Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
História natural da religião é uma profunda reflexão sobre os princípios que dão origem à crença original e como o contexto histórico, cultural e social influencia e é influenciado pelas disposições morais e filosóficas do ser humano. O percurso de Hume leva ao entendimento de que "o bem e o mal se misturam e se confundem universalmente, assim como a felicidade e a miséria, a sabedoria e a loucura, a virtude e o vício".
A história vem se aproximando nos últimos anos da saúde coletiva, integrando o que se conhece como uma de suas áreas construtoras, a chamada ciências sociais e humanas. A obra aqui apresentada traz uma reunião de propósitos: por um lado, atenta para as metodologias que a historiografia recente vem produzindo para contribuir com as investigações que necessitam buscar dimensões temporais e, por outro lado, indica questões e temas considerados fundamentais na compreensão da saúde coletiva e medicina, ganhando interpretações recentes, resultando numa obra inédita que traduz os anseios dessa área de estudos e práticas.
A intenção do autor é estudar o doente, investigando seus sentimentos e seu papel no contexto da tuberculose. Para tanto, ele desvenda a doença, os especialistas, as instituições e as relações sociais relacionadas à peste branca no Brasil nos primeiros cinqüenta anos do século passado.
Esta coletânea resulta de um esforço de reunir temáticas inerentes às condições das mulheres em nossa sociedade. Nesse sentido, apresentamos discussões sobre o lugar e as lutas travadas pelas mulheres, assim como problemas que as afetam diretamente. Nós reconhecemos o valor das conquistas dos movimentos de mulheres (dos feminismos) no decorrer das décadas, mas considerarmos que elas ainda se fazem necessárias diante do atual contexto, tendo em vista os retrocessos políticos vivenciados no país nesses últimos anos. A partir de diferentes perspectivas, as autoras do livro discorrem sobre tais temáticas, evidenciando, em alguns casos, problemáticas presentes em nossa realidade que afetam as vidas de muitas mulheres. A obra não foi escrita pensando apenas em alcançar um público feminino, pelo contrário, almejamos que pessoas de diferentes gêneros tenham contato com os nossos textos, uma vez que muitas das agendas dos feminismos não estão restritas às questões das mulheres, mas do bem estar da humanidade em geral. Um livro escrito por mulheres que questionam os papéis de gênero consolidados em nossa sociedade, e que incentivam a busca por estratégias alternativas para a superação dessas condições.
Esta coletânea convida os leitores a ultrapassar os limites de uma análise superficial e imediatista sobre a "questão de gênero" e seus desdobramentos, em especial para a saúde.
Ao longo da vida, Freud publicou cinco grandes histórias clínicas, que se tornaram os casos paradigmáticos da clínica psicanalítica, tanto por seus sucessos quanto por seus impasses. Dora, Hans, Homem dos Ratos, Schreber e Homem dos Lobos são, ao mesmo tempo, nomes próprios de casos singulares e paradigmas das estruturas e dos tipos clínicos que eles indexam. Na escrita dessas histórias, sobressaem a escuta sensível do psicanalista atento ao detalhe e o talento inigualável do narrador que escrevia seus casos como romances. Foi o próprio Freud que insistiu na publicação conjunta desses cinco casos, reunidos pela primeira vez num único volume no Brasil, oferecendo ao leitor uma visão de conjunto dos mais célebres casos clínicos da psicanálise. No presente volume, a tradução buscou não apenas reimprimir e reeditar, em português do Brasil, os conteúdos apresentados por Freud, mas também adaptá-los para a realidade dos leitores brasileiros – especialistas ou não –, proporcionando-lhes uma visão tanto das superfícies textuais mais aparentes quanto, sempre que possível, das camadas internas, das entrelinhas, das pressuposições mais recônditas nos textos de Freud, indelevelmente marcados por um estilo que mescla o científico e o literário. Leitura indispensável tanto para psicanalistas quanto para aqueles que se interessam em conhecer como cada sujeito inventa formas de viver com seus sintomas e sofrimentos psíquicos.
Em um contexto urbano complexo e vulnerável como o pesquisado, a obra busca reconstituir a história de pessoas e lugares do território de Manguinhos hoje repleto de favelas que circundam a Fiocruz, com seus inúmeros problemas socioambientais e sanitários. Os autores estendem-se por cerca de cem anos de ocupação da história social e urbana do Rio de Janeiro (capítulo importante e até hoje tão pouco explorado), mediante abordagens relacionadas à própria história, à memória e ao urbanismo. Trabalhou-se com a história oral, optando-se por dar voz aos moradores da região. Entre depoimentos, fotografias, vídeos, documentos oficiais, cartas e jornais de época, bem como entrevistas com experientes profissionais envolvidos na implantação de projetos em favelas cariocas, o livro nos revela, de forma consistente, com seu material inédito, a diversidade e a singularidade dos processos socioespaciais constitutivos das 12 comunidades estudadas. Entre lembranças e vivências narradas, transparecem as configurações desse típico bairro de periferia que retrata uma triste realidade de exclusão social e de discriminações. Com base no conteúdo, o leitor terá a oportunidade de poder continuar a registrar e a acompanhar as futuras transformações que ocorrerão em Manguinhos.
Neste livro, Jay A. Levy faz uma revisão completa e especializada da história da AIDS e de como os cientistas e profissionais de saúde reagiram aos desafios encontrados nas quase três décadas de luta contra a epidemia. Por fim, avalia os avanços mais recentes na busca por vacinas contra o HIV. Segundo Esper Georges Kallás, professor da Faculdade de Medicina da USP: “Sem dúvida, o livro que temos em mãos tornou-se uma referência quase obrigatória para estudantes, pesquisadores, médicos que tratam de pessoas que vivem com HIV e profissionais de saúde pública. Após ler milhares de artigos científicos e praticamente viver a história da epidemia, o Dr. Levy conseguiu, com um extenso trabalho, de A a Z, compilar as informações mais importantes na área. Além disso, é reconhecido pelos seus pares como um dos principais cientistas na pesquisa do HIV, com publicações que são referência”.
Hivinho: uma história de vida, que trata da história de um adolescente com HIV / Aids que retrata desde seu nascimento até a adolescência, passando pelas dificuldades em manter um tratamento seja pelas questões familiares e pessoais ou pelos mitos , estigmas, medos e vergonha. Esta história envolve a equipe de saúde e seus familiares no convívio institucional.
Em reportagem consagrada, Daniela Arbex denuncia um dos maiores genocídios do Brasil, no hospital Colônia, em Minas Gerais No Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, conhecido apenas por Colônia, ocorreu uma das maiores barbáries da história do Brasil. O centro recebia diariamente, além de pacientes com diagnóstico de doença mental, homossexuais, prostitutas, epiléticos, mães solteiras, meninas problemáticas, mulheres engravidadas pelos patrões, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento, mendigos, alcoólatras, melancólicos, tímidos e todo tipo de gente considerada fora dos padrões sociais.
Homens ou máquinas?, nova obra da coleção Escritos Gramscianos reúne 33 textos escritos por Antonio Gramsci entre 1916 e 1920, dos quais dezesseis são publicados pela primeira vez em língua portuguesa. Esta seleção traz artigos de grande importância para entender a particular concepção de Gramsci a respeito da luta de classes, e, mais em geral, para nos encaminhar dentro de anos dramáticos e que culminaram, posteriormente, na ascensão do fascismo na Europa. O problema que encontramos com mais continuidade nas reflexões e nos escritos de Gramsci entre 1916 e 1920 é o de libertar os “simples” da conjunção de heterodireções que impedem a subjetividade autônoma, a independência e a autossuficiência das massas populares. Pondo o tema da “Democracia operaria” como meio e fim das lutas para o socialismo, Gramsci desenvolveu a ideia da estreita relação entre produção e revolução como antítese da delegação passiva aos organismos burocráticos, correlacionando a experiência dos conselhos com o desenvolvimento da luta de classes na Europa. “Como amalgamar o presente e o futuro, satisfazendo as urgentes necessidades do presente e trabalhando efetivamente para criar e antecipar o porvir?”, escreve Gramsci no artigo Democracia operária, sintetizando as reflexões e empenho político que o cercaram durante os anos de 1916 e 1920.
Neste Homo Deus: uma breve história do amanhã, Yuval Noah Harari, autor do estrondoso best-seller Sapiens: uma breve história da humanidade, volta a combinar ciência, história e filosofia, desta vez para entender quem somos e descobrir para onde vamos. Sempre com um olhar no passado e nas nossas origens, Harari investiga o futuro da humanidade em busca de uma resposta tão difícil quanto essencial: depois de séculos de guerras, fome e pobreza, qual será nosso destino na Terra? A partir de uma visão absolutamente original de nossa história, ele combina pesquisas de ponta e os mais recentes avanços científicos à sua conhecida capacidade de observar o passado de uma maneira inteiramente nova. Assim, descobrir os próximos passos da evolução humana será também redescobrir quem fomos e quais caminhos tomamos para chegar até aqui.
Como o arsenal do conhecimento científico e social justifica o assassinato de pessoas pretas? Homo modernus — Para uma ideia global de raça (Editora Cobogó) apresenta uma análise contundente da força política do racial na sociedade contemporânea. Este livro, escrito originalmente em inglês e publicado em 2007 nos Estados Unidos, se tornou fundamental para a compreensão da teoria inovadora da pensadora negra-brasileira Denise Ferreira da Silva – escritora, artista e professora interdisciplinar de grande relevância internacional – sobre as questões éticas do presente global. Nas palavras de Saidiya Hartman, escritora e professora da Columbia University, “é um estudo brilhante sobre o papel essencial da raça na modernidade global” e “um dos grandes textos dos Estudos Negros [Black Studies]”. Remontando à história da filosofia moderna, de Descartes a Herder, e dialogando com mulheres pensadoras contemporâneas como bell hooks, Judith Butler e Kum-Kum Bhavnani, a autora desafia os modos usados para entender a subjugação racial e reformula a figura central dos relatos éticos – o conceito do homo modernus, isto é, a consciência global/histórica. Como define Jorge Vasconcellos, professor da UFF e teórico-ativista do Coletivo 28 de Maio, “a autora nos propõe — com sua obra de pensamento e com suas práticas artísticas — ferramentas teóricas e sensíveis que se transformam a um só tempo em armas de investigação acadêmica e usina conceitual libertária”. Ao confrontar radicalmente nossas formas de compreender a racialidade, Homo Modernus, com um texto poético e incisivo, é tanto uma poderosa investigação acadêmica quanto um experimento para pensar e viver o mundo hoje.
Um tema relevante e pouco explorado, tratado sob o ponto de vista da saúde, é apresentado de maneira clara e didática. Além de conceitos teóricos, necessários para a compreensão adequada da sexualidade, dos problemas da saúde e da importância da educação para prevenção, são apresentados dados revelados por pesquisas sobre tópicos como homofobia, DST e HIV/Aids, que envolveram adolescentes. Uma abordagem ligada à produção de sentidos sobre as vivências e às experiências da vida, que torna essa obra uma leitura obrigatória para todos aqueles que constroem seu saber nas diversidades da vida, no respeito às diferenças e na escuta do outro.
Em coedição com a Editora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a obra é fruto do projeto de pesquisa “Do Hospício de Pedro II ao Hospício Nacional de Alienados: Cem Anos de Histórias (1841-1944)” – desenvolvido entre 2015 e 2018, no Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e financiado pelo Edital do Programa de Excelência em Pesquisa (Proep-Fiocruz-CNPq). Foram reunidas neste livro as contribuições mais recentes de pesquisas que têm como tema comum a história do Hospício Nacional de Alienados (HNA), primeiro hospício especializado para alienados do país. O lançamento se soma aos títulos que abordam o Hospício Nacional de Alienados (HNA) e revisita a história do hospício com base na análise de novas fontes e perguntas. Também se utiliza de variadas e renovadas perspectivas teóricas e metodológicas mais recentes. “Como os próprios coordenadores do livro indicam, a emblemática instituição brasileira já tem sido objeto de numerosos estudos, mas, neste caso, as contribuições tanto metodológicas como de conteúdo fazem deste livro coletivo um produto novo e original”, reafirma Rafael Huertas, professor no Instituto de História (IH) do Centro de Ciências Humanas y Sociales do Consejo Superior de Investigaciones Científica (CSIC) de Madrid, no prefácio do livro.
É desconcertante a sinceridade com que Maura Lopes Cançado desfia suas lembranças. Sem nunca escorregar no sentimentalismo ou na autopiedade, este volume é um poderoso testemunho sobre a trajetória da autora, que viveu uma infância abastada no interior de Minas Gerais antes de passar por diversas internações em hospitais psiquiátricos em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Leitora ávida, tida como revelação literária dos anos 1960, a escritora – que por décadas ficou relegada ao ostracismo – nos convida a refletir sobre os limites entre razão e loucura, ficção e memória, realidade e imaginação.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.