Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
No período de 2006-2009, a equipe do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres (NEPED), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), empreendeu, sob os auspícios do CNPq, o estudo sociológico Representações Sociais dos Abrigos Temporários no Brasil. Victor Marchezini, à época no mestrado do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar, foi um dos pesquisadores da equipe e se dedicou a analisar alguns aspectos desse complexo tema. De sua análise, resultou a dissertação de mestrado, ora transformada neste oportuno livro que vem a público. Nesta obra, o autor traz uma revisão bibliográfica da sociologia contemporânea e da sociologia dos desastres para enfatizar que, tal como ocorre nas demais esferas da vida social, as soluções técnicas se impõem cada vez mais e dominam resolutamente o campo de produção simbólica. Victor também salienta que os abrigos provisórios seriam um novo tipo de aglomerado de exclusão, isto é, espaço de abandono onde os grupos ali inseridos são tratados como massas e vivem em insegurança constante. Victor também dá destaque às tensões e conflitos sobre como estruturar as rotinas nesse território de exclusão. A ideia de campo de desabrigados é lançada pelo autor, para que o leitor possa compreender o que é viver por dias, semanas ou meses a fio sem privacidade, sem condições de exercitar as próprias regras que embasam a dinâmica familiar, numa convivência forçada com outras famílias, com terceiros e estranhos que se revestem de autoridade para lhe dizer a hora de comer, o tipo de alimentação disponível, a hora de tomar banho, a hora de recolher-se e de apagar a luz. Esperamos que o leitor se sinta devidamente elucidado acerca da estruturação e funcionamento dos campos de desabrigados, identificando-os como a expressão territorial de angústias, intranquilidades e sofrimentos físico e psíquico insistentes que perpassam a vida dos abrigados.
Esqueça o Antropoceno. As múltiplas intervenções climáticas que nos trouxeram à antessala do colapso não são resultado do fogo prometeico entregue a uma espécie piromaníaca. O aquecimento global é fruto de intervenções antropogênicas no clima, por certo - mas "perceber que as mudanças climáticas são 'antropogênicas' significa compreender que elas são sociogênicas", escreve Andreas Malm. E os combustíveis fósseis estão na base do desenvolvimento dos "negócios de sempre" do capitalismo industrial.
Por quanto tempo seremos observadores dos numerosos desastres ecológicos e estaremos submetidos à administração das catástrofes e das miragens de um capitalismo verde, a ponto de testemunharmos passivamente o desenrolar de uma história futura sem nós, um verdadeiro exílio sem volta. Movida pela urgência de afastar esse destino, a economista e ambientalista francesa Geneviève Azam escreve uma carta cuja destinatária é a Terra. Mas como pode uma pessoa terrestre dirigir-se a esta correspondente estranha, viva e sensível, esta presença benéfica e também ameaçadora. Azam fala de seu pavor, de seus apegos e da possibilidade de uma insurreição ética e política para defender o planeta e os diversos mundos que ele abriga. Ela relembra a história e o desenvolvimento da humanidade no planeta, trazendo referências científicas, filosóficas e até mesmo literárias. Como podemos nos aliar, pergunta Azam, para resistir a tanta injustiça e degradação. Sabemos que a Terra se rebela. Ameaça, frustra as leis da economia e sabota os projetos de uma onipotência ilusória. Seu lado selvagem também tem o poder de despertar nossos sentidos sufocados e fazer vislumbrar um outro modo de habitá-la. E não é que a Terra responde à sua interlocutora e aos terrestres. Com um vibrante chamado a desobedecer e desfazer sem hesitar aquilo que ameaça a sustentabilidade e a dignidade da vida.
Este livro pretende apresentar - uma compreensão de processos históricos, e socioantropológicos, de produção de conhecimentos científicos e de artefatos tecnológicos pelas pesquisas biomédicas, voltados para à saúde pública, e resultantes do uso de animai
Fruto dos primeiros anos de trabalho cooperativo no âmbito da Rede Ibero-americana de Pesquisa em Ambiente e Sociedade, este livro aborda o tema das mudanças ambientais e climáticas em áreas protegidas e vulneráveis a partir de um amplo grupo de pesquisadores de diferentes países. Lançado por ocasião do cinquentenário da Unicamp, as contribuições aqui trazidas buscam refletir sobre questões-chave da vida contemporânea: por que, afinal, continuamos atrelados a um modelo de desenvolvimento baseado na emissão de carbono se já há evidência suficiente de que isso contribui para ameaçar os sistemas sociais e ecológicos? Por que, diante de tais evidências, as políticas públicas de enfrentamento do problema não surtem o efeito esperado nos diferentes países?
A questão ambiental está se tornando parte do cotidiano do cidadão, das empresas e dos governos. O uso correto da água, lixo e reciclagem; proibição do uso de sacolas plásticas; votação do Código Florestal; enchentes; poluição atmosférica e mudanças climáticas; energias renováaveis são assuntos que estão afetando políticas públicas e estratégias empresariais.
Estudo sobre as condições de vida e de saúde, assim como de processos de reprodução social no âmbito das unidades de conservação ambiental. É um contexto privilegiado de investigação sobre as relações no território de vida e trabalho entre Estado, sociedade, meio ambiente e saúde, o que poderá contribuir para a elaboração de um projeto político amplo que possibilitaria a estruturação de um sistema de garantias de direitos às populações ribeirinhas por meio do desenvolvimento de ações integradas.
O estabelecimento de áreas protegidas é uma estratégia importante para conter a ocupação desenfreada da terra e o uso predatório dos recursos naturais, mas sua implementação tem enfrentado inúmeros desafios. De forma didática e abrangente, Nurit Bensusan trata da questão das áreas protegidas pela ótica dos desafios atuais e futuros - humanos, culturais, econômicos e sociais -, mostrando que a participação da sociedade é fundamental para superá-los.
Este livro compartilha saberes de um grupo de pesquisadores de meio ambiente, políticas públicas e economia, que acreditam que o princípio de ciência-cidadã esteja aqui incorporado, não apenas com o objetivo restrito de divulgação científica, mas de transformar todas as pessoas. O livro reúne reflexões dos pesquisadores do Grupo de Economia do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (GEMA-IE/UFRJ)Trata das relações entre a pandemia, políticas públicas, com foco na economia e meio ambiente, e nossa dívida social.
O autor Leonardo Boff fala neste livro sobre a doença que, atualmente, assola a humanidade, e que está definindo, um novo rumo para nossa história. O coronavírus é um contra-ataque da Terra as agressões que vem sofrendo por danos causados pelo homem, mas o autor acredita que ainda há tempo.
A última comunicação do IPCC (2021) reforçou que as mudanças recentes no clima são generalizadas, rápidas, intensificadas e sem precedentes. Elas já afetam todas as regiões da Terra e é indiscutível o papel das atividades humanas nesse processo.
Secas, inundações, escorregamento de terras, derramamento de óleo, rompimento de barragens e pandemia de Covid-19. Todos esses eventos fazem parte de um conjunto de desastres - causados pelos mais diversos fatores - enfrentados pela população brasileira. Desastres: velhos e novos desafios para a saúde coletiva, livro que integra a coleção Temas em Saúde, amplia os debates sobre essas ocorrências.
Estima-se que os países em desenvolvimento absorverão de 75% a 80% dos custos relacionados a danos causados pela mudança climática. Essa nações não podem ignorar a mudança climática, nem agir de forma isolada. Assim, são urgentes medidas para reduzir a vulnerabilidade e fixar as baes da transição para o crescimento econômico com baixa emissão de carbono.
Este livro analisa o desenvolvimento sustentável do seu surgimento até o momento atual que tem na Agenda 2030 sua aposta mais ambiciosa e que resultou de um acordo com 193 Estados-membros da ONU. O livro apresenta os pontos centrais da Agenda e como eles se relacionam com a evolução e consolidação dos entendimentos sobre desenvolvimento sustentável. Também discute a sua adequação à realidade brasileira. É uma leitura imprescindível para quem deseja participar dessa grande transformação.
O Dicionário de Agroecologia e Educação – uma produção da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV-Fiocruz), coordenada com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e em parceria com a Editora Expressão Popular, traz a relação entre conhecimento e prática presente na perspectiva da Agroecologia, na qual só pode se realizar plenamente a partir da Educação. E é este o principal objetivo desta obra que dialoga com os desafios da atualidade. A insegurança alimentar permanece como um dos principais problemas da sociedade contemporânea e é uma das faces da crescente desigualdade social. Essa reflexão, associada à crítica a um modelo de desenvolvimento baseado no lucro imediato e que esgota os recursos naturais, está na base do debate contemporâneo sobre Agroecologia, um dos fundamentos para um desenvolvimento efetivamente sustentável.
Este livro permite que o leitor conheça o contexto no qual se insere o aquecimento global e as possíveis mudanças climáticas decorrentes e a possibilidade de um enfrentamento do problema pelo Direito através dos créditos de carbono como uma forma de estabelecer uma comunicação mais efetiva entre os sistemas do Direito e da Economia em benefício do meio ambiente. A obra apresenta, primeiramente, os principais conceitos e mecanismos do Direito Ambiental para depois, na segunda parte, aprofundar o urgente problema das mudanças climáticas. A contextualização se dá com a globalização e com a caracterização da Sociedade de Risco que produz demandas de consequências imprevisíveis, como ocorre com o aquecimento global provocado pela ação transformadora do homem. Prossegue o texto constatando que a busca por uma resposta por parte do Direito se constrói com a aplicação do princípio da precaução exemplificado através do Protocolo de Kyoto e dos créditos de carbono com ênfase a energia eólica, analisado como uma forma de construir a difícil conciliação entre os interesses econômicos e ambientais. Sustenta também o texto que as mudanças climáticas podem afetar todo o planeta de uma forma ou de outra, exigindo uma ação global dos Estados nacionais reunidos em organizações como a ONU para produzir tratados que contenham mecanismos práticos que representem efetividade nas ações e políticas relacionadas ao meio ambiente.
A obra constitui, em seu conjunto, valiosa contribuição acadêmica e prática para o estudo das implicações que as Políticas de Recursos Hídricos e Saneamento trazem para a efetivação dos direitos humanos em suas múltiplas dimensões, partindo de uma perspectiva universal, enfrentando questões de direito comparado, direito estadual e, por fim, debatendo o papel dos Municípios na proteção do bem ambiental maior para a vida, a água.
Os diversos artigos que compõem essa coletânea revelam agentes, conflitos, hierarquias e competências próprias do campo ambiental, além de tomar posição no debate socioambiental a respeito dos interesses contrapostos e das relações assimétricas em torno do poder público, das comunidades socialmente vulneráveis, dos territórios tradicionais, das unidades de conservação e da biodiversidade. Os assuntos abordados ao longo desta obra vão desde o conflito do Quilombo Rio dos Macacos, em Simões Filho (BA), até a questão agrária e os assentamentos rurais do município de Irará (BA), passando por reflexões sobre o comportamento jurídico, percepções, ignorâncias e estereotipação sobre os direitos indígenas no contexto legal brasileiro.
À primeira vista, a ideia de direitos da Natureza pode causar algum estranhamento: talvez o mesmo estranhamento que um dia causaram as propostas de direitos civis, direitos humanos e direitos das crianças, por exemplo. Neste livro, o sociólogo uruguaio Eduardo Gudynas analisa os caminhos conceituais e as lutas sociais que vêm abrindo espaço para que comecemos a tratar a Natureza como sujeito de direitos, e não como mero objeto da exploração humana. O autor analisa os casos do Equador, que colocou os direitos da Natureza na Constituição aprovada em 2008, aproximando os termos Natureza e Pacha Mama, e da Bolívia, que aprovou leis de proteção da Mãe Terra.
Este livro é composto por documentos que fazem uma revisão do dossiê científico e técnico contra o Projeto de Lei do Veneno (PL 6.299/2002) e a favor do Projeto de Lei que institui a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNARA) da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) e da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) publicado em julho de 2018. Na edição atual, incluiu um esforço colaborativo das editoras Expressão Popular, Hucitec, Abrasco e Rede Unida.
A publicação, com mais de 600 páginas, colorida e ilustrada, reúne as três partes revisadas do Dossiê Abrasco lançadas ao longo de 2012, além de uma quarta parte inédita intitulada “A crise do paradigma do agronegócio e as lutas pela agroecologia”. O livro é uma co-edição da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz, e da editora Expressão Popular. Este capítulo inédito, concluído em outubro de 2014, foi dedicado à atualização de acontecimentos marcantes, estudos e decisões políticas, com informações que envolvem os agrotóxicos, as lutas pela redução dessas substâncias e pela superação do modelo de agricultura químico-dependente do agronegócio. A leitura desse cenário mais recente revela que a situação do país em relação aos agrotóxicos está ainda mais grave e que a correlação de forças no campo social propicia desafios maiores. O consumo de venenos agrícolas cresce ano após ano, está em curso um processo de desregulamentação do uso de agrotóxicos no país. Não é por falta de confirmação dos efeitos nocivos à saúde e ao ambiente que a grave situação de uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil não é revertida. O livro reúne informações de centenas de livros e trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais que revelam evidências científicas e correlação direta entre uso de agrotóxicos e problemas de saúde. Não há dúvida, estamos diante de uma verdade cientificamente comprovada: os agrotóxicos fazem mal à saúde das pessoas e ao meio ambiente. A sociedade brasileira resiste ao uso de agrotóxicos, tem se organizado e avança na conquista de políticas públicas importantes, como a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer e a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Sobre a agroecologia – que o livro trata com dedicação especial nesta quarta parte, temos a possibilidade concreta de implementar o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA).
A presente obra busca compreender de que forma o modelo de economia capitalista tem impactado e determinado a precarização ambiental e social e como a regulação estatal tem se posicionado nesse cenário. Partindo da análise de que a regulação vem assumindo um papel cada vez menos comprometido com a defesa do meio ambiente, do trabalhador e dos grupos sociais, são cogitadas alternativas que signifiquem a incorporação das contribuições sociais que passam a exercer o papel de novos movimentos de resistência.
Este é considerado o livro-texto definitivo sobre todos os aspectos da ecologia. Esta nova edição continua a fornecer um tratamento completo do tema, desde os princípios ecológicos fundamentais até uma reflexão vívida sobre nossa compreensão da ecologia no século XXI.
A humanidade e o planeta terra vivem momentos dramáticos. Séculos de irresponsável exploração dos bens de serviço da natureza atingiram as bases físico-químicas que sustentam a vida. O aquecimento global é apenas um sintoma de que a Mãe Terra está doente. A obra ganhou o prêmio Sergio Buarque de Holanda da Biblioteca Nacional como o melhor ensaio social do ano de 1994 e também o prêmio Nobel Alternativo da Paz pelo Parlamento sueco em 2001.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.