Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Sinopse Um livro de experiências de Análise Institucional (AI) na sua intersecção com a Saúde Coletiva. Campo de análise e de experimentações aberto pela Professora Solange L’Abbate há mais de 20 anos e que frutificou em várias gerações de pesquisadores que contribuem para fazer do Brasil um país melhor. O grupo que Solange fundou conseguiu também articular pesquisadores e analistas estrangeiros para desenvolver e aprofundar a AI brasileira. Outros grupos e pesquisadores brasileiros — como a professora Heliana Conde — fizeram dessa junção alavanca para fortificar um campo imprescindível para a melhoria da vida institucional. Depois de termos atravessado a pandemia da Covid-19 sob comando do Pandemônio, a retomada das grandes questões brasileiras torna-se fundamental. Interromper o autoritarismo, o machismo, o racismo é urgente e necessário. Este livro que você tem nas mãos contém inúmeras e preciosas pistas para não esmorecermos no processo. — Rosana Onocko-Campos Este livro atende a demanda dos(as) leitores(as) para uma aproximação aos referenciais ético/político/teórico/práticos do movimento institucionalista nas vertentes da socioanálise e da socioclínica e, às(aos) já “iniciadas(os)”, uma imersão no universo das(os) pesquisadoras(es), professoras(es) e profissionais da saúde integrantes do Diretório Análise Institucional & Saúde Coletiva. O livro nos mostra suas próprias entranhas e seu avesso, fruto de uma prática de escrita coletiva implicada, afetada pelos debates decoloniais. Segundo um ditado iorubá “Exu matou um pássaro ontem com uma pedra que só jogou hoje”. O lançamento da pedra agenciou uma “conexão ancestral” através dos depoimentos de Solange L’Abbate, Heliana Conde Rodrigues, Emerson Merhy e Gilles Monceau, tornando possível, segundo Abdias Nascimento, um “retorno ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro” da análise institucional na saúde coletiva, educação e psicologia brasileira. — Bete Zuza Sobre os organizadores Luciane Maria Pezzato é graduada em Odontologia pela FO/UNESPAraraquara. Possui mestrado em Educação pela FE/UNICAMP, doutorado em Saúde Coletiva pela FCM/UNICAMP e pós-doutorado em Educação pela FFP/UERJ. Atualmente é professora do Instituto Saúde e Sociedade da UNIFESP-BS. Coorganizou os livros Análise Institucional e Saúde Coletiva (Hucitec Editora, 2013) e Narrativas de si: práticas de Educação e Saúde (Rede Unida, 2020). Daniel Vannucci Dóbies é graduado em Psicologia pela FFCLRP/USP. Possui mestrado e, atualmente, é doutorando em Saúde Coletiva pela FCM/UNICAMP. Publicou o livro Práticas profissionais e resistências: movimentos de uma rede de saúde mental (Editora Appris, 2021). Cinira Magali Fortuna é graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP). Fez mestrado e doutorado em Enfermagem em Saúde Pública, pós-doutorado na França no laboratório de pesquisas EMA (Escola, Mutação e Aprendizagem). Atualmente é docente no Departamento Materno Infantil e Saúde Pública da EERPUSP. Organizou o livro O cuidado integral na Atenção Primária à Saúde: saberes e práticas (EDUSP, 2022). SUMÁRIO Prefácio, Gilles Monceau Introdução: Andar os andaimes – a construção de um projeto-comum, Luciane Maria Pezzato, Daniel Vannucci Dóbies, Cinira Magali Fortuna Parte I – Memórias e escritas Capítulo 1: Trajetórias de vida e formação da professora Solange L’Abbate no encontro com a Análise Institucional na Saúde Coletiva: revisitando memórias, Lucia Cardoso Mourão, Luciane Maria Pezzato, Núncio Antônio, Araújo Sól, José Renato Gatto Júnior, Rildo Santos Loureiro, Isabel, Cristina de Moura Leite, Rogério Thales Santana de Almeida, Ana Lúcia Abrahão Capítulo 2: Roubando o nome aos bois: gerações e inflexões na história da Análise Institucional no Brasil, Alice De Marchi Pereira de Souza, Heliana de Barros Conde Rodrigues Capítulo 3: Experiência de si e a Saúde Coletiva Brasileira: entrevista com Emerson Merhy, Solange L’Abbate, Ana Cristina dos Santos Vangrelino, Tatiana Loiola, Daniel Vannucci Dóbies (entrevistadoras) Capítulo 4: Viagem, memórias e formação de si: a integração das experiências produzidas e registradas por meio de portfólio reflexivo, José Renato Gatto Júnior, Cinira Magali Fortuna, Sébastien Pesce Capítulo 5: Sustentar um diário de pesquisa: questões metodológicas e de escrita, Dominique Samson Capítulo 6: Mônadas para contar-se: histórias coletivas e singulares na relação com a escrita, Luciane Maria Pezzato, Adriana Marcondes Machado, Ana Cristina dos Santos Vangrelino, Luana Pinho de Mesquita Lago, Cinira Magali Fortuna, Rildo Santos Loureiro, Maristel Kasper, Lilian Aracy Affonso Veronese, Cássia Beatriz Batista, Karen Santos, Juliana Dorigan Capítulo 7: Escrevivências de uma pesquisadora negra da universidade pública: fragmentos de um diário de pesquisa, Ana Cristina dos Santos Vangrelino Parte II – Intervenções Capítulo 8: Intervenção Socio-clínica: vivência e reflexões, Cinira
Com o objetivo de trazer a normalidade da existência de pessoas LGBTQIA+ para o centro do debate humanitário, Willian Peachazepi – diretor de arte, criou um projeto inspirado na contação de histórias e na representação artística de personagens LGBTQIA+ que influenciaram a História da Humanidade. Foi assim que nasceu a proposta do livro “Sempre Existimos”, que pretende revelar a vida de pessoas importantes para o mundo, com um olhar para o seu íntimo. Os contos flertam com a ficção e com a literatura. Inspirados em pesquisas históricas sobre os personagens e as imagens, trazem o olhar dos artistas da comunidade. Com isso, mais do que um livro de narrativas produzidas com a linguagem singular de cada um, pretendemos utilizar nossos saberes e inspirações a serviço de pequenas microrrevoluções, fortalecendo um movimento que une a um só tempo resistência e criação. A criação, objeto tão importante para o campo da comunicação, pode ser reinventada e canalizada para propósitos que vão além da comercialização, para de fato servirmos a projetos que têm potencial transformador das nossas necessidades concretas. A resistência das narrativas, como nos ensina Ailton Krenak, está intrínseca ao ato de narrar, já que em cada nova história contada abriga uma força de adiar o fim do mundo.
Este livro trata de um tema pouco estudado pelos pesquisadores brasileiros: a saúde da população carcerária, em particular, sua saúde mental. Configuram e orientam este importante trabalho os seguintes pontos: uma breve historia das prisões enquanto instituições; os dispositivos legais nacionais e internacionais que regem o tratamento dos presos; o conceito de atenção psicossocial que deve ser incorporado à assistência aos apenados com problemas mentais; o perfil dos presos; as condições ambientais, demográficas e sociais; as condições de saúde em geral e de saúde mental; os problemas de acesso a propostas de prevenção e tratamento; e as consequências da (des)assistência sobre a ressocialização e reincidência nos crimes. – Texto extraído do prefácio de Maria Cecília de Souza Minayo.
Neste livro tradutoras/tradutores/intérpretes de Libras, que são igualmente pesquisadores de linguagem e especialmente da tradução Libras-português e português-Libras, unem experiência prática e saber teórico para discorrer, aprofundada e amplamente, acerca da tradução desse par de línguas – de diversificados pontos de vista. Partem elas e eles de uma perspectiva bakhtiniana, em estudos que mostram a riqueza da concepção dialógica de linguagem e sua ressignificação por pesquisadores da chamada Escola Brasileira de estudos bakhtinianos, estudiosos que propuseram a ADD – Análise Dialógica do Discurso. Trata-se de estudos acadêmicos imersos na prática, engajados na tarefa de fazer que culturas se comuniquem e se enriqueçam mutuamente.
“Mentes, corpos e comportamentos” reúne recentes investigações produzidas no campo historiográfico sobre os saberes psi, destacando as diferentes propostas teórico metodológicas, bem como a diversidade de fontes documentais, recortes temáticos, temporais e regionais presentes nos estudos dedicados a perscrutar as vozes e os silenciamentos que pulsam na história da psiquiatria e da saúde mental brasileira. Dividido em três partes, os textos que compõem o livro revelam a diversidade de perspectivas e interpretações históricas sobre seus singulares objetos de estudo. No entanto, em seu conjunto, tais trabalhos evidenciam uma característica comum: todos e cada um deles lançam luz sobre os indivíduos que foram objeto de teorias e intervenções diversas dos saberes psi no Brasil entre os séculos XIX e XX e buscam dar voz às suas contingências e formas de existir e resistir.
A História das Ciências e da Saúde tem sido cada vez mais requisitada por diferentes sociedades para explicar as causas de determinados fenômenos vividos coletivamente (desastres ambientais, epidemias, discursos sociais que se alimentam de negacionismos e geram desinformação), assim como para auxiliar nas escolhas realizadas no presente e que indiquem um futuro melhor. Como tem sido produzido o conhecimento em História das Ciências e da Saúde que nos possibilita responder aos questionamentos provenientes desses anseios sociais? Quais temas estão em evidência? O que já foi escrito sobre esses assuntos? Quais fontes podem ser utilizadas? Respostas para essas e outras questões correlatas podem ser encontradas nesta obra.
Os profissionais de saúde em geral conhecem pouco como as famílias e comunidades convivem com os problemas de saúde e como os enfrentam. Por isso as atitudes e falas dos usuários lhes parecem estranhas e desconexas. Esse livro identifica e explica esses bloqueios e as potencialidades existentes no relacionamento entre os profissionais e a população. Ele evidencia como questões culturais, cognitivas e subjetivas dificultam ou dinamizam o funcionamento dos serviços de saúde
A Reforma Sanitária foi feita? Com esta pergunta como ponto de partida (sem respondê-la diretamente, coisa que outros já fizeram antes), neste livro o leitor vai encontrar, sobretudo, indagações. Feitas de maneira a provocar reflexões e a suscitar o debate adormecido em torno de práticas afeitas ao campo da Saúde Coletiva que parecem ter se transformado em palavras frias, pronunciadas racionalmente como elementos epistolares, formal e ritualmente enunciados nos quatro cantos do país. Assim, a natureza constitutiva da saúde coletiva, suas novas práticas e seus (velhos) ainda dilemas são recuperados para aquecer a reflexão em torno de novos-velhos problemas: a integralidade, a construção de sistemas em redes cooperativas, a saúde das famílias, amalgamados em torno da estética de mudança que nos reúne.
“Crianças que não veem o sol” apresenta ao leitor o universo inimaginável de uma enfermaria pediátrica onde, meninas e meninos que sofrem condições crônicas complexas de saúde passam por longos períodos de internação. As páginas deste livro mostram o que é esse passar o tempo entre grades e paredes hospitalares. Ao mesmo tempo, ressalta o importante investimento humano, profissional e tecnológico que subsidia a existência e a qualidade de vida dessas crianças e o quanto esse cuidado transforma a vida de quem os cuida. Embora sejam apresentados casos que carregam muito sofrimento, o livro conta belas histórias de amor e superação e revela os avanços da biotecnologia que, atualmente, amplia as possibilidades de viver com dignidade. Esta obra, premiada como a melhor tese na área de saúde coletiva do ano de 2022 pela Fiocruz, é considerada pelas autoras como parte de sua missão de promover reflexões e ações relacionadas ao cuidado com tais crianças e seus familiares. Mas seu escopo é mais geral: destina-se a todos os profissionais e estudantes do campo da saúde e aos cidadãos que prezam por um atendimento do SUS que leve em conta o indivíduo em toda a sua plenitude, ainda que precise contar com cuidados intensos e longos e apoio tecnológico.
Em três décadas os antirretrovirais utilizados no tratamento da aids passaram de paliativos a medicamentos salvadores. Auxiliares na prevenção, agora são capazes de diminuir a transmissão do HIV a escalas jamais imagináveis. Coquetel é a singular história da incorporação de uma tecnologia inovadora combinada a uma política de saúde pública universal. Aqui o leitor conhece o caminho desse extraordinário encontro da ciência, da medicina, da ética em pesquisas, da mobilização comunitária e do mercado farmacêutico, que mudou para sempre os rumos da epidemia da Aids.
Como a ciência circula e se move para além de fronteiras geográficas e culturais? Como os encontros, conexões e trocas ocorridos nesses processos impactam não apenas a disseminação, mas a própria produção do conhecimento e as práticas científicas? Essas questões vêm conformando uma robusta agenda de reflexão e de pesquisas no campo da história das ciências. Em diálogo com a historiografia internacional, a produção acadêmica brasileira sobre a circulação transnacional da ciência tem se consolidado e expandido. A presente coletânea é um ótimo exemplo desse movimento, conduzido em larga medida por jovens pesquisadores. Abarcando temporalidades, espacialidades e questões de pesquisa diversas, seus capítulos sinalizam os amplos horizontes de uma renovação historiográfica em curso. Nesse sentido, são um convite a que historiadores e cientistas sociais enveredem pelos muitos caminhos abertos nesse campo de estudos.
A coletânea Cativeiros enfermos aponta a força da pesquisa histórica nos estudos sobre a história da assistência e saúde na escravidão e pós-emancipação no Brasil. Não há dúvidas sobre a ampliação metodológica e teórica, tanto na historiografia da escravidão como naquela da saúde. São abertos caminhos empíricos, propiciando exercícios analíticos que se multiplicam. Permanecem atualizados os desafios sobre os sentidos e significados de diferentes fontes onde aparecem as nomenclaturas e taxonomias sobre enfermidades e causa mortis.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.