Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Em A força da não violência, Judith Butler percorre discussões da filosofia, da ciência política e da psicanálise para reavaliar o que chamamos de violência e não violência e o modo como essas duas expressões se tornam intercambiáveis quando colocadas a serviço, por exemplo, de uma perspectiva individualista das relações sociais ou de um Estado no exercício do biopoder. A obra, lançada originalmente em 2020, mostra como a ética da não violência deve estar conectada a uma luta política mais ampla pela igualdade social. A autora rastreia como a violência é, com frequência, atribuída àqueles que são mais expostos a seus efeitos letais. Para Butler, a condição-limite da manifestação da violência se revela quando certas vidas, uma vez perdidas, não são dignas de luto. Expondo os discursos por meio dos quais a desvalorização e a destruição da vida operam, Butler propõe a compreensão da não violência a partir da condição básica da interdependência entre os seres humanos e identifica a não violência como uma prática de resistência à destruição.
Com trânsito entre a história e a antropologia e referenciada no contexto latino-americano, esta obra aborda um assunto ainda pouco estudado pela historiografia brasileira: as organizações indígenas e o lugar dos índios no conjunto da nação, entendendo a visão deles com base em suas próprias organizações. O livro analisa as questões a eles referentes em diferentes instâncias, como Estado e instituições de apoio à causa indígena, observando um jogo complexo de diálogo que acaba por excluir muitos sujeitos.
Este livro não apenas relata a evolução histórica do ensino médico na Escola Paulista de Medicina, mas testemunha a preocupação do corpo docente em continuar a oferecer uma formação de excelência. A EPM sempre esteve presente nas discussões e trocas de conhecimento para a elaboração de um modelo de educação médica, buscando adequar seu currículo às mudanças nacionais.
De maneira singela, sem afetação acadêmica excessiva, a autora fala de como uma doença que ameaçou dilacerar nossas esperanças de liberdade utópica se torna emblema de uma sociedade.
O livro é de leitura essencial para quem se propõem a analisar e compreender a complexidade dos processos que permeiam a formulação de políticas públicas no campo da saúde. A obra aborda o debate quanto ao papel dos atores chave nos processos de formulação de políticas, a importância da análise do contexto no qual determinada política é formulada e ainda apresenta a importância de que sejam consideradas as ideias e percepções que os autores chave imprimem ao desenho de uma nova política pública, no seu momento de formulação.
Estes ensaios se inspiram na abordagem CTS (ciência-tecnologia-sociedade) também conhecida como Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia (latinoamericana) e na Teoria Crítica da Tecnologia. Perseguem uma senda de pesquisa: a compreensão de um momento zero, constituinte, marcado pelo conhecimento sobre a interação teórico-práxis do trabalho mediado pelos objetos. Os sentidos deste momento de conversão do conhecimento em técnica são também práxis. Aqui falamos da ciência e técnica no sentido de tecnologia, que assume um duplo exercício de crítica e de reificação. Crítica diante de que (nem) toda técnica foi convertida em tecnologia (cientificizada), pois continua a ser obra de artifícies geniais cuja substância social (qualquer uma) vem ao mundo parida para resolver problemas práticos.
Entre outras coisas, bell nos liberta para sabermos que temos o direito de ser amados e que essa é uma luta necessária. Ela também nos diz que devemos amar, mas amar com mais respeito, responsabilidade, compreensão, companheirismo e demonstração constante de afeto e coragem. E seguirmos em luta. Porque ainda precisamos refletir criticamente sobre o passado, nos defender para que nossos corpos não sejam tratados como um alvo para a morte, transgredir os limites estabelecidos pelo racismo, nos curar e criar conexões.
Registrar e refletir sobre as formas de atuação política engendradas pelos povos indígenas no contexto da pandemia de Covid-19 são os principais objetivos deste livro, que reúne pesquisadores e pesquisadoras indígenas e não indígenas das áreas de antropologia, direito e saúde coletiva. Em face das omissões e inadequações da resposta governamental à crise sanitária e da agudização das violações de direitos indígenas sob o atual governo brasileiro, esta coletânea evidencia como o movimento indígena pôs em marcha diferentes estratégias, do chão da aldeia a âmbitos internacionais, não somente realizando denúncias, mas demonstrando também sua capacidade propositiva na formulação de ações e políticas de saúde. Conforme o depoimento de Joziléia Kaingang enfatiza, ”A gente precisa lutar de todas as formas para vencer esse sistema que está aí, a gente não pode admitir de forma alguma que um governo, que uma representação política seja a dona da vida e da morte das pessoas”.
O livro 'A Gestão do SUS no Âmbito Estadual' desenvolve um estudo sobre as condições reais de desenvolvimento da descentralização da saúde no estado, visando a consolidação da proposta eminal da Reforma sanitária - O Sistema Único de Saúde (SUS).
O livro "A gestão dos supérfluos: neoliberalismo e prisão-depósito" contempla a “clara transformação” pela qual o sistema penal brasileiro vem passando, não só inscrevendo-a no quadro da macroeconomia neoliberal, mas também observando as subjetivações que se impõem a partir da “lógica concorrencial”, da cotovelada por espaço como pedra fundamental da sociabilidade humana. A crítica do autor Carlos Eduardo Figueiredo à realidade das execuções penais no Brasil traz a legitimidade de quem, por mais de uma década, exerceu judicatura precisamente nesse campo. Ele assinala, certeiramente, o excesso de prisões provisórias como “característica central de política criminal fundada no risco”; pois, após a Índia e ao lado da Turquia e do México, estamos na casa dos 40% de presos provisórios, dos quais algo em torno de dois terços são de suspeitos ou acusados pretos.
O tema central deste livro é o impacto da globalização neoliberal nas sociedades semiperiféricas e, especialmente, nas diferentes ciências sociais que produziram a identidade econômica, política, social e cultural dessas sociedades. As teorias e quadros analíticos desenvolvidos pelas ciências sociais tiveram como unidade de referência as sociedades nacionais. Não admira, pois, que a intensificação das interacções transnacionais e a consequente problematização das dicotomias em que assentava a teorização - tais como nacional/transnacional, endógeno/exógeno - tenham, por um lado, permanecido relativamente subteorizadas e tenham, por outro, submetido as teorias disponíveis a um questionamento crescentemente insistente. Por este duplo processo, entrámos num período de grande incerteza teórica, caracterizado pela subteorização dos fenómenos emergentes e pela obsolência das teorias existentes. É este o período em que nos encontramos.
Neste livro seminal, Boaventura de Sousa Santos apresenta uma visão panorâmica das propostas epistemológicas e de teoria social crítica que viriam a aprofundar-se e a condensar-se posteriormente em outras publicações. Ele se propunha a lançar os fundamentos de uma nova cultura política que permitisse voltar a pensar e a desejar a transformação social e emancipatória, ou seja, o conjunto dos processos econômicos, sociais, políticos e culturais, tendo por objetivo transformar as relações de poder desigual em relações de autoridade partilhada nos seis espaços-tempo: o doméstico, o da produção, o do mercado, o da comunidade, o da cidadania e o mundial.
Este livro é uma cronologia, de 60 mil a.C. à atualidade, que reúne mais de 1.500 verbetes sobre fatos e eventos que, direta ou indiretamente, marcaram as relações entre o homem e a natureza em torno da questão ambiental. O foco principal é o Brasil e, por isso, o período abordado com mais ênfase é o meio milênio de nossa história desde a chegada dos ibéricos ao Novo Mundo.
A forma como políticos, médicos, farmacêuticos e a população da Bahia se posicionaram diante da desconhecida doença que vitimou cerca de 30 milhões de pessoas nos anos de 1918/19, estrutura o livro. Nele são analisados os diversos aspectos relacionados à gripe que matou o presidente Rodrigues Alves, em janeiro de 1919, antes mesmo de tomar posse. A autora produziu “um belo e inédito mosaico”, tomando por base fontes documentais as mais diversas para fundamentar a pesquisa sobre o enfrentamento do vírus influenza. Gilberto Hochman, pesquisador da COC/Fiocruz e autor do prefácio do livro, exalta “o delicado artesanato” na produção da narrativa que provoca o interesse, a surpresa e até mesmo a compaixão pelos que sofrem nos tempos de epidemia. A obra permite compreender especificidades locais da chamada República Velha na Bahia, além de possibilitar estabelecer comparações da epidemia em perspectiva global, tornando-se importante fonte de pesquisa, ainda mais neste atual momento em que a pandemia pelo vírus da influenza A (H1N1) começa a perder força no hemisfério sul, mas persiste a possibilidade de futura ocorrência de novo repique.
Este livro é uma reportagem capaz de fixar a fisionomia do crime no Brasil. Os autores obtiveram relatos inéditos de integrantes das facções e contam essa história sob um ângulo inédito e revelador. Geridas de dentro dos presídios, as facções criminosas se profissionalizaram. Quem assumiu a dianteira desse processo foi o PCC, responsável por um grau inédito de organização nos presídios brasileiros. Criada em 1993, meses após o Massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos pela polícia, a facção passou a ditar as regras do crime nos presídios de São Paulo, impôs sua influência sobre outros estados e agora se internacionaliza a uma velocidade vertiginosa. Nunca essa realidade foi retratada com tintas tão fortes.
Obra que resgata a dimensão etno-histórica dos povos nativos a partir do estudo da Santidade do Jaguaripe. Uma contribuição valiosa à história do Brasil e à história das incompreensões entre sociedades. Ao longo do século XVI os colonizadores europeus se horrorizaram com um fenômeno religioso entre os tupis, a que chamaram “santidade”. Nela, em meio a danças, transes, cânticos e à fumaça inebriante do tabaco, os índios renovavam a peregrinação à Terra sem Mal — lugar mítico da felicidade eterna que buscavam no mundo terreno. Vasculhando documentação inquisitorial inédita sobre o culto indígena na fazenda de Jaguaripe (Bahia), Ronaldo Vainfas descobre na santidade uma idolatria insurgente, culturalmente híbrida, que ao mesmo tempo negava e incorporava valores da dominação colonial.
Malária, sífilis, tuberculose, ebola, gripe, aids, sarampo e outros males que atacam a humanidade revelam muito mais da nossa história do que imaginamos. Os passos do homem ao longo das épocas, pelos continentes, o início da utilização de vestimentas, a convivência com diversos animais, o encontro com outros seres humanos: tudo isso pode ser desvendado agora com o estudo microscópico de vírus, bactérias e parasitas que cruzaram - e cruzam - o nosso caminho. Esses pequenos seres têm sido protagonistas centrais e narradores, não meros coadjuvantes, do processo histórico. Por meio do dna dos microrganismos, podemos saber quando e como as epidemias atuais se iniciaram e de que forma elas condicionaram a existência humana, dizimando populações, estimulando conflitos, infectando combatentes, promovendo êxodos, propiciando miscigenação, fortalecendo ou enfraquecendo povos.
Jacques Le Goff (1924-2014) examina neste livro, o último que escreveu, em 2013, o problema da periodização da história, tomando como base a fatia de tempo conhecida como “Idade Média”. Para ele, aquele período histórico foi muito mais longo e profícuo do que reza a historiografia tradicional, engloba os anos aclamados como Renascimento e se estende até meados do século 18.
O século XIX trouxe avanços tecnológicos e industriais em diversas áreas. Uma, porém, ficou para trás: a Medicina. Ao redor do planeta, a mortalidade infantil alcançava taxas altíssimas e a expectativa de vida era baixa. Doenças diversas castigavam a população. Mas o cenário mudou ao longo do século XX. Este livro narra, de forma deliciosa, como médicos e cientistas lançavam mão de criatividade, coragem e raciocínio lógico para tornar os progressos possíveis. Experimentos desumanos, antiéticos, acaso e sorte também contribuíram para descobertas inesperadas e revolucionárias. Essa novela, em que a mente humana foi uma das únicas ferramentas disponíveis, é contada pelos médicos Stefan Cunha Ujvari e Tarso Adoni em paralelo aos principais acontecimentos do século XX. Duas histórias inseparáveis, já que fatos históricos precipitaram descobertas médicas, e estas também influenciaram os rumos do século.
Neste livro breve e divertido, o premiado neurobiólogo italiano Stefano Mancuso – autor de Revolução das plantas (Ubu Editora, 2019) e A planta do mundo (Ubu Editora, 2021), e convidado da Flip 2021 – reúne uma série de relatos surpreendentes sobre algo que não costumamos, erroneamente, associar às plantas: o movimento. Assim como os seres humanos, as plantas também migram pelo mundo, e muitas vezes pelos mesmos motivos que nós: para assegurar sua sobrevivência ou para descobrir novas formas de vida, para se transformar ou para transformar outros seres, ou então simplesmente para habitar outros espaços, mobilizadas pelo acaso e pela “curiosidade”. Mancuso traz, em uma escrita híbrida e única entre a ciência e a literatura, narrativas sobre plantas que convencem os animais a carregá-las de um canto a outro; plantas que, em vez de dependerem de outros seres, aprenderam a rolar pelas encostas, voar com o vento ou mesmo nadar nos rios e mares; plantas que resistiram a desastres atômicos e às intempéries do tempo; plantas que desenvolveram frutos incrivelmente versáteis. Seja qual for a história, o leitor de A incrível viagem das plantas será levado a uma realidade em que plantas e seres humanos revelam-se semelhantes e complementares – a nossa própria realidade, pelos olhos do exímio Stefano Mancuso.
Esta publicação traz pesquisas documentais e historiográficas sobre o processo histórico da presença das crianças negras na sociedade escravista na cidade de São Paulo no século XIX. Nela, o autor pesquisou diversas vertentes da vida, cotidiano e desenvolvimento das crianças escravizadas em convivência com sua família ou apenas com a sua mãe, pois os pais eram ausentes ou desconhecidos, conhecidos como ilegítimas; isso quando o destino delas não fosse a Roda dos Enjeitados e a caridade alheia. As crianças escravizadas enfrentavam muitas dificuldades de sobrevivência: deficiências de higiene na gestação, deficiência na amamentação materna e na alimentação e doenças na primeira infância, principal causa da alta mortalidade infantil. Caso sobrevivessem, essas crianças conviveriam com suas famílias nucleares e também com as famílias senhoriais, e em determinada época, elas começavam a executar serviços domésticos como mucamas e pajens e, quando crescessem, trabalhariam na lavoura. Na segunda metade do século XIX, após o fim do tráfico negreiro houve mudanças sociais significativas tanto para os escravizados como para seus filhos. Com a escassez, os senhores tiveram que revalorizar seus escravizados ladinos e nisto os cativos puderam ter seus direitos de alforrias mais concretizados, especialmente entre as mulheres negras e seus filhos e se tornavam mais raras as cenas as violências dos senhores contra as mães escravizadas, separando-as de seus filhos. Outra importante mudança foi à migração das famílias negras libertadas para as cidades. Lá, as crianças negras tiveram outras condições de vida, educação e trabalho, mais próximas da autonomia, porém enfrentariam as precariedades da educação e as poucas chances de ascensão social diante dos imigrantes europeus. Em 28 de Setembro de 1871 é promulgada da Lei do Ventre Livre, dando a condição de liberta todas as crianças negras nascidas após a vigência dessa lei, contudo, elas continuariam tuteladas pelos senhores e prestando-lhes serviços até a liberdade definitiva com a assinatura da Lei Aurea de 13 de Maio de 1888.
Este livro traz um estudo sobre as Comunidades Eclesiais de Base que emergiram no contexto latino-americano a partir dos princípios elaborados pela Teologia da Libertação. O livro nos possibilita um olhar mais alargado sobre um momento específico desse processo, quando o discurso das Comunidades Eclesiais de Base se desloca e passa a dar mais atenção a outros aspectos do cotidiano daquelas populações, particularmente das expressões culturais. A partir da análise da trajetória de cerca de 20 anos de uma Comunidade Eclesial de Base, do final dos anos 1990 até 2015, a autora nos revela toda a potência transformadora presente no papel assumido pelas lideranças seja na luta pela construção de casas como também na realização de festivais musicais e na luta pelos direitos dos jovens e adolescentes, através do engajamento nos Conselhos Tutelares.
O leitor vai encontrar neste livro as razões para embasar suas críticas ou para refinar o uso das tecnologias da web. Uma discussão perspicaz e estimulante sobre as promessas da internet. Indo além da febre da multidão cibernética, Dreyfus, um celebrado escritor de filosofia e tecnologia, questiona se a internet pode realmente levar a humanidade a um novo nível de participação de modo a resolver os problemas da educação em massa.
O reino da liberdade começa com a redução da jornada de trabalho. Esse pensamento de Karl Marx é o mote do presente livro. Neste volume, acompanhamos a história da luta operária pela jornada de oito horas, que teve como resultado uma progressiva redução do tempo de trabalho ao longo de todo o século XX, e entendemos por que essa conquista se encontra ameaçada. Com o alvorecer do século XXI, é o reino da não liberdade que se expande com incrível furor, o que torna premente o retorno dessa pauta para a luta dos trabalhadores de todo o mundo.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.