Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Este livro apresenta a contribuição de Milton Santos à busca de uma teoria do espaço e da urbanização no Terceiro Mundo. O geógrafo considera que o fenômeno do subdesenvolvimento carece de um esforço de compreensão global, sem o qual a solução de problemas particulares é impossível. É um esforço original de interpretação sistemática e interdisciplinar da evolução econômica social, política e ao mesmo tempo geográfica do conjunto dos países do Terceiro Mundo. Valendo-se da análise de inúmeras variáveis, e apoiado num vasto elenco de exemplos baseados na África, América Latina e Ásia, o autor chega a interpretações próprias sobre o fenômeno complexo que é o subdesenvolvimento e suas repercussões na vida das populações a ele submetidas, sobretudo nos comportamentos espaciais e suas leis em uma situação de dependência.
O autor analisa a história dos movimentos utópicos surgidos durante anos, investigando por que falharam e o que as idéias que os sustentaram ainda têm a oferecer. Para ele podemos e devemos usar a força da imaginação utópica – o “utopismo dialético” - contra todos os que dizem que não existe alternativa. Ao mesmo tempo, Harvey reconduz nossa atenção para possíveis cenários nos quais o mundo do trabalho e das relações com a natureza seja mais eqüitativo. Dessa maneira o autor não deixa dúvidas a respeito da sua geografia da esperança.
O livro parte de um problema específico, que se situa no confronto entre a política mundial de guerra às drogas e o direito universal preconizado pelo SUS. Ao longo do livro analisou-se esse confronto a partir da tensão entre dois paradigmas: o paradigma da Abstinência e o paradigma da Redução de Danos. Os dois conceitos travam batalha ao longo do livro, ora no subsolo por meio dos problemas que os fundamentam, ora na superfície pelas redes que os sustentam. O problema específico entre o campo da saúde e a política de guerra as drogas se apoia num problema mais amplo e geral: de que forma o problema posto à vida dos usuários de drogas diz respeito a uma problemática mais geral das tecnologias de governo da vida? Situar, historicamente, a emergência do “dispositivo drogas” se tornou a estratégia para confrontar a racionalidade neoliberal a perspectiva dos territórios marginais, junto à população em situação de rua, ali onde o direito universal se confronta com toda violência da guerra às drogas.
Estigma é definido como um atributo negativo ou depreciativo, que torna o sujeito diferente, diminuído ou possuidor de uma desvantagem. Mas o problema vai além: o estigma é também um dos processos sociais que reduzem o acesso à saúde por parte dos indivíduos e grupos afetados. No caso da Aids e do sofrimento mental, o estigma é, reconhecidamente, um dos maiores empecilhos aos avanços das políticas e ações que buscam garantir os direitos de seus portadores à dignidade e à cidadania. Aprofundar a análise dessas questões é o objetivo desta coletânea, que reúne dez capítulos, assinados por autores brasileiros e norte-americanos. Eles fazem alertas sobre os meandros da estigmatização e as formas de eliminá-la, buscando conexões entre as pesquisas acadêmicas e as práticas dos serviços de saúde.
Acredito que o essencial é que não se considere mais a latência uma etapa de quase estancamento do desenvolvimento, e que se encontre nela, ao saber lê-los, não só os defeitos tão afamados da repressão que apaga as manifestações da sexualidade e do complexo de Édipo, mas também as modificações do que foi vivido anteriormente, as quais apontam, com a aquisição de novos mecanismos, o estabelecimento progressivo de um aparelho psíquico distinto...
A obra reúne alguns estudos, distribuídos em dez capítulos, sobre saúde, ambiente e trabalho, numa perspectiva qualitativa, trazendo para o centro da investigação a análise de narrativas dos sujeitos implicados no processo de trabalho. Os capítulos articulam a práxis social com a lógica causal das ciências biológicas, humanizadas pelos sentidos dos sujeitos envolvidos, além do diálogo com a análise ergonômica do trabalho, que adquire destaque no processo de adoecimento.
Escrevi este livro em menos de três semanas. Isto quer dizer que talvez fosse melhor não o ter publicado e pensar as coisas mais um pouco. Mas se ele chegou até você é porque mais alguém além de mim, inclusive a editora e alguns amigos que costumam me aconselhar bem, deve tê-lo achado interessante, divertido, oportuno ou que vale a pena, por algum motivo que não imagino qual seja. Há ocasiões em que acredito que essas linhas são muito individuais, que são apenas uma revolta minha, um desabafo diante do que está caindo, sem o menor interesse teórico, a não ser a necessidade que pode haver no movimento LGBTQ de compartilhar frustrações, raivas, ódios, a necessidade urgente de fazer algo, a sensação de esgotamento de nossos coletivos, dos dirigentes e das teses oficialistas, a certeza de que ficamos muito tempo no fundo do poço e de que as mudanças legais produzidas no nosso país vão sepultar, paralisar a nossa luta ou deixá-la a ver navios, em vez de potencializá-la e reativá-la.
A obra comenta as atuais marcas de uma época em mutação e a emergência de novos paradigmas, especialmente o ecossistêmico. Por um lado, o autor faz ver a decadência que se instalou em muitas áreas de nosso mundo, e por outro lado, demonstra um coletivo tanto de movimentos e pensadores quanto posturas científicas e holísticas que marcam um novo começo com base em uma postura mais ética.
O livro Ética Socioambiental, ao abordar e ter implicações sobre distintas áreas do conhecimento, envolve ciências sociais e humanas, em conjunto com outras ciências relacionadas com a complexidade e o entendimento das éticas e seus desafios. Trazendo conhecimentos e reflexões desenvolvidos e conduzidos por grupos de várias instituições do país e do exterior, as atenções deste livro estão distribuídas em três partes: Perspectivas teóricas para uma ética socioambiental; Não humanos na ética socioambiental; e Território, equidade e justiça ambiental.
Temos nós, consumidores, alguma parcela de responsabilidade ante a crise ambiental em que vivemos? Será através da mudança do nosso estilo de vida o caminho para se alcançar o florescimento do meio ambiente? Alguns indivíduos têm assumido o compromisso de mudar seus hábitos de consumo objetivando transformar a sociedade, por entenderem o âmbito do consumo como um espaço de ação política.
As autoras aqui reunidas, propondo-se a repensar suas práticas cotidianas à luz das leituras e trocas vivenciadas no grupo, buscam compreender e denunciar as maneiras pelas quais o racismo estrutural e sistêmico adoece pessoas e relações em todas as esferas da vida. Tecendo interlocuções com as ideias de Jacob Levy Moreno e o pensamento de intelectuais negros e negras, discorrem sobre letramento racial, branquitude, relações familiares afrocentradas, intersubjetividade, mulher negra, envelhecimento e negritude, entre outros temas. Suas reflexões ajudam a entender o psicodrama como uma abordagem psicossocial que tem o potencial de contribuir para a luta antirracista e a construção de relações mais saudáveis. Textos de: Adriana Cristina Dellagiustina, Adriane Rita Lobo, Caroline Batista Bettio, Daniela Aparecida Cardoso da Silva, Dayse Bispo Silva, Elenice Gomes, Evânia Maria Vieira, Luiza Lacerda de Oliveira, Luiza Martins Silva Guimarães, Maria Célia Malaquias, Maria Luiza Vasconcellos Barbosa, Maristela Paz Correa Felipe, Marli de Oliveira, Melissa Oliver Vidal, Rosana Maria de Sousa Rebouças, Silvana Monteiro Gondim, Sirlene Margarida Pedro, Soraia André César, Teresa Cristina Bignardi Gonçalves e Valéria Brito.
Filósofo trans e um dos maiores pensadores da atualidade, Paul Preciado desafia a psicanálise a se abrir às novas abordagens político-sexuais. Em novembro de 2019, Paul Preciado foi convidado a falar para 3.500 psicanalistas na Jornada Internacional da Escola da Causa Freudiana em Paris, cujo tema era “Mulheres na psicanálise”. Seu discurso se inspirou no emblemático Relatório a uma academia, de Franz Kafka, em que um macaco diz a uma assembleia de cientistas que a subjetividade humana é uma jaula como a que o aprisionou. A fala de Preciado provocou um abalo sísmico. O filósofo apresentou à plateia o dilema que, acredita ele, deve ser enfrentado pela psicanálise — seguir trabalhando com a velha epistemologia da diferença sexual e validar o regime patriarcal colonial que a sustenta, endossando e sendo também responsável pela violência que produz; ou abrir-se a um processo de crítica política das suas linguagens e práticas, e enfrentar a nova aliança necropolítica do patriarcado colonial e suas tecnologias farmacopornográficas.
A influência dos exercícios físicos na promoção da saúde, na prevenção e no tratamento de doenças é o foco deste livro. Os capítulos abordam temas diversos, incluindo a fisiologia, o metabolismo e a imunologia do exercício, além de analisar, por exemplo, os tipos de exercícios a serem enfatizados ou evitados em determinadas circunstâncias, bem como os efeitos esperados e os fatores de risco. O livro dispõe de seções sobre as condições cardiovasculares, metabólicas, respiratórias, neuromusculares e ortopédicas, além de tratar de ginecologia, obstetrícia, psiquiatria e neurologia. Esta obra vem tornar-se referência tanto para médicos como para educadores físicos, combinando conhecimentos de ambas as áreas. Autores: Profs. Drs. Mauro Vaisberg e Marco Túlio de Mello Prof. Dr. Mauro Vaisberg Especialista em Medicina Esportiva. Mestre em Imunologia pela Unifesp. Doutor em Reabilitação pela Unifesp. Médico Pesquisador da Disciplina Clínica Médica da Unifesp. Prof. Dr. Marco Túlio de Mello Especialista em Educação Física para Pessoas com Necessidades Especiais pela UFU. Doutor em Ciências/Psicobiologia pela Unifesp. Prof. Adjunto da Disciplina Medicina e Biologia do Sono da Unifesp. Livre-docente da Unicamp.
Leitura obrigatória para se compreender a complexidade da exploração sexual e seus modos de enfrentamento. O livro contribui para o debate das ciências sociais com a análise sobre os modos de conceituar o problema, suas ambiguidades e deslizamentos morais. Apresenta também a diversidade de experiências de enfrentamento em distintos territórios ? cidades de fronteiras, da região amazônica, turísticas, ligadas à exploração do petróleo e rodovias.
Fabulosas conta as histórias de mais de trinta pessoas LGBTQIAP+ que deixaram e deixam uma marca no Brasil, por meio de sua arte, sua vida e sua luta. Os leitores vão conhecer personagens fascinantes e descobrir peculiaridades como o percurso enfrentado até o primeiro beijo gay na TV brasileira e o significado dos principais termos do pajubá. Você certamente já ouviu falar de Laerte. E de Caio Fernando Abreu, de Marielle Franco, de Linn da Quebrada. Mas e Felipa de Souza? E Luiz Delgado? Muito antes de os movimentos LGBTQIAP+ se articularem e conseguirem suas primeiras vitórias, já havia brasileires lutando pelo direito de viver sua sexualidade e seu gênero de maneira livre.
Como é possível que relações familiares permeadas de amor e consanguinidade sejam também violentas e repressoras do ponto de vista racial? Em um país onde um terço das relações matrimoniais se dá entre pessoas que se autoclassificam como sendo de raças diferentes, responder a essa pergunta é tarefa urgente para o avanço do combate ao racismo. Ao indagar se vínculos afetivos em famílias inter-raciais podem amenizar ou desconstruir o ideário racista nos indivíduos, Lia Vainer Schucman percebe que a raça não atua apenas como elemento organizador, mas também como uma categoria geradora de dinâmicas, discursos, conflitos e hierarquias intrafamiliares. É o caso, por exemplo, dos Alves: apesar de João se considerar negro, Valéria não reconhece a identificação do filho, negando a origem e a presença da negritude na família. Assim, a mãe reproduz e legitima o racismo no qual foi socializada, ainda que haja amor em sua relação. Além desta, mais quatro famílias oferecem relatos comoventes e deixam entrever ora um profundo sofrimento, ora lampejos de consciência racial ativa e coletiva, demonstrando que o espaço familiar pode tanto ser um lugar de enfrentamento da violência, como de sua perpetuação. Das entrevistas também emergem conceitos muito debatidos nos estudos sociológicos e na antropologia — as máscaras brancas de Fanon, a dupla consciência de Du Bois — que, aliados à abordagem psicossocial de Schucman, permitem compreender não só a sociedade brasileira, embasada no mito da democracia racial, como a ideologia do embranquecimento e os impactos disso na subjetividade das pessoas. Vê-se também a dificuldade de classificação racial e o lugar de fluidez do mestiço, este que raras vezes tem sua subjetividade pesquisada. Famílias inter-raciais é um estudo corajoso e acessível por sua linguagem e sensibilidade. Ao abrir a porta da casa de cada família, escancara o que no debate público já há muitos anos se diz: a formulação de mais estratégias de enfrentamento ao racismo é fundamental para combater a desigualdade e a crise social no Brasil.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.