Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
A obra-prima do mais importante pensador da luta antirracista e anticolonial. Os condenados da terra é o ponto culminante de uma obra radical e incontornável abreviada pela morte precoce do psiquiatra martinicano Frantz Fanon, um dos pensadores mais revolucionários do século XX. Ao analisar a situação colonial, Fanon tensiona política, sociedade e indivíduo, demonstrando de forma clara as estratégias e efeitos do poder dominante — o resultado da opressão é raiva, dor e loucura. Com isso, o autor desmonta a lógica colonial europeia — branca, brutal e racista —, e propõe uma “descolonização do ser”, afirmando: “É preciso mudar completamente, desenvolver um pensamento novo, tentar criar um homem novo.” Só assim é possível criar um mundo realmente humano, onde a massa deserdada de homens e mulheres dos países colonizados e pobres — os condenados da terra — sejam os inventores de sua própria vida. Publicado em 1961, ano da morte de Fanon, que o escreveu doente e sabendo que o tempo era escasso, o livro é considerado um clássico absoluto, suma de seu pensamento e um tratado magistral sobre as relações entre colonialismo, racismo e insubmissão. Esta edição traz apresentação de Thula Pires, Wanderson Flor do Nascimento e Marcos Queiroz, além do prefácio de Jean-Paul Sartre à edição original de 1961 e texto de Cornel West.
Esta obra do professor e pesquisador Henrique Marques Samyn apresenta uma breve introdução à trajetória do Partido Panteras Negras, suas perspectivas políticas e seu legado para quem tem interesse no assunto. Com didatismo, o livro oferece uma importante compreensão da história do Partido Panteras Negras – que envolveu a criação de serviços para a comunidade negra estadunidense, a promoção da educação, além do repúdio ao fascismo e ao sexismo – e contribuiu para a luta por liberdade e efetiva construção de uma aliança antirracista.
Os Quilombos e a Rebelião Negra é uma obra que tem um valor inestimável para a cultura brasileira, na medida em que contribui para uma leitura crítica sobre a formação social do país. No livro o trabalhador escravizado, ao contrário do que prega a história “oficial”, não é veiculado enquanto um “escravo” passivo, que aceitou ser subsumido ao trabalho compulsório e que nada fez para combatê-lo. Moura afirma que o africano no Brasil foi o elemento fundamental para desgastar a ordem escravista por meio de seus mecanismos de combate à escravidão e, ao mesmo tempo, o principal protagonista no processo que desembocou na abolição da escravatura, em 1888.
Levar ao público uma visão ampliada da água e do saneamento a partir da lente dos direitos humanos. É com esse intuito que a Editora Fiocruz lança a versão em português do livro Os Direitos Humanos à Água e ao Saneamento. Escrito pelo engenheiro Léo Heller, pesquisador do Instituto René Rachou (Fiocruz Minas), o título busca explicar e decodificar, em suas mais de 600 páginas, o significado desses direitos fundamentais, articulando diferentes campos do conhecimento: direito, saúde coletiva e políticas públicas. A versão em inglês - The Human Rights to Water and Sanitation - foi lançada em maio deste ano pela editora da Universidade de Cambridge (Reino Unido). No período de 2014 a 2020, o autor ocupou o cargo de Relator Especial para os Direitos Humanos à Água e ao Saneamento (DHAS) das Nações Unidas. Durante o período, Heller visitou diversos países em cinco continentes, conversando com cidadãos comuns, representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs), governantes nacionais e locais, representantes de entidade ligadas à ONU, entre outros públicos. O livro contempla o conteúdo produzido a partir dessas experiências e informações. A obra é organizada em 13 capítulos, que compõem quatro partes. A primeira é mais focada nos fundamentos dos conceitos, fazendo um apanhado histórico da emergência dos direitos humanos à água e ao saneamento. A segunda parte aborda os macro determinantes, que acabam facilitando a violação desses direitos humanos. A terceira é sobre políticas públicas, diretamente relacionadas à realização desses direitos. Por fim, a quarta parte trata de alguns grupos populacionais mais fortemente vulnerabilizados quanto ao cumprimento desses direitos. O texto de orelha foi escrito por Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz. Ela destaca a importância da gestão sustentável da água e do saneamento para todos, como parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. No prefácio à edição brasileira, Paulo Vannuchi, ex-ministro dos Direitos Humanos do Brasil (2005-2010) e ex-membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos/OEA (2014-2017), ressalta a qualidade das pesquisas que dão origem à obra de Heller.
“O trabalho que estrutura o capital desestrutura a humanidade. Em contrapartida, o trabalho que desestrutura o capital pode efetivamente reorganizar e emancipar a humanidade.” É com essas palavras que o autor Ricardo Antunes sintetiza Os sentidos do trabalho, lançado originalmente em 1999. Referência nos estudos de sociologia do trabalho, o livro ganha edição comemorativa de 25 anos, com novos textos e nova capa.
O livro aborda a problemática que envolve a compreensão das representações sociais do cotidiano e do trabalho de mulheres brasileiras que residem na Holanda. Dezenove mulheres foram entrevistadas para a composição de seus relatos. Os resultados revelam que a globalização favorece a entrada no país de imigrantes provindos do mundo todo, inclusive do Brasil. Além disso, o sistema capitalista utiliza essa demanda de emprego para explorar a mão-de-obra barata e sem acesso a direitos sociais. Com relação às representações sociais, as mulheres brasileiras que residem na Holanda se organizam baseadas em um sistema de interpretação complexo, que envolve contextos macro e micro, fundamentadas em concepções culturais e transacionais, nas quais o papel das redes sociais são importantes. Pode-se constatar que a imigração de mulheres brasileiras é uma realidade que deve ser enfrentada pelas autoridades brasileiras, como também no âmbito do Serviço Social.
Um texto comovente e propositivo de uma das maiores escritoras contemporâneas sobre como combater o preconceito pela educação. Após o enorme sucesso de Sejamos todos feministas , Chimamanda Ngozi Adichie retoma o tema da igualdade de gêneros neste manifesto com quinze sugestões de como criar filhos dentro de uma perspectiva feminista. Escrito no formato de uma carta da autora a uma amiga que acaba de se tornar mãe de uma menina, Para educar crianças feministas traz conselhos simples e precisos de como oferecer uma formação igualitária a todas as crianças, o que se inicia pela justa distribuição de tarefas entre pais e mães. E é por isso que este breve manifesto pode ser lido igualmente por homens e mulheres, pais de meninas e meninos. Partindo de sua experiência pessoal para mostrar o longo caminho que ainda temos a percorrer, Adichie oferece uma leitura essencial para quem deseja preparar seus filhos para o mundo contemporâneo e contribuir para uma sociedade mais justa.
Pandemia e agronegócio: doenças infecciosas, capitalismo e ciência, de Rob Wallace, defende que os novos vírus que há alguns anos amedrontam o planeta com epidemias e pandemias são, sim, uma criação dos seres humanos. Mas, não, não estamos falando das teorias conspiratórias difundidas pelos robôs de Donald Trump ou Jair Bolsonaro, que responsabilizam laboratórios chineses especializados em guerra biológica pela origem do novo coronavírus. Para o autor, esses micro-organismos são resultado da maneira como passamos a criar animais para consumo nos últimos quarenta anos. Quem já teve a oportunidade de ir a uma granja ou a uma fazenda de porcos sabe do que estamos falando: milhares (milhões) de animais confinados, muitas vezes impedidos de dormir e comendo 24 horas por dia para engordar — e ir para o abate — cada vez mais rápido. Para quê? Para aumentar os lucros das empresas, claro, que se transformaram em grandes conglomerados. O número de animais criados para alimentação cresce quase duas vezes mais rápido que a população humana. Aves, vacas, porcos separados pelo produto a ser extraído (carne, ovos, leite), em estabelecimentos onde compartilham raça, idade e sistema biológico. E isso, para a natureza, cuja lei mais importante é o equilíbrio na diversidade, significa uma praga gigante. Uma atração inevitável para outros animais, um banquete para micro-organismos. Um experimento permanente de mutações e contágios extremos. Rob Wallace vem escrevendo sobre isso há quase vinte anos. Lançado pela primeira vez em 2015, Pandemia e agronegócio, que agora chega ao Brasil graças à parceria da Elefante com Igra Kniga, reúne artigos do autor publicados desde 2007. Nos textos, o biólogo alerta sobre as origens da Sars, da gripe aviária e da gripe suína, alertando que, se os seres humanos não modificassem a maneira como criam animais para abate, teriam que lidar, no curto prazo, com novas formas de vírus cada vez mais mortais. E aqui estamos. “Os seres humanos construíram ambientes físicos e sociais, em terra e no mar, que alteraram radicalmente os caminhos pelos quais os patógenos evoluem e se dispersam. Os patógenos, no entanto, não são meros figurantes, golpeados pelas marés da história humana. Eles também agem por vontade própria, com o perdão do antropomorfismo. Demonstram agência”, escreve Rob Wallace na introdução de Pandemia e agronegócio. Além do conteúdo integral da versão estadunidense, a edição brasileira trará os textos mais recentes do autor e de seus colaboradores sobre o atual surto de covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) que, depois de aparecer na província de Hubei, na China, se espalhou pelo planeta, colocou boa parte do mundo em quarentena e espalhou incertezas sobre a maneira como continuaremos vivendo e habitando a Terra. Os vírus surgidos em território chinês, aliás, recebem imensa atenção de Rob Wallace no livro. Mas, longe de engrossar o coro da xenofobia que costuma vigorar nesse tipo de discussões, o autor vai às raízes do problema. “Desde a década de 1970, a produção pecuária intensiva se espalhou pelo planeta a partir de suas origens nos Estados Unidos. Nosso mundo está cercado por cidades de monoprodução de milhões de porcos e aves apinhados lado a lado, em uma ecologia quase perfeita para a evolução de várias cepas virulentas de influenza.”
Todas as vezes que surge uma personagem negra estereotipada como essa nos programas de entretenimento aos domingos, a segunda-feira das crianças e adolescentes negros na escola será um filme de terror que se estenderá por semanas, meses e anos, a depender da duração da personagem na tevê. E os familiares dessas crianças perderão horas, dias, semanas e meses preciosos de educação, lazer e fruição ensinando-as a reagir, a não sucumbir, a manter a cabeça erguida, a preservar o amor próprio diante de tanta violência direcionada e objetiva. Os exemplos racistas da televisão também inspirarão situações de discriminação racial na escola, minimizadas por professoras e professores cansados e despreparados, para dizer o mínimo. As crianças e adolescentes negros que não tiverem tido as lições de sobrevivência do amor-próprio ministradas em casa se sentirão sozinhos, desprotegidos e injustiçados. Um dia perderão a paciência e poderão chegar às vias de fato com colegas racistas, como último recurso de autodefesa. Então serão taxados de violentos, serão estigmatizados na escola, perderão o estímulo para permanecer naquele ambiente, evadirão com facilidade e a redução da maioridade penal será apontada como solução para retirá-los mais cedo do convívio social e puni-los por terem reagido, da maneira que lhes foi possível, à opressão racial.
Antes de ser o que é hoje, a NR-7 tratava dos "Exames Médicos", reduzindo o papel dos médicos do trabalho ao de meros examinadores ou, ainda pior, ao de "selecionadores" de trabalhadores saudáveis que pudessem "garantir" a produção. Certamente um papel muito pequeno para um assunto de tanta relevância social, como o trabalho e a saúde.
É chegado o momento de lançarmos em cruzo as sabedorias ancestrais que ao longo de séculos foram produzidas como descredibilidade, desvio e esquecimento. Porém, antes, cabe ressaltar que essas sabedorias de fresta, encarnadas e enunciadas pelos corpos transgressores e resilientes, sempre estiveram a favor daqueles que as souberam reivindicar. Assim, me inspiro nas lições passadas por aqueles que foram aprisionados nas margens da história para aqui firmar como verso de encante a defesa de que a condição do Ser é primordial à manifestação do Saber. Os conhecimentos vagueiam mundo para baixar nos corpos e avivar os seres.
Resultado de pesquisa para a realização de tese de doutorado da autora Olivia Hirsch, o livro Parto Natural, Parto Humanizado: perspectivas de mulheres de camadas populares e médias se debruça sobre experiências de parto humanizado em dois diferentes segmentos sociais de uma metrópole do Brasil. Em um país que dissemina amplamente a prática de cesáreas agendadas, por que certas mulheres de camadas médias desejam um parto natural e humanizado, sem anestesias ou outros tipos de intervenção. Por outro lado, por que algumas mulheres de camadas populares abrem mão do atendimento por médicos e preferem ser atendidas exclusivamente por enfermeiras e obstetras? Ao buscar responder a essas e outras questões, a pesquisadora investigou - a partir de um universo composto de 37 gestantes e puérperas - mulheres sob diferentes contextos: das vinculadas a uma casa de parto pública às frequentadoras de um grupo de preparação para o parto. Jornalista de formação, Hirsch é doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), instituição na qual é docente do quadro complementar do Departamento de Ciências Sociais. A publicação em livro de sua tese de doutorado contribui, segundo a pesquisadora Sonia Giacomini afirma
Primeiro livro de Frantz Fanon, "Pele negra, máscaras brancas" é um dos textos mais influentes dos movimentos de luta antirracista desde sua publicação, em 1952. Logo de início, se apresenta como uma interpretação psicanalítica da questão negra, tendo como motivação explícita desalienar pessoas negras do complexo de inferioridade que a sociedade branca lhes incute desde a infância. Assim, descortina os mecanismos pelos quais a sociedade colonialista instaura, para além da disparidade econômica e social, a interiorização de uma inferioridade associada à cor da pele – o que o autor chama de "epidermização da inferioridade".
Pensamento feminista negro, escrito pela socióloga Patricia Hill Collins em 1990, faz parte do cânone bibliográfico dos estudos de gênero e raça nos Estados Unidos. A autora mapeia os principais temas e ideias tratados por intelectuais e ativistas negras estadunidenses como Angela Davis, bell hooks, Alice Walker e Audre Lorde, e assim constrói um panorama do feminismo negro com referências de dentro e de fora da academia.Nesta obra intelectualmente rigorosa, Collins contempla tradições teóricas diversas, como a filosofia afrocêntrica, a teoria feminista, o pensamento social marxista, a teoria crítica e o pós-modernismo. E propõe importantes conceitos para compreender não apenas os mecanismos de opressão das mulheres negras, mas também como essas mulheres desenvolveram conhecimentos e estratégias para enfrentá-los. Sua escrita didática e de fácil compreensão faz de Pensamento feminista negro uma referência obrigatória tanto para especialistas quanto para leitoras e leitores leigos.A Boitempo lança esse marco dos estudos acadêmicos do feminismo negro, inédito em português, com um prefácio escrito pela autora especialmente para a edição brasileira. O texto de orelha é assinado por Nubia Regina Moreira e a quarta capa, por Djamila Ribeiro.
Com erudição e muita sensibilidade, o livro mostra como a fabricação de diferenças é parte constitutiva das relações de poder e explora densamente as polêmicas em torno de questões de gênero, desvelando a revolução que esse conceito empreendeu na área dos estudos sobre a mulher. Na contramão da vitimização ou da suposição de uma cultura de resistência ao patriarcado, a obra está ancorada no escrutínio das formas específicas que a dominação assume em diferentes contextos sociais. Tecendo os nexos entre as abordagens de cunho estrutural e as experiências como produtoras de sujeitos, temos aí um convite irrecusável para a revisão da ideia da mulher como pertencente a um grupo homogêneo e unitário e para as análises interessadas na pluralidade e na historicidade das experiências femininas.
"Les favelas dont tout le monde se fait une idée, synonyme de pauvreté, de mal logement et de misère généralisée, ont dans cet ouvrage une traduction réelle, concrète et positive, représentée par la Communauté du Parque Royal. Le lecteur se familiarise avec les habitants de cette favela, avec leur mode de vie, leur histoire, leur rêve, leur peine et leur joie et surtout leur mode d'action, social et politique, sur le plan de l'éducation, de la santé et de l'habitat".
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.