Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.
Mais de trezentos anos de escravidão legaram ao Brasil uma sociedade em que racismo se infiltra no cotidiano das maneiras mais perversas. Do lápis de pintar usado na escola aos termos com os quais as pessoas se auto definem, resultante da gama de tons que a mestiçagem - reconhecida ou não - produz, a beleza da cor e da diversidade só agora começa a ser notada.
Este livro trata da origem, do crescimento e das transformações de um segmento operário brasileiro que, pelo significado da sua produção no cenário nacional e internacional, tornou-se um caso exemplar das mudanças sociais e econômicas do país nos últimos 60 anos. A abordagem antropológica deste livro centra-se na ótica dos trabalhadores sobre todo esse período em que constroem e são construídos pela Vale. Narra passo a passo a origem, a constituição, o crescimento e a organização desse segmento de trabalhadores.
Uma das ensaístas e feministas mais relevantes da atualidade, Rebecca Solnit examina os principais temas que permeiam o debate contemporâneo — do assédio sexual à crise climática. Quem escreve as narrativas de nossos tempos? Em cada debate, uma batalha está sendo travada: de um lado, mulheres e pessoas não brancas, não binárias e não heterossexuais finalmente podem contar a história com sua própria voz; de outro, pessoas brancas — sobretudo do gênero masculino — se apegam às versões de sempre, que contribuem para manter seu poder e status quo. Em vinte ensaios atualíssimos, a autora de Os homens explicam tudo para mim e A mãe de todas as perguntas avalia essas discussões, por que elas importam e quais são os desafios que temos pela frente.
Debates latino-americanos são, na verdade, dois livros. E ambos são essenciais. Na primeira parte, Maristella Svampa revisita de modo crítico temas fundantes do pensamento crítico latino-americano: o indianismo, o desenvolvimento, a dependência e o populismo. Este mergulho tem uma intenção política que se explicita na segunda parte: refletir sobre os dilemas do presente e, em particular, sobre os governos progressistas. […] O leitor iniciante encontrará aqui não apenas a contextualização necessária ao pensamento social e econômico latino-americano mas também uma introdução aos principais debates desenvolvidos anteriormente por Svampa, em que se destaca sua crítica às forças colonialistas. Evocam-se categorias críticas como “extrativismo” e “pós-desenvolvimento”. E categorias horizonte como “bens comuns” e “bem viver”. Esse ponto é essencial para o público brasileiro. Como destaca a própria autora, nosso país tem sido particularmente refratário às críticas ao desenvolvimentismo e ao extrativismo
Cidades têm as suas mitologias. Têm o seu Olimpo e o seu Hades, o seu rol de deuses e demônios, os seus picos e os seus abismos, as suas histórias exemplares e os seus vexames, as suas zonas de indecisão entre fato e lenda. No acervo mitológico do Rio de Janeiro, o Carnaval de 1919 ocupa uma dessas zonas. Foi o primeiro carnaval depois do fim da Grande Guerra. Foi também o primeiro carnaval depois da voragem da Gripe Espanhola, a mais avassaladora pandemia a abater a cidade até então. Entre setembro e dezembro de 1918, a doença, inicialmente desprezada, infectou 600 mil pessoas e matou 15 mil – números aproximados, talvez subestimados, num universo de cerca de um milhão de habitantes. Foi um carnaval que, por décadas, povoou as memórias próprias e emprestadas de cronistas como Nelson Rodrigues, Mário Filho, Austregésilo de Athayde, Vina Centi e Carlos Heitor Cony – que nasceu em 1926. Foi um carnaval que passou à posteridade como de liberação e de alívio, de desejo e de vingança. Foi um carnaval puxado por pessoas que haviam visto a morte de perto: se não por terem dela escapado elas mesmas, por terem presenciado, no mínimo, a agonia de amigos e parentes. No auge, na Terça-Feira Gorda, o Carnaval de 1919 levou cerca de 400 mil pessoas ao Centro do Rio de Janeiro, de acordo com a estimativa um tanto livre do jornal A Noite. O que aquelas testemunhas e aqueles sobreviventes fizeram nas ruas – naquele e noutros dias? O que elas e eles imaginaram durante e depois da folia? Com uma pesquisa cuidadosa e inédita, David Butter reconstrói essa história em detalhes. Não há momento mais oportuno do que este 2022 para relembrarmos aqueles dias, feitos de sonho e de desgraça, de tristeza e de esperança. MOSTRAR MENOS
Este livro congrega artigos de estudiosos de diversas área do conhecimento humano, com o objetivo de elaborar uma análise do "tempo presente". Nesse sentido, o tema é abordado segundo as perspectivas da física contemporãnea, da filosofia, da psicanálise, da literatura, da biologia, da política da história.
O livro Decisões políticas e mudanças limitadas na saúde, de Carmem E. Leitão Araújo, esclarece um dos enigmas da história brasileira: a construção do Sistema Único de Saúde seria fruto de que conjugação de forças? Que participação os governos de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva tiveram em sua implementação? Esse livro faz uma abrangente análise sobre a constituição de uma das principais políticas públicas do país: o SUS. A sua leitura ajudará a todas as interessadas em compreender o passado, o presente e o futuro desse nosso país tão desigual e também tão complexo. Gastão Wagner de Sousa Campos
Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico constitui-se em um esforço de construção de um diálogo horizontal entre teóricos(as) decoloniais, feministas negras, intelectuais/ativistas antirracistas e negros(as). Adotando uma noção ampla de decolonialidade, reconhecemos o posicionamento decolonial nos processos de resistência e reexistência das populações afrodiaspóricas brasileira, caribenha, norte-americana e africana. Fundamental para tais processo tem sido a afirmação corpo-geopolítica dessas populações, a partir da qual outros conhecimentos, novas formas de existência e projetos políticos têm sido elaborados.
“Negro é o modelo, branca é a moldura”: assim Françoise Vergès resume a condição atual de boa parte dos museus e instituições culturais, em que saberes, objetos e produções artísticas de populações marginalizadas são expostos, narrados e rentabilizados em benefício da manutenção e ampliação do poder das elites brancas colonialistas.
Esta tem por objetivo contribuir para o debate sobre a qualidade do atendimento aos pacientes nas emergências do SUS. O fato de privilegiar as relações entre os agentes das ações faz com que o autor adote como critério de análise da qualidade do serviço a valorização do respeito aos direitos das pessoas o acolhimento dos usuários por parte dos profissionais da saúde e a motivação destes profissionais para trabalhar em emergências buscando satisfazer aos usuários.
Mesclando experiência do vivido e reflexão, e fundado em uma original comparação entre os processos de acerto de contas com as violências do apartheid sul-africano e da ditadura civil-militar brasileira, Edson Teles analisa o importante papel da memória e do perdão nas democracias contemporâneas.
Homens, brancos, médicos ou filhos de médicos, fazendeiros ou famílias de políticos tradicionais no local: se este era o perfil costumeiro dos secretários municipais de saúde, pode-se dizer que os efeitos da democratização se fazem notar. Já é significativa a participação de mulheres, negros e não médicos à frente das pastas da saúde, especialmente em municípios de menor porte. Este é um dos resultados apresentados no livro, fruto de um projeto que, ao longo de uma década, analisou as mudanças no perfil dos gestores, na gestão e nos padrões de difusão de inovação das secretarias municipais de saúde.
Os principais ditadores do século XX – homens como Hitler, Stalin e Mao – governaram por meio de repressão brutal. Muitos outros também impuseram ideologias oficiais e isolaram seus Estados do mundo exterior. Mas, nas últimas décadas, a face da ditadura mudou. Uma nova geração de homens-fortes bem-vestidos e versados em mídia tem redesenhado o governo autoritário para um mundo mais sofisticado e globalmente conectado. Em vez de julgamentos de fachada e campos de prisioneiros, esses líderes controlam seus cidadãos manipulando informações e falsificando procedimentos democráticos. Assim como os assessores políticos nas democracias, eles manipulam as notícias para obter apoio.
Com um objeto de investigação relevante - a questão da educação/saúde/serviço e o quanto as idéias gerais sobre a educação são balizadoras -, a autora trabalha a trajetória histórico-conceitual de como se desenvolveu a formação de especialistas no campo da saúde pública e apresenta não apenas um resgate da história da saúde pública, mas também da própria história no período recortado para análise - 1970 a 1989. O texto, que tem forte ênfase no contexto político, articula as transformações na formação profissional na área da saúde pública às mudanças políticas que ocorreram no país nesse período e recupera uma base original de documentos servindo-se de trabalhos escritos por muitos dos que se dedicaram a conhecer melhor como o ensino da saúde pública foi se consolidando.
Democracia para quem? reúne as palestras proferidas de 15 a 19 de outubro de 2019, por três intelectuais do movimento feminista – Angela Davis, Patricia Hill Collins e Silvia Federici –no âmbito do seminário internacional “Democracia em Colapso?”, promovido pelo Sesc São Paulo e pela Boitempo. No livro, é possível tomar contato com reflexões feitas pelas três autoras – referências globais em suas áreas de estudo e de atuação – sobre temas como capitalismo, racismo, desigualdade social, ecologia, entre outros.
Coletânea é fruto da Jornada Internacional Pré-ALAS na Saúde, realizada em 2013 na EPSJV, e traz artigos divididos em três temáticas: Estado, democracia e políticas públicas de saúde na América Latina; Democratização, mediação e sociabilidades na saúde no contexto latino-americano; e Construção do direito e sociabilidades em saúde.
Obra voltada para médicos, acadêmicos e demais profissionais da área de saúde, com conhecimentos fundamentais a respeito da dengue, mostrando a prática diária vivenciada no CRD.
A dengue e suas formas potencialmente fatais, a febre henorrágica da dengue e a síndrome do choque da dengue, mais uma vez ameaçam grande parte das Américas. Na década de 1980, os programas de controle de vetores foram vítimas de cortes nos gastos com saúde pública e suas respostas aos surtos de dengue tendiam a ser um pouco tardias. Essas diretrizes responderam ao desafio ao incorporar todos os aspectos da prevenção e controle da doença e seus vetores. Além disso, porque a dengue é principalmente um problema de saneamento doméstico e as famílias podem combater o problema de forma barata. As diretrizes enfatizam formas de transferir a responsabilidade pelo controle e prevenção da dengue para a comunidade.
Se, por um lado, as epidemias de dengue causam forte impacto na rede de atenção à saúde no Brasil, por outro, o país tem, de fato, uma enorme competência estabelecida na pesquisa e na prestação de serviços em dengue – considerada atualmente a mais importante arbovirose no mundo. Este livro analisa a dengue sob a ótica dos desafios impostos ao Brasil, que ultrapassam os limites do setor saúde, abrangendo as áreas de educação, comunicação social, saneamento básico etc. Tendo como autores profissionais renomados de diferentes áreas – médicos, jornalistas, educadores, entomologistas, epidemiologistas, matemáticos e gestores –, a coletânea aborda uma ampla variedade de temas, do histórico às inovações científico-tecnológicas em desenvolvimento, incluindo as vacinas preventivas e o controle vetorial por meio de mosquitos biológica ou geneticamente modificados.
Comentário do Pe. Paiva (Raul Pache de Paiva, SJ) diretor de redação da revista Mensageiro do Coração de Jesus, uma publicação de Edições Loyola Numa sociedade em que a vida se prolonga e a família se fragiliza ou se desfaz, pensar eticamente a problemática do idoso como o faz o autor, pode ser de grande enriquecimento para os nossos professores, estudantes de filosofia, sacerdotes e religiosos, além dos que assumem, de um modo ou de outro, o cuidado dos idosos. O autor é professor doutor de Filosofia e fundador do departamento de Bio-ética da Universidade de Cleveland/USA. Pensar problemas, mesmo num círculo aparentemente restrito, como o será, sem dúvida, o dos leitores deste livro, é encaminhar, de algum modo, soluções. Mais informações sobre o livro Contra-capa Respeitar a autonomia de idosos incapacitados é uma questão ética muito importante para os provedores de cuidado de longo prazo. Neste livro, George Agich abandona cômodas abstrações para revelar as ameaças concretas à autonomia das pessoas nessa fase da vida, em que conflitos éticos, dilemas e tragédias são inevitáveis. Afirma o autor que conceitos liberais de autonomia e de direitos individuais são insuficientes, e oferece um conceito de autonomia que se equipara às realidades de cuidado de longo prazo. O livro expõe, portanto, uma estrutura de apoio para que enfermeiras possam desenvolver uma ética de cuidado de longo prazo dentro do ambiente complexo no qual muitos idosos dependentes se encontram. Publicado anteriormente como Autonomy and Long-term Care, esta edição considera trabalhos recentes e desenvolve as visões de George Agich sobre o significado da autonomia no mundo real. O autor escreve com paixão e interesse sobre o assunto, associando uma abordagem culta e fenomenológica à ética e identidade pessoal, com consciência das necessidades de idosos vulneráveis e seus enfermeiros. O livro é de grande interesse para bioéticos e profissionais da saúde.
A Reforma Sanitária foi feita? Com esta pergunta como ponto de partida (sem respondê-la diretamente, coisa que outros já fizeram antes), neste livro o leitor vai encontrar, sobretudo, indagações. Feitas de maneira a provocar reflexões e a suscitar o debate adormecido em torno de práticas afeitas ao campo da Saúde Coletiva que parecem ter se transformado em palavras frias, pronunciadas racionalmente como elementos epistolares, formal e ritualmente enunciados nos quatro cantos do país. Assim, a natureza constitutiva da saúde coletiva, suas novas práticas e seus (velhos) ainda dilemas são recuperados para aquecer a reflexão em torno de novos-velhos problemas: a integralidade, a construção de sistemas em redes cooperativas, a saúde das famílias, amalgamados em torno da estética de mudança que nos reúne.
Os resultados da pesquisa empírica da autora deslocam os sentidos e significados do sofrimento mental na infância, que muitas vezes, ficam restritos aos consultórios e serviços de saúde. O seu estudo busca compreender o fenômeno da depressão para além dos discursos médico e adulto, numa abordagem socioantropológica dos problemas mentais na infância. Texto extraído da apresentação de Aurea Ianni da Faculdade de Saúde Pública da USP.
A obra tematiza as manifestações dermatológicas humanas decorrentes de infecções, infestações e outros agravos biológicos. O estudo abrange de um campo muito amplo de abordagens clínicas que se entrelaçam como diagnósticos diferenciais na relação entre os agentes causais e as condições da pessoa atingida. Importam: sua faixa etária, seu modo de vida, os espaços geográficos em que habita ou mais recentemente percorridos, além de atividades especificamente associáveis ao agravo. As afecções são bem documentadas por imagens que ilustram aspectos clínicos e sistematizadas em achados laboratoriais, seja para confirmação etiológica, seja para diagnóstico das alterações orgânicas funcionais. As manifestações dermatológicas têm apresentadas sua dimensão epidemiológica no contexto evolutivo e atual, as opções terapêuticas com seus esquemas em uso e perspectivas, e as medidas de prevenção ou controle indicadas.
Este livro agrega com muita sensibilidade estudos gerados a partir dos trabalhos realizados em período recente no Programa de Pós-Graduação em Saúde Púbica da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP). É um retrato vivo e muito atual das questões relevantes que emergem e circulam em torno de nossa formação acadêmica da área de saúde pública.
Para os estudiosos do mundo agrário, os temas da sustentabilidade e do desenvolvimento são desafios constantes nas análises sobre territórios rurais em diversos países. Compreender essas unidades espaciais, suas relações e dimensões não é tarefa fácil para as pessoas envolvidas na pesquisa do tema. Estudando casos no Equador, África do Sul, Gana, Índia, China e Indonésia, Scoones apresenta uma abordagem dos meios de vida em comunidades rurais ampliada pela economia política. Discute, entre outros temas, a desigualdade, pobreza, direitos, trabalho decente, qualidade de vida, bem estar, desenvolvimento humano, empoderamento e classes sociais, o autor aprofunda o debate teórico e traz novas perspectivas para os estudos das comunidades rurais no Brasil.
No momento em que a economia capitalista mergulha numa das maiores crises de sua história e revela o fracasso dos modelos baseados na competição e na ditadura dos mercados, a economia solidária desponta como alternativa. Mas para ocupar o espaço, ela precisa ter consciência de seus limites atuais - e disposição para rompê-los.
Esta obra recolhe os desafios apresentados por Paulo Freire e Walter Benjamin à educação. Seguindo o legado deixado por ambos, assume um olhar crítico em meio às contradições de nossa sociedade. Isso representa escovar a história a contrapelo, segundo Benjamin, e uma história escrita a partir dos esfarrapados do mundo ou demitidos da vida, segundo Freire. A partir de uma acurada pesquisa biobibliográfica, traça os eixos em torno dos quais condensa a contribuição dos autores estudados. Apresenta a história a partir dos vencidos e demitidos da vida; estuda a religião em Benjamin e Freire; identifica a apropriação que ambos fizeram do marxismo e do materialismo histórico; e decifra a contribuição dos autores para o campo da educação.
Este livro é um resultado parcial do Projeto “Reflexo das políticas industriais e tecnológicas de saúde brasileiras na produção local e no fornecimento ao Sistema Único de Saúde (SUS)” apresentado à chamada MCTI/CNPq/CT-Saúde/MS/SCTIE/Decit nº 41/2013 Rede Nacional de Pesquisas sobre Política de Saúde. O Projeto é executado pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ), sob a coordenação de Lia Hasenclever, do Grupo de Economia da Inovação do IE/UFRJ, em parceria com Núcleo de Assistência Farmacêutica (NAF) da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp)/Fiocruz e Área de Política do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva (Iesc) da UFRJ.
Este livro é um livro pequeno, mas bravo e militante, marcado pela urgência de graves desafios e riscos para a reforma psiquiátrica no Brasil, como o sub-investimento nas políticas sociais e em saúde, o desemprego, a violência, o abuso de drogas(crack) e a precarização do trabalho. Isso tem profundas repercussões na saúde e saúde mental da população, nos programas e serviços, além de dificultar a expansão dos serviços mais efetivamente substitutivos ao hospital psiquiátrico. A recente reorganização corporativa da medicina e da psiquiatria biomédica, e sua articulação com projetos políticos abertamente conservadores, também trazem fortes preocupações.
Secas, inundações, escorregamento de terras, derramamento de óleo, rompimento de barragens e pandemia de Covid-19. Todos esses eventos fazem parte de um conjunto de desastres - causados pelos mais diversos fatores - enfrentados pela população brasileira. Desastres: velhos e novos desafios para a saúde coletiva, livro que integra a coleção Temas em Saúde, amplia os debates sobre essas ocorrências.
Descentralização das políticas sociais no Estado de São Paulo Marta Arretche e Vicente Rodriguez Dimensão fiscal da descentralização Fernando Ortega de Sousa Carneiro Política habitacional entre 1986 e 1994 Marta Arretche Descentralização da educação: a municipalização do ensino básico Vicente Rodriguez Descentralização da política de saúde Rosa Maria Marques Descentralização da política de assistência social Maria Helena de Castro Lima Limites e possibilidades da descentralização administrativa: o setor de saneamento básico Ricardo Araújo e Rubem Severian Loureiro.
Desde meados dos anos 80, o Brasil enfrentou, com sucesso ímpar, a construção de um dos maiores, e mais complexos, sistemas públicos e universais de saúde, o SUS, implementado ao longo de mais quinze anos. Um sistema nacional e simultaneamente descentralizado pelas unidades estaduais e municipais da Federação. Tal movimento de construção institucional não foi desafiante tão somente na sua realidade; desafia mais ainda, e até hoje, os estudiosos de políticas públicas que pretendem dar conta desta realidade. É esse o desafio que a autora enfrenta com inteligência e brilho neste livro.
Apresenta seis ensaios a respeito das transformações de ordem institucional e financeira que marcaram o processo de reestruturação dos setores de infra-estrutura, com foco no Estado de São Paulo. Os cinco primeiros ensaios discutem as especificidades da reestruturação ocorrida em cada um dos principais setores da infra-estrutura: energia elétrica, gás, telecomunicações, transportes e saneamento. Analisam-se as reformas institucionais pertinentes, os processos de privatização, a montagem das novas agências reguladoras e descentralização. No último ensaio, analisa-se a contribuição do programa de desestatização para o ajuste das contas públicas, o significado das transferências do Tesouro para as novas agências, a alienação de ativos e os processos de concessões.
No ano do bicentenário da Independência do Brasil, o sociólogo Boaventura de Sousa Santos apresenta um conjunto de reflexões e tarefas para a “descolonização” real e material do Brasil. Descolonizar: abrindo a história do presente representa, para o escritor português, “um esforço no sentido de clarificar as convergências e divergências entre diferentes correntes que se reclamam de um pensamento pós-colonial”. “Um projeto tão urgente como infinito”, completa o autor no prefácio. Ao longo do século XX, os movimentos de libertação contra o colonialismo europeu e as lutas sociais contra o racismo conduziram à enorme expansão de estudos interdisciplinares pós-coloniais/descoloniais, que resultou em uma multiplicidade labiríntica de designações. Na primeira parte dessa obra Boaventura apresenta as diferenças teóricas entre essas denominações e segue com a apresentação de tarefas primordiais para o Brasil, assumidas por diferentes grupos sociais. Destaque para o fim da expropriação de terras indígenas, reforma agrária e trabalho com direitos, fim do sexismo enquanto degradação ontológica gêmea do racismo e mudança da condição de vítima dos grupos marginalizados à de resistente, e da condição de resistente à condição de protagonista da sua história.
Fruto de quase uma década de pesquisa, Desejos digitais é uma obra sem precedentes. Inserida na sociologia digital, com ênfase nos estudos de sexualidade e gênero, a pesquisa de Richard Miskolci parte da construção do sujeito movido pelo desejo para analisar como a busca por parceiros sexuais (e/ou amorosos) na internet, mais precisamente entre homens, se insere no contexto social contemporâneo e com ele se relaciona. Influenciado principalmente pelas ideias de Eva Illouz, Eve K. Sedgwick, Judith Butler e Michel Foucault, Richard concentra sua pesquisa na primeira geração de homens que buscaram na internet uma forma de vivenciar o próprio desejo com mais segurança e discrição. Desejos digitais nos ajuda a compreender como a tecnologia tem transformado o ser humano e suscitado questões cada vez mais urgentes à sociologia e à psicanálise.
Partindo da análise de movimentos de protestos sociais contemporâneos, sobretudo brasileiros, e questionando a ideia de que a explicação do mundo do trabalho pela teoria marxista está superada, esta coletânea busca ampliar a compreensão das relações de classe e dos movimentos sociais, assinalando como, ao lado de movimentos sindicais organizados e atuantes, se constituem outras formas de participação e reivindicação que não se vinculam a essas entidades mas que se encontram em um contexto de luta de classes.
Ser Abrasquiano(a) significa não só apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, como também compartilhar dos princípios da saúde como um processo social e lutar pela ampliação dos direitos dos cidadãos à saúde pública e de qualidade.