Integrante da coleção História e Saúde da Editora Fiocruz, o livro desenvolve uma narrativa histórica de chegada, alastramento e erradicação do Anopheles gambiae, que teve origem em Dacar, capital do Senegal, e chegou ao Brasil pelo Rio Grande do Norte. O mosquito causou uma epidemia de malária sem precedentes no Brasil no início dos anos 1930 e, após esforços cooperativos entre o governo brasileiro de Getúlio Vargas e a Fundação Rockefeller, foi erradicado em 1940. Transmissor da forma mais letal da doença, o vetor teria viajado da África para o Nordeste brasileiro graças à modernização dos transportes aéreos, que passaram a ser uma preocupação das autoridades. Assim, foram instituídas, segundo a pesquisa, uma série de leis e normas para garantir a segurança sanitária dos aeroportos.
Resultado de pesquisa para a realização de tese de doutorado da autora Olivia Hirsch, o livro Parto Natural, Parto Humanizado: perspectivas de mulheres de camadas populares e médias se debruça sobre experiências de parto humanizado em dois diferentes segmentos sociais de uma metrópole do Brasil. Em um país que dissemina amplamente a prática de cesáreas agendadas, por que certas mulheres de camadas médias desejam um parto natural e humanizado, sem anestesias ou outros tipos de intervenção. Por outro lado, por que algumas mulheres de camadas populares abrem mão do atendimento por médicos e preferem ser atendidas exclusivamente por enfermeiras e obstetras? Ao buscar responder a essas e outras questões, a pesquisadora investigou - a partir de um universo composto de 37 gestantes e puérperas - mulheres sob diferentes contextos: das vinculadas a uma casa de parto pública às frequentadoras de um grupo de preparação para o parto. Jornalista de formação, Hirsch é doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), instituição na qual é docente do quadro complementar do Departamento de Ciências Sociais. A publicação em livro de sua tese de doutorado contribui, segundo a pesquisadora Sonia Giacomini afirma
Mais uma publicação da coleção Temas em Saúde, o livro Zika no Brasil: história recente de uma epidemia apresenta, com linguagem acessível e de forma objetiva, o histórico e as informações mais recentes da comunidade científica sobre o zika vírus. Escrita por Ilana Löwy, historiadora das ciências e pesquisadora do Instituto Nacional Científico e de Pesquisa Médica da França (Inserm), a obra mostra, em quatro capítulos, as muitas faces de um vírus cuja recente epidemia vem se tornando um enorme desafio para os profissionais e gestores da saúde pública no Brasil. Löwy discorre sobre as primeiras epidemias de zika fora do país até os primeiros relatórios sobre a chegada da doença ao Nordeste brasileiro e sua relação com casos de microcefalia, além da ação de órgãos como Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS). Os enigmas sobre a doença, que virou um fenômeno global, também são levantados, assim como as muitas variáveis e desigualdades - econômicas, de classe, de raça e de gênero - que compreendem a proliferação do vírus. A autora aborda, com dinamismo, o que ela chama de a rápida ascensão e queda do vírus zika e as muitas perguntas e questões deixadas por esse vírus. "A epidemia brasileira de zika de 2015-2016 foi um episódio curto, intenso e assustador. O surto terminou em 2016, mas não a longo prazo, uma vez que o dano produzido por uma infecção pelo zika vírus persiste na nas crianças afetadas", alerta a pesquisadora. Temas em Saúde A coleção traz para estudantes, profissionais e público em geral panoramas sobre conceitos e conteúdos fundamentais das áreas da saúde. Em linguagem acessível, combina informação atualizada com reflexões baseadas em recentes produções científicas apresentadas por especialistas sintonizados com o contexto sociopolítico de produção e aplicação do conhecimento em saúde. Apresentação 1. Zika e Microcefalia 2. Certezas e Enigmas do Zika 3. Uma Epidemia de Desigualdade: classe, raça e gênero na época do zika 4. Quando um
Obra escrita por seis autoras, todas ligadas a atividades de ensino e pesquisa na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca Ensp/Fiocruz, Oficinas Clínicas do Cuidado: efeitos da narratividade sobre o trabalho em saúde apresenta experiências de um curso-oficina no campo da saúde. O livro é voltado especialmente para gestores e profissionais da saúde, incluindo professores e alunos da área. Um dos objetivos do título é, segundo as autoras, discutir o potencial formador de uma experiência de qualificação profissional. No caso, o curso Oficinas Clínicas sobre o Cuidado, iniciativa que vem sendo conduzida na Ensp Fiocruz e que serve de referência para o livro. As pesquisadoras apontam que o outro principal objetivo do relato é apresentar em detalhes da metodologia de condução das oficinas e apontar as bases para seu desenvolvimento nos serviços de saúde. O livro é também dedicado a todos os profissionais do Sistema Único de Saúde SUS e a todos aqueles que trabalham para a humanização da saúde. Em seis capítulos, a obra apresenta temáticas como os desafios do cuidado e da formação em saúde, as potencialidades das oficinas nos serviços de saúde, além de exposições sobre a organização e o desenvolvimento do curso e a importância das narrativas nos cuidados em saúde.
O cotidiano das equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) em Recife, Pernambuco, é a base desta obra, que convida o leitor à reflexão sobre o lugar central da Atenção Básica à Saúde na organização do cuidado e nos processos criativos e inovadores que cercam os profissionais de saúde pública. Organizado por professores e pesquisadores da área de Saúde Coletiva, a coletânia reúne sete artigos, que apresentam aspectos legais e normativos de implantação dos Nasf, passando por questões ligadas às estratégias, ferramentas tecnológicas, desafios, territorialização, planejamento e avaliação dos Núcleos. O livro é mais um a integrar a coleção Fazer Saúde, que estimula diálogo e o compartilhamento de conhecimentos científicos e inovações tecnológicas diretamente ligados à consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). As muitas experiências e práticas narradas ao longo do livro reforçam, segundo o pesquisador Michael Machado, professor de saúde coletiva da Universidade Federal de Alagoas, a importância do Nasf para a Atenção Básica à Saúde, "não só por ampliar seu campo de ações e o compartilhamento de conhecimentos, saberes e responsabilidades centradas no território, como também por expandir a capacidade de resolutividade clínica das equipes e de todos os trabalhadores envolvidos".
Livro de fundamental importância em meio aos debates mais atuais do cenário sociopolítico nacional, Judicialização de Políticas Públicas no Brasil levanta debates e contribuições para "a compreensão dos processos pelos quais nosso sistema de justiça tornou-se um protagonista da política e das políticas, bem como de seus impactos sobre uma gama variada de direitos individuais e coletivos", afirma a professora titular de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), Marta Arretche. A obra reúne 12 artigos de juristas e especialistas nos campos das ciências sociais e política e do direito, dialogando sobre temas como as bases institucionais dos processos de judicialização das políticas públicas no país, além de casos e desafios ligados à judicialização, englobando o direito à saúde e à moradia, questões de política habitacional e preservação ambiental, renda, assistência social, aborto, educação, igualdade de gênero e união homoafetiva. No time de renomados pesquisadores que compõem os estudos apresentados no livro estão Conrado Hübner Mendes, Fabiana Luci de Oliveira, Rogério Arantes, Luciana Gross Cunha e a organizadora, Vanessa Elias de Oliveira, doutora em Ciência Política pela USP e professora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (PGPP/UFABC). Para o professor da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, Oscar Vilhena Vieira, a coletânea apresenta uma contribuição fundamental para melhor compreender o papel das agências de aplicação, impulsionadas por uma constituição de natureza transformadora, na determinação das políticas públicas no campo social.
O livro apresenta importantes experiências e esforços realizados no Brasil, nas últimas décadas, na inserção e na adaptação de pessoas com deficiência e doenças raras aos sistemas de saúde e de gestão. Organizado pela médica pediatra Daniela Koeller Rodrigues Vieira, pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), a coletânea apresenta artigos de profissionais de diferentes campos científicos e especialidades como Biologia, Genética e Fonoaudiologia. Os textos refletem importantes contribuições acadêmicas e práticas que mostram a importância da recente inclusão em políticas públicas para a saúde de pessoas que apresentam uma ou mais deficiências e de indivíduos com condições raras. Inclusão surgida no contexto de avanços na estruturação e na ampliação do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, os autores abordam e dimensionam questões fundamentais como as experiências existentes nos cuidados a pessoas com deficiência e doenças raras na atenção primária, a genética médica e a integralidade na atenção à saúde, as ferramentas e as percepções dos profissionais de atenção primária para as abordagens e para as práticas de cuidado. O livro é o sexto título da coleção Fazer Saúde, que pretende contribuir para a qualificação de profissionais, pesquisadores e gestores do SUS, estimulando o diálogo entre conhecimentos científicos, educação, inovações tecnológicas, saberes e práticas em saúde. Para a professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Heloísa Viscaíno Pereira, a obra organizada por Daniela Koeller é um exemplo de como o pensamento acadêmico pode influenciar diretamente a vida das pessoas, construindo uma ponte entre mundos considerados tão distantes: os atendimentos das clínicas da família e os laboratórios de biologia molecular.
Nestes quarenta anos de Reforma Sanitária houve avanços tanto no espaço simbólico, quanto no provimento concreto de leis, normas e serviços voltados para a defesa da vida das pessoas. Mas, ao mesmo tempo, o SUS ainda é incompleto e importante para superar exclusões e abusos que representam entraves para o atendimento dos interesses e necessidades de grande parte da população. Além do mais há degradação da qualidade de vida da maioria do povo, violência, quase ausência de políticas de saneamento e de habitação, exploração ampliada do trabalho e desrespeito à noção de cidadania.
A pesquisadora Raquel Paiva Dias-Scopel, do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), levanta questões sobre a valorização e respeito à diversidade étnica e cultural dos povos indígenas e a difícil interface com o processos de medicalização e do direito ao acesso aos serviços de saúde biomédicos. O livro é parte da Coleção Saúde dos Povos Indígenas, da Editora Fiocruz e partiu da tese de doutorado defendida em 2014 no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi publicado pela primeira vez em 2015 pela Associação Brasileira de Antropologia com o título A Cosmopolítica da Gestação, Parto e Pós-Parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku. No prefácio da primeira edição, sua orientadora, a doutora em antropologia e professora titular da UFSC, Esther Jean Langdon, ressalta que o conceito fundamental deste livro é da autoatenção, que aponta para o reconhecimento da autonomia e da criatividade da coletividade, principalmente da família, como núcleo que articula os diferentes modelos de atenção ou cuidado da saúde. O livro é parte da Coleção Saúde dos Povos Indígenas, da Editora Fiocruz e partiu da tese de doutorado defendida em 2014 no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi publicado pela primeira vez em 2015 pela Associação Brasileira de Antropologia com o título A Cosmopolítica da Gestação, Parto e Pós-Parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku. No prefácio da primeira edição, sua orientadora, a doutora em antropologia e professora titular da UFSC, Esther Jean Langdon, ressalta que o conceito fundamental deste livro é da autoatenção, que aponta para o reconhecimento da autonomia e da criatividade da coletividade, principalmente da família, como núcleo que articula os diferentes modelos de atenção ou cuidado da saúde.
Esta publicação tem o objetivo de divulgar os resultados obtidos nos três primeiros anos de existência do Programa de Avaliação Pós-Ocupação (APO) em edições da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O livro apresenta, resumidamente, oito experiências de APO na Fiocruz em edifícios de laboratórios de pesquisas biomédicas e de análises clínicas, un idades assistenciais de saúde, áreas administrativas e de ensino.
Neste livro, analisam-se conflitos e confrontos argumentativos em torno da liberação de sementes transgênicas, abordando-se, por meio da comparação das experiências do Brasil e da Argentina, uma questão crucial nas sociedade contemporâneas: as disputas de sentidos na agenda política global acerca da segurança e soberania alimentares.
O livro O jogo como prática de saúde é resultado de estudos iniciados em 2009 que buscaram articular três campos do conhecimento: a saúde, a comunicação e os jogos. Marcelo Simão de Vasconcellos, Flávia Garcia de Carvalho e Inesita Soares de Araújo nos trazem uma proposta inovadora: valorizar os jogos como prática humana e social e considerar seu potencial criativo para integrá-los às práticas de saúde. O ineditismo fez do livro o primeiro da coleção Fazer Saúde, que vem se somar às outras sete da Editora Fiocruz Antropologia e Saúde; Bioética e Saúde; Criança, Mulher e Saúde; História e Saúde; Loucura e Civilização; Saúde dos Povos Indígenas; e Temas em Saúde. Os autores privilegiam a análise dos jogos digitais, amplamente disseminados nas sociedades contemporâneas, mas pouco estudados além de duas categorias a de jogos educativos e a de instrumento de divulgação científica. Para isso, descrevem e discutem experiências como o uso de newgames sobre epidemias; os jogos voltados para grupos que vivenciam doenças de difícil abordagem, como crianças com Síndrome de Down ou autismo; e outros desenvolvidos pra pessoas idosas com o objetivo de reduzir o risco de Alzheimer. A discussão vai além do uso terapêutico dos jogos: trata da sua inserção em contextos sociais e culturais mais amplos e do envolvimento na experiência lúdica de grupos de referência.
Coedição da PUC-Rio e Editora Fiocruz, o livro é resultado de anos de trabalho, estudos e da tese de doutorado de Pedro Muñoz. Esta obra original traz uma importante contribuição para o entendimento das relações entre os dois países numa perspectiva histórica transnacional, que tem como foco os entrelaçamentos e a circulação do conhecimento. Enriquecido por material levantado de fontes primárias no Brasil e na Alemanha, o estudo investigou as relações no campo da psiquiatria no período de 1900 a 1942, interrompidas pela Segunda Guerra Mundial. Neste período, circularam no Brasil os conceitos da psiquiatria, da neurologia e da psiquiatria genética alemãs – e o estudo mostra como e por quem foram apropriados. Ao enfocar o trânsito e a circulação dos cientistas em redes construídas em viagens, congressos, cursos e publicações, o autor inova, como descreve Cristiana Facchinetti na apresentação da obra. “A narrativa apresenta novos lances, outras perspectivas de leitura para uma história da psiquiatria, que ganha maior densidade ao discutir o crescimento do nazismo na Alemanha, a hegemonia das teorias degeneracionistas, biodeterministas e racialistas na medicina mental e suas repercussões e impasses para a psiquiatria brasileira”, afirma.
Saúde no caminho da roça traz sólida base de referências bibliográficas ao mesmo tempo em que se assenta em conhecimentos validados pelas experiências profissionais e pessoais cotidianas dos autores. Foi pensado como instrumento para o “fazer rural” e formação das equipes de saúde nos diferentes contextos brasileiros, com ênfase na Atenção Primária à Saúde (APS) e foco ampliado para além da tradição acadêmica e científica, majoritariamente urbanas. O livro foi organizado por Leonardo Cançado Monteiro Savassi, Magda Moura de Almeida, Mayara Floss e Monica Correia Lima e faz parte da nova Coleção Fazer Saúde, lançada em 2018 pela Editora Fiocruz. As discussões trazidas aqui são fruto da história do grupo de trabalho criado no âmbito da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), que buscam contribuir com a qualificação dos processos de trabalho e a formação de recursos humanos em contextos rurais. A publicação cumpre seu objetivo de provocar a reflexão e instrumentalizar os profissionais da saúde que, mesmo com uma formação geralmente voltada para os centros urbanos e para a doença, aceitam o desafio de cuidar das populações rurais e se fixar no interior. Uma leitura pertinente para todos os interessados no aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS) no país, onde a população que mais necessita tem menos acesso aos serviços.
Ao expor a natureza e a força da agenda articulada de empresas, empresários da saúde e de suas entidades representativas, com o propósito de influenciar a formulação de políticas públicas, esta obra de Ialê Falleiros é fundamental para compreender as relações entre público e privado no sistema de saúde no Brasil no século XXI. Trata-se de contribuição relevante para o debate esclarecido sobre impasses contemporâneos que ameaçam a consolidação do Sistema Único de Saúde. (Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo)
Um eficiente (e complexo) processo de conservação, armazenamento e distribuição - denominado rede de frio - garante a qualidade das vacinas que chegam às diversas salas de imunização do país. E este é um assunto de extrema importância, especialmente num contexto de ampliação das atividades do Programa Nacional de Imunizações (PNI), o que "requer dos profissionais constantes atualizações técnicas não somente sobre o imunobiológico, mas, também, a respeito de sua guarda e seu manuseio, da organização do sistema de vigilância e, especialmente, da organização e estruturação dos serviços, das fontes de recursos utilizadas etc.". Este volume "tem como objetivo proporcionar reflexões sobre conceitos e/ou práticas cotidianas inerentes aos serviços de saúde, no campo da rede de frio de imunobiológicos, instrumentalizando os profissionais com novos saberes e visão crítica no exercício de suas atividades".
Um eficiente (e complexo) processo de conservação, armazenamento e distribuição - denominado rede de frio - garante a qualidade das vacinas que chegam às diversas salas de imunização do país. A manutenção adequada da rede de frio é fator essencial para que se alcance o objetivo de imunizar as pessoas contra doenças infecciosas de grande relevância. Igualmente indispensáveis são a conscientização e a preparação dos profissionais encarregados da rede de frio, a quem esta obra especialmente se dirige. "É fundamental que a formação desses profissionais esteja em consonância com a proposta da vigilância em saúde, baseada na atenção básica e na reorganização das práticas sanitárias, com ênfase na integralidade do cuidado, sem perder o foco da importância do conhecimento técnico", afirmam as organizadoras. Este volume "destaca a necessidade do trabalho compartilhado e do planejamento para gestão eficiente da rede; ressalta o papel estratégico que o trabalhador da rede de frio desempenha nesse processo; e debate assuntos que vão desde o calendário vacinal até o gerenciamento dos resíduos resultantes das atividades desenvolvidas na imunização e na rede de frio de imunobiológicos".
“Estaríamos ficando cada vez mais doentes? Ou estaríamos a cada dia ficando mais saudáveis, já que gastamos mais com saúde?” Os autores partem desse questionamento para discutir a problemática da medicalização, sobretudo no que se refere ao sofrimento psíquico. Eles chamam atenção para o fato de que experiências comuns e naturais da nossa existência têm sido consideradas passíveis de serem 'tratadas' e 'resolvidas' com medicamentos. As consequências individuais e sociais desse problema são analisadas pelos autores, que também fazem um alerta sobre os prejuízos causados por uma nefasta aliança entre a psiquiatria e a indústria farmacêutica. Com linguagem acessível, esta obra objetiva ampliar o debate sobre a medicalização do sofrimento psíquico, incluindo, em especial, aqueles que sofrem com ela.
"Neste livro o leitor encontrará uma extensa revisão bibliográfica de 2.477 textos publicados entre 2001 e 2013 (artigos, dissertações e teses) sobre violência e saúde. [...] O trabalho acompanha a construção intelectual do tema no Brasil e no mundo e realça pontos convergentes, divergentes, continuidades, rupturas e lacunas. Nele o leitor encontrará uma leitura crítica sobre um objeto construído progressivamente dentro do campo da saúde. A obra dá continuidade a duas revisões anteriores realizadas pelo mesmo grupo. A primeira ocorreu em 1990; a segunda, em 2003. Esta terceira revisão se mostra a mais aprofundada, vasta, complexa e analítica."
Do encontro entre saúde e relações internacionais se originam os conceitos e práticas contemporâneos da saúde global e da diplomacia da saúde. Mas tal encontro só se estabeleceu em função do processo de globalização. A crise econômica sistêmica e global, expondo as brechas estruturais do capitalismo global, aprofundou as desigualdades preexistentes e, desde então, só vem se ampliando, com consequências sociais, econômicas e sanitárias gravíssimas, particularmente para os países pobres e para os pobres de todos os países. A crise abateu-se sobre os países da América Latina, e muitos progressos alcançados estão agora ameaçados, inclusive as conquistas no campo da saúde, que vem sendo profundamente afetada. Este livro procura explicar a saúde no cenário global; o que a molda social e economicamente; como o global dialoga com o regional e o local; como a governança global exerce impacto sobre a saúde; como transcorre a governança da saúde global; e que papel desempenha a diplomacia aplicada em prol de uma situação de saúde mais equitativa. A complexidade internacional tem colocado novos objetos e desafios sobre os quais os autores desta coletânea buscam refletir, na perspectiva da América Latina e Caribe: as desigualdades sociais e sanitárias profundas entre países e no interior destes; as crises humanitárias relacionadas com conflitos armados em diversas partes do mundo; as correntes migratórias na América Latina; as transformações nos padrões culturais que desafiam a visão do 'normal' em medicina e saúde pública; o comprometimento ambiental em escala planetária; e a proliferação de instituições multilaterais que incluem os problemas de saúde entre seus programas de cooperação, sem entretanto solucioná-los.
“Instituições não nascem prontas dos textos das leis: precisam ser trazidas à vida pelas pessoas que as criam”. Esta é uma das ideias centrais do livro, que analisa o processo de construção de instituições ligadas à gestão da água no Brasil. Ao enxergarem as instituições como processos, as autoras ajudam a compreender não só os caminhos da política da água, mas também a dinâmica de outras políticas públicas e seus espaços participativos. A Lei Federal 9.433, de 1997, instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Ela definiu a bacia hidrográfica como a unidade territorial para a implementação da política de recursos hídricos; e o comitê, por sua vez, como a instância de gestão nessa unidade territorial. Os comitês de bacia hidrográfica reuniam a sociedade civil, o setor privado e o governo. As autoras observaram demoras longas entre a criação dos comitês pela letra da Lei e seu surgimento como instituições que funcionavam na prática. Verificaram também que muitos comitês tinham contextos bastante semelhantes, mas resultados radicalmente distintos. Enquanto alguns comitês não prosperavam, outros tornavam-se espaços vibrantes de tomada de decisão e de ação – ou adquiriam autoridade prática. “Parecia que não eram os contextos que explicavam as diferenças, mas, sim, o que as pessoas envolvidas faziam com os recursos disponíveis naqueles contextos”, avaliam.
"O presente livro trata de paradigmas, protoideias e também de estilos de pensamento, pensamentos coletivos e revoluções científicas. Nele dissertamos sobre assuntos que vão desde as origens do homem e a imprevisibilidade da evolução do conhecimento e da ciência até os conceitos e mecanismos de formação de imagens internas (como em um espelho) para o reconhecimento (da imagem) de objetos do mundo real (incluindo os micróbios). Os textos permeiam tanto narrativas históricas – como a da imunologia cognitiva – quanto a descrição do funcionamento do sistema nervoso. Os tópicos expostos em cada capítulo são explicados ao leitor com a ajuda de conceitos de diferentes disciplinas, muitas vezes estranhas ao pensamento coletivo de cientistas de nossas áreas. Assim, algumas ideias, inicialmente protoideias, demandaram amadurecimento através da interação com especialistas nas diversas disciplinas abordadas. Ao fim de cada capítulo, comentários desses peritos analisam as perspectivas e consequências dos temas tratados, muitas vezes proporcionando um olhar diferente ao oferecido por nós. [...] Esperamos, com esta abordagem interdisciplinar, promover o debate sobre diversos temas tratados entre especialistas de diferentes campos do conhecimento e, quem sabe (quem dera também...), instigar o surgimento de novas revoluções científicas. Seja bem-vindo ao mundo dos micróbios, imagens e espelhos!"
Crianças sempre gostam de brincar e de desenhar, uma maneira de expressar suas fantasias e energias sobre como sentem o mundo à sua volta. Os desenhos são comumente utilizados na escola e como estratégia diagnóstica nas clínicas de pediatria e psicologia. Violências e Vulnerabilidades nos Desenhos Infantis pode contribuir com novas visões e com sugestão de metodologia diversificada de trabalho e interlocução entre pesquisadores, clínicos e demais profissionais que atuam com crianças e famílias. Abre-se, assim, uma oportunidade para se aproximar do universo familiar das crianças por meio de seus desenhos, de ouvir seus pontos de vista, sentimentos e medos, de compreender suas habilidades e competências e de identificar vulnerabilidades e violências que vivenciaram. Contudo, desvendar a comunicação da criança sobre si e sua família por meio do desenho é território repleto de desafios e incertezas." Evelyn Eisenstein, professora associada de pediatria e clínica de adolescentes da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, membro do Departamento Científico de Adolescência e do Grupo de Trabalho sobre Violência e Drogas da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Apresenta aspectos da sociedade contemporânea que influenciam o cuidado em saúde, questionando se é possível identificar a saúde com uma prática desumanizadora. Para analisar esta questão, o autor utiliza a categoria marxista de alienação, como a não correspondência entre o desenvolvimento das capacidades humanas do gênero humano e sua manifestação no plano dos indivíduos e coletividades concretas. Ele afirma que a humanização dos sujeitos resulta da sua inserção e ação transformadora sobre a realidade e, analisando criticamente os fenômenos de saúde-doença, entende que as práticas de saúde são simultaneamente humanizadoras e desumanizadoras. O livro convida a refletir sobre qual é o objeto do trabalho em saúde, se é a própria saúde, a doença ou a pessoa. Discute também a determinação social do processo saúde-doença e as manifestações da medicalização na sociedade. Aborda ainda o aumento de doenças entre os trabalhadores da saúde e sua inserção no capitalismo, a relação entre profissionais e usuários e o papel - por vezes contraditório - da tecnologia nos serviços.