Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Dedê Fatumma, mulher negra e lésbica, expõe em Lesbiandade, décimo quarto título da Coleção Feminismos Plurais, a construção de sua identidade e os caminhos percorridos para o entendimento das violências que acometem mulheres sapatonas, lésbicas, bissexuais e dissidentes de gênero. A partir da referenciação de intelectuais negras, mulheres latino-americanas e racializadas, evidencia as desigualdades intersectadas nas relações sociais de gênero, classe, raça e sexualidade, frente ao cistema de poder. Sua pesquisa marca a insurgência teórica contra a hegemonia branca e rompe com padrões de colonização de corpos ao evidenciar outras maneiras de amor entre mulheres.
Obra vencedora do 25º Concurso de Monografias de Ciências Criminais do IBCCRIM. Transitando com precisão analítica e desenvoltura intelectual por diferentes vertentes da Sociologia contemporânea — dos estudos sobre governamentalidade e movimentos sociais à criminologia queer e à sociologia da punição —, o instigante trabalho de Alexandre Martins busca compreender a relação difícil entre o ativismo LGBT e o sistema de justiça criminal no Brasil das últimas décadas, em especial, as possibilidades e os limites que o acionamento desse sistema, em nome do adensamento da luta pelos direitos LGBTs, tem colocado não só para o movimento, mas também para o próprio processo de democratização do país.
Como compreendemos e avaliamos as diversas informações sobre saúde que recebemos? Como podemos usar essas informações para o nosso cuidado e para o cuidado do outro? Em tempos de pandemia, essas são questões ainda mais urgentes diante do excesso de notícias, diagnósticos e assuntos relacionados à saúde que alcançam as pessoas das mais diferentes formas. Literacia em Saúde, livro que integra a coleção Temas em Saúde, amplia os debates diante desse contexto.
Fruto da experiência dos autores nos temas de logística e transporte e de uma profunda pesquisa envolvendo resíduos sólidos no país, o livro busca preencher uma lacuna quanto à existência de publicações que abordem a relação entre resíduos sólidos e seus aspectos logísticos, assim como seus aspectos socioambientais. A logística ambiental de resíduos sólidos está fortemente relacionada com as características intrínsecas do resíduo em questão e com suas respectivas regulamentações. A adoção de tecnologias que utilizem o resíduocomo matéria-prima para gerar energia deverá se consolidar em pouco tempo no Brasil, alterando o conceito de lixo como algo negativo para uma fonte de energia interessante. Essa mudança de paradigma deve ter efeitos diretos sobre a gestão e a logística de transporte de resíduos sólidos.
“Não caia na armadilha de achar que o assunto não lhe diz respeito porque parece estar distante do seu horizonte. Na verdade, começamos a envelhecer no momento em que nascemos. Todos os que temos sorte chegaremos lá e é fundamental que comecemos a praticar o quanto antes.” “Um roteiro para envelhecer bem inclui zelar pelo seu capital físico, a saúde; estimular seu capital intelectual, num permanente processo de aprendizado; alimentar seu capital social, as relações afetivas; e preservar ou expandir o patrimônio, seu capital financeiro.” “Há artigos e fórmulas de todo tipo que ensinam como ficar fabulosa depois dos 50 ou exaltam a figura da ‘vovó gata’. Isso é o oposto de lidar bem com o tempo. O amadurecimento ensina, entre outras coisas, a não se tornar escravo da opinião alheia, o que é libertador.”
A intenção da coleção Feminismos Plurais é trazer para o grande público questões importantes referentes aos mais diversos feminismos de forma didática e acessível. Com o objetivo de desmistificar o conceito de lugar de fala, Djamila Ribeiro contextualiza o indivíduo tido como universal numa sociedade cis hetero patriarcal eurocentrada, para que seja possível identificarmos as diversas vivências específicas e, assim, diferenciar os discursos de acordo com a posição social de onde se fala.
Potente e emblemático, Lugar de Negro traça um panorama sucinto de um dos problemas sociais mais candentes do nosso país. Passadas quatro décadas de sua publicação original, sua leitura permanece atual e obrigatória para entender as dinâmicas de raça e classe no Brasil. Lugar de negro reúne três textos de duas grandes referências nos estudos das relações entre desigualdade e raça — Lélia Gonzalez e Carlos Hasenbalg —, sintetizando pontos centrais da questão racial brasileira e contribuindo para fortalecer uma luta fundamental do movimento negro naquela época: descontruir o mito da democracia racial, incitado durante a ditadura.
A partir de um depoimento para a tese de doutorado sobre a instituição do conceito de patrimônio cultural no Brasil com a Constituição de 1988, o diálogo entre o historiador Yussef Campos e o líder indígena Ailton Krenak ampliou-se para questionamentos mais profundos sobre a vida do planeta, e resultou neste livro composto por três textos que apresentam um enfrentamento à monocultura simbólica que as culturas hegemônicas tentam impor ao ser humano e ao planeta. O primeiro texto é uma entrevista feita por Yussef Campos com Ailton Krenak em 2013, para a sua tese de douramento; o segundo é a transcrição de uma fala de Krenak na Universidade Federal de Goiás, após a tragédia do estouro da barragem da Samarco, em Mariana; e o último é um ensaio de Campos que parte do gesto de guerra e luto de Krenak ao pintar o rosto de jenipapo diante do Congresso Nacional, como forma de protesto às deturpações das reivindicações definidas em consulta pública durante a Constituinte.
Este livro é uma homenagem à história e à luta de Luiza Bairros (1953-2016), ativista do movimento de mulheres negras e antirracistas, pensadora e analista política, que, por sua potência, entrou definitivamente para a história das lutas contra o racismo no Brasil. A socióloga Vanda Sá Barreto se propôs, aqui, a agregar olhares sobre temáticas tratadas por Luiza que não haviam sido ainda suficientemente difundidas, bem como a valorizar os caminhos que ela trilhou para se transformar de jovem militante do movimento negro em Ministra de Estado. O livro fala sobre a juventude negra, sobre o Projeto Raça e Democracia, sobre a arte negra, sobre o Estatuto da Igualdade Racial, sobre o Programa de Combate ao Racismo Institucional e sobre o feminismo negro. A autora conecta, assim, os diversos campos de atuação e produção de Luiza, que vão desde a desigualdade racial no mercado de trabalho, passando pela ressignificação da negritude na arte, pelo feminismo negro e pela diáspora africana, até as políticas públicas de racial e de combate ao racismo.
O interior do Brasil tem sido objeto da cobiça de colonialistas internos e externos desde a Conquista. Ainda hoje, grileiros continuam a roubar terras na Amazônia, substituindo a floresta por gado e soja para exportação. Mas os povos indígenas e os posseiros resistem. E uma forma de resistência tem sido o combate à produção destrutiva por meio da instalação de reservas agroextrativistas, que reproduzem a vida através da extração duradoura da borracha ou da castanha-do-brasil, entre outras dádivas da natureza. Desde Chico Mendes, assassinado em 1988, há muitos exemplos de resistência popular contra a depredação da Amazônia.
A partir do discurso autoetnográfico a professora, pesquisadora e ativista Malu Jimenez expõe as violências gordofóbicas a que os corpos gordos femininos estão submetidos desde a infância até a fase adulta. Através de análises teóricas, entrevistas e depoimentos a autora investiga a estigmatização institucionalizada e a patologização do corpo gordo do ponto de vista sociocultural, ao mesmo tempo que salienta a importância da internet para a criação de espaços para a militância antigordofóbica e o ativismo gordo. O livro é resultado da tese de doutorado de Malu Jimenez, que agora ganha nova edição, com novo projeto gráfico e novas fotos. Esta publicação inaugura o selo “Lute como uma gorda”, que discutirá a gordofobia em diversas áreas.
Os discursos aqui reunidos foram proclamados, com exceção de “Mensagem às bases”, entre 1964 e 1965. Diferentemente dos grupos que pregavam a não violência, Malcolm X defendia uma resposta intransigente à injustiça da violência contra o negro. Mais do que ataque, tratava-se de autodefesa – de linchamentos, humilhações, precariedade, injustiça social. Seus discursos expõem a contradição que marca a história dos Estados Unidos: um país que se vende como a terra da democracia e das oportunidades, mas que praticou e pratica o racismo de forma estrutural e contumaz. O contexto de Malcolm, nos anos 1960, era de aberta segregação racial: pessoas negras não podiam votar e deviam ceder aos brancos seus assentos no transporte público. A Lei dos Direitos Civis, aprovada em 1964, enfrentava resistência violenta da elite branca e tinha pouco efeito na prática. Malcolm buscava despertar nas massas a coragem de lutar pelos seus direitos. Sua atuação foi violentamente interrompida pelo assassinato que o vitimou, aos 39 anos. Malcolm X fala é a prova de que seu legado está vivo e de que suas palavras continuam atuais e potentes. O volume inclui ainda entrevistas, cartas e um memorando escrito para a Organização da Unidade Africana.
Uma noite, conversando no sofá, Marcela e Mel decidem ter filhos. Logo surge a dúvida: como um casal de mulheres faz para engravidar? Perdidas, resolvem pedir ajuda aos amigos no Facebook. Sustentando o desejo da gravidez sem pai, elas se colocam diante de muitas questões. Em Mama: um relato de maternidade homoafetiva, seu primeiro livro, a autora rompe com o tabu que ainda hoje cerca o amor lésbico e a gravidez entre mulheres para contar a história de sua família. Ao amamentar seus filhos gêmeos, mesmo sem ter sido ela a mulher a gestar, Marcela literalmente peita, num perfeito equilíbrio entre força e delicadeza, os preconceitos e as intolerâncias da nossa sociedade.
Primeiro livro de Marcela Tiboni, agora reeditado pela Jandaíra, Mama: um relato de maternidade homoafetiva traz as vivências de um casal de lésbicas que decidiu engravidar sem um pai. Diante dessa decisão, o casal Marcela e Mel vão em busca de informações nas redes sociais para saber como dar o primeiro passo na direção da maternidade em dupla.
O livro aborda a diferenciação entre gestar, assumir o parentesco e cuidar de uma vida, e, sem homogeneizar a categoria “mulher”, reconhece que a experiência da parentalidade é determinada por fatores como raça, classe, gênero e faixa etária. Para Iaconelli, os embates sobre o cuidado e a reprodução da vida são embates políticos e a psicanálise é uma arma da qual não podemos abrir mão.
Um manifesto cáustico e subversivo que busca derrubar todas as restrições e preconceitos sobre o que pode ou não ser feito com o corpo e para o corpo. Defesa radical da liberdade dos corpos, Manifesto contrassexual põe abaixo todas as noções estereotipadas de sexo, gênero e desejo. Com a verve demolidora e o rigor teórico que o tornaram um dos pensadores essenciais da atualidade, Paul B. Preciado analisa e desmonta as construções socioculturais que definiram e normatizaram a sexualidade. Combinando linguagens diversas que vão da arte performática ao dadaísmo e inspirado pelo pensamento de Michel Foucault, Gilles Deleuze, Judith Butler e Jacques Derrida, o filósofo espanhol propõe a contrassexualidade como antídoto à política conservadora de controle sexual: uma teoria do corpo que se situa fora das oposições homem/mulher, masculino/feminino, heterossexualidade/homossexualidade.
O livro reúne as vivências da consultora Carolina Ignarra e do rapper Billy Saga, cadeirantes e ativistas pelos direitos das pessoas com deficiência. Com uma linguagem acessível e de fácil compreensão, os autores relatam experiências pessoais, explicam o que é o capacitismo e quais práticas podem ser adotadas para sua desconstrução. Através de dados estatísticos, a obra traz um panorama sobre as pessoas com deficiência no Brasil e sobre as leis e ações afirmativas voltadas para este público. Aqui está um convite à desconstrução do preconceito, à promoção da acessibilidade, da inclusão e da diversidade de corpos em todos os espaços.
A obstetrícia como especialidade médica tem registrado importantes mudanças nas últimas décadas. As gestações se tornaram mais tardias, em menor número e alcançadas, em grande parte, por meio de técnicas de reprodução assistida. Essa nova realidade da prática obstétrica fez aumentar muito o número de gestações de alto risco, envolvendo situações maternas e referentes ao concepto e, nesse momento, à assistência à gestante e ao feto com risco de sobrevida. Os fatores que determinam o aumento do risco reprodutivo para mãe-filho foram ampliados . Além das indicações tradicionais para inclusão das gestantes nos setores de alto risco da assistência obstétrica, como hipertensão arterial, endocrinopatias e doenças autoimunes, surgiram novas indicações para os casos de gestações após cirurgia bariátrica, transplante hepático, infecções de transmissão vertical e gravidez após técnicas de reprodução assistida, exposição a drogas e hábitos negativos para o desenvolvimento do concepto. O Manual SOGIMIG de Gravidez e Puerpério de Alto Risco é um livro essencial para a prática segura e correta da obstetrícia atual. devendo integrar o cotidiano daqueles que cuidam da mulher em seu momento de maior esplendor e responsabilidade.
O manual sogimig de assistência ao parto e puerpério é mais uma grande contribuição da sogimig para a promoção de uma obstetrícia de qualidade e de alto nível, com o objetivo maior de ajudar todos aqueles que trabalham nessa área a aprimorarem o cuidado dispensado às mães e ao nascimento de suas filhas e filhos. Esta obra valoriza a visão assistencial de outros profissionais que participam da equipe obstétrica, uma vez que é indispensável saber o que pensa cada participante desse complexo time assistencial. Contando com 12 capítulos escritos por especialistas de renome internacional, certamente o conhecimento compartilhado neste manual contribuirá definitivamente para que, ao final de uma gravidez, todos desfrutem de um parto seguro.
A partir do século XIX, o interesse científico em entender o corpo feminino se torna um componente fundamental para consolidar a medicalização da mulher. Com isso, a medicina da mulher começa a evoluir: a princípio com uma visão que privilegiava meramente a reprodução, depois para o reconhecimento da mulher como um ser "útil" à sociedade. A dinâmica dessa transformação é tema deste livro, onde a autora também dedica parte da obra para explicar o movimento de resistência de algumas mulheres e a dificuldade que muitas tiveram em assegurar o controle desejado sobre sua sexualidade.
Passo a passo, através dos seus capítulos, este livro vai deslindando todo este movimento sociocultural do parto e nascimento no Brasil, apresentando as novas evidências científicas e convidando as mulheres e seus familiares a conhecerem, refletirem e compartilharem entre si e com os profissionais de saúde os seus projetos para o nascimento dos seus filhos. O desejo da mulher quanto ao tipo de parto que ela programou foi o fator mais importante para a sua realização com satisfação materna, como mostrado na Pesquisa Nascer no Brasil.
Compreender o processo de emergência das medicinas tradicionais indígenas no campo das políticas públicas de saúde indígena é o objetivo deste livro, que analisa os discursos proferidos por uma diversidade de atores – indígenas e não indígenas, governamentais e não governamentais, nacionais e internacionais. Dessa forma, a obra revela uma dinâmica que vai do global e ao local, e transforma os contextos envolvidos, originando novas formações culturais.
Para o filósofo e pensador político afro-judeu Lewis R. Gordon, a consciência negra, com inicial minúscula, distingue-se da consciência Negra, com maiúscula. A primeira se limita à percepção, por parte de pessoas negras, de que são discriminadas e oprimidas, e é basicamente passiva. Já a consciência Negra é ativa: apela para uma ação que combata e supere os fundamentos do racismo estrutural. Neste livro, a partir do estudo do surgimento da noção eurocêntrica e colonialista de "raça", Gordon percorre as inúmeras formas de emergência da consciência Negra nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, bem como as reações a ela, muitas vezes insidiosas e pouco perceptíveis. O quadro traçado aqui é complexo e surpreendente, revelando as fissuras e divergências no próprio seio das comunidades afrodescendentes. Com o olhar atento para movimentos contemporâneos, como o Black Lives Matter, e para as produções recentes da indústria cultural, Gordon debate e atualiza ideias de pioneiros como W. E. B. Du Bois e Frantz Fanon para abordar o antirracismo em suas articulações com outras questões de identidade e pertencimento: de gênero, classe social, ideologia política, religião etc. Os temas da discriminação e opressão racial encontram aqui aquela que talvez seja sua abordagem mais abrangente, radical e original, exposta numa linguagem clara e envolvente. Um livro que já surge como um clássico.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.