Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Obra pioneira, Além do carnaval examina a realidade social e cultural da homossexualidade masculina no Brasil ao longo do século XX. James Green questiona a visão estereotipada de que a expressão desinibida e licenciosa do comportamento homossexual durante o carnaval comprova a asserção de que a sociedade brasileira tolera a homossexualidade e a bissexualidade na vida cotidiana. Sustentado por ampla pesquisa e sólida erudição, esta obra traz uma contribuição inestimável a uma área negligenciada da história social brasileira. Esta terceira edição, revista e ampliada, atualiza e aprofunda as análises das edições anteriores, cobrindo as últimas décadas do século XX, pródigas em lutas, conquistas, mas ainda repletas de desafios.
A cidadania é um direito constitucionalmente assegurado pelo ordenamento brasileiro, mas que nem todos os grupos sociais conseguem exercer. Em virtude das mais diversas exclusões vivenciadas, algumas minorias têm experiências muito específicas de fruição de direitos, como é o caso da população LGBT, especialmente travestis e transexuais. Este livro pretende conhecer e analisar o contexto atualizado das exclusões vivenciadas por travestis e transexuais no Brasil, observar a atuação do movimento social na proposição e manutenção do debate dessas pautas e entender de que forma o Poder Público tem agido para combater as desigualdades verificadas, que impedem que essas pessoas sejam tratadas com igualdade no que diz respeito ao acesso aos direitos previstos a todos os cidadãos.
Valendo-se de desdobramentos da tradição da boa antropologia, que vê a relação com os objetos como constitutiva de toda experiência social humana, Isadora Lins França desenvolve com clareza e sistematicidade a visão de que o mercado e o consumo desempenham papel central na produção e no reconhecimento social de sujeitos, identidades e estilos ligados à homossexualidade.
Este livro foi escrito na forma de um manifesto, um convite a estudiosos/ as para pensarem nas implicações de conectar epistemologias e teorias decoloniais e pós-coloniais com discursos emancipatórios, teoria crítica e pedagogia crítica. A partir de históricas de uma identidade gay, dentro e fora dos espaços colonizadores, dentro e fora das universidades, este livro problematiza a formação médica em que determinados corpos importam e outros não, uma vez que sistematicamente se reproduz uma estrutura de violência para todos historicamente marginalizados, minorizados e violentados. Gustavo, Cláudio e Nelson, buscam a utopia da justiça social. Seus textos dialógicos modelam formas de práxis decolonizadoras que empoderam as pessoas ao honrar suas vozes, suas experiências e suas lutas por dignidade.
Esta obra se inscreve no campo de discussão sustentado pelo o Núcleo de Investigação das Subjetividades Contemporâneas (NISC-EMED-UFOP), grupo que se dedica a desenvolver ações de pesquisa e de extensão em torno de questões relacionadas às sexualidades e aos gêneros no contexto das práticas em saúde. Nela, relatos de experiências de cuidado voltado para pessoas trans no território mineiro refletem não só o compromisso das autoras e dos autores com o diálogo interdisciplinar nos processos de formação de profissionais de saúde, mas também o desejo de construção de realidades menos violentas nas quais as diferenças possam, de fato, circular.
Fruto de quase uma década de pesquisa, Desejos digitais é uma obra sem precedentes. Inserida na sociologia digital, com ênfase nos estudos de sexualidade e gênero, a pesquisa de Richard Miskolci parte da construção do sujeito movido pelo desejo para analisar como a busca por parceiros sexuais (e/ou amorosos) na internet, mais precisamente entre homens, se insere no contexto social contemporâneo e com ele se relaciona. Influenciado principalmente pelas ideias de Eva Illouz, Eve K. Sedgwick, Judith Butler e Michel Foucault, Richard concentra sua pesquisa na primeira geração de homens que buscaram na internet uma forma de vivenciar o próprio desejo com mais segurança e discrição. Desejos digitais nos ajuda a compreender como a tecnologia tem transformado o ser humano e suscitado questões cada vez mais urgentes à sociologia e à psicanálise.
Paixão, namoro, casamento, fertilização in vitro, gravidez de gêmeos, parto. Se você leu Mama (2019), livro de estreia de Marcela Tiboni, já conhece a história de amor vivida por Mel e Marcela. Mas o que acontece depois que as duas mães chegam da maternidade com os bebês recém-nascidos? Este livro parte do nascimento de Bernardo e Iolanda para narrar o cotidiano da família, dos primeiros dias dos bebês até o desmame – tudo isso vivido em meio a uma pandemia. E mais: divididas em décadas, narrativas paralelas resgatam memórias da infância, adolescência e juventude da autora. Em Desmama, Marcela Tiboni reafirma sua escolha de viver a maternidade de forma aberta e inclusiva, quebrando mais uma vez o tabu da maternidade homoafetiva para contar a história de seu maternar ao lado de outra mulher.
O livro reúne um conjunto diverso de estudos sobre diversidade sexual e de gênero, com uma seleção abrangente e inédita de trabalhos que marcam o conhecimento que se produziu sobre gênero e sexualidade nos últimos 20 anos nas ciências humanas, incluindo saúde coletiva, ciências sociais, direito, educação, psicologia e serviços sociais. Diante dos enfrentamentos colocados pelo cenário atual, os textos convidam à releitura das primeiras duas décadas deste século e apresentam uma abordagem acessível de temas que atingiram grande refinamento conceitual e analítico.
Este livro foi elaborado por dois pesquisadores amazonenses que acreditam no protagonismo e na participação para transformação de uma sociedade em que as disputas políticas visam silenciar e oprimir grupos que não se enquadram nos modelos normativos. A relação entre os autores de seu por meio de orientando-orientadora que permitiu a troca de saberes e afetos.
E se eu fosse puta é o quê? Você, leitor, que me diz. Tem de tudo um pouco, mas sobretudo verdade, dessas que a gente gosta só debaixo do tapete, bem escondidinha, o dia a dia da rua, a barganha, o homem antes e depois de gozar. Amara se vê travesti e junto descobre a vida que haveria a partir de então, puta aonde quer que fosse, fosse pra cuspir, fosse pra perguntar discretamente o preço (“tudo no sigilo, sou casado, sabe?”). Corpo que não tem lugar, corpo que se fazia à revelia das regras, das normas, corpo que se prestava pras sombras, essa era eu e eu não fazia sentido, sequer sabia aonde eu queria chegar. Quem me entendia? Esse livro é sobre a escolha que não faz sentido, esse livro é sobre buscar porquês. E se eu fosse puta? E se fosse você?
Este livro oferece diferentes olhares sobre militância e formas de sociabilidade LGBT na Paraíba. Foi resultado de um projeto de extensão da Universidade Federal da Paraíba, com a colaboração de muitas pessoas e coletivos, buscando diálogos entre academia, ruas e ativismos. De histórias que contam a memória do movimento LGBT, passando pelas políticas públicas, até formas de ativismo e ocupação de diferentes espaços pela juventude, entre o sertão e o mar, muitas poéticas e políticas estão registradas aqui, com artigos escritos com diferentes estilos que mostram um belo caleidoscópio da diversidade sexual na Paraíba.
Nos ensaios que compõem este volume, James N. Green se debruça sobre seus temas de pesquisa mais caros, a saber, o movimento LGBTQIA+ e o período da ditadura militar brasileira, sem se afastar do tom pessoal e da prosa fluida que lhe são característicos. Trata-se de uma obra que já nasce como referência para todos que estudam ou têm curiosidade sobre o tema.
Escrevi este livro em menos de três semanas. Isto quer dizer que talvez fosse melhor não o ter publicado e pensar as coisas mais um pouco. Mas se ele chegou até você é porque mais alguém além de mim, inclusive a editora e alguns amigos que costumam me aconselhar bem, deve tê-lo achado interessante, divertido, oportuno ou que vale a pena, por algum motivo que não imagino qual seja. Há ocasiões em que acredito que essas linhas são muito individuais, que são apenas uma revolta minha, um desabafo diante do que está caindo, sem o menor interesse teórico, a não ser a necessidade que pode haver no movimento LGBTQ de compartilhar frustrações, raivas, ódios, a necessidade urgente de fazer algo, a sensação de esgotamento de nossos coletivos, dos dirigentes e das teses oficialistas, a certeza de que ficamos muito tempo no fundo do poço e de que as mudanças legais produzidas no nosso país vão sepultar, paralisar a nossa luta ou deixá-la a ver navios, em vez de potencializá-la e reativá-la.
Fabulosas conta as histórias de mais de trinta pessoas LGBTQIAP+ que deixaram e deixam uma marca no Brasil, por meio de sua arte, sua vida e sua luta. Os leitores vão conhecer personagens fascinantes e descobrir peculiaridades como o percurso enfrentado até o primeiro beijo gay na TV brasileira e o significado dos principais termos do pajubá. Você certamente já ouviu falar de Laerte. E de Caio Fernando Abreu, de Marielle Franco, de Linn da Quebrada. Mas e Felipa de Souza? E Luiz Delgado? Muito antes de os movimentos LGBTQIAP+ se articularem e conseguirem suas primeiras vitórias, já havia brasileires lutando pelo direito de viver sua sexualidade e seu gênero de maneira livre.
O relato de como um jovem nascido na periferia de São Paulo superou o racismo e a homofobia para lutar pelos próprios direitos — e de muitos outros como ele —, acompanhado de diversas entrevistas com personalidades LGBTQIA+. Samuel Gomes teve uma infância parecida com a de vários outros meninos nascidos na periferia das grandes cidades brasileiras: dividia o quintal de sua casa com muitos parentes, estudava em uma escola do bairro e via seus pais batalharem para dar um futuro melhor a ele e à sua irmã. Porém, logo começou a perceber que era diferente daqueles que o cercavam: ele sentia atração por outros meninos. Assim, o medo de ser quem é foi um fio condutor do seu amadurecimento, ainda mais por ser negro e fazer parte de uma família extremamente evangélica. Além das várias situações de racismo e discriminação que teve que enfrentar, tinha a Igreja, que não era apenas um lugar que frequentava aos domingos com sua família, mas sim uma instância onipresente em sua vida, que ditava seu modo de vestir, de se comportar, de pensar e de viver. Foram longos anos até que pudesse entender que a vida não precisava se resumir à realidade em que nasceu, e que o que sentia não era errado nem “anormal”. Sua luta por estudo, autodescoberta e autoaceitação é narrada neste livro, junto a reflexões que ele tece sobre ser um homem negro e homossexual no Brasil. Além da história de Samuca, o livro conta com entrevistas que ele fez com personalidades LGBTQIA+ brasileiras, que abriram seus armários e compartilharam suas trajetórias para fora deles. "Samuel Gomes contém em si multidões. Neste livro, o escritor desnuda todos as camadas do que significa ser um homem negro, gay, de família evangélica no Brasil de hoje. Samuel nos permite, por meio de sua história contada em primeira pessoa, conhecer o humano por trás de tudo que ele guardou em seu armário. Engana-se quem espera deste livro uma história ou de uma vítima, ou de um herói: Samuel humaniza a si e a tantos outros e outras que entrevista neste livro ao contar a história mais comum de todas: a luta para ser feliz. Amor, família, autoaceitação, ativismo, risos e choros: estão todos aqui. Samuel nos lembra, por meio deste livro, que não estamos sós. Nunca estivemos." — Thiago Amparo
"O longo processo de transição política desde a ditadura no Brasil, foi marcado por uma crescente busca de visibilidade e cidadania. Desde então, passaram-se 40 anos de lutas e de história. O movimento homossexual tornou-se LGBT. Proliferaram-se os coletivos e grupos organizados, diversificaram- se as identidades, multiplicaram-se as formas de luta, conquistaram-se direitos e reconhecimento, construíram-se políticas públicas, realizaram-se os maiores atos de rua desde as ""Diretas Já"" com as Paradas do Orgulho LGBT e ocuparam-se as redes sociais e as tecnologias com novos ativismos. O livro ""História do Movimento LGBT no Brasil"" busca reconstruir alguns temas e momentos privilegiados da história de quatro décadas deste importante ator político do Brasil contemporâneo, atentando para a diversidade de sua composição e de perspectivas no interior do movimento. Pretende-se, assim, contribuir para traçar um panorama interdisciplinar dos 40 anos do movimento LGBT brasileiro."
Um tema relevante e pouco explorado, tratado sob o ponto de vista da saúde, é apresentado de maneira clara e didática. Além de conceitos teóricos, necessários para a compreensão adequada da sexualidade, dos problemas da saúde e da importância da educação para prevenção, são apresentados dados revelados por pesquisas sobre tópicos como homofobia, DST e HIV/Aids, que envolveram adolescentes. Uma abordagem ligada à produção de sentidos sobre as vivências e às experiências da vida, que torna essa obra uma leitura obrigatória para todos aqueles que constroem seu saber nas diversidades da vida, no respeito às diferenças e na escuta do outro.
Dedê Fatumma, mulher negra e lésbica, expõe em Lesbiandade, décimo quarto título da Coleção Feminismos Plurais, a construção de sua identidade e os caminhos percorridos para o entendimento das violências que acometem mulheres sapatonas, lésbicas, bissexuais e dissidentes de gênero. A partir da referenciação de intelectuais negras, mulheres latino-americanas e racializadas, evidencia as desigualdades intersectadas nas relações sociais de gênero, classe, raça e sexualidade, frente ao cistema de poder. Sua pesquisa marca a insurgência teórica contra a hegemonia branca e rompe com padrões de colonização de corpos ao evidenciar outras maneiras de amor entre mulheres.
Obra vencedora do 25º Concurso de Monografias de Ciências Criminais do IBCCRIM. Transitando com precisão analítica e desenvoltura intelectual por diferentes vertentes da Sociologia contemporânea — dos estudos sobre governamentalidade e movimentos sociais à criminologia queer e à sociologia da punição —, o instigante trabalho de Alexandre Martins busca compreender a relação difícil entre o ativismo LGBT e o sistema de justiça criminal no Brasil das últimas décadas, em especial, as possibilidades e os limites que o acionamento desse sistema, em nome do adensamento da luta pelos direitos LGBTs, tem colocado não só para o movimento, mas também para o próprio processo de democratização do país.
Uma noite, conversando no sofá, Marcela e Mel decidem ter filhos. Logo surge a dúvida: como um casal de mulheres faz para engravidar? Perdidas, resolvem pedir ajuda aos amigos no Facebook. Sustentando o desejo da gravidez sem pai, elas se colocam diante de muitas questões. Em Mama: um relato de maternidade homoafetiva, seu primeiro livro, a autora rompe com o tabu que ainda hoje cerca o amor lésbico e a gravidez entre mulheres para contar a história de sua família. Ao amamentar seus filhos gêmeos, mesmo sem ter sido ela a mulher a gestar, Marcela literalmente peita, num perfeito equilíbrio entre força e delicadeza, os preconceitos e as intolerâncias da nossa sociedade.
Primeiro livro de Marcela Tiboni, agora reeditado pela Jandaíra, Mama: um relato de maternidade homoafetiva traz as vivências de um casal de lésbicas que decidiu engravidar sem um pai. Diante dessa decisão, o casal Marcela e Mel vão em busca de informações nas redes sociais para saber como dar o primeiro passo na direção da maternidade em dupla.
Sistematizando anos de estudos e elaborações em torno da temática da diversidade sexual e de gênero, Renan Quinalha compartilha neste livro reflexões teóricas e historiográficas em linguagem acessível, sem renunciar à profundidade das discussões, com o objetivo de atingir um público mais amplo interessado no universo LGBTI+. Esta obra destina-se tanto a pessoas que desejam investigar a fundo essa temática como àquelas que estão dando seus primeiros passos nos estudos de gênero e sexualidade. Ela é, sobretudo, um convite à ação política e à luta por igualdade, diversidade e democracia.
Este livro propicia aos pesquisadores e aos interessados em geral um estudo abrangente e cuidadoso sobre a polêmica questão da conjugalidade homossexual no Brasil contemporâneo. Trata-se, sem dúvida, de um trabalho valioso e oportuno: tomando como ponto de partida o Projeto de Lei Federal nº 1.151/1995, ele lança luz sobre as origens parlamentares e o desenvolvimento, no Congresso Nacional, dos debates sobre a regulação e o reconhecimento jurídico das uniões entre pessoas do mesmo sexo. Por meio de uma análise dos debates na Câmara dos Deputados, que abrange todas as fases pelas quais passou o projeto, o autor contextualiza a argumentação parlamentar em favor e em oposição ao projeto. Revela, além disso, como e por meio de quais atores foi conduzida ao Parlamento a voz da sociedade civil. Todo este quadro é acrescido da análise conceitual do pano-de-fundo donde brota toda essa disputa legislativa: a emergência de novas famílias que desafiam o heterocentrismo familiar, realidade que, ao mesmo tempo em que enfrenta posturas recorrentes de intolerância religiosa, depara-se com os discursos familistas acionados por muitos grupos homossexuais. Este trabalho sério e competente, portanto, não só vem em boa hora, como também oferece aos seus leitores material e reflexão sobre um dos temas mais recorrentes e polêmicos na luta pela afirmação da democracia, da diversidade e do pluralismo entre nós.
Este livro é uma importante contribuição para a produção de novos conhecimentos que estão transformando nossa compreensão do passado e do presente do Brasil. Como uma importante intervenção política dentro da academia, ele pode inspirar muitos outros trabalhos que podem nos contar ainda mais sobre a diversidade de experiências de pessoas LGBTQI+ em diversos momentos históricos e lugares do Brasil. Conhecimento é poder. Aprender e nos sentir conectados a uma infinidade de experiências que são semelhantes e diferentes das nossas pode nos ajudar a entender nosso lugar social. É uma conscientização que é também um instrumento de transformação social.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.