Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Compreender, a partir de abordagem respeitosa, os elementos que cercam o fenômeno da gestação adolescente no Brasil, desvinculando o tema de discursos moralizantes ou que culpabilizem as mulheres. É com esse intuito que a Editora Fiocruz lança Gravidez na Adolescência: entre fatos e estereótipos, livro que integra a coleção Temas em Saúde.
A obra conta a história de Sônia Guajajara, indígena nascida no estado do Maranhão, que se destaca por sua luta contra a destruição do meio ambiente, o massacre dos povos indígenas, as injustiças sociais no mundo contemporâneo e o machismo.
O relato de como um jovem nascido na periferia de São Paulo superou o racismo e a homofobia para lutar pelos próprios direitos — e de muitos outros como ele —, acompanhado de diversas entrevistas com personalidades LGBTQIA+. Samuel Gomes teve uma infância parecida com a de vários outros meninos nascidos na periferia das grandes cidades brasileiras: dividia o quintal de sua casa com muitos parentes, estudava em uma escola do bairro e via seus pais batalharem para dar um futuro melhor a ele e à sua irmã. Porém, logo começou a perceber que era diferente daqueles que o cercavam: ele sentia atração por outros meninos. Assim, o medo de ser quem é foi um fio condutor do seu amadurecimento, ainda mais por ser negro e fazer parte de uma família extremamente evangélica. Além das várias situações de racismo e discriminação que teve que enfrentar, tinha a Igreja, que não era apenas um lugar que frequentava aos domingos com sua família, mas sim uma instância onipresente em sua vida, que ditava seu modo de vestir, de se comportar, de pensar e de viver. Foram longos anos até que pudesse entender que a vida não precisava se resumir à realidade em que nasceu, e que o que sentia não era errado nem “anormal”. Sua luta por estudo, autodescoberta e autoaceitação é narrada neste livro, junto a reflexões que ele tece sobre ser um homem negro e homossexual no Brasil. Além da história de Samuca, o livro conta com entrevistas que ele fez com personalidades LGBTQIA+ brasileiras, que abriram seus armários e compartilharam suas trajetórias para fora deles. "Samuel Gomes contém em si multidões. Neste livro, o escritor desnuda todos as camadas do que significa ser um homem negro, gay, de família evangélica no Brasil de hoje. Samuel nos permite, por meio de sua história contada em primeira pessoa, conhecer o humano por trás de tudo que ele guardou em seu armário. Engana-se quem espera deste livro uma história ou de uma vítima, ou de um herói: Samuel humaniza a si e a tantos outros e outras que entrevista neste livro ao contar a história mais comum de todas: a luta para ser feliz. Amor, família, autoaceitação, ativismo, risos e choros: estão todos aqui. Samuel nos lembra, por meio deste livro, que não estamos sós. Nunca estivemos." — Thiago Amparo
A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é um tema que vem obtendo destaque no debate nacional. Várias iniciativas, governamentais e não governamentais, vêm sendo colocadas em prática para promover a garantia do direito humano à alimentação e da soberania alimentar dos brasileiros. Essas iniciativas contribuíram para que o país deixasse de participar do mapa da fome da Organização das Nações Unidas, fato inédito que orgulha a todos os que estudam e militam nessa área. Porém, a sociedade brasileira ainda não está livre de situações que vulnerabilizam seus cidadãos, colocando-os em situação de insegurança alimentar e nutricional. Dentro desse contexto, o Guia de Segurança Alimentar e Nutricional constitui um instrumento que auxilia os leitores a desenvolver atividades educativas. Inclui aspectos teóricos e práticos, orientando o desenvolvimento de ações de forma participativa. Embora o livro apresente exemplos desenvolvidos em comunidades com vulnerabilidade social, seu conteúdo não se restringe a esse ambiente/território, podendo ser aplicado em outras situações e contextos em que se deseja desenvolver ações com os mesmos objetivos.
É preciso garantir o direito. É preciso cuidar das pessoas. das etnias, dos mais vulneráveis e que o desenvolvimento não se traduza em impacto negativo na saúde das populações atingidas por esses empreendimentos. Alertamos que, diante de tão graves ameaças à vida na Amazônia, é necessário amplificar o debate: cancelar todos os projetos hidrelétricos para a Amazônia; diversificar a matriz energética brasileira aumentando investimentos em outras formas de energia, como as energias renováveis (eólica, solar e biomassa) para responder às demandas da sociedade; preservar os rios da Amazônia mantendo seus fluxos, para as populações ribeirinhas e para as atuais e futuras gerações; explorar racionalmente os recursos naturais; manter a floresta em pé e proteger os povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas e comunidades rurais, garantindo seus direitos.
Esta coletânea convida os leitores a ultrapassar os limites de uma análise superficial e imediatista sobre a "questão de gênero" e seus desdobramentos, em especial para a saúde.
Uma visão lúcida e crítica da noção de lixo como uma invenção social, seus significados culturais e políticos e as contradições em que costumam cair os discursos sobre ele. Este trabalho propõe uma reflexão sobre o significado social do lixo. Assunto geralmente reservado aos “técnicos” - urbanistas, médicos, engenheiros, administradores – esse tema singular raramente chama a atenção de cientistas sociais. No entanto, a leitura desta obra mostra que esse assunto é menos ligado à higiene do que se crê, além de questionar a aparente neutralidade política da questão e evidencia o contexto paradoxal em que se dão os debates ecológicos contemporâneos. Em linguagem fluente e clara, amplamente acessível, o autor mostra como puderam emergir historicamente as mentalidades e sensibilidades que inventaram a noção de “lixo” — muito mais recente do que parece.
Conta a trajetória das mulheres, do Brasil colonial a nossos dias, voltando-se a todos os tipos de leitores e leitoras: adultos e jovens, especialistas e curiosos, estudantes e professores, arrastando-os numa viagem através dos tempos. Obra organizada por Mary Del Priore - da qual participam duas dezenas de historiadores além da consagrada escritora Lygia Fagundes Telles - mostra como nasciam, viviam e morriam as brasileiras no passado e o mundo material e simbólico que as cercavam. Percebendo a história das mulheres como algo que envolve também a história das famílias, do trabalho, da mídia, da literatura, da sexualidade, da violência, dos sentimentos e das representações, o livro abarca os mais diferentes espaços (campo e cidade, norte e sul do país) e extratos sociais (escravas, operárias, sinhazinhas, burguesas, donas de casa, professoras, bóias-frias). Também não se contenta em apenas de separar as vitórias e as derrotas das mulheres, mas derruba mitos, encoraja debates, estimula a reflexão e coloca a questão feminina na ordem do dia. Sucesso de público e de crítica, HISTÓRIA DAS MULHERES NO BRASIL já chegou a 20 mil exemplares vendidos, além de ter ganho os prestigiados prêmios Jabuti e Casa Grande e Senzala.
História das relações de gênero é uma exploração fascinante do que ocorre com as ideias estabelecidas sobre homens e mulheres quando sistemas culturais distintos entram em contato. Valendo-se de uma grande variedade de exemplos, da pré-história ao século XXI, e abarcando diferentes sociedades, da China às Américas, da África ao norte da Europa, passando por Oriente Médio, Rússia, Japão e Austrália, o historiador Peter N. Stearns delineia o quadro dos encontros culturais internacionais mais significativos e seus efeitos sobre as relações de gênero. O impacto do islamismo e das práticas de gênero do Oriente Médio na Índia e na África subsaariana; o resultado dos contatos da China com a condição feminina entre japoneses e mongóis; a influência colonial européia na América, Índia, África e Oceania; o impacto das ações internacionais no Oriente Médio; e os efeitos da atuação de organizações internacionais e do consumismo global são alguns dos assuntos discutidos neste livro.
"O longo processo de transição política desde a ditadura no Brasil, foi marcado por uma crescente busca de visibilidade e cidadania. Desde então, passaram-se 40 anos de lutas e de história. O movimento homossexual tornou-se LGBT. Proliferaram-se os coletivos e grupos organizados, diversificaram- se as identidades, multiplicaram-se as formas de luta, conquistaram-se direitos e reconhecimento, construíram-se políticas públicas, realizaram-se os maiores atos de rua desde as ""Diretas Já"" com as Paradas do Orgulho LGBT e ocuparam-se as redes sociais e as tecnologias com novos ativismos. O livro ""História do Movimento LGBT no Brasil"" busca reconstruir alguns temas e momentos privilegiados da história de quatro décadas deste importante ator político do Brasil contemporâneo, atentando para a diversidade de sua composição e de perspectivas no interior do movimento. Pretende-se, assim, contribuir para traçar um panorama interdisciplinar dos 40 anos do movimento LGBT brasileiro."
Esta coletânea resulta de um esforço de reunir temáticas inerentes às condições das mulheres em nossa sociedade. Nesse sentido, apresentamos discussões sobre o lugar e as lutas travadas pelas mulheres, assim como problemas que as afetam diretamente. Nós reconhecemos o valor das conquistas dos movimentos de mulheres (dos feminismos) no decorrer das décadas, mas considerarmos que elas ainda se fazem necessárias diante do atual contexto, tendo em vista os retrocessos políticos vivenciados no país nesses últimos anos. A partir de diferentes perspectivas, as autoras do livro discorrem sobre tais temáticas, evidenciando, em alguns casos, problemáticas presentes em nossa realidade que afetam as vidas de muitas mulheres. A obra não foi escrita pensando apenas em alcançar um público feminino, pelo contrário, almejamos que pessoas de diferentes gêneros tenham contato com os nossos textos, uma vez que muitas das agendas dos feminismos não estão restritas às questões das mulheres, mas do bem estar da humanidade em geral. Um livro escrito por mulheres que questionam os papéis de gênero consolidados em nossa sociedade, e que incentivam a busca por estratégias alternativas para a superação dessas condições.
Em um contexto urbano complexo e vulnerável como o pesquisado, a obra busca reconstituir a história de pessoas e lugares do território de Manguinhos hoje repleto de favelas que circundam a Fiocruz, com seus inúmeros problemas socioambientais e sanitários. Os autores estendem-se por cerca de cem anos de ocupação da história social e urbana do Rio de Janeiro (capítulo importante e até hoje tão pouco explorado), mediante abordagens relacionadas à própria história, à memória e ao urbanismo. Trabalhou-se com a história oral, optando-se por dar voz aos moradores da região. Entre depoimentos, fotografias, vídeos, documentos oficiais, cartas e jornais de época, bem como entrevistas com experientes profissionais envolvidos na implantação de projetos em favelas cariocas, o livro nos revela, de forma consistente, com seu material inédito, a diversidade e a singularidade dos processos socioespaciais constitutivos das 12 comunidades estudadas. Entre lembranças e vivências narradas, transparecem as configurações desse típico bairro de periferia que retrata uma triste realidade de exclusão social e de discriminações. Com base no conteúdo, o leitor terá a oportunidade de poder continuar a registrar e a acompanhar as futuras transformações que ocorrerão em Manguinhos.
Um tema relevante e pouco explorado, tratado sob o ponto de vista da saúde, é apresentado de maneira clara e didática. Além de conceitos teóricos, necessários para a compreensão adequada da sexualidade, dos problemas da saúde e da importância da educação para prevenção, são apresentados dados revelados por pesquisas sobre tópicos como homofobia, DST e HIV/Aids, que envolveram adolescentes. Uma abordagem ligada à produção de sentidos sobre as vivências e às experiências da vida, que torna essa obra uma leitura obrigatória para todos aqueles que constroem seu saber nas diversidades da vida, no respeito às diferenças e na escuta do outro.
Como o arsenal do conhecimento científico e social justifica o assassinato de pessoas pretas? Homo modernus — Para uma ideia global de raça (Editora Cobogó) apresenta uma análise contundente da força política do racial na sociedade contemporânea. Este livro, escrito originalmente em inglês e publicado em 2007 nos Estados Unidos, se tornou fundamental para a compreensão da teoria inovadora da pensadora negra-brasileira Denise Ferreira da Silva – escritora, artista e professora interdisciplinar de grande relevância internacional – sobre as questões éticas do presente global. Nas palavras de Saidiya Hartman, escritora e professora da Columbia University, “é um estudo brilhante sobre o papel essencial da raça na modernidade global” e “um dos grandes textos dos Estudos Negros [Black Studies]”. Remontando à história da filosofia moderna, de Descartes a Herder, e dialogando com mulheres pensadoras contemporâneas como bell hooks, Judith Butler e Kum-Kum Bhavnani, a autora desafia os modos usados para entender a subjugação racial e reformula a figura central dos relatos éticos – o conceito do homo modernus, isto é, a consciência global/histórica. Como define Jorge Vasconcellos, professor da UFF e teórico-ativista do Coletivo 28 de Maio, “a autora nos propõe — com sua obra de pensamento e com suas práticas artísticas — ferramentas teóricas e sensíveis que se transformam a um só tempo em armas de investigação acadêmica e usina conceitual libertária”. Ao confrontar radicalmente nossas formas de compreender a racialidade, Homo Modernus, com um texto poético e incisivo, é tanto uma poderosa investigação acadêmica quanto um experimento para pensar e viver o mundo hoje.
"Parir e nascer, definitivamente, não são processos ‘naturais’ nem meramente fisiológicos. São eventos sociais e culturais complexos, que envolvem interações entre indivíduos, grupos sociais e organizações (hospitais e maternidades), com poderes e legitim
Esta tese inspirou toda uma geração de ativistas e pesquisadoras envolvidas no esforço coletivo de transformar a assistência ao parto no Brasil, nos setores público e privado. Quando foi escrita há mais de 20 anos, algumas das intervenções no parto, como o uso de rotina de episiotomia, enemas, tricotomia, manobras de kristeller e procedimentos didáticos (sem necessidade clínica, apenas para o treinamento dos alunos), e outros abusos, estavam em um ponto cego. Eram tratados como naturais, sofrimentos inevitáveis do parto, do destino biológico das mulheres. Sequer havia dados sobre essas intervenções, que eram invisíveis. O slogan “chega de parto violento para vender cesárea” ainda não era popular. Duas décadas depois, podemos dizer que esses abusos se tornaram não apenas visíveis, mas também quantificáveis, graças à popularização das evidências científicas e do reconhecimento dos direitos das mulheres à sua integridade corporal e a tomar decisões informadas. Apesar de todas as adversidades políticas, de ataques ao SUS e ao feminismo, podemos dizer que o movimento de humanização do parto conseguiu enormes mudanças. Ainda que mais lentamente e com mais contradições do que desejamos, ao reivindicarmos nossa autoridade de falar sobre nossa experiência como pacientes e de produzir conhecimento científico inovador e voltado à ação, temos mudado a assistência e a experiência de muitas mulheres e famílias, em que antes só havia a escolha entre um parto violento e uma "desnecesárea".
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.