disso, adquirem um saber sobre aqueles ‘loucos’. Investigar os ‘olhares’ desses moradores, para compreender o que pensem, sentem, dizem e fazem em relação aos ‘loucos’, é o objetivo do livro. Neste estudo, embasado na teoria das representações sociais, a autora defende que, apesar das dificuldades e até dos preconceitos, os moradores do bairro têm potencial para atuarem como agentes de saúde mental. “Pois enquanto o ‘louco’ permanecer na rua pertencerá não apenas ao Estado, mas também às pessoas do bairro onde se encontra”, destaca.
Ao investigar nosso sistema de saúde – o público e o privado –, este livro propõe alternativa para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e fustigar o poder econômico do capital financeiro e dos oligopólios. Afinal, segundo Ocké-Reis, esse sistema paralelo reproduz desigualdades sociais, favorece o crescimento do mercado e inviabiliza os preceitos constitucionais da saúde. Enquanto o SUS atravessa uma crise crônica de financiamento, a consolidação dos planos acaba concentrando renda e subtraindo recursos do setor público de saúde. De acordo com autor, o setor privado mais prejudica do que colabora com o setor público, porque o aumento do gasto privado e o fortalecimento do poder econômico corroem a sustentabilidade do financiamento público na arena política, levando a um círculo vicioso, caracterizado por uma queda relativa do investimento na saúde pública. Ocké-Reis, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), defende uma regulação substantiva do mercado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que não pode ter sua atuação ameaçada pela concentração, centralização e internacionalização das operadoras líderes. A ANS deve organizar o mercado na perspectiva do interesse público, impedindo que a assistência à saúde seja convertida em um bem de consumo como outro qualquer.
Analisa os riscos ambientais decorrentes do desenvolvimento econômico e tecnológico. O atual modelo hegemônico traz prejuízos para ecossistemas e populações, agravando iniquidades, pois os que mais sofrem são os grupos socialmente discriminados e os países e territórios da América Latina, África e Ásia. Para enfrentar os riscos, é necessário não só conhecê-los e estabelecer técnicas de controle, mas também compartilhar saberes e construir estratégias de ação coletiva, integrando movimentos sociais, pessoas, instituições governamentais e não governamentais. O livro coloca os riscos ambientais dentro de uma dimensão ética e social. Com abordagem integradora, rompe com o dualismo entre saúde humana e saúde da natureza. Para tanto, aprofunda conceitos como complexidade e vulnerabilidade. Apresenta, ainda, 11 princípios básicos para uma compreensão contextualizada dos riscos.
É possível apreender cientificamente a discriminação? Que desafios complexos devem ser enfrentados nesta iniciativa? Para responder a estas perguntas, são necessárias estratégias metodológicas capazes de identificar e medir a discriminação. Apresentar as ferramentas disponíveis e discutir suas potencialidades e limitações são os objetivos deste livro. “Há vasta literatura que documenta a influência deletéria de processos discriminatórios na relação estabelecida entre profissionais de saúde e pacientes, na prescrição de tratamentos medicamentosos ou de outros procedimentos cirúrgicos e terapêuticos, assim como na própria satisfação dos usuários com o atendimento prestado”, afirmam os autores. Eles apresentam o tema em perspectiva histórica, desde antes da década de 1920 até os dias atuais. Também descrevem os principais métodos hoje utilizados para mensurar a discriminação, como experimentos laboratoriais; experimentos de campo; análises de dados observacionais e experimentos naturais; e análise de indicadores. Sublinham as peculiaridades do contexto brasileiro e chamam atenção, por exemplo, para casos em que os tratamentos injustos estão tão internalizados que discriminadores e discriminados não identificam aquelas situações como problemáticas, considerando-as normais e naturais.
Durante muito tempo, a saúde foi entendida simplesmente como o estado de ausência de doença. Considerada insatisfatória, esta definição de saúde foi substituída por outra, que engloba bem-estar físico, mental e social. Embora mais abrangente, o novo conceito não está livre de dificuldades, sobretudo quando se leva em conta a legitimidade dos movimentos que defendem a ‘saúde para todos’. “A partir daí, a sociedade literalmente bate à porta das instituições acadêmicas e científicas que supostamente deveriam saber o que é, como se mede e como se promove ‘essa tal de saúde’”, problematiza o autor, que é professor de Epidemiologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, a obra demonstra que a definição de saúde não é trivial e constitui grande lacuna epistemológica no campo da saúde coletiva. Os capítulos retomam os debates filosófico, teórico, metodológico e pragmático sobre saúde, doença e noções correlatas, como vida e qualidade de vida, morte, sofrimento, cuidado e iniquidades.
Esta obra pretende não se tratar de uma obra somente introdutória à análise de sobrevivência - ela tem o intuito de incluir desenvolvimentos contemporâneos, como modelos para tratamento de eventos múltiplos e modelos de efeitos aleatórios. A análise de so
Os autores deste livro tratam de excessos. Eles discutem, em especial, os excessos no campo da saúde pública e no território acadêmico, chamando atenção para 'a dimensão ideológica que parece rodear muitas abordagens catastrofistas ditas racionais'. Em ou
A renomada revista inglesa The Lancet avaliou como oportuna a produção de uma série de artigos sobre a saúde no Brasil, a exemplo do que já havia sido feito com a África do Sul e a China – outras duas economias emergentes e promissoras no contexto mundial. Publicado em maio de 2011, o número temático da revista sobre o Brasil teve grande repercussão dentro e fora do país. Com o objetivo de aumentar o acesso do público brasileiro ao conteúdo desses artigos, The Lancet autorizou a Editora Fiocruz a traduzir a edição especial para o português e adaptá-la para a forma de livro. Desse modo, com o lançamento deste título, abre-se nova oportunidade para que trabalhadores e gestores do SUS, estudantes, docentes e pesquisadores da saúde pública, e participantes dos movimentos sociais e órgãos de controle social da saúde tenham acesso a uma das publicações recentes mais completas sobre a saúde em nosso país. Os seis capítulos do livro – que refletem os seis artigos do número temático – abordam o SUS; a saúde materno-infantil; doenças infecciosas; doenças crônicas não transmissíveis; violências; e inovações nas políticas de saúde.
Membros do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Saúde da Universidade de Montreal, no Canadá, criaram um modelo para a avaliação das intervenções em saúde e o apresentaram pela primeira vez de forma completa em 2009, em um livro em francês. A publicação, dirigida especialmente a pesquisadores e gestores, foi traduzida para o português e lançada no Brasil pela Editora Fiocruz. O modelo de que trata o livro, desenvolvido há duas décadas, foi testado com sucesso em pesquisas avaliativas realizadas não só no Canadá, mas também em países da Europa, África e América do Sul, especialmente no Brasil. As indicações contidas no livro podem ser aplicadas para a avaliação de diferentes intervenções em saúde, como políticas, programas, organizações, tratamentos e tecnologias. Mas o modelo de avaliação proposto é suficientemente amplo e global para ser utilizado em outros campos tais como a educação, os serviços sociais ou a administração pública, para citar somente esses, sublinham os organizadores. Os capítulos detalham seis tipos de avaliação: análise estratégica; análise lógica; análise da produção; análise dos efeitos; análise econômica; e análise da implantação
Gerar conhecimento estratégico sobre o tema da violência no namoro e no ‘ficar’ dos adolescentes brasileiros: este foi o objetivo de um estudo pioneiro realizado por pesquisadores de nove universidades públicas e da Fiocruz. O trabalho, que teve início em 2007, coletou, produziu e analisou dados quantitativos e qualitativos de âmbito nacional. O estudo foi realizado com cerca de 3.200 jovens, de 15 a 19 anos, matriculados em escolas públicas e particulares de dez cidades (Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Florianópolis, Manaus, Porto Alegre, Porto Velho, Rio de Janeiro, Recife e Teresina). Os resultados da investigação deram origem a esta coletânea, que faz uma síntese dos achados, mas também das interrogações do estudo.
Iniciativa inédita no mundo, o livro compila o conhecimento disponível sobre o assunto e apresenta o estado da arte em Paleoparasitologia – termo cunhado há cerca de 30 anos por um brasileiro, o pesquisador da Fiocruz Luiz Fernando Ferreira, pioneiro dess
Esta obra procura mostrar como o risco se tornou um tema considerado popular nas últimas décadas e como esse processo afetou o campo da promoção da saúde, incluindo questões associadas ao estilo de vida, à genética e aos contextos socioculturais. Além de
Oferece a estudantes, docentes, pesquisadores e profissionais da área um panorama abrangente dos principais debates contemporâneos em saúde coletiva. Os caminhos da pesquisa, questões conceituais, a procura de validade metodológica, a polêmica entre diferentes disciplinas e o confronto entre diversos paradigmas, teorias e abordagens estão entre os tópicos discutidos. Também busca responder às necessidades das diversas fases de pesquisa, da elaboração do projeto à apresentação dos resultados.
Trata-se de publicação de referência técnico-científica na área farmacêutica. A obra estabelece requisitos de qualidade e segurança através de métodos, especificações, limites e procedimentos para o controle de insumos estratégicos em saúde, especialmente os medicamentos.
"Parir e nascer, definitivamente, não são processos ‘naturais’ nem meramente fisiológicos. São eventos sociais e culturais complexos, que envolvem interações entre indivíduos, grupos sociais e organizações (hospitais e maternidades), com poderes e legitim
Fotobiografia de Carlos Chagas Filho produzida no âmbito das comemorações do centenário de nascimento deste grande cientista brasileiro. A publicação revela um homem inovador em vários aspectos, que instituiu a biofísica como campo de pesquisas no Brasil e colocou em novos moldes a ciência como profissão no país.
O livro 'A Gestão do SUS no Âmbito Estadual' desenvolve um estudo sobre as condições reais de desenvolvimento da descentralização da saúde no estado, visando a consolidação da proposta eminal da Reforma sanitária - O Sistema Único de Saúde (SUS).
A obra é uma reunião de ensaios, não cronológicos, cuidadosamente selecionados pelos organizadores, que vão da biologia às ciências sociais, antropologia e história, com variados enfoques. Analisando discussões sobre o pensamento higienista e trajetórias da antropologia física no Brasil do século XIX, os artigos abrangem até as atuais correlações do pensamento racial com as tecnologias genômicas. Precioso material para quem estuda e se interessa pelas questões relacionadas à raça no Brasil.
A crescente necessidade de mudanças profundas na abordagem da saúde e nas práticas de atenção tem gerado intenso debate internacional, convergindo para a proposição de um novo paradigma. Este é baseado na promoção da saúde, a qual defende uma evolução sub
Subdividido em seis capítulos, no primeiro a autora apresenta breves considerações teóricas sobre a temática das desigualdades sociais em saúde, apontando correntes e tendências existentes na pesquisa epidemiológica sobre o assunto. Partindo daí, nos capítulos seguintes trata da questão das classes sociais – de como a posição social de cada indivíduo repercute sobre sua saúde – e sobre a influência da renda – ou seja, as relações entre riqueza e estado de saúde. Insere também a discussão sobre etnia e discriminação, como categorias importantes da análise do estudo em questão. Por fim, destaca as relações de gênero e a produção da saúde e da doença, tecendo, ainda, comentários sobre as políticas públicas no enfrentamento das desigualdades sociais, para então expor suas considerações e conclusões em torno do tema. É bastante atual o debate evocado por este livro, sendo extremamente pertinente sua leitura e reflexão mesmo para leitores não especializados, pois nele é proporcionada uma visão panorâmica acerca do assunto, tendo por base dados de consistentes pesquisas.