Reunião de escritos e reflexões sobre sonhos, drogas, religião, neurociência, política, meio ambiente e educação, do autor de O Oráculo da Noite. Neurocientista de carreira internacional, Sidarta Ribeiro nunca abriu mão de exercer seu papel de intelectual público. Por mais de uma década assinou uma coluna mensal na revista Mente e cérebro, além de contribu até hoje com diversos textos para jornais como Folha de S.Paulo e Estadão. Limiar reúne os 56 melhores artigos de Ribeiro e volta agora em edição revisada, com escritos recentes e uma introdução inédita.
As manifestações de Junho de 2013 inauguraram uma sequência de eventos que destroçou os pactos institucionais. O período de instabilidade política e econômica que se seguiu aos protestos, sacudido pela Lava Jato e pelo impeachment de Dilma Rousseff, desembocou na eleição de Bolsonaro e na transformação completa da paisagem política nacional. Eis o processo que Marcos Nobre retraça, disseca e explica neste livro luminoso e contundente.
O Brasil está entre os países que mais lincham no mundo. Nos últimos 60 anos, mais de um milhão de brasileiros participou de ações de justiçamento de rua. Neste livro oportuno e inquietante, o sociólogo José de Souza Martins busca, além dos motivos próximos, as raízes profundas dessa antiga prática, verdadeiro ritual de loucura coletiva.
O livro em questão apresenta estudos e indagações oriundos de autoras e autores de diferentes perspectivas teóricas. Abre caminho para a construção de novos conceitos e um diálogo interdisciplinar cada vez mais profícuo da LA com outras áreas do conhecimento. Os artigos enfatizam a importância da linguagem não somente para perpetuar o racismo, mas principalmente para a construção de práticas antirracistas. E reafirmam que não há como compreender a questão da linguagem sem uma abordagem interseccional.
Em 1981, no curso Malfazer, dizer verdadeiro, Michel Foucault trata da noção de governo pela verdade, introduzida em O nascimento da biopolítica e retomada em Do governo dos vivos.
Temas extremamente atuais da Enfermagem em Pediatria, como Child Life Especialist e Simulação Realística, em um manual escrito por profissionais de um dos mais renomados hospitais pediátricos do Brasil.
O racismo e seus desdobramentos nefastos entraram no radar da Linguística Aplicada só recentemente, como acertadamente apontam os organizadores deste livro. É como se ninguém quisesse abordar a questão abertamente, embora muitos suspeitassem de sua presença dissimulada o tempo todo. Contudo, o fato é que a ideia de raça, junto com os inúmeros mitos e preconceitos que se aglutinaram em torno dela, sempre estiveram presentes nas reflexões sobre a linguagem ao longo de todo esse tempo. Já foi dito que a Linguística encarna o Zeitgeist do século XIX, notadamente marcado pelo espírito de colonialismo, prática fincada no eurocentrismo e na crença cega na superioridade da raça branca sobre as demais. Com o passar do tempo, a ideia de raça negra se transformou numa metáfora para designar todos os seres humanos que não passassem pelo crivo de branquitude de 24 quilates, gesto esse que se acha ecoado quando os povos indígenas caracterizam todos os forasteiros com o rótulo de “brancos”. Enquanto metáfora, a negritude está longe de ser algo concretamente verificável no mundo real (a despeito da ampla crença ao contrário). Daí a extrema importância de trazer para dentro dessa discussão o conceito de interseccionalidade para iluminar a multidimensionalidade do fenômeno em questão, bem como a multiplicidade de fatores que impingem na opressão das minorias, alimentando as desigualdades e recrudescendo as injustiças. Os autores que participam deste livro discutem toda essa questão e muito mais com maestria e brilhantismo.
Como compreendemos e avaliamos as diversas informações sobre saúde que recebemos? Como podemos usar essas informações para o nosso cuidado e para o cuidado do outro? Em tempos de pandemia, essas são questões ainda mais urgentes diante do excesso de notícias, diagnósticos e assuntos relacionados à saúde que alcançam as pessoas das mais diferentes formas. Literacia em Saúde, livro que integra a coleção Temas em Saúde, amplia os debates diante desse contexto.
Este livro contribui para o processo de atualização e aperfeiçoamento dos instrumentos econômicos de gestão dos recursos hídricos vigentes no país.
No cruzamento entre literatura e psicanálise, em encantador diálogo com Fabio Herrmann, Fernanda Sofio mostra que a clínica é a chance de apanhar, pelas estórias, o lugar onde o sujeito se vê enovelado.
A proposta deste volume, Literatura afro-brasileira: 100 autores do século XVIII ao XXI é disponibilizar a professores e alunos dos diversos níveis de ensino dados biográficos e informações sobre a produção literária de escritores e escritoras afro-brasileiros, enriquecidos com indicações de fontes de consulta. Além disso, a publicação prepara os leitores para as ações encaminhadas pelo segundo volume da coleção, Literatura afro-brasileira: abordagens na sala de aula. As informações trazidas por este volume ajustam-se ao projeto de valorizar as representações da diversidade étnica brasileira e rejeitar, de forma mais concreta, tipicações e estereótipos criados sobre a produção literária de negros e negras brasileiros.
Professores de Ensino Fundamental e Ensino Médio de todo o território nacional, sobretudo os de Literatura, História e Artes, bem como todos os pesquisadores, profissionais e cidadãos que buscam a implementação da Lei Brasileira 10.639/2003, encontrarão em Literatura afro-brasileira: abordagens na sala de aula um socorro desejado: subsídios para dinamizar projetos e propostas produtivas, na interlocução com estudantes e grupos sociais diversos, rumo à valorização da História e da cultura dos afrodescendentes e à conquista da positividade em sua autoestima.
Fruto da experiência dos autores nos temas de logística e transporte e de uma profunda pesquisa envolvendo resíduos sólidos no país, o livro busca preencher uma lacuna quanto à existência de publicações que abordem a relação entre resíduos sólidos e seus aspectos logísticos, assim como seus aspectos socioambientais. A logística ambiental de resíduos sólidos está fortemente relacionada com as características intrínsecas do resíduo em questão e com suas respectivas regulamentações. A adoção de tecnologias que utilizem o resíduocomo matéria-prima para gerar energia deverá se consolidar em pouco tempo no Brasil, alterando o conceito de lixo como algo negativo para uma fonte de energia interessante. Essa mudança de paradigma deve ter efeitos diretos sobre a gestão e a logística de transporte de resíduos sólidos.
“Não caia na armadilha de achar que o assunto não lhe diz respeito porque parece estar distante do seu horizonte. Na verdade, começamos a envelhecer no momento em que nascemos. Todos os que temos sorte chegaremos lá e é fundamental que comecemos a praticar o quanto antes.” “Um roteiro para envelhecer bem inclui zelar pelo seu capital físico, a saúde; estimular seu capital intelectual, num permanente processo de aprendizado; alimentar seu capital social, as relações afetivas; e preservar ou expandir o patrimônio, seu capital financeiro.” “Há artigos e fórmulas de todo tipo que ensinam como ficar fabulosa depois dos 50 ou exaltam a figura da ‘vovó gata’. Isso é o oposto de lidar bem com o tempo. O amadurecimento ensina, entre outras coisas, a não se tornar escravo da opinião alheia, o que é libertador.”
Este livro tem como objetivo demarcar que o processo brasileiro de Reforma Psiquiátrica não é uma simples transformação do modelo assistencial, em que pese a enorme importância desta. Trata-se de uma transformação de mentalidades, de culturas, de referências científicas, de relações sociais, de formas de ver e estar no mundo.
A abordagem de um passado recente da alfabetização no país no livro Lourenço Filho e a alfabetização, de Estela Natalina Mantovani Bertoletti, contribui para o debate de problemas atuais das escolas públicas como os altos índices de evasão e repetências de alunos da primeira série do Ensino Fundamental.
A intenção da coleção Feminismos Plurais é trazer para o grande público questões importantes referentes aos mais diversos feminismos de forma didática e acessível. Com o objetivo de desmistificar o conceito de lugar de fala, Djamila Ribeiro contextualiza o indivíduo tido como universal numa sociedade cis hetero patriarcal eurocentrada, para que seja possível identificarmos as diversas vivências específicas e, assim, diferenciar os discursos de acordo com a posição social de onde se fala.
Em um momento em que o sofrimento mental desafia as sociedades contemporâneas e o Brasil não é exceção, e em que o contexto politico não é menos inquietante, com retrocessos e fundamentalismos, de diversas ordem (e como dissociar um do outro?), é preciso resgatar a coragem de nos perguntarmos: o que temos feito? Por que temos feito? Que devemos seguir fazendo? É por isso, extremamente importante que o aqui chamando Campo da Saúde Mental Coletiva, construtor e construto do Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira, esse movimento emancipatório tão estratégico para a transformação das práticas de saúde no Brasil, possa, debruçar-se sobre sua história e revisitar seus êxitos e tropeços à luz das novas conformações e teorias das sociabilidades contemporâneas. Encontramos aqui essa espécie de coragem. Valendo-se do fecundo quadro interpretativo construído por teóricos da modernidade reflexiva" e do "individualismo institucionalizado", somos aqui convidados a nos desacomodar , a não buscarmos o mesmo olhar para paisagens que já se transformaram. Crítica teórica, abertura ao debate e otimismo prático: eis os convites fundamentais e irrecusáveis d tipo de crítica a que nos convida este instigante estudo. José Ricardo C. M. Ayres
Potente e emblemático, Lugar de Negro traça um panorama sucinto de um dos problemas sociais mais candentes do nosso país. Passadas quatro décadas de sua publicação original, sua leitura permanece atual e obrigatória para entender as dinâmicas de raça e classe no Brasil. Lugar de negro reúne três textos de duas grandes referências nos estudos das relações entre desigualdade e raça — Lélia Gonzalez e Carlos Hasenbalg —, sintetizando pontos centrais da questão racial brasileira e contribuindo para fortalecer uma luta fundamental do movimento negro naquela época: descontruir o mito da democracia racial, incitado durante a ditadura.
A surpreendente história da reforma psiquiátrica, é aqui contada na visão de um de seus mais importantes militantes, um líder nato com uma trajetória profundamente ligada ao movimento antimanicomial e aos direitos humanos no Brasil. Um livro que parece um filme. E vemos de camarote. Só para Loucos, Só para Raros!
A partir de um depoimento para a tese de doutorado sobre a instituição do conceito de patrimônio cultural no Brasil com a Constituição de 1988, o diálogo entre o historiador Yussef Campos e o líder indígena Ailton Krenak ampliou-se para questionamentos mais profundos sobre a vida do planeta, e resultou neste livro composto por três textos que apresentam um enfrentamento à monocultura simbólica que as culturas hegemônicas tentam impor ao ser humano e ao planeta. O primeiro texto é uma entrevista feita por Yussef Campos com Ailton Krenak em 2013, para a sua tese de douramento; o segundo é a transcrição de uma fala de Krenak na Universidade Federal de Goiás, após a tragédia do estouro da barragem da Samarco, em Mariana; e o último é um ensaio de Campos que parte do gesto de guerra e luto de Krenak ao pintar o rosto de jenipapo diante do Congresso Nacional, como forma de protesto às deturpações das reivindicações definidas em consulta pública durante a Constituinte.
O livro apresenta a trajetória de Luiz Gama, líder abolicionista, jornalista e poeta. Sua vida é marcada pela luta contra o preconceito. O jovem negro foi impedido de cursar a faculdade de Direito por causa da cor de sua pele. Mesmo assim, Luiz assistiu às aulas como ouvinte e teve um bom aprendizado. Embora não tivesse direito a um diploma, chegou a exercer a profissão de advogado, atuando sempre em favor da abolição.
Este livro é uma homenagem à história e à luta de Luiza Bairros (1953-2016), ativista do movimento de mulheres negras e antirracistas, pensadora e analista política, que, por sua potência, entrou definitivamente para a história das lutas contra o racismo no Brasil. A socióloga Vanda Sá Barreto se propôs, aqui, a agregar olhares sobre temáticas tratadas por Luiza que não haviam sido ainda suficientemente difundidas, bem como a valorizar os caminhos que ela trilhou para se transformar de jovem militante do movimento negro em Ministra de Estado. O livro fala sobre a juventude negra, sobre o Projeto Raça e Democracia, sobre a arte negra, sobre o Estatuto da Igualdade Racial, sobre o Programa de Combate ao Racismo Institucional e sobre o feminismo negro. A autora conecta, assim, os diversos campos de atuação e produção de Luiza, que vão desde a desigualdade racial no mercado de trabalho, passando pela ressignificação da negritude na arte, pelo feminismo negro e pela diáspora africana, até as políticas públicas de racial e de combate ao racismo.
Para além de juízos ou paixões, Lula está entre as maiores figuras políticas da história brasileira. Único presidente do país com origens operárias, e campo magnético de um partido profundamente original em suas raízes, exerceu o poder carismático e a influência de modo mais duradouro que qualquer outro homem público no período republicano, salvo talvez Getúlio Vargas – com quem também compartilha a virulência dos adversários. Desde 2011, Fernando Morais ganhou acesso direto, franco e frequente a Lula. A essas dezenas de horas de depoimentos, somou o faro de repórter e a prosa cativante para compor projeto biográfico que traz um painel do personagem em toda sua grandeza e complexidade.
O sociólogo Rudá Ricci vem se dedicando, há alguns anos, ao exame daquilo que ele mesmo denominou de lulismo. O que vem a ser isso, exatamente? Para o autor, entre outras observações pertinentes que faz, o lulismo pode ser caracterizado como uma submissão de um partido político – no caso, o Partido dos Trabalhadores – aos objetivos de uma liderança nacional, representada por Luiz Inácio Lula da Silva. No plano da configuração das classes sociais, o lulismo significaria, a seu juízo, a ascensão de novos setores das camadas médias da população ao poder central do país. Guiado por um poderoso espírito crítico e um método de análise rigoroso, o sociólogo Rudá Ricci se debruça sobre a trajetória de Lula da Silva desde os tempos das greves do ABC paulista e dos movimentos sociais, fatos que contribuíram de forma decisiva para a criação do PT, ainda no início da década de 80. Prosseguindo em sua análise, ele se interroga sobre o papel do Partido dos Trabalhadores na oposição institucional e, sobretudo, como força governamental, a partir de janeiro de 2003. Porém, destaca que foi no segundo mandato, a partir de 2007, que o lulismo despontou como fenômeno. Na realidade, um fenômeno que finca raízes na tradição autoritária brasileira, que tende a colocar a liderança política acima das classes sociais e das instituições democráticas. Mas esse caminho – ao mesmo tempo modernizador e conservador – tem limites claros, uma vez que o desenvolvimento em curso no Brasil pode impedir, nos próximos anos, a continuidade de tal processo. Este livro já nasce como obra de referência e merece constar das estantes de todo brasileiro preocupado com os rumos futuros do país.
A pandemia tornou as crises mais agudas. As emoções parecem estar à flor da pele. Se estávamos buscando formas de mantê-las sob controle, ou sob anestesia, agora parecem ter obtido um passe livre para circular sem tanta repressão. Como não escutar esse caos que parece explodir em forma de revelação? Essa experiência que nos é comum parece funcionar como uma lupa da alma, magnificando os eventos e permitindo ver aquilo que estava oculto. Uma lente de aumento sobre aquilo que acontece em casa, na cidade, no país, no planeta. Bilhões de pessoas simultaneamente enfrentam o mesmo vírus. Talvez seja o maior laboratório subjetivo da história humana: nunca havíamos partilhado uma experiência dessa magnitude ao mesmo tempo.
O livro propõe uma conversa responsável sobre o sofrimento ocasionado pelo legado da colonialidade. Guiadas pela arte de Adelina, pela conversa com Leide, pela escrevivência de Ponciá e pelas cartas de Beatriz e Bruna, falamos de nós. Das que são impedidas de vivenciarem o prazer, o cuidado e o amor por serem quem são, por pensarem o que pensam, por viverem nas ruas, nos manicômios judiciários ou aprisionadas nos mais diversos tipos de institucionalização.
O livro aborda duas temáticas cada vez mais crescentes nos campos interdisciplinares: gênero -numa leitura dos feminismos interseccionais- e saúde mental, na perspectiva da reforma psiquiátrica. Apesar disso, são ainda muito escassos os artigos acadêmicos ou obras de diversos formatos que possibilitam o diálogo entre estes campos, apesar do crescente interesse de estudantes e profissionais nesta discussão e do surgimento de diversas disciplinas, em cursos de diferentes formações, sobre os feminismos interseccionais e o campo da saúde mental já ter importante relevância para um campo interdisciplinar amplo.
Temos em mãos uma obra que ilustra a potência do que podemos chamar de práxis feminista antimanicomial. Ao trazer a interseccionalidade para a Reforma Psiquiátrica Brasileira e desnudar a emergência de pensar saúde mental a partir das categorias sociais gênero, raça e classe, para além dos resultados de um curso de formação, somos convidadas ao pensamento crítico e à ação político-militante pela vida, pela liberdade, pelo direito ao autocuidado, à insurgência e à escuta - pelo bem viver de nós, mulheres.
O interior do Brasil tem sido objeto da cobiça de colonialistas internos e externos desde a Conquista. Ainda hoje, grileiros continuam a roubar terras na Amazônia, substituindo a floresta por gado e soja para exportação. Mas os povos indígenas e os posseiros resistem. E uma forma de resistência tem sido o combate à produção destrutiva por meio da instalação de reservas agroextrativistas, que reproduzem a vida através da extração duradoura da borracha ou da castanha-do-brasil, entre outras dádivas da natureza. Desde Chico Mendes, assassinado em 1988, há muitos exemplos de resistência popular contra a depredação da Amazônia.
O movimento de Saúde da Zona Leste não ficou preso ao passado e sabe dele tirar seu vigor, modificando-se e trazendo à pauta novas questões que podem ajudá-lo a se renovar e se reinventar, nesse novo tempo. Nessa articulação com os demais novos sujeitos sociais ( já não tão novos) e com setores expressivos dos movimentos sindicais, dos governos progressistas que ajudou a eleger e dos novíssimos movimentos sociais e da juventude, está a possibilidade de construção daquilo que o Movimento de Saúde da Zona Leste aponta, desde os anos 1970, uma sociedade mais livre, justa, feliz, sadia e igualitária.
A partir do discurso autoetnográfico a professora, pesquisadora e ativista Malu Jimenez expõe as violências gordofóbicas a que os corpos gordos femininos estão submetidos desde a infância até a fase adulta. Através de análises teóricas, entrevistas e depoimentos a autora investiga a estigmatização institucionalizada e a patologização do corpo gordo do ponto de vista sociocultural, ao mesmo tempo que salienta a importância da internet para a criação de espaços para a militância antigordofóbica e o ativismo gordo. O livro é resultado da tese de doutorado de Malu Jimenez, que agora ganha nova edição, com novo projeto gráfico e novas fotos. Esta publicação inaugura o selo “Lute como uma gorda”, que discutirá a gordofobia em diversas áreas.
O suicídio é morte trágica que avassala nosso coração e nosso jeito de ser. Para a pessoa em luto por suicídio, percorrer essa árdua travessia é, por si só, um ato de compreensão de que não podemos controlar o incontrolável nem explicar o inexplicável. Diante da morte, há urgência em reconsiderar as prioridades, as necessidades reais que ainda nos fazem sentido. Neste livro, Karina Okajima Fukumitsu apresenta sua trajetória profissional, com mais de 30 anos de experiência como psicóloga e pesquisadora de suicidologia, campo de saber destinado aos estudos de prevenção de processos autodestrutivos, luto por suicídio, posvenção e saúde existencial, refletindo a respeito das perdas e partidas e dos caminhos da dor perante o suicídio de uma pessoa amada. Conta, também, como encontrou firmeza existencial para realizar a travessia, chegando na outra margem. Suas palavras são prumo para quem se encontra em mar revolto.
A ousadia de Rodrigo Santos dá frescor à ficção policial numa trama sedutora que traz um retrato das periferias brasileiras com forte presença das religiosidades afro-ameríndias. Com originalidade, ele incorpora às narrativas contemporâneas a mitologia e o complexo de crenças, a visão de mundo herdada da África. Macumba foi editado originalmente em 2016, esgotou em poucos meses e carecia de uma nova edição. Nele, Rodrigo Santos conta a história de Akèdjè e Ramiro ― o primeiro, líder espiritual africano num passado distante; o segundo, um detetive da Polícia Civil no presente. Akèdjè era, em seu tempo, importante baba do povo Ketu, que originou, no Brasil, uma das nações do Candomblé. Ramiro, por sua vez, aparece no romance como policial, evangélico, competente e circunspecto. Histórias de ontem e de hoje se sucedem a cada capítulo, mediadas por personagens, acontecimentos e o suspense envolvente da trama.
O Registro histórico realizado por meio de pesquisa literária e documental nas instituições envolvidas no controle da malária, associado ao relato das vivências profissionais dos autores do livro, traz aos leitores desta publicação um conhecimento riquíssimo das características epidemiológicas e do controle da malária no Estado do Amazonas ao longo das últimas décadas. A experiência vivida intensamente pelos autores no cambate à Doença, tanto na campanha de erradicação da malária - CEM como posteriormente na Sucam, e mais recentemente na Fundação Nacional de Saúde - Funasa, mostra as dificuldades enfrentadas e como têm sido superadas.
Em seu novo livro, o psicanalista e professor do Instituto de Psicologia da USP Christian Dunker realiza uma abordagem original sobre o mal-estar, o sofrimento e o sintoma na sociedade brasileira. Unindo teoria social e psicanálise, o autor conclui que a privatização do espaço público transforma a própria vida em formas de condomínio, com seus regulamentos, síndicos, gestores e muros: o sonho brasileiro de consumo elevado a paradigma da forma de vida hegemônica no imaginário nacional. Não por acaso, o caminho escolhido na história brasileira é o de despolitizar o sofrimento, medicalizar o mal-estar e condominializar o sintoma , diz José Luiz Aidar Prado no texto de orelha.Mas os sonhos de condomínio fechado produzem monstros, e é sobre eles que este livro discorre. Com suas estratégias de nomeação e controle de todo tipo de mal-estar, o novo espírito do capitalismo nos impede de reconhecer a aspiração de liberdade presente em toda formação de sintoma. Fazendo um paralelo com a vida em forma de condomínio, Mal-estar, sofrimento e sintoma apresenta um novo sintoma social brasileiro, que sofre do mal que pretende erradicar.A obra, dividida em cinco partes, explora as diferenças na tríade mal-estar, sofrimento e sintoma para muito além da visão funcionalista descritiva das patologias mentais. Para o psicanalista, o sofrimento é indissociável de uma experiência que mobiliza sistemas sociais de valores, narrativas e expectativas fracassadas de reconhecimento. A partir dessa premissa, se aprofunda em como a experiência nacional e suas formas de sociabilidade fornecem quadros de circulação dos desejos e afetos, definindo especificidades das patologias mentais. Dunker se dedica a um impressionante esforço de recolocar o capítulo brasileiro da história da psicanálise no interior de um debate mais amplo a respeito das tensões de nosso processo recente de formação cultural , afirma o filósofo Vladimir Safatle, no prefácio do livro.O ato de diagnosticar tem se tornado uma das atividades mais valorizadas em nossa sociedade: desde as políticas públicas, o terceiro setor e a educação, até a recém-cultura dos coachings, mentorings e head hunters , nossas vidas têm sido cada vez mais pautadas por esse comportamento. No entanto, estabelecer um diagnóstico é também definir um pequeno estado de sítio, uma anomalia, uma desordem que será então objeto de ação clínica, mas também biopolítica. Nossa razão diagnóstica tem definido a fronteira entre mal-estar, sofrimento e sintoma sob a perspectiva de um capitalismo à brasileira. Repensá-la e rever a recepção da psicanálise no Brasil é propor a reconstrução de nossas formas de vida. Dunker o faz a partir de uma arqueologia da psicanálise brasileira em conjunção com uma retomada das teorias de brasilidade , conclui Aidar Prado.
Os discursos aqui reunidos foram proclamados, com exceção de “Mensagem às bases”, entre 1964 e 1965. Diferentemente dos grupos que pregavam a não violência, Malcolm X defendia uma resposta intransigente à injustiça da violência contra o negro. Mais do que ataque, tratava-se de autodefesa – de linchamentos, humilhações, precariedade, injustiça social. Seus discursos expõem a contradição que marca a história dos Estados Unidos: um país que se vende como a terra da democracia e das oportunidades, mas que praticou e pratica o racismo de forma estrutural e contumaz. O contexto de Malcolm, nos anos 1960, era de aberta segregação racial: pessoas negras não podiam votar e deviam ceder aos brancos seus assentos no transporte público. A Lei dos Direitos Civis, aprovada em 1964, enfrentava resistência violenta da elite branca e tinha pouco efeito na prática. Malcolm buscava despertar nas massas a coragem de lutar pelos seus direitos. Sua atuação foi violentamente interrompida pelo assassinato que o vitimou, aos 39 anos. Malcolm X fala é a prova de que seu legado está vivo e de que suas palavras continuam atuais e potentes. O volume inclui ainda entrevistas, cartas e um memorando escrito para a Organização da Unidade Africana.
Uma noite, conversando no sofá, Marcela e Mel decidem ter filhos. Logo surge a dúvida: como um casal de mulheres faz para engravidar? Perdidas, resolvem pedir ajuda aos amigos no Facebook. Sustentando o desejo da gravidez sem pai, elas se colocam diante de muitas questões. Em Mama: um relato de maternidade homoafetiva, seu primeiro livro, a autora rompe com o tabu que ainda hoje cerca o amor lésbico e a gravidez entre mulheres para contar a história de sua família. Ao amamentar seus filhos gêmeos, mesmo sem ter sido ela a mulher a gestar, Marcela literalmente peita, num perfeito equilíbrio entre força e delicadeza, os preconceitos e as intolerâncias da nossa sociedade.
Primeiro livro de Marcela Tiboni, agora reeditado pela Jandaíra, Mama: um relato de maternidade homoafetiva traz as vivências de um casal de lésbicas que decidiu engravidar sem um pai. Diante dessa decisão, o casal Marcela e Mel vão em busca de informações nas redes sociais para saber como dar o primeiro passo na direção da maternidade em dupla.
O rápido aumento do número de casos e o variado espectro de suas manifestações clínicas fizeram com que a AIDS se tornasse parte do cotidiano de todos os profissionais de saúde, independemente de sua área de atuação.Para o atendimento de pacientes infectados pelo HIV, tornou-se indispensável o aprimoramento técnico atualizado, tarefa esta que requer um enorme dispêndio de tempo e energia, uma vez que as publicações científicas ocorrem às centenas a cada mês.
Em maio de 2020, a Fundação Oswaldo Cruz completou 120 anos de existência em meio à maior emergência sanitária do último século. Mais um entre os tantos desafios atravessados pela instituição que, diante da pandemia causada pelo novo coronavírus, reforça a sua importância para a ciência, a inovação e as pesquisas em saúde pública no Brasil. Mesmo em um ano de inúmeras dificuldades e incertezas trazidas pela Covid-19, o aniversário da Fiocruz não passou em branco e, além de homenagens e ações de celebração, uma publicação especial sobre a sua história chega ao público em versão atualizada: a reimpressão comemorativa de Manguinhos do Sonho à Vida: a ciência na Belle Époque.
O livro aborda a diferenciação entre gestar, assumir o parentesco e cuidar de uma vida, e, sem homogeneizar a categoria “mulher”, reconhece que a experiência da parentalidade é determinada por fatores como raça, classe, gênero e faixa etária. Para Iaconelli, os embates sobre o cuidado e a reprodução da vida são embates políticos e a psicanálise é uma arma da qual não podemos abrir mão.
No final de fevereiro de 1848, foi publicado em Londres um pequeno panfleto que acabaria por se tornar o documento político mais importante de todos os tempos: o Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels. Passado mais de um século e meio, a atualidade e o vigor deste texto continuam reconhecidos por intelectuais das mais diversas correntes de pensamento. A Boitempo Editorial utilizou, com alguns ajustes ortográficos, a tradução feita por Álvaro Pina a partir da edição alemã de 1890, prefaciada e anotada por Engels. O cotejo foi feito de forma minuciosa com as principais edições inglesa, francesa e italiana, confrontadas com duas edições brasileiras anteriores. Além do Manifesto Comunista em si, o volume traz ainda a reflexão de seis especialistas sobre as múltiplas facetas desta que é, ainda hoje, a obra política mais lida e difundida em todo o mundo. Com organização de Osvaldo Coggiola, o livro tem ensaios de Antonio Labriola, Jean Jaurès, Leon Trotsky, Harold Laski, Lucien Martin e James Petras. A edição compila ainda sete prefácios de Marx e Engels à obra, feitos em diferentes períodos.
Livro que destaca o legado da psiquiatria rebelde de Nise da Silveira (1905-1999). A obra é um desdobramento da premiada pesquisa de doutorado desenvolvida pelo antropólogo Felipe Magaldi no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ). Ganhador do Prêmio Capes de Tese 2019, nas áreas Antropologia/Arqueologia, o autor apresenta aos leitores o que ele mesmo chama de Admirável Mundo Nise, mostrando a fascinante vida da psiquiatra alagoana e sua complexa relação com a luta antimanicomial no Brasil. O título aborda a trajetória e a memória da doutora Nise, com foco em seu trabalho no Rio de Janeiro, a partir da década de 1940 até os dias atuais, em que permanece inspirando novas políticas públicas e produções culturais. O livro revela como o trabalho da médica se destacou pelo combate às intervenções biomédicas violentas e pela defesa de atividades artísticas e expressivas como forma de tratamento em saúde mental. Magaldi destaca que, para se aprofundar no legado da psiquiatra, mergulhou nas produções bibliográfica, documental e memorialística preexistentes sobre o trabalho dela. Também realizei entrevistas com os seus colaboradores vivos e, principalmente, realizei um trabalho de campo, etnográfico, nas instituições vinculadas à memória e ao legado de Nise da Silveira, revela. Entre as instituições exploradas durante a pesquisa de Magaldi, destacam-se o Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, em Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde estão localizados o Museu de Imagens do Inconsciente e a ocupação artística Hotel da Loucura. A Casa das Palmeiras, no bairro de Botafogo, também é um desses importantes espaços do legado nisiano. Uma personagem que jamais se dobrou aos saberes hegemônicos Em sua imersão pelo mundo da médica alagoana, realizado na interseção entre antropologia e história, Felipe Magaldi busca analisar as ideias originais de Nise. Com o livro
Um manifesto cáustico e subversivo que busca derrubar todas as restrições e preconceitos sobre o que pode ou não ser feito com o corpo e para o corpo. Defesa radical da liberdade dos corpos, Manifesto contrassexual põe abaixo todas as noções estereotipadas de sexo, gênero e desejo. Com a verve demolidora e o rigor teórico que o tornaram um dos pensadores essenciais da atualidade, Paul B. Preciado analisa e desmonta as construções socioculturais que definiram e normatizaram a sexualidade. Combinando linguagens diversas que vão da arte performática ao dadaísmo e inspirado pelo pensamento de Michel Foucault, Gilles Deleuze, Judith Butler e Jacques Derrida, o filósofo espanhol propõe a contrassexualidade como antídoto à política conservadora de controle sexual: uma teoria do corpo que se situa fora das oposições homem/mulher, masculino/feminino, heterossexualidade/homossexualidade.
O livro reúne as vivências da consultora Carolina Ignarra e do rapper Billy Saga, cadeirantes e ativistas pelos direitos das pessoas com deficiência. Com uma linguagem acessível e de fácil compreensão, os autores relatam experiências pessoais, explicam o que é o capacitismo e quais práticas podem ser adotadas para sua desconstrução. Através de dados estatísticos, a obra traz um panorama sobre as pessoas com deficiência no Brasil e sobre as leis e ações afirmativas voltadas para este público. Aqui está um convite à desconstrução do preconceito, à promoção da acessibilidade, da inclusão e da diversidade de corpos em todos os espaços.
A Série Atenção Primária à Saúde (APS) do Hospital Sírio-Libanês é uma iniciativa voltada a compartilhar e disseminar, de forma estruturada e ampla, o conhecimento em APS acumulado pela instituição e potencializar a atuação de excelência nesse campo de práticas em saúde. O presente volume segue os princípios da especialidade de Medicina de Família e Comunidade (MFC) como referência basilar para o cuidado em APS, abordando todas as estratégias da Prática Médica Contemporânea: Reforça a importância da promoção da saúde e prevenção de doenças (prevenção primária – P1), discute racionalmente a detecção precoce de doenças em pacientes assintomáticos (prevenção secundária – P2), contempla o tratamento adequado das condições mais prevalentes em APS (prevenção terciária – P3) e expõe, com destaque, um importante desafio à medicina contemporânea, a prevenção de danos à saúde causados por excessos da própria prática médica, como exames, tratamentos e procedimentos desnecessários (prevenção quaternária – P4).
Manual de Emergências aborda - parada cardiorrespiratória (em adultos, crianças e neonatos); desfibrilação externa automática (DEA); angina e infarto agudo do miocárdio; afogamento; convulsões, coma; acidente vascular cerebral (AVC); atropelamentos, acidentes automobilísticos, quedas, agressões; obstrução de vias aéreas, insuficiência respiratória; sangramentos, choque circulatório; lesões na cabeça, na coluna, no tórax e no abdome; fraturas, luxações, esmagamentos; queimaduras; intoxicações; acidentes com animais peçonhentos; desastres e atendimento a múltiplas vítimas.
"Manual de Enfermagem em Emergências", ora em sua segunda edição, encontra-se integralmente revisto e atualizado. Sua proposta didática mantém-se inalterada, ou seja, transmitir conhecimentos teóricos e práticos quando da sua atuação de enfermeiros nas críticas condições de emergências. É de conhecimento geral que os cursos de graduação e muitos de pós-graduação/lato sensu em enfermagem não oferecerem os conceitos, fundamentos e seus protocolos e normas destinados à prática e ao exercício, essenciais ao bom atendimento.Os editores do presente trabalho são enfermeiros Assistenciais, Docentes e Médicos, detentores de vasto conhecimento e experiencia nas condições de Urgências e Emergências. Estende-se ao ensino das destrezas manuais e habilidades de ação, tão próprias e especiais nesses momentos.Sem sombra de dúvida, o atendimento dos Enfermeiro é fundamental e determinante para a segurança e qualidade do atendimento, bem como constitui ponte do acolhimento humanizado. "Manual de Enfermagem em Emergências", 2ª edição, apresenta 7 Editores, 42 Colaboradores, 28 Capítulos, num total de 496 páginas. Seu público-leitor é formado por Enfermeiros especializados em Urgências e Emergências, Enfermeiros Gerais, Residentes em Enfermagem e Estudantes de graduação em Enfermagem.Curso de Enfermagem - ENFEM.
Este manual oferece um passo a passo para administrar clínicas e hospitais de maneira sistêmica, integrada e coerente. Aqui, reúnem-se todos os desafios gerenciais com os quais o administrador de um serviço de saúde poderá se defrontar. O conteúdo do livro divide-se em duas partes: a primeira traz a base teórica do modelo de gestão; a segunda transforma os conceitos apresentados em questões objetivas, construindo um roteiro de 001 avaliação e implementação do sistema proposto.
Esse livro traz uma discussão sobre o que é a pesquisa qualitativa, a taxonomia, a concepção, o método, a etnografia, a taxonomia, as narrativas e etapas de análise, o que confere ao autor a condição de metodólogo brilhante.
'Manual de Práticas de Atenção Básica - Saúde Ampliada e Compartilhada' é uma obra coletiva, desenvolvida simultaneamente com um processo de formação de pessoas que trabalham na atenção básica de diversos lugares do Brasil. Trata-se de um trabalho de reflexão e ação sobre os processos de formação de pessoas para a atenção básica.
Este livro é um guia para as Equipes de Saúde Mental. Cada profissional que constitui a Equipe (psiquiatra, psicológo, assistente social, terapeuta ocupacional) encontrará aqui por vezes informações óbvias já bem conhecidas no setor a que individualmente pertence. Mas se deparará também com um conjunto de conhecimentos diferentes e pontos de vista singulares que contribuirão para que a Equipe consiga um ponto de vista unitário. Embora cada profissional conheça sua parte, a corrente intervenção psiquiátrica é mais que a soma das partes independentes, é a resultante de contribuições diversas coordenadas e integradas.
Este livro nasceu da necessidade de oferecer aos estudantes a compreensão da estrutura do setor de saúde e da sua dinâmica de funcionamento, tanto no setor público como no privado, visando à adequada atuação do futuro profissional na sociedade - as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos Universitários da Área da Saúde. Para dar conta dessa tarefa, convidamos docentes experientes em cursos de graduação e pesquisadores da área da saúde público e saúde coletiva, que nos honraram com a sua aceitação e esforço de produzir os textos agora apresentados. Eles cobrem a discussão da inserção do sistema de saúde brasileiro na seguridade social, a compreensão da determinação da saúde e doença, a dinâmica da reforma sanitária brasileira e a criação do Sistema Único de Saúde, a população e a organização dos serviços de saúde, o problema dos custos, até o planejamento, a gestão e as políticas no setor. Ele está voltado para atender às necessidades do futuro profissional da área da saúde e pode ser utilizado integralmente ou seletivamente, de acordo com as peculiaridades de cada curso.
Em meio aos muitos desafios causados pela pandemia de Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, ao longo do ano de 2020, que as fake news e a desinformação se propagam de forma tão rápida e tão perigosa como o vírus. Dessa forma, a divulgação da ciência ganhou, portanto, um papel essencial no enfrentamento à doença. A obra destaca também a importância da avaliação de projetos de divulgação científica, seja enquanto essas iniciativas ainda estão ocorrendo ou após terem sido finalizadas. Verificar se os objetivos desejados foram ou não atingidos é fundamental para uma visão ampliada de cada projeto e para obter resultados cada vez mais positivos.
Esta obra visa a proporcionar aos estudantes e profissionais das áreas de Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas noções fundamentais da estrutura do Estado e de seus elementos constitutivos. Trata-se de um estudo introdutório absolutamente necessário à compreensão do fenômeno político.A partir de uma abordagem extremamente didática, José Geraldo Brito Filomeno procede a uma síntese histórica dos diversos tipos de Estado e de sociedade, bem como discute as principais questões relativas à Teoria Geral do Estado aliada à Ciência Política, ao realizar uma acurada análise dos aspectos sociológicos, políticos e jurídicos do Estado, visando a explicar sua origem, estrutura, evolução, fundamentos e fins.Trata-se de obra indispensável, sobretudo em um momento em que nos meios acadêmicos as discussões sobre os conceitos de sociedade civil e sociedade política têm marcado presença.
Essa obra foi elaborada com o intuito de transmitir aos que dela fizerem uso o conhecimento necessário para compreender a amplitude e a importância das ações das vigilâncias epidemiológica e sanitária, que, unidas, podem proporcionar grandes melhoria s à saúde da nossa população, além de despertar a necessidade de cada cidadão de exercer a cidadania por meio da própria fiscalização diária dos alimentos a serem ingeridos e de todos os produtos utilizados.
Manual Prático de Enfermagem Neonatal tem por base protocolos e procedimentos respaldados nas melhores evidências da prática da enfermagem. Apresenta texto objetivo, conciso e de ações lineares, conduzindo, assim, o leitor a todo esclarecimento possível e aprendizado dentro dos limites da moderna enfermagem neonatal. Seu conteúdo é abrangente. Envolve todos os aspectos ligados à assistência do recém-nascido na sala de parto. Cita-se, aqui, os seus principais temas: " Assistência e Avaliação do Recém-nascido na Sala de Parto " Avaliação da Idade Gestacional e Classificação do Recém-nascido " Sinais Vitais e Medidas Antropométricas " Anamnese e Exame Físico " Avaliação e Tratamento Não Farmacológico da Dor " Amamentação " Higiene Corporal e Cuidados com o Coto Umbilical " Testes de Triagem Administração de Medicamentos " Terapia Intravenosa " Oxigenoterapia " Fototerapia " Cateterização Gástrica Enteral e Vesical " Coleta de Material Biológico para Exames Manual Prático de Enfermagem Neonatal apresenta 1 organizadora, 10 colaboradores, 18 capítulos, 1 Anexo - Resolução Conanda N. 41, 3 Apêndices, num total de 392 páginas.
Manual Prático de Enfermagem Pediátrica tem por base protocolos e procedimentos respaldados nas melhores evidências científicas. Apresenta texto objetivo, conciso e de ações lineares, levando ao leitor informações atualizadas e condizentes com uma prática de enfermagem voltada ao cliente pediátrico. O conteúdo do Manual é abrangente e procurou contemplar os diferentes aspectos relacionados ao cuidado da criança, do adolescente e de suas famílias, especialmente no ambiente hospitalar e ambulatorial. Entre os temas abordados, destacam-se: Avaliação do Desenvolvimento Infantil A Unidade Pediátrica e o Processo de Hospitalização Preparando a Criança para Procedimentos Cuidados na Primeira Infância: Alimentação, Sono e Higiene Medicando a Criança Cuidados na Infusão de Hemocomponentes Oxigenoterapia Cateterização Gástrica, Enteral e Vesical Coleta de Material Biológico para Exames: Sangue, Urina, Fezes e Líquor Cuidados Pré e Pós-Operatório na Unidade Pediátrica Preparo do Corpo Pós-Morte em Crianças e Adolescentes Manual Prático de Enfermagem Pediátrica apresenta 1 organizadora, 15 colaboradores, 14 capítulos, 2 Anexos - Resolução Conanda N. 41, e Calendário de Vacinação 2017; 1 Apêndice com Exercícios comentados, num total de 328 páginas. Amplamente ilustrado.
A década de 2020 já está marcada na história. Uma pandemia que assolou o mundo e colocou países em quarentena proporcionou transformações sociais e científicas em uma velocidade impressionante. A humanidade avançou ainda mais na busca de curas e melhor qualidade de vida.Além disso, registros de epidemias e ameaças de retorno de doenças que já eram consideradas eliminadas começaram a aumentar, a despeito do conhecimento e do pioneirismo do Brasil em imunizações. Isso se deve ao fato de as doenças em questão já terem sido esquecidas? Ao fenômeno da infodemia? A aspectos políticos e éticos?Manual Prático de Imunizações, em sua terceira edição, ampliada e completamente atualizada, aborda esses assuntos de maneira prática, sem perder o rigor científico. Indicado para a formação de profissionais da saúde, proporciona ao leitor compreensão ampla sobre as imunizações em diferentes grupos de pacientes e apresenta temas basilares e relacionados às boas práticas em imunizações.?
Manual Prático do Técnico em Enfermagem tem a sua organização didática e o seu conteúdo especialmente voltados para o técnico de enfermagem, o auxiliar de enfermagem e os alunos das escolas técnicas e cursos profissionalizantes de Enfermagem.Sua equipe autoral é formada por professores de faculdades e cursos técnicos de Enfermagem, que são referências na área, com ampla experiência teórica e prática.Manual Prático do Técnico em Enfermagem apresenta 1 Editora, 19 Colaboradoras, 14 capítulos e 388 páginas.O livro é amplamente ilustrado e contém testes com perguntas e respostas.De modo inédito, descreve diversos procedimentos sobre as peculiaridades referentes às crianças, já que a grande maioria dos livros de ensino técnico traz apenas cuidados relacionados aos adultos.É obra, pois, indispensável para a formação profissional do técnico e auxiliar de enfermagem.
A obstetrícia como especialidade médica tem registrado importantes mudanças nas últimas décadas. As gestações se tornaram mais tardias, em menor número e alcançadas, em grande parte, por meio de técnicas de reprodução assistida. Essa nova realidade da prática obstétrica fez aumentar muito o número de gestações de alto risco, envolvendo situações maternas e referentes ao concepto e, nesse momento, à assistência à gestante e ao feto com risco de sobrevida. Os fatores que determinam o aumento do risco reprodutivo para mãe-filho foram ampliados . Além das indicações tradicionais para inclusão das gestantes nos setores de alto risco da assistência obstétrica, como hipertensão arterial, endocrinopatias e doenças autoimunes, surgiram novas indicações para os casos de gestações após cirurgia bariátrica, transplante hepático, infecções de transmissão vertical e gravidez após técnicas de reprodução assistida, exposição a drogas e hábitos negativos para o desenvolvimento do concepto. O Manual SOGIMIG de Gravidez e Puerpério de Alto Risco é um livro essencial para a prática segura e correta da obstetrícia atual. devendo integrar o cotidiano daqueles que cuidam da mulher em seu momento de maior esplendor e responsabilidade.
O manual sogimig de assistência ao parto e puerpério é mais uma grande contribuição da sogimig para a promoção de uma obstetrícia de qualidade e de alto nível, com o objetivo maior de ajudar todos aqueles que trabalham nessa área a aprimorarem o cuidado dispensado às mães e ao nascimento de suas filhas e filhos. Esta obra valoriza a visão assistencial de outros profissionais que participam da equipe obstétrica, uma vez que é indispensável saber o que pensa cada participante desse complexo time assistencial. Contando com 12 capítulos escritos por especialistas de renome internacional, certamente o conhecimento compartilhado neste manual contribuirá definitivamente para que, ao final de uma gravidez, todos desfrutem de um parto seguro.
Esta é uma obra oportuna no início de mais um ciclo político-administrativo nos 5.564 municípios brasileiros. É recomendada a prefeitos e vereadores comprometidos com a afirmação da autonomia municipal e a qualificação da gestão pública e a todos os educadores e cidadãos que se empenham pela democratização da educação.
A Ciência Brasileira e o Regime Militar é uma inédita análise dos impactos do autoritarismo sobre a ciência e os cientistas depois do golpe de 1964. Baseado em extensa e competente pesquisa em múltiplos arquivos, o livro nos apresenta a história dos processos que levaram ao Massacre de Manguinhos no fatídico ano de 1970 cujos efeitos trágicos nos assombram até hoje. O livro de Daniel Elian é, também, uma advertência: não haverá desenvolvimento científico e tecnológico voltado para a solução dos problemas nacionais sem memória, liberdade e justiça. Em outras palavras, a defesa da ciência brasileira é inseparável da defesa da democracia. Gilberto Hochman (Pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz)
A Editora Contracorrente, por meio do seu selo infantil Do Contra, tem a alegria de apresentar o primeiro volume da coleção Mulheres Insubmissas: “Maria Quitéria de Jesus: uma heroína da independência”, da autora Marianna Teixeira Farias e ilustrado por Karina Werner. A coleção é coordenada por Patrícia Valim, historiadora dedicada à História das Mulheres e do Brasil, e Valeska Zanello, psicóloga clínica, dedicada aos estudos de gênero e saúde mental das mulheres. Serão 20 volumes contando histórias de mulheres corajosas do nosso país, do passado e do presente, que permaneciam ocultas ou esquecidas pela nossa cultura, principalmente por crianças em idade escolar. A proposta é tirar essas histórias do silenciamento e mostrar ao nosso público infanto-juvenil que o papel das mulheres não é apenas o do matrimônio e da maternidade, mas sim o que elas quiserem. Maria Quitéria foi uma jovem que desafiou o patriarcado numa época de extrema repressão, para lutar por nosso país nas trincheiras da guerra. Com coragem e força, ela enfrentou o pai e conquistou uma posição de destaque no exército, levando consigo outras mulheres. Maria Quitéria é uma heroína que permanecia oculta nos nossos registros, mas agora conquistará seu espaço no imaginário de nossas crianças através das palavras de Marianna Teixeira Farias e as ilustrações de Karina Werner.
Materialismo é um livro que desafia as ideias tradicionais sobre o materialismo e propõe uma visão ampla e complexa sobre a materialidade. Com linguagem envolvente e acessível, o autor apresenta uma perspectiva crítica e original que busca romper com os preconceitos e estereótipos comuns com relação ao materialismo, demonstrando como nossos corpos e atividades corporais são responsáveis por tornar o pensamento e a consciência possíveis.
Metodologia das ciências sociais se constitui num dos textos mais abstratos e, ao mesmo tempo, mais importantes. Eis que os grandes problemas da ciência se articulam através da discussão metodológica. É uma discussão metodológica, porém historicamente condicionada. O pensamento alemão, a partir do início do século XIX, enfrentou o positivismo através da Escola Histórica. A pesquisa histórica e sociológica, no âmbito das ciências sociais, ocupou a intelectualidade alemã por meio século, num debate aprofundado a respeito dos fundamentos do conhecimento histórico-social.
As lutas pela produção de modos de ser intensificam-se no mundo contemporâneo em jogos cada vez mais complexos e ambíguos, difíceis de serem apreendidos. Neste contexto, múltiplas pressões têm sido exercidas sobre as organizações de saúde cujas repercussões nas vidas das pessoas são incontestes. Diferentemente de simples arranjo parcelar e burocrático, as mudanças que são requeridas devem abrir as organizações de saúde para além das fronteiras tradicionais.
A partir do século XIX, o interesse científico em entender o corpo feminino se torna um componente fundamental para consolidar a medicalização da mulher. Com isso, a medicina da mulher começa a evoluir: a princípio com uma visão que privilegiava meramente a reprodução, depois para o reconhecimento da mulher como um ser "útil" à sociedade. A dinâmica dessa transformação é tema deste livro, onde a autora também dedica parte da obra para explicar o movimento de resistência de algumas mulheres e a dificuldade que muitas tiveram em assegurar o controle desejado sobre sua sexualidade.
Passo a passo, através dos seus capítulos, este livro vai deslindando todo este movimento sociocultural do parto e nascimento no Brasil, apresentando as novas evidências científicas e convidando as mulheres e seus familiares a conhecerem, refletirem e compartilharem entre si e com os profissionais de saúde os seus projetos para o nascimento dos seus filhos. O desejo da mulher quanto ao tipo de parto que ela programou foi o fator mais importante para a sua realização com satisfação materna, como mostrado na Pesquisa Nascer no Brasil.
“Estaríamos ficando cada vez mais doentes? Ou estaríamos a cada dia ficando mais saudáveis, já que gastamos mais com saúde?” Os autores partem desse questionamento para discutir a problemática da medicalização, sobretudo no que se refere ao sofrimento psíquico. Eles chamam atenção para o fato de que experiências comuns e naturais da nossa existência têm sido consideradas passíveis de serem 'tratadas' e 'resolvidas' com medicamentos. As consequências individuais e sociais desse problema são analisadas pelos autores, que também fazem um alerta sobre os prejuízos causados por uma nefasta aliança entre a psiquiatria e a indústria farmacêutica. Com linguagem acessível, esta obra objetiva ampliar o debate sobre a medicalização do sofrimento psíquico, incluindo, em especial, aqueles que sofrem com ela.
Uma das particularidades da área da saúde é pertencer tanto à esfera social quanto à industrial, característica que representa oportunidades e grandes desafios. O livro Medicamentos no Brasil: inovação e acesso tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento tecnológico e fortalecer a produção nacional, além de garantir que o conhecimento desses avanços beneficie a população brasileira. Como afirma o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, no prefácio: “...inovação não pode estar desligada da ideia de acesso”. Reunindo os pontos de vista da academia, governo e setor produtivo público e privado, com abordagens que privilegiam o contexto nacional e refletem sobre a posição brasileira no cenário internacional, a obra apresenta um diagnóstico da área de medicamentos no país, avalia seus problemas e potencialidades e faz recomendações concretas para superação dos obstáculos e aproveitamento das oportunidades. Cabe destacar que é o segundo volume de uma série sobre pesquisa, desenvolvimento e inovação nos segmentos industriais da saúde, do Projeto Inovação em Saúde (presidência/Fiocruz), cujo primeiro livro é Vacinas, Soros e Imunizações no Brasil.
Medicina e sociedade, incide, sobretudo, em aspectos diretamente relevantes às modalidades do trabalho médico, entendidas aqui como as formas pelas quais o médico, enquanto trabalhador especializado, participa do mercado e se relaciona com o conjunto de meios de produção de serviços de saúde. Daí decorre maior ênfase na heterogeneidade da categoria ocupacional, em termos dos tipos de oportunidade de trabalho a que tem acesso os profissionais, do que em sua homogeneidade, resultante da sujeição a processos comuns de formação nos aspectos técnico-científicos e éticos que compõem o núcleo da medicina como profissão. Composto de três capítulos, o livro inicia-se com uma análise das relações entre Estado e assistência médica; o segundo capítulo dedica-se ao estudo do médico no mercado de trabalho e o terceiro capítulo versa sobre a profissão médica e mercado de trabalho- as ideologias ocupacionais. Muitos são os destaques que podem ser dados ao livro de Cecília; a abordagem teórica, a pesquisa empírica, forma de narrar e a visão das possibilidades que se abriam para o campo das ciências sociais na busca de compreensão da profissão e do processo de profissionalização médica.
Relatório Dawson, Reino Unido, 1920. É lançada a divisão dos sistemas de saúde: atenção primária, secundária e terciária. Durante a primeira metade do século XX, essa doutrina vai se fortalecendo, e o que chama atenção nos melhores modelos de saúde é o fortalecimento da atenção primária. Conferência Mundial de Saúde, Alma-Ata, Cazaquistão, 1978. Estabelece-se a atenção primária como núcleo e principio central de todos os sistemas de saúde. A atenção primária é, na realidade, a verdadeira porta de entrada para qualquer serviço de saúde. Alinhada a esse princípio, criou-se uma nova especialidade médica, a Medicina de Família, ou seja, o médico de Família, que atende o indivíduo e sua Família, independentemente de idade, sexo ou tipo de alteração de saúde. À luz desses fatos, lança-se este livro, Medicina de Família e Comunidade - Fundamentos e Prática. Seu objetivo é transmitir conhecimentos especializados, inseridos nessa nova especialidade de Medicina. O livro tem sua equipe autoral formada por grupo de conceituados especialistas, apresenta 3 Editores, 99 Colaboradores, 9 Seções, 50 Capítulos, num total de 664 Páginas. Seu público-leitor é formado por Médicos de Família, e todos os que pelo tema se interessam: Clínicos, Residentes, Internos
Este livro tem por objetivo abordar a adolescência na sua integralidade buscando uma prática baseada em evidências, desmitificando a atuação com este ciclo de vida, nos seus diversos aspectos, quer sejam de saúde física e/ou emocional, questões legais ou sociais.
Nos últimos 30 anos, a história da medicina e da saúde na América Latina e no Caribe tornou-se um importante campo de pesquisa, parte de um grande florescimento mundial da história social e cultural da medicina e dos estudos nas áreas de ciência e tecnologia. Com tantos novos trabalhos históricos, há uma necessidade cada vez maior de se fazer um balanço e promover um diálogo nesse campo. Este livro, então, propõe uma abordagem histórica sobre a saúde pública, entrelaçada com a medicina, com a pesquisa médica e com temas sociomédicos, concentrando-se nas práticas de saúde inovadoras que têm sido realizadas, com tanta frequência, na América Latina.
Compreender o processo de emergência das medicinas tradicionais indígenas no campo das políticas públicas de saúde indígena é o objetivo deste livro, que analisa os discursos proferidos por uma diversidade de atores – indígenas e não indígenas, governamentais e não governamentais, nacionais e internacionais. Dessa forma, a obra revela uma dinâmica que vai do global e ao local, e transforma os contextos envolvidos, originando novas formações culturais.
Escrita pela historiadora Tamara Rangel Vieira, a obra é fruto da tese de doutorado defendida pela autora, em 2012, no Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz. O título evidencia como um conjunto de jovens médicos construiu em Goiás - estado então distante dos mais conceituados centros médicos e científicos do Brasil do século XX - uma comunidade médica de pesquisa e ensino capaz de dialogar com seus pares. O resultado disso foi, como mostra a autora, a fundação da Associação Médica de Goiás (AMG), a criação da Revista Goiana de Medicina e a inauguração da Faculdade de Medicina de Goiás, entre outros exemplos. Ao mesmo tempo, Tamara Vieira usa como analogia o clássico Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, para evidenciar a imagem pejorativa de sertão que foi atrelada ao estado de Goiás e discutir sobre a questão das desigualdades regionais.
Este trabalho ilustra plenamente os objetivos da Coleção Pensamento Político-Social mostrando que as relações, as instituições e os processos político-sociais não estão descolados das interpretações que recebem. Uma das originalidades deste livro reside na seleção desses intérpretes: são todos médicos localizados desde o século XIX até o XXI, presentes em vários lugares da sociedade brasileira. Temos, entre os autores analisados, um presidente da República, vários ministros de Estado, deputados estaduais e federais, diplomatas, fundadores e diretores de centros de estudo e pesquisa, reitores e professores universitários. Ainda, membros da Academia Brasileira de Letras, Academia de Ciências, Academia Nacional de Medicina, Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, Sociedade de Geografia, Associação Brasileira de Antropologia. As abordagens nos diferentes capítulos ressaltam ora o texto, ora o contexto dessas produções, mostrando como a discussão dos temas e dilemas opera na direção da construção do social. Como se pode ver são muitas as questões abordadas pelos médicos-intérpretes.
Para o filósofo e pensador político afro-judeu Lewis R. Gordon, a consciência negra, com inicial minúscula, distingue-se da consciência Negra, com maiúscula. A primeira se limita à percepção, por parte de pessoas negras, de que são discriminadas e oprimidas, e é basicamente passiva. Já a consciência Negra é ativa: apela para uma ação que combata e supere os fundamentos do racismo estrutural. Neste livro, a partir do estudo do surgimento da noção eurocêntrica e colonialista de "raça", Gordon percorre as inúmeras formas de emergência da consciência Negra nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, bem como as reações a ela, muitas vezes insidiosas e pouco perceptíveis. O quadro traçado aqui é complexo e surpreendente, revelando as fissuras e divergências no próprio seio das comunidades afrodescendentes. Com o olhar atento para movimentos contemporâneos, como o Black Lives Matter, e para as produções recentes da indústria cultural, Gordon debate e atualiza ideias de pioneiros como W. E. B. Du Bois e Frantz Fanon para abordar o antirracismo em suas articulações com outras questões de identidade e pertencimento: de gênero, classe social, ideologia política, religião etc. Os temas da discriminação e opressão racial encontram aqui aquela que talvez seja sua abordagem mais abrangente, radical e original, exposta numa linguagem clara e envolvente. Um livro que já surge como um clássico.
Neste livro, a convergência de duas importantes áreas do conhecimento propicia uma interação de fundamental interesse para os leitores. Meio ambiente & geologia, de Omar Yasbek Bitar, trata do importante papel da geologia na questão ambiental.
Este livro apresenta os resultados de pesquisa conduzida pelo Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI) que investigou as Tensões estruturais entre meio ambiente e crescimento econômico. Congregando especialistas de vários setores (economia, sociologia, filosofia, antropologia, física e ciência ambiental) e diferentes países, ela desenvolveu-se entre 2007 e 2008 e procurou aprofundar uma visão anti-hegemônica da natureza sistêmica de um dos maiores impasses civilizacionais deste século: a espécie humana corre um sério risco de desestabilização porque sua saúde e suas atividades dependem do bom funcionamento dos ecossistemas – que estão colapsando – e de recursos naturais abundantes, que passam a escassear devido aos nossos modos de produção e consumo.
Em meio à guerra fratricida que dividiu a Nigéria com a malograda tentativa de fundação do estado independente de Biafra, um grupo de pessoas busca provar a si mesmas e ao mundo que é capaz não só de sobreviver, mas também de resguardar seus sonhos e sua integridade moral. Garoto de aldeia, Ugwu procura se ajustar a uma realidade em rápida transformação. Olanna é uma moça da alta sociedade que se torna professora universitária e vive com Odenigbo, que abraça a causa revolucionária. Jornalista com ambição de se tornar escritor, Richard se apaixona pela irmã de Olanna, Kainene, figura esquiva, que reage com pragmatismo ao desmoronamento da nação. Baseado em fatos reais transcorridos na década de 1960, este romance da premiada escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie vai além do mero relato, transformando- se em um grandioso painel sobre indivíduos vivendo em tempos de exceção, um livro que a crítica internacional aproxima de V. S. Naipaul, Chinua Achebe e Nadine Gordimer.
Fruto dos primeiros anos de trabalho cooperativo no âmbito da Rede Ibero-americana de Pesquisa em Ambiente e Sociedade, este livro aborda o tema das mudanças ambientais e climáticas em áreas protegidas e vulneráveis a partir de um amplo grupo de pesquisadores de diferentes países. Lançado por ocasião do cinquentenário da Unicamp, as contribuições aqui trazidas buscam refletir sobre questões-chave da vida contemporânea: por que, afinal, continuamos atrelados a um modelo de desenvolvimento baseado na emissão de carbono se já há evidência suficiente de que isso contribui para ameaçar os sistemas sociais e ecológicos? Por que, diante de tais evidências, as políticas públicas de enfrentamento do problema não surtem o efeito esperado nos diferentes países?
ANAHP - Associação Nacional de Hospitais Privados - criou um grupo de Gestão de Pessoas com o intuito de tratar de temas cujo foco é o impacto da Gestão de Pessoas nos resultados das instituições hospitalares. O livro "Melhores Práticas em Gestão de Pessoas - Experiências dos Hospitais ANAHP" contou com a contribuição de vários gestores dos hospitais associados, que se dedicaram com afinco a escrever as experiências vivenciadas em suas organizações e não mediram esforços para compartilhar seus conhecimentos.
Mais de trinta anos após a publicação das Memórias (1979), de Gregório Bezerra, o lendário ícone da resistência à ditadura militar é homenageado com o lançamento de sua autobiografia pela Boitempo Editorial, acrescida de fotografias e textos inéditos, e em um único volume. O livro conta com a contribuição decisiva de Jurandir Bezerra, filho de Gregório, que conservou a memória de seu pai; da historiadora Anita Prestes, filha de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes, que assina a apresentação da nova edição; de Ferreira Gullar na quarta capa; e de Roberto Arrais no texto de orelha. Há também a inclusão de depoimentos de Oscar Niemeyer, Ziraldo, da advogada Mércia Albuquerque e do governador de Pernambuco (e neto de Miguel Arraes) Eduardo Campos, entre muitos outros.Em Memórias, o líder comunista repassa sua impressionante trajetória de vida e resgata um período rico da história política brasileira. O depoimento abrange o período entre seu nascimento (1900) até a libertação da prisão em troca do embaixador americano sequestrado, em 1969, e termina com sua chegada à União Soviética, onde permaneceria até a Anistia, em 1979. No exílio começou a escrever sua autobiografia.
Memórias da Plantação é uma compilação de episódios cotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo incisivo, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada/o como Outra/o. Publicado originalmente em inglês, em 2008, Memórias da Plantação tornou-se uma importante contribuição para o discurso acadêmico internacional. Obra interdisciplinar, que combina teoria pós-colonial, estudos da branquitude, psicanálise, estudos de gênero, feminismo negro e narrativa poética, esta é uma reflexão essencial e inovadora para as práticas descoloniais.
"Memórias Do Cuidar" é a história de um centro de formação profissional que completa setenta anos: o curso de Enfermagem da atual Universidade Federal de São Paulo, criado em 1939. Desde a fundação do curso, valoriza-se a formação com ênfase no "cuidar" como objetivo precípuo das(os) enfermeiras(os).
“Mentes, corpos e comportamentos” reúne recentes investigações produzidas no campo historiográfico sobre os saberes psi, destacando as diferentes propostas teórico metodológicas, bem como a diversidade de fontes documentais, recortes temáticos, temporais e regionais presentes nos estudos dedicados a perscrutar as vozes e os silenciamentos que pulsam na história da psiquiatria e da saúde mental brasileira. Dividido em três partes, os textos que compõem o livro revelam a diversidade de perspectivas e interpretações históricas sobre seus singulares objetos de estudo. No entanto, em seu conjunto, tais trabalhos evidenciam uma característica comum: todos e cada um deles lançam luz sobre os indivíduos que foram objeto de teorias e intervenções diversas dos saberes psi no Brasil entre os séculos XIX e XX e buscam dar voz às suas contingências e formas de existir e resistir.
A partir do estudo do sistema internacional contemporâneo, este livro mergulha na constituição histórica e na atuação dos atores políticos brasileiros no Mercosul. Inclui ainda um capítulo sobre os grupos de interesses no contencioso Brasil-Argentina do açúcar.
Analisar a identidade do mestrado profissional, especialmente no campo da saúde pública: este foi o desafio assumido pelos autores. Um desafio porque, segundo os pesquisadores, a identidade desses cursos ainda carece de precisão e, consequentemente, de legitimidade. A formação no mestrado profissional tem um compromisso com a experiência proveniente do mundo do trabalho. É necessária uma estrutura curricular diferenciada, que articule o ensino à aplicação profissional. Na prática, porém, essa integração e a inovação ainda encontram uma série de obstáculos.
Consagrado por sua abrangência e solidez, Metodologia Científica para a Área de Saúde chega à sua terceira edição amplamente revisado e expandido com conteúdos novos e material atualizado, sendo literatura indispensável para estudantes e pesquisadores da área de saúde, bem como para médicos e formuladores de políticas que têm a responsabilidade de julgar a consistência de uma pesquisa, a fim de aplicar os resultados.Mantendo o objetivo de apresentar tópicos de metodologia científica quantitativa aplicada aos estudos de saúde, com o propósito de compartilhar e disseminar conhecimentos dessa área, esta terceira edição inclui novas pesquisas em seres humanos e referências atualizadas às normas e leis brasileiras, o que facilita ao leitor a apreensão dos conhecimentos disponíveis atualmente sobre a matéria.Organizado, didaticamente, em nove capítulos, além de Referências Bibliográficas e três Apêndices, seu conteúdo traz menções e citações das regulamentações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) sobre o assunto, além de mencionar as disposições da FDA) dos Estados Unidos. Entre suas principais características, destacam-se os diagramas que complementam a exposição dos diferentes tipos de estudos clínicos, as discussões críticas sobre as vantagens e desvantagens dos diferentes métodos utilizados na pesquisa científica e a farta exemplificação, sempre fundamentada em artigos científicos publicados em revistas especializadas, nacionais e internacionais.?
A proposta desta obra associa a metodologia científica de documentação e a apresentação de experimentos científicos, sem banalizar conteúdos ou desqualificar os indicadores formais que nos protegem do empirismo puro. É um livro que facilita aos seus leitores uma linha de pensamento e conduta para a utilização da metodologia qualitativa, com segurança e assertividade, na construção de seus trabalhos científicos.
Esta coletanea organiza um conjunto de textos basicos e fundamentais para todos aqueles que discutem e refletem sobre a questao de metodo e pesquisa na area de ciências humanas. Trata-se de uma selecao de textos de autores classicos, como Weber, Marx e Durkheim, e de autores nacionais, tais como, Florestan Fernandes, Sergio Buarque de Holanda, Marilena Chaui, Jose Guilherme Cantor Magnani e Eclea Bosi, que contribuem com dois textos especialmente importantes para os estudos na area de lazer. São fontes cristalinas, cuja fluência constantemente nos convida, estimula e, além disso, encoraja a também participar deste renovar-se em movimento.
Métodos de Pesquisa em Comunicação mergulha no cotidiano da pesquisa explorando desde questões metodológicas básicas como a criação de um Projeto de Pesquisa ou técnicas para conseguir dados, até aspectos práticos da vida acadêmica como planejar uma apresentação em um evento, se preparar para uma banca de defesa ou publicar seu trabalho. Em uma linguagem leve e dinâmica, com vários exemplos práticos, o livro mostra como transformar perguntas em resultados.
No processo em curso de reestruturação econômica e política do capitalismo em nível mundial, o debate sobre a questão metropolitana tem se mostrado fundamental à compreensão das implicações profundas entre a modernização seletiva, orientada para a recomposição da taxa de lucro do capital, e o desmonte de direitos sociais.
Publicado originalmente em 1999 em forma de poema rimado e ilustrado, esta delicada obra chega ao país pelo selo Boitatá, apresentando às meninas brasileiras diferentes penteados e cortes de cabelo de forma positiva, alegre e elogiosa. Um livro para ser lido em voz alta, indicado para crianças a partir de três anos de idade – e também mães, irmãs, tias e avós – se orgulharem de quem são e de seu cabelo "macio como algodão” e "gostoso de brincar". Hoje em dia, é sabido que incontáveis mulheres, incluindo meninas muito novas, sofrem tentando se encaixar em padrões inalcançáveis de beleza, de problemas que podem incluir desde questões de insegurança e baixa autoestima até distúrbios mais sérios, como anorexia, depressão e mesmo tentativas de mutilação ou suicídio. Para as garotas negras, o peso pode ser ainda maior pela falta de representatividade na mídia e na cultura popular e pelo excesso de referências eurocêntricas, de pele clara e cabelos lisos. Nesse sentido, Meu crespo é de rainha é um livro que enaltece a beleza dos fenótipos negros, exaltando penteados e texturas afro, serve de referência à garota que se vê ali representada e admirada
Ibrahima Balde é ainda menino quando seu pai subitamente morre. Como filho mais velho, ele é obrigado a deixar sua aldeia no interior da Guiné para encontrar trabalho e sustentar a família. Longe de casa, e sempre sozinho, Ibrahima passa a exercer diversos ofícios. Quando enfim consegue um emprego como aprendiz de caminhoneiro, ele descobre que Alhassane, seu irmão mais novo, abandonou a escola e fugiu para a Líbia, perseguindo o sonho de ganhar dinheiro na Europa e ajudar a família. Deixando tudo para trás, Ibrahima segue os passos de Alhassane com o objetivo de convencê-lo a voltar para casa e concluir os estudos. A longa viagem, cheia de dificuldades, e por vezes realizada a pé, leva-o a Mali, Argélia, Líbia, Marrocos, passando pelo deserto do Saara e pelos campos de refugiados do Norte da África. No deserto, ele é mantido em uma prisão que funciona como mercado de escravizados. Na Líbia, novamente preso, é vendido a um criador de galinhas, mas foge pela segunda vez. Só então, ao chegar a um acampamento na Argélia, descobre que seu irmão pode ter desaparecido ao tentar atravessar o Mediterrâneo. Angustiado, oprimido pela culpa e incapaz de voltar para casa, Ibrahima decide embarcar em um bote inflável em direção à Europa. O autor deste livro, Ibrahima Balde, foi realmente resgatado no mar e encontrou abrigo provisório no País Basco, na Espanha. Com base em sua história de vida, contada ao bardo Amets Arzallus Antia, Meu irmãozinho é uma obra arrebatadora.