Este livro é uma homenagem à história e à luta de Luiza Bairros (1953-2016), ativista do movimento de mulheres negras e antirracistas, pensadora e analista política, que, por sua potência, entrou definitivamente para a história das lutas contra o racismo no Brasil. A socióloga Vanda Sá Barreto se propôs, aqui, a agregar olhares sobre temáticas tratadas por Luiza que não haviam sido ainda suficientemente difundidas, bem como a valorizar os caminhos que ela trilhou para se transformar de jovem militante do movimento negro em Ministra de Estado. O livro fala sobre a juventude negra, sobre o Projeto Raça e Democracia, sobre a arte negra, sobre o Estatuto da Igualdade Racial, sobre o Programa de Combate ao Racismo Institucional e sobre o feminismo negro. A autora conecta, assim, os diversos campos de atuação e produção de Luiza, que vão desde a desigualdade racial no mercado de trabalho, passando pela ressignificação da negritude na arte, pelo feminismo negro e pela diáspora africana, até as políticas públicas de racial e de combate ao racismo.
O interior do Brasil tem sido objeto da cobiça de colonialistas internos e externos desde a Conquista. Ainda hoje, grileiros continuam a roubar terras na Amazônia, substituindo a floresta por gado e soja para exportação. Mas os povos indígenas e os posseiros resistem. E uma forma de resistência tem sido o combate à produção destrutiva por meio da instalação de reservas agroextrativistas, que reproduzem a vida através da extração duradoura da borracha ou da castanha-do-brasil, entre outras dádivas da natureza. Desde Chico Mendes, assassinado em 1988, há muitos exemplos de resistência popular contra a depredação da Amazônia.
A partir do discurso autoetnográfico a professora, pesquisadora e ativista Malu Jimenez expõe as violências gordofóbicas a que os corpos gordos femininos estão submetidos desde a infância até a fase adulta. Através de análises teóricas, entrevistas e depoimentos a autora investiga a estigmatização institucionalizada e a patologização do corpo gordo do ponto de vista sociocultural, ao mesmo tempo que salienta a importância da internet para a criação de espaços para a militância antigordofóbica e o ativismo gordo. O livro é resultado da tese de doutorado de Malu Jimenez, que agora ganha nova edição, com novo projeto gráfico e novas fotos. Esta publicação inaugura o selo “Lute como uma gorda”, que discutirá a gordofobia em diversas áreas.
Este livro contribui para o processo de atualização e aperfeiçoamento dos instrumentos econômicos de gestão dos recursos hídricos vigentes no país.
Apresenta as principais causas da mortalidade feminina no Brasil nos últimos anos. Um CD-ROM com gráficos estatísticos acompanha o livro.
Os discursos aqui reunidos foram proclamados, com exceção de “Mensagem às bases”, entre 1964 e 1965. Diferentemente dos grupos que pregavam a não violência, Malcolm X defendia uma resposta intransigente à injustiça da violência contra o negro. Mais do que ataque, tratava-se de autodefesa – de linchamentos, humilhações, precariedade, injustiça social. Seus discursos expõem a contradição que marca a história dos Estados Unidos: um país que se vende como a terra da democracia e das oportunidades, mas que praticou e pratica o racismo de forma estrutural e contumaz. O contexto de Malcolm, nos anos 1960, era de aberta segregação racial: pessoas negras não podiam votar e deviam ceder aos brancos seus assentos no transporte público. A Lei dos Direitos Civis, aprovada em 1964, enfrentava resistência violenta da elite branca e tinha pouco efeito na prática. Malcolm buscava despertar nas massas a coragem de lutar pelos seus direitos. Sua atuação foi violentamente interrompida pelo assassinato que o vitimou, aos 39 anos. Malcolm X fala é a prova de que seu legado está vivo e de que suas palavras continuam atuais e potentes. O volume inclui ainda entrevistas, cartas e um memorando escrito para a Organização da Unidade Africana.
Uma noite, conversando no sofá, Marcela e Mel decidem ter filhos. Logo surge a dúvida: como um casal de mulheres faz para engravidar? Perdidas, resolvem pedir ajuda aos amigos no Facebook. Sustentando o desejo da gravidez sem pai, elas se colocam diante de muitas questões. Em Mama: um relato de maternidade homoafetiva, seu primeiro livro, a autora rompe com o tabu que ainda hoje cerca o amor lésbico e a gravidez entre mulheres para contar a história de sua família. Ao amamentar seus filhos gêmeos, mesmo sem ter sido ela a mulher a gestar, Marcela literalmente peita, num perfeito equilíbrio entre força e delicadeza, os preconceitos e as intolerâncias da nossa sociedade.
Primeiro livro de Marcela Tiboni, agora reeditado pela Jandaíra, Mama: um relato de maternidade homoafetiva traz as vivências de um casal de lésbicas que decidiu engravidar sem um pai. Diante dessa decisão, o casal Marcela e Mel vão em busca de informações nas redes sociais para saber como dar o primeiro passo na direção da maternidade em dupla.
O livro aborda a diferenciação entre gestar, assumir o parentesco e cuidar de uma vida, e, sem homogeneizar a categoria “mulher”, reconhece que a experiência da parentalidade é determinada por fatores como raça, classe, gênero e faixa etária. Para Iaconelli, os embates sobre o cuidado e a reprodução da vida são embates políticos e a psicanálise é uma arma da qual não podemos abrir mão.
Um manifesto cáustico e subversivo que busca derrubar todas as restrições e preconceitos sobre o que pode ou não ser feito com o corpo e para o corpo. Defesa radical da liberdade dos corpos, Manifesto contrassexual põe abaixo todas as noções estereotipadas de sexo, gênero e desejo. Com a verve demolidora e o rigor teórico que o tornaram um dos pensadores essenciais da atualidade, Paul B. Preciado analisa e desmonta as construções socioculturais que definiram e normatizaram a sexualidade. Combinando linguagens diversas que vão da arte performática ao dadaísmo e inspirado pelo pensamento de Michel Foucault, Gilles Deleuze, Judith Butler e Jacques Derrida, o filósofo espanhol propõe a contrassexualidade como antídoto à política conservadora de controle sexual: uma teoria do corpo que se situa fora das oposições homem/mulher, masculino/feminino, heterossexualidade/homossexualidade.
O livro reúne as vivências da consultora Carolina Ignarra e do rapper Billy Saga, cadeirantes e ativistas pelos direitos das pessoas com deficiência. Com uma linguagem acessível e de fácil compreensão, os autores relatam experiências pessoais, explicam o que é o capacitismo e quais práticas podem ser adotadas para sua desconstrução. Através de dados estatísticos, a obra traz um panorama sobre as pessoas com deficiência no Brasil e sobre as leis e ações afirmativas voltadas para este público. Aqui está um convite à desconstrução do preconceito, à promoção da acessibilidade, da inclusão e da diversidade de corpos em todos os espaços.
A obstetrícia como especialidade médica tem registrado importantes mudanças nas últimas décadas. As gestações se tornaram mais tardias, em menor número e alcançadas, em grande parte, por meio de técnicas de reprodução assistida. Essa nova realidade da prática obstétrica fez aumentar muito o número de gestações de alto risco, envolvendo situações maternas e referentes ao concepto e, nesse momento, à assistência à gestante e ao feto com risco de sobrevida. Os fatores que determinam o aumento do risco reprodutivo para mãe-filho foram ampliados . Além das indicações tradicionais para inclusão das gestantes nos setores de alto risco da assistência obstétrica, como hipertensão arterial, endocrinopatias e doenças autoimunes, surgiram novas indicações para os casos de gestações após cirurgia bariátrica, transplante hepático, infecções de transmissão vertical e gravidez após técnicas de reprodução assistida, exposição a drogas e hábitos negativos para o desenvolvimento do concepto. O Manual SOGIMIG de Gravidez e Puerpério de Alto Risco é um livro essencial para a prática segura e correta da obstetrícia atual. devendo integrar o cotidiano daqueles que cuidam da mulher em seu momento de maior esplendor e responsabilidade.
O manual sogimig de assistência ao parto e puerpério é mais uma grande contribuição da sogimig para a promoção de uma obstetrícia de qualidade e de alto nível, com o objetivo maior de ajudar todos aqueles que trabalham nessa área a aprimorarem o cuidado dispensado às mães e ao nascimento de suas filhas e filhos. Esta obra valoriza a visão assistencial de outros profissionais que participam da equipe obstétrica, uma vez que é indispensável saber o que pensa cada participante desse complexo time assistencial. Contando com 12 capítulos escritos por especialistas de renome internacional, certamente o conhecimento compartilhado neste manual contribuirá definitivamente para que, ao final de uma gravidez, todos desfrutem de um parto seguro.
A partir do século XIX, o interesse científico em entender o corpo feminino se torna um componente fundamental para consolidar a medicalização da mulher. Com isso, a medicina da mulher começa a evoluir: a princípio com uma visão que privilegiava meramente a reprodução, depois para o reconhecimento da mulher como um ser "útil" à sociedade. A dinâmica dessa transformação é tema deste livro, onde a autora também dedica parte da obra para explicar o movimento de resistência de algumas mulheres e a dificuldade que muitas tiveram em assegurar o controle desejado sobre sua sexualidade.
Passo a passo, através dos seus capítulos, este livro vai deslindando todo este movimento sociocultural do parto e nascimento no Brasil, apresentando as novas evidências científicas e convidando as mulheres e seus familiares a conhecerem, refletirem e compartilharem entre si e com os profissionais de saúde os seus projetos para o nascimento dos seus filhos. O desejo da mulher quanto ao tipo de parto que ela programou foi o fator mais importante para a sua realização com satisfação materna, como mostrado na Pesquisa Nascer no Brasil.
Compreender o processo de emergência das medicinas tradicionais indígenas no campo das políticas públicas de saúde indígena é o objetivo deste livro, que analisa os discursos proferidos por uma diversidade de atores – indígenas e não indígenas, governamentais e não governamentais, nacionais e internacionais. Dessa forma, a obra revela uma dinâmica que vai do global e ao local, e transforma os contextos envolvidos, originando novas formações culturais.
Para o filósofo e pensador político afro-judeu Lewis R. Gordon, a consciência negra, com inicial minúscula, distingue-se da consciência Negra, com maiúscula. A primeira se limita à percepção, por parte de pessoas negras, de que são discriminadas e oprimidas, e é basicamente passiva. Já a consciência Negra é ativa: apela para uma ação que combata e supere os fundamentos do racismo estrutural. Neste livro, a partir do estudo do surgimento da noção eurocêntrica e colonialista de "raça", Gordon percorre as inúmeras formas de emergência da consciência Negra nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, bem como as reações a ela, muitas vezes insidiosas e pouco perceptíveis. O quadro traçado aqui é complexo e surpreendente, revelando as fissuras e divergências no próprio seio das comunidades afrodescendentes. Com o olhar atento para movimentos contemporâneos, como o Black Lives Matter, e para as produções recentes da indústria cultural, Gordon debate e atualiza ideias de pioneiros como W. E. B. Du Bois e Frantz Fanon para abordar o antirracismo em suas articulações com outras questões de identidade e pertencimento: de gênero, classe social, ideologia política, religião etc. Os temas da discriminação e opressão racial encontram aqui aquela que talvez seja sua abordagem mais abrangente, radical e original, exposta numa linguagem clara e envolvente. Um livro que já surge como um clássico.
Neste livro, a convergência de duas importantes áreas do conhecimento propicia uma interação de fundamental interesse para os leitores. Meio ambiente & geologia, de Omar Yasbek Bitar, trata do importante papel da geologia na questão ambiental.
Este livro apresenta os resultados de pesquisa conduzida pelo Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI) que investigou as Tensões estruturais entre meio ambiente e crescimento econômico. Congregando especialistas de vários setores (economia, sociologia, filosofia, antropologia, física e ciência ambiental) e diferentes países, ela desenvolveu-se entre 2007 e 2008 e procurou aprofundar uma visão anti-hegemônica da natureza sistêmica de um dos maiores impasses civilizacionais deste século: a espécie humana corre um sério risco de desestabilização porque sua saúde e suas atividades dependem do bom funcionamento dos ecossistemas – que estão colapsando – e de recursos naturais abundantes, que passam a escassear devido aos nossos modos de produção e consumo.
Fruto dos primeiros anos de trabalho cooperativo no âmbito da Rede Ibero-americana de Pesquisa em Ambiente e Sociedade, este livro aborda o tema das mudanças ambientais e climáticas em áreas protegidas e vulneráveis a partir de um amplo grupo de pesquisadores de diferentes países. Lançado por ocasião do cinquentenário da Unicamp, as contribuições aqui trazidas buscam refletir sobre questões-chave da vida contemporânea: por que, afinal, continuamos atrelados a um modelo de desenvolvimento baseado na emissão de carbono se já há evidência suficiente de que isso contribui para ameaçar os sistemas sociais e ecológicos? Por que, diante de tais evidências, as políticas públicas de enfrentamento do problema não surtem o efeito esperado nos diferentes países?
Memórias da Plantação é uma compilação de episódios cotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo incisivo, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada/o como Outra/o. Publicado originalmente em inglês, em 2008, Memórias da Plantação tornou-se uma importante contribuição para o discurso acadêmico internacional. Obra interdisciplinar, que combina teoria pós-colonial, estudos da branquitude, psicanálise, estudos de gênero, feminismo negro e narrativa poética, esta é uma reflexão essencial e inovadora para as práticas descoloniais.
No processo em curso de reestruturação econômica e política do capitalismo em nível mundial, o debate sobre a questão metropolitana tem se mostrado fundamental à compreensão das implicações profundas entre a modernização seletiva, orientada para a recomposição da taxa de lucro do capital, e o desmonte de direitos sociais.
Ibrahima Balde é ainda menino quando seu pai subitamente morre. Como filho mais velho, ele é obrigado a deixar sua aldeia no interior da Guiné para encontrar trabalho e sustentar a família. Longe de casa, e sempre sozinho, Ibrahima passa a exercer diversos ofícios. Quando enfim consegue um emprego como aprendiz de caminhoneiro, ele descobre que Alhassane, seu irmão mais novo, abandonou a escola e fugiu para a Líbia, perseguindo o sonho de ganhar dinheiro na Europa e ajudar a família. Deixando tudo para trás, Ibrahima segue os passos de Alhassane com o objetivo de convencê-lo a voltar para casa e concluir os estudos. A longa viagem, cheia de dificuldades, e por vezes realizada a pé, leva-o a Mali, Argélia, Líbia, Marrocos, passando pelo deserto do Saara e pelos campos de refugiados do Norte da África. No deserto, ele é mantido em uma prisão que funciona como mercado de escravizados. Na Líbia, novamente preso, é vendido a um criador de galinhas, mas foge pela segunda vez. Só então, ao chegar a um acampamento na Argélia, descobre que seu irmão pode ter desaparecido ao tentar atravessar o Mediterrâneo. Angustiado, oprimido pela culpa e incapaz de voltar para casa, Ibrahima decide embarcar em um bote inflável em direção à Europa. O autor deste livro, Ibrahima Balde, foi realmente resgatado no mar e encontrou abrigo provisório no País Basco, na Espanha. Com base em sua história de vida, contada ao bardo Amets Arzallus Antia, Meu irmãozinho é uma obra arrebatadora.
Reúne textos produzidos por alunos da UnATI que integraram um "Oficina", realizada em caráter experimental, cuja finalidade consistia em criar condições para a recuperação de lembranças referentes a histórias vivenciadas ou "ficcionadas" pelos seus participantes.
Esta obra não é um livro de história. É um ensaio histórico-sociológico que pretende colocar na mesa dos debates uma tese sobre o lugar e o papel da mineração moderno-colonial na posterior configuração do projeto civilizatório hegemônico, que dá forma à vida social contemporânea. Nossa tese afirma, de maneira simples, que a mineração moderno-colonial foi o detonante fundamental do Capitaloceno. Aqui se procura demonstrar como esse tipo histórico de exploração das "riquezas" minerais da Terra, nascido do empreendimento da invasão e da conquista colonial do "Novo Mundo", desencadeou e motorizou toda uma série de grandes deslocamentos geológicos e antropológicos que desembocaram na grande crise ecológico-civilizatória que hoje paira sobre nossa Mãe Terra e, especificamente, sobre nossa comunidade biológica, os humanos.
Com uma vida repleta de realizações significativas, Michelle Obama se consolidou como uma das mulheres mais icônicas e cativantes de nosso tempo. Como primeira-dama dos Estados Unidos — a primeira afro-americana a ocupar essa posição —, ela ajudou a criar a mais acolhedora e inclusiva Casa Branca da história. Ao mesmo tempo, se posicionou como uma poderosa porta-voz das mulheres e meninas nos Estados Unidos e ao redor do mundo, mudando drasticamente a forma como as famílias levam suas vidas em busca de um modelo mais saudável e ativo, e se posicionando ao lado de seu marido durante os anos em que Obama presidiu os Estados Unidos em alguns dos momentos mais angustiantes da história do país. Ao longo do caminho, ela nos ensinou alguns passos de dança, arrasou no Carpool Karaoke e criou duas filhas responsáveis e centradas, apesar do impiedoso olhar da mídia.
Minha história das mulheres é a obra mais acessível e instigante da historiadora Michelle Perrot. Nasceu de um programa de rádio francês que fez enorme sucesso ao divulgar com clareza e entusiasmo, para um público de não especialistas, o conteúdo de mais de 30 anos de pesquisas e reflexões acadêmicas. Transformado em livro, depois traduzido e publicado no Brasil pela Editora Contexto, narra em cinco capítulos o processo da crescente visibilidade das mulheres em seus combates e suas conquistas nos espaços público e privado. Mães e feiticeiras, trabalhadoras e artistas, prostitutas e professoras, feministas e donas-de-casa e muitas outras personagens femininas fazem parte desse relato sensível e atual de uma das pesquisadoras mais conceituadas da história das mulheres.
Missão Previnir e Proteger: Condições de Vida, Trabalho e Saúde dos policíais Militares do Rio de Janeiro supre uma carência bibliográfica nos estudos de segurança pública, quase todos voltados para aspectos estratégicos ou técnicos da questão e, omitindo
Mobilidade antirracista” coloca em questão um dos aspectos mais importantes e menos discutidos do racismo: a espacialidade. O racismo é relação social e, como toda relação, se materializa em um espaço constituído por determinadas condições históricas. Pensar a “raça” de forma crítica é, portanto, considerá-la um construto socioespacial. Com efeito, características físicas e práticas culturais são apenas o dispositivo que faz atuar sobre os indivíduos uma série de mecanismos de controle e de dominação. O tratamento dispensado pelo presente livro à questão da mobilidade urbana nos leva a refletir como o racismo opera na configuração dos espaços e na determinação das condições com que os corpos se movimentam em cidades organizadas pela lógica da exploração capitalista. Por isso, a luta antirracista consiste na formulação teórica e na realização de práticas políticas que quebrem as interdições raciais e de classe. – Silvio Luiz de Almeida, presidente do Instituto Luiz Gama, doutor em direito, professor e advogado.
Sistematizando anos de estudos e elaborações em torno da temática da diversidade sexual e de gênero, Renan Quinalha compartilha neste livro reflexões teóricas e historiográficas em linguagem acessível, sem renunciar à profundidade das discussões, com o objetivo de atingir um público mais amplo interessado no universo LGBTI+. Esta obra destina-se tanto a pessoas que desejam investigar a fundo essa temática como àquelas que estão dando seus primeiros passos nos estudos de gênero e sexualidade. Ela é, sobretudo, um convite à ação política e à luta por igualdade, diversidade e democracia.
Este livro procura apresentar, analisar e discutir as vulnerabilidades das zonas úmidas, subúmidas e secas do estado de Pernambuco frente aos potenciais impactos das mudanças climáticas e discutir possíveis adaptações a estes impactos.
Como compreender melhor as relações entre as intensas mudanças climáticas e os riscos à saúde humana? Com linguagem acessível e pautada na ciência, o livro Mudanças Climáticas, Desastres e Saúde busca dar contribuições para o público sobre um tema fundamental. Organizado por Christovam Barcellos, Carlos Corvalán e Eliane Lima e Silva, o título pretende contribuir com estratégias para aumentar a resiliência do setor Saúde e das comunidades em face das mudanças climáticas e seus impactos. A obra mostra que mudanças ambientais e climáticas interagem entre si, abordando como a complexa relação entre saúde e ambiente vem sendo cada vez mais discutida. Apesar de avanços na saúde e considerando um aumento na expectativa de vida no Brasil, diversos estudos apontam que, nas últimas décadas, desequilíbrios ambientais têm causado efeitos negativos à sociedade, afetando direta e indiretamente a saúde humana. No país, os desastres de origem climática que mais se destacam têm origem em processos hidrológicos - chuvas intensas, inundações bruscas, deslizamentos de terra relacionados às chuvas e inundações graduais - e climatológicos (secas, estiagens e crises hídricas). Composto por 12 capítulos, o título reúne cerca de 30 especialistas das mais diversas áreas, confirmando a "inquestionável capacidade técnico-científica de pesquisadores brasileiros que se dedicam à temática da mudança climática nos seus diferentes aspectos", conforme destaca Thelma Krug, vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, no texto de orelha do livro. "É através desses capítulos que nós vamos conhecer alguns casos de desastres, como secas, inundações, deslizamentos de terra, que têm afetado, direta ou indiretamente, a população. Alguns desses impactos são imediatos, causando óbitos e perdas materiais, mas vários deles são relacionados a questões de habitação estruturais, saneamento, organização social e política local, além da geologia e outras características do terreno", resume Christovam Barcellos.
Na presente obra, Ethel nos mostra uma escrita cativante, delicada e, ao mesmo tempo, forte e contundente, como foi o tempo vivido nesse período de dois anos refletido na obra. Trata-se de um relato pessoal e sensível, com reflexões profundas. Contudo, também discorre sobre o trabalho coletivo, os muitos momentos de atuação conjunta com tantos profissionais, estudantes e gestores no enfrentamento da pandemia da Covid-19. Em vários trechos, podemos perceber a força, a coragem e a maneira como Ethel enaltece a resistência das mulheres nestes tempos tão sofridos que temos vivido, pois elas estiveram não só na linha de frente, como também nos lugares onde atuaram na gestão da crise sanitária. A sua narrativa, tão particular e especial, é um convite para espelharmos o que também queremos e podemos fazer.
Ciência é lugar de Mulher?! Esse livro mostra que, sem dúvida, a resposta é sim. Através dele, conhecemos a trajetória de sucesso de mulheres em diferentes campos do conhecimento científico. Mas, se esses relatos registram a presença feminina, inclusive em áreas ainda predominantemente masculinas, registram, também, os obstáculos enfrentados pelas cientistas, que vão desde a resistência dos colegas e das instituições até a dupla jornada de trabalho, na medida em que a responsabilidade pelas tarefas domésticas e pelo cuidado dos filhos continua a ser considerada atribuição feminina. Portanto, esse livro mostra, também, que somente quando superarmos as desigualdades de gênero na nossa sociedade, as mulheres poderão ocupar o espaço que lhes cabe no desenvolvimento científico do país.
"Aborda o encontro entre os discursos e práticas sobre a saúde e o envelhecimento oriundos da biomedicina, da epidemiologia e da promoção da saúde com a experiência que constitui uma “tia” no mundo do samba. Com esse intuito, apresenta e analisa vivências das mulheres integrantes da Ala dos Cabelos Brancos, do Grêmio Recreativo Escola de Samba Império Serrano, e de compositores e sambistas que integram esse universo cultural, além de dialogar com autores de diversos campos do pensamento. A partir desses depoimentos, a autora investiga como as senhoras do samba lidam com as representações e conceitos de vida saudável, e se elas demonstram algum tipo de resistência à medicalização da vida, entre outros aspectos. O conteúdo constrói um viés crítico sobre a produção e circulação de discursos e práticas ligados à medicalização da vida e sua promessa de saúde e longevidade calcada na adoção de um modo de viver baseado na hiperprevenção."
Por que voltar a falar, hoje, sobre caça às bruxas? Em Mulheres e caça às bruxas, Silvia Federici revisita os principais temas de um trabalho anterior, Calibã e a bruxa, e nos brinda com um livro que apresenta as raízes históricas dessas perseguições, que tiveram como alvo principalmente as mulheres. Federici estrutura sua análise a partir do processo de cercamento e privatização de terras comunais e, examinando o ambiente e as motivações que produziram as primeiras acusações de bruxarias na Europa, relaciona essa forma de violência à ordem econômica e argumenta que marcas desse processo foram deixadas também nos valores sociais, por exemplo, no controle da sexualidade feminina e na representação negativa das mulheres na linguagem. A partir desse debate, a autora nos mostra como as acusações e a punição de “bruxas” se repete na atualidade, especialmente em países como Congo, Quênia, Gana e Nigéria, na África, e Índia. Com apresentação da estudiosa Bianca Santana, a obra conta também com orelha de Sabrina Fernandes e quarta capa da socióloga Maria Orlanda Pinassi e quarta capa da socióloga Maria Orlanda Pinassi.