Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Nesta obra rigorosamente filosófica, Byung-Chul Han reflete, tomando como referência Kant, Heidegger, Lévinas e Canetti, entre outros, sobre a re-ação à morte para indagar a complexa tensão entre este conceito em relação aos de poder, identidade e transformação. Morte e alteridade se inspira na fenomenologia e na literatura contemporânea para contrapor as reações de ou a ênfase do eu ou o amor heróico na hora de encarar a morte. Além disso, mostra outra maneira de “ser para a morte” em um modo de tomar consciência da mortalidade que conduz à serenidade. Dessa maneira, tematiza-se uma experiência da finitude com a qual se aguça uma sensibilidade especial para o que não é o eu: a afabilidade.
Este livro gira em torno de coisas e não-coisas. Desenvolve tanto uma filosofia do smartphone quanto uma crítica da inteligência artificial a partir de uma nova perspectiva. Ao mesmo tempo, recupera a magia do sólido e do tangível e reflete sobre o silêncio que se perde no ruído da informação.
Para Nietzsche, o tempo não só e dotado de realidade, mas a realidade é, em sua totalidade, temporal. Através da experiência do pensamento e dos sentidos, torna-se evidente que o vir-a-ser tem preponderância sobre a permanência enquanto a permanência é um resíduo psicológico projetado sobre a realidade, a mudança se impõe de forma premente. Mas não se trata tão somente de reerguer, sob uma ótica invertida, a antiga disputa entre ser e vir-a-ser. Pois se há apenas o vir-a-ser, deve-se a ele imputar caráter de ser, uma decisão pioneira que acena para um novo rumo nas discussões acerca do problema do ser.
Arrastamo-nos por trás da mídia digital, que, aquém da decisão consciente, transforma decisivamente nosso comportamento, nossa percepção, nossa sensação, nosso pensamento, nossa vida em conjunto. Um enxame digital! Embriagamos-nos hoje em dia da mídia digital, sem que possamos avaliar inteiramente as consequências dessa embriaguez. Essa cegueira e a estupidez simultânea a ela constituem a crise atual.
Rituais podem ser definidos como técnicas simbólicas de encasamento. Transformam o estar-no-mundo em um estar-em-casa. Fazem do mundo um local confiável. São no tempo o que uma habitação é no espaço. Fazem o tempo se tornar habitável. Sim, fazem-no viável como uma casa. Ordenam o tempo, mobiliam-no. Os rituais não assinalam, no presente ensaio, um local saudosismo. Servem, ao contrário, como contraponto perante o qual nosso presente se delineia de modo mais nítido.
Um clássico da sabedoria sufi em tradução rigorosa e edição comentada. Como o Uno se manifesta no múltiplo? De que forma uma realidade absoluta e indivisível dá origem à infinita diversidade do cosmos? Nesta obra concisa, Ibn Arabi, o “maior dos mestres” do sufismo, utiliza a geometria para perscrutar esse mistério.
O percurso do processo de luto é marcado por idas e vindas - dias melhores, dias piores -, em que cada sujeito está tentando descobrir o que fazer com a perda, a falta e o vazio. Neste livro, Carla Rodrigues aborda o problema do luto, tema que passou a tomar como central na filosofia política de Butler, deslocando-o de categoria clínica para categoria ético-política, sem abrir mão da interlocução com a psicanálise. Estão reunidos aqui textos elaborados entre 2018 e 2020 e organizados em três partes: “Por que Judith Butler”, “Luto e despossessão” e “Encontros feministas”.
"A justiça, ou ainda, a injustiça, não nos deixa indiferentes. Muitas vezes não estamos de acordo sobre o que é justo ou injusto. Isso é um fato. Como pode acontecer que distintas pessoas ou grupos se enfrentem, cada um acredita sinceramente que está agindo em nome da justiça? Quem está errado? Será que casa um deles pressupõe um significado diferente para a palavra justiça?"
Ainda existe em relação ao conceito de poder um caos teórico. Opõe-se à evidência do seu fenômeno uma obscuridade completa de seu conceito. Para alguns, significa opressão. Para outros, um elemento construtivo da comunicação. As representações jurídica, política e sociológica do poder se contrapõem umas às outras de maneira irreconciliável. O poder é ora associado à liberdade, ora à coerção. Para uns, baseia-se na ação conjunta. Para outros, tem relação com a luta. Os primeiros marcam uma diferença forte entre poder e violência. Para outros, a violência não é outra coisa senão uma forma intensiva de poder. Ele ora é associado com o direito, ora com o arbítrio. Tendo em vista essa confusão teórica, é preciso encontrar um conceito móvel que possa unificar as representações divergentes. A ser formulada fica também uma forma fundamental de poder que, pelo deslocamento de elementos estruturais internos, gere diferentes formas de aparência. Este livro se orienta por essa diretriz teórica. Desse modo, poderá ser chamado poder qualquer poder que se baseie no fato de não sabermos muito bem do que se trata.
Este livro reúne ensaios de Judith Butler, escritos ao longo de duas décadas, que detalham suas reflexões sobre os papéis das paixões na formação do sujeito. Com base em seus primeiros trabalhos sobre o desejo hegeliano e suas reflexões subsequentes sobre a vida psíquica de poder e a possibilidade de relatar a si mesmo, Butler mostra, em diferentes contextos filosóficos, como o eu que busca constituir-se já se encontra afetado e formado contra sua vontade pelos poderes sociais e do discurso. A autora lança luz sobre o desejo de viver, a prática e o perigo do luto, o amor e os modos despossessão, abordando questões-chave sobre gênero, sexualidade e raça sob diversas análises. Tomados em conjunto, estes ensaios seguem o rastro do desenvolvimento das ideias de Butler sobre as relações éticas.
Uma viagem pelo conceito de tempo, permeada por desafios e questionamentos, na tentativa de refletir sobre este instigante e intangível enigma. Fruto de uma aprofundada pesquisa e de sua própria vivência como médico psiquiatra, professor de psicologia e filósofo, o autor apresenta um ensaio em que dialogam filosofia, psicologia, ciência, literatura e outros campos do saber.
Pascal, escritor e filósofo de gênio, é também um extraordinário pensador político. Seu pensamento é talvez o mais necessário em nossa época, por ser o mais lúcido, o mais desiludido, o mais desesperado, e não obstante sem concessão alguma ao niilismo ou à tentação - às vezes tão forte! - do recolhimento individualista ou apolítico.
Na contracorrente dos protofascismos emergentes, Pensar Nagô é um convite ao encontro transcultural e não violento entre modos diversos de crer, existir e pensar. Muniz Sodré formula aqui a hipótese de uma filosofia que começa na cozinha da casa em vez de nos desvãos celestes da metafísica. Esta é a perspectiva de um modo afro, de uma forma intensiva de existência com processos filosóficos próprios. Afro designa a especificidade de processos que assinalam tanto diferenças quanto possíveis analogias para com os modos europeus. Buscando descolonizar o pensamento, Pensar Nagô é um novo lance de abertura no xadrez dos estudos brasileiros.
Uma investigação cultural e biológica do ódio, do preconceito e da guerra Articulando exemplos e estudos que vão da biologia até a literatura, o filósofo da ciência Michael Ruse enfrenta uma das mais espinhosas perguntas acerca da natureza humana: quais as raízes do ódio? Explorando temas como grupos e pertencimento, agressividade e cordialidade, racismo, antissemitismo e misoginia, Ruse traz neste ensaio contribuições da biologia, da arqueologia, da psicologia e da antropologia para refletir sobre a questão do ódio, tanto como um fenômeno a ser entendido quanto como um impulso a ser refreado.
As metodologias qualitativas, largamente usadas pelas ciências sociais, podem contribuir para a compreensão de aspectos singulares e subjetivos da atenção à saúde e da biomedicina. O volume em questão reúne contribuições de um grupo da pós-graduação em saúde coletiva do Instituto de Medicina Social (IMS) da Uerj que defende essa abordagem para a pesquisa em atenção à saúde. “A possibilidade de aprendizado com antigos saberes médicos,... como proposta de uma revitalização paradigmática, surge de forma instigante e provocadora, suscitando novas reflexões e debates”. Nesse contexto, o livro apresenta: trabalhos de cunho etnográfico - investigações no processo de ensino-aprendizagem na acupuntura -, por meio da observação de aulas teóricas e práticas; experiências dos residentes de medicina na atenção às complexas necessidades das pessoas vivendo com HIV/Aids; a relação dos médicos com pacientes que sofrem de sintomas indefinidos; e o cotidiano de uma família que cuida de um parente com múltiplas necessidades, após sua alta hospitalar, entre outras perspectivas da atenção à saúde sob um outro olhar.
Versando sobre a questão clássica da liberdade e da necessidade, além de outros temas centrais da filosofia, como a natureza do bem e do mal, da justiça, do fundamento do poder político, dentre outros, o presente debate é um precioso documento histórico do confronto entre um religioso adepto da tradição escolástica e um filósofo partidário da ciência moderna nascente. A querela de John Bramhall com Thomas Hobbes, iniciada em 1645, é uma controvérsia entre duas personalidades fortes e opostas, bem indicativa da situação da filosofia e da teologia da época.
Como escrever sobre o problema do mal de maneira razoável, sem sobrecarregar o leitor com fórmulas metafísicas da teologia e da filosofia, e, ao mesmo tempo, sem deprimi-lo inutilmente com um compêndio histórico das desgraças humanas, de Adão e Eva à bomba atômica? Terry Eagleton enfrenta esse desafio fazendo deste livro uma espécie de caldeirão das bruxas de Macbeth, com ingredientes diversos, desde os mais sutis até aqueles considerados absolutamente repugnantes.
No livro, o filósofo e fisiólogo francês Pierre-Jean-Georges Cabanis se junta ao debate fisiólogico da época acerca da pena de morte usando a guilhotina, que tentava elucidar como se dava no corpo a morte por esse método de execução. Cabanis acaba por argumentar contra a pena de morte por crer que ela não se justifica nem resolve a questão da criminalidade.
Nos dias atuais não há mote que domine mais o discurso público do que o tema da transparência. Ele é evocado enfaticamente e conjugado sobretudo com o tema da liberdade de informação. A sociedade da transparência é uma sociedade da desconfiança (Misstrauen) e da suspeita (Verdacht), que se baseia no controle em virtude do desaparecimento da confiança. A forte e intensa exigência por transparência aponta justamente para o fato de que o fundamento moral da sociedade se tornou frágil, que valores morais como sinceridade ou honestidade estão perdendo cada vez mais significado.
A sociedade paliativa é uma sociedade do curtir. Ela degenera em uma mania de curtição. O like é o signo, o analgésico do presente. Ele domina não apenas as mídias sociais, mas todas as esferas da cultura. Nada deve provocar dor. Não apenas a arte, mas também a própria vida tem de ser instagramável; ou seja, livre de ângulos e cantos, de conflitos e contradições que poderiam provocar dor. Esquece-se que a dor purifica. Falta, à cultura da curtição, a possibilidade da catarse. (Trecho da obra)
O SPK, pelo SPK: O estado do mundo é doença. Todos estão doentes. O que fazer? Fazer da doença uma arma é o primeiro olhar para um futuro a ser construído, livre de nomes e soluções finais, governadores, fábricas de saúde etc. O Coletivo Socialista de Pacientes (SPK) o chama Utopatia [Utopathie]. Fazer da doença uma arma é e permanece o programa, estável em seus efeitos há mais de 50 anos. O SPK e seu desenvolvimento posterior na Frente de Pacientes (PF) curto-circuita doença e revolução. Isso é e foi mostrado: A saúde é uma quimera biológico-nazista, cuja função na cabeça de cada um é o mascaramento do condicionamento social e da função social da doença. A doença não é sofrimento e passividade, mas enquanto resultado das relações capitalistas de produção, a doença é, em sua forma desenvolvida enquanto PROTESTO da vida contra o capital, A força produtiva revolucionária para os seres humanos.
A Topologia da Violência de Byung-Chul Han caracteriza, sobretudo, aquela transformação do acontecimento da violência que se realiza na mudança da decapitação (sociedade pré-moderna da soberania e do sangue) para a deformação (sociedade moderna da disciplina) até chegar à depressão (sociedade atual do desempenho e do cansaço).
Estamos perdendo nossa capacidade de não fazer nada. Nossa existência é completamente absorvida pela atividade e, portanto, totalmente explorada. Como só percebemos a vida em termos de desempenho, tendemos a interpretar a inatividade como um déficit, uma negação ou uma mera ausência de atividade quando, muito pelo contrário, é uma capacidade independente interessante. Byung-Chul Han investiga os benefícios, o esplendor e a magia do ócio, projetando um novo modo de vida – que inclui momentos contemplativos – para enfrentar a atual crise de nossa sociedade e impedir nossa própria exploração e destruição da natureza.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.