Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ao explorar as possibilidades e dificuldades do exercício do poliamor, este livro desenvolve uma crítica contundente ao sistema monogâmico — Ao explorar as possibilidades e dificuldades do exercício do poliamor, este livro desenvolve uma crítica contundente ao sistema monogâmico — “ferramenta de construção do sujeito ensimesmado, fechado em si mesmo” — e à sua prática impositiva e obrigatória, que inviabiliza o aparecimento de outras formas de existir e se relacionar. O desafio poliamoroso é também um vigoroso exercício de escrita, um laboratório para pensar mundos possíveis, alternativos ao atual — tão competitivo, tão desvelado por hierarquias e exclusividades.
Em O desejo dos outros, Hanna Limulja oferece uma porta de entrada ao mundo yanomami através dos seus sonhos. Com o que sonham? O que significa sonhar e por que é importante? Entre os Yanomami, os sonhos não são desejos inconscientes do sujeito, como descreve a psicanálise: sonhar é habitar outros mundos, deparar com outros seres e, nesses encontros, mobilizar-se pelo desejo dos outros.
Fruto de pesquisas desenvolvidas há pelo menos cinco anos, O desejo pelas travestis brasileiras é uma obra inovadora. Localizada no entrecruzamento dos Porn Studies (Estudos pornô) com a sociologia digital, a pesquisa de Dionys Melo dos Santos busca pensar de maneira crítica, mas sem se deixar levar por valores morais ou religiosos, o papel da pornografia na sociedade contemporânea. O autor busca, a partir do corpo das atrizes/performers travestis e transsexuais, evidenciar as relações de abjeção e desejo provocadas por tais sujeitos, cristalizada no alto consumo desse tipo de conteúdo seja no cinema da boca do lixo paulistana, ou, nos sites de distribuição pornográfica gratuita disponíveis na internet.
O livro negro dos sentidos é erótica criAção de mulheres negras mobilizadas para organizar, ilustrar, escrever e protagonizar uma obra literária distanciada da objetificação e dos estereótipos comumente associados às ‘corpas’ negras.
O design de habitats ecológicos faz parte da coleção “4 Keys – Chaves para comunidades sustentáveis em todo o planeta”, que dá suporte ao currículo do programa Design em Sustentabilidade (EDE), desenvolvido pelo Gaia Education. O livro apresenta uma investigação eloquente dos limites do crescimento econômico e uma abordagem positiva para os problemas decorrentes de mudanças climáticas, destruição de habitats, crescimento populacional e esgotamento de recursos. Não se trata de um livro teórico, mas sim de uma antologia de soluções apresentadas por experts em diferentes áreas do conhecimento ao redor do mundo.
A floresta amazônica cobre mais de cinco milhões de quilômetros quadrados, entre os territórios de nove nações diferentes. Representa mais da metade da floresta tropical remanescente do planeta. Está realmente em perigo? Que passos são necessários para salvá-la? Para entender o futuro da Amazônia, é preciso saber como sua história foi forjada: nas épocas das grandes populações pré-colombianas, na "corrida do ouro" de conquistadores, nos séculos de escravidão, nos esquemas dos ditadores militares do Brasil nas décadas de 1960 e 1970 e nas novas economias globalizadas, nas quais a soja e a carne bovina brasileiras agora dominam, enquanto o mercado de créditos de carbono aumenta o valor da floresta em pé. Susanna Hecht e Alexander Cockburn mostram em detalhes convincentes o panorama de destruição, analisando muitos fatos no calor da hora, e também põem em relevo o extraordinário ímpeto dos defensores daquele ecossistema, bem como o surgimento de novos mercados ambientais. Passando por fatos marcantes dessa luta pela preservação da floresta, a exemplo do assassinato de Chico Mendes, este livro contribui substancialmente para atualizar e organizar o conhecimento disponível para o grande público a respeito das reais condições atuais da floresta, da miríade de desafios restantes e dos luzes que se veem no horizonte.
Como e porque estamos perdendo a biodiversidade O conhecimento da riqueza biológica, seu potencial de uso, suas formas de manejo e até mesmo sua definição exigem cada vez mais diálogos entre os vários setores da sociedade.
Em O dia depois de amanhã, o jornalista Alexandre Teixeira conduz uma profunda reflexão sobre o presente do trabalho e as transformações aceleradas pela pandemia da Covid-19. Três anos depois da explosão da maior crise de saúde pública do século, o autor apresenta um panorama abrangente da disputa entre três correntes de pensamento. De um lado estão os defensores do trabalho remoto e sem fronteiras. Em outra ponta há o modelo "Híbrido 1.0", que propõe uma combinação padronizada entre dias de trabalho no escritório e em casa. Por fim, há a corrente que busca o retorno ao modelo totalmente presencial pré-pandemia. Conciliando síntese informativa e profundidade crítica, Alexandre Teixeira não se limita a documentar as mudanças desencadeadas pela pandemia no mundo do trabalho, mas também articula argumentos sólidos em favor da modernização das relações profissionais. O autor reitera que “não há nem haverá modelo de trabalho de tamanho único” e propõe o Design de Experiências de Trabalho para criar alternativas híbridas sob medida para cada time em cada organização, apostando na construção de futuros adaptados a necessidades individuais.
O mundo que sairá do Covid-19 seguramente não será o mesmo. O confinamento social, por mais duro que tenha sido, nos permitiu muitas reflexões e também decisões de como devemos operar grandes mudanças para que não se repita o que estávamos vivendo: uma acumulação absurda de riqueza em poucas mãos e grande parte da humanidade padecendo pobreza, fome e miséria. Esta situação é conseqüência da forma como resolvemos viver nos últimos três séculos. Sentíamo-nos como donos da natureza, explorando-a ilimitadamente, esquecendo que somos parte dela.
Em O discurso do avesso, Ruy Moreira, um dos mais renomados geógrafos da atualidade, reflete sobre a força e a responsabilidade do ensino de Geografia – saber que hoje se destaca entre os que mais problematizam o mundo em que vivemos. Para dar conta da amplitude do tema, o autor divide o livro em nove capítulos e discute respectivamente: o contexto das ideias geográficas atuais; os fundamentos dessas ideias; sua estrutura tradicional; o papel originário das chamadas “sociedades de Geografia” e das universidades; as instituições e manuais de ensino no Brasil (em especial, o livro didático); a definição do conteúdo programático e a visão de mundo da Geografia que se ensina; a concepção de Brasil a partir da Geografia que se ensina; as tendências ideológicas e estruturais do sistema universitário e escolar no nosso país. Por fim, no último capítulo, faz um balanço retrospectivo-projetivo da ciência e do ensino geográfico. Além de dar destaque à interação entre universidade e escola no desenvolvimento do currículo da Geografia, Ruy Moreira evidencia o papel de ponte que as instituições de ensino exercem ao difundir esse conhecimento para a sociedade como um todo. Assim, este livro estimula uma reflexão crítica e constitui uma importante ferramenta na formação de professores de todos os níveis, principalmente aqueles que procuram compreender com mais profundidade a situação do ensino de Geografia no Brasil.
O ecologismo dos pobres é uma importante e profunda contribuição para debates sobre meio ambiente, política e economia. Com a intenção explícita de auxiliar a estabelecer dois campos de estudos emergentes - ecologia política e economia ecológica -, o autor investiga as relações entre as duas áreas. Além disso, traça um panorama do aumento das tensões pelo acesso a recursos naturais e da relação entre progresso econômico e uso do meio ambiente. Livro imperdível para ambientalistas, geógrafos, técnicos, pesquisadores, estudantes e profissionais da economia ecológica e para todos aqueles que se interessam pelos conflitos ambientais.
A partir do movimento Sankofa de olhar para o passado como forma de ressignificar o presente e mudar o futuro, Clarissa Brito expõe os modos como a Psicopedagogia pode oferecer recursos para o debate sobre o impacto do racismo estrutural na aprendizagem das crianças negras, propõe ferramentas para uma educação antirracista e para a construção de referências positivas para todas as crianças. Este é um livro essencial para educadores, psicopedagogos e todos interessados em lançar um olhar plural para a prática educacional.
Qual o papel desempenhado pelo espaço público na cidade hoje? Por que poucos se beneficiam desse tipo de espaço teoricamente comum a todos? O espaço público na cidade contemporânea traça uma análise crítica do que ocorre hoje nas grandes cidades. Valendo-se de uma variedade de exemplos, o autor analisa o espaço público como arena de ação política de intervenção urbana e como mercadoria para consumo de poucos. Desafio para a geografia, assim como para outras áreas, o uso do espaço público hoje é tema de debates acalorados em todas as metrópoles e cidades médias.
Com a publicação de A queda do céu, Davi Kopenawa e Bruce Albert empreenderam uma verdadeira revolução, cujo impacto pode ser sentido até hoje. Os autores tiveram também uma considerável contribuição nas grandes transformações do pensamento ecológico contemporâneo, que descontruiu o conceito de Natureza e já não mais distingue povos humanos e não humanos. Produzida entre 2000 e 2020 por ocasião de várias exposições realizadas em Paris pela Fundação Cartier, conjuntamente com os habitantes da casa coletiva yanomami de Watoriki (a serra do Vento), a presente coletânea reúne uma vasta trama de reflexões e diálogos que, a partir do saber xamânico dos Yanomami, evoca, sob diversas perspectivas, as imagens e os sons da floresta, a complexidade de sua biodiversidade e as implicações trágicas de sua destruição.
Em meio ao turbilhão de mudanças do mundo global, o racismo permanece intacto e culturalmente irresolúvel. A sua aparente universalização não deixa evidente que são diversos os seus modos de incidência nas diferentes regiões do mundo. O foco de O fascismo da cor é o racismo brasileiro pós-abolicionista, que Muniz Sodré faz coincidir com a emergência do fascismo europeu e com a vigência de uma “forma social escravista” nativa, em que status e brancura tomam o lugar das antigas formas de segregação. Com nova perspectiva dentro da luta antirracista, este é um livro de leitura incontornável.
Em O Gênero do Trabalho Operário Thaís Lapa retoma, de maneira criativa e sólida, o melhor da contribuição que os estudos feministas sobre o processo de trabalho plantaram no inicio dos anos 1980, com as análises de Elizabeth de Souza Lobo, construídas em intenso diálogo, entre outros, com os escritos de Danièle Kergoat e Helena Hirata. Em 1978, Kergoat apontara certeira que o lugar de classe estava longe de produzir comportamentos e atitudes unívocos. Beth Lobo, explorando essa avenida, mostrou à sociologia brasileira os caminhos alternativos ao discurso da homogeneização de classe: afirmou o valor da abordagem concreta das situações de trabalho, a importância de elucidar a dinâmica das relações sociais na produção, sempre guiada por um olhar que valorizava o elo (indissociável) entre trabalho produtivo e reprodutivo. Isso lhe permitiu vislumbrar, pelo ângulo da experiência subjetiva da dominação, as práticas e destinos de operárias e operários. Num momento em que as vicissitudes das crises e das experiências de desemprego duradouro e expulsão do mercado de trabalho tomaram de assalto nossas análises, Thaís Lapa atualiza, em O Gênero do Trabalho Operário, toda a virtualidade desse estilo de análise. Este livro nos capacita a pensar como as experiências e representações das trabalhadoras são um prisma fértil para se entender a natureza das relações de trabalho em segmentos que marcaram a dinâmica da sociedade brasileira. - Nadya Araujo Guimarães (USP) e Jacob Carlos Lima (UFSCAR).
O livro da história negra — mais um volume da série best-seller As grandes ideias de todos os tempos Quais foram os impérios africanos mais poderosos? Quais foram as revoltas ocorridas em solo brasileiro? O que motivou a criação do movimento Vidas Negras Importam? Escrito em linguagem simples e ricamente ilustrado, O livro da história negra responde essas e muitas outras questões, mostra a rica e complexa história dos povos da África e da diáspora africana, além das lutas e vitórias do povo negro ao redor do mundo. A obra traz à luz histórias normalmente ignoradas e está repleta de citações memoráveis de grandes personalidades, como Nelson Mandela, Zumbi dos Palmares, Angela Davis, Martin Luther King, Sueli Carneiro, Barack Obama e Marielle Franco. Além disso, esta edição também traz conteúdo exclusivo sobre eventos da história brasileira, como a revolta dos negros na Bahia durante a escravidão e a resistência negra à ditadura militar e sua importância para a luta pela democracia.
A chegada de um bebê provoca uma verdadeira revolução. As modificações que acompanham o nascimento aparecem não apenas na rotina, mas também no corpo e na mente das pessoas responsáveis pelo cuidado. Embora as recomendações e os conselhos frequentemente recaiam sobre a relação entre mãe e filho(a), essa capacidade não é específica ao gênero feminino. Atribuir a responsabilidade unicamente à mulher ignora que aquele pequeno ser, vulnerável e não verbal, é fruto de um contexto maior – familiar, social e político.
Baseado em uma etnografia da CPI da Pedofilia no Senado Federal e das investigações da Polícia Federal no combate à pornografia infantil, o livro se aprofunda na construção histórica das categorias criminais que remetem, hoje, à violência sexual envolvendo menores. Sob um viés antropológico, procura debater as dinâmicas sociais, culturais e morais que moldam a configuração do problema da violência sexual contra crianças e adolescentes, a partir da categoria pedofilia.
A compreensão dos saberes produzidos, articulados e sistematizados pelo Movimento Negro e de Mulheres Negras tem a capacidade de subverter a teoria educacional, construir a pedagogia das ausências e das emergências, repensar a escola, descolonizar os currículos e dar visibilidade às vivências e práticas dos sujeitos. Ela poderá nos levar ao necessário movimento de descolonização do conhecimento. Este trabalho tem como tese principal o papel do Movimento Negro brasileiro como educador, produtor de saberes emancipatórios e um sistematizador de conhecimentos sobre a questão racial no Brasil. Saberes transformados em reivindicações, das quais várias se tornaram políticas de Estado nas primeiras décadas do século XXI.
O livro “O Mundo dos Alimentos em Transformação” faz jus à ambição do seu título e nos apresenta uma análise detalhada das principais forças que impulsionam uma possível transformação na organização e no conteúdo do sistema agroalimentar global. A crise climática, com as suas secas e enchentes cada vez mais devastadoras, a experiência do colapso de sistemas de fornecimento alimentar no período da covid-19, os impactos negativos na saúde individual e pública, bem como a enorme contribuição da produção em escala industrial de carnes para os gases de efeito estufa, todas testemunham a insustentabilidade das formas dominantes de produção dos nossos alimentos e da sua organização global.
"A terra é meu quilombo. Meu espaço é meu quilombo. Onde eu estou, eu estou. Onde eu estou, eu sou." Nesta coletânea cuidadosamente organizada pelo professor da Universidade Federal de Goiás Alex Ratts, a leitora encontrará textos críticos, entrevistas e a prosa poética de Beatriz Nascimento – intelectual e ativista negra que marcou o universo artístico-cultural da diáspora africana e a história do movimento negro no cenário nacional. Neles, Beatriz tece sérias reflexões que oferecem uma imagem prismática não só da experiência íntima das pessoas negras na universidade e na cena cultural brasileira como também das representações midiáticas e historiográficas que lhes são devolvidas dia após dia por uma sociedade racista e em negação quanto ao próprio racismo. Como existir em um contexto em que a própria existência – passada, presente e futura – é cotidianamente negada? Em que consiste o esforço para estabelecer a própria imagem, reivindicar o próprio imaginário? São essas algumas das perguntas implícitas em O negro visto por ele mesmo, registro precioso sobre o que é ser negro, e se perceber negro, no Brasil. A edição também conta com prefácio de Alex Ratts, posfácio de Muniz Sodré, orelha de Renata Martins e quarta capa de Bethania Nascimento Freitas Gomes.
Ó pa í, prezada: racismo e sexismo institucionais tomando bonde nas penitenciárias femininas é o segundo livro de Carla Akotirene, que também publicou Interseccionalidade, pela coleção Feminismos Plurais. Nele, a autora se baseia numa metodologia afrocentrada para colher e analisar dados sobre a ausência de políticas públicas em gênero e raça para mulheres encarceradas em Salvador. Este estudo é um retrato fiel e necessário do panorama geral das penitenciárias brasileiras e traz luz a uma conjuntura à qual precisamos estar atentos, enquanto sociedade em que o encarceramento em massa, especialmente da população negra e pobre, é uma epidemia.
Neste livro poderoso, Cida Bento ― eleita em 2015 pela The Economist uma das cinquenta pessoas mais influentes do mundo no campo da diversidade ― denuncia e questiona a universalidade da branquitude e suas consequências nocivas para qualquer alteração substantiva na hierarquia das relações sociais. Diante de dezenas de recusas em processos seletivos, Cida Bento identificou um padrão: por mais qualificada que fosse, ela nunca era a escolhida para as vagas. O mesmo ocorria com seus irmãos, que, como ela, também tinham ensino superior completo. Por outro lado, pessoas brancas com currículos equivalentes ― quando não inferiores ― eram contratadas.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.